PROJETO BÁSICO
CURSO DE CAPACITAÇÃO EM CONCEITOS BÁSICOS, TRATAMENTO E INSERÇÃO SOCIAL EM
ÁLCOOL, CRACK E OUTRAS DROGAS PARA LÍDERES, TERAPEUTAS E GESTORES DE
COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
Primeira edição
Responsabilidade técnica: Paulina do Carmo Vieira Duarte
Brasília, 2010
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1. Objeto da contratação
O presente projeto básico tem como objeto a contratação de Instituição de Ensino Superior
reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), a Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) da
Universidade Estadual Paulista (UNESP), por meio da Fundação para o Desenvolvimento Médico
Hospitalar de São Paulo (FAMESP), para prestação de serviços técnicos para a realização da
primeira edição do Curso de Capacitação para o pessoal de cerca de 1.000 Comunidades
Terapêuticas (Cts) existentes no país. Espera-se capacitar 5.000 pessoas ao longo de um ano e
avaliar como pesquisa os conhecimentos, atitudes e comportamento adquiridos por aquele que
foram capacitados.
2. Introdução e justificativa
O consumo de crack, segundo matérias veiculadas diariamente pelos meios de comunicação,
estaria se transformando em uma epidemia de grandes proporções em nosso país, seja nas
grandes metrópoles, onde essa disseminação ter-se-ia iniciado (DUNN et al., 1996), ou mais
recentemente, em cidades de médio porte (PRIULI; MOARES, 2007; MALTA et al., 2008). O uso na
vida de crack foi de 1,5% para as maiores 108 cidades do Brasil (CARLINI et al., 2005).
A prevalência do uso de crack em alguns segmentos populacionais, como trabalhadores sazonais,
em cidades de pequeno porte e no meio rural, vem sendo mencionada pela grande imprensa
(http://www.reporterbrasil.org.br/clipping.php?id=396). Os estudos científicos brasileiros na área
se tornaram mais frequentes atualmente, e uma revisão recente acerca do consumo de cocaína
(em pó) e crack (DUALIBI; RIBEIRO; LARANJEIRA, 2008) sistematiza o quanto se conseguiu até o
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presente momento, mas igualmente, as importantes deficiências de conhecimento com as quais
nos defrontamos.
Os derivados de cocaína são consumidos por 2,3% da população brasileira (especialmente nas
regiões Sul e Sudeste, sendo mais prevalente entre adultos jovens do sexo masculino (DUAILIBI;
RIBEIRO; LARANJEIRA, 2008).
A percentagem de pacientes que relataram uso de crack aumentou de 17% em 1990 para 64% em
1993 (FERRI et al., 1997). Em um estudo transversal realizado em pacientes de hospitais
psiquiátricos da Grande São Paulo, 70% dos pacientes internados por problemas com cocaína
eram usuários de crack (FERREIRA FILHO et al., 2003). Esta também foi a substância mais
prevalente entre pacientes internados para tratamento por dependência de drogas ilícitas no
município de Marília (SP), com índices de 62,9% entre os homens e 87,5% entre as mulheres
(BORINI; GUIMARÃES; BORINI, 2003). Um estudo retrospectivo em Curitiba (PR) investigou
prontuários de adolescentes internados por dependência química, entre os quais o crack era a
segunda substância mais utilizada (49%), a frente do álcool (39%) e da cocaína intranasal (29%)
(SILVEIRA, 2001).
Um aspecto importante do consumo de cocaína e crack é a infecção pelo HIV e outras DSTs
(AZEVEDO, 2000), tendo em vista que boa parte dos estudos nacionais ressalta que o consumo da
substância foi responsável pelo aumento do risco dessas infecções, seja pelo número elevado de
parceiros e sexo sem proteção (BRASILIANO; HOCHGRAF; TORRES, 2002), seja pela troca de sexo
por crack ou por dinheiro para comprar a substância (NAPPO et al., 2004; BASSOLS, 2003).
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A presença de comorbidades psiquiátricas é comum entre usuários de cocaína/crack e agrava o
prognóstico de ambas as doenças (LOPES; COUTINHO, 1999; CASTEL, 1997; ZILBERMAN et al.,
2003).
Entre as drogas ilícitas, o crack foi a substância cuja demanda por tratamento mais aumentou nos
últimos anos (CARLINI; NAPPO; GALDURÓZ, 1993).
Informações da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) indicam que 85% da
atenção a usuários de crack e outras drogas se dá em Cts. A minoria das Cts está conforme a
portaria RDC 101-20 da ANVISA (BRASIL, 2001), e muitas delas são regidas fundamentalmente por
princípios religiosos específicos (em geral espíritas, evangélicos ou católicos) e/ou por exdependentes de drogas; em poucos casos por critérios técnico-científicos.
Dado que o consumo de crack tornou-se um grande problema de saúde pública, este projeto tem
a proposta de qualificar líderes, gestores e terapeutas das Cts, proporcionando conhecimentos e
habilidades que propiciarão uma prática mais resolutiva e efetiva no cuidado aos usuários de
crack e/ou outras drogas, possibilitando deter ou reverter um processo mórbido antes que resulte
em cronificação, incapacitação ou óbito. Como consequência dessa capacitação, o atendimento
prestado nesses serviços será mais qualificado, beneficiando diretamente os usuários.
Avanços recentes propostos pela Organização Mundial de Saúde têm demonstrado o potencial e a
eficácia do emprego do pessoal de cuidados gerais no tratamento de dependentes de drogas,
mesmo em pacientes com dependência grave, auxiliando-os na manutenção da abstinência e
volta à rotina necessária para uma vida produtiva e normal.
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3. Objetivo geral
Realizar um curso utilizando a tecnologia de ensino à distância para 5000 profissionais de Cts do
país, visando capacitá-los tanto para a recuperação clínica como para a reabilitação e reinserção
social dos usuários de crack e outras drogas atendidos, com a incorporação de princípios
decorrentes da melhor evidência científica na área de tratamento desses usuários.
Desenvolver projetos de pesquisa supervisionados por docentes da UNESP sobre adesão,
efetividade e mudanças de conhecimentos, comportamentos e atitudes dos alunos.
3.1. Objetivos específicos
1. Avaliar o grau de informação dos participantes do curso quanto às noções básicas sobre uso e
abuso de drogas, antes e depois do curso de capacitação;
2. Capacitar tutores para atuar na supervisão dos alunos do curso;
3. Desenvolver material didático específico contendo informações sobre diagnóstico, avaliação de
gravidade e de comorbidade, tratamento (psicoterápico, farmacológico, familiar, individual, entre
outros), bem como de reabilitação e reinserção social;
4. Oferecer um curso de educação a distância de 120 horas sobre identificação e manejo de
usuários de crack e outras drogas para 5.000 (cinco mil) líderes, terapeutas ou gestores das cerca
de 1.000 Cts existentes no país;
5. Capacitar líderes, terapeutas e gestores das Cts para o aprofundamento de projetos de
reabilitação e terapia de prevenção de recaídas entre a clientela e familiares dos usuários de
crack;
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6. Disponibilizar todo o material em formato compatível com o Observatório Brasileiro de
Informações sobre Drogas (OBID).
7. Desenvolver os seguintes projetos de pesquisa:
Projeto de pesquisa 1: Análise do perfil das pessoas que se inscreveram neste curso, assim como
os possíveis fatores que facilitam ou dificultam a adesão ao mesmo.
Projeto de pesquisa 2: Análise da efetividade do curso através do questionário de conhecimento,
atitude e comportamento (CAC) em relação á álcool e drogas e seu tratamento.
4. Metodologia
4.1. Público alvo
Direto: Líderes, gestores, terapeutas e demais profissionais da saúde ligados às Comunidades
terapêuticas (Cts) brasileiras que deverão ser indicados pela prefeitura onde a Ct está sediada.
Indireto: Profissional de Saúde Mental e outros que trabalhem com álcool e outras drogas
indicado pelas prefeituras dos municípios onde estão sediadas as Cts, caso o número de 5 mil
possíveis alunos não tenham sido atingidos.
4.2. Procedimentos
Usando a plataforma MOODLE e a infra-estrutura e tecnologia do Núcleo de Educação a Distância
e Tecnologias da Informação em Saúde (NEAD.TIS) da Faculdade de Medicina da UNESP, será
criado e oferecido o curso de capacitação em conceitos básicos, tratamento e inserção social em
álcool, crack e outras drogas para líderes, terapeutas e gestores de comunidades terapêuticas cujo
material será adaptado daqueles anteriormente produzidos pela SENAD (como o “Fé na
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Prevenção”; BRASIL, 2009) e outros que serão desenvolvidos, tais como: 1. Características de um
bom tratamento para dependentes de drogas, particularmente do crack (NIDA, 2005); 2.
Tratamento psicoterápico para dependentes químicos baseado nos princípios da Prevenção de
Recaída (MARLATT; GORDON, 1993); 3. Tratamentos farmacológicos disponíveis para tratamento
de dependentes de crack (KOSTEN; SOFUOGLU, 2008); 4. Reinserção social (BRASIL, 2010).
O curso será oferecido na modalidade de ensino a distância com carga horária de 120 horas e
contará com os seguintes recursos didáticos: material impresso, ambiente virtual de
aprendizagem, fóruns de discussão on-line, sistema de telefonia gratuita, CD-ROM com conteúdo
do curso e com vídeo-aula, serviço de tutoria para os conteúdos e três teleconferências.
As Cts interessadas deverão manifestar seu interesse pelos termos do edital através da prefeitura
do município onde se encontram sediadas. Três a cinco pessoas de cada Ct serão convidadas a
fazer o curso. Para as vagas porventura não ocupadas pelo pessoal das Cts, as respectivas
prefeituras poderão indicar substitutos.
4.3. Metas e respectivas etapas/estratégias
1. Curso semi-presencial para cerca de 200 profissionais da área da saúde (psicólogos, terapeutas
ocupacionais, assistentes sociais, enfermeiros e auxiliares de enfermagem com especialidade em
saúde mental, estudantes de graduação de medicina ou enfermagem a partir do quarto ano de
curso, residentes e técnicos) para tornarem-se tutores do curso de capacitação para terapeutas,
líderes e gestores de Cts. Após exame de qualificação, serão selecionados os 100 melhores
tutores;
2. Curso de capacitação à distância, online, para 5.000 líderes, gestores e/ou terapeutas de cerca
de 1000 Cts em todo território nacional;
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3. Os tutores aprovados receberão treinamento adicional sobre boas práticas na condução de
cursos em Educação à Distância, com destaque à realização de atividades integradoras e
colaborativas, além de educação teórica e prática sobre as funcionalidades da Plataforma Moodle;
4. Alunos de pós-graduação, residentes da medicina e alunos do Programa de Aprimoramento na
área de saúde mental, serão convidados para auxiliar no preparo do material a ser desenvolvido,
e receberão auxílio para tal;
5. Haverá um supervisor para cada grupo de 25 tutores. Cada tutor será responsável pelo
acompanhamento de 50 alunos, exercendo papel de acompanhamento pedagógico, mobilização e
integração dos alunos no decorrer do curso, bem como a realização da busca ativa daqueles que
não acessarem a internet durante a semana. Para tal busca, haverá um telefone IVOIP ou 0800
com plantão das 8 às 20 horas, diariamente incluindo sábados das 8 às 14 horas.
6. O curso será oferecido à distância, por meio de atividades na Plataforma Moodle, com três
teleconferências: no início, meio e término do mesmo, quando será fornecida certificação;
7. O curso será desenvolvido seguindo recomendações e princípios bem determinados do Design
Instrucional em Educação a Distância com superivsão pedagógica e considerando toda a
heterogeneidade do seu público alvo. Dar-se-á preferência a atividades de maior impacto
cognitivo, explorando recursos multimídia, vídeos e atividades lúdicas, sempre que possível;
8. Assim que o material estiver concluído, passará por revisão gramatical e adequação de
linguagem, bem como arte final para posterior edição;
9. Entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 será aberto o edital para inscrições para o curso de
capacitação de Cts, que deve iniciar a partir de 02 de maio de 2010;
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10. Os tutores que não possuírem acesso à internet poderão utilizar a conexão do NEAD.TIS. A
plataforma Moodle permite rastrear todas as atividades executadas por seus usuários,
possibilitando relatórios rígidos de acesso e das atividades destes tutores. Recomenda-se que
haja entrada diária dos mesmos na plataforma;
11. No início do curso será aplicado um questionário para avaliação dos conhecimentos, atitudes
e comportamentos em relação ao dependente de droga, seu diagnóstico e tratamento. Ao final
do curso, será aplicado novo questionário para avaliação das mesmas áreas e será feita uma
comparação dos dois momentos, analisando a efetividade do curso de capacitação em conceitos
básicos, tratamento e inserção social em álcool, crack e outras drogas para líderes, terapeutas e
gestores de comunidades terapêuticas.
5. Conteúdo programático do Curso de capacitação em conceitos básicos, tratamento e inserção
social em álcool, crack e outras drogas para líderes, terapeutas e gestores de comunidades
terapêuticas.
Guia do Aluno: Apresentação do curso e da Plataforma Moodle
Módulo 1 - O que se espera de uma comunidade terapêutica. Objetivos: apresentar um breve
histórico da criação das Cts; Conhecer as normas da RDC ANVISA 101/01; Conhecer o manual e CE
elaborado pela FEBRACT; identificar quais serviços são parceiros da Ct).
Módulo 2 - Políticas e legislação sobre álcool e drogas; Epidemiologia Objetivos: Conhecer as
Políticas Públicas brasileiras sobre álcool e outras drogas; Identificar as principais legislações
relacionadas ao uso de álcool e outras drogas; Entender a importância dos dados epidemiológicos
para o enriquecimento das práticas; Conhecer as particularidades das populações específicas criança, adolescente, idoso, indígena, gênero.
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Módulo 3 – Conceitos básicos. Objetivos: O que é droga socioculturalmente; Os padrões de
consumo - Dependência, uso nocivo, uso recreativo; Conhecer os fatores relacionados ao uso das
drogas lícitas e ilícitas - fatores de risco e proteção.
Módulo 4 – O que devemos saber sobre os tipos de drogas. Objetivos: Conhecer as principais
drogas lícitas e ilícitas de uso problemático; reconhecer sinais de intoxicação, fissura e
abstinência.
Módulo 5 – Detecção padrões de consumo. Objetivos: Conhecer os principais instrumentos de
detecção de uso nocivo de álcool/outras drogas; Conhecer as classificações mais frequentes na
área de álcool e outras drogas; Conhecer o instrumento; Conhecer o instrumento; Conhecer o
instrumento.
Módulo 6 – Quando há sintomas psiquiátricos associados à dependência química, o que fazer?
Objetivos: adquirir noções básicas do eu é normalidade, personalidade e transtorno de
personalidade ; adquirir noções básicas de psicopatologia; compreender o conceito e as principais
comorbidades.
Módulo 7 – Vamos pensar sobre as estratégias de cuidados individuais? Objetivos: Identificar
diferentes tipos de abordagens utilizados segundo mapeamento nacional; Discussão sobre a
importância do PTI e do acolhimento; Conhecer a técnica de entrevista breve e indicações;
Conhecer a técnica de entrevista motivacional e indicações; Conhecer aspectos da farmacologia e
indicações; Conhecer aspectos da psicoterapia e indicações.
Módulo 8 – Vamos pensar sobre as estratégias de cuidado grupal? Objetivos: Conceituar grupo;
Identificar tipos de abordagem grupal - auto-ajuda, operativo, psicoterapia, corporal - vantagens e
desvantagens; Conceituar grupo operativo com exemplos e indicação; Conceituar oficina
terapêutica - teatro, artesanato, etc com exemplos e indicação; Conceituar psicoterapia grupal
com exemplos e indicação; Conceituar auto-ajuda com exemplos e indicação.
Módulo 9 – Vamos pensar como possibilitar o resgate da autonomia e da cidadania? Objetivos:
Conceituar rede social, Ações intersetoriais e comunitárias; Estabelecimento de parcerias;
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Discussão ampliada de caso; Favorecer o protagonismo do residente - participação
social/controle social; Multiplicadores.
Módulo 10 – Prevenindo recaídas: o que precisamos saber? Objetivos: Conceituar prevenção de
recaída; Identificação e antecipação de situações de risco, internas ou externas, que podem levar
o indivíduo a recair.
Módulo 11 – Usando a criatividade para a prevenção de recaída. Objetivos: Discutir diferentes
abordagens - auto-ajuda, estratégias inovadoras/criativas; Implicar o usuário no próprio
tratamento como agente ativo de sua recuperação.
Módulo 12 – Como a família pode ajudar no tratamento? Objetivos: Conhecer a construção social
dos conceitos de família; discutir sobre a co-dependência familiar e seus problemas; Identificar
estratégias de manejo do sofrimento da família; Aprender a potencializar a contribuição da família
para o tratamento.
Módulo 13 – Quais posturas um trabalhador precisa ter para atuar na área da dependência
química? Objetivos: Identificar a própria postura diante do uso de álcool e drogas -conceitos, préconceitos; Conseguir identificar situações de manipulação, sedução, frustração, etc; Aprender
formas de manejo nas situações citadas.
Módulo 14 – O que caracteriza um trabalho em equipe nas CTs. Objetivos: Identificando fatores
que facilitam e/ou dificultam o trabalho em equipe.
Módulo 15 – Cuidando de si
6. Avaliação
Avaliação (que será feito ao longo e ao final do curso avaliando conhecimento, atitudes e
comportamento).
O aluno será avaliado da seguinte forma:
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1. Pré-avaliação: inicialmente será aplicado um questionário que funcionará como uma préavaliação do grau de informação e conhecimento, bom como atitudes e comportamento quanto
algumas questões sobre o uso inadequado e dependência de drogas e possíveis tratamentos. Esta
Pré-avaliação estará disponível na página do curso, sendo possível acessá-la e preenchê-la a partir
do início do mesmo;
2. Pós-avaliação: o mesmo questionário preenchido no início do curso, associado a um
questionário de auto-avaliação do aluno, será reaplicado ao final do curso para a avaliação do
progresso.
Os alunos também deverão completar avaliações dos 6 módulos do curso, sendo exigido que
respondam corretamente pelo menos 70% das questões de cada módulo. Àqueles que
concluírem com êxito será enviado um certificado de conclusão do curso, sendo acompanhado de
cópias da cartilha de Prevenção de Recaída.
Ao final, será fornecido certificado do curso de extensão em “Capacitação em conceitos básicos,
tratamento e inserção social em álcool, crack e outras drogas para líderes, terapeutas e gestores
de comunidades terapêuticas”, pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista
(UNESP), com carga horária de 120 horas, para todos os alunos o concluírem com bom
aproveitamento após a avaliação.
7. Pesquisa
Um dos projetos de pesquisa acoplados ao curso visa determinar o perfil das pessoas que se
inscreveram neste curso, assim como os possíveis fatores que facilitam ou dificultam a adesão ao
mesmo.
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Um segundo projeto visa avaliar a efetividade do curso através do Questionário de avaliação do
aluno: conhecimentos, atitudes e comportamentos sobre a atenção a pessoas com transtornos
decorrentes do uso nocivo ou dependência de substâncias psicoativas - Comunidades
Terapêuticas (Cts) – Brasil” (CAC). Esse questionário será aplicado antes e depois do Curso de
Capacitação é composto pelas seguintes seções:
BLOCO A – Identificação da Comunidade Terapêutica
BLOCO B – Identificação do aluno
BLOCO C – Condições de saúde e trabalho do aluno: questões sobre as condições gerais de saúde
de aluno, SRQ (Self Report Questionnaire; HARDING et al., 1980; um questionário de identificação
de transtornos psiquiátricos em nível de atenção primária e validado no Brasil por Mari e Willians
(1986), composto por 20 questões elaboradas para detecção de distúrbios “neuróticos”,
principalmente ansiosos e depressivos, a pontuação de sete ou mais respostas afirmativas
indicará caso positivo), questões sobre o trabalho e estresse nas Cts, as atividades de lazer
frequentes, satisfação com o corpo e perguntas que avaliarão atitudes em relação ao uso de
álcool/drogas.
BLOCO D - Questionário sobre suas atitudes e crenças em relação aos problemas relacionados
ao uso de álcool ou outras drogas pelos seus pacientes: com respostas estruturadas do tipo
Likert, investiga crenças, práticas e conceitos sobre a auto eficácia na prevenção do uso de risco
de álcool e na abordagem de pacientes com esses problemas. Elaborado pela OMS (1996) para
implementação em unidades básicas de saúde de países em desenvolvimento, foi utilizada em
Ribeirão Preto, por SOBREIRA (2009). A parte 3, utilizada neste trabalho, está dividida em quatro
temáticas: como lidar com usuários de risco, com 25 itens; papel do profissional na detecção de
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pacientes com problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas, com 15 itens, interesse
profissional sobre o padrão de uso de álcool e outras drogas e os riscos de saúde relacionados,
com 18 itens e habilidade profissional em lidar com determinadas situações, com 10 afirmativas
(OMS, 1996; SOBREIRA, 2009).
BLOCO E: Inventário de Expectativas e crenças Pessoais sobre álcool (IECPA): foi desenvolvido em
Coimbra, por GOUVEIA et al. (1996). A adaptação Brasileira do IECPA, sob a coordenação de
Jurema Alcides Cunha, demonstrou que as propriedades psicométricas da versão brasileira são
excelentes e comparáveis com as verificadas com a versão portuguesa na amostra em que o
instrumento foi desenvolvido (SOBREIRA, 2009). É um instrumento construído idealmente para
auto-aplicação, com 61 itens, com questões do tipo Likert. Cada item consiste em uma afirmação
sobre expectativas e crenças a respeito dos efeitos do álcool distribuídas em cinco fatores. Os
cinco fatores integrantes do IECPA são “efeitos globais positivos e facilitação das interações
sociais” (Fator 1), “diminuição e/ou fuga de emoções negativas” (Fator 2), “ativação e prazer
sexual” (Fator 3), “efeitos positivos na atividade e humor” (Fator 4) e “na avaliação de si mesmo”
(Fator 5). A aplicação desse instrumento tem uma duração estimada em vinte minutos. Pode ser
utilizada uma nota de corte para identificação de suspeição de risco para alcoolismo. O escore
final pode variar de zero a 305 pontos e a nota de corte proposta para população geral é de 122.
Supõe-se que maiores escores no IECPA podem caracterizar indivíduos com expectativas positivas
mais altas e, portanto, maior vulnerabilidade à dependência de álcool. A sensibilidade do
instrumento é de 76,7, sua especificidade de 79,4, sua taxa de falso-positivos de 20,61 e dos falsonegativos de 23,33, seu valor preditivo positivo de 77,31 e valor preditivo negativo de 78,79. A
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pontuação do ICEPA será utilizada como medida de expectativas e crenças frente ao uso de álcool
e como indicador de tolerância social ao consumo de álcool (GOUVEIA et al., 1996).
BLOCO F - Avaliação de conhecimentos sobre uso nocivo de substâncias psicoativas
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8. Plano de trabalho e cronograma de sua execução
META
ETAPA
Meta 1:
Estrutura
física /
tecnológica
Instalação do call
center
(21 jan – 28 fev)
Meta 2:
Elaboração
conteúdos e
adequação
para o
ambiente
virtual
Elaboração do
conteúdo
(31 dez – 17 jan)
Elaboração do
questionário CAC
(18 jan – 17 fev)
Produção das videoaulas
(18 jan – 17 fev)
Adaptação do conteúdo
para linguagem web
(18 jan – 28 fev)
Meta 3:
Seleção e
inscrição de
alunos
Contatos com Cts (via
Senad) e período de
inscrição para o curso
(17 jan - 16 fev)
Inscrição de alunos
(17 fev – 10 mar)
Impressão de material
didático
(01 fev – 28 fev)
Envio do material
didático aos alunos
(11 mar – 14 abr)
Meta 4:
Seleção e
capacitação
de tutores
Recrutamento de
tutores
(31dez – 16 jan)
Curso de formação de
tutores
(17 jan – 17 fev)
DEZ
10
JAN
11
FEV
11
MAR
11
ABR
11
MAI 11
JUN
11
JUL
11
AGO
11
SET
11
OUT
11
NOV
11
DEZ
11
Seleção e capacitação
dos tutores
(18 fev – 11 abr)
16
META
Meta 5:
Execução do
curso
ETAPA
DEZ
10
JAN
11
FEV
11
MAR
11
ABR
11
MAI 11
JUN
11
JUL
11
AGO
11
SET
11
OUT
11
NOV
11
DEZ
11
Teleconferência 1 de 3
(02 mai – 13 mai)
Aplicação do CAC
(02 mai – 13 mai)
Acompanhamento da
execução dos módulos
(02 abr - 31 ago)
Teleconferência 2 de 3
(20 jun – 15 jul)
Teleconferência 3 de 3
(15 ago – 31 ago)
Reaplicação do CAC
(15 ago – 12 set)
Meta 6:
Avaliação do
curso,
resultado das
pesquisas e
difusão do
curso
Avaliação Interna do
curso
(01 ago – 31 ago)
Certificação dos alunos
( 15 ago – 15 set)
Produção de relatórios
técnicos
(01 set – 30 set)
Avaliação externa do
curso
(01 ago– 14 out)
Análise dos projetos de
pesquisa propostos
(15 out – 15 nov)
Elaboração de relatório
final
(16 nov – 31 dez)
17
Entre 19 e 26 de junho de 2011, quando acontece a SEMANA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE
DROGAS, deverá ser apresentado um relatório parcial.
Qualquer ação só terá início imediatamente após a liberação de recursos. Isto é fundamental, pois
sem alguns itens previstos no orçamento, especialmente a consultoria em Design Instrucional de
Cursos, a linha da Internet Dedicada, call center e os bolsistas técnicos, não há condições de dar
seguimento ao projeto.
Referências
AZEVEDO, R.C.S. Usuários de Cocaína e AIDS: Um estudo sobre comportamento de risco. 2000.
285 p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas.
BASSOLS, A.M.S. Adolescência e infecção pelo HIV: situação de risco e proteção, auto-estima e
sintomatologia psiquiátrica. 2003. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre.
BORINI, P.; GUIMARÃES, R.C.; BORINI, S.B. Usuários de drogas ilícitas internados em hospital
psiquiátrico: padrões de uso e aspectos demográficos e epidemiológicos. Jornal Brasileiro
de Psiquiatria, v.52, n.3, p.171-179, 2003.
18
BRASIL. Fé na Prevenção: prevenção do uso de drogas em instituições religiosas e movimentos
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Único de Saúde. Brasília, 2010.
BRASIL. Normas mínimas para o funcionamento de serviços de atenção a pessoas com
transtornos decorrentes do uso ou abuso de substâncias psicoativas, segundo modelo
psicossocial, também conhecidos como Comunidades Terapêuticas. Brasília: Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA); 2001. [RDC Nº 101] [Publicado no Diário Oficial da União; 2001; Mai
31]. Disponível em: <URL: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/101_01rdc.htm>. Acesso em: 8
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CARLINI, E.A. et al. (Orgs.). II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no
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19
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CASTEL, S. Fatores de predição de prognóstico de farmacodependentes avaliados pela escala de
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DUNN, J. et al. Crack cocaine: an increase in use among patients attending clinics in São Paulo:
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20
GOUVEIA, J.P.; RAMALHEIRA, C.; ROBALO, M.T.; BORGES, J.C.; ROCHA-ALMEIDA, J. Inventário de
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