O Corinthians afastou ontem o
atacante Édson Araújo, os meias
Piá e Adrianinho e o lateral
Moreno. Eles foram para o time B.
O atacante Régis e o zagueiro
Vitor Hugo foram dispensados.
UM JORNAL COMPROMETIDO COM OS INTERESSES DO RIO GRANDE HÁ MAIS DE UM SÉCULO
PORTO ALEGRE, SÁBADO, 5 DE JUNHO DE 2004
Cai todo o departamento de futebol
Adílson não é mais o técnico e Saul Berdichevski sai da vice-presidência. Odone lembrado para assumir o futebol do Grêmio
FOTOS PAULO NUNES / CP MEMÓRIA
Frase do treinador: ‘Trabalho foi bom’
Saul Berdichevski fala em bom senso
Márcio Corrêa sabe da
demissão pela imprensa
A troca no comando do futebol do
A versão é contestada por Saul
Grêmio reservou uma última polê- Berdichevski. O dirigente assegura
mica para seus integrantes. O pre- que Corrêa foi avisado do desligaparador físico Márcio Corrêa asse- mento na reunião. “O que ele está
gura que soube da dispensa apenas falando não é verdade, mas não vou
pela imprensa. O ex-vice de futebol polemizar”, explica ele.
Saul Berdichevski garante que CorCorrêa se mostra reticente quanrêa estava na reunião de despedida to à relação da sua saída com a de
na qual foi revelada a dispensa de Adílson Batista, com o qual mantitoda a comissão técnica.
nha relacionamento apenas profisO preparador físico trabalhou sional no clube. “Quero crer que
normalmente ontem à tarde. Depois não”, afirma o preparador físico.
RICARDO GIUSTI
do discurso de despedida dos dirigentes e de Adílson, Corrêa foi
para o campo suplementar e
acompanhou o treino. Ele assegura que, até aquele momento, tinha a garantia de que permaneceria no clube. Ao deixar o gramado suplementar e ser questionado pelos repórteres sobre sua
dispensa, ficou surpreso.
Corrêa chegou a procurar os
dirigentes para esclarecer a questão. Como resposta, recebeu um
telefonema do supervisor Antônio
Carlos Verardi, que confirmou o
afastamento. Além dele, o auxiliar Vinícius Munhoz também foi
demitido. A forma como se deu a
saída desagradou ao preparador.
“Isso comprova a falta de reconhecimento e de valorização do
trabalho. Quando eles comemoravam conosco e nos abraçavam
ano passado, eu achava que era
Preparador físico também foi afastado
verdadeiro”, diz ele.
Não houve pronunciamento ou reunião que adiasse a
decisão. Desde ontem, Adílson Batista não é mais técnico do Grêmio. Junto com ele, deixam o clube o vice de futebol Saul Berdichevski e o diretor de futebol Evandro
Krebs. O preparador físico Márcio Corrêa também foi
afastado. Já o preparador de goleiros, Oscar Rodriguez,
depois de uma dispensa inicial, foi procurado pelo presidente Flávio Obino e comunicado de que permaneceria.
A direção tenta agilizar a indicação de um novo vice de
futebol para partir em busca do treinador. Os nomes
mais cotados para assumir o departamento de futebol
até o final da noite de ontem eram os de Marcos Hermann e Paulo Odone, que garante não ter recebido nenhum contato da diretoria do clube até o momento.
César Pacheco completaria a lista, já que Adalberto Preis
descartou qualquer possibilidade de assumir o cargo.
Para técnico, José Luiz Plein, do Glória, segue sendo
lembrado. Contra ele conta, no entanto, a má experiência
com Nestor Simionatto – que também vinha de boa passagem no Interior – no ano passado. Vágner Benazzi, Jair Picerni e Mário Sérgio também foram lembrados. A saída do goleiro Tavarelli foi especulada.
A decisão pela saída da comissão técnica estava tomada desde a derrota para a Ulbra. No retorno para Porto
Alegre, ainda no ônibus, Adílson avisou Obino que precisava falar com ele. Escutou que nenhuma medida seria
tomada naquele momento e que no dia seguinte conversariam. Obino ainda tentou demover o departamento de
futebol da idéia de saída. Não funcionou. Na verdade, segundo Krebs, estava planejada há tempo. A idéia era comunicar ao presidente o afastamento na segunda-feira,
depois do Gauchão, mesmo em caso de conquista.
Antes do anúncio oficial para a imprensa, Adílson,
Berdichevski e Krebs reuniram os jogadores na sala de
conferências para um discurso de despedida. Para que os
jornalistas não pudessem ouvir o que estava sendo dito,
foi colocada música alta nos corredores e um segurança
cuidava para que ninguém espiasse pela janela.
Meia hora depois, às 16h30min, o trio comunicou formalmente a saída. Emocionado, Berdichevski garantiu
que assistirá aos próximos jogos nas arquibancadas e
que a decisão foi tomada com calma. “Na vida a gente tem
que usar o bom senso”, afirmou o dirigente.
Logo em seguida, Adílson lamentou não ter obtido nenhuma conquista no Grêmio e revelou que vai dar prioridade às lembranças de 2003, quando ajudou o clube a
escapar do rebaixamento. “Acho que o trabalho foi bom.
Os resultados é que não foram”, disse o técnico.
Direção respalda Lori
CP MEMÓRIA
O volante Marabá retorna ao time para a grande final do Campeonato Gaúcho
Sinval, a dúvida da Ulbra
O centroavante Sinval é a única dúvida do técnico Armando Dessessards para a partida decisiva do Gauchão 2004, amanhã, contra o Inter, em
Canoas. Sinval foi poupado do treino de ontem pela manhã e será reavaliado no treino apronto, que será realizado hoje, às 10h, no gramado suplementar do Complexo Esportivo da universidade.
“Vamos aguardar pelo Sinval”, admite Armando. O técnico da Ulbra
também aguarda pela definição de Lori Sandri sobre a escalação do Inter.
“O Marabá deve voltar”, acredita o técnico. Na Ulbra, dois jogadores terão
motivação especial na decisão contra o Inter. O ala-direito Barão e o líbero
Marcelo Oliveira foram dispensados pelo clube do Beira-Rio. “Saí do Inter
em situação obscura e quero provar que poderia ter ficado”, afirma Barão.
Marcelo Oliveira havia sido dispensado do Inter quando a Ulbra criou o
departamento de futebol, em janeiro de 2001. “O técnico Lisca me convidou e naquele ano fomos vice-campeões estaduais de juniores”, lembra
Marcelo. O time da Ulbra deverá ser definido somente amanhã.
A julgar pelo discurso de todos os
principais dirigentes colorados, Lori
Sandri parece inabalável no cargo de
treinador do Inter. A princípio, nada –
nem mesmo a perda do título gaúcho,
amanhã, diante da Ulbra – pode removê-lo de onde está, mas no mundo
do futebol quase tudo é possível. E
nunca pode ser descartada uma alteração de planos diante de um fracasso rotundo. Como o próprio Lori disse
após o jogo contra o Glória: “Quando
assinei meu contrato com o Inter, já
assinei junto a minha demissão”.
Apesar do prestígio com os dirigentes, a relação de Lori Sandri com a
torcida nunca foi amistosa. Exigentes
ao extremo, os colorados sempre
olharam o treinador com desconfiança. Na partida contra o Glória, apenas
para citar a última, suas saídas da casamata eram acompanhadas por estrondosa vaia, mesmo quando o time
estava à frente no placar.
Na verdade, a torcida tem razão
em algumas das suas reclamações.
Depois de cinco meses de trabalho, o
treinador não conseguiu nem impor
um sistema de jogo ao time nem definir os seus 11 titulares. Oscila entre o
3-5-2 e o 4-4-2 de um jogo para outro
com normalidade. A justificativa são
os constantes desfalques.
Apesar de tudo, a confiança permanece. E a aposta para amanhã é de
vitória do Inter. O retorno do volante
Marabá deve convencer Lori a mais
um vez mudar o esquema, agora voltando ao 3-5-2.
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