Modulo 5 Lei de Stevin Simon Stevin foi um físico e matemático belga que concentrou suas pesquisas nos campos da estática e da hidrostática, no final do século 16, e desenvolveu estudos também no campo da geometria vetorial. Entre outras coisas, ele demonstrou, experimentalmente, que a pressão exercida por um fluido depende exclusivamente da sua altura. A lei de Stevin está relacionada com verificações que podemos fazer sobre a pressão atmosférica e a pressão nos líquidos. Uma das aplicações do Teorema de Stevin são os vasos comunicantes. Num líquido que está em recipientes interligados, cada um deles com formas e capacidades diversas, observaremos que a altura do líquido será igual em todos eles depois de estabelecido o equilíbrio. Isso ocorre porque a pressão exercida pelo líquido depende apenas da altura da coluna. Para o fluido estar em equilíbrio estático, cada partícula do mesmo também deve estar em equilíbrio. Consideramos a figura abaixo, que está representando uma partícula de fluido em repouso. dm ⇒ dm = ρd∀ ⇒ dm = ρdxdydz d∀ Onde os termos abaixo recebem os seguintes nomes: dG = peso elementar da partícula de fluido ρ= ∂PX ∂X = Taxa de variação da pressão segundo a direção “x” por unidade de comprimento. ∂PY = Taxa de variação da pressão segundo a direção “y” por unidade de ∂Y comprimento. ∂PZ ∂Z = Taxa de variação da pressão segundo a direção “z” por unidade de comprimento. Como estamos analisando a estática dos fluidos, vamos impor a cada direção a condição de repouso, ou seja, a resultante das forças em cada direção deve ser nula. ∑ dfx = 0 e ∑ dfy = 0 e ∑ dfz = 0 Na direção de “x” escrevemos: ∂P + PX d Y d Z − PX d Y d Z + X ∂ X d d d X Y Z =0 Resolvendo esta equação temos como resultado: ∂PX ∂ X d d d = 0 X Y Z Mas dXdYdZ= d∀ , é o volume da partícula de fluido, que evidentemente não é zero. Logo, ∂PX ∂X =0 ou seja, a taxa de variação da pressão em “x” é nula, o que significa PX = cte. (1ª conclusão) Na direção de” z “escrevemos: ∂P + PZ d X d Y − PZ d X d Y + Z ∂ Z d d d Z X Y =0 Resolvendo esta equação temos como resultado: ∂PZ ∂ Z d d d = 0 Z X Y Mas dXdYdZ =d∀ é o volume da partícula de fluido, que evidentemente não é zero. Logo, ∂PZ ∂Z =0 ou seja, a taxa de variação da pressão em “z” é nula, o que significa PZ = cte. (2ª conclusão) Unindo estas duas conclusões, vemos que os eixos “x e z” formam um plano horizontal e que a pressão ao longo destes não varia, logo podemos concluir que a pressão ao longo de um plano horizontal é constante, num fluido em repouso. Na direção do eixo “y” temos: ∂P + PY d X d Z + ρgd X d Y d Z − PY d X d Z + Y ∂ Y d d d Y X Z =0 Resolvendo esta equação temos como resultado: - ∂PY ∂ Y d d d + ρgd d d = 0 Z X Y Y X Z Mas dXdYdZ = d∀ é o volume da partícula de fluido, que evidentemente não é zero. Logo, ∂PY ∂Y = ρg ou seja, a taxa de variação da pressão em “ y ” não é nula, o que significa que a pressão varia ao longo de “ y ”. Mas se o interesse for analisar não a taxa, mas sim a variação ao longo de um comprimento finito, basta integrar a equação. Logo: ∫ ∂PY ∂ Y = ∫ ρg Neste ponto faremos duas perguntas: 1. 2. A massa específica do fluido é constante com “y” ? E a aceleração da gravidade? Hipótese: Fluido incompressível ( ρ = constante; g = constante). Bem como sabemos, a aceleração da gravidade só varia significativamente com “y” se a variação em “y” for muito grande, o que normalmente não acontece nos problemas de engenharia. Quanto à massa específica, se tivermos avaliando um fluido incompressível, podemos com certeza afirmar que é constante. Logo: PY = ρ .g. y + C onde C é a constante de integração. Conclusão: A equação acima permite o cálculo da pressão em qualquer ponto de um fluido incompressível em repouso. 1º EXERCÍCIO RESOLVIDO: No interior do tanque esquematizado há água, cujo peso específico é 10000N/m³. Determinar a diferença de pressão entre o ponto 1 e 2 que estão distantes verticalmente de 1m. P1 = ρgh1 + P0 P 2 = ρgh2 + P0 P2 − P1 = ρg (h2 − h1 ) = 1000 * 10 * 1 = 10000 Pa = 10kPa 2º EXERCÍCIO RESOLVIDO: No esquema abaixo, temos um reservatório 2 fechado, cuja pressão P0 = 100000N/m . Sabendo que o fluido água apresenta 3 massa específica de 1000 kg/m , determinar: A-) A diferença de pressão entre os pontos 1 e 2 que estão distantes verticalmente de 1m. B-) A pressão P1. (Resposta: P1 = 105kPa ) P1 = ρgh1 + P0 P 2 = ρgh2 + P0 P2 − P1 = ρg (h2 − h1 ) = 1000 * 10 * 1 = 10000 Pa = 10kPa P1 = ρgh1 + P0 = 1000 * 10 * 0,5 + 100000 = 105kPa 1º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO: O esquema abaixo está em repouso. 2 2 2 2 Determinar a altura h. Dados: A1 = 0,1m , A2 = 1,0m , A3 = 0,5m , A4 = 0,2m , 2 3 2 F1 = 100N Patm = 0, P4 = 8000N/m , ρH2O = 1000 kg/m , g = 10 m/s 2º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO: O esquema abaixo está em repouso. Determinar a altura h. 2 2 2 2 Dados: A1 = 0,1m , A2 = 1,0m , A3 = 0,5m , A4 = 0,2m , F1 = 1000N 3 2 Patm = 0, ρH2O = 1000 kg/m , g = 10 m/s 3º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO: O esquema abaixo está em repouso. Determinar a altura h. 2 2 2 2 Dados: A1 = 0,1m , A2 = 1,0m , A3 = 0,5m , A4 = 0,2m , F1 = 1000N 2 3 2 Patm = 0, P4 = 15000N/m , ρH2O = 1000 kg/m , g = 10 m/s 4º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO: O sistema esquematizado está em repouso, na horizontal; podem-se desprezar os atritos. Determinar o valor de P4. 2 2 2 2 2 Dados: A1 = 20cm , A2 = 5cm , A3 = 50cm , A4 = 30cm , P1 = 20 N/cm Patm = 0, F = 1500N, Kmola = 160N/cm, mola distendida de 2 cm. 5º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO: Estando o sistema em equilíbrio. Determinar se a mola está tracionada ou comprimida e sua deformação. Podem-se desprezar os atritos e considerar o ar como fluido incompressível. Dados: D1 = 4 cm, Dpistão = 5 cm, a = 40 cm, l = 160 cm, c = 150 cm, Patm = 0. 3 Gpistão = 5,6 kgf, Kmola = 275 N/m, γHg = 13600 kgf/m , γágua = 1000 3. kgf/m 6º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO: O reservatório A está inicialmente vazio, o B completamente cheio e a válvula V fechada. Ambos os reservatórios tem a mesma altura porem a área da base de B é o dobro da área da base de A. Desprezando o volume de fluído dentro da válvula, determinar a nova altura de fluido no reservatório B em relação à altura inicial quando a válvula V for aberta e o sistema entrar em equilíbrio estático. Desprezar o volume de fluído dentro da válvula. (resposta :h=0,67H) Hb V A 7º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO O esquema mostra um cubo maciço de aresta 20 cm feito com a madeira chamada pinho branco (massa especifica 440 kg/m³) totalmente imerso em água (massa específica 1000 kg/m³). Sobre a massa de água existe uma coluna de óleo que apresenta massa especifica de 800 kg/m³. O cubo é preso à base do tanque por um tirante de dimensões e peso desprezíveis. Considerando a aceleração da gravidade com sendo 10 m/s², determinar a força de pressão atuante na base inferior do cubo maciço de madeira, o peso do cubo e a força no tirante. (respostas: Gcubo = 35,2 N e Ftirante = 44,8 N ) 30 cm óleo 25 cm água cubo 20 cm tirante 8º EXERCÍCIO A SER RESOLVIDO: Oito pessoas, cada uma com massa 80 kg, estão num barco com o formato caixote, medindo 4m (comprimento) 1,5 m (largura) 80 cm (altura), construído com 0,55 m³ de tábuas de madeira cuja massa especifica é 550 kg/m³, impulsionado por um motor de popa de 18 C.V. (1 C.V. =735,5 W) com 60 kg de massa Pesquisas em livros demonstraram que a força de resistência da água pode ser estimada por: Fresis = 0,6 * ρ agua * V 2 A frontal onde a massa especifica da agua é de kg , V é a velocidade e A forntal é a área frontal molhada, isto m3 é, em contato com a água. Determinar: a) O peso do casco de madeira b) Qual a máxima carga de peixe que pode ser colocada a bordo desconsiderando o peso das comidas, combustível e considerando que por questão de segurança, este deve estar flutuando no mínimo 40 cm acima da linha da agua. c) Lembrando que potência é o produto da força pela velocidade, na condição mais crítica de carga, qual será a máxima velocidade possível do barco considerando a água parada? 1000