iências da Natureza ES SUAS UAS TE ECN CNO OLOGIAS LOG GIIAS Ficha de Estudo 82 Tema Origem e evolução do Universo, do planeta e da vida Tópico de estudo Radiações. Entendendo a competência Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas. A Física está presente em nosso dia a dia, seja por meio da utilização da tecnologia, seja por possibilidades de explicações dos diversos fenômenos que nos cercam. Você consegue se lembrar de quando acreditava que vivia no interior da Terra? Ou quando quis saber por que os objetos caem? Ou como se produz um raio? Os conhecimentos produzidos no interior da Física nos permitem perceber o funcionamento do universo e propor soluções tecnológicas para a saúde, o transporte, a produção de alimentos ... Procure, ao aprender todos os conceitos, relacionar com o que você observa em seu dia a dia. Dessa forma, seu aprendizado será mais significativo e duradouro. Desvendando a habilidade Habilidade 22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais. Muito preconceito está envolvido quando o tema é radiação. Logo as pessoas pensam em coisas nocivas à saúde e têm medo. Por isso, essa habilidade é tão importante para a Física! Há uma grande quantidade de radiações e saber o que cada uma delas pode fazer quando interage com a matéria pode ajudar a prevenir inconvenientes ou até salvar vidas. Portanto, esteja atento para pesquisar os benefícios e os malefícios que determinada radiação pode provocar. Em grande parte, você verá que, se as intensidades das radiações forem adequadas, mesmo aquelas mais temidas podem salvar vidas. É isso que iremos tratar nesta ficha. Situações-problema e conceitos básicos Você já ficou exposto à radiação alguma vez em sua vida? Se a sua resposta foi “não”, é possível que você tenha pensado em radioatividade, raio X, usinas nucleares ou coisas do gênero. Mas, cuidado: o conceito científico de radiação é muito mais amplo! Radiação é a propagação da energia, seja por meio de partículas ou de ondas eletromagnéticas. Dessa forma, acredito que você esteja querendo, agora, mudar sua resposta. As ondas eletromagnéticas são aquelas que podem se propagar, inclusive, no vácuo. Elas podem ser organizadas em grupos em função da frequência da onda. Essa classificação recebe o nome de espectro eletromagnético. Curso Pré-ENEM Extraído de http://geoblogger10.blogspot.com.br/2011/03/ espectro-eletromagnetico.html. Acesso em 20.mai.2012 86 Ciências da Natureza Cada faixa de radiações desse espectro interage com a matéria de forma diferente. 1) As ondas de rádio possuem frequências relativamente pequenas e grandes comprimentos de onda. Dessa forma, algumas dessas ondas – sobretudo as ondas de rádio AM – podem contornar obstáculos (difração) e, assim, apresentar um alcance bem significativo. Algumas dessas ondas podem ser refletidas em uma camada da atmosfera – a ionosfera – o que provoca, também, um alcance significativo. Sintonizar uma estação de rádio significa construir um circuito elétrico que oscila em uma frequência igual à da onda, provocando uma ressonância. 2) Há um tipo de micro-onda que interage bem com a matéria. Essa microonda possui uma frequência igual à de vibração das moléculas de água. Isso faz com que haja uma grande absorção de energia (ressonância) e, com isso, os alimentos podem ser aquecidos no Forno de Micro-ondas. Os celulares operam em frequências de micro-ondas e por elas transmitem as informações. Essas ondas eletromagnéticas não possuem uma boa penetração em superfícies metálicas e, por isso, celulares que estejam dentro de caixas metálicas, gaiolas, etc não funcionam bem. 3) O infravermelho é um tipo de onda associado às emissões térmicas. Todos nós emitimos termicamente (na verdade, todos os corpos fazem isso). O problema é que não vemos essa radiação e, por isso, precisamos de ajuda de outras radiações para vermos as coisas. Mas, as câmeras que conseguem filmar/fotografar no escuro são sensíveis ao infravermelho. O corpo humano, quando absorve essa radiação, tende a aumentar a temperatura, o que só não acontece por causa no nosso mecanismo de termorregulação. Há tratamentos musculares que se valem da radiação infravermelha. 4) A luz visível é nossa velha conhecida, não é? Todo o sentido da visão está associado a esse pequeno – mas importante – pedaço do espectro eletromagnético. É aqui que temos as cores, que vão do vermelho (menores frequências) ao violeta (maiores frequências). ATENÇÃO: daqui em diante temos as chamadas radiações ionizantes. 5) Uma aplicação interessante do ultravioleta é em relação ao bronzeamento. A ação dessa radiação sobre células especializadas da derme (melanócitos) é essencial para a produção da melanina. Por atingir camadas mais internas da pele e por poder alterar a sequenciação genética, a exposição prolongada ao ultravioleta pode ser causa do câncer de pele. Além disso, o ultravioleta está associado à esterilização de alimentos e à indução de secagem rápida de certos materiais utilizados pelos dentistas. Você já fez restauração de algum dente e o dentista usou um aparelho que emite uma luzinha meio roxa? 6) Os raios X gerados em aparelhos específicos dos hospitais são gerados pela frenagem brusca de elétrons de alta energia. Ao serem freados, eles emitem ondas eletromagnéticas cuja energia está associada à energia cinética que eles tinham. Em geral, essa radiação possui grande poder de penetração na matéria, motivo pelo qual seu uso é restrito. As pessoas que trabalham com radiologia devem usar proteção especial (roupas e paredes com chumbo), têm uma jornada de trabalho menor e se aposentam mais cedo que a maioria. Além disso, o raio X pode ser usado, também, para investigar a estrutura interna de materiais. Como curiosidade, foi a análise de raios X difratados que permitiu a Watson e Crick a construção do modelo do DNA como uma dupla hélice. 7) As radiações de maior frequência e, portanto, mais penetrantes na matéria são as chamadas radiações gama. Elas podem ser emitidas, por exemplo, por núcleos radioativos como o Urânio ou o Polônio. Essas radiações são muito perigosas e podem causar vários tipos de cânceres ou até matar rapidamente. Devido à capacidade de penetração e ao poder de destruição genética, essas radiações são utilizadas em tratamentos radioterápicos. Além disso, podem ser utilizadas para aumentar a conservação de alimentos. Outra forma de radiação são as partículas. Vamos discutir duas delas: as radiações alfa e beta. Um núcleo atômico radioativo é instável porque possui mais energia que o mínimo necessário à sua estabilidade. Essa instabilidade está na base das emissões radioativas. Lembre-se: as emissões radioativas são, sempre, nucleares. Dessa forma, raio X não é uma emissão radioativa! Quando um núcleo emite radiação alfa, ele perde dois prótons e dois nêutrons. Você se lembra dos estudos de química? Pois é, quem caracteriza um elemento químico é o número de prótons. Dessa forma, ao emitir dois desses prótons, há mudança no elemento químico. Por exemplo, quando o Urânio 238 (92 prótons e 146 nêutrons) emite uma partícula alfa, ele se transmuta em Tório 234 (90 prótons e 144 nêutrons). Essa radiação possui pouco poder de penetração e, por isso, não é tão ofensiva ao nosso corpo. Dentro de um núcleo radioativo, um de seus nêutrons pode sofrer uma quebra, dando origem a um próton e um elétron. Por causa de forças muito intensas (chamadas, não é à toa, de Força Nuclear Forte) presentes, o próton permanece ligado ao núcleo. Já o elétron é expelido com uma grande velocidade. Esse elétron é a partícula beta. Note que, no processo, apareceu um próton a mais, o que indica que houve alteração no elemento químico. Por outro lado, houve a perda de um nêutron e o ganho de um próton. Dessa forma, não houve alteração no número de massa. Quando o Carbono 14 (6 prótons e 8 nêutrons) emite uma partícula beta, ele se transmuta em Nitrogênio 14 (7 prótons e 7 nêutros). Curso Pré-ENEM 87 Ciências da Natureza