PREVENÇÃO DAS DOENÇAS E PROMOÇÃO DA SAÚDE DOENÇAS PERIODONTAIS ODONTOCLÍNICA CENTRAL DA MARINHA PREVENÇÃO DAS DOENÇAS E PROMOÇÃO DA SAÚDE DOENÇAS PERIODONTAIS 1.DIAGNÓSTICO O processo de diagnóstico envolve a coleta e análise dos dados provenientes da anamnese e do exame clínico e, quando houver necessidade, do exame radiográfico e de outros métodos auxiliares. 1.1 Identificação do paciente O Prontuário Odontológico é um documento que possui valor legal e como tal, deve ser preenchido com todos os dados que possibilitem a correta identificação do paciente. 1.2 Anamnese É por intermédio da anamnese que se inicia o processo de conhecimento do paciente. A coleta de dados da história, tanto odontológica quanto médica, pode auxiliar o profissional a identificar alguns fatores de risco para o desenvolvimento de uma patologia bucal, entre eles: doenças sistêmicas; uso de medicamentos; terapias que possam alterar o fluxo salivar; padrão dietético; uso de medicamentos que contenham sacarose ou apresentem baixo pH; hábitos de higiene oral; uso de compostos fluoretados; nível sócio-econômico e cultural; e atitude dos pacientes em relação à saúde bucal. 1.3 Diagnóstico da Doença Periodontal As doenças periodontais podem ser divididas em dois grandes grupos: as gengivites e as periodontites. 1.3.1 Classificação das Doenças Gengivais a - Induzidas por placa bacteriana • • gengivite associada somente à placa bacteriana; doenças gengivais modificadas por fatores sistêmicos como: puberdade, menstruação, gravidez, diabetes, leucemia e outros; • doenças gengivais modificadas por medicamentos como, por exemplo, anticoncepcionais, anticonvulsivantes anti-hipertensivos etc.; e • doenças gengivais modificadas por má nutrição como, por exemplo, avitaminose C. b - Não induzidas por placa bacteriana • doenças gengivais de origem bacteriana específica como, por exemplo, Neisseria gonorrhea, Treponema pallidum, Estreptococos etc. 2 • doenças gengivais de origem virótica, como Gengivoestomatite herpética primária, Herpes bucal recorrente, Herpes Zoster, Varicela etc. • • • • Doenças gengivais de origem fúngica como Cândida, Histoplasmose etc. lesão gengival de origem genética como a Fibromatose gengival hereditária. manifestações gengivais de doenças sistêmicas como Líquen plano etc. lesões traumáticas de origem química, física e térmica. 1.3.2 Classificação das Doenças Periodontais • • • • • • • periodontite crônica; periodontite agressiva; periodontite como manifestação de doenças sistêmicas, por doença hematológica ou por alterações genéticas; doenças periodontais necrosantes; abcessos do periodonto; periodontite associada com lesão endodôntica; e deformidades e condições de desenvolvimento ou adquirida. As doenças periodontais induzidas por placa bacteriana exibem um ou mais sinais clínicos do processo inflamatório: edema, vermelhidão, aumento do fluido gengival e da temperatura dos tecidos, perda do contorno superficial e sangramento à sondagem. A maioria das doenças periodontais não apresenta sinal de dor. Quando esta é relatada está associada a casos avançados de periodontite. A dor estará sempre presente em casos de gengivite ou periodontite ulceronecrosantes. A ausência da dor durante a maior parte do curso de uma doença periodontal destaca a importância do diagnóstico precoce nos estágios iniciais do processo inflamatório. 1.3.3 Diagnóstico clínico O diagnóstico clínico é baseado em medidas do nível clínico de inserção (com o uso de sonda periodontal) e na detecção visual dos sinais clínicos da destruição tecidual, tais como: alterações na morfologia gengival, recessão gengival, migração dental e aumento da mobilidade dental. O sangramento à sondagem é o principal sinal da presença de inflamação. 1.3.4 Diagnóstico por imagem As radiografias são utilizadas na Periodontia para confirmar a extensão das medidas do exame clínico e para detectar defeitos ósseos e envolvimentos de bifurcação, sendo importantes para a determinação do prognóstico e o planejamento do tratamento. 2 . CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Os fatores de risco indicam variáveis que estão relacionadas à probabilidade de um indivíduo sadio adquirir determinada condição patológica. A identificação e a avaliação destes fatores em cada paciente é imprescindível para o diagnóstico e para o plano de tratamento. 3 Avaliação de risco para a Doença Periodontal Critérios para a avaliação de risco de doença periodontal para pacientes adolescentes, adultos e idosos: BAIXO RISCO PROGNÓSTICO FAVORÁVEL 1- Pouca retenção de biofilme dental 2- Pouco acúmulo de cálculo dental 3- Não é portador de doenças sistêmicas ALTO RISCO PROGNÓSTICO DESFAVORÁVEL 1- Grande retenção de biofilme dental 2- Grande acúmulo de cálculo dental 3- É portador de doenças sistêmicas como Diabetes 4- Não fumante 4- Fumante 5- Faz uso regular de fio / fita dental 5- Não faz uso regular de fio / fita dental 6- Não apresenta sangramento gengival durante a 6- Apresenta sangramento gengival durante a escovação ou ao usar fio dental higiene oral ou à sondagem 7- Não apresenta mobilidade dental 7- Apresenta mobilidade dental em 1 ou mais dentes Para classificar o paciente quanto ao risco de doença periodontal, devemos considerar que, se o mesmo apresentar pelo menos 04 (quatro) dos fatores listados na coluna 2, deverá ser considerado de alto risco. 3.TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS 3.1 TRATAMENTO 3.1.1 Tratamento da Doença Periodontal A gengivite é uma doença reversível que pode ser tratada pela remoção do agente causal (biofilme bacteriano e suas toxinas) por meio do controle mecânico e remoção dos fatores retentores de placa, como cálculos e restaurações diretas ou indiretas com excesso ou falta de material. Em conjunto com estas medidas, a terapia da gengivite ainda inclui a terapia periodontal de suporte, realizada pelo profissional (ex: avaliações periódicas) e pelo paciente (controle do biofilme). A terapia da periodontite também se baseia na eliminação/controle do biofilme realizado tanto pelo profissional como pelo paciente. O controle mecânico realizado pelo profissional inclui profilaxia, polimentos coronários e instrumentação periodontal. A reconstrução das seqüelas da doença, como recessão gengival, defeitos ósseos e perda de inserção, pode ser realizada por meio de terapia regenerativa ou reconstrutiva, dependendo do estágio da doença. O tratamento inicial das doenças periodontais deverá ser realizado por todos os dentistas que atuam no atendimento primário. Os procedimentos de caráter secundário deverão ser encaminhados ao especialista. 4