Boletim Técnico pH Análises de Óleo INFORMATIVO TÉCNICO DIRIGIDO AOS CLIENTES DA PH A ÁGUA NO ÓLEO: SÓ PROBLEMAS! A presença de água no óleo é sempre indesejável, devido aos muitos problemas que pode acarretar nas máquinas e pelos custos decorrentes. Toda possibilidade de contaminação deve ser identificada e eliminada, tais como: juntas e retentores danificados; trincas, rachaduras e perfurações em blocos e tubulações que permitam a passagem de água de refrigeração, óleo solúvel, solução aquosa de retífica, etc; recipientes de transferência de óleo, reposição ou coleta de amostra, contendo umidade; embalagens de óleo armazenadas em condições inadequadas ou sem vedação suficiente; abertura do equipamento para manutenção, troca do óleo, reposição ou coleta de amostra, em situação de elevada umidade relativa do ar, etc. Dependendo do equipamento, das condições de operação e do nível de contaminação, a água no óleo pode: , , , , , , , , No 10 /01 Formar emulsões, prejudicando a lubrificação Contribuir para a corrosão das superfícies metálicas Catalisar a formação de borras e vernizes Reduzir drasticamente o poder isolante (óleos para transformador e compressor frigorífico) Contribuir para a oxidação prematura do óleo Contribuir para a formação de ácidos corrosivos Provocar a depleção de aditivos presentes no óleo Facilitar a formação de espuma Motores trabalhando em serviços intermitentes, períodos curtos de operação e temperaturas abaixo do normal, facilitam a condensação da água, que pode acelerar o desgaste dos anéis de segmento e cilindros. Nos motores diesel, devido ao enxofre presente no combustível, um dos gases sub-produtos da combustão é o SO3 que, reagindo com H2O, vai gerar ácido sulfúrico (H2SO4), que provoca corrosão nos pontos de temperatura mais baixa, inclusive no escapamento. Por essa razão, os lubrificantes para motores diesel possuem um aditivo de base alcalina para neutralizar os ácidos formados na combustão que possam contaminá-los. Nos compressores semi-herméticos de sistemas de refrigeração e ar condicionado, utilizando o refrigerante R-22, a umidade presente no óleo vai catalisar a formação de ácido fluorídrico (que ataca o verniz do isolamento do motor elétrico, até queimá-lo) e ácido clorídrico (que ataca o cobre da tubulação, removendo-o e mantendo-o em suspensão no óleo). Com mais a presença do cobre, que é um forte catalisador da oxidação, ocorre o processo de www.phanalisesdeoleo.com.br degradação do óleo, com corrosão dos componentes, formação de borras e depósitos, saturação dos filtros, etc., que conduzirão a falhas mecânicas catastróficas, como até mesmo a fratura do virabrequim. A quantidade de água presente no óleo determina sua resistência dielétrica (poder isolante), característica importante dos óleos de transformador e compressores para sistemas de refrigeração e ar condicionado. Um poder dielétrico de 21 kV já suficiente para o óleo exercer essas funções, entretanto , a maioria dos fabricantes desses equipamentos exige uma resistência dielétrica superior a 25 kV. Esse valor é alcançado com teores de água inferiores a 50 ppm (método Karl Fischer). Após o processo de desidratação (secagem) do óleo, ele se torna altamente higroscópico, ou seja, com grande capacidade de absorver água do ambiente. Qualquer contato do óleo com ar contendo umidade é suficiente para sua contaminação. Portanto, o armazenamento e manuseio desses produtos é bastante crítico e exige cuidados especiais. Compressores utilizando um lubrificante sintético tipo poliol éster exigem cuidados ainda maiores, já que este é cerca de 100 vezes mais higroscópico que os óleos minerais. Nos sistemas hidráulicos e sistemas circulatórios de lubrificação, a presença de água é tolerada em limites superiores. Como regra geral, considera-se o teor de 0,2% como máximo admissível. Entretanto, d e p e n d e n d o d o s m e c a n i s m o s s e n s í ve i s e instrumentos de medição e controle incorporados ao sistema, o fabricante do equipamento limita o teor máximo de água a 0,1% ou até 0,05% (500 ppm). A maioria dos óleos de boa qualidade para sistemas hidráulicos/circulatórios incorporam aditivos antidesgaste (AW) à base de zinco, como o ZDDP (ditiofosfato de zinco). Água em excesso no óleo, em temperaturas de operação acima de 60°C, reage com esse aditivo, provocando sua depleção. A partir daí, o lubrificante atuará sem essa proteção, expondo o equipamento a um desgaste acelerado e falhas prematuras. Limites de tolerância: Na ausência de parâmetros estabelecidos pelo fabricante do equipamento, podem ser utilizados os valores abaixo como máximo permisível de água no óleo : [ [ [ [ óleos de motor = máx. 0,1% óleos de sistema hidráulico = máx. 0,2% óleos de sistema circulatório = máx. 0,2% óleos de compressores de refrigeração condicionado = máx. 100 ppm e ar Fone: 55 11 4351-3104