ID: 58026596 20-02-2015 Tiragem: 34477 Pág: 12 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 10,77 x 30,41 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Estudantes que regressaram à universidade já estão a receber bolsas Ensino superior Samuel Silva Foi autorizado o pagamento a 120 dos 482 estudantes candidatos ao programa Retomar. Processo próximo do fim Os estudantes que regressaram ao ensino superior no âmbito do programa Retomar, lançado pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) para atrair jovens que deixaram os estudos nos últimos anos, começaram esta semana a receber as suas bolsas. A tutela autorizou o pagamento a 120 alunos, e, depois de algum atraso inicial na análise das candidaturas, espera que o processo esteja finalizado até ao final deste mês. Este é o primeiro ano de funcionamento do programa Retomar e a análise das candidaturas dos estudantes a este apoio sofreu algum atraso. As candidaturas terminaram em Outubro, mas algumas instituições de ensino superior tardaram em fazer chegar à Direcção-Geral do Ensino Superior os dados necessários à análise dos 482 processos apresentados. Em causa estavam, sobretudo, a falta de informação académica sobre os estudantes e o atraso na entrega do plano de acompanhamento dos alunos que regressam ao ensino superior por cada uma das universidades e politécnicos — o que garante a cada instituição um apoio de 300 euros por estudante. Para os alunos, o programa Retomar consiste numa bolsa de 1200 euros anuais, pagos numa única prestação. O dinheiro dos primeiros 120 candidatos aprovados começou a chegar às suas contas bancárias nesta semana. Depois de ultrapassadas as dificuldades iniciais, o MEC espera ter os processos das restantes 362 candidaturas, ainda em fase de análise ou instrução, “ultimados até ao final deste mês”, informa fonte do ministério liderado por Nuno Crato. O programa foi lançado numa iniciativa conjunta do Ministério da Educação e Ciência e do Ministério do Emprego e Segurança Social, com um orçamento de 4,5 milhões de euros, sendo apresentado como a resposta do Governo para o problema do abandono do ensino superior, para o qual as associações académicas têm vindo a alertar ao longo dos últimos anos e que atinge 12,2% dos estudantes do ensino público no final do primeiro ano de licenciatura. O Governo espera recuperar para o ensino superior milhares de alunos que desistiram de estudar nos últimos anos e previa atribuir cerca de 3000 bolsas anuais, mas no primeiro ano o Retomar recebeu menos de 500 inscrições, apesar de ter havido 2570 alunos registados na plataforma da DGES onde eram apresentados os processos. O secretário-geral do PCP defendeu ontem um ensino superior unificado, em que não haja “desvalorização dos politécnicos”, desejando também que seja reposto o normal funcionamento daquelas instituições, que ajudam a manter a coesão territorial. Jerónimo de Sousa defendeu que “mais cedo ou mais tarde vai ter de ser encontrado um sistema unificado, sem nenhuma desvalorização dos politécnicos, e que seja reposto o normal funcionamento daquelas instituições”. ENRIC VIVES-RUBIO Ministério quer ter bolsas do Retomar pagas até ao final do mês