4/12/2012 SUBSTÂNCIA QUÍMICA TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS Profa. Dra. Isarita Martins Malationa D Departamento d de A Análises áli Clí Clínicas i eT Toxicológicas i ló i Faculdade de Ciências Farmacêuticas ORGANISMO EFEITO TÓXICO SUBSTÂNCIA QUÍMICA 1 S U B S T Â N C IA Q U ÍM IC A (A G E N T E T Ó X IC O ) 2 V IA G Á S T R IC A M U CO SA ORAL TRATO G A S T R IN T E S T IN A L O R G A N IS M O V IA D É R M IC A V IA P U L M O N A R OUTRAS V IA S SAN G U E p r o te ín a s d o p la s m a Malationa D E P Ó SIT O S D E ARM AZENAM ENTO F ÍG A D O R IN S PULM ÕES S ÍT IO S D E A Ç Ã O B IL E U R IN A ORGANISMO FEZES 3 EFEITO TÓXICO A R E X P IR A D O IN T O X IC A Ç Ã O R E S P O S T A (S IN A IS E S IN T O M A S ) ELEMENTOS BÁSICOS QUE ENVOLVEM A INTOXICAÇÃO Nutriente: Alimento: substância capaz de fornecer nutrientes plásticos, energéticos e biorreguladores para a manutenção da vida Alimento= nutrientes mistura de nutrientes e não- composto contido no alimento com efetivo valor plástico, energético e/ou biorregulador Nutrientes Não-nutrientes -Carboidratos C b id t (47% IC) - Proteínas(16% IC) - Lipídios (37% IC) - Minerais e vitaminas (micronutrientes, elementos essencias) - SQs SQ naturalmente t l t presentes - Aditivos - Contaminantes 1 4/12/2012 Aditivo direto: são intencionalmente adicionados e seu uso justifica-se por sua habilidade em conservar, melhorar características nutricionais/ organolépticas g p ou contribuir para a produção e processamento de alimentos. Aditivo: qualquer ingrediente adicionado ao alimento intencionalmente, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar características t í ti fí físicas, i químicas, í i biológicas ou sensoriais, durante o processo de fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento Aditivos diretos podem ser considerados em 2 categorias: Aditivos Generally Recognized As Safe (GRAS): são isentos de regulamentação, a menos que uma revisão científica demonstre necessidade de reclassificação Aditivos não-GRAS: utilização controlada e permitida somente para tipos especiais de produtos Ex: nitrato e nitrito em embutidos Classe Justificativa Exemplos Reduzir o consumo Não tóxico nos níveis recomendados mas, em maior quantidade pode ser tóxico tó i Cafeína, sorbitol, manitol Tentar evitar Requer mais testes de toxicidade Heptilparabeno, butilhidroxitolueno (BHT), butilhidroxianisol (BHA) Indivíduos sensíveis Pode desencadear reações alérgicas ou susceptíveis: outros efeitos devem evitar Aspartame, cafeína, betacaroteno, lactose, sulfitos Contaminante: qualquer agente químico, físico ou biológico presente no alimento, sem finalidade específica, podendo causar dano ao organismo ao ser ingerido Aditivo indireto: está p presente no alimento não intencionalmente ou não desejável. Pode penetrar no alimento durante a sua produção, processamento, estocagem ou acondicionamento. Ex: resíduos de antibióticos na carne ou no leite 2 4/12/2012 - De origem animal: Toxicantes naturalmente presentes - De origem vegetal Ex: tetrodotoxina Ex: Glicosídeos cianogênicos: linamarina na mandioca Glicosinolatos: brássicas (repolho, (repolho couve) Glicoalcalóides: solanina na batata Oxalatos Nitratos Toxicidade (Perigo) Capacidade da substância para causar um efeito adverso Risco Probabilidade de ocorrência de efeito sob condições específicas de exposição Avaliação do Risco Processo pelo qual o perigo, a exposição e o risco são determinados Manejo do Risco Processo através do qual são avaliadas as opções políticas e selecionada a medida regulatória mais apropriada com base nos resultados da avaliação do risco e nos interesses sociais, econômicos e políticos Baiacu Peixe Balão Risco aceitável RISCO X BENEFÍCIO Padrões de segurança em Toxicologia de Alimentos JECFA Atribuições Grupos que estabelecem os padrões de segurança Comissão do Codex Alimentarius – FAO/OMS (JECFA- Comitê de aditivos e contaminantes) Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA) Joint FAO/WHO Meeting on Pesticide Residues (JMPR) Probabilidade de que um efeito ou dano seja tolerado p g por um organismo. Ou seja, que o benefício real trazido pelo uso da substância seja maior do que o risco FAO OMS Normas de identidade e Avaliação ç toxicológica g pureza “O rápido progresso da tecnologia de alimentos e toxicologia exige atualização contínua dos conhecimentos relativos à avaliação de aditivos e contaminantes de alimentos.” 3 4/12/2012 Padrões de segurança em Toxicologia de Alimentos Grupos que estabelecem os padrões de segurança Comissão Científica da União Européia É a quantidade de um aditivo ou contaminante (não-nutriente) presente no alimento e expressa em massa/massa ou massa/volume (mg/kg do alimento ou mg/L, mg/L se líquido), que pode ser ingerido por um indivíduo durante toda a sua vida, sem causar efeitos nocivos Administração de Alimentos e Drogas FDA LMP (Limite Máximo Permitido) - quantidade máxima do aditivo que pode estar presente no alimento sem que cause dano d à população l ã exposta t - expresso em ppm ou mg/kg - sempre provisório, tendência diminuir - não existe para substâncias presentes naturalmente É a quantidade de um aditivo ou contaminante no alimento que pode ser ingerida diariamente, durante toda a vida, sem risco apreciável à saúde, à luz dos conhecimentos toxicológicos disponíveis na época de sua avaliação. É expressa em mg/kg de peso corpóreo/dia. Corante Z - LMP = 5 ppm - presente balas, sucos, gelatinas etc t em b l l ti t Questão: - se o LMP não for ultrapassado em nenhum dos produtos acima, podemos ingerir qualquer quantidade dos mesmos? IDA (Ingestão Diária Aceitável) - quantidade máxima do aditivo que ingerida diariamente, durante toda a vida, id parece não ã oferecer f risco i apreciável à saúde, à luz dos conhecimentos atuais - expressa em mg/kg peso/dia LISTA GRAS (geralmente reconhecidos como seguros) – ADITIVOS alimentares - também provisória 4 4/12/2012 Ingestão diária aceitável (IDA) IDA= NOAEL FS NOAEL: maior dose onde não se observa efeito tóxico nos animais de experimentação FS: fator de segurança (fator de 100 para aditivos) Avaliação toxicológica de substâncias químicas presentes (aditivos ou contaminantes) nos alimentos 2. Cálculo da dose que o homem pode ingerir por toda a vida sem risco a saúde Aditivo e praguicida – IDA Contaminantes – Ingestão diária ou semanal tolerável (IDTM, ISTM) 3. Regulamentação para garantir que a IDA não será excedida CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO Dados importantes e relevantes 9Metodologia de fabricação 9Presença de impurezas 9Destino dos alimentos 9Níveis de emprego nos alimentos 9Estimativa da ingestão diária Avaliação toxicológica de substâncias químicas presentes (aditivos ou contaminantes) nos alimentos Envolve 3 estágios g 1. Avaliação toxicológica visando identificar efeitos decorrentes da exposição a níveis elevados e determinar a dose que não provoca efeitos adversos (NOAEL) CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO Exigências de testes não é a mesma para todos os aditivos. Fatores que influenciam: 9Toxicidade química) 9T i id d esperada d ((estrutura t t í i ) 9Níveis de exposição 9Ocorrência natural dos alimentos 9Uso em alimentos tradicionais 9Conhecimento de efeito no homem Avaliação toxicológica de substâncias químicas Evidências que podem dispensar estudos toxicológicos detalhados e ensaios a longo prazo 1. Os metabólitos formados pelo aditivo se encontram naturalmente presentes no organismo, em concentrações superiores àquelas que derivam do uso do aditivo 2. Aditivo contribui com apenas uma pequeno quantidade de metabólitos também formados por componentes naturais do alimento 5 4/12/2012 Avaliação toxicológica de substâncias químicas Evidências que podem dispensar estudos toxicológicos detalhados e ensaios a longo prazo 9 Incondicional. Ex. sacarina e seus sais (0-5 mg/kg/dia) 9 Temporária. Ex. galato de octila (0-0,1 mg/kg/dia) 9 Não-especificada. Ex. celulose microcristalina, sorbitol 9 De grupo. Ex. sorbatos (0-25 mg/kg/dia) 3. Composto não é absorvido pelo organismo 4. Aditivo, antes da absorção, é degradado a compostos bem conhecidos e reconhecidamente seguros CONTAMINAÇÃO QUÍMICA DE ALIMENTOS IMPACTO NA SOCIEDADE Fontes INTOXICAÇÃO AGUDA POLUIÇÃO INDUSTRIAL DO AMBIENTE Hg Cd PCB’s INTOXICAÇÃO CRÔNICA CARCINÓGENOS Praguicidas Fármacos de uso veterinário Fertilizantes ASPECTOS ECONÔMICOS EXPORTAÇÃO DE ALIMENTOS Nitrosaminas HAP (benzopireno) CONTAMINAÇÃO FÚNGICA ACÚMULO LATÊNCIA LONGA PRÁTICAS DE AGRICULTURA PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS NÍVEIS ELEVADOS REJEIÇÃO DE ALIMENTOS SISTEMAS DE CONTROLE PERDA ECONÔMICA Micotoxinas CONTAMINANTES QUÍMICOS AVALIAÇÃO TOXICOLÓGICA DE CONTAMINANTES Limites toxicológicos CONTAMINANTE 1. PTWI (Ingestão Semanal Tolerável Provisória) Níveis seguros de ingestão Concentrações seguras nos alimentos Toxicologista Nutricionista Epidemiologista Administrador Legislador 2 PMTDI (Ingestão 2. (I tã Diária Diá i Máxima Má i T l á l Tolerável Provisória) 3. MTDI (Ingestão Diária Máxima Tolerável) 4. IDA (Ingestão Diária Aceitável) 5. “Irreducible Level” 6 4/12/2012 PTWI MTDI (Ingestão Semanal Tolerável Provisória) (Ingestão Diária Máxima Tolerável) Limite toxicológico utilizado para contaminantes que se acumulam no organismo Valor V l que representa t exposição i ã semanall tolerável daqueles contaminantes inevitavelmente associados com o consumo de alimentos, por outro lado, sadios e nutritivos (ex: metais tóxicos - Hg, Cd, Pb) Limite toxicológico utilizado para contaminantes que não se acumulam no organismo O valor representa permissibilidade de exposição como resultado da ocorrência da substância no alimento e na água (ex: poliestireno) PMTDI “IRREDUCIBLE LEVEL” (Ingestão Diária Máxima Tolerável Provisória) A partir de 1982, o JECFA, estabeleceu uma faixa para aqueles elementos-traço que são nutrientes essenciais e constituintes i inevitáveis itá i d do alimento. li t Quando a concentração de uma substância não pode ser eliminada do alimento sem implicar no descarte total do mesmo comprometendo, assim, a disponibilidade O menor valor representa o nível de essencialidade e o maior limite toxicológico (ex: Cu, Zn) PERÍODOS DE CARÊNCIA X LIMITES MÁXIMOS PERMITIDOS (LMP) LIMITE DE TOLERÂNCIA (LT) LIMITE MÁXIMO DE RESÍDUO (LMR) do alimento IDE= C x I onde: C= concentração da substância química no alimento I= quantidade ingerida em 1 dia do alimento 7 4/12/2012 Exposição Contato Toxicocinética Toxicodinâmica Movimento Interação FASE DA EXPOSIÇÃO condições * VIA DE INTRODUÇÃO= oral * DOSE * TEMPO E DURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO * SUSCETIBILIDADE INDIVIDUAL * PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS Estuda a relação entre a quantidade de um agente tóxico que atua sobre o organismo e a concentração do mesmo no plasma, relacionando os processos de absorção, distribuição, acúmulo, biotransformação e excreção do agente, em função do tempo. É a passagem de uma substância do local de contato (meio externo) para a corrente sangüínea. Nessa passagem, os agentes atravessam várias barreiras que são as membranas biológicas DEPENDE: - Do agente químico (solubilidade, grau de ionização, tamanho e forma da molécula) - Da membrana biológica a ser transposta Via oral- Trato Gastrintestinal Cavidade Oral: Difusão simples e filtração. Poros pequenos. Ex: CN Estômago: Difusão simples e filtração. Poros pequenos, Mucosa grossa, ↓ tempo de contato. Ex: etanol. Intestinal: Difusão simples e facilitada, filtração e transporte ativo. Poros grandes. Grande área (140m2). Ex: Pb por transportador de Ca; CH3-HG-Cys por transporte ativo; AsO3 por pinocitose. Efeito de 1a passagem Circulação éntero-hepática TGI → Sangue → Fígado ↓ intestino ← Bile ↓ fezes 8 4/12/2012 Efeito de 1a passagem Diferenças fisiológicas entre homens/mulheres Parâmetro Diferença fisiológica Diferença na absorção pH suco gástrico Gestante>mulher> homem Altera absorção oral Motilidade intestinal < gestantes > Absorção Esvaziamento gástrico Prolongado nas gestantes > Absorção Via oral- Trato Gastrintestinal Via oral- Trato Gastrintestinal (TGI) Fatores que interferem na absorção pelo TGI pKa K da d substância b tâ i X pH H do d meio i Equação de Henderson-Hasselbach Equação de Henderson-Hasselbach ÁCIDO FRACO – absorção pelo estômago ácidos fracos pKa -pH= log [não ionizado] [ionizado] bases fracas pKa -pH= log [ionizado] [não ionizado] 9 4/12/2012 Via oral- Trato Gastrintestinal Importância do TGI Substâncias químicas e os sistemas de transporte no TGI Quatro mecanismos para a absorção: difusão passiva, dif ã facilitada, difusão f ilit d transporte ativo e pinocitose Sistema Substância Química Difusão passiva Compostos solúveis em lipídeos Difusão Dif ã facilitada Xenobióticos com grupos carboxi b i Sulfatos Chumbo, cádmio, zinco Transporte ativo Cátions, ânions Cobalto, manganês (competem com o ferro) Pinocitose Lipídeos de cadeia grande Corantes azo Importância do TGI Importância do TGI Intestino: órgão grande, complexo e dinâmico, com grande superfície de absorção (até 4500 m2) TGI: condições variadas de pH, ácidos digestivos, enzimas (p (pâncreas e enterócitos), agentes de saponificação e flora bacteriana Enterócitos: grande capacidade de biotransformar xenobióticos (reações de fase I e II) Via oral- Trato Gastrintestinal Fatores que interferem na absorção pelo TGI 9 9 9 9 9 9 9 presença de alimentos e motilidade intestinal presença de vilos e microvilos no intestino microflora intestinal concentração da substância circulação idade tamanho e forma molecular Vascularização: 1,2 L/h/Kg (veia porta); 30% refeição * álcool Linfa: gorduras e grandes d moléculas; 1 a 2 mL/h/Kg Alterações na fisiologia GI devido à idade ou a doenças Situação Mudanças na fisiologia GI Idade avançada diminuição da taxa de secreção ácida e aumento do pH gástrico Irritação ou doenças intestinais inflamatórias aumento do transporte paracelular e diminuição de transporte mediado por transportadores específicos Remoção cirúrgica do trato Diminuição da área de absorção GI Fibrose cística Diminuição do pH intestinal AIDS Diminuição da secreção ácida e aumento no pH gástrico 10