CÂMARA MUNICIPAL DE S. JOÃO DA MADEIRA PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO MARÇO 2009 SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA RUA DO ALEIXO, 53, 1º ESQ. 4150-043 PORTO PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO RELATÓRIO DO PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO S. JOÃO DA MADEIRA FICHA TÉCNICA AUTORIA: EDUARDO SOUTO DE MOURA COLABORADORES: JOSÉ CARLOS MARIANO TIAGO MORAIS PARA: CÂMARA MUNICIPAL DE S. JOÃO DA MADEIRA SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 2/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO 2. OBJECTIVOS – PROGRAMA 2.1. PROCURA DE UMA IMAGEM DE MODERNIDADE 2.2. REFORÇO DO TERCIÁRIO E EQUIPAMENTOS 2.3. ELIMINAÇÃO DE DISSONÂNCIAS E ESTRANGULAMENTOS URBANOS 3. ENQUADRAMENTO NO PDM 4. ENQUADRAMENTO VIÁRIO 5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PLANO 5.1. CARACTERIZAÇÃO BIO-FÍSICA 5.2. CARACTERIZAÇÃO DO USO ACTUAL DO SOLO 5.3. CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICADO EXISTENTE 5.4. CADASTRO DE PROPRIEDADE 5.5. CARACTERIZAÇÃO DAS INFRA-ESTRUTURAS 6. CONDICIONANTES LEGAIS AO USO DO SOLO 7. PROPOSTA 7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 7.2. COMPOSIÇÃO GERAL 8. CAPACIDADE DO PLANO 9. EXECUÇÃO DO PLANO 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 3/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 1. INTRODUÇÃO O presente PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO está inserido numa área tangencial ao centro administrativo da cidade de São João da Madeira, e almeja uma clarificação na leitura do carácter que possui. Deste modo, considerando e esclarecendo acerca do enquadramento espacial do Plano de Pormenor, situamos de seguida os limites da intervenção: - A Sul é delimitado pela Rua Pedro Álvares Cabral englobando o centro paroquial e o cemitério existente; a Nascente pela Rua Visconde de S. João da Madeira; a Norte pela Av. João de Deus redefinindo o seu traçado e prolongando-a até á rotunda; e a Poente pela Avenida Dr. Renato de Araújo. Convém referir que o limite Norte engloba a colmatação do edificado existente adjacente à Avenida João de Deus. Contextualizado espacialmente o objecto do Plano de Pormenor, constatamos que este se desenvolve num solo densamente ocupado, destacando-se algumas incongruências a nível viário, para além de alguns problemas de ordem arquitectónica e urbanística e a falta de unidade / continuidade a nível de arruamentos, incorporando alguns equipamentos que já não conseguem responder às actuais necessidades da cidade, associados a uma ausência de estratégia e composição, relativamente à forma e à representação da centralidade. O plano procura a resolução destes problemas pretendendo-se, portanto, obter um espaço urbano em que o papel do espaço público é estruturante, configurando um tecido urbano contínuo e claro, inserido num todo e dotado de equipamentos que melhor possam servir a população residente. A análise da evolução urbanística e arquitectónica de S. João da Madeira permite-nos concluir que o Largo do Souto está inserido numa área nuclear e o seu protagonismo quer, na história dessa expansão, quer na representação de centralidade que assume na cidade de hoje, dá-lhe uma definição de carácter de Centro de cidade. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 4/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 2. OBJECTIVOS / PROGRAMA A definição dos objectivos principais do Plano teve como ponto de partida a identificação dos problemas constatados na área de intervenção, assim como os processos e métodos de carácter urbanístico e arquitectónico para a resolução dos mesmos. Foram igualmente considerados todos os instrumentos de regulamentação quer a nível nacional quer a nível municipal. De salientar, que esta proposta pretende responder às diversas situações ponderadas, definindo questões essenciais, tais como: formas, alinhamentos, cérceas, composição volumétrica, equipamentos e espaços de utilização pública, para fins particulares ou colectivos. Poderemos sintetizar os principais objectivos que o presente Plano se propõem atingir do seguinte modo: - Clarificação da estrutura viária existente, através da redefinição do traçado da Av. João de Deus e da Rua do Dourado, permitindo assim, uma melhor articulação com a Av. Dr. Renato Araújo através da ampliação da rotunda existente na intersecção destas ruas. - Definição do completamento do tecido urbano construído na frente adjacente ao redefinido traçado da Av. João de Deus. De referir que estes volumes de colmatação serão sujeitos a rigorosos critérios de organização, qualidade plástica, unidade e coerência da totalidade, coligidos em forma regulamentar e desenhados em elementos gráficos previstos nos processos instrumentais do próprio plano. - Libertação do solo densamente ocupado, através da proposta de um parque ajardinado, localizado na frente Sul adjacente à redefinida Av. João de Deus, relacionando-se com os demais já existentes no município e proporcionando assim uma maior oxigenação da área em estudo. - Reestruturar equipamentos existentes que não conseguem comportar o acréscimo contínuo das cargas urbanas, que a área central da cidade de S. João da Madeira tem vindo a revelar. São disto exemplo a ampliação dos denominados Cemitério 1 e Cemitério 2. No entanto a requalificação dos equipamentos existentes avança, inclusive, para processos mais radicais de transformação, como é o caso da proposta de implantação de uma nova igreja englobando um novo centro paroquial, equipamento que se considera uma mais valia para a cidade. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 5/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 2.1. PROCURA DE UMA IMAGEM DE MODERNIDADE A construção de um sistema urbano com elevados padrões de qualidade é um dos objectivos fundamentais deste Plano. Num momento da história da arquitectura e do urbanismo, em que a imagem e o denominado marketing urbano, marcam os avanços e recuos da cidade contemporânea, torna-se indispensável a transmissão deste conceito urbano de qualidade irrefutável, para o não definhamento da cidade e seu posterior desenvolvimento. Sendo o espaço público, o espaço onde cada um projecta a sua imagem perante os outros, é vital que o espaço colectivo de uma cidade seja a imagem dessa mesma á escala, quer regional quer nacional e porque não, mundial. A imagem urbana, determinante nas operações de urbanismo, remete para mecanismos e operações a diferentes níveis e escalas, tais como a escolha selectiva dos materiais a aplicar nas soluções dos perfis tipo dos arruamentos, até á composição volumétrica e tipológica dos elementos urbanos desenhados. De facto, operações como a transformação da rede viária, a composição volumétrica dos diversos conjuntos construídos ou a construir, a programação específica e a diversificação funcional no quadro da índole direccional do espaço em estudo, contribuem significativamente para a procura dessa imagem de modernidade. A requalificação do espaço público, a inserção de um parque ajardinado como espaço de utilização colectiva e o controle do espaço edificado marginante e de colmatação do edificado existente, bem como a construção do novo equipamento religioso são as principais linhas de intervenção deste plano no âmbito da imagem urbana, e na capacidade que a cidade e a sua forma possuem de exteriorizar um conceito original. 2.2. REFORÇO DO TERCIÁRIO E EQUIPAMENTOS Numa cidade como São João da Madeira, caracterizada pelo seu rápido e recente desenvolvimento é fundamental programar, definir arquitectónica e urbanisticamente um espaço de condição central que seja interpretado como espaço nuclear da cidade. O plano regista preocupação por este ponto, e estratégias díspares como a colmatação de áreas edificadas e frentes urbanas, bem como a requalificação dos equipamentos e funções terciárias existentes na área de intervenção do plano, são exemplo disso mesmo. Trata-se de qualificar um espaço que se possa afirmar como centro da cidade. O plano aposta também na produção de um tecido urbano de carácter central pois atribui a funcionalização comercial ao rés-do-chão, permitindo-lhe uma maior vivência da cidade, com maior animação da área pública. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 6/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO Assim, à qualificação dos espaços públicos, acrescenta-se uma série de áreas comerciais e de serviços que conferem à zona em estudo um carácter de centralidade. A implementação de novos equipamentos, principalmente a nível religioso, reforça a acção de estímulo programático de direccionalidade do centro, de acordo com uma estratégia global a partir da identificação dos fenómenos urbanos (potenciais e problemáticos) da área definida. Porém a noção de um espaço que seja interpretado como “centro de uma cidade” é mais do que físico. Para além do desenho radioconcêntrico da rede viária, da existência de um centro fisicamente marcado, de densidades altas de ocupação de edifícios mais ou menos antigos, a centralidade de uma cidade é também uma questão psico-cultural pois remete para noções tão importantes como limite e forma. A questão do limite é perene e vital ao carácter de uma cidade. 2.3. ELIMINAÇÃO DE DISSONÂNCIAS E ESTRANGULAMENTOS URBANOS Analisada a área de intervenção do plano, podemos identificar alguns pontos de conflito urbano que nela confluem. Estes factores de diferente escala e natureza são consequência de um crescimento urbano sem planeamento. Procura, portanto, o presente plano responder a esses problemas com maior ou menor definição, dependendo dos níveis de incerteza e operacionalidade respeitantes aos diferentes aspectos que o plano abrange na sua totalidade Existem na área do plano diferentes escalas urbanas relacionadas, sem ordem de composição, como por exemplo a descontinuidade da malha urbana habitacional e a relação pouco clara em alguns casos de espaço público e espaço privado. Existe também uma carência de espaços públicos susceptíveis de acarretarem o crescendo das cargas urbanas que a cidade de São João da Madeira tem vindo a revelar. Outras incongruências cuja resolução se reporta também aos princípios geradores deste plano, são os que concernem ao sistema de circulação viária. Adoptar uma estratégia que permita clarificar estas dissonâncias, nomeadamente no nó da rotunda que se revela problemático e ao mesmo tempo vital na articulação das diferentes ruas que são abrangidas pela área de intervenção, assim como as necessidades emergentes de estacionamento que a expansão urbana justifica. Estes problemas, e outros recorrentes no urbanismo, foram identificados durante o processo de desenvolvimento deste plano e constituem pontos críticos de acção e intervenção. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 7/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 3. ENQUADRAMENTO NO PDM Importa neste capítulo, de enquadramento do plano ao PDM, referir os pontos em que estes dois convergem e divergem, para que devidamente justificados e localizados possam permitir uma sobreposição articulada. As condições de uso, ocupação e transformação do solo para a área delimitada de intervenção do Plano de Pormenor estão estabelecidas no Plano Director Municipal, chama-se por isso a atenção para a leitura desse regulamento, como forma de complementar o conteúdo deste ponto, com a análise de toda a panóplia de disposições gerais, conceitos e definições, regras e quantificações, em suma, o léxico instrumental do plano. Após a análise do Plano Director Municipal podemos concluir que o Plano de Pormenor do Largo do Souto o contraria no número de pisos máximo admitido (que é de seis para a área em questão), no edifício de gaveto entre a Avenida João de Deus e a Avenida Dr. Renato Araújo. Isto prende-se com o facto do edifício proposto ser de colmatação do edificado existente na Avenida Dr. Renato Araújo que é de sete pisos, logo contrariando o PDM. No entanto parece-nos uma mais valia a colmatação do existente para um melhor enquadramento e articulação do edifício proposto. Um aspecto importante no que respeita ao enquadramento do PDM, relaciona-se com a introdução e relocalização de novos programas e equipamentos urbanos. O Plano de Pormenor aposta em várias intervenções deste tipo que, sem infringir as directrizes fundamentais do PDM, reinterpretam as necessidades actuais e futuras, bem como a nova circunstância programática e funcional da actual área em estudo. Este ponto diz respeito a situações previstas por este Plano tais como a transferência do Centro Paroquial para o terreno da actual casa do Pároco, a construção de uma nova Igreja e a ampliação dos actuais Cemitérios. Respeitando o Plano Director Municipal, adopta-se uma estratégia intencional e articulada de transferência, relocalização e concentração de conjuntos edificados, no sentido de produzir tecido urbano integrado e alcançar, com o mínimo de impacto negativo, a libertação máxima de espaço público útil. No âmbito das circulações, das redes viárias e pedonais, o conjunto de propostas deste Plano pode ser integrado na sequência de opções que, seguindo as premissas fundamentais do PDM, organizam e clarificam o sistema urbano complexo e articulado de São João da Madeira. Assim exemplos como a reconfiguração do traçado da Av. João de Deus, a requalificação das vias integrantes deste Plano e a manutenção selectiva da globalidade dos arruamentos, não divergem da configuração prevista pelo Plano Director Municipal. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 8/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 4. ENQUADRAMENTO VIÁRIO Neste capítulo, o plano integra uma análise gradativa do enquadramento viário desde o nível municipal para o nível territorial. Interessa, portanto nesta fase, sucintamente, descrever a estratégia definida assim como as suas potencialidades e transformações futuras. Em termos de acessos ao perímetro da área de intervenção destacam-se vários traçados que de seguida analisaremos: ACESSIBILIDADES ESTRUTURAIS DE INTERFERÊNCIA NA ÁREA DO PLANO ANTIGA E.N.1 Este traçado é a mais importante e antiga estrutura viária que ligava o município à cidade de Aveiro e à cidade do Porto. A sua importância é vital no desenvolvimento da cidade como aliás é testemunho disso o Plano Director Municipal: “ (…) Poderemos dizer que a Cidade Futura se pode ler da seguinte maneira, assente numa espinha dorsal (Antiga EN1) que atravessa na Direcção Norte-Sul toda a cidade, ela será constituída por uma zona central com características de centro cívico delimitado por uma circulação automóvel, que a contorna, permitindo no futuro poder transforma-la num espaço pedonal. (…)” De facto podemos constatar que São João da Madeira desenvolveu um processo urbanístico linear e progressivo em torno deste eixo. Nas zonas adjacentes á estrada foram aparecendo vários conjuntos de diferentes usos e tipologias que foram marcando o crescimento desta cidade. IC 2 OU VARIANTE à E.N.1 Macro-estrutura viária de grande capacidade, acessibilidade e de importância significativa no contexto regional e territorial da cidade de São João da Madeira. Incorpora o sistema de relação com a rede principal de auto-estradas, tornando assim fácil, o acesso da cidade de São João da Madeira a canais deste género. Esta via torna-se por isso um elemento essencial no entendimento da intervenção do Plano de Pormenor em termos de requalificação viária. VIA DE LIGAÇÃO. Estrutura viária, integrada na área de intervenção do Plano de Pormenor, que permite, tal como o nome indica, a ligação entre a Variante e a antiga Estrada Nacional Nº1, cruzando assim o eixo principal da cidade. É precisamente no Largo do Souto que esta via vai intersectar a Av. Dr. Renato Araújo, no nó da rotunda tendo por isso algum destaque no desenvolvimento deste Plano. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 9/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO REDE DE ARRUAMENTOS NO PERÍMETRO DO PLANO Av. João de Deus, Av. Dr. Renato Araújo, Rua Pedro Álvares Cabral e Rua do Dourado A estrutura viária da área delimitada pelo Plano, apresenta alguma falta de clareza e continuidade. Procurando-se caracterizar como um espaço nobre da cidade, os arruamentos e respectivos edifícios confinantes não revelam uma estratégia coerente de tratamento e qualificadora dos mesmos. A Av. João de Deus é a via de ligação que relaciona a variante (IC2) com a Antiga Estrada Nacional N.1 e com a primeira variante da extinguida Estrada Nacional N.1 (Av. Dr. Renato de Araújo), inserida no perímetro do plano. Como tal, assume protagonismo na estrutura viária da cidade e deverá ter um tratamento e qualificação correspondente. Este é o arruamento que irá sofrer maior alteração, a par da Rua do Dourado, principalmente no que diz respeito aos seus desenvolvimentos altimétricos. A proposta passa por tentar nivelar a cota da rua entre o cruzamento da Rua Visconde São João da Madeira e o nó da rotunda devido á sua excessiva e desnecessária inclinação (cerca de 13%). Esta “lomba” existente não tem sentido, pois liga dois tramos que estão à mesma cota, e por isso deve ser remodelada tornando não só mais lógico o traçado como também mais confortável à circulação. Esta intervenção vai permitir também uma maior clarificação na leitura da rotunda, para quem circula na Av. João de Deus no sentido Poente Nascente.· A Av. Dr. Renato de Araújo indicia desenvolvimentos lineares e contínuos de tecido urbano, revelando-se estrutural no desenvolvimento da cidade. Faz parte integrante do perímetro da área em estudo e estes arruamentos são fundamentais, quer pela sua posição estratégica, quer pela emergência estrutural de definir tecido urbano contínuo e qualificado. A Rua Pedro Álvares Cabral, integrada na área delimitada pelo Plano, assume alguma importância por ser tangencial à antiga igreja, articulando-se com a Rua do Dourado. O protagonismo da Rua do Dourado prende-se com o facto de ser marginante á localização da nova Igreja que está prevista neste plano. Esta rua vai sofrer alterações a nível altimétrico, consequência da intervenção na Av. João de Deus e reformulação da rotunda. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 10/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PLANO 5.1. CARACTERIZAÇÃO BIO-FÍSICA A área em estudo integra um território espacial sem acidentes orográficos, de tal forma que a caracterização topográfica não exige uma análise muito detalhada. De referir apenas a existência de algumas ligeiras variações do relevo, sobretudo na rua do Dourado entre a rua Pedro Álvares Cabral e a Av. João de Deus. No que diz respeito à existência de linhas de água, não existem casos a assinalar. Avançando da análise geofísica do território para uma bio-caracterização da área de intervenção do plano, não é possível referenciar zonas verdes fundamentais dentro do perímetro definido. 5.2. CARACTERIZAÇÃO DO USO ACTUAL DO SOLO A grande percentagem da área intervencionada neste plano é constituída por zonas urbanas edificadas ou por traçados viários. A área envolvente tem uma caracterização urbana definida por alguma diversidade programática. Integra uma forte componente de serviços, nomeadamente, comércio e escritórios do sector terciário superior, na sua maioria ao nível do rés-do-chão, estando os pisos superiores destinados à função habitacional. Existem três casos de unidades habitacionais unifamiliares, sendo a grande maioria edifícios plurifamiliares de média densidade. Como foi referido anteriormente noutros capítulos, existem na área em estudo equipamentos privados de utilização pública com carácter religioso tais como: dois Cemitérios e um Centro Paroquial. É esta programação religiosa que atribui um certo destaque a esta área, em relação ao panorama urbano da cidade 5.3. CARACTERIZAÇÃO DO EDIFICADO EXISTENTE Procuramos neste capítulo caracterizar, de um modo sucinto, a coexistência dos volumes edificados no perímetro da área em estudo. Pode-se constatar, na zona marginante do plano, a predominância de edifícios de habitação colectiva, e de serviços, de média densidade (máximo de 7 pisos), implantados de forma a configurar quarteirões, ou seja, justapostos de forma contínua. No entanto, se aqui predomina um tecido urbano denso e concentrado, de confinação aos arruamentos, na área de intervenção do plano, denotam-se desigualdades ao nível das cérceas, desalinhamentos de fachadas, mistura de soluções construtivas e morfo-tipológicas. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 11/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO De salientar a desintegração entre os edifícios mais recentes, mais altos, e aqueles de construção mais recuada cronológica e tendencialmente mais baixos e sem uma expressão de urbanidade tão vincada. 5.4. CADASTRO DE PROPRIEDADE Este é um sub capítulo do relatório que não detém muitos aspectos a referir. De facto, no geral, o Plano de Pormenor, apesar de considerar o registo cadastral original, no seu desenvolvimento empreende acções de transformação mais ou menos profundas na área do Plano. O Plano objectiva, para a consecução dos seus parâmetros, em acordo com a Planta de Transformação Fundiária, a formulação de um novo sistema de parcelamento da propriedade, ainda que sejam nítidas as recorrências à base cadastral vigente. Apresenta-se de seguida o Quadro de Transformação Fundiária, explicitando a relação entre as parcelas/prédios originais e os resultantes da operação de transformação fundiária, bem como as parcelas/áreas a ceder para o domínio público municipal e equipamentos. QUADRO DE TRANSFORMAÇÃO FUNDIÁRIA PARCELAS ORIGINAIS nº. PARCELAS / ÁREAS A CEDER domínio público PARCELAS A CONSTITUIR equipamentos área (m2) nº. área (m2) nº. área (m2) (01) 506 1.C 283 - - (02) 441 2.C 256 - - (03) 1489 3.C 870 - - (04) 569 4.C 241 4.1.C 217 nº. área (m2) L2 1138 Z3-L8 344 Z2-L7 800 L1 811 (05) 811 - - 5.C 250 (07) 1162 - - 7.C 250 (08) 320 - - 8.C 300 (09) 392 - - - - (10) 399 - - - - (06) 480 - - - - - - (11) 400 - - - - - - (12) 819 12.1.C 180 12.C 639 L5 2471 (13) 1278 13.1.C 271 13.C 1007 (14) 192 14.C 119 - - (15) 144 - - - - L3 803 (16) 167 - - - - (17) 276 17.C 4 - - (18) 701 - - - - L4 841 (19) 1056 - - 1056 Z1-L6 1153 19.C SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 12/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 5.5. CARACTERIZAÇÃO DAS INFRA-ESTRUTURAS A Planta de Infra-estruturas que integra o conjunto de peças desenhadas do Plano de Pormenor sintetiza, não só as redes existentes, mas também a proposta de alteração e pontualmente, a ampliação das mesmas. Por questões operativas, algumas redes infra-estruturais não se encontram representadas na Planta, não correspondendo, este facto, a qualquer omissão técnica na elaboração do Plano, considerando-se que a proposta não depende, nem é posta em causa, pela simples ausência da representação nos documentos gráficos. Assim, considerando-se que a totalidade da área de intervenção do Plano se encontra, globalmente, infra-estruturada, para além das redes de abastecimento de água, gás natural, rede de drenagem de águas pluviais e rede eléctrica de média tensão, deve ser considerada a existência das seguintes redes: - Rede de drenagem de águas residuais domésticas; - Rede de telecomunicações; Refere-se ainda, que as redes de infra-estruturas existentes estão instaladas, genericamente no subsolo. 6. CONDICIONANTES LEGAIS AO USO DO SOLO Relativamente a este assunto e de acordo com a Planta de Condicionantes, a área de abrangência do Plano de Pormenor não apresenta nenhuma restrição ou impedimento a qualquer forma específica de aproveitamento. 7. PROPOSTA Procurar-se-á neste capítulo explicitar objectivamente a proposta de intervenção do Plano. Esta caracterização não se confinará apenas a uma síntese de interpretação do território, nem tão pouco à constatação da análise dos objectivos do plano, mas introduzirá uma caracterização detalhada das operações inerentes aos objectivos do plano. 7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Considerado o objectivo fundamental deste Plano de Pormenor, a requalificação do Largo do Souto e atribui-se-lhe um carácter de centralidade no contexto urbano de inserção no Centro Cívico de S. João da Madeira, podemos estabelecer as directrizes fundamentais da proposta do seguinte modo: - Cautelares ou preventivas, que sejam capazes de estancar o crescimento urbanístico casual e não planificado na área em estudo, pelo protagonismo que esta revela no contexto urbano de São João da Madeira. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 13/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO - Integradoras e susceptíveis de criar uma relação harmoniosa urbanística e arquitectónica entre o existente e a estratégia proposta pelo Plano. - Qualificadoras, integradas num conceito de criar uma imagem da cidade atractiva assumindo o planeamento urbanístico como instrumento angular na concretização da qualidade de vida. - Operacionais, visando a realização do presente Plano, minimizando os graus de incerteza e sem incongruências em termos de qualidade urbanística. O Plano de Pormenor do Largo do Souto procura uma resposta real de desenho urbano, adaptada à realidade circunstancial descrita, com a análise, compreensão e resolução dos problemas que a área em estudo apresenta. 7.2. COMPOSIÇÃO GERAL. Procederemos neste capítulo à sintetização das intervenções previstas para a Área em Estudo com a finalidade de mais pormenorizadamente caracterizar os princípios gerais que definem o plano. O plano propõe para a área intervencionada, a redefinição da malha edificada existente recorrendo a processos de colmatação e completamento, nivelando cérceas, alinhamentos e definindo as frentes do local em estudo, e dos arruamentos convergentes. Introduz-se como critério de formação do tecido urbano, o tema dos quarteirões, e a requalificação dos espaços públicos. 7.2.1 ESTRUTURA VIÁRIA No que concerne à estrutura viária existem alguns factores de carácter geral que convém identificar. Primeiro a estratégia de definição e clarificação da estrutura viária existente que permite as acessibilidades necessárias à área do Plano. O segundo ponto, diz respeito à articulação dos arruamentos definidos no perímetro de intervenção do plano. Procura-se a qualidade construtiva e arquitectónica tanto nos espaços de circulação viária, como nos espaços de circulação pedonal, avançando-se com uma tipificação construtiva expressa nos Perfis Transversais Tipo dos Arruamentos. A escolha dos materiais é definida por critérios de qualidade plástica e funcional, prevendo-se, para os arruamentos e baías de estacionamento, a utilização de cubo de granito cinzento escuro, com as guias, contra-guias, rampas e passadeiras em granito de tom mais claro, do tipo Penafiel. Nos espaços de circulação pedonal prevê-se a aplicação de micro-cubo de granito cinzento-escuro serrado e flamejado. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 14/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 7.2.2 DESENHO URBANO O Plano de Pormenor do Largo do Souto define o quarteirão como elemento base de toda a composição urbana. São previstas acções de “infill” da malha urbana existente, absorção de vazios e correcção / colmatação de alinhamentos e cérceas, com construções novas de média densidade urbana, confinando arruamentos e enquadrando o equipamento novo da Igreja e do Centro Paroquial, alimentando assim o conceito central de cidade consolidada. Analisando os objectos desta intervenção, considerem-se as seguintes acções: - Relocalização do actual Centro Paroquial para ampliação do Cemitério 1, no seu sentido nascente. - Demolição da actual casa do Pároco para construção de uma nova Igreja e Centro Paroquial com 2 e 5 pisos respectivamente. - Demolição do edifício de gaveto da Av. Dr. Renato de Araújo com a Av. João de Deus, para construção de um novo, rematando a empena do último edifício a Norte, com uma volumetria de 2 e 7 pisos. - Demolição dos edifícios marginantes à Av. João de Deus e Rua do Dourado, para a implantação de um parque ajardinado e a construção de um edifício novo que irá rematar a frente deste jardim, delimitando o quarteirão em que está inserido. Este edifício terá uma volumetria de 4 pisos no lado nascente alinhando com a cércea do último edifício desse lado, e 2 pisos do lado poente alinhando com o limite da ampliação do Cemitério 1, resultante da mesma demolição. - Demolição dos dois edifícios de gaveto entre a Av. João de Deus e a Rua Durbalino Laranjeira e a Rua Visconde de S. João da Madeira e a construção de um novo edifício, que colmata a cércea existente, com 2 pisos no lado poente e 6 pisos no lado nascente. - Demolição dos 3 edifícios marginantes à Rua Pedro Álvares Cabral, para a construção de um novo edifício de 3 pisos que alinhe pela cércea do último edifício existente a nascente. - Demolição de alguns anexos existentes no interior do quarteirão definido pela Av. João de Deus; a Rua Pedro Álvares Cabral; a Rua do Dourado e a Rua Visconde de S. João da Madeira. Esta demolição permitirá a ampliação do Cemitério 1 no sentido nascente. 7.2.3. ESPAÇO PÚBLICO PEDONAL O espaço público pedonal é prioritário na definição da estratégia deste plano. Aliás é notório o privilégio dado ao tratamento do espaço público e de uso colectivo em detrimento do sistema de espaços exteriores privados. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 15/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO Enquadram-se aqui, não só os espaços de circulação pedonal, mas também as áreas públicas exteriores envolventes dos equipamentos religiosos, e ainda o espaço afecto à estrutura verde proposta. A proposta de arborização marginante aos arruamentos, revela também o tratamento privilegiado destes espaços e reforça a continuidade dos espaços verdes previstos. 7.2.4. EQUIPAMENTOS Os equipamentos são vitais na composição do desenho urbano, para a eficácia concretizável e perenidade dos planos propostos. No que concerne aos equipamentos estão previstas as seguintes acções para a Área em Estudo. - Construção de uma nova Igreja, capaz de responder às emergentes necessidades da cidade e englobando um novo centro e residência Paroquial; - Ampliação do Cemitério 2 no sentido Nascente, ocupando a área do actual centro paroquial, alargando a oferta e consequentemente respondendo às necessidades das populações; - Ampliação do Cemitério 1 nos sentidos Norte e Nascente, pelos motivos atrás explicitados; - Implantação de um parque ajardinado a sul da Av. João de Deus com capacidade para plantas arbóreas e arbustivas e percursos pedonais em material permeável. 8. CAPACIDADE DO PLANO Considerados os princípios geradores das opções urbanísticas e arquitectónicas do Plano de Pormenor do Largo do Souto e após se ter descrito a solução global, passamos a expor nos quadros seguintes, os resultados da quantificação da capacidade e dos índices e capitações para a área de intervenção. - Os parâmetros para efeitos de dimensionamento com vista à dotação de estacionamento coberto, em cave, de cada edifício proposto, seguem os critérios definidos na Portaria nº.216-B/2008 de 3 de Março, no que se refere à afectação habitacional, com 1,5 lugares de estacionamento por cada 120 m2 de espaço construído, considerada a área média de cada fogo. No caso de afectação de serviços ou comércio 1 lugar de estacionamento por cada 50 m2 de espaço construído, em acordo com o Regulamento Municipal de Edificação e Urbanização do Concelho de S. João da Madeira. Apresentamos de seguida os quadros que incluem, não só os dados contidos nos elementos gráficos do Plano de Pormenor (Planta de Implantação), assim como os totais SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 16/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO parciais relativos às variáveis consideradas: índices, capacidades construtivas, densidade populacional, quantificações de áreas verdes e de estacionamento exterior público. QUADRO DE VALORES GLOBAIS (m2) ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PLANO 33.075,00 ÁREA EFECTIVA EM ESTUDO 33.075,00 A CONSTRUIR ÁREAS DE IMPLANTAÇÃO DE EDIFÍCIOS EXISTENTES A MANTER ZONAS VERDES CIRCULAÇÃO PEDONAL EQUIPAMENTOS (implantação) CIRCULAÇÃO VIÁRIA E ESTACIONAMENTO 711,00 3.750,00 TOTAL ESPAÇOS PÚBLICOS E DE UTILIZAÇÃO COLECTIVA E EQUIPAMENTOS 3.039,00 EDIFÍCIOS DOMÍNIO PÚBLICO 2.909,00 DOMÍNIO PRIVADO (utilização colectiva) 83,20 DOMÍNIO PÚBLICO 5.791,90 DOMÍNIO PRIVADO (utilização colectiva) 150,00 EXISTENTES A MANTER 4.915,00 NOVOS 4.768,00 TOTAL 18.617,10 CIRCULAÇÃO VIÁRIA 7.731,00 ESTACIONAMENTO 979,60 TOTAL 8.710,60 No quadro acima apresentado pretende-se sintetizar, em termos de quantificações absolutas, todos os parâmetros de intervenção do Plano de Pormenor. De salientar da sua análise o acréscimo do edificado, previsto pelo plano, os aumentos substanciais das áreas destinadas a espaços públicos, equipamentos, circulações viárias, pedonais e estacionamento. Analisados os parâmetros globais, atente-se em detalhe, ás situações particularizadas nomeadamente as capacidades construtivas do edificado e equipamentos propostos, atribuindo valores específicos para cada caso edificado, ao nível da área do lote/parcela, factores quantitativos de edificabilidade máxima, definição do número de pisos e usos, estacionamento relativo e cálculo do número de fogos. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 17/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO QUADRO DE ÁREAS - CONSTRUÇÕES NOVAS EDIFICABILIDADE LOTE Nº. DE LUGARES DE ESTACIONAMENTO PRIVADO USO / Nº. DE PISOS Nº. DE PISOS ÁREA IMPLANTAÇÃO (m2) Nº.FOGOS A.B.C. [m2] (a) ACIMA COTA SOLEIRA ABAIXO COTA SOLEIRA HABITAÇÃO COMÉRCIO / SERVIÇOS HABITAÇÃO COLECTIVA COMÉRCIO / SERVIÇOS HABITAÇÃO (1.5lug./120m2) COMÉRC./ SERV. (1lug./50m2) TOTAL 1F=120m2 488 3 1(b) 976 488 2 1 12 10 22 8 1138 907 1-3-4 1(b) 2063 907 2+1 1 26 18 44 17 L3 803 803 1-2-6 1(b) 2862 803 1+4 1 36 16 52 24 L4 841 841 2-7 1(b) 3016 841 1+5 1 38 17 55 25 TOTAIS 3593 3039 8917 3039 112 61 173 74 Nº. ÁREA (m2) L1 811 L2 (a) - ÁREA BRUTA DE CONSTRUÇÃO (b) - O NÚMERO DE PISOS ABAIXO DA COTA DE SOLEIRA PODE SER AUMENTADO EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES QUADRO DE ÁREAS - EQUIPAMENTOS EDIFICABILIDADE LOTE Nº. DE PISOS Nº. ÁREA (m2) ÁREA IMPLANTAÇÃO (m2) L5 2471 Z1-L6 USO A.B.C. [m2] (a) ACIMA COTA SOLEIRA ABAIXO COTA SOLEIRA 1510 2-5 (b) 5091 IGREJA + CENTRO PAROQUIAL 1153 - - - - CEMITÉRIO Z2-L7 800 - - - - CEMITÉRIO Z3-L8 344 - - - - CEMITÉRIO TOTAIS 4768 1510 5091 (a) – ÁREA BRUTA DE CONSTRUÇÃO (b) - A DEFINIR DE ACORDO COM O PROGRAMA DE NECESSIDADES Apresentamos agora os dados determinados a partir dos valores estimados nos quadros anteriores, imprescindíveis a uma leitura sintética do Plano de Pormenor e que possibilita a comparação com outros campos. ÍNDICE MÉDIO DE IMPLANTAÇÃO ÁREA DO PLANO (m2) ÁREA DE IMPLANTAÇÃO EDIFIC. NOVOS (m2) ÁREA DE IMPLANTAÇÃO EDIF. EXISTENES (m2) (*) ÁREA TOTAL IMPLANTAÇÃO DO EDIFICADO (m2) ÍNDICE MÉDIO DE IMPLANTAÇÃO (m2/m2) 33.075 3.039 711 3.750 0,11 (*) NÃO INCLUI ÁREAS DOS ANEXOS SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 18/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO A análise do índice médio de implantação permite-nos observar o nível de ocupação do solo que apresenta um valor considerado aceitável, tendo em conta a sua localização e resultante da urbanidade que se pretende para o próprio Plano. Note-se a dominância das capacidades não construídas relativamente à área de intervenção sendo o espaço não construído nomeadamente o espaço público que domina a estratégia do plano. ÍNDICE MÉDIO DE UTILIZAÇÃO ÁREA DO PLANO (m2) A.B.C. EDIFÍCIOS NOVOS (m2) A.B.C. EDIF. EXISTENTES (m2) A.B.C. EDIFICADO (m2) ÍNDICE MÉDIO DE UTILIZAÇÃO(m2/m2) 33.075 11.956 2.260 14.216 0,43 O índice médio de utilização ajuda a perceber a relação das massas construídas com o território total da intervenção. Procura-se de seguida analisar os níveis de construção e respectivos programas afectos para melhor compreendermos a natureza urbana do Plano. ÁREAS DE CONSTRUÇÃO E CAPACIDADES ÁREAS DE CONSTRUÇÃO ACIMA DO SOLO (m2) FOGOS (1 F.= 120m2) HABITANTES (3,2 hab./fogo) HABITAÇÃO COMÉRCIO/SERVIÇOS EXISTENTE 1.549 711 19 61 PROPOSTO 8.917 3.039 100 320 10.466 3.750 119 381 72,80% 27,20% TOTAL Analisado o quadro de áreas de construção e capacidades, constatamos a dominância do edificado com funções habitacionais sobre as áreas afectas a comércio e serviços. No entanto a área de construção destinada a comercio e serviços já é considerável dado o carácter central da área em estudo. O quadro seguinte permite-nos avaliar a densidade populacional, face às capacidades construtivas verificadas anteriormente. DENSIDADE POPULACIONAL ÁREA TOTAL DA ZONA DE INTERVENÇÃO Nº. DE HABITANTES DENSIDADE POPULACIONAL (hab. / ha) 33.075 (3,3ha) 381 115 SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 19/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO Pode-se concluir pela análise deste quadro, que a área em estudo não é densa do ponto de vista urbano sendo que, o espaço destinado aos equipamentos e sua envolvência, acabam por influenciar os resultados. Interessa por isso esclarecer agora, a quantificação relativa dos espaços verdes propostos pelo plano. ÁREAS VERDES A.B.C. (m2) Nº. HABITANTES VERDE PÚBLICO (m2) VERDE PRIVADO UTIL. PÚBLICA (m2) TOTAL ÁREA VERDE (m2) 14.216 381 2.909 83 2.992 ÁREA VERDE / ÁREA VERDE / m2 A.B.C. 120m2 A.B.C. (m2) (m2) 0,21 ÁREA VERDE / HABITANTE (m2) 25,26 7,85 Como se pode observar no quadro anterior, sobressai um índice de área verde, inferior ao definido pela Portaria nº.216-B/2008 de 3 de Março, que estabelece uma proporção mínima de 28m2 de espaço verde para cada 120 m2 de área bruta de construção, isto é devido à forte densidade urbana do local, favorável à configuração do centro urbano. A seguir apresenta-se a situação relativa à provisão de infra-estruturas de estacionamento público exterior e sua relação com o número de fogos. Atente-se ao seguinte quadro. ESTACIONAMENTO NO ESPAÇO PÚBLICO Nº. DE FOGOS Nº. LUGARES ESTAC. NO ESPAÇO PÚBLICO Nº. LUGARES ESTAC. / FOGO 119 68 0,57 Pode-se concluir que a quantidade de lugares de estacionamento previsto na globalidade da intervenção é satisfatória relativamente à capacitação urbana das massas construídas correspondentes. Convém no entanto referir a existência de dois parques de estacionamento público nas proximidades da área intervencionada, um com uma capacidade de 165 lugares, localizado na Av. João de Deus junto ao Tribunal e outro com a capacidade de 100 lugares, na Av. Dr. Renato Araújo. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 20/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO Para concluir este capítulo, apresentam-se os quadros relativos ao índice de utilização e à cedência média a considerar para a área delimitada pela Av. João de Deus, rua Visconde de S. João da Madeira, rua Pedro Álvares Cabral e rua do Dourado. ÍNDICE MÉDIO DE UTILIZAÇÃO ÁREA DELIMITADA PELA AV. JOÃO DE DEUS, RUA VISCONDE DE S. JOÃO DA MADEIRA, RUA PEDRO ÁLVARES CABRAL E RUA DO DOURADO A.B.C. EDIFÍCIOS NOVOS [m2] (a) A.B.C. EDIFICIOS EXISTENTES A MANTER [m2] (b) A.B.C. EDIFICADO [m2] ÁREA DAS PARCELAS PRIV. EXISTENTES [m2] (c) 4.434 2.260 6.694 7.397 ÍNDICE DE UTILIZAÇÃO [m2/m2] 0,91 (a) – A designação de edifícios novos corresponde ao edificado proposto no âmbito do Plano (b) – A designação de edifícios a manter corresponde aos edifícios compatíveis com o Plano (c) - Área correspondente ao somatório das áreas das parcelas privadas existentes, representadas na Planta de Transformação Fundiária e incluídas no espaço delimitado pela Av. João de Deus, Rua Visconde de S. João da Madeira, Rua Pedro Álvares Cabral e Rua do Dourado. CEDÊNCIA MÉDIA ÁREA DELIMITADA PELA AV. JOÃO DE DEUS, RUA VISCONDE DE S. JOÃO DA MADEIRA, RUA PEDRO ÁLVARES CABRAL E RUA DO DOURADO AREA DAS PARCELAS AREA DAS PARCELAS A.B.C. EDIFÍCIOS A.B.C. EDIFICIOS A.B.C. PRIVADAS PRIVADAS NOVOS EXIST. A MANTER TOTAL CEDENCIA MÉDIA EXISTENTES PROPOSTAS [m2] (a) [m2] (b) [m2] (c) [m2] (d) [m2] (e) [m2/m2] 7.397 4.138 4.434 2.260 6.694 0.49 (a) – Área correspondente ao somatório das áreas das parcelas privadas existentes, representadas na Planta de Transformação Fundiária e incluídas no espaço delimitado pela Av. João de Deus, Rua Visconde de S. João da Madeira, Rua Pedro Álvares Cabral e Rua do Dourado. (b) – Área correspondente ao somatório das áreas das parcelas privadas propostas, representadas na Planta de Transformação Fundiária e incluídas no espaço delimitado pela Av. João de Deus, Rua Visconde de S. João da Madeira, Rua Pedro Álvares Cabral e Rua do Dourado. (c) – A designação de edifícios novos corresponde ao edificado proposto no âmbito do Plano e incluídos no espaço delimitado pela Av. João de Deus, Rua Visconde de S. João da Madeira, Rua Pedro Álvares Cabral e Rua do Dourado. (d) – A designação de edifícios a manter corresponde aos edifícios compatíveis com o Plano e incluídos no espaço delimitado pela Av. João de Deus, Rua Visconde de S. João da Madeira, Rua Pedro Álvares Cabral e Rua do Dourado. (e) – Área correspondente ao somatório das áreas brutas de construção dos edifícios novos e edifícios a manter compatíveis com o Plano, representados na Planta de Implantação e incluídos no espaço delimitado pela Av. João de Deus, Rua Visconde de S. João da Madeira, Rua Pedro Álvares Cabral e Rua do Dourado. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 21/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO 9. EXECUÇÃO DO PLANO Nos termos do Decreto-Lei nº. 380/1999 (artº. 92º, nº 2, alínea d), com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº.310/2003 de 10 de Dezembro e pelo Decreto-Lei nº.316/2007 de 19 de Setembro, os Planos de Pormenor são acompanhados por um programa de execução e um plano de financiamento das acções previstas para as propostas de intervenção. Com a finalidade de estabelecer os viários modelos de execução a aplicar na área abrangida pelo Plano, é legitimo enumerar os instrumentos de execução que o Decreto-Lei nº380/1999, de 22 de Setembro, consagra: - Direito de preferência em terrenos ou edifícios situados nas áreas do plano com execução programada (artº. 126º); - Demolição de edifícios (artº. 127º); - Expropriação (artº.128); - Reestruturação da propriedade (artº. 129); - Direito à expropriação (artº. 130); - Reparcelamento do solo urbano (artº. 131 a 134º). Igualmente legítimo é considerar ainda, como instrumento de execução do Plano a associação dos particulares com a administração, no sistema de execução por cooperação a que se refere o artigo 123º. Com vista à viabilização do Plano, considerou-se fundamental definir uma unidade de execução, para a área delimitada pela Av. João de Deus, rua Visconde de S. João da Madeira, rua Pedro Álvares Cabral e rua do Dourado, prevendo-se a implementação de processos baseados em sistemas de cooperação. Além disso, define-se ainda, para esta unidade de execução, a activação de operações de reparcelamento, susceptíveis de permitir ajustar o cadastro da propriedade à proposta do Plano de Pormenor. A execução do Plano de Pormenor, viabilizado pela unidade de execução proposta, deverá proporcionar a repartição neutral de encargos e proveitos entre os agentes institucionais e privados e, sobretudo dependerá da capacidade coordenadora da própria autarquia A restante área do Plano de Pormenor do Largo do Souto não exige nenhum dos sistemas de execução estabelecidos pelo Decreto-Lei nº. 380/1999. A sua execução é viabilizada através das operações urbanísticas estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro, com a nova redacção dada pelo Decreto-Lei nº.177/2001, de 4 de Junho e as alterações introduzidas pela Lei nº.60/2007 de 4 de Setembro, sobretudo obras de edificação e de urbanização da iniciativa privada ou municipal. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 22/23 PLANO DE PORMENOR DO LARGO DO SOUTO RELATÓRIO Caso o cadastro da propriedade seja impeditivo da execução do Plano e não houver concertação entre os proprietários, pode a Câmara recorrer à expropriação e à reestruturação da propriedade. 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Plano de Pormenor do Largo do Souto visa estabelecer os princípios de regulação das dinâmicas imobiliárias privadas, adoptando processos de valorização urbana, decorrente da intervenção ao nível do sistema de espaços públicos e equipamentos. O Plano por não pretender desenhar um cenário, define os suportes instrumentais da sua execução, tendo tido como ponto de partida a identificação dos problemas da área de intervenção e estabelecendo os processos e métodos de carácter urbanístico e arquitectónico para a resolução dos mesmos. SOUTO MOURA ARQUITECTOS, SA. – RUA DO ALEIXO 53, 1º. ESQ. – 4150-043 PORTO 23/23