MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA ACADEMIA MRS CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS DE LOCOMOTIVAS EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES OPERACIONAIS Rio de Janeiro 2006 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA ACADEMIA MRS CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS DE LOCOMOTIVAS EM FUNÇÃO DAS NECESSIDADES OPERACIONAIS Monografia apresentada ao curso de Especialização em Transporte Ferroviário de Carga do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Transporte Ferroviário de Carga. Autora: Marina Guimarães Mattos Orientador: Altair dos Santos Ferreira Filho Tutor: Carlos Magno Cascelli Schwenck Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2006 II AGRADECIMENTOS A todo o pessoal das oficinas de locomotivas, do PCM, da engenharia de locomotivas e engenharia de operações o meu muito obrigada. A contribuição de vocês foi fundamental para a conclusão deste trabalho! II ÍNDICE ANALÍICO AGRADECIMENTOS ..........................................................................................................II ÍNDICE ANALÍICO .............................................................................................................III ÍNDICE DE FIGURAS......................................................................................................... V ÍNDICE DE TABELAS....................................................................................................... VI RESUMO .......................................................................................................................... VII 1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA.............................................................................................................. 1 OBJETIVO......................................................................................................................................................... 2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.................................................................................................................. 3 PALAVRAS CHAVE......................................................................................................................................... 4 2. VISÃO GERAL ..............................................................................................................5 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 2.4.1. 2.4.2. 2.4.3. 2.4.4. 2.4.5. 2.5. 2.5.1. 2.5.2. 2.5.3. A MRS LOGÍSTICA.......................................................................................................................................... 5 A FROTA DE LOCOMOTIVAS ....................................................................................................................... 6 GERAÇÃO DE DEMANDA ............................................................................................................................. 3 MANUTENÇÃO DE LOCOMOTIVAS............................................................................................................ 4 PLANO MESTRE DE MANUTENÇÃO...................................................................................................... 4 MANUTENÇÕES PREVENTIVAS............................................................................................................. 6 MANUTENÇÕES CORRETIVAS............................................................................................................... 9 DISPONIBILIZAÇÃO ................................................................................................................................. 10 RECURSOS DEMANDADOS .................................................................................................................. 10 VARIÁVEIS MEDIDAS .................................................................................................................................. 12 MÃO DE OBRA........................................................................................................................................... 14 ÁREA FÍSICA.............................................................................................................................................. 14 TEMPO DE ATIVIDADE............................................................................................................................ 15 3. DISTRIBUIÇÃO DE OFICINAS NA MRS....................................................................17 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. HORTO FLORESTAL (FHL)......................................................................................................................... 18 CONSELHEIRO LAFAITE (FCK)................................................................................................................. 22 P1-7 (FPJ) ....................................................................................................................................................... 23 BARRA DO PIRAÍ (FBX) ............................................................................................................................... 27 LAPA (IOU) ..................................................................................................................................................... 30 JUNDIAÍ (IJN) ................................................................................................................................................. 32 4. MODELAGEM E SIMULAÇÕES .................................................................................33 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5. 4.5.1. 4.5.2. 4.5.3. O QUE É SIMULAÇÃO.................................................................................................................................. 33 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA SIMULAÇÃO .............................................................................. 35 CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS DE SIMULAÇÃO.............................................................................. 36 SIMULAÇÃO NO ARENA ............................................................................................................................. 37 SIMULAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS ....................................................... 38 CRIAÇÃO DAS VARIÁVEIS ..................................................................................................................... 38 RECURSOS................................................................................................................................................ 39 ALEATORIEDADE ..................................................................................................................................... 40 III 4.5.4. ROTAS E TEMPOS DE PERCURSO...................................................................................................... 41 4.6. CONSTRUÇÃO DO MODELO ..................................................................................................................... 42 4.6.1. INSERÇÃO DAS LOCOMOTIVAS .......................................................................................................... 42 4.6.2. DISTRIBUIÇÃO DAS LOCOMOTIVAS PARA AS OFICINAS ............................................................. 44 4.6.3. GERAÇÃO DE DADOS PARA RELATÓRIO ......................................................................................... 46 4.6.4. RESULTADOS OBTIDOS......................................................................................................................... 47 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................49 5.1. 5.2. CONCLUSÕES .............................................................................................................................................. 49 RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................................... 50 6. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................52 ANEXO A ..........................................................................................................................53 TEMPOS DE ATIVIDADE E PERCURSO DE CORRETIVAS ............................................................................. 53 ANEXO B ..........................................................................................................................54 MÉDIA E DESVIO PADRÃO DOS TEMPOS DE ATIVIDADE DAS MANUTENÇÕES PREVENTIVAS........ 54 ANEXO C ..........................................................................................................................55 RELATÓRIO DE SIMULAÇÃO................................................................................................................................. 55 ENTIDADES ............................................................................................................................................................... 56 TEMPO DE ESPERA (MÉDIO) E QUANTIDADE EM FILA (MÉDIA) ................................................................. 58 TAXA DE UTILIZAÇÃO ............................................................................................................................................. 59 TEMPO DE INDIDPONIBILIDADE POR MODELO............................................................................................... 61 QUANTIDADE MÉDIA DE LOCOMOTIVAS EM OFICINA POR ATIVIDADE ................................................... 62 IV ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 - MALHA MRS .........................................................................................................1 FIGURA 2 - MAPA FERROVIÁRIO BRASILEIRO .............................................................................6 FIGURA 3 - LOCOMOTIVA C 30-7MP .......................................................................................7 FIGURA 4 - LOCOMOTIVA C 30-SUPER 7 ..................................................................................7 FIGURA 5 – LOCOMOTIVA HITACHI ...........................................................................................7 FIGURA 6 - LOCOMOTIVA SD 40/2 ...........................................................................................8 FIGURA 7 - LOCOMOTIVA SD 40/3 ...........................................................................................8 FIGURA 8 - LOCOMOTIVA SD 38 ..............................................................................................8 FIGURA 9 - LOCOMOTIVA SF30-C............................................................................................8 FIGURA 10 - LOCOMOTIVA U-23C1..........................................................................................9 FIGURA 11 - COMPARATIVO: PROGRAMA X DISPONIBILIDADE .....................................................9 FIGURA 12 - SUMÁRIO DE LOCOMOTIVAS ................................................................................10 FIGURA 13 - PROCESSO DE ATENDIMENTO DE DEMANDAS ..........................................................3 FIGURA 14 - CICLO DE REVISÕES ............................................................................................7 FIGURA 15 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS OFICINAS ...................................................................17 FIGURA 16- VISTA AÉREA UNIDADE DO HORTO FLORESTAL ......................................................18 FIGURA 17 - MAPA MRS MINAS GERAIS ................................................................................19 FIGURA 18 - LAY OUT OFICINA DE LOCOMOTIVA HF.................................................................20 FIGURA 19 - VALAS OFICINA HF............................................................................................21 FIGURA 20 - VALAS - OFICINA LAFAIETE .................................................................................22 FIGURA 21 - ÁREA INTERNA OFICINA DE LAFAIETE ...................................................................23 FIGURA 22 - LAVADOR DE LOCOMOTIVAS P1-7 .......................................................................24 FIGURA 23 - OFICINA P1-7....................................................................................................25 FIGURA 24 - INTERIOR OFICINA P1-7......................................................................................26 FIGURA 25 - VALA FALSA P1-7..............................................................................................26 FIGURA 26 - MALHA MRS RIO DE JANEIRO ............................................................................27 FIGURA 27 - VALA OFICINA BP ..............................................................................................28 FIGURA 28 - OFICINA BP ......................................................................................................29 FIGURA 29 - OFICINA BP : VISTA DA ROTUNDA .......................................................................29 FIGURA 30 - MALHA MRS SP ...............................................................................................30 FIGURA 31 - "PASSADOR" OFICINA LAPA ................................................................................30 FIGURA 32 - OFICINA LAPA....................................................................................................31 FIGURA 33 - OFICINA LAPA- VALAS ........................................................................................32 FIGURA 34 - INPUT ANALYSER ...............................................................................................37 FIGURA 35 - BLOCO 1: INSERÇÃO DAS LOCOMOTIVAS ..............................................................43 FIGURA 36 - BLOCO 2 : DEFINIÇÃO DAS MANUTENÇÕES E OFICINAS ..........................................45 FIGURA 37 - BLOCO 3 : GERAÇÃO DO RELATÓRIO ...................................................................46 FIGURA 38 - TELA DE ANIMAÇÃO ............................................................................................47 FIGURA 39 - RELATÓRIO DE TEMPO EM FILA POR OFICINA.........................................................48 V ÍNDICE DE TABELAS TABELA 1 - MODELOS POR FROTA E QUANTIDADE ......................................................................5 TABELA 2 - PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES ..............................................................................7 TABELA 3 - PLANO MESTRE - PREVENTIVAS .............................................................................8 TABELA 4 - PLANO MESTRE PARA FROTA GE C30-7...............................................................10 TABELA 5 - HH PLANO MESTRE .............................................................................................11 TABELA 6 - HH OFICINAS ......................................................................................................12 TABELA 7-OFICINAS DE DESTINO ...........................................................................................41 VI RESUMO Este trabalho tem como premissa estudar a capacidade de produção das oficinas de manutenção de locomotivas da MRS Logística em função das demandas operacionais. O texto apresenta a MRS Logística, a forma como é gerada a demanda de trens, sua frota de locomotivas, o plano de manutenção dessas máquinas, as oficinas existentes e as variáveis que interferem nesse processo como área física, quantidade de mão de obra e turnos de trabalho. A partir destes dados é construído um modelo de simulação utilizando o software Arena, que pode ser utilizado como ferramenta de apoio às decisões em projetos que envolvam alterações na infra-estrutura das oficinas, no ciclo de manutenção ou na frota de locomotivas. Os resultados obtidos mostraram que o tratamento do problema de manutenção das locomotivas na MRS pode ser melhor gerenciado com o emprego da simulação computacional. VII 1. INTRODUÇÃO Este trabalho é sobre a capacidade de produção das oficinas de locomotiva da MRS e tem como objetivo analisar a geração das necessidades operacionais, verificar as variáveis que interferem na manutenção e gerar um modelo de simulação que represente bem esse sistema. 1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA A MRS Logística é uma concessionária que controla, opera e monitora a Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal. A empresa atua no mercado de transporte ferroviário desde 1996, quando foi constituída, interligando os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. São 1.674 Km de malha - trilhos que facilitam o processo de transporte e distribuição de cargas numa região que concentra aproximadamente 65% do produto interno bruto do Brasil. Pela malha da MRS também é possível alcançar os portos de Sepetiba e de Santos. Figura 1 - Malha MRS 1 O foco das atividades da MRS está no transporte ferroviário de cargas gerais, como minérios, produtos siderúrgicos acabados, cimento, bauxita, produtos agrícolas, coque verde e contêineres. Para garantir um transporte eficiente e seguro é fundamental trabalhar com um sistema de manutenção que atenda às necessidades operacionais. Analisando o quadro de disponibilidade de locomotivas, nota-se que, em alguns momentos, o número de máquinas disponibilizadas pelas oficinas não atende às necessidades demandadas pela produção da companhia. Uma solução para o problema de falta de locomotivas disponíveis pode ser obtida com a melhoria e otimização dos serviços de manutenção. 1.2. OBJETIVO O objetivo desse trabalho é estudar as atuais condições das oficinas de manutenção de locomotivas da MRS e avaliar a capacidade de produção destas em função das demandas operacionais. Será feita análise da oficina do Horto Florestal, Conselheiro Lafaiete, P1-7, Lapa, Jundiaí e Barra do Piraí. Não entrará nesse estudo a oficina de Raiz da Serra por tratar de um tipo específico de manutenção de locomotivas. Conhecendo o número total de locomotivas por modelo, as atividades de manutenção, a freqüência e duração dessas atividades, o tempo necessário para transporte das locomotivas até as oficinas e a estimativa de ocorrência de defeitos e reboques é possível chegar à quantidade de tempo que cada frota fica parada. A partir da comparação entre a necessidade de locomotivas disponíveis, ditada pela demanda da produção, e o tempo previsto de locomotivas paradas em manutenção, será possível analisar a capacidade de atendimento das oficinas. Todos estes dados contribuíram para a construção de um modelo de simulação da capacidade de produção das oficinas. Esse modelo foi construído utilizando o software 2 Arena e será utilizado como ferramenta para visualização de possíveis modificações como construção de valas, alteração nos turnos de trabalho, aquisição de novas locomotivas e alterações no plano de manutenção. Considerando apenas o atendimento ao ciclo de preventivas, a capacidade das oficinas de locomotivas poderia ser simplesmente medida através do cálculo de horas e HH necessários, mas existem também as manutenções corretivas. Como a freqüência das corretivas e a demanda de horas em manutenção dessas ocorrências é indeterminada, a criação de um modelo para simulação é muito útil. 1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Este trabalho está dividido em cinco capítulos, sendo que o primeiro faz uma apresentação do problema a ser discutido e do objetivo final desta análise. O Capitulo 2 mostra uma visão geral da MRS, apresenta a frota de locomotivas, discorre sobre a geração de demanda das máquinas e os tipos de manutenção empregados. Nesta parte do trabalho também é feito um detalhamento do plano mestre de manutenção e são discutidas as variáveis medidas que servem de base para a análise desenvolvida ao longo do trabalho: mão de obra, área física e tempo de atividade. De forma sucinta o terceiro capitulo descreve as oficinas de locomotiva, resume as atividades realizadas em cada uma e discorre sobre as variáveis apresentadas no capítulo anterior. O capítulo seguinte apresenta o software Arena, utilizado para a simulação, e descreve como esta foi realizada. A conclusão do trabalho é feita no Capítulo 5 após a análise dos resultados obtidos com a simulação. 3 1.4. PALAVRAS CHAVE Oficina, manutenção, locomotivas, preventivas, corretivas, capacidade, valas, mão de obra, homem-hora, disponibilidade, frota, Plano Mestre, Arena, simulação, inspeção. 4 revisão, 2. VISÃO GERAL Neste capítulo, será apresentada a MRS Logística, sua frota de locomotivas e os tipos de manutenções realizadas. Essas informações são fundamentais para a situação do problema. 2.1. A MRS LOGÍSTICA MRS Logística S.A. é a concessionária que opera a chamada Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal S. A., que era composta pelas Superintendências Regionais SR3 Juiz de Fora e SR4 - São Paulo. Foi constituída em agosto de 1996, assumindo a concessão no dia 1º de dezembro do mesmo ano, após a obtenção por cessão dos direitos adquiridos pelo Consórcio MRS Logística, através do leilão de privatização, realizado em 20/09/96, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, pelo valor de R$888,9 milhões. Os trechos que foram concedidos para a exploração do transporte ferroviário de cargas são aqueles que pertenceram às antigas ferrovias Estrada de Ferro Central do Brasil, as linhas que ligam Rio de Janeiro a São Paulo e a Belo Horizonte, bem como a Ferrovia do Aço e aqueles pertencentes à Estrada de Ferro Santos-Jundiaí excluídas as linhas metropolitanas de transporte de passageiros no Rio de Janeiro e em São Paulo. Suas linhas interligam as cidades de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro e constituem acesso ferroviário aos portos do Rio de Janeiro, Sepetiba e Santos, além de atender ao terminal privativo de embarque de minério de ferro de propriedade da MBR, na Ilha de Guaíba, na Baía de Angra dos Reis. 5 Figura 2 - Mapa ferroviário brasileiro 2.2. A FROTA DE LOCOMOTIVAS A MRS possui atualmente 423 locomotivas divididas em frotas por modelos. A frota A é atendida pelas oficinas de Minas Gerais, a Frota B pelas oficinas do Rio de Janeiro e as Frotas C e E pelas oficinas de São Paulo. 6 Fazem parte da Frota E as locomotivas de circulação restrita à cremalheira e tração elétrica. Essas locomotivas recebem manutenção na oficina de Raiz da Serra a qual não entrará nesse estudo por atender máquinas com atividades de manutenção exclusivas. Seguem abaixo, alguns exemplos de locomotivas da MRS. Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.010 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.651 Largura (mm): 3.131 Comprimento: 20.497 Figura 3 - Locomotiva C 30-7MP Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 3.150 HP Tração: 3.010 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.572 Largura (mm): 3.068 Comprimento: 20.428 Figura 4 - Locomotiva C 30-Super 7 Fábrica: Hitachi Utilização: Serviço HP Nominal: 1.000 HP Tração: 950 Peso (ton): 120 Altura (mm): 4.460 Largura (mm): 3.200 Comprimento: 16.740 Figura 5 – Locomotiva Hitachi 7 Fábrica: GM Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.000 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.640 Largura (mm): 3.150 Comprimento: 21.020 Figura 6 - Locomotiva SD 40/2 Fábrica: GM Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.000 Peso (ton): 180 Altura (mm): 4.756 Largura (mm): 3.124 Comprimento: 20.022 Figura 7 - Locomotiva SD 40/3 Fábrica: GM Utilização: Carga HP Nominal: 2.200 HP Tração: 2.000 Peso (ton): 163 Altura (mm): 4.638 Largura (mm): 3.149 Comprimento: 18.550 Figura 8 - Locomotiva SD 38 Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 3.300 HP Tração: 3.010 Peso (ton): 180 Comprimento: 20.497 Figura 9 - Locomotiva SF30-C 8 Fábrica: GE Utilização: Carga HP Nominal: 2.500 HP Tração: 2.250 Peso (ton): 165 Altura (mm): 4.572 Largura (mm): 3.105 Comprimento: 20.497 Figura 10 - Locomotiva U-23C1 A tabela a seguir foi extraída de uma consulta ao Sislog (Sistema Logístico da MRS, destinado a centralizar e a operacionalizar diversas atividades realizadas pelo planejamento, controle e execução do transporte. Abrange toda a operação do transporte, desde de a criação de um evento até a chegada do mesmo a seu destino.) e mostra a divisão das frotas e o quadro comparativo entre o programa de manutenção e a real disponibilidade de locomotivas na data da consulta. Figura 11 - Comparativo: Programa X Disponibilidade 9 A coluna Programa indica a quantidade necessária de locomotivas que devem estar em circulação, isto é, máquinas que deverão estar fora das oficinas em plenas condições de funcionamento. Esse número é calculado em função da demanda de produção da companhia. A coluna Disponível mostra o número de locomotivas aptas ao funcionamento disponibilizadas pelas oficinas de manutenção. A coluna Disp-Prog é a diferença entre as duas anteriores, ou seja, um valor negativo indica que a demanda de produção não está sendo atendida pela manutenção. Através de consulta ao Sumário de Locomotivas, dentro do Sislog, é possível ter uma visão geral da situação de toda a frota. Este sumário permite saber a quantidade real de locomotivas em trem (tracionando ou em reboque), paradas em pátios, em oficinas etc. Para cada situação são listadas as máquinas com informação do modelo, número de série, condição de circulação e pátio de destino. Figura 12 - Sumário de Locomotivas 10 2.3. GERAÇÃO DE DEMANDA Para entender melhor o cálculo da quantidade necessária de locomotivas a ser disponibilizada pelas oficinas é fundamental o conhecimento do macrofluxo gerado dentro da companhia. O diagrama a baixo ilustra as etapas envolvidas nessa atividade: DEMANDA DE MERCADO ÁREA COMERCIAL PCO MONTAGEM DOS TRENS DISPONIBILIZAÇÃO DE ATIVOS MANUTENÇÃO DE LOCOS E VAGÕES Figura 13 - Processo de atendimento de demandas De acordo com as demandas geradas pelos clientes a área Comercial da MRS fecha a venda do serviço de transporte ferroviário. Em função dos volumes, materiais, origens e destinos dos produtos a serem transportados são gerados fluxos que são organizados pelo PCO (Planejamento e Controle). Para atender a estes fluxos são montados trens que buscam otimizar a realização do transporte de cargas dos clientes. Na montagem dos trens deve ser avaliada a quantidade e o tipo de vagões e locomotivas que melhor atenderão ao fluxo. A escolha dos vagões está diretamente ligada ao tipo do material transportado e a forma como é feita a carga e a descarga deste produto nos terminais. 3 Para a determinação das locomotivas que serão empregadas é importante saber que cada trem terá uma característica de tração diferente a qual está relacionada com o perfil do trecho a ser percorrido, o volume de carga transportado e a velocidade a ser desenvolvida. Como a MRS possui máquinas de modelos variados a alocação de locomotivas de acordo com a potência desenvolvida por elas e a combinação entre essas no trem é fundamental para garantir o melhor aproveitamento da frota. A partir da montagem dos trens e definição dos modelos e tipos de locomotiva que irão tracionar cada um deles é gerada a necessidade de disponibilidade de máquinas. 2.4. MANUTENÇÃO DE LOCOMOTIVAS Segundo a ANTF, destacam-se como os principais elementos de um plano de manutenção de material rodante : •tamanho da frota; • idade dos veículos e vida útil prevista; • quilometragem anual dos veículos; • ciclos de reparação (períodos de tempo decorridos entre reparações); • consistência das reparações (intervenções realizadas em cada ciclo); • tempo de imobilização (tempo do veículo em manutenção); • índice de indisponibilidade (relação entre o tempo de indisponibilidade e o tempo total); • carga de trabalho por centro de manutenção Nesse capítulo será explicado como é elaborado o Plano Mestre de Manutenção de locomotivas da MRS e discutidas as variáveis que interferem nesse planejamento. 2.4.1. PLANO MESTRE DE MANUTENÇÃO O Plano Mestre é elaborado em função do número existente de locomotivas de cada frota e da necessidade de máquinas em circulação. 4 Tabela 1 - Modelos por frota e quantidade Modelo GE-C30-7 GE-C30-MP GE-C30-SF GE-C36-7 GE-C36-E GE-C36-ME GE-C36-S7 GE-U20 C GE-U23C GE-U23C GE-U23C1 GE-U23CA GE-U23CE GE-U23CE GM-SD18 GM-SD38 GM-SD40/2 GM-SD40/3 Frota Qde Ativa A 9 A 19 A 10 A 23 A 26 A 37 A 2 C 26 A 64 C 6 C 12 A 28 A 13 C 2 B 9 B 34 B 38 B 14 O não cumprimento do plano de manutenção implica em aumento dos custos de manutenção, aumento do THP (Trem Hora Parado), reflexos negativos na circulação e conseqüências para a produção além de riscos de acidentes. Fazem parte do Plano Mestre: •Agenda de manutenção de todo o Material Rodante •Dimensionamento do Material Rodante para atendimento ao plano de transporte, com a disponibilidade do ativo compatível. •Determinação da localização e capacidade dos pontos de manutenção e inspeção. •Elaboração e acompanhamento do orçamento. •Mapeamento da condição das locomotivas e vagões. Dentro deste planejamento estão previstos dois tipos de manutenção de locomotivas: as preventivas e as corretivas. A realização correta e planejada dessas atividades de manutenção tem como objetivo : 5 •reduzir o THP (Trem Hora Parado) •reduzir os custos de manutenção, •aumentar a confiabilidade dos ativos •maximizar os ativos. Com isso se espera alcançar reflexos positivos na circulação e ganhos na produção 2.4.2. MANUTENÇÕES PREVENTIVAS Manutenções preventivas consistem na execução de intervenções de manutenção obedecendo a paradas programadas do equipamento em oficinas especializadas e equipadas para tal evento, visando a diminuição de interrupção do trabalho produtivo do equipamento antecipando-se à ocorrência de falhas e defeitos dos conjuntos e peças cujo modo e histórico de falhas e/ou desgaste é conhecido. As manutenções programadas de locomotivas respeitam o seguinte ciclo de revisão: LI1: Inspeção de Viagem, ocorre a cada 15 dias. LI6: Inspeção Semestral. LR1: Revisão Anual LR2: Revisão a cada 2 anos LR3: Revisão a cada 3 anos LR4: Revisão a cada 4 anos LR5: Revisão a cada 5 anos LR6: Revisão a cada 6 anos LR7: Revisão a cada 7 anos RG: Revisão Geral a cada 8 anos. As revisões LR1, LR3, LR5 e LR7 têm o mesmo escopo, assim como a LR6 e a LR2. 6 Figura 14 - Ciclo de Revisões Quando é realizada uma manutenção que coincide com a data de uma outra de menor freqüência, esta elimina a mais simples. Por exemplo, uma LRG dispensa uma LR4 que deveria ocorrer para a locomotiva no 8º ano. Considerando que o tempo empregue nas atividades LR1 e LR2 é praticamente o mesmo, e que só ocorre uma das duas a cada ano podemos tratá-las como LRN. Segue a tabela utilizada para planejamento das atividades: Tabela 2 - Planejamento de Atividades Atividade LI1 LI6 LRN LR4 LRG Frequencia 15 6 1 4 8 unidade Quantidade/ Ano Dias 22 Meses 1 Ano 0,75 Ano 0,125 Ano 0,125 7 Esse quadro mostra a freqüência de manutenções programadas para cada máquina e é utilizado para montar o Plano Mestre de manutenção de locomotivas. A quantidade/ano de LI6, LRN, LR4 e LRG somadas para cada máquina deve ser no máximo igual a 2, ou seja, deve ocorrer pelo menos uma revisão semestral e uma outra revisão do tipo anual (LRN, LR4 ou LRG). Por isso aparecem valores fracionados na tabela. O valor da quantidade/ano de LRN é maior que o de LR4 e LRG porque esta ocorre com maior freqüência que as demais. A quantidade de LI1 por ano é encontrada através do cálculo dos 365 dias totais em um ano divididos por 15, que é a freqüência em dias para cada LI1, menos o número de manutenções maiores realizadas no mesmo ano, no caso 2. A seguir é apresentada uma planilha com os campos do Plano Mestre relativos à parte de manutenções preventivas: Tabela 3 - Plano Mestre - Preventivas Frota Qde Plano Tempo Manutenção a1 LI1 LI6 a2 X N LRN a3 LR4 a4 LRG a5 Tempo Percurso b1 Tempo Total a1+b1 Qde Ano Horas Ano 22*N c1*d1 Preventiva b2 b3 b4 b5 a2+b2 a3+b3 a4+b4 a4+b5 c 1*N 0,75*N 0,125*N 0,125*N d Σe c2*d2 c3*d3 c4*d4 c5*d5 e O tempo de percurso é o tempo médio que a máquina leva para entrar na oficina. Esse tempo de percurso, somado ao tempo de manutenção (que será diferente para LI1, LRN, LR4, etc), resultará no tempo total de imobilização da locomotiva para cada atividade. Esse tempo, multiplicado pelo número de intervenções de cada tipo que a locomotiva recebe por ano, é igual ao tempo que a locomotiva fica parada em manutenção preventiva por ano. Isso vale para cada máquina. 8 A quantidade de máquinas da frota vezes o tempo em manutenção preventiva calculado por máquina resulta no tempo total que todas as máquinas da frota ficarão paradas realizando revisões e inspeções. 2.4.3. MANUTENÇÕES CORRETIVAS Além das manutenções preventivas, todas as máquinas estão sujeitas a passar por corretivas. As manutenções corretivas são correções de falhas ou defeitos observados na operação do equipamento e que ocorrem no intervalo entre manutenções preventivas. Essas corretivas podem ser por reboques ou defeitos. Os reboques levam em conta as avarias que fazem a locomotiva parar em circulação e serem levadas para uma oficina. Já os defeitos contabilizam as falhas que não chegam a interromper a circulação da máquina, mas exigem reparos posteriores. Com as melhorias nos processos a quantidade de defeitos e reboques tende a reduzir ao longo dos anos. Não é possível precisar exatamente quanto tempo cada locomotiva terá que ficar parada em uma oficina para manutenções corretivas, mas é fundamental estimar esse tempo tanto para dimensionamento da oficina quanto para cálculo de tempo indisponível da máquina. Os valores de horas em manutenção corretiva são, então, calculados em função da quantidade de reboques e defeitos que cada máquina sofreu no último ano e quanto tempo em média essas máquinas ficaram em manutenção por causa desses defeitos. A soma de todas as horas em manutenção por defeitos, reboques e em percurso até a oficina de todas as máquinas de um mesmo modelo representam o tempo médio em manutenção corretiva de cada frota. 9 2.4.4. DISPONIBILIZAÇÃO Somando os tempos totais de manutenções preventivas com os tempos de manutenções corretivas, tem-se o número de horas que cada máquina ficará indisponível para circulação (já incluídos os tempos para deslocamento das locomotivas até as oficinas). A proporção dessas horas em manutenção no período de um ano em função do tempo total de funcionamento da ferrovia indica a disponibilidade de máquinas gerada pelas oficinas. Como exemplo, a Frota GE C30-7: Tabela 4 - Plano Mestre para Frota GE C30-7 GE C30-7 Frota Qde Plano Tempo Manut. LI1 12 LI6 132 19 LRN 275 LR4 954 LRG 1674 Tempo Tempo Qde/ Horas/ Prevent. Corret. Retenção Perc. Total Ano Ano 2 14 418 5852 2 134 19 2546 2 277 14 3947,25 18653,25 7272 25925,25 14 968 2 2299 14 1688 2 4009 Horas Totais em Retenção: 25925 Horas Totais de Funcionamento da Ferrovia * Frota: (24*365) *19 = 8760 * 19 = 166440 Disponibilidade = 1 – (25925/ 166440 )= 84% que equivale a 16 das 19 locomotivas em tráfego e 3 paradas em manutenção . 2.4.5. RECURSOS DEMANDADOS Na montagem do plano mestre, leva-se em conta que as atividades de manutenção preventiva demandam a mesma quantidade de horas em qualquer oficina, mas analisando os registros de cada oficina percebemos que os tempos médios de manutenção variam assim como os valores de homem-hora empregados em cada atividade. 10 A quantidade de homens-hora utilizados em uma manutenção é o que realmente importa para dimensionar a estrutura das oficinas, já que é o dado que melhor traduz a mão de obra e os tempos necessários para cumprimento da atividade. Um homem-hora significa o trabalho de 1 homem durante uma hora. Sendo assim, uma atividade que demanda 10 homens-hora poderia ser executada em 5 horas por 2 homens ou em 1 hora por 10 homens. As informações relativas ao número de homens-hora empregados nas manutenções são inseridas por digitadores, que estão sujeitos a falhas, e isto pode comprometer a qualidade das informações e afetar a média de tempo. Para desenvolvimento do Plano Mestre de Manutenção que atenderá a todas as frotas e oficinas, os tempos de manutenção são calculados em função das médias das oficinas. É feita uma média ponderada, considerando a quantidade de horas demandada por cada manutenção e também o número de atividades de cada tipo realizado por oficina. O número médio de HH por atividade será utilizado para dimensionar o quadro de funcionários da oficina em função do volume de atividades realizadas e da demanda de mão-de-obra por cada atividade. Tabela 5 - HH Plano Mestre Atividade LI1 LI6 LRN LR4 LRG HH 12 132 275 954 1674 Comparando os valores do Plano Mestre com os valores de HH médios praticados pelas oficinas nota-se que alguns valores são bem diferentes. 11 Tabela 6 - HH Oficinas Média LI1 LI6 LRN LR4 LRG FBX 10 191 244 FHL 41 131 160 FCK 51 209 268 1305 2018 FPJ 12 IOU 7,7 128,5 245,6 IJN 7,6 As maiores distorções desse tipo referem-se a Inspeções de Viagem realizadas nas Oficinas do Horto Florestal e de Lafaiete. Essa grande variação pode ser justificada pelo fato dessas oficinas não serem responsáveis por esse tipo de atividade. O valor de tempo de LI1 no Plano Mestre é mais próximo do praticado pelo P1-7 do que de outras oficinas. Isso porque a oficina de P1-7 realiza preferencialmente Inspeções de Viagem. Portanto, seu volume de LI1 é muito maior que o da oficina do Horto Florestal ou de Lafaiete e por isso tem peso maior no cálculo da média. Pode se dizer também que as atividades de inspeção não fazem parte da rotina da oficina do Horto que consequentemente demandará mais tempo para realizar essa atividade. 2.5. VARIÁVEIS MEDIDAS Vários fatores interferem na realização da manutenção de locomotivas. Neste capítulo serão listadas as principais variáveis que interferem nessas atividades e que foram utilizadas para construção do modelo de simulação apresentado no Capítulo 4. Uma locomotiva pode estar parada em oficina aguardando vala, mão de obra ou mais freqüentemente material. Esse tempo de espera atrapalha todo o planejamento e cálculo de disponibilidade de máquinas. O tempo de locomotivas paradas por espera de material tem ocorrido porque a previsão de peças e componentes necessários não tem coincidido com os pedidos semanais e nem com o número de itens aplicados. Todas as oficinas trabalham com almoxarifados que devem ser dimensionados em função das atividades programadas e 12 das possíveis manutenções corretivas. Apesar de algumas peças e equipamentos sofrerem troca menos freqüente e requisição mais demorada, o material utilizado para troca ou reposição em manutenções preventivas deve estar sempre disponível em estoque. Outro fator que interfere na produtividade das oficinas é a logística interna de distribuição de materiais. Não há um planejamento eficiente e as entregas muitas vezes têm comprometido os prazos e a realização de algumas atividades. A falta de material também ocorre porque grande parte dos componentes aplicados em locomotivas é recuperada pela oficina do Horto Florestal e muitos destes não são encontrados para compra (novos) no mercado. A não existência de “pulmões” (itens extras de reserva) atrasa a liberação de máquinas que ficam aguardando a recuperação do próprio componente danificado. Portanto, apesar de interferir diretamente nas atividades de manutenção, a questão do fornecimento de material não entra nesse estudo porque envolve questões de planejamento e não de capacidade produtiva das oficinas. Para análise da capacidade de produção das oficinas serão levados em conta três critérios; •Mão de Obra •Área Física (valas) •Tempo de Atividade Cada atividade de manutenção depende de uma quantidade específica de homenshora, tem um tempo de realização e exige a disponibilização de uma vala em oficina. Estes três critérios atuam juntos para garantir a produção nas oficinas de forma que nenhum deles deve ficar em detrimento. O funcionamento ideal é encontrado quando os três critérios estão devidamente balanceados, isto é, sem folga ou gargalos em suas atividades. 13 2.5.1. MÃO DE OBRA Uma forma de medir a quantidade de mão de obra é analisando o número de homens-hora empregados em cada função. É importante ressaltar que sobre a quantidade de mão de obra disponível em cada oficina é necessário aplicar um fator de 85% referente às perdas no trabalho. Ou seja, apenas 6/7 da força de trabalho são realmente aproveitados diariamente devido a interrupções geradas por reuniões, treinamentos, acidentes, saídas antecipadas, atrasos, reprocessos, definições técnicas, banheiro, água, café, etc. A mão de obra funciona como uma variável direta para otimização da produção, mas existem limitações quanto ao seu aumento. O aumento do quadro de funcionários é justificado em função de diminuir o tempo das locomotivas em manutenção já que o custo da mão de obra, isto é, da contratação e remuneração de funcionários costuma ser baixo em relação ao valor de hora da locomotiva parada, Todavia, a redução de tempo não é função direta do aumento da mão de obra empregada, de forma que os ganhos vão reduzindo e chegam no limite de otimização de mão de obra. Nesse ponto, é necessário pensar em novas alternativas para melhoria da produção, como por exemplo aumento da área física ou criação de novos turnos para execução do trabalho. Ainda que a contratação de empregados adicionais, para a liberação de máquinas paradas, não represente um custo tão alto em comparação com o valor do THP, o ideal é que o quadro de funcionários permaneça estável ao decorrer do ano sem períodos de pico de mão-de-obra nem ociosidade. 2.5.2. ÁREA FÍSICA A localização geográfica das oficinas dentro da malha ferroviária é um ponto fundamental que afeta diretamente o atendimento a máquinas em manutenção. Como a 14 intensidade da circulação de máquinas e os modelos de locomotiva utilizados em cada fluxo não são iguais o funcionamento das oficinas terá especificidades regionais. A localização geográfica das oficinas também interfere no tempo de percurso das máquinas até sua chegada para manutenção. O ideal é que as oficinas estejam instaladas em pontos estratégicos da malha por onde circule grande parte dos trens. Apesar da importância da localização geográfica das oficinas esse trabalho não tem como objetivo avaliar qual o melhor ponto para instalação de uma oficina dentro da malha da MRS, mas sim, verificar a atual capacidade das oficinas e analisar possíveis melhorias na estrutura já existente. Quanto à infra-estrutura física das oficinas, o que realmente afeta a capacidade de manutenção de locomotivas é a quantidade de valas disponíveis. Muitas vezes existem mais locomotivas em manutenção na oficina do que a capacidade de valas pode atender. Isso ocorre porque as locomotivas são manobradas e, enquanto uma aguarda um serviço ou material fora da vala, a outra é atendida. O tempo e esforço despendidos na manobra das máquinas geram uma perda e mostram claramente um mau dimensionamento do espaço disponível para realização das atividades de manutenção. Para que não ocorram situações de locomotivas aguardando vala para manutenção em uma oficina enquanto existem valas disponíveis em outro local o plano de manutenção deve ser eficiente e permitir a alocação otimizada de recursos. Outro item importante de infra-estrutura são os equipamentos disponíveis como talhas e pontes rolantes. Em algumas ocasiões equipamentos específicos são fundamentais para a realização de determinada atividade de manutenção. A falta destes equipamentos em algumas oficinas limita o atendimento às máquinas. 2.5.3. TEMPO DE ATIVIDADE A variável tempo é extremamente importante quando se trata de atividades de manutenção pois está diretamente ligada à disponibilização das locomotivas para a 15 operação. Cada atividade de manutenção exige um número médio de horas em oficina o qual é contabilizado no plano mestre e gera o tempo total de máquina indisponível por período. Esse tempo em manutenção deve ser otimizado até chegar ao seu valor mínimo. Essa otimização deve ser feita através de uma definição seqüencial lógica que permita a realização simultânea de etapas da atividade de manutenção com ordem coerente e aproveitamento máximo da mão de obra. Quanto melhor for a programação da atividade, do pessoal envolvido, dos materiais a serem aplicados e da utilização física do espaço menor será o número de horas demandados. Existe, porém, um limite para essa redução que será alcançado no limite de aproveitamento dos recursos físicos. Não é possível fisicamente ter uma quantidade excessiva de pessoas trabalhando na mesma atividade nem realizar paralelamente etapas que são seqüenciais! Cada locomotiva em manutenção demanda uma quantidade de horas e cada oficina tem um horário de funcionamento, portanto o número de turnos em que a oficina opera é também um fator que será considerado nesta análise. Em alguns casos, a criação de um novo turno pode ampliar a capacidade de produção. 16 3. DISTRIBUIÇÃO DE OFICINAS NA MRS É função das oficinas assegurar a disponibilidade de locomotivas com confiabilidade, qualidade e segurança operacional para atendimento às demandas de transporte da MRS. As oficinas de locomotivas da MRS realizam manutenções preventivas e corretivas. São sete oficinas de locomotivas distribuídas ao longo da malha, sendo uma para atendimento especializado de máquinas Hitachi, em Raiz da Serra, a qual não entrará nesse estudo. A localização das oficinas está indicada no mapa a seguir. Figura 15 Mapa de Localização das oficinas 17 3.1. HORTO FLORESTAL (FHL) A unidade do Horto Florestal possui 230.000m², com uma área para Manutenção de Locomotivas de 2.250 m². Figura 16- Vista aérea unidade do Horto Florestal Essa oficina está localizada em Belo Horizonte, em um dos extremos da malha da MRS. Para levar as locomotivas até essa oficina é necessário fazer uso do Direito de Passagem em trecho da FCA. O mapa da figura a seguir mostra a localização de Belo Horizonte e seu acesso ferroviário. 18 Figura 17 - Mapa MRS Minas Gerais Uma das principais limitações que pode ser apontada a respeito da oficina do Horto Florestal é a sua localização fora dos domínios da MRS. Isso gera dificuldade de acesso e dependência em relação a outra ferrovia. Todavia, essa situação vem sendo bem administrada e a entrega de máquinas à oficina tem levado em média dois ou três dias, o que não representa perda se levarmos em conta que cada locomotiva fica em torno de 70 dias parada para realização de revisões gerais. Tendo em vista a circulação de trens da MRS, essa localização não atende bem aos objetivos de centralização de manutenção, mas é um ponto estratégico em relação à malha ferroviária nacional. Observando o mapa das ferrovias brasileiras, é possível perceber que a oficina do Horto Florestal está localizada em um dos principais entroncamentos de ferrovias. A oficina de Locomotivas do Horto Florestal é a única da MRS com capacidade para realizar revisões pesadas. Apesar dessa estrutura, parte das revisões pesadas da frota fica a cargo da Gevisa, empresa do grupo GE, localizada em Contagem, cujo contrato já está garantido pelos próximos anos. Também são realizadas inspeções de viagem e 19 inspeções semestrais, revisões anuais, manutenções corretivas de defeitos pesados, modernização e adaptação de locomotivas e reparos de acidentes graves. A oficina também dispõe de galpão para lavagem de locomotivas, área para teste de carga, central de resíduos, tanque de óleo lubrificante novo e estação de tratamento de efluentes. Nessa oficina também é feita a produção industrial de peças e componentes a serem aplicados nas locomotivas tanto nas manutenções realizadas no próprio Horto Florestal como em todas as outras oficinas da MRS. A oficina de manutenção de locos está localizada no mesmo galpão da oficina de recuperação de componentes, o que facilita o transporte e agiliza a disponibilização de alguns componentes. Há uma vasta área livre nas proximidades do galpão, o que permitiria uma expansão da área de manutenção. Figura 18 - Lay Out oficina de locomotiva HF 20 Existem 4 valas com capacidade para 4 locomotivas cada uma, mas em apenas duas dessas valas é possível trabalhar com a ponte rolante de 50 toneladas. Existem também na oficina 5 talhas, 4 de 2 toneladas e 1 de 1 tonelada. Trabalham nas atividades de manutenção de locomotivas 60 funcionários em jornada de 8 horas e meia por dia. Cerca de 80% desse pessoal é mão de obra terceirizada. Figura 19 - Valas oficina HF Um dos projetos de 2006 é elevação do pé direito das duas últimas valas do galpão da oficina de manutenção de locomotivas. Essa reforma, associada à instalação de pontes rolantes, permitirá o pleno funcionamento dessas valas e aumentará a produtividade da oficina. 21 3.2. CONSELHEIRO LAFAITE (FCK) Está é uma oficina antiga que está localizada bem no meio da cidade de Conselheiro Lafaiete. Sua localização em área urbana dificulta obras de expansão da oficina. Na oficina de Conselheiro Lafaiete são realizadas Inspeções Semestrais (LI6), Revisões Anuais (RI1) e Bianuais (RI2) além de corretivas leves. A oficina de C. Lafaiete atende exclusivamente a máquinas GE da Frota A. Existem 2 valas com capacidade para atendimento de 4 locomotivas cada, mais uma vala apenas para a retirada de truques.. A oficina está equipada com uma ponte rolante de 35 toneladas ,uma de 9 ton., duas de 2 ton., duas talhas de 1 ton. cada, 2 compressores e 4 macacos elétricos. Figura 20 - Valas - Oficina Lafaiete 22 São 4 turmas em revezamento de 12 horas com 75 funcionários MRS e 81 terceiros envolvidos na manutenção de locomotivas. A estrutura da oficina de Lafaiete possui também caixa separadora, reservatório de óleo lubrificante novo, reservatório de óleo usado para reaproveitamento e para sucateamento, reservatório de água tratada do arrefecimento e 2 guinchos para movimentação de truques. Figura 21 - Área interna oficina de Lafaiete 3.3. P1-7 (FPJ) Localizada em São Brás do Suaçuí (Jeceaba), em Minas Gerais a unidade operacional do P1-7 recebe locomotivas para abastecimento de óleo diesel e areia, limpeza e realização de inspeções. A oficina do P1-7 é responsável pelas inspeções quinzenais em toda a Frota A e também realiza alguns outros serviços como troca de rodeiros e motores de tração através do sistema de vala falsa, troca de conjuntos de força, radiadores e pequenos reparos de uma forma geral prestando atendimento a locomotivas no trecho. 23 Figura 22 - Lavador de Locomotivas P1-7 A oficina do P1-7 possui em sua estrutura caixa separadora, reservatório de óleo lubrificante novo , reservatório de óleo lubrificante usado(para reaproveitamento e para sucateamento), reservatório de água drenada do arrefecimento p/ reaproveitamento. 24 Figura 23 - Oficina P1-7 Esta oficina funciona 24 horas por dia com 2 turnos de trabalho de 12 horas revezados entre quatro turmas. São 84 funcionários da MRS e 82 terceiros empregados na manutenção de locomotivas. Enquanto as locomotivas são abastecidas ou estão em manobra funcionários terceiros realizam uma rápida inspeção no pátio. É comum encaminharem a locomotiva para a oficina durante essas inspeções e assim evitarem defeitos e possíveis reboques. Existe uma ponte rolante de 2 toneladas e outra de 15 toneladas que têm mobilidade por toda oficina. Está prevista a criação de mais uma vala com capacidade para três locomotivas também equipada com uma ponte rolante de 2 toneladas. 25 Figura 24 - Interior oficina P1-7 A oficina tem 2 valas com capacidade de 4 locomotivas em cada, mais a vala falsa que tem a capacidade de atender 1 locomotiva para troca de rodeiro ou motor de tração. Figura 25 - Vala Falsa P1-7 26 3.4. BARRA DO PIRAÍ (FBX) A unidade de Barra do Piraí é uma oficina bem antiga e está localizada no maior entroncamento da malha da MRS. Figura 26 - Malha MRS Rio de Janeiro Esta oficina atendia à frota B e, a partir de 2006, passou a receber as máquinas SD40/2 e SD40/3 que antes realizavam manutenção na oficina do Horto Florestal. São realizadas atividades de inspeção de viagem, revisões semestrais e anuais em toda frota de locomotivas dos modelos GM. No último ano porém, foram feitas algumas revisões do tipo LR4 apenas em caráter experimental. Existem 5 valas, sendo 2 para inspeção e 3 para atividades de manutenção equipadas com 4 talhas: uma de 10 ton., uma de 5 ton. e duas de 1 tonelada, e 4 27 macacos elétricos. A estrutura conta com 1 compressor e tanques reservatórios de óleo lubrificante novo e usado. Figura 27 - Vala oficina BP Os funcionários da oficina se dividem em turmas que trabalham por turnos. Na atividade de inspeção, que funciona 24 horas por dia, são 10 funcionários da MRS por turma. Cada turma trabalha 12 horas e, no total, 40 pessoas estão envolvidas diretamente nessa função. As equipes de revisão trabalham de 7 às 22 horas tendo uma hora para almoço e, nesta atividade, são empregadas 39 pessoas todos terceiros. Para as atividades de revisão, existe um intervalo em que as duas equipes trabalham juntas na oficina, o que permite uma passagem mais precisa do serviço que está sendo realizado. 28 Figura 28 - Oficina BP A estrutura desta oficina é diferente das demais oficinas de locomotivas da MRS, pois ela funciona com o sistema de rotunda. para distribuir as locomotivas nas valas. A foto a seguir mostra como é esse tipo de sistema: Figura 29 - Oficina BP : Vista da Rotunda 29 3.5. LAPA (IOU) A oficina da Lapa está localizada na cidade de São Paulo em um ponto estratégico de passagem de trens. É uma das oficinas de locomotivas mais antigas da MRS em funcionamento. Figura 30 - Malha MRS SP Nessa oficina são realizadas inspeções quinzenais, semestrais, revisões anuais e manutenções corretivas em locomotivas da Frota C. Figura 31 - "Passador" Oficina Lapa 30 A inspeção e a correção de defeitos são realizadas por uma equipe de 18 pessoas que se revezam em turnos de 12 horas para atendimento 24 horas, 7 dias por semana. O trabalho de revisão funciona da 7 às 19 horas com uma equipe de 5 pessoas. Figura 32 - Oficina Lapa Existem três valas na oficina com capacidade para atendimento simultâneo de até 18 locomotivas. A oficina está equipada com 2 pontes rolantes de 30 toneladas cada, 4 macacos elétricos de 35 toneladas, 1 compressor e possui área para teste de carga, lavagem de locomotivas, laboratório eletro-eletrônico, laboratório de análises físico-químicas (de óleo lubrificante, diesel e água), estação de tratamento de efluentes e central de resíduos. 31 Figura 33 - Oficina Lapa- Valas 3.6. JUNDIAÍ (IJN) A oficina de Jundiaí está localizada no estado de São Paulo em um ponto da malha por onde passam todos os trens da MRS com destino à região portuária do estado. A partir de 2006 a oficina de Jundiaí passou a realizar atividades de inspeção de locomotivas, até então essa oficina fazia apenas manutenções corretivas de defeitos da Frota C. Nessa oficina existe apenas uma vala, equipada com uma talha, com capacidade para uma única locomotiva. São 9 funcionários que se revezam em turnos de 12 horas para garantir o funcionamento contínuo de 24 horas, 7 dias por semana, das atividades. 32 4. MODELAGEM E SIMULAÇÕES A simulação é uma abordagem de estudo que vem sendo cada vez mais aceita e utilizada. Contando com interfaces gráficas cada vez mais amigáveis, destinadas a uma variedade de plataformas e, com o uso intenso de animação dos sistemas simulados, as técnicas de simulação têm sido empregadas por analistas dos mais diversos segmentos, permitindo verificação ou encaminhamento de soluções com diferentes níveis de profundidade para os problemas com os quais lidam diariamente. Dentre os fatores que contribuem para o crescimento do uso dessa ferramenta, podemos citar a crescente complexidade dos problemas de natureza operacional, a maior disponibilidade de recursos computacionais, a facilidade de uso e sofisticação dos ambientes de desenvolvimento de modelos computacionais e a expansão do poder de processamento das estações de trabalho. 4.1. O QUE É SIMULAÇÃO A simulação computacional de sistemas, ou simplesmente simulação, consiste na utilização de determinadas técnicas matemáticas, empregadas em computadores digitais, as quais permitem imitar o funcionamento de, praticamente qualquer tipo de operação ou processo do sistema real. São muitas as definições de simulação, podem ser citadas: • “Simulação implica na modelagem de um processo ou sistema, de tal forma que o modelo imite as respostas do sistema real numa sucessão de eventos que ocorrem ao longo do tempo” - Schriber (1974) • “Simulação é o processo de projetar um modelo computacional de um sistema real e conduzir experimentos como este modelo com o propósito 33 de entender seu comportamento e/ou avaliar estratégias para a sua operação”– Robert Shannon (1975) Em uma simulação, é construído um modelo lógico-matemático que representa a dinâmica do sistema em estudo. Este modelo incorpora valores para tempos, distâncias, recursos disponíveis dentre outros detalhes permitindo que diferenças de comportamento, às vezes sutis, venham a ser percebidas. As abordagens tradicionais, ao contrário, empregam estudos preliminares estáticos com tantas simplificações que muitos projetos, depois de implantados, acabam sofrendo inúmeras modificações e adaptações. O principal apelo ao uso dessa ferramenta é que ela permite que se faça uma análise do sistema sem a necessidade de interferir no mesmo. Todas as mudanças e conseqüências, por mais profundas que sejam, ocorrerão apenas com o modelo computacional e não com o sistema real. Dessa forma, a simulação permite a realização de estudos sobre sistemas que ainda não existem, levando ao desenvolvimento de projetos eficientes antes que qualquer mudança física tenha ocorrido. Um estudo simulado pode economizar tempo e recursos financeiros no seu desenvolvimento trazendo ganhos de produtividade e qualidade. Trata-se de um estudo de baixo custo, visto que todo o trabalho de implementação é testado no computador, permitindo ainda o teste de inúmeros cenários e alternativas para o sistema em estudo. É importante destacar a diferença entre simulação e otimização! O modelo simulado permite análises quase que a todo instante à medida que novas indagações sobre o comportamento do sistema sejam feitas, e é executado ao invés de ser resolvido. A maioria dos modelos de simulação não oferece a possibilidade de busca de uma solução ótima, servindo mais especificamente para análises do comportamento do sistema sob certas condições. 34 4.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA SIMULAÇÃO A simulação é um recurso muito utilizado nos dias de hoje, podemos citar como razões dessa popularidade algumas vantagens: A aplicação da técnica é flexível a vários tipos de modelo Permite que não haja interferência no sistema real Permite controle do tempo e geração de resposta rápidas. Garante a geração de soluções para problemas mais reais enquanto outras técnicas permitiam soluções para problemas aproximados. Permite o apefeiçoamento do modelo com a incorporação de novas variáveis e/ou relações à medida que as peculiaridades do sistema vão sendo identificadas. Permite avaliar o efeito de possíveis mudanças de cenário ou de diferentes visões. Oferece simplicidade de aplicação frente a métodos analíticos. Propicia facilidade de comunicação através de interfaces gráficas. Apresenta riqueza de detalhes e baixa simplificação do sistema. Possibilita a reutilização de modelos já construídos. Identifica gargalos. Embora as inúmeras vantagens, o processo de simular apresenta algumas dificuldades, como as listadas a baixo: A construção dos modelos requer treinamento especial. Modelos construídos por pessoas diferentes terão similaridades mas dificilmente serão iguais. O resultados algumas vezes são de difícil interpretação. A modelagem e a experimentação muitas vezes consomem muitos recursos computacionais e demandam muito tempo. Pode gerar erros em função de pouco conhecimento sobre o sistema ou baixa afinidade com a ferramenta. 35 As conclusões devem ser feitas sobre o resultado de mais de uma replicação. 4.3. CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS DE SIMULAÇÃO Cada modelo possui características próprias e deve ser empregado de acordo com o tipo de processo decisório envolvido: Modelos Voltados Para a Previsão: São utilizados para prever o estado de um sistema no futuro, baseado em suposições sobre o seu comportamento atual e de como continuará se comportando ao longo do tempo. Modelos Voltados à Investigação: São voltados à busca de informações e ao desenvolvimento de hipóteses sobre o comportamento de sistemas. Modelos Voltados à Comparação: São muito utilizados para avaliar os efeitos de mudanças nas variáveis de controle. Estes efeitos podem ser medidos sobre as variáveis de resposta e relacionados aos objetivos traçados. Outra classificação dos modelos de simulação é quanto ao propósito de sua aplicação: Modelos Específicos: Sua utilização em situações específicas e únicas mesmo com baixo volume de recursos financeiros envolvidos nas decisões foi possível graças às facilidades incorporadas aos ambientes e linguagens de simulação. Modelos Genéricos: São modelos que serão utilizados periodicamente por longos períodos e devem ser flexíveis e robustos. Em geral fazem parte de um conjunto de sistemas de apoio a decisões. 36 4.4. SIMULAÇÃO NO ARENA O Arena é um ambiente gráfico integrado de simulação que contém todos os recursos para modelagem de processos, desenho e animação, análise estatística e análise de resultados. Não é necessário escrever nenhuma linha de código no Arena, pois todo o processo de criação do modelo de simulação é gráfico e visual, e de maneira integrada. Uma grande vantagem da modelagem com o Arena é que ele permite a utilização de valores estatísticos para os parâmetros do modelo, que podem ser obtidos a partir de uma coleção de dados sobre o parâmetro a ser inserido. Essa aplicação é feita através do módulo InputAnalyser, que faz parte do Arena, e garante uma maior veracidade dos resultados gerados pois não limita os parâmetros a valores médios de ocorrências. Figura 34 - Input Analyser 37 4.5. SIMULAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DAS OFICINAS O modelo criado permite visualizar o funcionamento de todas as oficinas de locomotivas da MRS quanto ao atendimento do ciclo de manutenções preventivas e de corretivas. Não entram nessa simulação projetos de modernização e adaptação de locomotivas nem atendimentos a acidentes já que essas atividades não seguem nenhuma tendência histórica. Com esse modelo é possível simular a aquisição de novas máquinas, criação de valas e de novos turnos de trabalho e verificar como o resultado desse tipo de expansão afeta a produção das oficinas e consequentemente a disponibilidade de máquinas . Simulações de problemas ferroviários apresentam normalmente uma grande diferença em relação aos demais modelos: as variáveis são finitas. No caso de simulações de fila de caminhões em um carregamento, navios em um porto, carros em um pedágio, etc, o número de variáveis na chegada é infinito, ou seja, os veículos entram, passam pelo processo e depois saem enquanto outros vão chegando e realizando suas atividades. Na simulação da capacidade de produção das oficinas da MRS, as locomotivas chegam, passam por uma manutenção, saem e futuramente retornam para a oficina para outra atividade. O número de locomotivas é limitado e todas têm que passar pelas oficinas para completarem seu ciclo de revisões. 4.5.1. CRIAÇÃO DAS VARIÁVEIS Nesse modelo de simulação cada locomotiva foi criada como uma entidade e tem em seus atributos o modelo, o número de série, a frota da qual faz parte e um calendário com as manutenções programadas. A criação de cada locomotiva no sistema seguiu uma distribuição exponencial da quantidade total de locomotivas dividido pelo número de horas de 8 anos. O período de 8 anos é o tempo do ciclo de manutenção de cada locomotiva e será o valor de “Warm Up” do sistema. 38 Dessa forma nenhuma locomotiva terá a mesma data para as preventivas. Essa inserção de locomotivas com distribuição exponencial não condiz com a realidade da frota existente, pois muitas máquinas foram adquiridas pela companhia na mesma data mas, o objetivo dessa simulação é verificar se as oficinas com sua atual estrutura têm capacidade de realizar todas as manutenções necessárias. Essa distribuição de máquinas é uma forma de espaçar regularmente os ciclos de manutenção de cada locomotiva. Cada locomotiva deverá passar por todas as preventivas do ciclo de manutenção de acordo com a data programada para cada uma e poderá também, sofrer alguma manutenção corretiva gerada aleatoriamente segundo os dados de histórico dessas ocorrências. Os dados de histórico de manutenções corretivas são referentes ao período do último ano e estão divididos por modelo de locomotiva entre reboques e defeitos. (Ver ANEXO A) 4.5.2. RECURSOS Cada oficina tem como recurso o número de valas existente e o seu horário de funcionamento. Cada locomotiva que entra em uma oficina demanda de um número de horas de manutenção e de uma vala disponível. Nesse modelo cada locomotiva só poderá entrar em manutenção se houver uma vala disponível na oficina, caso contrário será gerada uma fila de locomotivas aguardando manutenção. Esse número de horas em manutenção exigido por cada locomotiva utiliza dados de histórico para sua definição. Os tempos de manutenção preventiva variam em função da atividade enquanto o número de horas necessárias para corretivas está diretamente ligado à modelo da locomotiva. (Ver ANEXO B) Conhecendo o número de HH necessários para cada atividade é possível avaliar o dimensionamento do quadro de funcionários das oficinas em função do total de atividades de cada tipo realizadas por período. 39 4.5.3. ALEATORIEDADE Se não existissem as manutenções corretivas a capacidade das oficinas de locomotivas poderia ser simplesmente medida através do cálculo de horas e HH necessários para atender ao ciclo de preventivas de toda a frota. Como a freqüência de ocorrências e a demanda de horas em manutenção das corretivas é flexível a criação de um modelo para simulação é muito importante. O intervalo entre as manutenções programadas é fixo, mas algumas pequenas variações são permitidas. Segundo Procedimento Operacional criado pelo setor de Engenharia e aplicado pelas oficinas, as revisões semestrais podem ser adiantadas ou atrasadas até 30 dias e as inspeções quinzenais até 6 dias. Essa flexibilidade permite que uma locomotiva que já esteja na oficina realizando uma corretiva não precise retornar, em um período muito curto, para a realização de uma preventiva próxima e permite a tolerância de um pequeno atraso no cronograma de manutenções sem comprometer a qualidade dos equipamentos em funcionamento. Essa mobilidade de datas é uma das condições implementadas na simulação no Arena. Apesar de existir um número médio da quantidade de horas necessárias para a realização das preventivas existe uma pequena variação desses tempos. A simulação considera então, a quantidade de horas necessárias para a realização de cada tipo de preventiva como uma curva normal com valor médio e desvio padrão calculados em função do histórico de manutenções do último ano. (Ver ANEXO B) Para a indicação do momento que cada máquina sofrerá uma corretiva o modelo gera a aleatoriedade cuja freqüência é determinada por um padrão com variação nos tempos de realização destas. A freqüência destas corretivas segue uma distribuição exponencial com base nos dados do último ano para cada modelo e a quantidade de horas necessárias em manutenção é baseada na curva normal com valores de média e desvio padrão do último ano também por tipo de 40 locomotiva. A proporção entre reboques e defeitos obedece às porcentagens também do último ano por tipo de locomotiva. (Ver ANEXO A) 4.5.4. ROTAS E TEMPOS DE PERCURSO Os tempos de percurso não interferem na capacidade produtiva das oficinas mas são importantes para a construção do modelo porque têm influência na disponibilidade das locomotivas. Para essa simulação os tempos de percurso de locomotivas encaminhadas para oficinas para manutenções corretivas foram gerados em função do histórico de cada modelo no último ano. O tempo de percurso para manutenções preventivas considerado é de 2 horas para Inspeções e Revisões Anuais e 14 horas para LR4 e LRG. Por estas serem atividades programadas o desvio da locomotiva já é previsto. Como cada oficina atende a uma determinada frota e realiza um tipo de manutenção as rotas foram traçadas seguindo o planejamento do Plano Mestre de Manutenção. As oficinas de atendimento para manutenções preventivas de cada frota estão listadas no quadro abaixo: Tabela 7-Oficinas de destino FROTA A B C Atividade LI1 LI6 LRN LR4 LRG LI1 LI6 LRN LR4 LRG LI1 LI6 LRN LR4 LRG 41 Oficina FPJ FCK FCK FHL FHL FBX FBX FBX FHL FHL IOU IOU IOU FHL FHL Para atendimento de corretivas são utilizadas as mesmas oficinas que atendem as preventivas da frota, sendo que a locomotiva deverá ser encaminhada para a oficina com menor fila no momento de necessidade da intervenção. 4.6. CONSTRUÇÃO DO MODELO A construção do modelo de simulação da capacidade das oficinas de locomotiva pode ser explicada basicamente pela descrição de três pacotes de blocos: 4.6.1. INSERÇÃO DAS LOCOMOTIVAS O primeiro conjunto de blocos desse modelo é responsável pela criação das variáveis locomotivas no modelo. Essa inserção de variáveis é feita a partir de uma tabela com as informações referentes à quantidade de máquinas de cada tipo, nome do modelo, a frota a qual elas pertencem, tempo entre corretivas, porcentagem de defeitos e reboques e tempos de percurso e horas em manutenção para defeitos e reboques.. Cada linha dessa tabela é referente a um tipo de modelo de locomotiva e a cada inserção de máquina o número total dessa frota decresce uma unidade. Quando esse valor chega a zero o sistema começa a ler a próxima linha da tabela e incluir locomotivas do próximo modelo listado. 42 Figura 35 - Bloco 1: Inserção das locomotivas Como essa criação de locomotivas no modelo é feita por tipo de frota observase o funcionamento de determinadas oficinas antecipadamente. Isso ocorre porque cada oficina atende a uma frota e enquanto o modelo não cria novas locomotivas das demais frotas algumas oficinas podem ficar ociosas. Por isso é fundamental o tempo de WarmUp do sistema. Conforme descrito no início deste capítulo a inserção de locomotivas neste sistema segue uma função exponencial que visa distribuir todas as locomotivas ao longo de oito anos. Este é o período do ciclo de manutenção das máquinas e será o valor usado como WarmUp para este modelo. 43 4.6.2. DISTRIBUIÇÃO DAS LOCOMOTIVAS PARA AS OFICINAS Este segundo conjunto de blocos encaminha as locomotivas para as respectivas oficinas de acordo com a manutenção a ser realizada. Ao ser inserida no sistema a locomotiva recebe o registro de tempo relativo a este momento. A partir desta data serão calculadas as próximas intervenções preventivas que a máquina irá sofrer. Cada locomotiva possui como atributo as datas em que deverá realizar suas manutenções preventivas e compara a cada instante essas datas com o valor atual do relógio do sistema. Quando o relógio do sistema chega à data calculada para a realização de certa atividade, para uma locomotiva, esta entra em manutenção na oficina determinada. Uma observação importante desse bloco é que segundo o planejamento das rotinas de manutenção da MRS cada máquina e tipo de atividade preventiva têm uma oficina única para atendimento. No caso das LI1 da frota C duas oficinas podem atender às locomotivas: a oficina da Lapa ou Jundiaí. O modelo envia prioritariamente as máquinas para a oficina de Jundiaí e caso ela esteja muito cheia aloca as máquinas da frota C para realizarem suas inspeções quinzenais na Lapa. 44 Figura 36 - Bloco 2 : Definição das manutenções e oficinas A ocorrência das corretivas segue uma distribuição exponencial em função das ocorrências de reboques e defeitos para cada modelo de máquina no último ano. A partir dessas funções são geradas necessidades de manutenções corretivas, para cada modelo, e uma locomotiva da frota é sorteada para realizar a manutenção. Através de uma proporção entre o histórico de reboques e defeitos é definido qual o tipo de corretiva a máquina irá sofrer e consequentemente quanto tempo ela deverá ficar em manutenção. 45 4.6.3. GERAÇÃO DE DADOS PARA RELATÓRIO O terceiro bloco do modelo reúne os registros que deverão aparecer no relatório gerado pela simulação a respeito dos tempos de indisponibilidade de locomotivas por tipo. Os demais dados do relatório, sobre utilização dos recursos e filas, são gerados automaticamente pelo Arena. Figura 37 - Bloco 3 : Geração do relatório É importante lembrar que cada locomotiva tem sua “agenda”, com as datas de realização das próximas manutenções preventivas, atualizada cada vez que sai de uma oficina. A data da próxima LR1, por exemplo, será o valor de tempo do relógio do sistema no momento de saída da locomotiva da oficina mais 15 dias e assim progressivamente. 46 Depois de passar por uma LRG a máquina reinicia seu ciclo de manutenção. 4.6.4. RESULTADOS OBTIDOS O resultado da construção desse modelo é a simulação da capacidade de produção das oficinas de locomotiva da MRS. Figura 38 - Tela de animação Essa simulação gera uma animação com a representação das seis oficinas que atendem à frota de locomotivas com a indicação da quantidade de máquinas disponíveis, em manutenção e em fila aguardando vala em cada oficina. Uma primeira análise visual dessa simulação pode identificar gargalos e verificar a disponibilidade de locomotivas. 47 Para melhor validação dos resultados deve ser analisado o relatório gerado após a simulação. Nesse relatório estão contidas informações de todas as variáveis envolvidas na simulação. São apresentadas informações sobre a taxa de utilização de cada oficina, as quantidades de cada atividade realizada e o número de locomotivas em atendimento e em fila por oficina, tempo das filas e tempo total de máquinas paradas em manutenção ou em fila por tipo de modelo. Esses dados são apresentados com valores de média, mínimo e máximo. Esse relatório pode servir como ferramenta auxiliar a tomada de decisões permitindo uma investigação detalhada do sistema identificando gargalos e ociosidades. Analisando as informações podemos sugerir, por exemplo, a criação de uma nova vala para uma oficina com alta taxa de utilização ou filas freqüentes. (Ver ANEXO C) Abaixo temos as informações sobre tempo de espera em fila. Uma análise inicial apresenta a oficina de FHL com o maior tempo de locomotivas em espera para entrar na oficina, seguida por FCK e FPJ. Figura 39 - Relatório de tempo em fila por oficina 48 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após analisar toda a estrutura das oficinas, os tipos de manutenção praticados, o ciclo de manutenções e a frota de locomotiva foi gerado um modelo de simulação no Arena que apesar de algumas melhorias necessárias apresentou resultado satisfatório. 5.1. CONCLUSÕES A principal conclusão deste trabalho é que o modelo construído pode servir como ferramenta para a análise da capacidade de produção das oficinas de locomotiva da MRS, identificando pontos onde devem ser feitos ou não projetos de expansão. Este modelo contempla o funcionamento das seis oficinas de locomotivas e o ciclo de manutenções de toda a frota ativa de máquinas. Foi possível observar que a medição dos tempos de manutenção e da quantidade de mão de obra para as atividades não segue um padrão muito preciso e isto pode dificultar as atividades de planejamento. Para que o modelo funcione bem e o planejamento da manutenção esteja de acordo com a capacidade das oficinas é fundamental precisar estes valores e criar padrões para essas rotinas. Uma forma de reduzir o tempo das locomotivas em manutenção e aumentar a disponibilidade de máquinas seria redefinir os escopos das atividades de manutenção para que haja otimização destas. Alguns passos importantes para se alcançar o tempo mínimo necessário são: • Detalhamento das etapas de cada atividade de manutenção com: o Mão de obra necessária o Recursos (tipo de equipamento) empregados 49 o Medição precisa do tempo de cada atividade • Definição da ordem das etapas seqüenciais • Ajustes de lay-out de acordo com as atividades realizadas 5.2. RECOMENDAÇÕES Durante a construção desta simulação foram observados alguns fatores que dificultaram a validação do modelo. Um dos problemas observados foi que os registros de horas em manutenção de LR4 e LRG têm valores muito altos que quando aplicados ao modelo geram filas infinitas na oficina do Horto Florestal. O que acontece é que uma locomotiva fica em média 60 dias para realização de uma LR4 nesta oficina, o que corresponde a, aproximadamente, 480 horas em manutenção já que são trabalhadas 8,5 horas por dia. A média obtida pelos dados do histórico para a realização deste tipo de manutenção foi de 1455 horas, quase 3 vezes a quantidade real. O mesmo acontece para LRG, quando a máquina fica parada em média 90 dias na oficina e demanda 810 horas de manutenção. Pela média dos valores de horas em LRG encontramos o valor de 2417 horas. Uma maneira possível de contornar essa dificuldade seria tratando a oficina do Horto Florestal no modelo como funcionando 24 horas já que os parâmetros de tempo de realização de LR4 e LRG consideram o tempo total que as locomotivas ficam paradas. Uma restrição a essa alternativa é que simulando o funcionamento do HF como 24 horas haveria uma maior disponibilidade dessa oficina para a realização de outras manutenções durante as 16 horas a mais, por dia, na simulação. Outra desvantagem desse ajuste é que a simulação de um novo cenário com a oficina do HF funcionando em mais turnos ficaria inviável de ser realizada. Portanto a melhor solução é atribuir ao modelo os valores de apenas 1/3 da quantidade média de horas necessária para a realização de manutenções LR4 e LRG. Outra melhoria que pode ser feita ao modelo é analisar os dados de registros das ocorrências de defeitos e reboques para encontrar a curva que melhor 50 descreve a freqüência e o tempo em manutenção necessária para atendimento a essas corretivas. Essa análise pode ser feita pelo InputAnalyser do Arena objetivando encontrar padrões para substituir as funções iniciais( exponencial para a distribuição da freqüência e normal para o tempo empregue em manutenção) por outras mais precisas. Outra observação importante é que as taxas de ocorrência de defeitos e reboques não devem ser constantes ao longo dos anos devido às políticas de manutenção que visam reduzir as manutenções corretivas. O modelo pode ser uma ferramenta auxiliar para determinar qual deve ser a taxa anual de redução dos defeitos e reboques para se atingir a disponibilidade esperada ao final de um período. 51 6. BIBLIOGRAFIA •FREITAS, P. J. Freitas; Introdução à modelagem e Simulação de Sistemas; Visual Books; 2001 •SALIBY, E; Repensando a Simulação; Atlas; 1989 •NASSAR, Wilson R ; Manutenção De Máquinas E Equipamentos; Universidade Santa Cecília •MARCH, L. D. ;Análise preliminar de viabilidade de mudanças de layout das oficinas de recuperação de componentes elétricos e mecânicos e da oficina de rotativos elétricos •PG-PCM-0003/02.00 -Planejamento E Controle Da Manutenção Mecânica Material Rodante •GG-ENG-0006/01.02 - Intervenções Programadas Para Locomotivas Diesel-Elétricas •http://www.mrs.com.br/aempresa/locomotivas.php •http://intranet/comercial/Mapas.htm Consulta a mapas 52 ANEXO A TEMPOS DE ATIVIDADE E PERCURSO DE CORRETIVAS Frota Modelo Tempo de Atividade A GE-C30-7 A GE-C30-MP A GE-C30-SF A GE-C36-7 A GE-C36-E A GE-C36-ME A GE-C36-S7 C GE-U20 C A GE-U23C C GE-U23C C GE-U23C1 A GE-U23CA A GE-U23CE C GE-U23CE B GM-SD18 B GM-SD38 B GM-SD40/2 B GM-SD40/3 Tempo de Percurso A GE-C30-7 A GE-C30-MP A GE-C30-SF A GE-C36-7 A GE-C36-E A GE-C36-ME A GE-C36-S7 C GE-U20 C A GE-U23C C GE-U23C C GE-U23C1 A GE-U23CA A GE-U23CE C GE-U23CE B GM-SD18 B GM-SD38 B GM-SD40/2 B GM-SD40/3 Qtde Média (H) Desv Pad (H) DEFEITO 137 16,06 30,86 348 14,98 27,17 165 33,25 169,73 407 27,88 89,48 321 27,69 91,67 556 27,99 132 19 18,03 31,15 479 14,44 32,54 1251 17,81 48,52 139 17,81 210 37,12 110,22 547 20,17 48,15 43 14,85 25,38 243 14,85 25,38 96 53,18 204,2 342 28,2 64,58 724 26,16 81,77 298 19,3 32,6 DEFEITO 137 62 121 348 63 126 165 80 191 407 56 101 321 66 199 556 72 139 19 39 64 479 38 73 1251 70 158 139 70 158 210 48 98 547 50 118 43 68 133 243 68 133 96 30 62 342 62 163 724 64 265 298 49 113 53 Qtde Média (H) Desv Pad (H) REBOQUE 16 2,64 2,14 57 2,76 4,62 38 2,62 2,16 68 3,01 3,31 72 2,33 2,91 108 3,42 10,11 7 4,08 1,65 46 4,17 3,32 176 1,98 2,15 20 1,98 21 6,49 6,4 110 2,34 2,99 6 2,51 3,51 31 2,51 3,51 22 3,36 3,33 43 3,01 3,45 146 2,93 3,69 41 1,9 1,89 REBOQUE 16 26 165 57 53 154 38 25 37 68 18 37 72 98 365 108 41 112 7 113 254 46 18 19 176 33 24 20 33 24 21 30 27 110 26 25 6 37 26 31 37 26 22 30 32 43 41 89 146 103 366 41 92 338 ANEXO B MÉDIA E DESVIO PADRÃO DOS TEMPOS DE ATIVIDADE MANUTENÇÕES PREVENTIVAS Frota Modelo LI1 LI6 LRN Média (Horas) A A A A A A A C A C C A A C B B B B GE-C30-7 GE-C30-MP GE-C30-SF GE-C36-7 GE-C36-E GE-C36-ME GE-C36-S7 GE-U20 C GE-U23C GE-U23C GE-U23C1 GE-U23CA GE-U23CE GE-U23CE GM-SD18 GM-SD38 GM-SD40/2 GM-SD40/3 A A A A A A A C A C C A A C B B B B GE-C30-7 GE-C30-MP GE-C30-SF GE-C36-7 GE-C36-E GE-C36-ME GE-C36-S7 GE-U20 C GE-U23C GE-U23C GE-U23C1 GE-U23CA GE-U23CE GE-U23CE GM-SD18 GM-SD38 GM-SD40/2 GM-SD40/3 11,66 209,04 117,44 15,37 93,35 357,01 16,17 145,66 149,86 15,76 154,51 166,88 16,47 95,27 1158,12 13,46 170,42 236,17 14,65 97,04 107,50 7,14 68,71 283,92 13,67 139,18 150,32 13,67 139,18 150,32 12,09 124,73 187,40 14,21 122,46 140,07 11,63 123,51 138,04 11,63 123,51 138,04 11,91 396,83 98,50 11,32 115,48 92,03 16,70 197,92 345,03 14,68 74,15 205,50 Desvio Padrão (Horas) 25,88 182,95 49,08 48,93 50,85 0,00 25,40 100,65 104,57 34,04 82,93 104,91 32,29 47,99 173,08 31,43 419,29 194,55 26,22 62,17 3,54 16,43 49,06 428,12 20,94 144,43 109,48 48,02 83,40 25,18 67,99 16,42 49,46 16,42 49,46 16,55 586,11 26,84 37,26 37,62 240,67 27,53 48,35 54 0,00 81,07 41,17 41,17 0,00 0,00 204,52 0,00 LR4 LRG 1061,38 2687,50 2612,71 1790,56 1102,21 1519,83 1922,71 1054,72 1054,72 1287,33 1576,59 286,81 2548,81 927,02 2369,77 1698,96 4798,25 1665,99 133,29 559,32 928,35 380,48 218,65 352,08 161,79 1482,76 221,62 63,35 259,24 547,09 492,97 412,07 809,25 853,85 2152,79 DAS ANEXO C RELATÓRIO DE SIMULAÇÃO 55 ENTIDADES 56 57 TEMPO DE ESPERA (MÉDIO) E QUANTIDADE EM FILA (MÉDIA) 58 TAXA DE UTILIZAÇÃO 59 60 TEMPO DE INDIDPONIBILIDADE POR MODELO 61 QUANTIDADE MÉDIA DE LOCOMOTIVAS EM OFICINA POR ATIVIDADE 62