XI Encontro de Iniciação Científica VII Mostra de Pós-graduação 16 a 21 de outubro de 2006 Ciência e Sociedade EPH0699 A CONSTRUÇÃO DO ESTIGMA "ALUNO-PROBLEMA" KARINA APARECIDA OLIMPIO [email protected] Universidade de Taubaté Serviço Social Noturno ORIENTADOR(A) LEONARDO BARBAGALLO Universidade de Taubaté Serviço Social Este trabalho analisa a produção do estigma “aluno-problema” no Ensino Fundamental, relacionando-o à percepção e interpretação do professor acerca das condições sócioeconômicas e culturais do aluno. Problematiza a experiência do trabalho docente face à diversidade de experiências do aluno e que resultam em diferentes maneiras de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Segundo Goffman, o estigma “marca” o indivíduo, fazendo com que o estigmatizado e os “outros” (re)conheçam-se a partir da “marca”. A Escola e seus agentes educadores produzem expectativas quanto ao que o aluno deve ser e como deve relacionar-se com a educação. Não correspondendo a tais expectativas, poderá ser estigmatizado como “aluno-problema”. Observar e seguir regras de disciplina e de aproveitamento na aprendizagem, são o conteúdo básico destas expectativas. Utilizamos a metodologia da história oral, que objetiva apreender a elaboração de perspectivas e concepções pelos sujeitos. A realidade do sujeito é conhecida a partir dos significados com os quais opera, expressos na narrativa oral que produz. Foram entrevistados três professores de nível I (1ª a 4ª série). Os resultados preliminares apontam o despreparo da instituição escolar na produção da educação na perspectiva da realidade e interesses de segmentos sociais subalternizados e pauperizados, bem como, para o drama cotidianamente vivido por professores, cuja experiência aparece como algo isolado da instituição escolar. Pág. 631