Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Agos to 2 01 1
O
ilagre
Milagre
14
Felicidade
ouDesespero?
22
Companheiros
de Trabalho
Vida
27
Cheia do Espírito
Agosto 2011
A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
3 Notícias e Imagens
Visão Mundial
8 Redescobrindo o Culto
Verdadeiro
SAÚDE
NO
MUNDO
Tontura ............................ 11
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
PERGUNTAS
A R T I G O
D E
C A P A
O Milagre Hiroshima
Por Ryoko Suzuki ......................................................................... 16
A proteção de Deus durante um dos piores
momentos da guerra.
A Mente Humana Por Floyd A. Sayler.................................. 12
Nossa conexão com a beleza, compaixão e divindade.
ADVENTISTA
Felicidade ou Desespero? Por Jung Park ........................... 14
Como não podemos controlar o que acontece conosco,
podemos controlar a nossa reação ao que acontece.
CRENÇAS
Por Angel Manuel Rodríguez
ESTUDO
DEVOCIONAL
VIDA
BÍBLICAS
Reflexões sobre Um
Dia de Chuva ................. 26
BÍBLICO
Vida Cheia do
Espírito ............................ 27
Por Mark A. Finley
INTERCÂMBIO
25
29
30
31
MUNDIAL
Igreja de Um Dia
Cartas
Lugar de Oração
Intercâmbio de Ideias
FUNDAMENTAIS
Cinco, Dois e Um é a Mesma Coisa
Por Richard A. Sabuin................................................................. 20
O que você está fazendo com os seus talentos?
DESCOBRINDO
O
ESPÍRITO
DE
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
PROFECIA
Companheiros de Trabalho
Por James R. Nix ......................................................................... 22
Como Tiago e Ellen White deram o melhor de si.
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 7, nº 8, Agosto de 2011.
2
Adventist World | Agosto 2011
Tradução: Sonete Magalhães Costa
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
O Ministério da Lembrança
“Hoje, não tenho nada de original
para falar”, disse baixinho o professor da
escola sabatina.
“Estou aqui para estudar com vocês uma história que,
provavelmente, seja a história mais conhecida entre as que
Jesus contou. Tudo que eu destacar no texto, provavelmente já
lhes foi mostrado anteriormente. Meu objetivo é simplesmente lembrá-los do que já sabem ser verdade: que o amor do Pai
é imensurável; que o perdão é real; que a misericórdia ainda
nos alcança mesmo quando estamos muito distantes do lar.”
A lição sobre o filho pródigo se desenrolou a partir desse
ponto sem drama, o ensaio de uma história sobre a qual
milhares de sermões já foram pregados e escritas incontáveis
páginas de comentário. O objetivo, disse o professor, não era
uma novidade, mas a lembrança; um convite a ativar verdades importantes já aceitas, mas muito facilmente esquecidas.
Ouvi suas palavras de bom grado, pois a pressão de dizer ou
encontrar algo novo em nosso estudo das Escrituras, frequentemente obscurece o significado maior da Palavra. Queremos, no
púlpito ou nas classes, uma exibição de capacidade: os oradores
que agradam nossos ouvidos com ensinos desconhecidos,
também nos lisonjeiam como sábios, pessoas inteligentes que
conseguem compreender tal esperteza. Somos, porém, mais
bem servidos por aqueles que usam o sermão de sábado ou a
lição da escola sabatina ou ainda o estudo bíblico do meio da
semana, para nos lembrar das verdades centrais sobre Deus e
Seu caráter, que tão rapidamente são varridas de nossa mente.
Numa era de crueldade e vingança, devemos lembrar que
aqueles que seguem a Jesus são chamados por Ele para “amar
seus inimigos” (Mt 5:44).*
Enquanto a mídia do mundo se diverte com histórias de
extravagância e ganância, devemos ser lembrados de que Jesus
um dia ordenou: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino
de Deus e a sua justiça” (Mt 6:33).
Quando procuramos por pessoas que receberam de Jesus
muitos talentos para servirem Sua igreja, devemos lembrar que Ele
foi radicalmente contra a busca por poder e autoridade: “Se alguém
quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos” (Mc 9:35).
Se o Espírito Santo está satisfeito com o ministério de nos
lembrar o quê Jesus disse (Jo 16:14), então o povo guiado pelo
Espírito também se alegra por ter recebido o ministério de
lembrar, uns aos outros, em um mundo movido pela novidade,
as verdades eternas e imutáveis.
– Bill Knott
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
D A
A S S O C I A Ç Ã O
D A
durante reunião de negócios da Associação da Guiana, na qual os líderes da
igreja homenagearam o ganhador do
prêmio Campeão da Terra das Nações
Unidas, por sua contribuição para a
nação. Jagdeo estava entre vários premiados que voluntariamente dedicaram
tempo e habilidades em prol do povo
da Guiana.
Pregar uma vez por semana para
pessoas já convertidas não transforma
comunidades, Jagdeo lembrou aos
delegados da assembleia.
C O R T E S I A
■ O líder nacional da Guiana, país
da América do Sul, elogiou a Igreja
Adventista do Sétimo Dia pelo trabalho
em prol da comunidade.
“Quero agradecer pessoalmente à
Igreja Adventista pelo maravilhoso
trabalho que está realizando para manter
viva a fé na Guiana, e por ajudar na
complexa tarefa social que estabelecemos
para nós mesmos, como país,” disse
Bharrat Jagdeo.
Seu comentário foi feito no discurso
proferido no dia 25 de maio de 2011,
F O T O :
Presidente da Guiana
Elogia Adventistas
G U I A N A
NOTÍCIAS DO MUNDO
HOMENAGEADO: Bharrat Jagdeo,
presidente da Guiana, aceita homenagem
da Igreja Adventista do Sétimo Dia do
país, por edificar o povo da Guiana.
Durante seu discurso nas reuniões de
negócios da Associação da Guiana, no
dia 25 de maio, Jagdeo elogiou o impacto
que a igreja causa na sociedade.
Agosto 2011 | Adventist World
3
A Igreja em Ação
Parlamento das Bahamas
Reconhece Nova Sede
Adventista
■ Durante as reuniões do parlamento,
em maio de 2011, o líder nacional das
Bahamas disse que essa ilha caribenha
4
Adventist World | Agosto 2011
D A S
I N F O R M A Ç Ã O
E
S E R V I Ç O
D O
C O R T E S I A
F O T O :
“A vida de Jesus foi caracterizada
não apenas pela oração, mas pelo
serviço,” disse ele. “Assim, orar em belos
edifícios não é suficiente, temos que ir
às comunidades onde o povo está.”
Jagdeo reconheceu o papel da
igreja no desenvolvimento nacional,
convidando os adventistas a “fortalecer
o caráter de cada guianense, tanto os
que creem como os que não creem
em Deus.” Ele disse que as evidências
do desenvolvimento e progresso – tais
como melhor acesso à saúde, educação,
emprego e melhores salários – sozinhos,
são inadequados para satisfazer a
necessidade humana.
Em seu discurso, Jageo, que é hindu,
fez várias referencias às Escrituras, e
disse: “A Bíblia contém todas as lições
que precisamos, não importa se somos
ou não cristãos.”
Ele animou a Igreja Adventista a
intensificar seu papel no sistema de
apoio às pessoas com desafios sociais
e econômicos. “A igreja tem que estar
disponível [...] para estender a mão e
ajudar,” disse ele.
Usando o discurso como uma
oportunidade de promover melhor
relacionamento entre as raças nos
cidadãos da Guiana, Jagdeo citou o
princípio bíblico de “amar ao próximo
como a si mesmo”, declarado por Jesus,
no Novo Testamento. “Se seguirmos
esse princípio em nosso lar, em nossa
sociedade, aqui na Guiana, ou no mundo, então [...] nosso relacionamento
com as pessoas será significativamente
melhor,” disse ele.
–reportagem de Barbara Savory, Divisão
Interamericana/equipe ANN
B A H A M A S
NOTÍCIAS DO
MUNDO
APROVAÇÃO PARLAMENTAR: O primeiro ministro da Bahamas, Hubert Ingraham,
apresenta projeto de lei reconhecendo a recém criada União Missão Atlântico
Caribenho da Igreja Adventista, como entidade legal nessa nação insular.
Durante reunião do parlamento, no dia 9 de maio, Ingraham elogiou o ministério
da igreja de serviço à comunidade .
dá as boas vindas à ênfase que a
Igreja Adventista do Sétimo Dia dá à
saúde, fortalecimento da família e
à educação.
“Seu ministério de fé e de programas de serviço social encontra eco em
boa parcela de nossos cidadãos”, disse
o Primeiro Ministro Ingrham, que
apresentou um projeto de lei para
reconhecer a recém-criada União Missão
do Atlântico Caribenho, como uma
entidade jurídica da igreja nas Bahamas.
A medida recebeu voto unânime do
parlamento.
Os líderes da igreja criaram a união
missão ao dividirem a antiga União
Associação das Índias Ocidentais em
duas regiões administrativas: a União da
Jamaica e a União Missão do Atlântico
Caribenho, que inclui as Bahamas, Ilhas
Caimã e as Ilhas Turks e Caicos. Ela
serve cerca de 25 mil membros. A reorganização ocorreu devido ao aumento
do número de membros na região.
Além de receber o reconhecimento
oficial, o projeto de lei votado no dia
9 de maio confere à administração da
igreja nas Bahamas a autoridade para
realizar transações comerciais e de
cumprir as obrigações legais, disse
Leonard Johnson, presidente da União
Missão do Atlântico Caribenho.
Em reportagem para o Bahamas
Journal, falando a favor do projeto de
lei, o parlamentar Tommy Turnquest
disse que a Igreja Adventista nas
Bahamas deve se orgulhar do seu papel
na comunidade, especialmente do seu
trabalho com os jovens.
O parlamentar Fred Mitchell
comentou o trabalho humanitário da
igreja na ilha, citando a distribuição de
alimentos e projeto de reparo de casas.
“Quero agradecê-los por isso”, disse
Mitchell. Outro parlamentar destacou
o alto padrão da educação adventista e
dos programas sociais.
A União Missão Atlântico Caribenho
foi inaugurada em janeiro e é composta
por três associações, uma missão e seis
escolas de ensino fundamental e médio
na região. Ela divide a propriedade
e a administração da Universidade
Caribenha do Norte, em Mandeville,
Jamaica, com a União da Jamaica.
–reportagem de Nigel Coke, ACUM
A S N
F O T O
ADVOGADO ADVENTISTA: Antonio
José Ferreira, adventista do sétimo
dia, cego, é o novo diretor da
Secretaria Nacional de Promoção
dos Direitos de Deficientes (SNPD).
Elinor Wilson, 91, Viúva
de Ex-Presidente da AG,
descansa no Senhor
■ Elinor Esther Neumann Wilson,
91, esposa e mãe de líderes da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, faleceu na
manhã do dia 8 de junho de 2011, em
Dayton, Maryland (E.U.A.).
Seu falecimento ocorreu cerca de
seis meses após a morte de seu esposo,
Pr. Neal C. Wilson (14 de dezembro
de 2010), que por onze anos dirigiu a
Associação Geral, na função mais
elevada do corpo administrativo. Seu
filho, Pr. Ted N. C. Wilson, foi eleito
o vigésimo presidente da Associação
Geral no dia 25 de junho de 2010.
“Minha mãe foi uma pessoa
extremamente leal, atenciosa e incentivadora”, escreveu o pastor Ted Wilson
na edição de junho de 2011 da revista
Adventist World. “Ela me mostrou um
amor pessoal por Jesus como Salvador
e amigo, e incutiu em outros uma fé
R E V I E W
A D V E N T I S T
D A
■ Antônio José Ferreira, adventista do
sétimo dia, que é cego, é o novo diretor
da Secretaria Nacional de Promoção
dos Direitos de Pessoas com Deficiências (SNPD), do Brasil. Ele é membro
da Igreja Adventista da Asa Norte,
Brasília, e seu alvo agora, é canalizar
recursos do governo para ajudar pessoas
com deficiências.
Lembrando-se de sua infância pobre
no interior do estado de Pernambuco,
e a dificuldade que enfrentou na escola,
Ferreira disse que, desde jovem desejou
ajudar a outros em situação semelhante
à sua: “Sempre tive consciência de que
deveria lutar para que os deficientes
desfrutem de uma vida melhor. Assim,
desde muito cedo eu tinha esse propósito e fiz dele o grande alvo de minha
vida. As dificuldades são tremendas,
mas com fé e perseverança estamos
vencendo batalhas”, disse ele.
Ferreira disse que sua fé é importante e que acredita que Deus guiou sua
trajetória: “É um milagre eu estar numa
função tão importante no cenário
A R Q U I V O S
político brasileiro”, explica ele. “Por isso,
continuo a pedir inspiração divina para
contribuir positivamente na melhoria
da vida de cerca de 30 milhões de brasileiros que, geralmente, não conhecem
seus próprios direitos”, diz ele.
Ferreira nasceu cego do olho direito
devido à glaucoma congênita. Aos seis
anos de idade, perdeu a visão do olho
esquerdo por um erro médico. Devido
às dificuldades pela falta de recursos
financeiros e saúde debilitada, ele
começou seus estudos numa escola para
cegos, em Recife.
Na idade de 14 anos, começou sua
militância política e foi eleito presidente
do Sindicato de Estudantes do Instituto
de Cegos do Recife. Aos poucos, seu
trabalho ganhou credibilidade e, em
2008, foi eleito o primeiro presidente da
Organização de Cegos do Brasil (ONCB).
–reportagem de Luzia Paula, Divisão
Sul-Americana
F O T O :
Adventista Brasileiro,
Cego, Serve Deficientes
da Nação
ESPOSA E MÃE DE PRESIDENTES:
Elinor Esther Neumann Wilson, 91,
esposa e mãe de líderes da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, descansou
no Senhor, na manhã do dia 8 de junho
de 2011, em Dayton, Maryland (E.U.A).
simples nos ensinamentos da Palavra e
o que significa ser um cristão adventista
do sétimo dia.”
Elinor Wilson nasceu no dia 21 de
janeiro de 1920, e cresceu em Chicago,
Illinois. Seus pais, Joseph Newmann, de
Budapeste, Hungria, e Theresa Wehrderich de Velgersdorf, Áustria, imigraram
separadamente para os Estados Unidos
e se conheceram em Chicago, numa
comunidade de língua alemã. Quando
Elinor ainda era muito jovem, sua mãe se
tornou adventista do sétimo dia, por meio
de uma campanha evangelística realizada
em alemão, e se uniu à igreja adventista
do sétimo dia alemã, em Chicago.
O pai de Elinor era barbeiro e sua
mãe fazia vários trabalhos ao mesmo
tempo, inclusive de costureira, para
que seus filhos estudassem em escolas
adventistas. Ela faleceu aos 42 anos,
quando Elinor ainda cursava a faculdade.
Elinor Wilson frequentou primeiro
o chamado Emmanuel Missionary
College, conhecido hoje como Andrews
University. Mudou-se, então, para o
Pacific Union College onde conheceu
Neal Wilson. Logo depois de se casarem, em 1942 (relacionamento que
durou 68 anos), prepararam-se para
o serviço missionário em Wyoming, e
em seguida, estudaram o idioma árabe
no Seminário Teológico Adventista do
Agosto 2011 | Adventist World
5
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Sétimo Dia, naquele tempo localizado
em Washington, D.C.
Os Wilson partiram para o Egito em
1944, em plena II Guerra Mundial. O
jovem casal utilizou quase todo tipo de
transporte disponível para realizar sua
viagem através da África até o Egito –
era impossível viajar pelo Mar Mediterrâneo naquele período turbulento.
Durante os anos que passou no Egito,
Elinor Wilson começou a lecionar para
o ensino fundamental, atividade que
continuou a desenvolver quando a família voltou a Maryland. Por muitos anos,
ela lecionou para a segunda série na John
Nevins Andrews School, deixando esse
trabalho para apoiar o ministério de seu
esposo, em suas extensivas viagens.
Neal Wilson foi eleito presidente da
Divisão Norte Americana da igreja em
1966. Serviu ali até ser eleito presidente
mundial da igreja em 1979.
Diferente de seu entusiástico e
extrovertido esposo, Elinor Wilson “não
era necessariamente uma pessoa pública,” seu filho escreveu, “além do fato de
ser uma professora da segunda série,
que amava inculcar as lindas verdades
espirituais em seus aluninhos. Isso ela
sabia como fazer e o fez bem.”
Ela deixa o irmão, Dr. Richard
Dunbar, de Loma Linda, Califórnia; seus
dois filhos: Shirley Wilson-Anderson
e Ted Wilson; quatro netos: Emilie
Wilson DeVasher, Elizabeth Wilson
Wright, Catherine Wilson Renck,
Jonathan Anderson e cinco bistnetos:
Lauren Wright, Matthew Wright, Henry
DeVasher, Charlotte Renck, e Maryanne
Wright. Dois de seus irmãos precederam
sua morte: Sue Miklos e John Neumann Jr.
Uma pequena cerimônia fúnebre
foi realizada durante a semana de 13
de junho. Em lugar de flores, a família
pediu que doações fossem feitas, em
memória de Elinor Wilson, para a Adra,
Ministério da Herança Adventista,
Rádio Mundial Adventista ou Serviço
Cristão para Cegos.
–Mark A. Kellner, Editor de Notícias, com
informação da família Wilson.
6
Adventist World | Agosto 2011
rasil,
BSimpósio
No
sobre oEspírito
M
ais de trezentos teólogos, administradores e pastores,
reuniram-se em Foz do Iguaçu, PR, para o nono
simpósio bíblico-teológico da Divisão Sul Americana
(DSA), entre os dias 19 e 23 de maio de 2011, buscando maior
compreensão sobre a doutrina do Espírito Santo. Vinte e nove
palestrantes de doze países diferentes, examinaram o tema em
seis áreas importantes: Antigo Testamento, Novo Testamento,
história da igreja, história adventista, teologia sistemática e
teologia aplicada.
O orador principal apresentava o assunto, seguido por várias
apresentações de subtemas sobre o mesmo tópico. Cada bloco
era concluído com perguntas e respostas. Os três dias e meio de
apresentações e discussões, totalizaram cerca de 28 horas.
O Pastor Erton C. Köhler, presidente da divisão, em seu
sermão de sábado intitulado “O Espírito Santo e a Terminação
da Obra”, chamou a atenção para a desafiadora tarefa que a igreja
tem diante de si.
Ao apresentar os números da população das grandes cidades
da América do Sul e do mundo, comparado ao número de
adventistas nessas cidades, Köhler perguntou: “Como poderemos
alcançar tantos com tão poucos?” Comparando com a igreja
primitiva, o segredo naquela época e agora, disse ele, é claro em
Atos 1:8: “E receberão poder quando o Espírito Santo descer
sobre vocês.”* E desafiou: “Quando Deus promete coisas grandes,
como vamos nos contentar fazendo coisas pequenas?”
Jiří Moskala, professor de teologia do Antigo Testamento e
exegese, e diretor do Departamento de Antigo Testamento do
Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia, da Universidade
Andrews, deu abertura ao simpósio com um estudo sobre o
Espírito Santo no Antigo Testamento. “O Espírito Santo é uma
pessoa muito humilde”, disse ele, negando a ideia de que o
Espírito seja simplesmente o poder de Deus. O Espírito é o dom
especial de Deus, completou.
John McVay, da Universidade Walla Walla, examinando o papel do Espírito Santo no Novo Testamento, disse: “Os apóstolos
podiam testificar sobre a vida, morte, ressurreição e ascensão. O
que aconteceu em seguida tinha que ser concedido pelo Espírito
Por Clinton Wahlen,
diretor-associado do instituto de Pesquisa Bíblica com
sede na Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia,
escrevendo de Foz de Iguaçu, Brasil.
Santo.” Ligando os pontos, McVay destacou o derramamento
do Espírito no Pentecostes como a certeza da exaltação e
coroação de Jesus no céu.
Merling Alomia, da Universidade Peruana, sumarizou a
importância do Espírito Santo ao longo da história cristã.
Segundo os protestantes, o Espírito Santo usa as Escrituras
como um meio de levar pessoas ao Salvador, Jesus Cristo. A
visão católica, declarada por João Paulo II, descreve o papa
não apenas como o vigário de Cristo, mas também ocupando
o lugar do Espírito Santo, por isso o título “Sua Santidade”.
Alberto Timm, reitor dos seminários de teologia e
diretor do departamento do Espírito de Profecia na DSA,
descreveu o desenvolvimento da compreensão da Igreja
Adventista sobre o Espírito Santo em três períodos, comparando os benefícios da correção da posição (entre pioneiros)
antitrinitária da igreja, com o rápido crescimento na compreensão dos adventistas após o desapontamento de 1844.
L E O N I D A S
BEM PLANEJADO, BEM EXECUTADO: Alberto Timm,
coordenador geral do simpósio teológico, realizado em
Foz do Iguaçu, PR (Brasil), entre 19 e 23 de maio.
G U E D E S
Santo
Angel Manuel Rodríguez, que participou do simpósio
pela última vez, como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica
(BRI) da Associação Geral, colocou uma agenda ambiciosa
diante dos teólogos da igreja para os próximos anos. “Não é
suficiente”, disse ele, “crer que o Espírito Santo é uma pessoa.”
Citando várias alusões ao trabalho do Espírito Santo ao
longo das Escrituras, Rodríguez imaginou o Espírito Santo
como “um profeta bem jovem, andando ao redor do planeta,
banhando-o com poder.”
Abordando assuntos que variaram desde inspiração até
a chuva serôdia, ele disse que devemos trabalhar mais para
estabelecermos nossa compreensão bíblica sobre a chuva
serôdia, incentivando reuniões para orarmos pelo Espírito
de sabedoria. No último dia do simpósio, Rodríguez foi reconhecido com uma ovação, de pé, por ter apoiado esse evento
anual e contribuído, por tantos anos, com ele.
Frank Hasel, diretor do Seminário Teológico Bogtenhofen,
na Áustria, falando da doutrina do Espírito Santo, enfatizou
o papel das Escrituras como o trabalho do Espírito Santo, que
leva as pessoas a aceitar a Palavra de Deus e a obedece-la. “O
Espírito Santo revela Deus e Sua vontade”, disse Hasel. “Ele
torna a Palavra tangível, visível e humana.” E acrescentou que
é o Espírito Santo quem dá a certeza da salvação, inspira confiança nas Escrituras, dá nova vida espiritual, trabalha para
nos transformar à imagem de Cristo e capacita para a missão
e para o evangelismo. Ele também une a igreja por meio do
dom do discernimento para que possa levar a mensagem a
todo o mundo.
Kwabena Donkor, diretor associado do BRI, falou sobre o
delicado equilíbrio entre a igreja e a missão: “Se nossa compreensão do Espírito Santo estiver errada, nossa compreensão, tanto da igreja como da missão, também estarão erradas.”
Donkor salientou que a chamada igreja emergente compromete o paradigma da criação-queda-redenção, e pergunta: “A
missão é teocêntrica ou Cristocêntrica? Se é teocêntrica, então
Deus está usando o budismo, hinduísmo, a cultura e muitos
outros meios para cumprir Sua missão. “Mas,” continuou,
“devemos insistir que a igreja é Cristocêntrica. Devemos ligar
a missão com Jesus Cristo e Sua obra completada.”
Os delegados também elaboraram e discutiram uma
declaração de consenso. O voto foi unânime, após a incorporação de sugestões. O documento afirma que o Espírito
Santo “é a terceira pessoa da Trindade”, e “coparticipante” na
obra de criar e suster o mundo e de redenção da humanidade.
Afirma, ainda, que o Espírito Santo respeita o livre arbítrio de
cada indivíduo e que a igreja depende do Espírito Santo para
o término da missão evangélica. O documento conclui, reafirmando nossa necessidade da chuva serôdia e de reavivamento
e reforma, para realizar a tarefa que nos foi confiada. ■
Agosto 2011 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
bri
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edesco
R
o
a
Verdad
Culto Verdad
8
Adventist World | Agosto 2011
P O P
B E N I A M I N
O Editor da Adventist World, Bill Knott,
recentemente, entrevistou o Pastor Ted
N. C. Wilson, presidente da Associação
Geral, para falar sobre como a ênfase
renovada no reavivamento e reforma
afeta nossa compreensão sobre adoração.
Ouvi muitas das suas mensagens
sobre a Palavra de Deus nos últimos
doze meses, e frequentemente,
ouvi o senhor enfatizando o conselho de Paulo, em Romanos 12:2,
“Não se amoldem ao padrão deste
mundo, mas transformem-se pela
renovação da sua mente, para
que sejam capazes de experimentar
e comprovar a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.” Por que
esse texto tem se tornado cada vez
mais importante no seu ministério?
ndo
ndo
eiro
eiro
Talvez, Bill, seja porque ele tão claramente sumariza o que Deus tem
colocado em meu coração e no coração
dos líderes da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, em todos os lugares, sobre a
importância do reavivamento e reforma
entre o povo de Deus. Desde o início
da igreja de Cristo, Seus seguidores
eram conhecidos como ekklesia, “os
chamados para fora”. Pertencer a Jesus,
segui-Lo como Senhor e Mestre, requer
abandonar alguma coisa – e isso é algo
que pode ser cada vez mais identificado
como as muitas maneiras em que
somos tentados a imitar as práticas do
mundo em nossa vida, e até em nossa
adoração.
Sempre gostei do modo como a
tradução de Phillips exprime a primeira
parte do texto: “Não deixe que o mundo
ao seu redor o aperte em seu molde”.
O povo remanescente de Deus, em
todas as épocas, e especialmente nesses
últimos dias, será tentado a aceitar e
adotar práticas que são essencialmente
opostas à pureza e à verdade do evangelho. Reforma sempre foi o lema dos
Adventistas do Sétimo Dia, e sempre
deverá ser.
O senhor também tem se concentrado
na segunda frase do conselho de
Paulo: “mas transformem-se pela
renovação da sua mente”.
Porque na essência, é nisso que consiste
o reavivamento: na renovação da mente.
Até os fieis seguidores de Cristo podem
se acostumar com as rotinas da vida
espiritual. É por isso que os líderes da
igreja têm apelado tão veementemente
por um período especial de busca
ao Senhor por meio da oração e do
arrependimento, pedindo que o poder
do Espírito Santo seja derramado sobre
aqueles que esperam pela vinda de Jesus
[veja “O Dom Prometido por Deus:
Apelo urgente por reavivamento, reforma,
discipulado e evangelismo”, Adventist
World, Janeiro de 2011; http://portuguese.
adventistworld.org/images/2011-1001/
2011-1001.pdf ]. À medida que
adquirimos nova apreciação por Jesus,
por meio do profundo estudo de Sua
Palavra, e crescemos devido à inspiração encontrada no Espírito de Profecia,
ao permitir que nossa vida e nosso
comportamento diário seja moldado
pelo Espírito Santo, receberemos o que
Paulo chama de “mente de Cristo”
(1 Co 2:16).
Sua ênfase no conselho de Paulo o
tem levado a falar também sobre
a importância do culto na Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Por que,
só agora, esse assunto passou a ter
destaque em sua pregação?
Por mais de 150 anos, a Igreja Adventista
do Sétimo Dia compreende que o culto –
verdadeiro, bíblico, que guarda os
mandamentos – está no âmago deste
movimento. Desde nossos pioneiros,
no grande movimento do Segundo
Advento, ouvimos e respondemos ao
chamado à mensagem do primeiro anjo
para “adorar Aquele que fez os céus, a
terra, o mar e as fontes das águas”
(Ap 14:7), e santificar o sétimo dia de
Deus, o sábado. Isso foi rapidamente
Agosto 2011 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
seguido por um chamado para sair
dos lugares onde obstinadamente se
agarravam ao falso sistema de culto; o
que Apocalipse 14 chama de Babilônia.
E a mensagem do terceiro anjo é um
chamado à adoração persistente e fiel,
não deixando que “o mundo ao redor o
aperte em seu molde.” O culto sempre
foi o cerne de nossa mensagem e missão, e agora, mais do que nunca, precisamos responder ao chamado urgente
para restabelecer nossa experiência de
adoração corporativa baseada nos princípios da Palavra de Deus e na direção
que recebemos do Espírito de Profecia.
do que eu vivesse em quatro diferentes
culturas em minha vida, e ter gasto quase vinte anos morando fora da cultura
norte-americana. Como servo do povo
de Deus, também tive o privilégio de
viajar por dezenas de países, adorando
com centenas de congregações locais,
por cerca de quarenta anos de ministério. Aprendi a respeitar e a apreciar
as expressões de adoração, diferentes
daquelas com as quais cresci.
Quando, porém, chegamos ao básico da vida, às motivações que nos levam
a querer adorar Aquele que fez o céu e a
terra, vemos que as pessoas geralmente
a
Reforma sempre foi
o lema dos Adventistas
do Sétimo Dia, e sempre
deverá ser
Alguns podem dizer que a adoração
é uma experiência altamente pessoal
e particular. Outros defenderão que
deve ser permitido que ela seja
moldada por costumes e preferências
locais, e que cada congregação pode
decidir por si mesma, que estilo de
culto é apropriado no adventismo
dentro do seu contexto.
Em uma família mundial de adventistas, naturalmente temos muitas diferenças e variadas expressões culturais,
incluindo diferenças na linguagem,
estilo musical e sequência do culto.
Deus não quer, e Sua igreja não deve
procurar obter, apenas uma expressão
de culto numa família com cerca de
vinte milhões de pessoas!
Dou glórias a Deus por ter permiti-
10
Adventist World | Agosto 2011
são semelhantes em todos os lugares.
Indo mais ao ponto, os princípios da
Palavra de Deus são os mesmos em
todo o mundo e se aplicam a todos nós.
Toda essa experiência me faz lembrar, e
a muitos outros líderes da igreja – preocupados por sentirem que a cultura
mundana tem nos pressionado – que
existe uma cultura bíblica/celestial para
qual somos chamados.
O senhor crê que, nos últimos anos, a
cultura mundana tem feito incursões
no culto da Igreja Adventista do
Sétimo Dia?
É com dor no coração que digo isso,
Bill, mas acredito que sim. Em minhas
viagens ao redor do mundo, conversando com muitos líderes da igreja, e por
meio das cartas e bilhetes que recebo de
fieis adventistas, tenho me preocupado;
porque vejo que necessitamos urgentemente de “renovar a nossa mente” na
questão da adoração pública.
Muitas práticas que, vistas superficialmente, pareciam inocentes, têm
invadido o culto adventista do sétimo
dia, especialmente nas áreas da oração
e da música. Como Paulo advertiu
há dois mil anos, precisamos estar
especialmente vigilantes para “não nos
conformar com este mundo.” Algumas
práticas de oração, incluindo o que,
às vezes, é conhecida como “oração
centrada”, “labirintos” e “orações
contemplativas”, frequentemente são
associadas aos filósofos não cristãos que
incentivam o esvaziamento da mente. A
oração bíblica, ao contrário, leva-nos a
uma contemplação tranquila e racional
da Palavra de Deus e de Sua fidelidade
que resulta na “mente de Cristo.”
A música, certamente um dos
maiores dons dados por Deus ao ser
humano, tem se tornado de igual modo,
um veículo de incorporação de estilos
e apresentação, que muito frequentemente se esquece de que o verdadeiro
público é o grande Deus do universo,
nosso Salvador Jesus Cristo e o Espírito
Santo. Perguntas simples nos ajudarão a
sublinhar os princípios bíblicos e verdadeiros, tanto da música como da oração
no culto: “Eu seria capaz de orar dessa
maneira na presença de Jesus?” “Eu
cantaria essa canção, ou dessa maneira,
na presença do Santo dos Santos?”
O senhor planeja continuar falando
e pregando sobre esses temas nos
próximos meses?
Você e os milhões de leitores da Adventist
World podem contar comigo! Deus
colocou uma preocupação em meu coração sobre o reavivamento da adoração
bíblica entre nós, como Seu povo, e não
vou deixar de falar nesse assunto, até que
Ele me diga para parar. ■
S A Ú D E
Tontura
N O
M U N D O
Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
Geralmente sinto tontura após a refeição. Será que esse sintoma pode estar
sendo provocado pela falta de açúcar ou excesso de insulina no sangue?
A
lgumas pessoas sofrem uma baixa
nos níveis de açúcar no sangue
após a refeição, se a insulina for
liberada muito rapidamente. Porém, a
hipoglicemia é uma doença, com frequência, diagnosticada indevidamente.
músculos, e os tornam mais eficientes
para suportar as mudanças requeridas
em vários tecidos; assim, caminhe por
30 minutos, diariamente.
2. Beba um ou dois copos com água
entre 15 a 30 minutos antes da refeição.
Consuma mais alimentos integrais,
legumes, óleos saudáveis e proteínas.
6. A baixa da pressão após a refeição,
melhora após 30 minutos a uma hora,
portanto, descanse um pouco. Sente ou
deite por um pequeno intervalo. Muitas
Muitos que reclamam de hipoglicemia, na realidade,
nunca tiveram baixos níveis de açúcar no sangue.
Muitos que reclamam de hipoglicemia,
na realidade, nunca tiveram baixos
níveis de açúcar no sangue.
Existe uma doença conhecida, que
provoca a baixa da pressão sanguínea
após a refeição, chamada de hipotensão
pós-prandial. É possível que seja essa
a causa dos sintomas que você está
sentindo. O ato de comer conduz
sangue para o trato digestivo e, como
consequência, diminui o fluxo no cérebro, nos músculos e em outros órgãos.
Há algumas pessoas cujo mecanismo
de adaptação não é o ideal e, por isso,
podem sentir tontura, fraqueza e até
cair. À medida que as pessoas envelhecem, o mesmo acontece com o sistema
vascular, provocando declínio na sua
adaptação. Há, porém, algumas coisas
que você pode fazer para ajudar:
1. Exercícios físicos regulares tonificam o sistema vascular, assim como os
Isso ajudará a aumentar o volume do
sangue e a reduzir a tendência de queda
de pressão após a refeição.
3. Coma menos do que está acostumado, e mais devagar. Demorar mais
tempo para comer o ajudará a sentir-se
satisfeito após 15 a 20 minutos, fazendo
com que você coma menos e dando
mais tempo para a digestão.
4. Embora duas refeições ao dia reduza
o estresse metabólico que sentimos
após a refeição, algumas pessoas são
beneficiadas com refeições menores
e mais frequentes.
5. Preste atenção no tipo de carboidrato que você está comendo. Alimentos
feitos com farinha e açúcar refinados
como os bolos, pão branco, rosquinhas,
etc., e até o arroz branco e refrigerantes/sucos adoçados, causam um rápido
aumento na absorção com grande tendência para a hipotensão pós-prandial.
pessoas descobriram que trabalham
melhor, que suas funções mentais melhoram e que são mais produtivos após
15 ou 20 minutos de sono.
Nosso conselho é que você discuta
o assunto com seu médico; ele poderá
encontrar algo específico que deva ser
feito no seu caso. ■
Allan R. Handysides, médico
ginecologista, é diretor do
Departamento do Ministério da
Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, médico
cardiologista nuclear, é diretor
associado do Departamento
do Ministério da Saúde da
Associação Geral.
Agosto 2011 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
Por Floyd A. Sayler
T
odo músico profissional que
se apresenta em público utiliza
dois compartimentos da mente,
talvez, de maneira mais singular do
que em qualquer outra profissão. Não
fosse pela incrível capacidade mental,
formada pelo Criador, nenhum artista
poderia comparecer a um palco e tocar
com precisão quase perfeita por uma
ou mais horas, sem que houvesse uma
nota se quer diante de si. Considere,
por exemplo, um pianista que deseja
apresentar um concerto de piano.
Para preparar esse concerto, ele terá
que passar várias horas, todos os dias,
aprendendo, conscientemente, todas
as notas, a fórmula de compasso
(tempo), dinâmica e nuances de
expressão e interpretação. Todos os
inumeráveis movimentos envolvendo
as duas mãos sobre o teclado, assim
como os pés nos pedais do piano
fazem com que o ato de tocar seja um
processo mental bastante complicado.
Mente
A
umana
H
A obra prima da criação de Deus
A Música e a Mente
O que acontece na mente do músico quando está tocando? Enquanto,
conscientemente, ensaia a peça, está
acontecendo um processo maravilhoso
e misterioso. Todas as centenas de notas,
com vários andamentos e dinâmicas,
estão sendo gravadas na região do
subconsciente, junto com sua interpretação e expressão pessoal. Quanto
mais frequentemente a peça é tocada,
mais forte se torna a gravação mental.
Finalmente, a gravação se torna tão
firmemente impressa no subconsciente,
que o repertório todo pode ser tocado
sem que haja necessidade de pensar
conscientemente sobre o mecanismo das
notas e seu andamento. O consciente
mental simplesmente refletirá as linhas
gerais e o fluxo da música. Ele [músico] é
capaz de manter até uma rápida conversa
enquanto toca. Isso acontece porque o
subconsciente se encarregou da apresentação da música, deixando o consciente
livre para fazer outra atividade como
responder a uma pergunta ou fazer um
12
Adventist World | Agosto 2011
comentário. Essa é uma façanha mental
maravilhosa que ajuda a compreender e
apreciar aquilo que o salmista exclamou:
“de modo assombrosamente maravilhoso
me formaste” (Sl 139:14).
Se, o pianista tocar um concerto de
Chopin, deve incluir a “FantasieImpromptu” do autor. Essa peça tem
aproximadamente três mil notas, que
serão armazenadas em sua memória.
Além disso, outras múltiplas anotações
serão armazenadas ali, tais como: o
andamento (tempo) de cada nota, o
volume, o toque (legato ou staccato),
o dedilhado e o pedal. Isso significa que
há cinco anotações mentais para cada
nota tocada, além de, tocar a nota certa!
Isso resulta ao redor de quinze mil
anotações mentais, que serão armazenadas em seu subconsciente, em apenas
uma peça musical. O pianista ainda
pode decidir tocar a Balada de Chopin,
em Lá bemol. Ela tem cerca de 5.400
notas, resultando em cerca de 27 mil
O criador
dotou o ser humano
anotações no subconsciente. Para fazer
um concerto de uma hora, é provável
que o músico tenha um total de aproximadamente 210 mil anotações mentais
no seu subconsciente, prontas para
serem lembradas, quando necessário.
Na verdade, o Criador dotou o ser
humano com um computador vivo.
Este é, infinitamente, mais elaborado e
complexo do que o computador mais
desenvolvido que temos hoje, no moderno mundo da tecnologia. Ellen White
declara que “foi maravilhoso Deus ter
criado o homem e sua mente.”1 É a mente,
ou a capacidade de raciocinar, que
coloca a humanidade acima das outras
espécies de seres e faz do homem a
coroa da obra da criação de Deus. Ele
nos deu um simples diagrama para nos
ajudar a compreender como, na realidade,
esse computador vivo funciona. Em
2 Coríntios 6:16 é mencionado que os
seres humanos são templos onde Deus
deseja habitar pelo Espírito Santo. Essa
passagem cita Êxodo 25:8, onde Deus
disse à Moisés : “E me farão um santuário,
para que eu possa habitar no meio deles.”
Com a planta do santuário, podemos
aprender algo a respeito de nós mesmos,
que é simples, embora profundo.
intelecto, o seu “eu” interior que projeta
sua individualidade e personalidade.
Essa é a parte espiritual da natureza
humana que não pode ser tocada. No
entanto, sua influência é muito real e
poderosa. A Bíblia usa vários sinônimos
para descrever a mente. Termos como:
coração, alma e espírito são comumente
usados referindo-se à mente e suas
funções.2
Lições do Santuário
Cérebro, Mente e Caráter
O santuário foi projetado com um
pátio externo que antecedia o seu interior de dois compartimentos. Da mesma forma, o templo humano também
tem seu pátio externo e um santuário
interior com dois compartimentos.
Paulo refere-se a ele em 2 Coríntios 4:16
quando declara: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o
nosso homem exterior se corrompa,
contudo, o nosso homem interior se
renova de dia em dia.” O pátio exterior
representa o ser exterior, o corpo físico,
que pode ser visto e tocado. Os ossos,
nervos, músculos, cérebro e órgãos do
corpo, são todas partes exteriores do
nosso ser. O pátio interno, com seus
dois compartimentos, representa o lado
consciente e subconsciente da mente: o
Há uma diferença entre o cérebro
físico e a mente. Note a citação a seguir:
“O cérebro é o órgão e instrumento da
mente e controla todo o corpo.”3 Aqui,
o cérebro é comparado a um órgão e
a mente a um organista. O órgão não
pode produzir nenhum som sem o
organista; nem o organista pode tocar
uma nota sem o órgão. Eles são dependentes. “A mente rege o homem todo.
Todas as nossas ações, quer sejam boas
ou más, originam-se na mente […]
Todos os órgãos físicos são servos da
mente, e os nervos os mensageiros
que transmitem suas ordens a cada
parte do corpo, dirigindo os movimentos do mecanismo vivo”.4
Assim, quando o pianista faz sua
apresentação, o subconsciente envia ao
com um computador
vivo, infinitamente
mais elaborado
e complexo do que o
computador mais
desenvolvido que
temos hoje
cérebro as anotações musicais ali armazenadas que, por sua vez, transmite
os sinais para os nervos que guiam os
movimentos das mãos e dos dedos para
tocarem o teclado com incrível precisão,
produzindo o som inspirador que gostamos tanto de ouvir. Esse é, realmente,
um processo mental muito complicado
que normalmente não valorizamos.
Há nisso uma profunda lição
espiritual. Se o pianista for descuidado
com a maneira como estuda as peças
que deseja apresentar, se não toca todas
as notas corretas ou perde o tempo em
algumas passagens, refletirá tudo isso
no palco, quando estiver apresentando
o concerto. Do mesmo modo, se formos descuidados com nosso modo de
pensar, se guardarmos pensamentos
amargos ou impuros, eles serão refletidos em nosso caráter e personalidade ao
nos apresentarmos em nosso cotidiano.
Como o pianista que expressa sua personalidade e individualidade de caráter
numa apresentação; também, nós, refletiremos o caráter e a personalidade no
cotidiano. A importância de fazer uma
boa gravação em nosso subconsciente
é priorizada quando compreendemos
que nosso caráter, ou individualidade,
é a única coisa que poderemos levar
desta vida para a eternidade. Lá, a
mente continuará a se desenvolver e a
se expandir para níveis mais altos de
realizações. Sem os efeitos inibidores
e limitadores do pecado, a mente que
Deus criou como Sua obra prima,
poderá, então, expressar-se completa e
verdadeiramente. ■
1
The Seventh-day Adventist Bible Commentary, Ellen G. White
Comments, v. 6, p. 1105.
2
Compare Mt 26:41; Ez 36:26 e Ef 4:23.
3
Ellen G. White, Conselhos sobre Saúde, p. 586.
4
Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 396.
Floyd A. Sayler é
compositor musical, da
cidade de Oliver, Columbia
Britânica, Canadá.
Agosto 2011 | Adventist World
13
elicidade
F
V I D A
A D V E N T I S T A
Por Jung Park
ou
J
isun Lee era aluna do último ano na Universidade para
Mulheres Ewha, em Seul, Coreia, quando sua vida virou
de cabeça para baixo. Em 2002, um motorista bêbado
bateu no seu carro, causando a colisão de vários veículos. Seu
irmão a puxou para fora do carro em chamas, já com terríveis
queimaduras, e correu com ela para o hospital. No caminho
ele chegou a se despedir dela, dizendo: “Você foi uma irmã
maravilhosa. Nunca vou me esquecer de você. Durma em paz.”
Jisun, entretanto, sobreviveu, apesar de ter 55 por cento
de seu corpo queimado. Antes, Jisun era uma linda mulher,
agora, porém, estava severamente desfigurada.
As vítimas de queimaduras graves na face, geralmente
ficam profundamente deprimidas a ponto de tentar suicídio.
Jisun, no entanto, escolheu assumir uma atitude diferente.
Apesar de terrivelmente traumatizada tanto física como psicologicamente, ela aprendeu a expressar sincera gratidão a Deus
por salvá-la da morte. Com o tempo, Jisun agradecia a Deus,
inclusive, pelas bênçãos que recebeu em meio ao sofrimento.
Jisun queria dividir sua experiência com outros, assim, ela
criou uma página pessoal na Internet, que tem sido visitada
por milhares de pessoas. Que maravilhoso testemunho de
esperança e fé em Deus, mesmo em meio à adversidade!
Uma Questão de Escolha
Ninguém está imune às aflições da vida, inclusive os
cristãos. Às vezes, a adversidade nos torna amargos; outras
vezes, faz perder a esperança. No entanto, pessoas que
escolhem encarar as adversidades de modo diferente, são
capazes de usar sua experiência como um trampolim para a
felicidade e a realização.
Abraham Lincoln disse: “As pessoas serão tão felizes
quanto decidirem em sua mente que serão.” William James
(1842-1910), famoso psicólogo da Harvard University,
14
Adventist World | Agosto 2011
declarou: “A maior descoberta da minha geração é que os
seres humanos podem mudar sua vida, se mudarem suas
atitudes.”1 A Bíblia diz: “Ponham à prova todas as coisas e
fiquem com o que é bom” (1Ts 5:21 NVI).
Lamentavelmente, muitas pessoas escolhem ser infelizes
porque experimentam quase todas as coisas, e ficam com o que
é mau. Não conseguem ver as bençãos que recebem, a todo
tempo, especialmente, quando passam por grande tribulação.
Num esforço por descobrir o que torna a felicidade
possível, Harold Greenwald (1910-1999), psicoterapeuta,
entrevistou pessoas de todas as classes sociais e publicou um
livro intitulado The Happy Person [A Pessoa Feliz]. Ele escreveu: “A [descoberta] mais surpreendente foi a quantidade de
pessoas entrevistadas que eram felizes e satisfeitas [...] e que
haviam passado por traumas, frustrações e derrotas muito
semelhantes aos pacientes que se sentiam miseráveis [...]
Todas as pessoas felizes que entrevistei haviam escolhido não
ser vítimas. [...] Elas escolheram ser alegres. Muitas vezes essa
decisão foi tomada no ápice de uma grave crise emocional ou
física, um acidente quase fatal ou um desastroso divórcio. [...]
As pessoas amargas culpam essas mesmas circunstâncias por
sua infelicidade. Então, por que aquelas pessoas não eram
tristes? Eles… [reexaminaram] seu modo de enxergar [a
vida]. Então, decidiram [...] que eram responsáveis por sua
própria felicidade.”2
O psiquiatra Frank Minirth e Paul Meier, chegaram à
mesma conclusão e escreveram o livro Happiness Is a Choice
[A Felicidade é uma Escolha]. Minirth e Meier, estabeleceram
clínicas de saúde mental para pacientes com depressão em
vários lugares nos Estados Unidos.
Durante o último meio século, as pesquisas têm demonstrado que o tratamento bem sucedido de doenças deve ser
integral. Mente e corpo não são entidades separadas. O Deus
?
que nos fez, diz: “Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em
tudo dai graças, porque essa é a vontade de Deus, em Cristo
Jesus, para convosco.” (1Ts 5:16-18 AA). Como, então, podemos
colocar em prática a Palavra de Deus?
Ellen G. White, uma das minhas escritoras prediletas, escreveu:
“Se olharmos o lado brilhante das coisas, acharemos bastante para
nos tornar bem-humorados e felizes. Se dermos sorrisos, eles nos
serão devolvidos.”3 “Devemos estar arrancando de nossos
pensamentos todas as ervas ruins da murmuração e da crítica.
Não continuemos a olhar para qualquer defeito que vejamos.4
Em Tudo Dai Graças
Deus quer que tenhamos uma atitude positiva quando
coisas ruins acontecem. É impossível nos “alegrarmos
sempre”e “em tudo dar graças”, quando, continuamente,
nutrirmos uma atitude negativa. Pela graça de Deus, o cristão
pode adotar uma atitude positiva em qualquer ambiente e
em qualquer circunstância. Temos um maravilhoso legado
na promessa: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28).
É bom olharmos o lado positivo de qualquer circunstância. É benéfico perguntar, mesmo em meio à adversidade:
“O que posso aprender com isso?” “Como posso crescer?”
e “O que posso realizar como resultado dessa situação?” Se
perdemos toda a esperança e a coragem sempre que nos
deparamos com uma grande dificuldade, talvez, seja porque
não estejamos olhando, regularmente, para o lado positivo.
Visão Pessoal
Eu conheço a adversidade. Convivi com ela todos os dias.
Desde a adolescência até próximo aos trinta anos, sofri de dor
física continua. Sofria de artrite severa, uma doença
chamada ‘espondilite anquilosante’. Às vezes, eu sentia que
A escolha
é nossa
meu sofrimento era muitas vezes maior do que outros
sofreriam a vida toda. Não via esperança para o meu futuro e
cria que, literalmente, estava chegando ao fim da vida.
Entretanto, conforme o tempo foi passando, comecei
a compreender que a pior adversidade havia se tornado a
maior bênção da minha vida. Cresci consciente de que as
lições que estava aprendendo, como resultado do sofrimento,
eram verdadeiros tesouros que não seria possível conseguir
de outra maneira. Aprendi que durante os momentos mais
desesperadores da minha vida, Deus estava mais próximo de
mim. Glórias a Ele! Concentrar-me no que era positivo, como
aprendi nas Escrituras, foi uma das principais razões pelas
quais me recuperei daquela terrível doença.
A vida é uma mistura de desastres e bênçãos, e não devemos tirar conclusões precipitadas das situações difíceis que se
apresentam diante de nós. É melhor procurar o que é “bom “
no “mau”, porquê o bem pode resultar do mau.
O maior desastre na vida pode se transformar numa
grande bênção. Sou prova disso. Assim, quando nos agarrarmos
ao que é bom em nossa vida diária, aprenderemos a estar
contentes sob quaisquer circunstâncias. A escolha é nossa. ■
www.knowledgerush.com/kr/biography/304/William_James/
Harold Greenwald, The Happy Person, p. 15-17.
Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 573.
4
Ibid., p. 789.
1
2
3
Jung Park era aluno do doutorado em
educação em saúde na Universiade de
Loma Linda, quando escreveu este artigo.
Agosto 2011 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
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G AY TA I L
E N O L A
A primeira bomba atômica do
mundo foi jogada sobre Hiroshima,
Japão, no dia 6 de agosto de 1945.
Extrema esquerda: Após a tragédia
da bomba, Dra. Tomiko Kihara
trabalhou incansavelmente
para salvar muitas vidas.
Esquerda: Iwa Kuwamoto
estava a um quilômetro
do local onde a
bomba caiu, e
sobreviveu.
Nota do Editor: Dia 6 de agosto
de 1945, Hiroshima, Japão – primeira
cidade na história a ser destruída por
uma bomba atômica. Apesar da terrível
devastação e perda de vidas, hoje, no
sexagésimo ano desse evento fatídico,
refletimos nas histórias impressionantes
dos membros da Igreja Adventista do
Sétimo Dia de Hiroshima – todos
sobreviveram!
A
sako Furunaka nasceu no dia
12 de agosto de 1921, filha de
um empresário de sucesso
no Japão. Independente e
muito inteligente,
frequentou a escola noturna após
se formar como professora. Aos 32
anos de idade, tornou-se repórter de
um jornal, algo incomum para uma
mulher naqueles dias. Casou com um
professor universitário e, embora não
tivessem filhos, teve uma vida feliz. Um
dia, porém, quando já se aproximava
dos 50 anos, a vida de Asako foi abalada quando seu esposo confessou
ter uma amante e pediu o divórcio. O desespero e a raiva
a oprimiram e a tristeza e
o ódio por seu marido
enchiam seus dias
UMA MISSÃO: Asako
Furunaka queria saber a verdade.
e noites fazendo com que cresse que
nunca mais confiaria em ninguém.
Logo caiu em profunda depressão.
Quando sua vida estava no fundo
do poço, alguém a convidou para ir
à igreja, começando a frequentá-la
regularmente. Ali, aprendeu sobre o
perdão, encontrou esperança na Bíblia
e a paz retornou ao seu coração. No
entanto, naquela época, não conseguiu
se decidir pelo batismo.
Histórias Inacreditáveis
Devido às suas habilidades e qualificações, ela foi convidada para ser
a professora de Bíblia das crianças na
igreja. Muito feliz, aceitou o cargo e
começou a ensinar as lições da Escola
Sabatina para as crianças. Um dia,
a lição relatava a história do livro de
Por Ryoko Suzuki
Salva da
bomba atômica
A R T I G O D E C A PA
Daniel, sobre os três jovens que foram
salvos, embora tivessem sido jogados na
fornalha ardente. Ela contou a história,
mas quando terminou, um dos garotos
exclamou: “Eu não acredito nisso!”
Então, uma das meninas disse: “Eu
acredito porque minha avó sempre me
conta como nenhum membro da igreja
(adventista) em Hiroshima foi morto
quando a bomba caiu naquela cidade.”
Ao ouvir isso, a irmã Furunaka con-
lhaços de vidro chegassem a até 16
quilômetros de distância. A radiação
incrivelmente forte transmitida pela
bomba, provocou, nos que estavam expostos a ela, a perda de todas as funções
corporais e apoptose celular, um tipo
de suicídio das células. Como resultado
da explosão propriamente dita, os incêndios consequentes e as queimaduras
pela radiação, 200 mil habitantes de
Hiroshima perderam a vida.
Nenhum membro da igreja
Adventista foi morto pela bomba
que caiu sobre Hiroshima
cluiu que, embora estivesse ensinando
a lição, ela também não acreditava
naquela história, nem podia acreditar
no que a menina dissera. Ao mesmo
tempo, porém, um pensamento veio à
sua mente – “Eu sou jornalista, não sou?
Então devo ser capaz de descobrir se o
que esta menina está dizendo é verdade
ou não. Eu realmente devo conferir essa
história!” Assim, começou sua pesquisa,
visitando todos os membros da igreja
que haviam estado em Hiroshima na
época da bomba atômica.
Dia Fatídico
Quando a primeira bomba atômica
da história foi jogada em Hiroshima na
manhã do dia 6 de agosto de 1945, tudo
foi destruído, instantaneamente, num
raio de 2 quilômetros; a temperatura
do solo alcançou inimagináveis 6.000º
C. Todas as pessoas vivas, num raio de
4 quilômetros, morreram queimadas.
Foi provocada uma terrível ventania,
com a velocidade de 4,4 quilômetros
por segundo, derrubando prédios
inteiros e fazendo com que os esti-
18
Adventist World | Agosto 2011
Nenhum Adventista Ferido
No meio de toda essa devastação,
seria possível que nenhum membro
da igreja, mesmo os que moravam a
um quilômetro de distância de onde a
bomba caiu, tivesse sido morto ou ferido? Incrédula, a irmã Furunaka começou a visitar, um por um, os membros
da igreja que estiveram lá na ocasião.
O que encontrou foi que, mesmo em
meio às mais terríveis possibilidades de
morte daquele dia, nenhum membro
da igreja pereceu ou ficou ferido. A
garotinha que dissera acreditar que os
três fiéis rapazes foram mantidos vivos
dentro da fornalha ardente, porque sua
avó sempre lhe contava que nenhum
dos membros da Igreja Adventista do
Sétimo Dia de Hiroshima fora ferido,
dissera a verdade.
Durante sua investigação, a irmã
Furunaka ouviu o testemunho de um
membro da igreja, Hiroko Kainou que,
ao ser surpreendida pela fúria do vento,
caiu de joelhos e orou. Embora todos
os vidros da casa tenham quebrado e
voado, ela saiu sem nenhum arranhão.
Todos os outros vinte membros da
igreja adventista de Hiroshima também foram salvos. Apesar de seis deles
já terem falecido pela idade avançada,
os casais Morita e Yoshimura, assim
como os irmãos Sumi, Matasutani
e outros, ainda estão ativos.
A irmã Iwa Kuwamoto que, aos 83
anos, ainda faz evangelismo de sua
casa por telefone e por carta, estava a
um quilômetro do local onde a bomba
caiu. Quando ela conseguiu sair debaixo dos escombros do prédio, pôde ver
a nuvem semelhante a um cogumelo
gigante, que escondeu o sol e envolveu
a terra com sua escuridão. Ela tentou
desesperadamente ajudar seu esposo,
descrente na época, a sair dos escombros, mas os incêndios ameaçavam
engoli-los. Tomando a mão do marido
e chorando, a irmã Iwa disse: “O fogo
está chegando. Não posso fazer mais
nada, então vamos morrer juntos.
Deus sabe de tudo. Por favor, creia em
Jesus Cristo. Eu não posso salvá-lo!”
Seu esposo, porém, disse: “Não, vou
morrer aqui, mas você deve correr por
causa das crianças. Você precisa encontrar as crianças e buscar um lugar
seguro. Faça isso pelas crianças!”
Mais uma vez ela disse: “Não, não
tenho como escapar do fogo. Vou
morrer aqui com você.” Mas seu esposo
não quis ouvi-la. Ele disse: “Não! Eu
estou bem aqui. Por muito tempo me
rebelei contra você e minha mãe, e
não acreditava em Deus. Mas agora
eu creio na salvação de Deus, assim
poderemos nos ver outra vez. Por favor,
por favor, vá encontrar as crianças.
Por favor, vá!” Assim, com lágrimas de
desespero, ela deixou seu esposo ali.
Jogando água em seu corpo enquanto
caminhava, escapou das chamas e,
mais tarde, encontrou seus filhos.
Tomiko Kihara era médica e tinha
sua própria clínica. Havia estado de
plantão na noite anterior e chegara a
casa às duas da manhã, de modo que
A
Maldição
se Transforma em
POR GINA WAHLEN
dormia quando a bomba explodiu.
Embora estivesse a menos de um
quilômetro de distância do centro da
explosão, nada caiu sobre ela e não
teve um ferimento sequer. Assustada
com a explosão, correu para fora
para ver o que estava acontecendo.
Mas, tudo o que pode ver foi o chão
queimado e escuro. Reconhecendo a
seriedade da situação, correu para o
hospital do outro lado da cidade, e ali,
por uma semana, sem descansar ou
dormir, ela atendeu as vítimas, pois
era um dos poucos médicos da cidade
a sobreviver à explosão. Nas semanas
e meses seguintes à tragédia, ela continuou dando tudo de si para ajudar
as vítimas.
Crente de Verdade
Como resultado de ouvir esses
testemunhos, a irmã Furunaka veio
a crer completamente em Deus e foi
batizada. Recebeu, depois, um convite
para falar da fidelidade do Salvador
aos outros, e, aos 58 anos, matriculouse no curso de teologia do Colégio
Saniku Gakuin, no Japão. Após a
formatura, tornou-se pastora da Igreja
Adventista Kashiwa e, mais tarde,
trabalhou como instrutora bíblica na
Igreja Adventista Kisarazu. Mesmo
depois de jubilada, continuou a ser
uma ativa evangelista. Hoje, gozando
de boa saúde aos 88 anos de idade,
ela diz: “Não tenho mais família
aqui na terra, mas Deus me ama e eu
estou contente.” ■
Ryoko Suzuki é bibliotecária
da Divisão Ásia-Pacífico
Norte (NSD), localizada
na república da Coreia.
Seu esposo, Akeri Suzuki, é o secretário
executivo da divisão. O casal pastoreou
igrejas no Japão por mais de trinta anos e
têm três filhos adultos.
Bênção
Bênçã
Devastação na cidade de Hiroshima
Esquerda: Primeira Igreja Adventista do
Sétimo Dia de Hiroshima, dedicada no dia
5 de fevereiro de 1917, e demolida pelo
governo japonês em 1945.
Pedir ao primeiro ancião da Igreja Adventista
do Sétimo dia de Hiroshima para supervisionar a
demolição de sua própria igreja, parecia uma ironia cruel. Porém, era o verão de 1945
e o governo japonês estava inflexível por causa do aumento dos ataques aéreos, e
aquele prédio estava marcado para ser um alvo certo. Tinha que ser demolido.
A bonita estrutura, construída em 1917, serviu como local de reunião dos adventistas em Hiroshima, por muitos anos. A igreja foi um presente de amor de um de
seus membros, Dr. S. E. Tatsuguchi, que adiantou quase todo o recurso necessário
para a construção. No dia 5 de fevereiro de 1917, A. G. Daniells, então presidente da
Associação Geral, e sua esposa Maria, estiveram presentes à dedicação da igreja
de Hiroshima, onde Daniells fez o sermão da cerimônia.
Em menos de três décadas, porém, a igreja foi demolida e seus membros espalhados. Para Morita San, primeiro ancião da igreja, esse ato agressivo por parte do
governo não foi surpresa. Em 1943, foi fundada a Grande Associação Patriótica
Religiosa do Tempo de Guerra no Japão, e essa instituição rapidamente eliminou
toda religião que não estivesse em harmonia com o xintoísmo.
No início da manhã do dia 20 de setembro de 1943, a polícia invadiu a casa de
San, prendendo o ancião da igreja e colocando-o na prisão. Embora fosse solto
mais tarde, foi obrigado a supervisionar a demolição de sua querida igreja.
Mas, o que a princípio parecia uma maldição, tornou-se uma bênção. Por
causa da perseguição religiosa, até 4 de agosto de 1945, a maioria dos membros
da igreja de Hiroshima já havia deixado a cidade. Uns poucos permaneceram,
inclusive Morita San e sua família, que também estavam presentes quando a
bomba foi lançada. Eles, e outros adventistas que ainda estavam em Hisroshima
naquele dia, sobreviveram.
Após a guerra, os adventistas se reuniam nos lares dos membros da igreja
nos arredores de Hiroshima. Em 1951 foi comprado um terreno dentro da cidade e
construída uma nova igreja, assim como a casa pastoral, a escola e, mais tarde,
uma clínica. Ao longo dos anos, seus membros têm sido ativos no trabalho
missionário e a igreja de Hiroshima tem sido uma das mais fortes no Japão.
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NÚMERO 17
F
ui ensinado na classe batismal que se eu utilizasse meus
dons espirituais, Deus me daria outros dons. Após meu
batismo em 1984, descobri que eu gostava de cantar,
ensinar e incentivar as pessoas. Hoje, ainda canto, ensino e
incentivo as pessoas. Não me foram acrescentados outros
três dons espirituais como descrito na parábola dos talentos
(Mt 25:14-30).
Em que aspecto, então, esses talentos são multiplicados?
Qual a diferença entre cinco, dois ou apenas um talento?
E, finalmente, qual é a função do dom espiritual?
Cinco e Dois são Iguais
Para o servo que dobrou seus cinco talentos, o mestre
disse: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu
o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do
seu senhor!” (Mt 25:21).1 O interessante é que o mestre diz
exatamente a mesma coisa para o servo que tem dois talentos
(verso 23). Esse paralelo sugere que cinco talentos e dois
talentos são igualmente considerados como “poucas coisas”.
A recomendação dada a eles é simplesmente a mesma; a
recompensa que recebem não é diferente. Cinco não é mais
do que dois e dois não é mais do que cinco.
Dois e Um São Iguais
A parábola sobre a separação das ovelhas dos cabritos
(Mt 25:31-46), contada por Jesus logo após a parábola dos
talentos, esclarece ainda mais o significado dos cinco, dois e
um talentos. A razão da separação está relacionada ao que
eles fizeram para Jesus: dando alimento quando Ele estava
faminto, dando-Lhe água quando estava com sede, recebendo-O quando Ele era estrangeiro, vestindo-O quando
estava nu, cuidando dEle quando estava doente e visitando-O
quando estava na prisão. Esse conjunto de motivos é repetido
quatro vezes: (1) na declaração do rei para a “ovelha” (versos
35, 36), (2) na pergunta da “ovelha” ao rei (versos 37-39),
(3) na declaração do rei para os cabritos (versos 42 e 43),
e (4) na pergunta dos “cabritos” ao rei (verso 44).
No primeiro conjunto, há seis verbos explicando o que é
feito por Jesus ou para um dos Seus pequeninos irmãos, ou
seja, dando de comer, dando água, hospedando, vestindo,
cuidando e visitando. O interessante é que quando esse
conjunto de motivos é repetido pela segunda vez, os últimos
dois verbos, cuidar e visitar, estão unidos em um verbo:
visitar (verso 43). Isso significa que dois é igual a um e um
é igual a dois. O que desempenha duas funções, realiza um
serviço e o que realiza uma função, faz dois. Portanto, a
questão não é quantos dons possuímos, mas o que fazemos
com eles.
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Cınco,
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esma
Por
Richard
A. Sabuin
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C
Dons para o Serviço
Cinco e Um são Iguais
Quando o conjunto de motivos é repetido pela segunda
e terceira vez, os seis versos citados na primeira se tornam
em cinco, porque Deus se transforma em um. Agora, note
como o conjunto de motivos é repetido pela quarta vez:
“Senhor, quando Te vimos com fome ou com sede ou
estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso,
e não Te ajudamos?” (verso 44). Você percebeu? Os cinco
verbos que permaneceram, agora se fundiram em apenas
um verbo, diakoneo, “servir ou ministrar”. Essa combinação
dos verbos demonstra que alimentar, dar água, hospedar
o estrangeiro, vestir e visitar pode ser resumida em uma
palavra: servir ou ministrar. Isso sugere que cinco talentos
é igual a um talento, e um talento é igual a cinco talentos.
A questão não é quantos dons temos, mas o que estamos
fazendo com eles.
Apenas Dois Grupos
A separação entre as ovelhas e os cabritos em Mateus
25:31-46 demonstra que existem apenas dois grupos de
pessoas: aqueles que servem ao Senhor e os que não servem
ao Senhor; os bons e fieis e os maus e negligentes (verso 26).
Os primeiros dois servos são chamados bons e fieis porque
cumpriram sua responsabilidade como servos do seu senhor
e fazem o seu melhor para o benefício desse senhor. Não é
tanto o fazer que os torna bons e fieis. É principalmente sua
atitude em relação ao senhor – é o ser. Além disso, não são
apenas os atos do terceiro servo (ou a falta deles) que resultou
no rótulo de mau e negligente, mas, também, o que ele pensa
a respeito do seu senhor. Ele diz: “Eu sabia que o senhor é
um homem severo” (verso 24). Com essa percepção errada
sobre o seu senhor esse servo não faz o seu melhor para
servi-lo. E é interessante que ele não reclama por ter recebido
apenas um talento. A imagem correta de Deus e uma atitude
amorosa para com Ele, resulta numa demonstração diligente
e frutífera dos dons espirituais a nós confiados.
Os Dons Espirituais e a Segunda Vinda
A parábola dos talentos não é uma parábola isolada,
mas faz parte dos ensinos sobre a segunda vinda de Cristo
(Mt 24 e 25). Ela deve ser lida e compreendida no contexto da
segunda vinda de Jesus. Com essa luz, o propósito dos dons
espirituais não tem apenas “o fim de preparar os santos para a
obra do ministério” (Ef 4:12), mas, também, prepará-los para
a volta de Jesus.
O objetivo dos dons espirituais não é necessariamente
adicionar dons, mas um ministério frutífero que leve muitos
a Cristo. Cinco, dois ou um é exatamente a mesma coisa.
Estou satisfeito com a quantidade e com o tipo de dom que
tenho. A pergunta é: Estou usando meus dons para o avanço
do reino de Deus? ■
1
Todos os textos bíblicos utilizados foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Richard A. Sabuin, nativo da Indonésia,
é professor de Novo Testamento e diretor
do Seminário Teológico Adventista no
Instituto Internacional de Estudos Avançados
em Silang, Filipinas.
Dons e Ministérios
Espırıtuaıs
Deus concede a todos os membros
de Sua igreja, em todas as épocas, dons
espirituais que cada membro deve empregar em amoroso ministério para o
bem comum da igreja e da humanidade.
Sendo outorgados pela atuação do Espírito Santo, o qual distribui a cada membro
como Lhe apraz, os dons proveem todas
as aptidões e ministérios de que a igreja
necessita para cumprir suas funções
divinamente ordenadas. De acordo com
as Escrituras, esses dons abrangem ministérios como a fé, cura, profecia, proclamação, ensino, administração, reconciliação, compaixão e serviço abnegado
e caridade para ajuda e animação das
pessoas. Alguns membros são chamados
por Deus e dotados pelo Espírito para
funções reconhecidas pela igreja em
ministérios pastorais, evangelísticos,
apostólicos e de ensino especialmente
necessários para habilitar os membros
para o serviço, edificar a igreja com
vistas à maturidade espiritual e promover
a unidade da fé e do conhecimento de
Deus. Quando os membros utilizam esses
dons espirituais como fieis despenseiros
da multiforme graça de Deus, a igreja é
protegida contra a influência demolidora
de falsas doutrinas, tem um crescimento
que provem de Deus e é edificada na fé
e no amor (Rm 12:4-8; 1Co 12:9-11, 27, 28;
Ef 4:8, 11-16; At 6:1-7; 1Tm 3:1-13;
1Pe 4:10, 11).
– Crenças fundamentais dos Adventistas
do Sétimo Dia, No 17
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Companheiros
Reflexões sobre
o Casamento
de
de
Trabalho
Tiago e Ellen White
P
Por
James R. Nix
oucos dias antes do que seria o
sexagésimo aniversário de
casamento de Ellen White, ela
relembrou com carinho a pessoa de
Tiago White, seu esposo, já falecido.
“Nos casamos e assim estamos desde
então. Apesar de ele estar morto, em
minha opinião ele foi o melhor homem
deste mundo. A despeito do que [as
pessoas] possam dizer [...] em minha
viuvez, eu não uniria minha vida com
mais ninguém. Sinto[...] que devo
preservar a memória de meu esposo.”1
Muito em Comum
Tiago e Ellen provavelmente se
encontraram, pela primeira vez, no
verão de 1844. Ambos eram adventistas
mileritas, que ansiosamente aguardavam o retorno de Cristo em 1844. A
despeito de sua saúde, Ellen falava em
reuniões e testemunhava de sua fé
para outros. Tiago era um jovem
pregador entusiasta, que em uma turnê
evangelística de quatro meses, num
período de pesadas nevadas no início
de 1843, converteu mil pessoas.2 Em
relação às suas crenças, os dois tinham
muito em comum.
Poucas semanas após 22 de outubro
de 1844, quando Jesus não retornou
como esperado, Ellen recebeu sua
primeira visão.
Quando exatamente foi a primeira
vez que Tiago ouviu a respeito dela,
não se sabe. No entanto, ele logo se
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uniu ao grupo de amigos de Ellen que
a acompanhavam nas viagens para
testemunhar sobre suas visões.
No dia 30 de agosto de 1846, Tiago
Spinger White, 25 anos e cerca de 1,83 m
de altura, e Ellen Gould Harmon, 18, e
com 1,57 m, se casaram diante de Charles
Harding, juíz de paz em Portland, Maine.3
Esse foi o início de quase 35 anos de
parceria que terminou com a morte de
Tiago, no dia 6 de agosto de 1881.
Vida de Casados
Como recém-casados, Tiago e Ellen
começaram a vida em Gorham, Maine,
morando com Robert e Eunice Harmon,
pais de Ellen. Eles ainda moravam ali
quando ela deu à luz ao seu primeiro
filho, Henry Nichols, em 1847. Mais
tarde, os White tiveram mais três
filhos, James Edson, em 1849, William
Clarence, em 1854, e John Herbert, em
1860. Somente o segundo e terceiro
filhos sobreviveram até a idade adulta.
Durante alguns anos, Tiago e Ellen
viajaram por toda a Nova Inglaterra, o
estado de Nova Iorque e Canadá, realizando reuniões e incentivando a fé dos
novos conversos. Devido às condições
primitivas das viagens naquele tempo,
eles deixaram seu filho mais velho,
Henry, aos cuidados da família de amigos
adventistas, Stockbridge Howland4, por
cinco anos, em Topsham, Maine (EUA).
Obra de Pubicação
No final de 1848, Deus instruiu Ellen
White, em visão, que seu esposo deveria
começar uma revista.5 Só no mês de
julho do ano seguinte, Tiago, que não
tinha dinheiro e pouca educação formal,
conseguiu lançar o primeiro jornal da
igreja nascente, Present Truth (A Verdade
Presente).6 Essa não foi a primeira vez
que Deus falou através de Ellen para o
avanço da jovem igreja. Embora nem
sempre soubesse qual o melhor modo de
agir, Tiago, tanto quanto sabemos, nunca
respondia: “Não! Outra visão, não!” Ao
contrário, ele sempre foi o herói de sua
esposa, seu defensor e editor.
Com o tempo, Present Truth deu
lugar à Advent Review and Sabbath
Herald (Revista Adventista e Arauto do
Sábado), conhecida hoje como Adventist
Review (Revista Adventista). Mais uma
vez, Ellen apoiou o novo empreendimento. Certa vez, quando Tiago chegou
a casa, totalmente desanimado por
não ter dinheiro suficiente para publicar
o próximo exemplar da revista, ela lhe
entregou uma meia cheia de moedas que
para que seu esposo se recuperasse.
Quando o tratamento do instituto de
saúde em Dansville, Nova Iorque, para
o qual ela o havia levado, divergiu do
que ela achava que ele precisava, Ellen
levou Tiago de volta para casa, em
Battle Creek.9 Mais tarde, foram para
Greenville, Michigan.10 Não querendo
que Tiago ficasse inativo, Ellen pediu
Embora nem sempre concordassem
em tudo, o amor e respeito de um pelo
outro… superava tudo
havia cuidadosamente poupado para
uma futura emergência. Havia ali exatamente o suficiente para sanar a crise.7
A Vida Nem Sempre foi Fácil
Em 1852, Tiago e Ellen se mudaram
para Rochester, Nova Iorque. A qualidade de vida era bem primitiva, mas
continuavam trabalhando juntos para
o avanço da igreja. Eles alugaram uma
casa por 175 dólares por ano. A vida
do casal não era fácil. Na sala de estar
abrigavam a nova máquina de imprimir
e vários dos jovens que ali trabalhavam,
também moravam com eles.
De Rochester, os White se mudaram
para Battle Creek, Michigan, em 1855,
onde compraram sua primeira casa.
Durante os anos seguintes, continuaram
trabalhando juntos; Tiago pregava pela
manhã e Ellen falava à tarde. Às vezes,
eles eram desafiados por críticas de
membros da igreja. Na verdade, até seus
filhos, especialmente o segundo, Edson,
foi um grande desafio para eles. Muitas
vezes Ellen era a mediadora entre pai
e filho. A personalidade, muitas vezes
rebelde de Edson, contrastava com a
do seu irmão mais novo, William, que
tendia a ser mais obediente.
Desafios na Saúde
Tiago White sofreu, pelo menos,
cinco derrames, iniciando em 1865.8
Toda vez, Ellen fazia tudo o que podia
aos vizinhos que quando ele pedisse
ajuda para recolher o feno, deveriam
dizer que estavam muito ocupados para
ajudá-lo. Ellen carregava a carroça com
o feno enquanto Tiago arriava e conduzia a parelha de cavalos.11 Algum tempo
antes, ela fizera uma trilha na neve com
os pés, para que ele pudesse caminhar
seguindo suas pegadas.12 Lentamente,
Tiago recuperou a saúde. Ela ficou
muito feliz quando, outra vez, ele pode
voltar ao púlpito para pregar.
Trabalhando Juntos
Ao longo dos anos, os dois sempre
oravam juntos e às vezes até escolhiam
um bosque perto da sua casa para os
momentos de oração em conjunto.
Eram generosos em doar seus recursos.
Ellen White declara, em 1885, que ela e
Tiago haviam doado trinta mil dólares
para a obra de Deus.13 Eles viajavam
a cavalo, de charrete, bote, diligência
e, várias vezes cruzaram os Estados
Unidos de trem. Eles falavam em
escolas, tendas, bosques, igrejas, celeiros,
reuniões campais e nas casas das
pessoas. Também fundaram instituições,
escreveram artigos para as revistas que
Tiago iniciara e até acamparam juntos
no Colorado. Logo no princípio,
quando paravam para comer, Tiago,
às vezes, escrevia artigos usando a aba
de seu chapéu como escrivaninha,
enquanto Ellen preparava a refeição.
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Embora nem sempre concordassem
em tudo, o amor e respeito de um pelo
outro somado ao objetivo comum de
preparar pessoas para se encontrar com
Jesus, superava tudo. Entretanto, quando
Tiago teve a ideia de liderar uma caravana de carroças do Texas ao Colorado,
em 1878, Ellen não ficou contente. A
despeito de suas reservas, porém, ela o
acompanhou para arrumar as camas,
todas as noites, e preparar as refeições.
Mesmo assim, as chuvas torrenciais não
facilitaram a viagem pra ninguém!14
alteraram em muito seu humor, tanto
que ele decidiu ir sozinho a uma viagem de palestras, enquanto Ellen ficou
em casa, em Oakland, Califórnia, onde
moravam.17
Embora Ellen não compreendesse
exatamente o que estava causando esse
tipo de comportamento no seu esposo,
suas cartas revelam uma mulher que
amava muito seu marido. Tiago tinha
grande consideração pelas mensagens
que Deus, às vezes, enviava a ele por
meio de sua esposa. De fato, após
nunca vacilou. Em 1874, ele recomendou que seu filho Willie desse à sua
mãe o que ela precisasse. “Tenha o mais
terno cuidado para com a sua querida
mãe [...] Não concorde com suas ideias
de economia, levando-os a sofrer privações.” Sempre generosa com os outros,
Ellen era bem econômica quando precisava gastar dinheiro consigo mesma.18
Ellen, por sua vez, também expressava
sua preocupação e carinho por Tiago.
Em 1878, quando o deixou de férias no
Colorado enquanto participava de
A música era parte importante do
ministério que Tiago e Ellen compartilhavam. Geralmente, em sua casa,
cantar era parte dos cultos em família.
Tiago compilou quatro dos primeiros
hinários usados pelos pioneiros
adventistas.15 Certa ocasião, Tiago
estava presidindo uma assembleia da
Associação Geral. A vida era difícil.
No intuito de animar as pessoas, ele
convidou sua esposa e, juntos, cantaram
um dueto que alcançou com sucesso o
seu objetivo.16 Em vários aspectos, eles
faziam um trabalho de equipe.
admoestá-la, por carta, para que não
lhe escrevesse meros conselhos de esposa, disse-lhe que se Deus lhe enviasse
uma mensagem para ele, ela deveria
enviá-la! Apesar de estar tremendamente enfermo naquele tempo, Tiago
reconhecia sua profunda necessidade
da ajuda divina, por isso não queria que
sua esposa omitisse nenhuma mensagem especial para ele. Mesmo assim,
nos anos seguintes e até sua morte,
em várias ocasiões diferentes Tiago e
Ellen concluíram que seria melhor
trabalharem separadamente, seguido
de períodos de esforços combinados.
A despeito do comportamento
excêntrico de Tiago, resultante dos
derrames, seu amor por sua esposa
algumas reuniões campais, ela escreveu
para ele: “Podemos escrever no inverno.
Deixe isso de lado agora. Livre-se
de todo fardo e torne-se um garoto
despreocupado outra vez [...] Faça
caminhadas, acampe, pesque, cace, vá
a lugares onde nunca esteve antes,
descanse e desfrute de tudo. Volte,
então, revigorado para seu trabalho.”19
Mais Desafios
Entre 1873 e 1876 Tiago White
sofreu vários derrames cerebrais. Eles
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Um Exemplo Digno
Cerca de um ano antes da morte
de Tiago que aconteceu num sábado
à tarde, no dia 6 de agosto de 1881,
vítima de malária,20 ele escreveu sobre
Ellen: “Ela tem sido minha coroa
de regozijo.”21 Tiago morreu quatro
dias após seu aniversário de sessenta
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Igreja de Um Dia
Mpasa, Malawi
anos. Quando alguém sugeriu a Ellen
que um monumento de uma coluna
quebrada fosse usado para representar
a vida de seu esposo, ela recusou,
pois achava que isso desonraria suas
notáveis realizações.22 Eles resistiram
às tempestades da vida e nada, além da
morte, quebraria sua união. Hoje, 130
anos após a morte de Tiago, seu casamento com Ellen ainda é um exemplo
de serviço para a igreja que ajudaram
a fundar. ■
1
“Interview With Mrs. E. G. White, RE Early Experiences,” 13
de agosto de 1906, Patrimônio Literário de Ellen G. White,
documento 733c. Essa entrevista foi realizada alguns dias após
o aniversário de vinte e cinco anos da morte de Tiago White,
ocorrida no dia 6 de agosto de 1881.
2
James White, Life Incidents, in Connection With the Great
Advent Movement, as Illustrated by the Three Angels of Revelation
XIV (Battle Creek, Mich.: Steam Press, Seventh-day Adventist
Pub. Assn., 1868), v. 1, p. 96.
3
Certidão de Casamento de Marriage Tiago e Ellen White, Patrimônio Literário de Ellen G. White, sede mundial.
4
Arthur L. White, Ellen G. White: The Early Years, 1827-1862
(Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn., 1985), p. 153.
5
Ellen G. White, Life Sketches of Ellen G. White (Mountain View,
Calif.: Pacific Press Pub. Assn., 1915), p. 125.
6
A. L. White, p. 167.
7
Ibid., p. 272.
8
Gerald Wheeler, James White, Innovator and Overcomer
(Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn, 2003), p. 216.
9
Arthur L. White, Ellen G. White: The Progressive Years,
1862-1876 (Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn.,
1986), p. 118-127.
10
A grafia correta é “Greenville,” não “Greeneville.”
11
A. L. White, The Progressive Years, p. 166, 167, 172, 186, 188, 189.
12
Ibid., p. 161.
13
Manuscritos de Ellen G. White 35, 1885.
14
Arthur L. White, Ellen G. White: The Lonely Years, 1876-1891
(Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn, 1984),
p. 107-112.
15
Virgil Robinson, James White (Washington, D.C.: Review and
Herald Pub. Assn, 1976), p. 146.
16
William A. Spicer, Pioneer Days of the Advent Movement
(Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1941),
p. 163, 164.
17
A. L. White, The Progressive Years, pp. 442-445.
18
James White to W. C. White, July 5, 1874, in A. L. White,
The Progressive Years, p. 439, 440.
19
Ellen White para James White e filhos (carta1, 1878), em
A. L. White, The Lonely Years, p. 94, 95.
20
Telegrama de Dr. J. H. Kellog para W. C. White. Documento do
Patrimônio Literário de Ellen White, documento 720.
21
Life Sketches: Ancestry, Early Life, Christian Experience, and
Extensive Labors of Elder James White, and His Wife, Ellen G.
White (Battle Creek, Mich.: Steam Press of the Seventh-day
Adventist Pub. Assn., 1880), p. 126.
22
Ellen G. White, Mensagens Seletas, V. 1, p. 105 (Casa Publicadora
Brasileira).
James R. Nix é diretor
do Patrimônio Literário
de Ellen G. White, situado
na sede mundial da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver
Spring, Maryland, E.U.A.
A
nova igreja de aço se
estende debaixo de uma
árvore gigante. O brilho
dos pilares galvanizados destaca o
tesouro da aldeia – o telhado de aço.
Há quinze anos, a congregação
adventista do sétimo dia em Mpasa,
Maláwi, começou a construir seu novo prédio para os cultos. Embora não
houvesse recursos para o telhado, conseguiram fabricar tijolos e secá-los sob o
sol africano.
Eles usaram o barro vermelho do rio para a argamassa, e construíram paredes
altas o suficiente para suportar um telhado forte.
Em seguida vieram as chuvas e, em poucas semanas, as paredes se transformaram em montes de barro.
Assim, eles começaram de novo: novos tijolos, barro vermelho do rio, fortes
paredes e o céu como telhado.
Então, chegaram as chuvas, e tiveram de começar tudo de novo!
Seis vezes eles fizeram o seu melhor, sempre orando para que Deus providenciasse um telhado. Cinco pilhas de barro, e agora, quatro grandes pilhas de tijolos
estavam perto da sua nova igreja de um dia, feita de aço.
“Esperamos quinze anos por esse dia”, disse o irmão Maranatha. “Nesta tarde,
vamos começar a colocar os tijolos sob o telhado de aço. Deus respondeu às
nossas orações!”
Mais tarde, naquele dia, duas senhoras da vila, caminhando pela estrada daquela
comunidade, viram a nova estrutura de aço da igreja de um dia e perguntaram ao irmão
Maranatha se elas podiam comparecer à igreja no sábado. “Se o seu Deus deu um
prédio tão forte a vocês”, disseram elas, “gostaríamos de conhecer mais sobre Ele.”
A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do
Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI)[Federação de
Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. A iniciativa da Igreja
de Um Dia foi inicialmente criada e desenvolvida por Garwin
McNeilus, empresário de Minessota e membro da ASI.
Estas histórias chegam até você, todos os meses, por meio
de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” da Maranatha.
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P E R G U N TA S B Í B L I C A S
P E R G U N TA :
Segundo a Bíblia, qual é a
origem da chuva?
N
ão sei se compreendi o objetivo da sua pergunta, mas
presumo que você está interessado em demonstrar
como a percepção bíblica da chuva, como um
fenômeno natural, difere da visão científica contemporânea.
Provavelmente, seja desaconselhável qualquer comparação, uma
vez que a Bíblia foi escrita muito antes de surgir no ocidente,
o interesse pela ciência. Estudiosos críticos, considerando a
Bíblia como filha do antigo Oriente Próximo, concluíram
que, respeitando as operações
do mundo natural, ela corresponde às conclusões mitológicas das culturas circunvizinhas.
A visão bíblica da chuva não
apoia essa perspectiva. A chuva
é um fenômeno surpreendentemente complexo.
1. Chuva do Céu: A associação da chuva com o céu é
natural, baseada na observação: a chuva cai do céu
(“Mas a terra [...] bebe chuva
do céu” (Dt 11:11). Segundo
os estudiosos críticos, os
hebreus criam num oceano
cósmico acima do firmamento e, ocasionalmente, suas
janelas eram abertas e terríveis chuvas caíam (Gn 7:11).
Outros textos dão a impressão
de que encontramos no céu
garrafas cheias de água, e sempre que Deus as inclina, a água
cai na terra (Jó 38:37). Essas sugestões precisam ser avaliadas.
Primeiro, a Bíblia não ensina que o firmamento é uma
abóboda sólida que retém águas cósmicas. Isso pode ser parte
da mitologia antiga, mas não é bíblico. Segundo, a linguagem
de reservatórios, garrafas e janelas, são obviamente metafóricas. As janelas do céu também são mencionadas junto com as
bênçãos, pão e problemas vindos do céu (Ml 3:10; 2Rs 7:2;
veja Sl 78:23; Is 24:18). Tanto quanto eu saiba, ninguém
jamais sugeriu que essas janelas devem ser compreendidas
como literais. Terceiro, os israelitas sabiam que a chuva caía
durante a estação das chuvas (Jl 2:23), e que ela caía das
nuvens (Ec 11:3). Eles também sabiam que o vento do norte
trazia chuva (Pv 25:23).
2. A Origem da Chuva: Como, segundo a Bíblia, a água
vai para o céu ou para as nuvens? Os israelitas tinham um
método natural para explicar esse fenômeno, ou simplesmente diziam: “É Deus quem faz isso”? Há uma resposta
que não exclui Deus. Primeiro, deveríamos indicar que as
nuvens “desde os confins da terra” (Sl 135:7; Jr 10:13), pode
referir-se ao oceano (1Rs 18:44) carregado de água (Jó 26:8).
Essa água não vem de um oceano cósmico acima do
firmamento, mas da terra. Segundo, os escritores bíblicos
tinham uma noção básica do ciclo da evaporação: “Porque
atrai para si as gotas de água que de seu vapor destilam
em chuva, a qual as nuvens [Heb. šeúa-qîm, “nuvens, céu”]
derramam e gotejam sobre o homem abundantemente –
(Jó 36:27, 28, AA). Note o processo: Deus atrai as gotas de
água transformando-as
em vapor (vaporização),
o vapor transforma-se em
líquido (condensação) e cai
do céu/nuvens em forma de
chuva (precipitação). Deus
não foi excluído porque é
por meio do Seu poder que
tudo isso acontece.
3. É Deus Quem Faz
Isso! Chuva na Bíblia é
simples, embora misteriosa,
previsível e imprevisível; ela
alimenta a vida e a destrói.
Embora os hebreus tivessem
Por
boa compreensão sobre o
Ángel Manuel
assunto, sempre ficavam
Rodríguez
maravilhados com o seu
significado, creditando ao
Senhor essa maravilha:
“Ele realiza maravilhas
insondáveis, milagres que
não se pode contar. Derrama chuva sobre a terra, e envia
água sobre os campos” (Jó 5:9, 10). Esse senso de admiração
é expresso em louvores ao Senhor: “Cantem ao Senhor
com ações de graças; que cobre de nuvens os céus, prepara
a chuva para a terra” (Sl 147:7, 8). Mesmo não sendo
capazes de compreender todos os aspectos do fenômeno,
principalmente, quando assumia a forma de tempestade,
eles sabiam que Deus o compreendia muito bem (Sl 29).
Ao dizer “Deus fez isso”, mostravam gratidão e nunca
consideravam a chuva como garantida. Ela era, sempre,
um presente do Senhor. ■
Reflexões
de
ia
D
Chuva
sobre um
26
Adventist World | Agosto 2011
Angel Manuel Rodríguez recentemente aposentou-se como
diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.
E S T U D O
B Í B L I C O
Vıda
Cheıa do Espírıto
PorMark A. Finley
Em sua vida cristã, alguma vez você já se sentiu impotente contra o pecado? Você já errou
repetidas vezes e se pergunta por quê? A Bíblia tem algumas respostas. Nesta lição, examinaremos os segredos da vida cristã vitoriosa. Compreender o mistério do Espírito Santo, faz
toda a diferença. O Espírito realiza em nós o que é impossível realizarmos por nós mesmos.
1.
Como todo crente é capacitado por Cristo para vencer as tentações de Satanás?
“Oro para que, com as Suas gloriosas riquezas, Ele [Cristo] os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por
meio do Seu Espírito” (Ef 3:16).*
Somos
com
por meio do Seu
2.
.
O que o apóstolo Paulo prometeu para os que estão cheios do Espírito de Cristo?
“Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade” (2Co 3:17).
Os que estão cheios do Espírito recebem
.
Qual é outra palavra para liberdade?
A presença do Espírito Santo em nossa vida nos liberta do ódio, da amargura, do ressentimento
e da cobiça. Somos libertos da escravidão do pecado pelo maravilhoso poder do Espírito
Santo (Rm 8:15).
3.
Leia o texto a seguir e descreva, em suas palavras, o que significa andar no Espírito.
“Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, […] a lei do Espírito de vida me
libertou da lei do pecado e da morte[…] Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a
carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja.
A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz” (Rm 8:1, 2, 5 e 6).
Nesses versos, o apóstolo Paulo claramente descreve a vida cheia do Espírito. Caminhamos
no Espírito quando reclamamos, pela fé, as promessas de Deus e permitimos que o Espírito
Santo molde nossa vida e transforme nosso comportamento. Andar no Espírito significa
dar permissão, para que Ele transforme o processo de nossos pensamentos e molde o
nosso caráter.
Agosto 2011 | Adventist World
27
4.
Quando o Espírito Santo habita em nós, quem reside em nós, realmente?
“Os que obedecem aos Seus mandamentos nEle permanecem, e Ele neles. Do seguinte modo sabemos que Ele
permanece em nós: pelo Espírito que nos deu” (1Jo 3:24).
Cristo habita em nós por meio do Seu Santo Espírito. O Espírito Santo em nós dá testemunho de Jesus e produz o fruto do Espírito, as qualidades da vida de Jesus em nossa vida.
Não vivemos a vida cristã sozinhos. Somos capacitados por meio do Espírito Santo.
5.
Quando o Espírito Santo habita em nós, qual é o Seu objetivo final?
“Ora, é Deus quem faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como Sua
propriedade e pôs o Seu Espírito em nosso coração como garantia do que está por vir” (2Co 1:21, 22).
Ele nos
e nos pôs o Seu Espírito em nosso
como uma
.
O objetivo final do Espírito Santo em nossa vida é nos “selar”. O que significa sermos selados?
Nos tempos antigos, um selo autenticava um documento. Para os cristãos, o selamento é
o processo pelo qual o Espírito Santo nos desperta o desejo de viver em harmonia com a
vontade de Deus, e nos capacita a lhe obedecer. Quando o Espírito Santo muda nossa vida,
leva-nos a viver uma santa vida de obediência. A transformação que acontece em nós é
uma garantia de que somos cristãos autênticos.
6.
O que acontece se falhamos em responder à convicção do Espírito Santo e nos
recusamos a permitir que Ele viva em nossa vida e molde nosso comportamento?
“Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção” (Ef 4:30).
7.
Qual é a maior evidência de que somos filhos de Deus?
“O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:16).
O Espírito
ao nosso espírito que
O Espírito Santo, quando habita em nós, traz profunda paz e alegria ao nosso coração.
Sabemos que somos Seus filhos. Essa segurança nos capacita a vivermos com esperança
no meio deste mundo de doenças, sofrimento e morte. Por meio do Espírito Santo, temos
confiança de que nosso Pai celestial, um dia, consertará todas as coisas erradas e nos
levará para Seu lar eterno, onde o mal já não existirá e o amor reinará eternamente.
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional
O capítulo final da série
sobre o Espírito Santo será
“A Vida de Oração
de Jesus.”
28
Adventist World | Agosto 2011
.
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Da Ignorância ao
Conhecimento
A história de Adugnaw Worku, “Da
Ignorância ao Conhecimento” (maio
de 2011), é muito
inspiradora. Oro para
que os jovens que
leram o artigo sejam,
também, inspirados e animados a seguir
os seus passos. A educação adventista não
é apenas para ricos e jovens, mas para
todos os determinados, diligentes e que
perseguem firmemente um objetivo, com
a direção e as bênçãos de Deus.
Rosie Clamor Abraham
Londres, Inglaterra
A Esperança do Novo
Nascimento
Fui tocado pelo poema “Novo Nascimento”, escrito por Kathryn Barnett
Elting (fevereiro de 2011). Há uma
mensagem de esperança em seu poema.
Quando o Espírito Santo vem a nós e
nos convence de nossos pecados, fraquezas e transgressões, um novo nascimento
de nossa velha natureza se abre à nossa
frente e se torna realidade. Há coisas a
serem abandonadas, como Paulo, que
considerou sua riqueza, honra e formação acadêmica como insignificante
prestígio mundano – também, descrito
pelo autor do poema. Em nossa visão,
coisas terrenas como talentos, honra,
riqueza e prestígio não são contrários à
nossa fé cristã, enquanto não estiverem
acima da lei e dos mandamentos de Deus.
Contanto que Deus esteja acima em
nossas prioridades (tal como obediência
aos Seus mandamentos), não importa
onde estejamos ou o que façamos,
se não violarmos a vontade de Deus,
estaremos no caminho certo.
Lawrence Tesoro
Quezon City, Filipinas
Quando Alguém se Importa
Na Adventist World, edição de janeiro de
2011, Jean Cummings respondeu à história de Sudha Khristmukti, “Mustaq”
(outubro de 2010). Por que Cummings
ficou tão surpreso e chocado com a
história de Mustaq? Em quase todas as
escolas, ao redor do mundo, algumas
pobres crianças são desprezadas e
ridicularizadas em graus variados.
Eu fui uma dessas crianças e, infelizmente, após ser aceita, fiz o mesmo
com outra criança. A intimidação,
em qualquer grau é inaceitável.
Conheço a Sudha e sua família
muito bem. Seus pais, hoje já falecidos, cursavam dois anos a minha
frente na escola de medicina. Sudha
nasceu quando faziam residência. Aí
nossos caminhos seguiram outros
rumos e fomos servir em diferentes
hospitais missionários, da Índia. Por
isso, fiquei muito interessado quando li
o artigo de Sudha, alguém que conheci
apenas quando bebê.
Consegui fazer contato com ela.
Essa história aconteceu quando ela
estava na escola, que era cristã, porém
não adventista. Há muitas dessas
escolas na Índia. A maior parte dos
alunos ali, não é cristã, mas crianças
adventistas em escolas adventistas, às
vezes, também intimidam e desprezam. No caso de Mustaq, alguém se
importou, e foi Sudha, uma cristã que,
demonstrando espírito cristão, reuniu
seus amigos para ajudar o garoto.
Cummings está certo em salientar
que coisas tão tristes, às vezes, acontecem em nossas igrejas.
Eric Moser
Índia
Por que a
Missão é
Importante?
Sou um pastor
aposentado e
moro na Espanha.
Atualmente trabalho num projeto
de Missão Global
na província da
Ciudad Real, Castilla-la Mancha, onde
organizamos dois novos grupos, Ciudad
Real e Tomelloso. Frequentemente
recebo a Adventist World e quero parabeniza-los por essa revista tão especial.
A última edição que li foi a de outubro
de 2010 e apreciei o espírito de Missão
Global (veja artigo de capa “Por que
a Missão é Importante?” por Stephen
Chavez). Encontrei maravilhosas ideias
nesse artigo, inspiração para ajudar
na conclusão de nosso santo desafio
de preparar o mundo para o glorioso
retorno de Jesus.
Gostei muito do artigo “Fome da
Palavra”, por Sylvia Renz. Identifiquei-me
com sua experiência com a Palavra de
Deus viva. O artigo “A Mais Fascinante
de Todas as Histórias”, por Herbert E.
Coisas terrenas como talentos, honra,
riqueza e prestígio não são contrários à nossa
fé cristã, enquanto não estiverem acima
da lei e dos mandamentos de Deus
– Lawrence Tesoro,
Quezon City, Filipinas
Agosto 2011 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Douglass, é um tema profundo, porém
o autor simplificou e explicou muito
bem, tornando a compreensão simples.
Fiz uma cópia desse artigo e enviei para
um amigo.
Meu desejo é que a revista Adventist
World e a Missão Global provoquem
um alto clamor por todo o mundo.
Moisés Bolaño Herrera
Espanha
Minhas Preferências
Obrigado por publicar mensalmente a
Adventist World. Gosto de ler a revista
toda, especialmente os artigos das
Crenças Fundamentais e Descobrindo
o Espírito de Profecia, pois aprofundam
minha compreensão e fé.
Gosto imensamente dos artigos
de Capa e das histórias do Serviço
Adventista, pois elas despertam em
mim o desejo de testemunhar por
Cristo, do meu jeito simples. Distribuo
exemplares desta revista com não adventistas e desconhecidos, para que possam
encontrar esperança em suas páginas.
Mais uma vez, muito obrigado e que
Deus os abençoe.
Weng Navarro
Makati City, Filipinas
à dinâmica do progresso humano. Por
favor, guarde todos os exemplares que
você encontrar!
Kellys Kaunda
Johanesburgo, África do Sul
Guardo Todos os Exemplares
Título Apropriado
Alguns leitores podem ter o mesmo
hábito que eu tinha todas as vezes que
pegava uma revista: olhar a data e jogar
fora se não fosse a “última” edição.
Continuei com a mesma atitude em
relação à Adventist World, até que num
dia em que estava entediado, comecei
a folhear as páginas das edições
“antigas” [...] Logo me arrependi de
haver descartado tantas revistas.
A Adventist World é a mensagem
de Deus para todos os tempo, imune
O título da Adventist World é muito
apropriado! Como somos agradecidos
pela possibilidade dela ser distribuída,
simultaneamente, em quase todo o
mundo.
Que Deus abençoe a conquista de
unir nossa família adventista em uma só
esperança - Jesus Cristo.
David Evans
Warrington, Inglaterra
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
LUGAR DE ORAÇÃO
Por favor ore por mim, para que eu permaneça longe de todo tipo de pecado e seja
leal à vontade de Deus. Ore também, para
que eu seja promovido em meu trabalho.
Ken, Zâmbia
Por favor, ore por meu irmão que está
na prisão. Ajude-o a arrepender-se
verdadeiramente pelo que fez e voltar
para Deus.
Janet, por e-mail
Peço à equipe de oração que ore pelo
evento que realizaremos a fim de levantar fundos para uma viagem missionária. Ore também por minha filha, para
que seja aprovada nos exames finais e
possa se formar. Obrigada.
Carol, Estados Unidos
Ore por meu filho que está terminando
o ensino médio. Oro para que seja possível a ele, frequentar uma universidade
adventista para receber influência cristã.
Obrigada!
Lillian, Botswana
Peço encarecidamente que ore para que
Deus dirija a vida de meu filho.
Lucimagna, Brasil
30
Adventist World | Agosto 2011
Por gentileza, ore por minha mãe que
está com insuficiência renal. Ela tem
lutado contra essa doença há três anos.
Seipati, África do Sul
Nosso programa da escola cristã de
férias começa em breve. Teremos a participação de cerca de 60 crianças; temos
que providenciar alimento, material,
etc., para cada uma delas. Por favor, ore
para que Deus supra todas as nossas
necessidades e nosso programa seja
bem sucedido.
Ramesh, Índia
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
O
enhor
Sé
FHiel
Neste mês, leitor
conta experiência
sobre o dízimo
á catorze anos, repentinamente, meu pai ficou muito
doente. Ele necessitava de atendimento médico
urgente. O University Teaching Hospital, hospitalescola público, onde costumávamos ser atendidos, estava
enfrentando alguns desafios na época, o que nos obrigou a
levá-lo para um hospital particular. Um bom hospital particular, requer um “bom dinheiro”, e após procurar em minha
bolsa, encontrei K385.264,50 (equivalente a cem dólares),
o único dinheiro que eu tinha para despesas particulares.
Embora tivéssemos algum dinheiro no banco, era sexta-feira,
e os bancos já estavam fechados para o final de semana. Naquele tempo ainda não
existiam caixas automáticos no Zâmbia.
De repente, me lembrei de que tinha um envelope com o dinheiro do meu
dízimo, para entregar no próximo sábado. O envelope do dízimo continha mais
dinheiro do que eu havia encontrado em minha bolsa.
Durante minha vida, sempre apreciei e me esforcei para praticar o princípio do
dízimo que aprendi com meus pais. “Todos os dízimos da terra, seja dos cereais,
seja das frutas, pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor” (Lv 27:30 NVI).
Mas, enquanto nos arrumávamos para ir ao hospital, várias ideias passaram em
minha mente. Finalmente, decidi que levaria o envelope de dízimo comigo para o
hospital, e se as despesas hospitalares ultrapassassem o valor que eu tinha na bolsa,
eu completaria com o dinheiro do envelope e devolveria meu dízimo mais tarde.
Orei ao meu Pai celestial, silenciosamente, racionalizando meu plano e pedindo a
Ele que compreendesse, e segui com meu pai para o hospital.
Papai foi atendido rapidamente, e recebi a conta para o pagamento. Passei os
olhos pela nota e uma inexplicável sensação invadiu o meu corpo. Abri os lábios,
mas as palavras não vieram – eu estava sem palavras! O caixa olhou para mim e,
percebendo minha expressão de surpresa, perguntou: “A conta é muito alta?”
Olhei para ele e respondi: “Não é alta ou baixa; é simplesmente perfeita.”
Esvaziei o conteúdo da minha bolsa e entreguei ao rapaz. A conta era K385.264,50 –
exatamente a quantia de dinheiro que eu tinha na bolsa, até o último centavo!
Ali estava eu, prestes a ser infiel, mas o Senhor permaneceu fiel e interferiu
divinamente na minha decisão. Esse foi um lembrete de que Deus é capaz de suprir
todas as minhas necessidades, e que nenhuma situação é justificável para violar o
Seu dízimo. Dirigi de volta para casa, com meu envelope de dízimo intacto e meu
pai, deitado no banco detrás, alheio ao milagre do dinheiro. Cantei louvores ao
Senhor, agradecendo a Ele por outra grande lição.
O Senhor é fiel. Provai-O (Ml 3:10)! Faça a conexão divina com a fonte da
riqueza e você ficará impressionado com Seus canais de providência.
–por Tracy Lisulo, Lusaka, Zâmbia
B R A N O
H U D A K
/
M O D I F I C A D A
D I G I TA L M E N T E
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação
Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
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Editor Associado
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vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley;
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Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki;
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Adventist World é uma revista mensal editada
simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina,
Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos
Estados Unidos.
Vol. 7, No. 8
Agosto 2011 | Adventist World
31
O Lugar das
PESS
Q U E
L U G A R
É
AS
FR AS E
E S T E ?
DO
MÊS
“Deus nunca nos deixa
à mercê das circunstâncias.
Ele sabe os limites de nossas
forças e de nossa resistência
e estará ao nosso lado
quando necessitarmos.”
–Larry R. Valorozo, durante estudo bíblico em
The Hague, Holanda.
M A R C O S
PA S E G G I
PA R T IC I P E CO N O SC O
Necessitamos de participação nas seguintes categorias:
FRASES ADVENTISTAS (profundas ou espontâneas)
VIDA ADVENTISTA (anedotas curtas, especialmente sobre adultos)
FAMÍLIA DE DEUS (fotos em JPEG de membros da igreja fazendo trabalho
comunitário, adorando, cantando, etc.)
Por favor, envie sua colaboração para The People’s Place, Adventist
World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA. Fax: 301-680-6638.
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será devolvido.
VIDA AD VE N T I S TA
Há alguns anos, eu estava de
viagem para uma reunião campal
em companhia de dois outros
passageiros no avião. O homem à
minha esquerda estava indo para
Columbus, visitar sua irmã. À minha direita estava uma mulher de
negócios que acabara de voltar da
Noruega. Conversei com os dois e
depois de um tempo, abri minha
Bíblia para ler, como frequentemente faço nos voos. Logo, todos
nós dormimos. Minha Bíblia ficou
no meu colo, aberta em 2 Timóteo 1:7. Percebi, mais tarde, que o
homem estava olhando e tentando
ler alguns dos versos!
Quando o avião estava prestes
a pousar, ele perguntou se eu era
pastor. Eu disse: “Sim.”
“Bem”, disse ele, “eu estava lendo
o verso em sua Bíblia, sobre Deus
nos dar o poder do amor e não do
medo! Isso realmente me confortou.” Enquanto estávamos em pé,
esperando para sair do avião, ele
pôs algo em minha mão e disse:
“Deus me impressionou pra dar-lhe
isso.” Eu agradeci mas não olhei até
chegar ao portão. Quando abri minha mão, vi uma nota de 10 dólares.
Contei essa experiência na
campal e disse: “Eu devia ler
minha Bíblia em todos os voos.”
Isso provocou uma boa gargalhada
na congregação, e o dinheiro foi
minha oferta naquele dia!
–Leo Ranzolin, Estero, Flórida (EUA)
K O P I J
P O R
M A R C I N
E N V I A D O
RESPOSTA: No Canadá, um grupo de jovens e líderes jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia Nepean, em Ottawa, Ontário, passaram
uma fria tarde de sábado oferecendo sopa e bebidas quentes para os transeuntes, do lado de fora de um complexo comercial da cidade.
As pessoas que experimentavam a sopa e as bebidas, também recebiam informação sobre a igreja e eram convidadas a participar das
atividades que a igreja oferece ao público, como o curso de cozinha vegetariana.
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Agosto - Andrews University