PROGRAMAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA, O EXEMPLO DO PIBID (PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA) GONÇALVES, Ellen Fabiana Oliveira1 [email protected] CARVALHO, Pedro Henrique Maia de [email protected] SILVA, Marília Pereira da [email protected] SANTOS, Dulce Pereira dos2 [email protected] RESUMO Embora seja perceptível o progresso do ensino público na escola básica brasileira, constata-se ainda a precariedade que o mesmo enfrenta. Atualmente (2012), considerase o setor educacional uma das esferas mais importantes para o desenvolvimento de um país. Conquanto, a nossa nação tenha avançado neste campo, ainda há muito que ser feito. Entre os vários impasses para o pleno desenvolvimento da educação brasileira, verificam-se diversos problemas relacionados à falta de infraestrutura na unidade escolar, ausência de políticas públicas que oferecem aos docentes melhores condições de trabalho e salários dignos, carência do incentivo familiar e tão logo de profissionais bem preparados. É importante ressaltar que o Brasil vem crescendo constantemente, e no setor da educação muito se tem feito com a introdução de programas que visam uma educação de boa qualidade. O exemplo são os altos investimentos em programas sociais como a Bolsa Família, Poupança Jovem, dentre outros, os quais oferecem mensalmente auxílio monetário para as famílias de baixa renda em troca da presença dos seus filhos nas escolas. Todavia, neste trabalho será evidenciado o programa criado pelo governo federal, o PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência) que apresenta dentre os objetivos dinamizar o ensino dos educandos, aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas em que funcionam e promover a qualificação profissional dos acadêmicos da licenciatura. Portanto, o objetivo do presente artigo é divulgar os trabalhos desenvolvidos pelo Subprojeto Pibid de Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES nas Escolas Municipais Professora Maria de Lourdes Pinheiro e Jair de Oliveira. A metodologia empregada para realização do presente trabalho consistiu em revisão bibliográfica, diagnósticos das intervenções realizadas pelos acadêmicos bolsistas no ambiente escolar, coleta de dados em sítios eletrônicos e relatos de experiências dos bolsistas acadêmicos e supervisores pertencentes ao Subprojeto de Geografia. Nesta conjuntura, para que uma nação possa se desenvolver economicamente e socialmente é necessário que possua professores bem preparados e qualificados, algo extremamente necessário para o avanço do sistema educacional brasileiro. PALAVRAS-CHAVE: Programas; Educação; Pibid; Desenvolvimento e Ensino aprendizagem. 1 Acadêmicos Bolsistas do Subprojeto PIBID de Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES 2 Professora Mestre do Departamento de Geociências e coordenadora do Subprojeto Pibid de Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES INTRODUÇÃO No tocante ao setor educacional, embora encontre em situação hipotética, o Brasil conquistou avanços significativos no que diz respeito à queda nas taxas de analfabetismo, criação de programas que visam uma educação de melhor qualidade, formação continuada de professores, inovações tecnológicas, dentre outros. Todavia, apesar dos altos investimentos e incentivos voltados à área da educação, verifica-se através dos dados obtidos nas avaliações do MEC, a exemplo dos dados compilados na Prova Brasil, no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que os resultados ainda não condizem com os esforços governamentais e os investimentos feitos na área da educação. A partir das implicações obtidas nessas estimações é que o Ministério da Educação, juntamente com as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, podem determinar atuações que possibilitam o avanço e o aperfeiçoamento da qualidade do ensino no país. Conforme se observa nas palavras descritas por Silva: Educação é o caminho que leva ao conhecimento. É a possibilidade que se tem de abrir as janelas da realidade e entender a construção cotidiana do viver. Ter educação é ter chance de expandir os horizontes e romper com as grades da ignorância, que aprisiona e limita o olhar. É poder descobrir o mundo e se descobrir nele e com ele. Educar é iluminar o pensamento, incentivar a dúvida, instigar a pergunta, mesmo quando não se tem resposta. Educação esta que não permite a naturalização da realidade, que impulsiona a evolução das ideias, a construção de valores e a esperança no amanhã. (SILVA 2006, P.35) Conquanto se profira que vivemos em uma sociedade do conhecimento, onde o setor educacional encontra-se ao alcance de todos, verifica-se ainda que o acesso a esse conhecimento culturalmente gerado não é simples, mas deve ser acima de tudo prioritário. É indispensável que se busque uma educação que possibilite o desenvolvimento de uma sociedade de forma justa e igualitária. Neste sentido, o respectivo trabalho busca abordar alguns fatores que tem contribuído para a melhoria do sistema educacional brasileiro, como o Programa da Universidade Para todos (PROUNI), o Bolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o Poupança Jovem e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), este sendo objeto central de estudo do presente trabalho. Programas estes, que atualmente concedem a doação de bolsas, financiamentos e auxílio financeiros aos estudantes do ensino médio e superior do país, possibilitando que haja um grande passe ao desenvolvimento da educação. Destarte, a finalidade do presente estudo é divulgar os trabalhos desenvolvidos pelo Subprojeto Pibid de Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, nas Escolas Municipais Professora Maria de Lourdes Pinheiro e Jair de Oliveira, instituições estas parceiras do programa. O caminho metodológico em primeiro momento consistiu em revisão bibliográfica e logo após em análises das intervenções concretizadas pelos acadêmicos bolsistas no ambiente escolar, coleta de dados em sítios eletrônicos e relatos de experiências dos acadêmicos e supervisores pertencentes ao Subprojeto. Não obstante, a construção deste trabalho se mostrou necessário levando-se em conta que os resultados obtidos possibilitarão conhecer programas que vem sendo destaque no cenário nacional, a exemplo o Pibid, este que tem por objetivo geral incentivar a formação de professores para a educação básica, contribuindo para a elevação da qualidade da escola pública. Acredita-se que este período de inserção dos acadêmicos neste projeto será de muito aprendizado e crescimento, tanto na área profissional como pessoal para todos aqueles que nele estão inseridos. BREVE ANÁLISE DE ÍNDICES EDUCACIONAIS BRASILEIROS E SEU REFLEXO NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL Sabe-se que o acesso à escola é um direito legal inserido na Constituição Brasileira, educação esta que se obstina a abrir portas na garantia de um futuro melhor, onde todos possam ter conhecimento dos seus direitos e deveres. É célebre afirmar que as inserções de políticas públicas correlacionadas aos Governos Municipais, Estaduais e Federais que visam garantir o acesso do cidadão à educação básica, fizeram com que o índice de brasileiros frequentes nas escolas crescesse. É perceptível que estes estão se engajando, embora vagarosamente, na criação de projetos que visem políticas de valorização tanto para crianças, jovens e adultos no setor educacional. Nota-se que os programas brasileiros resultam até então positivamente na sociedade, já que o país vem passando por uma reforma educacional, a exemplo no governo de Fernando Henrique Cardoso com a criação da Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDBEN), além de outros programas que ocasionam na queda do índice de repetentes, evasão escolar dentre outros, acarretando assim, na diminuição da taxa de analfabetismo. Em relação ao índice de analfabetismo houve um declínio nos últimos anos entre pessoas de 15 anos ou mais de idade, o que pode ser visualizado no gráfico I. Gráfico I: Taxa de Analfabetismo. Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1940/2010 Org.: GONÇALVES, E. F.O., 2012. As informações presentes acima, nos mostra a evolução a qual o Brasil obteve nos últimos anos referentes às taxas de analfabetismo no território brasileiro. Embora tenha dado um grande salto entre os anos de 1940 a 2010, e registrando entre 2000 e 2010 uma queda na taxa de 4 pontos percentuais, ainda não alcançamos o patamar desejável, verificando que este índice ainda representa um volume alto em números absolutos. Ou seja, houve certo avanço, embora haja muito que ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Desta forma, é perceptível nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, um avanço brasileiro no setor educacional. Contudo, esse progresso serve para apontar um crescimento no nível social da população brasileira, fator considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento da nação. Abarca-se que o declínio na taxa de analfabetismo soa de forma agradável em todas as esferas sociais, o que evidencia o desenvolvimento educacional do Brasil. Porém, se analisarmos o país como uma nação emergente, de economia estável e crescente, e buscar o enfoque no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pode-se constatar de acordo com os dados de 2011 realizados por pesquisas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que o país se encontra no 84° lugar dentre os 187 países avaliados. As análises do IDH são baseadas em três fortes pilares as quais abrangem a escolaridade, a renda per capita e a expectativa de vida, temas voltados especificamente para verificar aspectos sociais do país, o que reflete na qualidade de vida da população. Dados que remetem a necessidade do Brasil em acelerar o desenvolvimento social, abrangendo a sociedade de forma igualitária e coerente. O ranking dos primeiros lugares e a posição do Brasil se registra da seguinte forma de acordo com a tabela I a seguir. Posição País IDH 2011 DESENVOLVIMENTO HUMANO MUITO ALTO 1° Noruega 0,943 2° Austrália 0,929 3° Holanda 0,910 4° Estados Unidos 0,910 5° Nova Zelândia 0,908 Posição País IDH 2011 DESENVOLVIMENTO HUMANO ALTO 48º Uruguai 0,783 83° Equador 0,720 84° Brasil 0,718 Tabela I: Índice de Desenvolvimento Humano 2011 Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Org.: GONÇALVES, E. F.O., 2012. A tabela I demonstra a disparidade do Brasil quanto ao país de maior IDH do mundo, a Noruega. Verifica-se também que o Brasil se encontra muito distante dos outros quatro primeiro colocados. Os dados acima esclarecem também que o Equador, país Sul americano se encontra a uma posição a frente do Brasil, o que vale ressaltar que esta nação nem mesmo possui uma economia em ascensão como a brasileira. Na frente da Brasil estão também os vizinhos Chile, Argentina e Uruguai, respectivamente nas posições 44º, 45º e 48º. A respeito da situação brasileira quanto a sua educação, correlacionado ao IDH, em uma reportagem realizada pelo Jornal Nacional, importante noticiário do país, no mês de Novembro de 2011, o mesmo informa que a Noruega possui quase o dobro da taxa de escolaridade em relação ao Brasil, com média de 12,6 anos. O boletim aborda ainda que segundo o PNUD, o Brasil melhorou na renda e na educação, constando que o tempo médio na escola agora (2011) é de 7 anos, quatro a mais, o que conforme o relatório isso não é suficiente para diminuir a desigualdade social no território brasileiro. Sendo assim, analisa-se que o Brasil avançou muito em questões sociais, e se tratando de educação, o setor está cada vez mais sendo foco de programas para investimentos e incentivos, tendo em vista a sua importância para o desenvolvimento social do país. PROGRAMAS EDUCACIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL, O ENFOQUE DO PIBID Hodiernamente, a educação é vista como um fator essencial para o crescimento de uma nação, sendo dever da família e do estado proporcionar as crianças e os adolescentes um ensino de excelente qualidade. Corrobora Pimenta quando diz que, “o processo educativo vem enfrentando o maior desafio, para que ele se torne cada vez mais ativo e importante para a vida dos participantes em geral” (2011, p.312) e finaliza proferindo: O compromisso não é somente do governo, mas especialmente das famílias, dos empresários e, sobretudo dos políticos em todos os níveis de atividade. Senão fizermos da Educação no Brasil a base de desenvolvimento do país, estaremos cometendo um crime da maior gravidade e que comprometerá nossa condição de país sério e representativo (PIMENTA 2011, p. 312) Embora, ainda apresente dados negativos correlacionados ao sistema educacional brasileiro, o Governo Federal juntamente com os Órgãos Estaduais e Municipais vem colaborando para que a situação a qual o Brasil se encaixa nas estatísticas, possa se reverter e tomar um novo rumo. Vale advertir que, é através da educação que se consegue fazer as transformações necessárias para o progresso de um país. Assim, se questiona: A educação é importante ou prioritária? Conforme se observa na fala de Bressam deve ser: Importante e ser prioritária. É este o desafio de educadores, pais, do Estado e de toda a sociedade: aliar a importância de desenvolver os seus cidadãos e ao mesmo tempo fazer com que este desenvolvimento seja espontâneo, natural. Educar é mais do que prover estudo básico e escolas, é poder tornar a sociedade crítica o suficiente para avaliar a sua própria vida e a vida do seu meio. É poder prover ensino de qualidade e fazer com que este seja plenamente usufruído. É conscientizar os seus cidadãos de que o conhecimento é a arma mais forte e poderosa que a sociedade detém. (BRESSAM 2006, p. 48) Diante deste fato, é que o governo criou diversos programas voltados para a melhoria da educação brasileira, sendo alguns deles o Programa da Universidade Para todos (PROUNI), o Bolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o Poupança Jovem, é tão logo o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). De acordo com o (MEC, 2012), o Programa Universidade aberta para todos foi criado pelo Governo Federal no ano de 2004, tendo por desígnio a concessão de bolsas integrais e parciais aos estudantes de graduação e sequenciais de formação específica em instituições privadas de educação superior, desde que, evidenciem renda per capita familiar menor que três salários mínimos. A seleção dos candidatos para ingressar no PROUNI é fruto da sua participação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), este que tem por objetivo avaliar os estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas medindo seu desempenho pessoal. Tão logo, possibilita aos órgãos competentes a utilização dos dados compilados para a concessão de bolsas aos estudantes que obtiveram os melhores resultados diante do processo avaliativo (ENEM). Desenvolvido pelo Ministério da Educação e operacionalizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), tem por escopo financiar prioritariamente estudantes de cursos de graduação que estejam regularmente matriculados em instituições particulares que façam parte do programa, e que possuam avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), isto é na estimativa, instituições que alcançaram conceito maior ou igual a três. (MEC, 2012) Outro programa que vem beneficiando uma grande parte da população carente do Brasil é o Programa Bolsa Família, instituído no então governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva no ano de 2004, tendo por objetivo proporcionar as famílias de baixa renda auxílio financeiro desde que, mantenham seus filhos regularmente matriculados e frequentes nas escolas. Conforme salienta o Ministério do Desenvolvimento Social, o Programa Bolsa Família possui três eixos básicos: a transferência de renda que promove o alívio imediato da pobreza, as condicionalidades que reforçam o acesso a direitos sociais básicos na área da educação, saúde e assistência social e por fim, os programas complementares que objetivam o desenvolvimento das famílias de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade. Atualmente, o programa atende uma estimativa de 13 milhões de famílias em todo território nacional. (Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, 20012) Por conseguinte, estruturado pelo Governo de Minas Gerais, o Programa Poupança Jovem foi criado no ano de 2007 com a finalidade de capacitar os jovens mineiros para que almejem um futuro promissor, seja ele no campo pessoal e profissional. Os beneficiários do programa são os alunos do ensino médio, matriculados nas escolas da rede pública estadual. Adverte a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social, que o programa é voltado aos jovens de áreas de alto risco social e que ao término do egresso nos três anos escolares do ensino médio, os mesmos recebem uma poupança de R$ 3 mil desde que, frequentem regularmente as aulas, tenham bom desempenho escolar, entre outras atribuições. As ações do programa são executadas pelas prefeituras, com acompanhamento e coordenação da Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social. (SEDESE, 2012) Submerge neste momento o foco principal do presente estudo, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID), criado pelo Governo Federal e fomentado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que oferece bolsas para acadêmicos da licenciatura em prol da valorização do magistério, além de remuneração para coordenadores e supervisores, estes que tem por função nortear o desenvolvimento do licenciando. O escopo geral do Pibid é incentivar a formação de professores para a educação básica, cooperando para a elevação da qualidade do ensino das escolas públicas. Outro desígnio do programa é promover conhecimentos metodológicos e práticas docentes de caráter inovador, que empreguem recursos de tecnologia da informação e da comunicação (TICs), e que se orientem para a superação de problemas identificados no processo ensino aprendizagem dos educandos envolvidos. A iniciativa ainda tende a estimular as escolas públicas de educação básica a tornarem-se protagonistas nos processos formativos dos estudantes das licenciaturas, em proveito de uma sólida formação docente inicial, dinamizar o ensino dos educandos e contribuir para o aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), das escolas em que funcionam. No que diz respeito à capacitação profissional dos bolsistas pertencentes ao Pibid, a mesma é realizada através de intervenções em escolas de ensino básico, em que o acadêmico vivencia a realidade do âmbito escolar, sendo compreendida por problemas que vão desde a estrutura física da instituição de ensino à indisciplina dos alunos. Como descreve Diniz (2010, p.6) o projeto de incentivo docente em questão, “proporciona o contato direto dos acadêmicos com a comunidade escolar e a sua realidade, ao mesmo tempo em que incentiva a escola a ser protagonista no processo de formação de futuros professores”. Colocando em prática o que o projeto disponibiliza para a melhor formação acadêmica do estudante de licenciatura, estes terão a oportunidade de aprender a fazer planejamentos de aulas, participar de reuniões que concerne à escola, a exemplo do conselho de classe e colegiado, envolvimento em gincanas, feiras e toda a programação que envolve o calendário escolar. É importante ressaltar a vivência em sala de aula, a qual possibilita aplicar o conteúdo apreendido na Universidade de maneira palpável e inovadora aos estudantes do ensino fundamental e médio. No discurso a seguir de um participante do programa, é possível perceber o que o Pibid representa para sua carreira docente. “Depois que iniciei no Pibid, várias foram às contribuições que o programa me proporcionou, como por exemplo, o contato direto com a escola, futuro campo de trabalho para nós acadêmicos da licenciatura. Permitiu conhecer a realidade, o futuro campo de atuação, contribuindo para uma formação qualificada e carregada de experiências”. (SIC) Logo, para um supervisor do programa; “O Pibid é um programa essencial tanto para o professor de sala de aula (Ensino Fundamental) quanto para os acadêmicos da Universidade. Através dele é possível à melhoria das aulas, com inovação e uma troca mútua de experiências para todas as esferas envolvidas no programa. Acrescentou mais conhecimento, didáticas diferenciadas no tocante dos conteúdos aplicados em sala de aula, permitindo que o auxílio dos acadêmicos contribua de forma significativa no desenvolvimento e recuperação dos alunos, facilitando assim, a proximidade e o vínculo com o professor, escola e Universidade.” (SIC). O Pibid vem contribuindo para a melhoria da educação brasileira e valorização das licenciaturas, esta que vinha sem grandes interesses pelas escolhas do corpo estudantil do país, preparando melhor os acadêmicos que atuarão como professores, fazendo com que estes tomem o gosto pela atuação do magistério, já que a maneira tradicionalista de ministrar aulas vem sendo substituída pelas estratégias inovadoras, como bem exemplifica a proposta do método Lúdico, o qual é calcado os fundamentos do projeto, uma vez que, amplifica a qualidade do ensino aprendizagem. Por sua vez o Subprojeto Pibid Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) foi contemplado com 24 bolsas de iniciação a docência, 3 bolsas para supervisores e 1 para a coordenação geral, totalizando 28 participantes. É incontestável o desenvolvimento educacional que o programa traz pra o norte de Minas Gerais, sendo o Subprojeto Pibid Geografia atuante em 2 escolas públicas da cidade de Montes Claros e 1 em Pirapora. As instituições selecionadas para o desenvolvimento das atividades previstas na cidade de Montes Claros foram as Escolas Municipais Jair de Oliveira e Professora Maria de Lourdes Pinheiro, ambas enfatizadas no trabalho. Acoplado às análises feitas como a estrutura e funcionamento dessas escolas, foi verificado o IDEB das referidas unidades de ensino. Acerca deste Índice Silva (2011) esclarece que o mesmo foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos Anísio Teixeira (INEP), o qual aborda o fluxo escolar e o desempenho dos educandos, no que se referem sobre as avaliações realizadas pelos discentes do ensino fundamental II, objetivando o alcance de metas para a qualificação do processo ensino aprendizagem. A tabela abaixo expõe o último censo do IDEB das escolas municipais da cidade de Montes Claros-MG, que compõem o total de 23intituiçoes de ensino. Tabela II – IDEB das instituições de ensino público de Montes Claros ESCOLAS POSIÇÃO IDEB CAIC E.M. Dominguinhos Pereira 1º 4.8 E.M. Ruy Lage 2º 4.8 E.M. Caio Lafetá 3º 4.4 E. M. Zizinha Ribeiro E. M. Nair Fonseca Brandão 4º 5º 4.3 4.2 E. M. Geraldo Pereira de Souza 6º 4.2 E. M. Crisantino Borém 7º 4.1 E. M. Prof.ª Mª de Lourdes Pinheiro 8º 4.0 E. M. Dona Vidinha Pires E. M. Mestra Fininha 9º 10º 3.7 3.6 E. M. Rotary São Luiz 11º 3.5 E. M. Alfredo Soares da Mota 12º 3.4 E. M. Alexandre Martins Durães E. M. Alcides Carvalho 13º 14º 3.4 3.3 E. M. Jair de Oliveira 15º 3.3 E. M. João Valle Mauricio 16º 3.3 E. M. Prof.ª. Neide Melo Franco 17º 3.3 E. M. Laudelina Fonseca E. M. Jason Caetano 18º 19º 3.2 3.1 E. M. Manoel Pereira do Nascimento 20º 3.1 E. M. Artur Fagundes de Oliveira 21º 2.9 E. M. Afonso Salgado 22º 2.8 E. M. Mariana Santos Fonte: MEC/INEP, 2009. Org.: CARVALHO, P. H. M. d., 2012. 23º 2.8 Foram analisadas na tabela II as posições das escolas relacionadas ao Subprojeto Pibid Geografia do último IDEB (2009) de Montes Claros, em que a Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro obteve a 8ª posição com um índice de 4.0, e a Escola Municipal Jair de Oliveira ficando na posição de 15º lugar com um índice de 3.3. Apesar da Escola Professora Maria de Lourdes Pinheiro apresentar um IDEB relativamente maior que o da Escola Jair de Oliveira, esta apresenta problemas semelhantes no que tange a sua estrutura e funcionalidade, sendo a falta de recursos como livros didáticos, equipamentos tecnológicos, indisciplina dos alunos, falta de estrutura familiar, etc. O que deixa evidente é a carência de ambas as escolas das regiões periféricas de Montes Claros, enfatizando a sua precisão quanto à necessidade de políticas públicas por parte dos governantes. O Programa de incentivo a docência vem tentando implantar nestas escolas uma nova forma de ensino que melhore na aprendizagem dos discentes e aumente o desenvolvimento educacional das escolas. Sendo assim, o Subprojeto de Geografia desenvolve várias estratégias centrais como o uso de temas transversais através de atividades empreendidas em grupos, onde partilham conhecimentos, valores e práticas como instrumento de construção do saber. ESTRATÉGIAS INOVADORAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO ENSINO APRENDIZAGEM Após a introdução do Sub Projeto de Geografia no ano de 2010 nas escolas supracitadas, muito se tem feito para a melhoria do ensino aprendizagem dos discentes. Estão sendo realizadas metodologias diferenciadas com o uso de inusitados materiais didáticos que aguçam a criatividade dos alunos. Os auxílios metodológicos confeccionados pelos acadêmicos bolsistas para serem aplicados nas escolas, são utilizados desde a sala de aula a outros ambientes presentes no âmbito escolar, como a quadra, sala de vídeo e laboratório de informática, permitindo assim que exerça a técnica de ensino Lúdico. Silva (2010, p.229) enfatiza que essas práticas diversificadas: [...] fortalecem os instrumentos de compreensão da realidade da escola e fora dela, seja a relação emocional, social, afetiva, motora e intelectual, despertando o interesse, à vontade e a motivação dos alunos em irem à escola, tornando-a mais atrativa e prazerosa. No que tange aos materiais didáticos foram criadas diversas atividades que auxiliam no processo educacional do aluno, a exemplos do ludo, trilha geográfica, bingo e jogo da velha geográfico, tiro ao alvo, confecção de mapas em materiais recicláveis, etc., ambas elaboradas dentro do contexto dos parâmetros curriculares de Geografia. Vale ressaltar que, estes quando aplicados auxiliam os discentes na compreensão da matéria, contribuindo assim para revisões de conteúdos, desenvolver de aptidões em equipe, além de proporcionar o lazer em sala aula. Foto 1: Confecção de mapas em materiais recicláveis com alunos da Escola Municipal Jair de Oliveira. Autor: Carvalho, P. H.M Foto 2: Execução da oficina de orientação cartográfica Autor: PAIVA, R. de C. G. Junho/2011. Salienta-se que, a participação ativa do Pibid na realização e execução de projetos vem trazendo inúmeros resultados positivos. Como profissionais do ensino, devemos buscar por métodos que sejam mais atraentes e viáveis para que os educandos tenham empenho e participação quanto aos conteúdos elucidados, ou seja, proporcionar um ambiente favorável ao saber, permitindo que haja um espaço aberto e que permita trocas de experiências entre professor e aluno. Nesse sentido, o Pibid vem atuando consideravelmente na atuação e execução de projetos propostos pelas escolas, e tão logo pelos acadêmicos participantes. Desde a introdução do Subprojeto de Geografia nas instituições mencionadas, vários projetos já foram concretizados, a citar o projeto “Lixo e qualidade de vida, trabalho de campo realizado no Parque Municipal Milton Prates no Dia Mundial Da Água, Esquadrão Todos Contra a Dengue, Passeata Pela Paz no Trânsito, dentre outros”, estes sugeridos pelos educandários. Foto 3: Dia Mundial da Água no Parque Municipal Milton Foto 4: Passeata Pela Paz no Trânsito, promovida pela Escola Prates. Participação dos alunos da E.M.Profª Maria de Lourdes Pinheiro na realização de experiência. Autor: Silva, M. P. 14 /06/2011 Municipal Prof.ª Maria de Lourdes Pinheiro. Autor: Silva, M. P. 14 /04/2012 Não obstante, as participações dos acadêmicos estão permitindo a construção de inúmeros projetos que abordam o conteúdo geográfico e o envolvimento com a comunidade escolar, a mencionar os projetos “Construção de Maquetes dos Pontos Turísticos e Históricos de Montes Claros, Passeio na Organização Vida Verde (OVIVE), Projetos de Reciclagem e Blog Ambiente Virtual da turma”. As ocasiões oportunizam o Pibid a trabalhar com os alunos o senso crítico e aguçarem as suas percepções para com os princípios da pesquisa científica. Foto 5: Passeio na Organização Vida Verde (OVIVE) Momento de Interação dos alunos com o Meio Ambiente. Autor: Silva, M. P. 14/06/2011 Após a exposição de alguns dos inúmeros projetos que estão sendo concretizados pelo Subprojeto de Geografia, nota-se uma grande melhora quanto ao interesse dos discentes pela disciplina de Geografia, haja vista que estes estão tendo a possibilidade de terem aulas mais dinâmicas, atrativas e diferenciadas, o que não ocorria com frequência antes da introdução do programa nas instituições de ensino. Esse momento possibilita troca de experiência entre professores, alunos e acadêmicos, permitindo aquisição de conhecimentos para todos que nele estão inseridos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise realizada acerca do ensino na nação brasileira, de acordo com os dados elucidados, é que esta caminha para que o país se desenvolva também socialmente, já que o setor econômico nos últimos anos encontra-se estabilizado. Tornar-se claro que a maneira mais suscetível de desenvolvimento no contexto social, é o investimento de maneira sólida no setor educacional. O presente trabalho constatou que o Brasil vem investindo em programas que possibilitam uma educação de boa qualidade, como exemplificada amplamente na pesquisa. Entretanto, estes ainda não são suficientes para que o país avance no que diz respeito à queda nas taxas de analfabetismo. Conquanto, seja percebível a evolução do ensino público na escola básica brasileira, é possível verificar a precariedade que o mesmo enfrenta. O Pibid vem contribuindo de maneira hábil para a valorização do magistério e melhoria no sistema educacional no Brasil, porém, se todos não abraçarem essa causa, o ensino público continuará o mesmo. Hodiernamente, o trabalho desenvolvido pelo Pibid tem sido reconhecido nacionalmente e internacionalmente com a divulgação dos inúmeros trabalhos produzidos pelos acadêmicos participantes do projeto, o que permite a socialização de experiências. No tocante do Subprojeto Pibid Geografia, este exemplifica o sucesso do Projeto Nacional na Região Norte Mineira, aonde vem contribuindo de forma significativa e inovadora no processo de ensino aprendizagem dos discentes, e tão logo atuando de forma concreta na capacitação dos futuros docentes, sendo este momento imprescindível para a vida profissional dos acadêmicos participantes. Enfim, tão logo que se mude a personalidade social que vigora no território nacional, o que levará certo espaço de tempo, teremos uma facilidade muito maior em resolver enigmas sociais e fazer de nossa nação um ambiente melhor, justo e igualitário para se viver. Que estes programas não sejam instituídos somente para fins estatísticos, para diminuir a pobreza financeira ou mesmo para mascará a calamidade que se encontra a educação pública no Brasil. O que o povo brasileiro carece não são de números que apontam geração de renda, mas sim de transformações na personalidade da sociedade brasileira. 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