“Pedra que canta” Carlos Eduardo Paulino Maycon Molina Nunes de Souza Em tupi Itaipu quer dizer “pedra que canta”, pois ao bater no basalto, as águas de Sete Quedas emitiam um barulho característico ao qual os índios atribuíram significado. A imensa usina hidrelétrica (UHE) representa 15% de toda a energia gerada no Brasil, no entanto, está longe do principal centro consumidor, que é São Paulo, perdendo 20% da energia na transmissão, um desperdício absurdo, mas, ainda, considerada, a melhor solução técnica, no caso brasileiro! Pouco, mais ao sul, ao encontrar o rio Iguaçu, outro espetáculo natural, as Cataratas do Iguaçu, ponto turístico de três países, de beleza indescritível, formada por 160 quedas das mais diversas alturas, com destaque para o Salto Osório ou Garganta do Diabo, que atinge 90 metros de altura. De força, impressionante, no verão. Neste ponto o rio adentra em território estrangeiro, delimitando Paraguai e Argentina. Responsável pela fronteira entre Paraguai e Argentina de Puerto Iguazu até Paso de La Patria, nesse trecho o rio, ainda, vai descendo, apresentando várias cachoeiras, algumas como Apipe-Yaciretá, utilizadas para a geração de energia. Do lado argentino temos a cidade de Posadas, do lado paraguaio Encarnación, pois pouco a jusante, deste encontro, encontramos o Grande Salto de Apipe, onde está a UHE que gera 10.000 MW, fundamental para a economia portenha. Desta maneira, o Paraguai, terá como principal produto de exportação, a partir de 2016, a energia elétrica, pois o país consome 2.100 MW, o equivalente a 3 turbinas de Itaipu, as demais produzem energia para o Brasil. No caso de Apipe, toda a produção vai para a Argentina, sendo assim, o país sede sua localização para dar suporte aos vizinhos. A região que acabamos de percorrer é chamada na Argentina de Mesopotâmia, por estar localizada entre os rios Paraná (oeste), Uruguai (leste) e Iguaçu (norte). A Mesopotâmia é uma dentre as cinco regiões argentinas, que são: Mesopotâmia, Chaco, Pampas, Piemonte Andino e Patagônia. Voltando ao rio, a partir de Corrientes, o rio toma novo rumo, dirigindo-se ao sul, a partir deste trecho o relevo vai abaixando suavemente, adentrando ao trecho de planície dos Pampas, se aí, não possui importância na produção de energia, continua fundamental para economia da República Argentina (RA), pois suas águas são fundamentais para manter a fertilidade do escuro solo que suporta as pradarias do sul (pampas ou campanha gaúcha), é nessa região que o país tem grande produção agropecuária, com destaque, para o trigo (importado pelo Brasil), soja (um dos grandes produtores mundiais), cevada, centeio, aveia, sorgo, milho, linho, índigo, frutas, algodão, bovinos (2 cabeças para cada habitante) e ovinos (2 cabeças por habitante), produtos fundamentais para a balança comercial e para a indústria da região (Pampas). Continuaremos com o rio Paraná, na próxima semana. Sucesso.