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Especial
Campo Largo, quinta-feira, 09 de maio de 2013
Vida nova com a
cirurgia bariátrica
N
de vida. Para se ter uma ideia do
problema, por ano, o SUS gasta
R$ 488 milhões no tratamento de
doenças associadas à obesidade,
como diabetes, hipertensão, câncer e doenças cardiovasculares.
A estratégia do governo federal é
integrar a atenção especializada,
que inclui procedimentos de média
e alta complexidade como a cirurgia bariátrica e metabólica, com a
atenção básica, que prevê programas de prevenção à obesidade e
reeducação física e nutricional.
Neste ínterim, uma solução que
se aponta no horizonte do paciente
obeso são intervenções cirúrgicas,
que garantem uma perda de peso
significativa em pouco tempo,
como o caso da gastroplastia, ou
cirurgia bariátrica, popularmente
conhecida como redução de estômago. O procedimento significa uma mudança radical e uma
melhoria da qualidade de vida do
paciente e vem ganhando cada
vez mais abrangência no Brasil.
Segundo dados do Ministério da
Saúde, em 2003 foram realizadas
dentro das redes particular, suplementar e SUS 16 mil cirurgias. Em
nove anos, o número cresceu para
72 mil, 4,5 vezes a mais do que em
2003. O número de procedimentos
realizados pelo SUS também é
crescente: em 2003, foram 1.778
contra 5.332 cirurgias realizadas
em 2011.
Hospital São Lucas
No Paraná são 15 hospitais cadastrados para realizar a cirurgia
bariátrica e metabólica. Dentro
deste número está o Hospital São
Lucas, que realiza o procedimento
de forma particular, por meio de
convênio e também pelo SUS,
sendo que ele configura como o 4º
maior serviço de cirurgia bariátrica
que atende pelo SUS no país. As
cirurgias, cada vez mais frequentes, contabilizam uma média de 60
ao mês e a equipe atende desde
2009 com a mesma formação.
O Hospital São Lucas conta com
um serviço de cirurgia bariátrica e
toda equipe multidisciplinar desde
2009. Até hoje já se beneficiaram
quase 2.000 pacientes e isso faz
com que o serviço seja o quarto
do Brasil em volume de cirurgia
bariátrica pelo SUS. O hospital ainda conta com o serviço de cirurgia
plástica pós-bariátrica desde 2012,
encabeçado pelo Dr. Guilherme
Berto Roça, que opera cerca de
10 pacientes todos os meses. O
hospital está plenamente equipado para receber estes pacientes
e atende SUS convênios e particulares.
Na equipe que atende a cirurgia
bariátrica no Hospital São Lucas
estão os cirurgiões Dr. Giorgio Baretta, Dr. Glauco Morgenstern, Dr.
João Henrique Lima, Dr. Wagner
Sobottka, Dr. Gustavo Castro e Dr.
Rodrigo Nitsche, os anestesistas
Dr. Jefferson L. Ferrazzi, Dr. Ricardo Sabongi Alves e o cirurgião
plástico Dr. Guilherme Berto Roça,
além de enfermeiros e técnicos de
enfermagem.
Serviço
O Hospital São Lucas fica localizado na Rua Generoso Marques,
1.996, no Centro de Campo Largo.
Mais informações podem ser obtidas através do telefone 3032-9300.
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Nova autoestima
A gastroplastia
Cirurgia plástica garante a autoestima
e qualidade de vida do paciente que
passou por gastroplastia
A
Hospital São Lucas é o 4º maior serviço de cirurgia
bariátrica que atende pelo SUS do país
ão é de hoje que o ser
humano se debate contra
a balança, mas mais que uma
questão estética, perder peso, para
muitos, significa recuperar saúde
e qualidade de vida. A obesidade,
considerada uma doença pela Organização Mundial de Saúde, afeta
a vida de milhares de brasileiros e,
para estas pessoas, perder peso
não é uma tarefa tão simples.
Dados do Ministério da Saúde,
divulgados em 2012, atestam a
urgência do problema. Quase 50%
da população adulta no Brasil encontram-se acima do peso e mais
de 14% ou 17 milhões de brasileiros têm algum grau de obesidade.
Desse total, 3,6% ou 4,3 milhões
de brasileiros têm Índice de Massa Corporal (IMC) a partir de 35
kg/m2 e, portanto, encontram-se
na faixa que normalmente tem
indicação para a cirurgia bariátrica
e metabólica caso não responda
aos tratamentos clínicos.
Além do problema estético enfrentado pelos pacientes obesos,
há uma série de comorbidades
ligadas à obesidade, que prejudicam, em muito, sua qualidade
Especial
Campo Largo, quinta-feira, 09 de maio de 2013
A
gastroplastia, ou cirurgia bariátrica, tem
se mostrado como um dos tratamentos
mais eficazes contra a obesidade mórbida nos
últimos tempos. A cirurgia da obesidade tem
se desenvolvido desde a década de 50 e sua
evolução está sendo de forma significativa. Os
principais critérios para sua indicação datam de
1991 e são utilizados até os dias atuais. Para ser
candidato à cirurgia bariátrica, o paciente deve
estar incluído em alguns critérios específicos.
Em primeiro lugar, ele precisa apresentar Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40Kg/
m2; entre 35 e 39,9Kg/m2 na presença de comorbidades, ou seja, alguma doença associada
e relacionada à obesidade como hipertensão
arterial, diabetes melito, dislipidemia (colesterol
elevado), apnéia do sono (roncos), artropatias de
coluna ou membros inferiores, entre outras; ou
entre 30 e 34,9Kg/m2 na presença de comorbidade incapacitante desde que atestada por um
médico especialista na área.
Além disso, são necessários vários exames pré
-operatórios como os de sangue completos, endoscopia digestiva alta, ecografia de abdômen,
raio X de tórax, avaliação cardiológica completa,
endocrinológica, psicológica ou psiquiátrica,
nutricional e eventualmente pneumológica e
ortopédica.
Técnicas
Dentre as técnicas cirúrgicas utilizadas atualmente as mais comuns são as restritivas e as
mistas. Dentro das técnicas restritivas destacamse a banda gástrica ajustável, a gastrectomia
vertical e o balão intragástrico. Nesta modalidade, só é reduzida a capacidade gástrica, ou
seja, o paciente come uma quantidade menor
de alimentos e perde peso desta forma. Não é
feito nenhum “desvio” do intestino. Com isso, a
chance de problemas como anemia, queda de
cabelos e diarreia é menor.
Já nas técnicas mistas, o que é feito é uma
redução do estômago e um desvio intestinal. A
cirurgia de Fobi-Capella, também chamada de
bypass gástrico é a mais conhecida e mais realizada
em todo mundo. Quanto maior o desvio intestinal, maior a
perda de peso e a chance de complicações nutricionais. A
cirurgia de Scopinaro e Duodenal Switch são mais
disabsortivas (maior desvio intestinal) e por este
motivo causam maior perda de peso, devendo
ser indicadas para quem apresenta maior IMC.
Com a introdução da cirurgia laparoscópica
(cirurgia dos “furinhos”) na obesidade em 1993,
houve redução de complicações como hérnias,
infecção de ferida e fístulas (vazamentos dos
grampos). Acrescenta-se ainda a melhor estética, menor dor pós-operatória, retorno mais
precoce às atividades habituais e menor período
de internação hospitalar.
“Independente de qual cirurgia será realizada,
é extremamente necessária a disciplina e a participação do paciente obeso em todo processo
tanto antes quanto depois do procedimento. A
atividade física e o acompanhamento nutricional
e psicológico não devem de maneira alguma ser
abandonados. O índice de reganho ou de perda
insuficiente de peso é grande em pacientes indisciplinados e rebeldes. A cirurgia não deve ser
encarada como uma “muleta” para os pacientes,
mas sim como uma poderosa arma que deve
ser usada com cautela e conhecimento”, afirma
o Dr. Roça.
Novos caminhos para
a gastroplastia pelo SUS
Em maio, uma portaria do Ministério da Saúde lançou uma nova luz ao tratamento feito via
Sistema Único de Saúde. Dentre as melhorias
propostas estão a cobertura da técnica cirúrgica gastrectomia vertical ou sleeve, que vem
ganhando terreno entre os especialistas por
sua eficácia/segurança e se caracteriza pela
remoção de 70% a 85% do estômago; a garantia de exames médicos pré e pós-operatórios; a
cobertura de mais uma modalidade de cirurgia
plástica reparadora após a cirurgia bariátrica
(dermolipectomia abdominal circunferencial
pós-gastroplastia).
Cirurgia bariátrica (redução do estômago) revolucionou a qualidade de vida de pessoas que
eram obesas. No entanto, apesar de colher benefícios
como perda rápida de peso, desaparecimento da
apneia do sono (roncos), diabetes tipo 2, problemas
cardíacos e locomotores, os ex-obesos têm de lidar
com um novo problema: o excesso de pele e flacidez
dos tecidos.
Consequência quase que inevitável da cirurgia de
redução de estômago, as sobras de tecido epitelial
depois do emagrecimento radical chegam a formar
um “avental” sobre a barriga, sem contar as dobras
nos braços e pernas, o que prejudica os movimentos,
a autoestima e podem causar infecções no paciente.
Longe de serem apenas um tratamento estético,
as cirurgias plásticas reparadoras, após a redução
de estômago, são necessárias em 90% dos casos,
afirmam os especialistas. Elas têm papel fundamental
na recuperação da forma corporal e reinserção social
do paciente ex-obeso. A cirurgia pode ser realizada
quando houver estabilização da perda de peso, o
que ocorre geralmente após 18 meses da cirurgia
bariátrica. Nesta ocasião o paciente deve estar com
IMC (índice de massa corporal) próximo dos valores
normais. Para o paciente ser submetido à cirurgia
plástica é importante que o mesmo esteja saudável,
sem sinais de anemia ou desnutrição.
As principais cirurgias realizadas no ex-obeso,
são: a abdominoplastia (cirurgia plástica do abdome,
realizada tanto em mulheres quanto em homens),
a mamoplastia (cirurgia para erguer ou diminuir as
mamas), a coxoplastia (retirada de excesso de pele
e gordura das coxas) e a braquioplastia (cirurgia para
corrigir a flacidez dos braços). O paciente ainda pode
Dr. Guilherme
Berto Roça
encabeça a
equipe de cirurgia
plástica do
Hospital
São Lucas.
precisar, eventualmente, de cirurgias para tratar a
flacidez no dorso, e o excesso de pele nas pálpebras,
face e região íntima.
A associação de cirurgias (como abdome e coxa,
mama e braço), vai depender de condições técnicas
e do quadro clínico do paciente (doenças associadas,
idade, risco de trombose, etc.) e deve ser cuidadosamente analisada. O intervalo para a realização de outra cirurgia plástica deve ser de cerca de seis meses.
A paciente Isa Rogiski, de 28 anos conta que passou por dois procedimentos no hospital São Lucas:
a gastroplastia e a abdominoplastia. Hoje, com 45
quilos a menos, Isa afirma não só ter perdido peso,
mas ter ganho qualidade de vida: “com a abdominoplastia, minha autoestima melhorou. Mesmo sendo
recente, já sinto grandes mudanças no meu corpo”.
“Dois anos após passar pela cirurgia bariátrica, muitra
coisa mudou em minha vida. Atualmente, sinto-me
com mais disposição para viver. A perca de peso
me trouxe bem estar e auto-confiança”. Mas essa
brava jovem também teve seu momento de dúvida:
“a cirurgia bariátrica me causou certa insegurança,
pois, como qualquer procedimento cirúrgico, existem
diversos riscos, porém com paciência e dedicação,
todos os medos vão sendo superados”, porém, hoje
ela percebe a grande mudança que as cirurgias
causaram não só na parte estética, mas também na
parte emocional.
Isa ganhou autoestima e autoconfiança com as cirurgias.
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