CARACTERIZAÇÃO DO
ENSINO MÉDIO
Conceitos Pertinentes
Competências
Os PCNEM explicitam três conjuntos
de competências:
comunicar e representar
investigar e compreender
contextualizar social ou
historicamente os conhecimentos.
Competências
O Enem aponta cinco competências
gerais:
dominar diferentes linguagens, desde
idiomas até representações matemáticas e
artísticas;
compreender processos, sejam eles
sociais, naturais, culturais ou tecnológicos;
diagnosticar e enfrentar problemas
reais;
construir argumentações;
elaborar proposições solidárias.
Caracterização da área de Linguagens,
Códigos e suas Tecnologias
O cerne do trabalho da área situa-se no primeiro dos três
grupos de competências gerais indicados nos PCNEM (p.
135), uma vez que nele se privilegia a aquisição e o
desenvolvimento das competências gerais de Representação
e Comunicação, que se pode traduzir por manejar sistemas
simbólicos e decodificá-los.
“A utilização dos códigos que dão suporte às linguagens não
visa apenas ao domínio técnico, mas principalmente à
competência de desempenho, ao saber usar as linguagens em
diferentes situações ou contextos, considerando inclusive os
interlocutores ou públicos.” (PCNEM, p. 105)
Por isso, linguagens e códigos são considerados instrumentos
e formadores “[...] dinâmicos e situados no espaço e no tempo,
com as implicações de caráter histórico, sociológico e
antropológico que isso representa” (idem, ibidem).
Articulação entre as áreas
O segundo eixo, Investigação e Compreensão,
possibilita a convergência das competências
gerais externamente, com a área de Ciências da
Natureza e Matemática, visto que muitos
procedimentos da investigação científica são
compartilhados pelas disciplinas de Linguagens e
Códigos. Por exemplo, na sistematização do
conhecimento da língua, o indivíduo lança mão de
recursos mentais semelhantes aos empregados
em qualquer processo de descoberta científica:
observação de padrões; detecção de
regularidades; identificação de problemas;
formulação e explicação de hipóteses; teste de
hipóteses em novas situações.
Conhecer e utilizar eficazmente procedimentos de análise
textual (lato sensu), conhecer a dinâmica da interlocução,
distinguir realidade de construção simbólica do real, recuperar
as formas instituídas de construção do imaginário coletivo,
dominar os componentes estruturais das diversas linguagens e
seus arranjos possíveis, compreender criticamente a
diversidade das linguagens são competências que fazem parte
do domínio da Investigação e Compreensão. Essas
competências relacionam-se com o domínio de conceitos
específicos, diferentes daqueles que sustentam o domínio
anterior, mas não desvinculados deles, uma vez que os
conceitos atuam em rede. Por exemplo:
entender que o significado de um diálogo se constrói à medida
que esse diálogo vai-se engendrando entre dois ou mais
indivíduos exige a compreensão e a aplicação de conceitos
como língua falada, língua escrita e interlocução;
entender uma partida de determinado esporte implica conhecer
e aplicar o conceito de sintaxe (lato sensu);
analisar satisfatoriamente uma manifestação artística do século
20 resultante da “releitura” de uma obra do século 19 depende
do conhecimento e da aplicação do conceito de
intertextualidade;
analisar criticamente a narração de uma partida de futebol
implica o domínio do conceito de redundância, entre outros.
Articulação entre as áreas
Ainda externamente, a convergência de
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias com a
área de Ciências Humanas dá-se pelo terceiro
eixo, da Contextualização Sociocultural, pois os
processos simbólicos são construção humana,
historicamente contextualizada.
A compreensão do contexto em que se produzem os objetos
culturais concretizados nas linguagens, hoje ou no passado,
assim como o caráter histórico da construção dessas
representações, é fundamental também para que o
funcionamento das linguagens seja entendido, investigado e
compreendido na sua perspectiva social, não apenas como
manifestações isoladas de um indivíduo, de uma classe. As
competências gerais previstas no eixo da Contextualização
Sociocultural dão conta desses aspectos, favorecendo o
conhecimento efetivo, significativo e crítico que a escola
pretende que seus alunos construam ou adquiram.
Exemplificando:
o conhecimento de alguns conceitos de sociolingüística é
essencial para que nossos alunos não criem ou alimentem
preconceitos em relação aos falares diversos que compõem o
espectro do português utilizado no Brasil.
a mesma análise crítica da narrativa de uma partida de futebol
(exemplo que usamos anteriormente) depende também do
domínio e da aplicação do conceito de público-alvo, entre
outros.
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CARACTERIZAÇÃO DO ENSINO MÉDIO