Teresa Tavares (Colégio José Álvaro Vidal)
Iniciámos a visualização do filme, com o objectivo de detectar erros. O nosso espírito
crítico estava de tal forma alerta que até identificámos situações que pareciam conter
erros, mas que após novo visionamento do filme, intensa pesquisa e troca de ideias,
constatámos que não tinham. Considerámos que as situações mais gravosas em termos de
erro científico, se concentram em dois grandes temas: Gravidade e Pressão atmosférica.
Sabendo que a gravidade é uma força segundo a qual dois corpos se atraem e que é igual
ao produto das suas massas, dividido pelo quadrado da distância entre eles e multiplicado
por uma constante, chamada constante de gravitação universal e sabendo que se um corpo
for levado para outro planeta, o seu peso será diferente, pois a massa do novo planeta será
diferente da massa da Terra, passamos a enunciar algumas situações:
- Na estação orbital, nos diferentes compartimentos, a locomoção e os
movimentos dos astronautas parecem indicar diferentes gravidades, o que era impossível.
Também no mesmo compartimento e embora considerando a variação do peso com as
massas dos corpos, parece-nos que em alguns casos a microgravidade era evidente
enquanto que noutros a deslocação era idêntica à que se verificaria na Terra, situação só
possível se os astronautas possuíssem equipamento de fixação ao chão do compartimento.
Sabendo que a gravidade de Marte é cerca de um terço da, da Terra (0,38 considerando a
da Terra 1), e que o peso dos corpos em Marte será manifestamente menor que na Terra,
para além de todas as implicações que a diminuição de gravidade terá sobre o organismo
a nível interno e ao nível dos fenómenos físicos, detectámos os seguintes erros:
- Sobre o solo de Marte, os astronautas movem-se e trabalham com agilidade,
como em Terra e não indiciam sofrimento físico (atrofiamento muscular, veias do
pescoço salientes, perda de densidade óssea, pernas mais magras e cabeça inchada); os
smarties que caíram no chão da nave, pousada em Marte, devido à sua pequena massa
deveriam ter ficado a flutuar; a inexistência de correntes de convecção devido à
microgravidade, faz com que a forma e cor da chama de uma vela seja diferente do que se
esperaria na Terra.
Relativamente à pressão atmosférica, é de referir que embora considerando a existência
de fatos pressurizados, há uma cena do filme em que a pressão atmosférica desce a 10%
tendo o astronauta (Jim) sofrido apenas um ligeiro desmaio, quando da conjugação de
baixa pressão e rarefação do oxigénio, seriam de esperar danos mais graves (embolias).
Sendo a atmosfera marciana constituída por 95% de CO2, 2,7% de N2 e 2,3 % de outros
gases, exercendo uma pressão de apenas um centésimo em relação à da Terra, haver uma
grande exposição às radiações solares (Marte sem camada de Ozono), existirem
tempestades violentas e temperaturas muito baixas verificámos as seguintes situações:
O astronauta Luke que esteve um ano em Marte não aparentava danos físicos; a
estufa e a nave pousada em Marte também não apresentavam danos visíveis; a
tempestade que ocorreu em Marte, nunca poderia ter sido de tão curta duração e tão
localizada (embora seja dada a ideia que não era natural); as plantas na estufa não se
poderiam ter desenvolvido da mesma forma que em Terra; o equipamento para manter a
temperatura e a atmosfera da estufa bem como para obter água, não se danificou
enquanto tudo o resto apresentava danos; a estufa parecia, em algumas cenas, apresentar
aberturas que permitiam o contacto com a atmosfera de Marte o que impossibilitava a
existência de água no estado líquido, o desenvolvimento de plantas e a sobrevivência de
seres humanos sem a devida protecção; como foi construída a estufa em Marte, por
apenas uma pessoa?
7º C do Colégio José Álvaro Vidal
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"Missão a Marte" de Brian de Palma: que erros científicos?