ABES 196 INFORMA 13 de outubro de 2010 Seca atinge 40 mil famílias na Amazônia é uma condição climática extraordinária, decorA seca que atinge o Amazonas desde o início rente do fenômeno El Niño (aquecimento das de agosto já prejudicou cerca de 40 mil famíáguas do Oceano Pacífico), que ocorreu nos lias. Segundo o governo estadual, dos 62 muúltimos meses de 2009 e deixou reflexos em nicípios amazonenses, 25 decretaram situação 2010. “O El Niño de 2009 foi o pior das últide emergência. Na semana passada, a Defesa mas três décadas e trouxe como consequênCivil reconheceu a situação de emergência em cia as fortes chuvas no Sul e a seca no Norte 21 deles. A maior parte está isolada da capital do país”. Ela explicou porque a navegação Ana Claudia Jatahy/Greenpeace foi prejudicada com que sempre que ocorre um fenômeno de a baixa das águas. aquecimento do PaDe acordo com a cífico, existem impacANA - Agência Naciotos no ano seguinte. nal de Águas, a seca no Segundo a pesestado do Amazonas é quisadora, a foruma das maiores dos te estiagem se deu últimos anos. Por cauem função também sa da falta de chuva, os da maior frequência rios Javari, Juruá, Japudas secas no estado. rá, Acre, Negro, Purus, Iça, Jutaí, Solimões e Rios secos impedem navegação e isolam 40 mil famílias “Desde 2000, as secas têm sido mais freMadeira estão com níquentes e mais intensas, e a floresta não veis abaixo da média, e vários municípios estão tem tido tempo de se recuperar”. A temporaem estado de alerta e situação de emergência. A geógrafa e pesquisadora Ane Alencar, do da de chuvas na Amazônia, de acordo com a pesquisadora do Ipam, deve começar no Ipam - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amafim de novembro. (Fonte: Agência Brasil) zônia, disse que a seca que atinge o Amazonas Membranas filtrantes em S. Paulo A ABES vai promover em São Paulo, nos dias 20 e 21 de outubro, o Seminário Membranas Filtrantes. Os objetivos do evento são o de proporcionar um fórum de debates e intercâmbio de experiências acerca do tema; pomovera interação entre fabricantes, gerentes, engenheiros e usuários efetivos ou potenciais das tecnologias de filtração por membranas; e divulgar as diversas aplicações das membranas filtrantes. Biossólidos Outro evento importante, também promovido pela ABES, é o VII Seminário de Biossólidos, que será realizado de 26 a 28 de outubro, no Instituto Agronômico de Campinas. Informações sobre os dois eventos estão no site da ABES (www.abes-dn.org.br) meio ambiente ONU: desertificação afeta dois bilhões de pessoas pág. 4 Corredor Ecológico vai recompor Mata Atlântica pág. 3 26º congresso Prazo de envio de resumos se encerra em 31 de outubro pág. 4 13/10/2010 ABES 196 INFORMA 2 a palavra dA presidente Bons presságios para Porto Alegre Já temos bons indicadores de que nosso 26º Congresso, em Porto Alegre, será muito rico não só em participação, mas também em diversidade de programas, de informações, de conteúdo. Um dos bons sinalizadores disso é o esgotamento da disponibilidade de espaços na Feira Internacional de Tecnologia, a Fitabes, a pouco menos de um ano de sua realização. Esse interesse aumenta a mobilização e a responsabilidade das equipes da ABES e de sua seção gaúcha, envolvidas diariamente numa sequência veloz e persistente de contatos que permitam a viabilização de um programa que imaginamos venha a enriquecer cada vez mais esse que é o maior evento do saneamento no Brasil. Em Porto Alegre, teremos novamente no ano que vem, por exemplo, o Campeonato de Operadores, o grande sucesso do Congresso de Recife. Agora, com possibilidade de tornar a disputa mais acirrada e emocionante, uma vez que a ABES vai disponibilizar o regulamento das provas no início do ano, permitindo às companhias e serviços muni- cipais uma seleção prévia. É fácil imaginar que a qualidade da competição vai aumentar. O Congresso será sede de grandes fóruns de entidades parceiras, como, por exemplo, do Conama, dos Comitês de Bacias Hidrográficas, das entidades de saneamento dos países de língua portuguesa, da IWA – International Water Association, entre outros componentes da extensa programação que está sendo elaborada. Mas, se nada disso justificasse a expectativa de que teremos um grande Congresso, podemos bater o martelo para concluir que será grande porque é o evento que comemora seu próprio Jubileu de Prata, 25 congressos já se passaram, meio século promovendo a cada dois anos intensa troca de informações e congraçamento com os melhores profissionais do setor no país e no mundo. Cassilda Teixeira de Carvalho EXPEDIENTE ABES Informa é um informativo eletrônico da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - ABES, atualizado semanalmente e enviado via Internet para todos os sócios da entidade. Diretor Responsável: Cassilda Teixeira de Carvalho Presidente Nacional da ABES SUPERINTENDENTE EXECUTIVA: Maria Isabel Pulcherio Guimarães Editor de conteúdo: Romildo Guerrante (MTB 12.669-RJ) Projeto Gráfico: Flap Design/ Nena Braga Editoração eletrônica: ABES / Thiago Oliveira e-mail: [email protected] Clique aqui para ver as edições anteriores 13/10/2010 ABES 196 3 INFORMA meio ambiente Mata Atlântica vai renascer em São Paulo Já foi iniciado em três municípios paulistas do Vale do Paraíba – São Luís do Paraitinga, Lorena e Guaratinguetá - um programa da Associação Corredor Ecológico para recompor a vegetação numa área de 150 mil hectares de Mata Atlântica. Em Guaratinguetá, está para ser aprovado um projeto que remunera os participantes do programa envolvidos nas tarefas de restauração da Mata. O projeto Corredor Ecológico tem apoio de diversas empresas privadas. A programação prevê o plantio de 200 milhões de árvores nos próximos 10 anos. O plantio será feito com árvores nativas, mas terá uma parcela de aproximadamente 10% de eucaliptos, a fim de possibilitar a geração de renda para os pequenos produtores e viabilizar a proteção à Mata e aos recursos hídricos da região. Experiência Algumas áreas demonstrativas foram plantadas na região para ilustrar como se formam os corredores ecológicos e como eles podem fazer parte de uma propriedade sem interferir em seus processos produtivos. “De lá para cá trabalhamos na construção da base institucional do projeto e da ampliação de parcerias que permitirão sua continuidade no longo prazo. Um corredor ecológico tem a função de recuperar áreas degradadas e reconectar partes isoladas de floresta, facilitando a movimentação de espécies animais e possibilitando a prática de atividades sustentáveis nas áreas intermediárias, beneficiando pequenos produtores que vivem na região”, diz Paulo Saneago Rio Paranaíba Prefeitura de Guaratinguetá Experiência de recomposição de floresta no Rio Taquaral, em Guaratinguetá, anterior ao Projeto Corredor Ecológico Valladares, secretário executivo da Associação Corredor Ecológico do Vale do Paraíba Para a construção do Corredor Ecológico, foi realizado um estudo detalhado da ecologia da paisagem e foram identificadas diferentes formas de uso e ocupação do local. A idéia é ter os fragmentos preservados e conectados com uma produção compatível no meio, garantindo que o proprietário não vai destruir a mata. A Associação Corredor Ecológico do Vale do Paraíba desenvolveu alternativas para estimular a participação das comunidades e dos produtores da região, como o pagamento pela soma de serviços ambientais prestados (conservação do solo e água, floresta recuperada e floresta conservada), estímulo ao plantio de espécies nativas e de espécies para o uso econômico (eucalipto) e plantios consorciados. Os produtores rurais também poderão cultivar plantas medicinais. Paranaíba em fotos Termina no dia 30 deste mês o prazo de inscrição no primeiro concurso de fotografias, com o tema “Um Olhar sobre a Bacia do Rio Paranaíba”, cujo objetivo é divulgar a importância da conservação do manancial. Mais informações: www.paranaiba.cbh.gov.br/ 13/10/2010 ABES 196 INFORMA 4 mudanças climáticas Desertificação afeta 2 bilhões no mundo Um terço da população mundial, ou 2 bilhões de pessoas, sobrevive em em países subdesenvolvidos que estão em vias de desertificação, disse ao Le Monde o secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Desertificação, Luc-Marie Constant Gnacadja. O secretário, que é arquiteto originário do Benin, lamentou que as reuniões mundiais sobre o meio ambiente não tenham atentado para a desertificação, concentrandose mais nos debates sobre aquecimento global e desmatamento. “Se nós não trabalharmos pela reabilitação de terras degradadas, vamos continuar a degradar a terra e a des26º congresso Programação traz novidades em 2011 Termina no dia 31 de outubro o prazo para remessa de resumos expandidos de trabalhos técnicos destinados ao 26º Congresso da ABES, que será realizado em Porto Alegre de 25 a 28 de setembro de 2011. Para essa edição do evento, a ABES está introduzindo algumas mudanças que deverão resultar em aumento do interesse e da qualidade da programação. Entre essas mudanças está a divulgação do regulamento do Campeonato de Operadores no início do próximo ano, o que permitirá às companhias e serviços municipais fazerem seleção prévia das equipes participantes. Leia o editorial “Bons presságios para Porto Alegre”. SOS Rios do Brasil matar cada vez mais”, alertou. O combate à desertificação é um “desafio estratégico”, explicou Gnadadja, para quem “o custo de agir é menor do que a inação”. Erosão e desertificação em Juazeiro/BA A desertificaONU ção, explicou, afeta as populações da África mais que as mudanças climáticas. “Atualmente, nós morremos por causa da desertificação, embora não seja ainda o caso com o aquecimento global”, disse o funcionário da ONU. Gnacadja apelou para que o assunto seja tra- Gnacadja tado na próxima conferência da ONU sobre mudança climática, que será realizada em Cancún, de 29 novembro a 10 dezembro. eventos Congresso da Aidis em Punta Cana Será realizado em Punta Cana, na República Dominicana, de 7 a 11 de novembro, o XXXII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, promovido pela Aidis. Informações no site da ABES (www.abes-dn.org.br) Em Belém, Saúde Ambiental A Abrasco – Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva promoverá em Belém, de 6 a 10 de dezembro, o I Simpósio Brasileiro de Saúde Ambiental. O evento tem como tema “Ciência e Saúde Ambiental - Teorias, Metodologias e Práxis”. O objetivo do simpósio é debater as principais questões emergentes da relação entre o ambiente e a saúde. Mais informações: http://www.abrasco.org.br/ 13/10/2010 ABES 196 5 INFORMA meio ambiente Cerrado registra recorde de incêndios Dados do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais revelam que se registraram quase 58 mil focos de queimadas no Cerrado entre maio e setembro deste ano. O número é recorde no país em cinco anos. O crescimento desses focos foi de 350% em relação a 2009. O Brasil registra cerca de 300 mil queimadas por ano, de acordo com o serviço de monitoramento da Embrapa . A origem do fogo é essencialmente agrícola, e ocorre geralmente em áreas já desmatadas, com padrões espaciais diferenciados e dinâmica temporal variável. O monitoramento indica que o número de queimadas tem tendência de crescimento anual, tanto em termos espaciais como em intensidade, mesmo se ocorrem declínios em alguns locais ou regiões. Incidência Na Bacia Amazônica, o índice de incidência de queimadas passou de 4,5 queimadas por 100 km2 em 1997 para 7,5 em 1999. No Complexo do Pantanal, principalmente em sua região norte, esse mesmo índice passou de duas queimadas para oito queimadas em área igual. A região Centro-Oeste passou de 37% das queimadas do país em 1997 para 48% em 1999. Os mapas elaborados pela Embrapa indicam que as queimadas são um fenômeno nacional, vinculado essencialmente à atividade agrícola, mas com importante variabilidade espacial e interanual. A Amazônia Legal, por exemplo, concentra mais de 85% das queimadas que ocorrem de forma constante no Brasil. Nas outras regiões, o padrão espacial também é descontínuo e mais difuso, com áreas de maior ou menor concentração. A região Centro-Oeste concentra mais de 35% das queimadas, seguida pelo Sudeste (29%) e Norte (24%). Os estados que mais contribuíram nos últimos três anos são: Mato Grosso (38%), Embrapa Focos surgem sistematicamente nas mesmas regiões Pará (27%), Maranhão (10%) e Tocantins (7%). As áreas muito críticas em termos de queimadas estão situadas em Mato Grosso (20 municípios), Pará (12 municípios), Maranhão (12 municípios) e Tocantins (23 municípios). Em cada estado, esses municípios contribuem para 50% das queimadas. (Fonte: Embrapa) SAE expõe carro ecológico Um carro ecológico é a proposta de uma empresa paulista exposta no congresso da SAE Sociedade de Engenheiros Automotivos em São Paulo. O carro é elétrico e construído em polímeros recicláveis (à exceção do chassi e do motor) reforçados com fibras naturais (obtidas de bagaço de cana, palha de côco, arroz e juta), janelas de policarbonato, com vantagem de redução de peso, resistência e segurança; carpete feito de garrafas PET, iluminação com LED nos faróis e lanternas, e rodas também feitas de polímeros. Plascar Carro elétrico da Plascar usa componentes recicláveis