C.5.2 Ecologia Aquática
Análise da comunidade fitoplanctônica do Porto do Jacaré, Alcântara/MA.
Clarisse N. F. BARBOSA1, Camilla F. L. SODRÉ1*, Yuri J. A. da SILVA1, Ludmilla G. SILVA1, Andrea C. G. AZEVEDOCUTRIM2.
1. Estudante de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA; * [email protected]
2. Pesquisadora do Depto.de Química e Biologia da UEMA, São Luís/MA.
Palavras Chave: Alcântara, Ecossistemas marinhos, Fitoplâncton,
Introdução
Situada no continente, a 22 km da cidade de São
Luís, no lado oposto da baía de São Marcos, a pequena
cidade de Alcântara, tombada como patrimônio histórico
nacional pela riqueza de sua arquitetura, reflexo dos anos
de prosperidade que ali prevaleceram até meados do
século XIX, sendo atualmente cidade turística
maranhense. Apresentando o ecossistema de manguezal
típico da região norte- nordeste, traz como possibilidade
uma variedade de estudos sobre microrganismos
aquáticos, dentre estes estão as comunidades
fitoplanctônicas, que encontra-se na base da teia trófica
fotossintética dos ecossistemas marinhos, fornecendo
48% de toda a produção primária global, e servindo como
recurso alimentar essencial a uma grande diversidade de
organismos heterotróficos desde invertebrados a
vertebrados (FIELD et al., 1998).
Há uma carência de estudos referentes à
quantificação do fitoplâncton estuarino no Estado do
Maranhão, somada a necessidade de avaliar possíveis
alterações ambientais. Este trabalho objetivou estabelecer
a diversidade de fitoplâncton encontrada no Porto do
Jacaré e a distribuição do percentual das famílias mais
representativas destas duas áreas.
Foram encontrados também dinoflagelados do
gênero Dinophysis, que produz a toxina marinha ácido
ocadáico (AO), um poliéster de ácidos graxos produzido
por microalgas que se acumulam em esponjas negras e
em mariscos Mytilus galloprovincialis. Essa toxina
acumulada nos hepatopâncreas de mariscos e ostras
causa a síndrome da diarreia “diarrhetic shellfish
poisoning” em consumidores.
Figura 1. A) Pseudo-nitzschia sp.B) Dinophysis sp.
A
B
Resultados e Discussão
Conclusões
Realizou-se duas coletas nos meses de maio e
setembro. Coletou - se amostras de fitoplâncton através de
arrastos horizontais na superfície da água, utilizando uma
rede de plâncton com abertura de malha de 20 μm,
preparou-se 24 lâminas, 12 para cada amostra. Os
organismos
encontrados
foram
observados
em
microscópio invertido, com aumento de 400x. As coletas
foram feitas nas bordas das plataformas do Porto do
Jacaré de modo a capturar um elevado número de
organismos. Arcondicionou-se em frascos de polietileno de
boca larga, com capacidade de 300 ml, etiquetados, as
quais foram fixadas com formol a 4%.
Foram 28 táxons identificados, distribuídos em
diatomáceas, dinoflagelados, cianobactérias e clorofíceas.
Dentre esses, evidenciou-se o predomínio das
diatomáceas, não ocorrendo espécies dominantes para as
amostras coletadas com rede. Foi enquadrada na
categoria de abundante apenas a espécie, Coscinodiscus
sp com percentual de 54% nas amostras dos portos.
Observou-se que o esgoto da cidade de Alcântara
é despejado diretamente no mar, ao lado do Porto do
Jacaré, isso indica que a área do porto está sofrendo
aumento de nutrientes o que possivelmente pode causar
eflorescências. Verificou-se a presença das diatomáceas
Pseudo nitzschias que são associadas a eventos de
floração nocivos principalmente observados nas regiões
costeiras, gerando intoxicação gastrointestinal e desordem
neurológica (MATIAS, 1999).
Destacando
a
grande
diversidade
desta
comunidade fitoplanctônica as listagens de espécies são
importantes para conhecer a biodiversidade local e se as
espécies são nocivas e/ou exóticas, elas podem causar
danos ambientais. Há indicativos de que a área portuária
de Alcântara está sofrendo enriquecimento de nutrientes
como carbono orgânico total, séries nitrogenadas, fósforo
orgânico e inorgânico, sulfetos e cloretos o que
possivelmente pode causar “blooms” ou eflorescências de
Pseudo-nitzschia. O levantamento da biota aquática de
regiões portuárias é valioso para informar quais espécies
de alto risco estão presentes na água.
Agradecimentos
Agradeço a Universidade Estadual do Maranhão.
____________________
ANDERSON, C. R.; BRZEZINSKI, M. A.; WASHBURN L.; KUDELA, R.
Circulation and environmental conditions during a toxigenic Pseudo-nitzschia
australis bloom in the Santa Barbara Channel, California. Marine EcologyProgress Series, v. 327, p. 119-133, 2006.
FIELD, C. B.; BEHRENFELD, M.J.; RANDERSON, J.T.; FALKOWSKI,P.
1998. Primary production of the biosphere; integrating terrestrial and oceanic
components. Science, v.281, n 10, p 237-240, 1998.
MATIAS, W.G. Algas: A problematica das Eflorescências de Algas Marinhas
Nocivas. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, Brasília, v. 08, p. 16-17,
1999.
67ª Reunião Anual da SBPC
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