! " # ! ) $ %&%'(" *+ ! , ' -%%& ./ ! 01 " $ , 2 3" , PETCON – Planejamento em Transporte e Consultoria Ltda. 70.070-904 • SBS Qd. 02 Ed. Empire Center, Sala 1.303 (Cobertura)• Brasília-DF Fone: (61) 3212-2713/3212-2700 • Fax: (61) 3212-2727 www.petcon.com.br [email protected] 1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................5 2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................9 2.1 Identificação do Empreendedor .............................................................................. 9 2.2 Localização do Empreendimento ............................................................................ 9 2.3 Histórico do Empreendimento ................................................................................ 9 2.4 Objetivos e Justificativas ....................................................................................... 10 3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL...............................................................................12 3.1 Áreas de Influência................................................................................................. 12 3.2 Meio Físico .............................................................................................................. 13 3.3 Meio Biótico ............................................................................................................ 36 3.4 Meio Socioeconômico ............................................................................................. 52 4. PROGNÓSTICO DOS IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS .................80 4.1 Avaliação dos Principais Impactos e Recomendações....................................... 100 5. DIRETRIZES AMBIENTAIS................................................................................121 5.1 Diretrizes de Caráter Administrativo................................................................. 121 5.2 Diretrizes para Projeto......................................................................................... 122 5.3 Diretrizes para Construção ................................................................................. 123 5.4. Diretrizes para Monitoramento e Proteção Ambiental.................................... 125 6. ALTERNATIVA DE NÃO IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ......126 7. PLANO BÁSICO AMBIENTAL ...........................................................................127 7.1 Programa de Controle de Erosão........................................................................ 127 7.2 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas / paisagismo ....................... 128 7.3 Programa de Monitoramento e Fiscalização...................................................... 128 7.4 Programa de Conservação da Biodiversidade ................................................... 128 7.5 Programa de Compensação para Unidades de Conservação ........................... 129 7.6 Programa de Educação Ambiental para o Trânsito ......................................... 129 7.7 Programa de Articulação Interinstitucional ...................................................... 129 7.8 Programa de Prospecção Arqueológica.............................................................. 129 7.9 Programa de Ordenamento Territorial.............................................................. 130 7.10 Programa de Transporte de Cargas Perigosas ................................................ 130 7.11 Programa de Recuperação de Passivos Ambientais........................................ 130 7.12 Programa de Melhoria das Travessias Urbanas.............................................. 130 7.13 Programa de Controle de Gases, Ruídos e Material Particulado .................. 131 7.14 Programa de Redução do Desconforto e de Acidentes.................................... 131 7.15 Programa de Segurança e Saúde da Mão-de-Obra......................................... 131 7.16 Programa de Comunicação Social .................................................................... 131 7.17 Programa de Gestão e Supervisão Ambiental ................................................. 132 8. CONCLUSÃO..........................................................................................................133 9. BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................135 ! A " PETCON - Planejamento em Transporte e Consultoria Ltda. foi contratada pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes-DNIT, em 11/10/05, para elaborar o Estudo de Impacto Ambiental–EIA, o respectivo Relatório de Impacto Ambiental–RIMA e o Plano Básico Ambiental–PBA, além do fornecimento de Assessoria Técnica para a obtenção das Licenças Prévia (LP) e de Instalação (LI) das obras de adequação (duplicação e ruas laterais) da BR-070, Perímetro Urbano de Águas Lindas - GO, Trecho Divisa DF/GO – Divisa GO/MT, sub-trecho Perímetro Urbano de Águas Lindas, segmento compreendido entre o km 0,0 e o km 16,2, perfazendo uma extensão total de 16,2 km. Este Relatório de Impacto Ambiental – RIMA reflete de forma objetiva e adequada à compreensão das pessoas interessadas, as informações mais relevantes e as principais conclusões do Estudo de Impacto Ambiental – EIA, destacando-se: • A caracterização do empreendedor e do empreendimento; • A síntese dos resultados dos estudos referentes ao diagnóstico ambiental das áreas de influência direta e indireta deste trecho da rodovia BR-070; • A identificação dos impactos positivos e negativos possíveis de ocorrerem, principalmente em relação às populações envolvidas e às unidades de proteção ambiental situadas dentro das áreas de influência direta e indireta do empreendimento; • A relação de medidas propostas para a mitigação dos impactos negativos; • As conseqüências advindas na hipótese do empreendimento não ser realização; • O Plano de Controle Ambiental objetivando a estabilização da área, durante e após o término das obras; • O Plano Básico Ambiental pormenorizando os diversos Programas Ambientais que deverão ser implementados; 5 • As principais conclusões baseadas no EIA e. finalmente; • A relação das obras e fontes de informações consultadas, com a indicação das suas autorias. De início, faz-se necessário informar que o licenciamento ambiental das obras de adequação da BR-070 refere-se ao processo no 02001.007216/2001-19, protocolado no IBAMA. # $% & ' ! ' Razão Social: PETCON – Planejamento em Transporte e Consultoria Ltda. CNPJ: 26.478.016/0001-06. Endereço: Setor Bancário Sul – SBS, Quadra 02, Bloco S, Edifício Empire Center, salas 705/1.303 – 70.070-904 - Brasília–DF Telefone: (61) 3212-2713 - fax: (61) 3212-2727 Cadastro Técnico Federal: 289339 Representante Legal: Juliana Doyle Lontra – Sócia-gerente CPF: 703.760.691-04 E-mail: [email protected] Cadastro Técnico Federal: 630027 Contato: Leonam Furtado Pereira de Souza – Gerente de Meio Ambiente CPF: 006.181.282-04 E-mail: [email protected] Cadastro Técnico Federal: 526325 Juliana Doyle Lontra Sócia-gerente Leonam Furtado Pereira de Souza Gerente de Meio Ambiente 6 ( $% ) '* '+ − Coordenação Geral: Geólogo Antonio Valério CREA-SP 20288/D / CTF 287174 Econ. Gustavo Henrique Lontra Neto CORECON 882/DF / CTF 314012 Engo Agrônomo Leonam F.P.de Souza CREA-PA 1792/D / CTF 526325 − Meio Físico Coordenação: Geólogo Antonio Valério CREA-SP 20288/D / CTF 287174 Equipe: Engo Civil Petrônio Sá Benevides Magalhães CREA-CE 748/D / CTF 289431 Geólogo Raimundo Marcondes de Carvalho CREA-SP 41220/D / CTF 1740835 Engo Civil Luis Cláudio Batista Valério CREA-DF 8917/D / CTF 893576 Engo Ambietal José Quadrelli Neto CREA-DF 14628/D / CTF 1996509 Engo Ambiental José Augusto de A. Lopes CREA-DF 14627/D / CTF 1996510 − Meio Biótico Coordenação: Engo Agrônomo Túlio Leão Alvarenga CREA 9.736/D / CTF 293698 7 Equipe: Bióloga Cleidemar Batista Valério CFB 04576/87 / CTF 287125 Biólogo José Braz Damas Padilha CRBIO 25508/04D / CTF 1003244 Oceanóloga Juliana Doyle Lontra CTF 630027 Bióloga Raquel Ribeiro da Silva CRBIO 44079/04D / CTF 732937 Engo Amb. Rodrigo Mello de Vasconcelos CREA-DF 13008/D / CTF 683631 Oceanólogo Luciano de Siqueira Freitas CTF 1631919 − Meio Socioeconômico Coordenação: Econ. Gustavo Henrique Lontra Neto CORECON 882-DF / CTF 314012 Equipe: Econ. Roberta Zanenga de Godoy Marchesi CORECON 5444-5 / CTF 640298 Engo Agrônomo Túlio Leão Alvarenga CREA 9.736/D / CTF 293698 Gestor Ambiental Antonio João de Oliveira CREA 9.736/D / CTF 293674 Socióloga e antropóloga Heloisa Prates Doyle CTF 1703190 Arqueólogo Leandro Augusto Franco Xavier CTF 621473 8 ! ( ! ! & , ( # & * && $% " ( & & Razão Social: Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes - DNIT. CGC: 04892707/0001-00 Endereço: Setor de Autarquias Norte – SAN, Quadra 03, Lote A, Edifício Núcleo dos Transportes – 70.040-902 - Brasília–DF Telefone: (61) 3315-4000 Responsável: Mauro Barbosa da Silva; Diretor Geral CPF: 370.290.291-00 ((- . $% & A rodovia BR-070 tem origem na DF-095 (EPCL - Estrada Parque Ceilândia ou Via Estrutural), com função de via arterial, que liga Brasília – Plano Piloto a Taguatinga Norte e Ceilândia e, através da DF-180, à cidade de Brazlândia. (/0 ' & A implantação da BR-070 no trecho Águas Lindas coincide com surgimento de uma nova fronteira agrícola nos estados de Goiás e Mato Grosso na década de 70, caracterizada pela migração de agricultores, provenientes em sua maioria da região Sul, em busca de terras para cultivo, principalmente da soja. Com a sua pavimentação entre as décadas de 70 e 80, a rodovia se consolidou como rota de integração entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, apesar da progressiva deterioração do seu pavimento verificada ao longo das ultimas décadas, situação comum à maior parte das rodovias brasileiras. 9 Dentro deste contexto, ressalta-se a criação da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE, composta por vinte e duas cidades de Goiás e de Minas Gerais, entre as quais se encontra Águas Lindas de Goiás, ligada ao DF justamente pela BR070. A rodovia BR- 070, no trecho a ser duplicado, constitui parte de uma importante via de ligação entre o Distrito Federal e as regiões Centro-Oeste e Norte do país. Ela se enquadra no Grupo 1, de acordo com o Decreto no 15.397/93, possuindo faixa de domínio com largura de 130 (cento e trinta) metros, divididos simetricamente em relação ao eixo do canteiro central. Deve-se ressaltar, no entanto, que esta rodovia é federal que normalmente possuem faixa de domínio de 80 (oitenta) metros. O projeto de duplicação, tanto no nível federal como distrital foi concebido para oferecer melhores condições de tráfego e segurança, tendo em vista o alto índice de acidentes no trecho não duplicado, decorrente, na maioria das vezes, por ultrapassagens indevidas. Além disso, atualmente esta rodovia apresenta um fluxo de veículos instável e com volume além de sua capacidade, considerando o seu limite superior, o que induz à diminuição da velocidade de projeto e ao retardamento no tráfego de veículos. Devido ao crescimento da ocupação urbana às margens da rodovia BR-070, torna-se necessário o tratamento das interações junto às vias de acesso existentes, que deverão ser obrigatoriamente contempladas no projeto, bem como a recuperação dos pavimentos das vias existentes e dos seus acostamentos. O projeto em questão foi elaborado de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo DNIT, a fim de assegurar elevados níveis de mobilidade aos fluxos de longo curso e de garantir níveis de acessibilidade satisfatórios no atendimento às comunidades servidas ao longo do trecho duplicado. Sua aprovação se deu em agosto de 2001. (1 2 3 ' 4 ' # 3 ' O objetivo básico da duplicação da BR-070 é melhorar o nível de mobilidade de trafego de longa e curta distância, na ligação entre as regiões Sul e Centro-Oeste ao Norte do país, e garantir níveis de acessibilidade satisfatórios no atendimento do trafego regional da área de 10 influência de Brasília. Busca, também, aumentar a capacidade de trafego e aumentar a segurança do transito. Em uma análise prospectiva da evolução do uso e ocupação do solo na região, a duplicação se mostra interessante, pois a região oeste do DF dispõe de terras muito adequadas para agricultura e ocupação demográfica de média densidade, como é o caso dos núcleos rurais existentes na região administrativa de Brazlândia, que encontra na BR-070 um importante eixo de ligação. 11 ! / 5 6 O ! 7& - " / s estudos realizados procuraram identificar, delimitar e caracterizar os parâmetros das áreas de influência direta e indireta do empreendimento e suas interações, de modo a determinar a situação atual da área. Foram levantados dados atualizados sobre os meios físico, biótico e sócio-econômico, privilegiando a participação e a diversidade dos atores envolvidos. / 8 ' # 9 A Área de Influência Direta – AID definida para a caracterização do meio físico, ou seja, com relação aos aspectos geológicos/geotécnicos, pedológicos, geomorfológicos e para os recursos hídricos, foi estabelecida como sendo a faixa de domínio da rodovia que será afetada diretamente pelos serviços de desmatamento, abertura de caixas de empréstimo, terraplenagem, pavimentação e instalação do sistema de drenagem, enquanto que a Área de Influência Indireta - AII foi considerada como a área de contribuição de drenagem para o trecho em estudo. Em termos sócioeconômicos, as áreas de influência da pavimentação da rodovia BR-070 foram definidas segundo os critérios de População Indiretamente Atingida (PIA) para caracterizar os limites da área de influência indireta e, de População Diretamente Atingida (PDA), para caracterizar os limites da área de influência direta. Como PIA considerou-se a Região Administrativa de Ceilândia e Taguatinga e como PDA considerou-se os bairros da cidade de Águas Lindas e as ocupações rurais que margeiam a rodovia. 12 Para a determinação das áreas de influência da BR-070, sob o enfoque do sistema de transporte e tráfego, foi considerado o contexto da rodovia tanto no Sistema Rodoviário do Distrito Federal, como no Sistema Nacional, uma vez que esta rodovia interliga o Distrito Federal às regiões Centro-Oeste e Norte do país. Considerou-se como área de influência direta, a cidade de Águas Lindas, tendo-se em vista que a pavimentação da BR-070 contemplará, também, a pavimentação dos acessos viários ao longo de suas vias marginais, influindo no comportamento dos deslocamentos da população ali residente. Foi considerada como área de influência indireta do empreendimento a região oeste do Distrito Federal que envolve as Regiões Administrativas de Ceilândia, Taguatinga e Brazlândia, tendo em vista que a pavimentação da rodovia influirá indiretamente na articulação do tráfego local destas regiões. Para os estudos de fauna e flora foi estabelecida como área de influência indireta, uma faixa correspondente a extensão total do trecho do projeto (16,2 km), abrangendo 400 m para cada lado da estrada, resultando em uma área de 13,96 km2. Já a área de influência direta está compreendida numa largura de 65 m para cada lado do leito da estrada, incluindo a faixa de domínio da rodovia onde ocorrerá o desmatamento necessário às obras de duplicação e de onde, eventualmente, será retirado material para aterro (caixas de empréstimo) e instaladas as obras de contenção de erosão, canteiros, etc. Uma síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental das áreas de influência direta e indireta desta rodovia é apresentada a seguir. /( :"' 3.2.1 Aspectos Climatológicos Segundo a classificação de Köppen, o clima do Distrito Federal é tropical, concentrando precipitações no verão. O período mais chuvoso corresponde aos meses de novembro a janeiro, e o período seco ocorre no inverno, especialmente nos meses de junho a agosto. No Distrito Federal, pela classificação de Köppen ocorrem os seguintes tipos climáticos: 13 • Tropical (Aw) - Temperatura, para o mês mais frio, superior a 18ºC. Situa-se, aproximadamente, nas áreas com cotas altimétricas abaixo de 1.000 metros (bacias hidrográficas dos rios São Bartolomeu, Preto, Descoberto/Corumbá, São Marcos e Maranhão). Apresenta verão quente e úmido e inverno seco. Chuvas ocorrem com maiores intensidades nos meses de dezembro a março, sendo os meses de julho a agosto os meses mais secos do ano. • Tropical de Altitude (Cwa) - Temperatura, para o mês mais frio, inferior a 18ºC, com média superior a 22º no mês mais quente. Abrangem, aproximadamente, as áreas com cotas altimétricas entre 1.000 e 1.200 metros (unidade geomorfológica - Pediplano de Brasília). • Tropical de Altitude (Cwb) - Temperatura, para o mês mais frio, inferior a 18ºC, com média inferior a 22º no mês mais quente. Correspondem às áreas com cotas altimétricas superiores a 1.200 metros (unidade geomorfológica - Pediplano Contagem/Rodeador). A região de Águas Lindas – GO insere-se no tipo AW. 3.2.2. Qualidade do Ar / Poluição Atmosférica A Qualidade do Ar no Distrito Federal Atualmente, a Gerência de Monitoramento Ambiental (GEMOA), que pertencia a extinta Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, conta com uma rede de Monitoramento da Qualidade do Ar, composta de cinco estações fixas. Cada estação é dotada de dois equipamentos: • Amostrador de Grandes Volumes (HI-VOL), utilizado na coleta de PTS; • Amostrador de Pequenos Volumes (OPS/OMS) usado na coleta de fumaça e SO2 As estações estão localizadas em pontos considerados críticos no que tange à questão da poluição do ar no DF, tais como terminais rodoviários, vias de tráfego intenso e áreas industriais. A existência desse tipo de rede possibilita auxilio ao processo de planejamento urbano e de implantação de indústrias e outros tipos de serviços tomando como base os dados obtidos das análises laboratoriais. Fornece dados para ativar ações de emergência durante períodos de estagnação atmosférica, além de acompanhar as tendências e mudanças na qualidade do ar, devidas a alterações nas emissões dos poluentes. 14 No DF, são monitorados os poluentes: ióxido de enxofre (SO2); partículas totais em suspensão (PTS) e fumaça. As análises da amostras coletadas são realizadas no laboratório de monitoramento da qualidade do ar, sediado no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB: Principais Resultados Os dados da SEMARH, referentes às medições feitas no período do ano de 2000, nos meses de julho a dezembro, mostram para a Estação Rodoviária do Plano Piloto e de julho a outubro, no Setor Comercial Sul e região da FERCAL (Engenho Velho), em Sobradinho, os seguintes resultados: Tabela 1 Resultados da Qualidade do Ar Local Rodoviária do Plano Piloto Setor Comercial Sul Fercal – Engenho Velho Poluente Qualidade do Ar SO2 Fumaça PTS SO2 Fumaça PTS SO2 Fumaça PTS Boa Má Inadequada Boa Má Inadequada Boa Inadequada Crítica Fonte: SEMARH - 2000 A Qualidade do Ar na região de Águas Lindas - GO Não existem indústrias ou fábricas com emissão de poluentes atmosféricos no entorno e nas proximidades do local designado para a pavimentação da segunda pista da BR-070, na região de Águas Lindas. A poluição do ar na região praticamente se restringe às emanações de gases provenientes da queima de combustíveis dos veículos que trafegam na rodovia e pela poeira gerada pelo tráfego local, em vias não pavimentadas, principalmente em épocas secas do ano (abril a setembro). 3.2.3 Poluição Sonora Na área de Águas Lindas não existe registro de monitoramento de poluição sonora realizado por entidade oficial. 15 Para a obtenção de dados referentes ao assunto, foram efetuadas medições de ruído utilizando-se um decibilímetro de precisão, Modelo DEC – 430, devidamente calibrado. Foi caracterizados 28 pontos ao longo da BR-070, com aproximadamente 500 metros de distância entre eles. A aferição iniciou-se às 7:00 horas no sentido rio Descoberto – rio do Macaco. As medições foram repetidas no sentido inverso, com início às 9:00 horas. Os resultados podem ser visualisados na Tabela 2, a seguir: Tabela 2 Níveis de Ruídos Ponto de Medição Horário da 1ª medição 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 7:03 7:05 7:08 7:10 7:12 7:15 7:17 7:19 7:20 7:22 7:25 7:26 7:28 7:30 7:32 7:34 7:36 7:38 7:40 7:42 7:44 7:46 7:48 7:50 7:54 7:57 7:59 8:06 Máxima em decibéis (dB) (Sentido rio Descoberto – rio do Macaco) 82,1 84,7 89,3 86,2 87,3 82,9 86,2 87,1 83,2 89,7 81,3 68,8 79,1 88,0 88,9 88,6 70,1 86,4 80,2 76,8 73,2 74,6 70,3 80,1 60,0 45,0 43,8 40,0 Horário da 2ª medição 10:00 9:56 9:54 9:52 9:50 9:44 9:42 9:39 9:37 9:35 9:33 9:31 9:29 9:27 9:25 9:23 9:21 9:20 9:17 9:16 9:13 9:12 9:10 9:08 9:06 9:04 9:03 9:00 Máxima em decibéis (dB) (Sentido rio do Macaco – rio Descoberto) 73,6 72,0 84,0 75,0 80,7 72,0 80,7 76,3 84,7 87 83,1 77,0 73,7 79,2 81,1 44,9 78,1 56,0 74,0 63,0 82,0 58,4 42,6 60,0 82,3 84,2 84,2 83,2 Fonte: PETCON - 2006 16 Constatou-se que, na rodovia BR-070, não existem grandes fontes estacionárias de produção de ruídos, sendo o tráfego de veículos a sua maior fonte devido a grande quantidade de caminhões, carretas e ônibus, quase sempre com motores desrregulados. As medições realizadas ao longo da BR-070, no entorno de Águas Lindas, mostraram ocorrência de ruídos de fundo em torno de 80-90 dB, devido principalmente ao tráfego intenso no sentido rio do Macaco – rio Descoberto, ou seja, de Águas Lindas (GO) para o Distrito Federal. Conclui-se que os ruídos emitidos durante a construção da segunda pista não trarão sérios incômodos à população local, pois o tráfego local já vêm produzindo ruídos há algum tempo, sem originar maiores reclamações por parte da vizinhança. 17 Croqui - Amostragem de Ruído 18 3.2.4 Aspectos Geológico-Geotécnicos A síntese da geologia da região onde se insere o trecho de duplicação da BR-070, está fundamentada nos trabalhos de mapeamento regional de Faria (1984 e 1995), Campos e Freitas-Silva (1988) e no mapeamento semi-regional de Silva (2003), e que serviram de base para a elaboração do Mapa Geológico. (Figura 1) Aspectos Regionais A região do Distrito Federal e entorno situa-se geotectonicamente no interior da Faixa de Dobramentos Brasília, entre a posição oriental do Maciço Mediano de Goiás e o Craton do São Francisco (Almeida, 1976 e 1986), onde são individualizadas quatro seqüências de sedimentação, representadas pelos grupos Canastra, Paranoá, Araxá e Bambuí e que foram dobradas e metamorfisadas no Proterozóico, com evolução entre 1.000 e 650 Ma, no Ciclo Geotectônico Brasiliano. As seqüências deposicionais Canastra e Araxá são representadas por conjuntos litológicos com maior grau metamórfico, da fácies xisto verde. O Grupo Bambuí é representado por um pacote de metassiltitos argilosos de muito baixo grau metamórfico, e o Grupo Paranoá é caracterizando por uma seqüência de sedimentos detríticos constituídos de metassiltitos, quartzitos, ardósias e metarritmitos, sobrepostos por uma fácies carbonatada, que inclui metassiltitos argilosos e lentes de calcários. Aspectos locais A área diretamente afetada pela duplicação da BR-070 está quase inteiramente inserida no domínio do Grupo Paranoá, constituído por metarritmitos arenosos ou argilosos e quartzitos. Na porção oeste do empreendimento, aproximadamente entre o km 13,5 e o rio do Macaco (km17), afloram os metapelitos do Grupo Araxá, que se sobrepõem ao Grupo Paranoá por meio de uma falha de empurrão de direção NW/SE. Nos vales dos rios Descoberto e dos Macacos completam a estratigrafia da região do empreendimento, os depósitos cenozóicos, representados pela Cobertura Detrito-laterítica e por aluviões de pouca expressão. 19 Inserir Figura 1 - Mapa Geológico 20 Ao longo da BR-070, as rochas encontram-se capeadas por Latossolo Vermelho e VermelhoAmarelo, de textura arenosa a areno-argilosa, espessos e de natureza residual, localmente com grande quantidade de fragmentos de quartzo. No km 12,4 o quartzito apresenta-se totalmente decomposto formando solo de constituição arenosa e coloração vermelha, com perfil de 5m a 6m, como evidencia a voçoroca instalada em uma das cabeceiras do córrego Piador, tributário do rio Camargo, que corre para sudoeste em direção ao rio do Macaco. Em uma área restrita, aproximadamente entre os km 10 e 11,5, ocorrem solos arenosos residuais derivados de quartzito, apresentando camada orgânica superficial. Ao longo da BR-070, na vertente direita do rio do Macaco, os xistos do Grupo Araxá afloram em cortes, apresentando-se muito alterados, na cor cinza, amarelo e rosa-esbranquiçado, com lentes de quartzo. Nos cortes existentes na vertente esquerda do rio do Macaco, entre os km 14 e 17, predominam solos saprolíticos cinza avermelhados, siltosos, freqüentemente capeados por cascalho. Cobertura Detrito-laterítica Capeando as unidades proterozóicas, a Cobertura Detrito-laterítica local está representada por Latossolos, que recobrem a superfície da chapada de Águas Lindas, sustentada pelos quartzitos e metarritmitos arenosos. São solos arenosos com elevado teor de areia quartzosa, ou areno-argilosos com pouca plasticidade, apresentando, em geral, espessuras da ordem de 4m a 6m, podendo ser residuais das rochas subjacentes ou transportados (coluvionares). A principal característica do ponto de vista geotécnico é sua alta condutividade hidráulica e, também, quando saturado, a elevada colapsividade. As principais ocorrências de cascalho ao longo da BR-070 localizam-se entre os km 11,5 e 13, na borda da chapada de Águas Lindas e sobre os tabuleiros modelados nos xistos do Grupo Araxá, onde vários desses locais já são explorados como fonte de cascalho laterítico 21 empregado em obras de infra-estrutura e, em parte, para a própria pavimentação da pista existente da BR-070. Essas áreas decapeadas, atualmente com exposição de camadas saprolíticas siltosas bastante suscetíveis à erosão, constituem passivos ambientais das obras de infra-estrutura empreendidas na região de Águas Lindas. 3.2.5 Aspectos Geomorfológicos Com relação ao relevo, a região onde ocorrerá a duplicação da BR-070 pode ser dividida em duas porções distintas: Chapada de Águas Lindas e Região Dissecada dos Altos Cursos dos rios Descoberto e do Macaco. A Chapada de Águas Lindas é caracterizada por uma topografia plana a ligeiramente ondulada, com inclinação suave para os bordos, não ultrapassando a declividade de 8%, estando balizada, de uma forma geral, acima da cota de 1120m, que marca o limite com a região de dissecamento. É constituída por quartzitos e metarritmitos arenosos do Grupo Paranoá, capeados pelos solos porosos e permeáveis da Cobertura Detrítica, com as bordas revestidas por crostas lateríticas, que contribuem para a resistência desse relevo aos processos erosivos de dissecação atuantes. A paisagem desta unidade é a mais estável da região, onde o escoamento das águas pluviais induz à erosão laminar lenta, tendo em vista a fácil infiltração das águas precipitadas nos Latossolos porosos e a suavidade topográfica, que conferem à Cobertura Detrito-laterítica boas características como reservatórios de águas subsuperficiais. A Região Dissecada dos Altos Cursos dos rios Descoberto e do Macaco é caracterizada por um relevo de colinas, morros e feições residuais de topo aplainado, com grau de dissecação variado e modelado segundo um marcante controle litológico e estrutural. Abrange colinas e morros de formas convexo-côncavas e topos arredondados ou alinhados, com encostas de declividade média a suave e desníveis inferiores a 50m, que se intercalam a fragmentos de superfícies tabulares residuais de aplainamento, de rebordos dissecados, capeadas por crostas detrito-lateríticas e niveladas em torno das cotas 1040 e 1080m, com amplitudes de relevo de até 80m. 22 3.2.6 Aspectos Hidrogeológicos Os aqüíferos subterrâneos existentes na área em estudo são de dois tipos: o das águas subsuperficiais rasas, contidas na cobertura cenozóica que funciona como meio poroso, e o das águas subterrâneas armazenadas nas descontinuidades do maciço rochoso, em profundidade, denominado de aqüífero de domínio fissural. Este aqüífero engloba os Latossolos da Cobertura Detrítica, solos residuais das litologias subjacentes e solos hidromórficos, funcionando como extensos reservatórios superficiais de água, cuja recarga depende diretamente da precipitação pluviométrica. Quanto à redução da área de recarga do aqüífero pela impermeabilização do solo, esta é igualmente insignificante, dada à dimensão linear da rodovia, havendo ainda algum benefício à alimentação do aqüífero poroso, pelo incremento da infiltração através de caixas de empréstimo e bacias de retenção que deverão necessariamente ser previstas ao longo do trecho. Os aqüíferos do Domínio Fissural ou das Águas Subterrâneas são constituídos pelos sistemas de descontinuidades do maciço rochoso, representados por fraturas, juntas de acamamento abertas e falhas. São aqüíferos locais, livres, recarregados através do meio poroso saturado da cobertura, ou por meio da própria rocha aflorante nas drenagens, limitando-se a uma profundidade da ordem de 150 m, pois a partir daí a ocorrência de fraturas abertas no maciço rochoso é bastante reduzida. Salenta-se que o trecho em estudo tem interferência apenas com os solos superficiais, não exercendo qualquer influência no aqüífero das águas subterrâneas, restrito ao maciço rochoso. 3.2.7 Aspectos Pedológicos Na denominação e sistematização das diversas classes diagnosticadas na área foi utilizado o novo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), conforme pode ser observado no Mapa Pedológico (Figura 2). Na região da duplicação da BR-070 foram encontrados: Latossolo Vermelho, Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo, Gleissolo, Neossolo Quartzarênicos e Plintossolo. 23 Inserir Figura 2 - Mapa Pedológico 24 Latossolo Vermelho Os Latossolos localizam-se em áreas de relevo plano a suave ondulado, ocupando uma grande extensão (38,67% da área estudada). São solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B latossólico, com eventual quantidade de laterita. Latossolos Vermelho-Amarelo Os Latossolos Vermelho-Amarelos ocupam 16,88% da área estudada. São solos minerais, com horizonte A moderado e horizonte B latossólico, possuindo textura arenosa ou média. São bastante porosos e muito bem drenados, com baixos valores de argila dispersa em água. Os Latossolos possuem pouca suscetibilidade à erosão. Entretanto, foram constatadas erosões de grandes extensões próximas à rodovia, resultante do acúmulo de drenagem da água de chuva incidida no asfalto. Ocupam áreas bastante extensas de relevo plano e suave ondulado. Cambissolos Os Cambissolos são solos pouco desenvolvidos que ainda apresentam minerais primários facilmente intemperizáveis. Geralmente estão associados aos relevos mais movimentados (ondulados e forte-ondulados). Ocupam 39,24% da área de estudo, constituindo a classe predominante no projeto. Quando derivados das litologias do grupo Paranoá, são de textura de arenosa a média,geralmente apresentando calhaus, cascalhos, concreções e fragmentos de rochas ao longo do perfil, com concentração na superfície do solo ou em camadas entre os horizontes. Neossolos Quartzênicos (Areias Quartzosas) São solos minerais, pouco desenvolvidos, profundos, podendo apresentar camadas de laterita em mistura com calhaus de quartzo a partir de 1,5 m. A textura é predominantemente arenosa e, por isso, são excessivamente drenados, porosos e muito suscetíveis à erosão. Ocupam inexpressiva extensão (1,0% da área estudada) e localizam-se em terrenos de relevo plano e suave ondulado com declives que variam de 0 a 8%, predominando declives de 4%. 25 Solos Hidromórficos São solos pouco desenvolvidos que geralmente ocupam as depressões da paisagem sujeitas a inundação. Correspondem a cerca de 0,58% da área de estudo. São mal ou muito mal drenados e, com freqüência, ocorre uma espessa camada escura de matéria orgânica mal decomposta sobre uma camada acinzentada de gleização. Formaram-se a partir de sedimentos aluviais, com presença de lençol freático próximo à superfície na maior parte do ano, caracterizando um ambiente de acúmulos orgânicos. Plintossolos São solos minerais hidromórficos, anteriormente conhecidos como Laterita Hidromórfica, que apresentam séria restrição à percolação da água e, por conseqüência, situam-se em áreas de alagamento temporário. Representam quase 1,0% da área total do estudo, localizados em relevos planos e em áreas deprimidas, no terço inferior de encostas onde há importante movimentação lateral de água. Apresentam horizonte A pouco desenvolvido ou ausente, cobertos por vegetação de campos limpos. Possuem coloração de fundo amarelada e mosqueamentos que variam do marrom ao vermelho. 3.2.8 Aspectos Geotécnicos Com o objetivo de subsidiar tomada de decisão por parte dos projetistas e do DNIT quanto à utilização dos solos durante a execução das obras de pavimentação da BR-070, indica-se, a seguir, alguns resultados de análise geotécnica. Os ensaios geotécnicos realizados revelam a presença de argila siltosa e/ou arenosa com valores de SPT variável entre 0 e 3 golpes, isto é, de consistência muito mole a mole. Os ensaios de caracterização determinaram para esses solos fração de argila (Ø < 2 ) variável, em média, entre 70% e 90%, limite de liquidez (WL) de 41% a 62%, índice de plasticidade (IP) de 8,5% a 19,7%, umidade natural (W nat) de 28,4% a 46% e densidade natural ( s) baixa, variável entre 8,3 kN/m3 e 10,3 kN/m3, sendo a densidade real dos grãos (G) de 2,69 a 2,86. Os índices de vazios (e) apresentam altos valores, variando de 1,87 a 2,32, enquanto o grau de saturação (S) varia entre 45% e 48%, bem inferior ao necessário para a completa saturação do 26 solo, características que determinam a potencialidade desses solos porosos ao colapso estrutural quando saturados, com ou sem carregamento adicional. A experiência adquirida nesse material mostra que solos com índices de vazios maiores ou iguais a 1,7 e graus de saturação menores do que 60% são potencialmente colapsíveis, registrando-se índices de colapsividade (i) nos solos argilosos porosos ensaiados entre 0,21% e 15% para pressão de inundação entre 50 e 200kPa. É reconhecido que o recalque proveniente do colapso estrutural do solo por efeito de saturação é máximo nas pequenas pressões aplicadas. Nos ensaios de adensamento edométrico realizados em amostras coletadas a 5m de profundidade, foram determinados coeficientes de adensamento relativamente altos (2 x 10-2 cm²/s), condizentes com a elevada porosidade (65% a 70%) e permeabilidade desse solo. O índice de compressibilidade é também alto (Cc = 0,42) e o coeficiente de pré-adensamento baixo (Pa = 35 kPa), indicando um solo normalmente adensado, pela posição das amostras no perfil. São registrados para solos porosos da Cobertura Detrítica permeabilidades variáveis entre 1,0 x 10-4 cm/s e 1,0 x 10-2 cm/s (Souza, 2001), sendo as mais elevadas correspondentes aos solos de granulometria arenosa. Assim, pode-se atribuir aos solos argilosos porosos da região, permeabilidade mínima em torno de 1,0 x 10-4 cm/s. Quanto à resistência ao cisalhamento, os ensaios triaxiais realizados nesses solos porosos apresentaram parâmetros de coesão e ângulo de atrito, em termos de tensões efetivas (c’ e Ø’), entre 6 kPa e 32 KPa, e entre 23° e 26°, respectivamente. Quanto às suas características geotécnicas em relação à compactação, verifica-se, como já mencionado, que embora tenham elevada fração de argila, esses solos argilo-siltosos enquadram-se no grupo ML da classificação unificada – SUCS, com comportamento de solo siltoso, de baixa a média compressibilidade. Os Latossolos ocorrem praticamente ao longo de todo o trecho, apresentando cor vermelho amarelo e granulometria areno-argilosa. Geotecnicamente pertencem ao grupo LA’ da classificação MCT de solos tropicais, aplicável para rodovias. 27 As suas densidades secas máximas ( s max), segundo o ensaio Proctor normal, situam-se na faixa de 13,1 kN/m³ a 14,2 kN/m³ e as umidades ótimas de compactação (Wot) na faixa de 28% a 34%. Os Índices de Suporte Califórnia (ISC) oscilam em torno de 10% e a expansão máxima é de 1,67 %. Ao longo da área de pavimentação da BR-070, as características dos solos de cobertura descritas tanto em relação à granulometria e espessura, quanto aos parâmetros geotécnicos, não devem sofrer mudanças significativas. Erodibilidade e colapsividade na área do empreendimento Em relação à erodibilidade, os Latossolos que recobrem a área do empreendimento apresentam grande capacidade de infiltração da água do escoamento superficial, graças ao elevado volume de poros (em geral, mais de 60%) e à baixa declividade da superfície. Portanto, são solos com pouca suscetibilidade natural à erosão. Seu principal problema geotécnico advém de uso inadequado, que provoca a concentração de água em grandes volumes na superfície do solo, pois, atingida a saturação total, é ruída a estrutura micro-agregada e por isso sofrem colapso. Se a concentração de água gerar sulcos na superfície do solo, esses podem rapidamente evoluir para ravinas que, ao atingirem o lençol freático, formam voçorocas, caracterizando um processo erosivo de difícil controle. Outro aspecto prejudicial à natural estabilidade desses solos argilosos porosos é a facilidade da sua compactação superficial sob condições intensas de uso, comprometendo a capacidade de infiltração da água e gerando processos de degradação permanentes. Outro problema geotécnico associado ao colapso estrutural dos solos que ocorrem na área é o potencial recalque do terreno nas camadas superficiais, tendo como conseqüências mais comuns a danificação dos pavimentos e de obras de infra-estrutura, como dissipadores, bueiros, etc. Cabe ainda mencionar que é comum nesses solos porosos, quando saturados e neles estabelecido um gradiente hidráulico elevado, o desenvolvimento concomitante de transporte 28 da fração mais fina do solo, formando “piping” (cavidade alongada), que potencializa o recalque da superfície. Os Cambissolos, que também ocorrem na área, são solos pedogeneticamente pouco evoluídos, de granulometria predominantemente siltosa, de espessura submétrica, extremamente erodíveis e que, juntamente com os espessos solos saprolíticos silto-arenosos subjacentes, apresentam alto potencial ao desenvolvimento de sulcos, ravinas, solapamentos e escorregamentos, quando sujeitos a escoamentos superficiais concentrados. Os Cambissolos apresentam ocorrência restrita às vertentes mais acentuadas da Chapada, sendo muito pouco resistentes à erosão. Apesar dessa alta suscetibilidade os cambissolos não apresentam erosões significativas graças a vários fatores, entre os quais a preservação da vegetação nativa nas encostas, a localização do traçado da rodovia no divisor, funcionando assim a estrada como dispersora do escoamento superficial e impedindo a sua concentração, e a presença do topo rochoso a baixa profundidade, limitando o aprofundamento de qualquer sulco já instalado. Os Solos Hidromórficos, por sua vez, ocorrem localizadamente no trecho próximo ao km 10, encontrando-se saturados, mesmo na atual época de estiagem. São solos constituídos basicamente por argilas orgânicas pretas, em camada superficial de até 0,5 m, sobre siltes argilosos brancos, homogêneos. Além da grande voçoroca do km 3, já recuperada, não foram observadas erosões significativas, havendo, no entanto, necessidade de se tomar precauções com o sistema de drenagem a ser implantado com as obras de pavimentação, especialmente nas saídas de bueiros e onde a declividade do terreno é mais acentuada. 3.2.9 Aspectos de Drenagem e Recursos Hídricos O trecho da BR-070, objeto deste estudo, acompanha o divisor de águas. A região é caracterizada por declividades acentuadas no trecho inicial, nas imediações do rio Descoberto, topografia suave com presença de “selas” no trecho médio, entre os quilômetros 2 e 15, e novamente declividades acentuadas no trecho final, descendo para o vale do rio do Macaco, paralela a um talvegue contribuinte daquele rio. A ocupação típica da área cortada pelas estradas é urbana, com a presença de pequenos trechos de pastagens e cerrado alterado. 29 Figura 3 - Trecho inicial, com topografia mais acentuada. À direita, o lago do rio Descoberto, usado para captação de água potável. Fonte: Google Earth. Figura 4 - Trecho intermediário. Ocupação urbana em terrenos de relevo suave ondulado com presença de selas. Fonte: Google Earth 30 Figura 5 - Trecho final, onde a topografia é mais acentuada. Notar a existência de talvegue paralelo à pista. Fonte: Google Earth Caracterização das Bacias Rio Descoberto O rio Descoberto é o principal curso d’água da região em estudo. A sua bacia hidrográfica está localizada entre as latitudes 15°36' 00" S e 16°05' 00" S e as longitudes 48°18' 00" W e 48°06' 00" W, possuindo uma área de 895,9 km², onde o rio percorre toda a porção oeste do Distrito Federal. No DF e em Goiás, possui como limite: a leste o Lago de Santa Maria, onde está localizado o Parque Nacional de Brasília; a oeste a Bacia do Rio Verde, onde estão os municípios goianos de Santo Antônio do Descoberto e Padre Bernardo; ao norte a Bacia do Rio Maranhão e ao sul a sub-bacia do Rio Melchior. Rio do Macaco O rio do Macaco é um afluente da margem esquerda do rio Areias, cuja cota mais elevada localiza-se na unidade geomorfológica Serra dos Pireneus, em seus prolongamentos a leste, denominados de Serra do Arrependido e do Bicame, onde nascem os formadores do rio Ponte Alta, afluente do rio Areias pela margem direita. 31 Com uma orientação inicialmente W-E a partir da cabeceira, no divisor comum às bacias dos rios Corumbá, a oeste, e rio Verde, ao norte, e posteriormente E-SE no trecho em que recebe, pela direita, os córregos dos Borges e Saltador, o rio Areias passa a tomar praticamente a direção N-S a partir do ponto em que recebe pela margem esquerda o ribeirão Pichua. A partir dessa confluência, tem como tributários, pela margem direita o rio Ponte Alta, o córrego do Valério/Muquém e o ribeirão Barreiro, e pela margem esquerda, o rio do Macaco e alguns cursos d’água de pequena expressão, entre os quais os córregos Mato Grande, Jatobá e dos Camelos. Assim como o rio Descoberto, o rio Areias é um afluente do rio Corumbá, na região do remanso da UHE Corumbá IV. Drenagem para o Empreendimento A implantação de uma estrada requer estudos cuidadosos da drenagem superficial e subterrânea. Esses elementos podem, caso não tenham sido resolvidos adequadamente, provocar a interrupção ou obstrução temporária do trânsito, chegando, em casos extremos, ao colapso da estrada. Neste diagnóstico são apresentadas algumas avaliações sobre as estruturas hidráulicas dispostas ao longo da estrada em estudo. Rodovia BR-070 Pelo projeto em foco, a rodovia BR-070 será duplicada em uma extensão de 16,2 km, sendo que, atualmente, a sua recuperação está em andamento com a chamada “operação tapaburacos” do DNIT. O quadro a seguir apresenta os principais aspectos referentes ao escoamento das águas superficiais, baseados na análise da topografia e em investigações de campo (com documentação fotográfica): 32 Trecho ou distância aproximada a partir da divisa GO/DF (km) Diagnóstico Início do trecho na ponte sobre o rio Descoberto. Runoff alto (escoamento), em direção ao rio. 0 a 1,8 Mudança de declividade. A estrada adquire uma declividade menor, mas ainda drena em relação rio Descoberto. Inexistência de sistemas de drenagem instalados. 1,8 a 7,8 33 Trecho ou distância aproximada a partir da divisa GO/DF (km) Diagnóstico Trecho urbano nas imediações da cidade de Águas Lindas. 7,8 a 9,9 Área de acumulação da drenagem da estrada. Runoff baixo 9,9 a 12,0 Bueiro de transposição da estrada (diâmetro 0,90 m) 34 Trecho ou distância aproximada a partir da divisa GO/DF (km) Diagnóstico Aspecto urbano, sem estruturas de drenagem 12,0 a 12,5 Processo erosivo nas imediações da pista causado pelo não disciplinamento das águas pluviais. Caso o processo de erosão regressiva continue, poderá atingir a pista de rolamento 12,5 a 14,8 Buracos na pista e sua invasão pelo barro. 35 Trecho ou distância aproximada a partir da divisa GO/DF (km) Diagnóstico Buracos na pista e falta de obras de drenagem nas proximidades dos loteamentos América I e II, município de Águas Lindas. 14,8 a 17,4 Trecho final, ponte sobre o rio do Macaco // 7 3.3.1 Aspectos da flora Apresenta-se, a seguir, uma síntese do levantamento da cobertura vegetal realizado ao longo da rodovia BR-070, no trecho divisa DF/GO. Os resultados apresentam informações da vegetação original da área de estudo, baseados em trabalhos científicos, além de imagens de satélite, cartas do IBGE e do Mapa Ambiental do Distrito Federal. Para a descrição da 36 vegetação atual, foram realizadas expedições ao longo do traçado da rodovia para a identificação das espécies e amostragens. 3.3.1.1 Caracterização da Área de Estudo : #' ' ! ' 3 ' Após a realização de consultas à bibliografia existente e de estudos de campo, três fitofisionomias foram identificadas no local: • Cerrado Sentido Restrito: - Cerrado Típico; - Cerrado Ralo; - Cerrado Rupestre. • Mata de Galeria; • Vereda; • Campo Sujo. Cerrado Típico • Caracterização: fitofisionomia mais comum na AID e que se encontra em maior estágio de degradação. • Estágio Sucessional: apresentam estágios sucessionais bastante diversificados. Quanto mais próximo à cidade de Águas Lindas de Goiás, maior o grau de degradação dessa formação savânica, variando o estágio de conservação entre pioneiro (pastagens), inicial, médio e avançado, sendo este último nos pontos mais distantes da rodovia, porém dentro da AID, onde se constatou apenas a invasão incipiente de gramíneas, com destaque para o capim braquiária. • Principais impactos observados: - Supressão de grandes áreas de Cerrado Típico para a implantação da cidade de Águas Lindas de Goiás e para a formação de pastagem para a criação de animais e desenvolvimento de culturas diversas (atividades agropecuárias); - Nas áreas degradadas, como testemunhas da fitofisionomia originalmente existente na região, são observados alguns indivíduos arbóreos nativos isolados e distribuídos de forma aleatória; - Corte seletivo de indivíduos arbóreos; 37 - Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A principal espécie invasora observada foi o capim braquiária; - Deposição de entulho e lixo nas áreas originalmente ocupadas por vegetação nativa. Cerrado Ralo • Caracterização: fitofisionomia observada em pontos específicos da AID, altamente degradada e comumente encontrada contíguo a Cerrado Típico. Por esse fato, a situação das áreas de Cerrado Ralo é bastante semelhante às de Cerrado Típico (Foto 22). • Estágio Sucessional: apresentam estágios sucessionais bastante diversificados. Quanto mais próximo à cidade de Águas Lindas de Goiás, maior o grau de degradação dessa formação savânica, variando o estágio de conservação entre pioneiro (pastagens), inicial, médio e avançado, sendo este último nos pontos mais distante da rodovia, porém dentro da AID, onde se constatou apenas a invasão incipiente de gramíneas, com destaque para o capim braquiária. • Principais impactos observados: - Supressão de grandes áreas de Cerrado Ralo para a implantação da cidade de Águas Lindas de Goiás e para a formação de pastagem para a criação de animais e desenvolvimento de culturas diversas (atividades agropecuárias); - Nas áreas degradadas, como testemunhas da fitofisionomia originalmente existente na região, são observados alguns indivíduos arbóreos nativos isolados e distribuídos de forma aleatória; - Corte seletivo de indivíduos arbóreos; - Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A principal espécie invasora observada foi o capim braquiária. Cerrado Rupestre • Caracterização: fitofisionomia disposta nas proximidades da ponte sobre o Rio Descoberto, em encosta de morro. • Estágio Sucessional: as variações nos estágios sucessionais nessa área de Cerrado Rupestre ocorrem em relação à rodovia. Quanto mais próximo à rodovia, maior o grau de degradação dessa formação campestre, variando o estágio de conservação entre inicial, médio e avançado, sendo este último nos pontos mais distante da rodovia e na encosta do morro onde se localiza, porém dentro da AID. 38 • Principais impactos observados: - Supressão de áreas específicas de Cerrado Rupestre para a implantação da BR-070/GO e da Barragem do Descoberto; - Nas áreas degradadas, como testemunhas da fitofisionomia originalmente existente na região, são observados alguns indivíduos arbóreos nativos isolados e distribuídos de forma aleatória; - Corte seletivo de indivíduos arbóreos; - Invasão de espécies exóticas, levando a degradação do estrato herbáceo nativo. A principal espécie invasora observada foi o capim braquiária. Matas de Galeria • Caracterização: foram observadas quatro diferentes áreas com mata de galeria, no interior da AID do trecho da BR-070/GO em estudo, sendo que três delas são interceptadas pela rodovia. Tanto o início do trecho (Rio Descoberto) quanto o final (Rio do Macaco) são marcados por essas ocorrências. • Estágio Sucessional: as quatro áreas apresentam estágios sucessionais semelhantes. Quanto mais próximo à rodovia, maior o grau de degradação dessas formações florestais, variando o estágio de conservação entre inicial e avançado, sendo este último nos pontos mais distante da rodovia, porém dentro da AID. • Principais impactos observados: - Corte seletivo de indivíduos arbóreos, formando um grande número de clareiras; - Desmatamento das APP para a formação de pastagens (Foto 23); - Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A principal espécie invasora observada foi o capim braquiária; - Assoreamento dos leitos e erosão das margens dos cursos d’água; - Degradação das APPs, tendo em vista a implantação de áreas de lazer para a população local, caracterizando o uso irregular dessas áreas. Esse tipo de uso foi observado em maior escala no Rio Descoberto, sendo a área utilizada como balneário, e em menor escala no Rio do Macaco, onde se constatou que a área vinha sendo utilizada como camping (Foto 24); - Implantação de redes de drenagem de águas pluviais nas proximidades das pontes sobre o Rio do Macaco e sobre o Rio Descoberto, levando ao desbarrancamento e erosão das margens desses rios; 39 - Deposição de restos de materiais de construção nos leitos do Rio do Macaco e sobre o Rio Descoberto nas proximidades das pontes. Campo Sujo • Caracterização: formação campestre disposta na bacia hidrográfica do Rio do Macaco, em regiões de relevo acentuado. Apresenta-se pouco degradada, sendo o principal fator de degradação a construção da rodovia e a implantação da cidade de Águas Lindas de Goiás (Foto 25). • Estágio Sucessional: os estágios sucessionais observados nessa fitofisionomia variam de médio a avançado. Está localizado nas áreas mais bem preservadas e distantes da rodovia, porém dentro da AID. • Principais impactos observados: - Supressão de áreas específicas de Campo Sujo para a implantação da BR-070/GO e da cidade de Águas Lindas de Goiás; - Deposição de entulho e lixo nas proximidades da área urbanizada; - Invasão de espécies exóticas, levando à degradação do estrato herbáceo nativo. A principal espécie invasora observada foi o capim braquiária. 3.3.1.2 Situação Atual da AII Considerando a intensa ocupação urbana do município de Águas Lindas, ocorrida de forma desordenada, constatou-se em vistoria a campo que a AII se encontrava nas seguintes condições: • Em grande parte da área, houve a invasão de gramíneas exóticas, notadamente com predominância do capim braquiária (Brachiaria sp) e do capim meloso ou gordura (Melinis minutiflora P. Beauv.), em locais restritos, mesmo em áreas onde não ocorreu a remoção da vegetação nativa (Foto 18); • Quanto à vegetação arbórea, foram observados diferentes graus de conservação, variando entre pioneiro, inicial, médio e avançado. O estágio pioneiro foi observado nas áreas de pastagem, o inicial foi definido como aquele onde houve a erradicação quase completa dos indivíduos arbóreos para a implantação de pastagem para o gado, formando um quadro semelhante ao da AID. O estágio médio de conservação foi definido como sendo aquele onde também ocorreu o corte de indivíduos arbóreos para a implantação de pastagem, porém com menor intensidade e vem ocorrendo uma grande regeneração natural da 40 vegetação nativa. O estágio avançado foi observado nas áreas onde houve apenas a invasão do estrato herbáceo por gramíneas exóticas; • Parte da AII em estudo se encontra urbanizada, tendo em vista a implantação da cidade de Águas Lindas; • Deposição irregular de entulho e lixo em pontos isolados. 3.3.1.3 Situação Atual da AID As fitofisionomias remanescentes na AID são: Cerrado Típico, Cerrado Ralo, Cerrado Rupestre, Mata de Galeria e Campo Sujo. O local se encontra altamente degradado, onde se pode constatar: • A ocupação urbana de grande parte da AID, dando origem à cidade de Águas Lindas de Goiás, vem exercendo uma grande influência sobre a AID, mesmo nas áreas mais bem conservadas; • Em grande parte da área, houve a invasão de gramíneas exóticas, notadamente com predominância do capim braquiária (Brachiaria sp) e do capim meloso ou gordura (Melinis minutiflora P. Beauv.), este em locais restritos; • A vegetação nativa existente nas áreas urbanizadas se limita à ocorrência de indivíduos arbóreos isolados, distribuídos de forma aleatória pela AID; • Os menores graus de degradação das fitofisionomias presentes ocorrem tanto na porção inicial (Rio Descoberto) quanto na final (Rio do Macaco) do trecho. No entanto, esses trechos representam uma pequena parcela do total da área a ser edificada; • A utilização de grande parte da faixa de domínio da rodovia como caixa de empréstimo, no momento de sua implantação, sem que tenha ocorrido a recuperação de tais áreas, levando a formação de grandes áreas com solo exposto altamente compactado; • A formação de processos erosivos de pequeno porte nas áreas com solo sem cobertura vegetal; • Deposição irregular de entulho e lixo em pontos isolados 3.3.1.4 Amostragem da Vegetação Seguindo os padrões estabelecidos, identificou-se um total de 273 indivíduos arbóreos, divididos em 92 espécies e distribuídos em 49 famílias (Tabelas 3 e 4). 41 A espécie mais freqüente observada foi a Qualea grandiflora Mart., com 25 indivíduos, seguida pela Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. e Tapirira guianensis Aubl., cada uma com 12 indivíduos (Tabela 3). Tabela 3 Total de indivíduos arbóreos por espécies inventariados ao longo da AID da BR-070/GO. Nº Nome Científico 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakovl. Aegiphila sellowiana Cham. Agonandra brasiliensis Miers. Alibertia macrophylla K. Schum. Anadenanthera macrocarpa Benth. Antonia ovata Pohl. Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Aspidosperma subincanum Mart. Aspidosperma tomentosum Mart. Bowdichia virgiloides Kunth. Byrsonima coccolobifolia HB & K. Byrsonima crassiflora (L) Kunth. Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Callisthene major Mart. Campomanesia velutina (Cambess.) O.Berg. Caryocar brasiliensis Camb. Casearia grandiflora Camb. Casearia sylvestris Sw. Cecropia pachystachya Trec. Connarus suberosus Planch. Copaifera langsdorffii Desf. Coussarea hydrangeaefolia Benth. & Hook. Cupania vernalis Camb. Dalbergia miscolobium Benth. Davilla eliptica A. St.-Hil. Didimopanax morototoni Dimorphandra mollis Benth. Diospyros burchellii Hiern. Emmotum nitens (Benth.) Miers. Enterolobium gummiferum (Mart.) Macbr. Eriotheca gracilipes (K. Schum.) Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott. & Endl. Erythroxylum deciduum A.St.Hil. Faramea crassifolia Benth. Guapira graciliflora (Mart.) Lundell. Guapira noxia (Netto) Lundell. Guapira opposita (Vell.) Reitz. Hancornia speciosa Gomes. Hymenaea courbaril L. Hymenaea stilbocarpa Mart. Ilex affinis Gardner. Inga alba (Sw.) Willd. Kielmeyera coriacea Mart. Lafoensia Pacari St. Hil. Nome Popular Amargosinha Papagaio Tatu Marmelo Angico Garapa Guatambu-Vermelho Peroba-do-campo Sucupira preta Murici pequeno Murici Murici-verdadeiro Itapiúna Gabiroba Pequi Caneleira Guaçatonga Embaúba Pau-de-Brinco Copaíba Camboatá Jacarandá-do-cerrado Lixinha Faveiro Olho de Boi Sobre Tamboril-do-cerrado Paina do campo Paineira-do-cerrado Fruta de Pombo Moço-mole Maria-mole Maria-mole Mangaba Jatobá Jatobá-da-Mata Ingá Pau-santo Pacari Família Papilionoideae Verbenaceae Opiliaceae Rubiaceae Mimosaceae Loganiaceae Caesalpiniaceae Apocynaceae Apocynaceae Fabaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Malpighiaceae Vochysiaceae Myrtaceae Caryocaraceae Flacourtiaceae Flacourtiaceae Cecropiaceae Connaraceae Fabaceae Rubiaceae Sapindaceae Papilionoideae Dilleniaceae Araliaceae Caesalpinieae Ebenaceae Icacinaceae Mimosaceae Bombacaceae Bombacaceae Erythroxylaceae Rubiaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Apocynaceae Caesalpinoideae Caesalpinoideae Aquifoliaceae Mimosaceae Guttiferae Lythraceae Nº de indivíduos 2 6 1 2 11 2 1 1 1 1 2 6 1 6 1 7 1 1 1 1 3 4 4 3 2 1 1 2 2 2 1 12 2 2 1 4 1 3 1 2 1 3 8 6 42 Tabela 3 Total de indivíduos arbóreos por espécies inventariados ao longo da AID da BR-070/GO (continuação) Nº 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 TOTAL Nome Científico Lamanonia ternata Vell. Luehea divaricata Mart. Machaerium acutifolium Benth. Mangifera indica L. Maprounea guianensis Aublet. Matayba guianensis Aubl. Mauritia flexuosa L. Maytenus rigida Mart. Miconia albicans (Sw.) Triana. Miconia ferruginea DC. Myrcia rostrata DC. Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Palicourea rigida Kunth. Piptadenia gonoacantha Benth. Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme Piptocarpha macropoda (DC.) Baker. Plathymenia reticulata Benth. Platypodium elegans Vogel. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Pouteria torta (Mart.) Radlk. Pseudobombax tomentosum (Mart. & Zucc.) Psidium myrsinoides Berg. Pterodon pubescens Benth. Qualea dichotoma (Mart.) Warm. Qualea grandiflora Mart. Qualea multiflora Mart. Qualea parviflora Mart. Rhamnidium elaeocarpum Reissek. Roupala montana Aubl. Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Salacia crassiflora (Mart.) G. Don. Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin. Sclerolobium paniculatum Vogel. Simaruba amara L. Stryphnodendron adstringens (Mart.)Coville Styrax ferrugineus Nees & Mart. Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. Tabebuia ochracea (Cham.)Standl. Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sandwith. Tapirira guianensis Aubl. Terminalia brasiliensis Camb. Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Virola sebifera Aubl. Vismia guianensis (Aubl.) Pers., LACRE. Vochysia elliptica Mart. Vochysia tucanorum Mart. Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Xylopia emarginata A.St.-Hil. 273 Nome Popular Cangalheira Açoita cavalo Jacarandá Muchiba Mangueira Marmelinho-do-campo Camboatá Buriti Família Cunoniaceae Tiliaceae Papilionoideae Anacardiaceae Euphorbiaceae Sapindaceae Palmae Celastraceae Quaresminha Melastomataceae Melastomataceae Guamirim Myrtaceae Farinha-seca Ochnaceae Bate-caixa Rubiaceae Pau-jacaré Mimoseae Vassourão-branco Asteraceae Vassoura-preta Asteraceae Vinhático Mimoseae Jacaranda-cabiúna Papilionoideae Curiola Sapotaceae Acá ferro Sapotaceae Imbiruçú Bombacaceae Araçá Myrtaceae Sucupira branca Fabaceae Pau-terra-mirim Vochysiaceae Pau-Terra-Grande Vochysiaceae Pau-terra-liso Vochysiaceae Pau-terra-folha-miúda Vochysiaceae Saguaragi-amarelo Rhamnaceae Carne-de-vaca Proteaceae Rubiaceae Bacupari Hippocrateaceae Mandiocão Araliaceae Carvoeiro Caesalpiniaceae Pau-paraiba Simarubaceae Barbatimão Mimosoideae Laranjinha- do- campo Styracaceae Ipê amarelo Bignoniaceae Ipê amarelo do cerrado Bignoniaceae Ipê branco Bignoniaceae Pau-pombo Anacardiaceae Capitão-do-mato Combretaceae Quaresmeira Melastomataceae Pau de sebo Myristicaceae Goma-lacre Clusiaceae Gomeirinha Vochysiaceae Pau-de-tucano Vochysiaceae Pimenta de Macaco Annonaceae Embira-preta Annonaceae Nº de indivíduos 3 2 6 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8 4 6 7 1 1 5 1 1 25 2 11 1 1 1 4 2 8 1 1 6 2 2 2 12 1 1 1 1 1 1 1 1 43 Espécies Raras e/ou Protegidas por Lei A degradação dos ecossistemas é uma preocupação global, tendo em vista os problemas ambientais relacionados, entre eles a perda de funções ambientais com a redução da biodiversidade, além de seus valores econômicos, estéticos, científicos, genéticos e ecológicos. Pela Portaria nº 37-N, de 3 de abril de 1992, o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, tornou pública a lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, visando à redução da pressão antrópica sobre determinadas espécies. Tomando-se como referência a supracitada Portaria, constatou-se a inexistência de espécies ameaçadas de extinção no trecho em estudo. Espécies de Interesse Econômico Ainda há carência de estudos voltados para a identificação de plantas úteis do Cerrado, principalmente quando comparada à diversidade e à área ocupada. O desconhecimento de sua riqueza e de suas possibilidades se agrava quando Ratter et al. (1997) estimam que cerca de 40% do bioma já tenha sido devastado, e quando Kaplan et.al. (1994) afirmam que o Cerrado possui somente 1,5% de sua extensão protegida por lei, sendo atualmente a vegetação em maior risco no país. Na Tabela 4, são apresentadas as espécies que podem ser consideradas de interesse econômico, ocorrentes na área em estudo, cuja grande maioria já vem sendo utilizada pela população local. Tabela 4 Lista das espécies de interesse econômico Nome Científico Nome Popular Alibertia macrophylla K. Schum. Marmelo Anadenanthera macrocarpa Benth. Angico Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Aspidosperma tomentosum Mart. Byrsonima sp. Bowdichia virgilioides Kunth. Callisthene minor Mart. Garapa Peroba-do- campo Murici Sucupira-preta Pau-de-pilão Caryocar brasiliense Camb. Pequi Tipos de Uso Alimentício, Madeireiro, Medicinal, Ornamental e Tanífero. Madeireiro e Ornamental. Madeireiro, Ornamental Alimentício, Madeireiro e Tanífero Medicinal Madeireiro Alimentício, Medicinal, Oleaginoso e Tanífero. 44 Tabela 4 Lista das espécies de interesse econômico (continuação) Nome Científico Nome Popular Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba Connarus suberosus Planch. Dimorphandra mollis Benth. Davilla eliptica A. St.-Hil Enterolobium gummiferum (Mart.). Hacornia speciosa Gomes. Pau-de-brinco Faveiro Lixinha. Tamboril -do cerrado Mangaba Hymenaea stilbocarpa Mart. Jatobá-da-mata Lafoensia pacari St. Hil. Pacari Luehea sp. Açoita-cavalo Machaerium acutifolium Benth. Jacarandá- muchiba Mauritia flexuosa Buriti Plathymenia reticulata Benth. Vinhático Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) Curiola Imbiruçú Qualea sp. Pau-terra Roupala montana Aubl. Salacia crassiflora (Mart.) G. Don. Tabebuia sp. Carne-de-vaca Bacupari Ipê Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pimenta-de macaco Tipos de Uso Medicinal Madeireiro, Medicinal, Melífero, Tintorial, Olleaginoso e Resinífero Medicinal Medicinal e Ornamental Medicinal Madeireiro, Ornamental Alimentício, Medicinal e Ornamental Madeireiro, Medicinal, Alimentício e Ornamental Madeiereiro, Medicinal e Tintorial Madeireiro, Medicinal, Tanífero, Resinífero e Ornamental Madeireiro, Ornamental Alimentício, Medicinal, Oleaginoso, Tanífero, Artesanal e Ornamental Madeireiro, Medicinal, Ornamental e Tintorial Alimentício e Medicinal Ornamental e Artesanal Madeireiro, Medicinal, Artesanal e Ornamental Ornamental Alimentício e Ornamental Madeireiro, Medicinal e Ornamental Madeireiro, Medicinal, Alimentício e Oleaginoso 3.3.2 Aspectos da fauna A síntese dos resultados do levantamento da fauna realizado ao longo da rodovia BR-070, no trecho divisa DF/GO são apresentados a seguir. Áreas de Amostragem As áreas de amostragem da fauna foram definidas de acordo com o grau de preservação do local. Foram escolhidos pontos de menor atividade humana e que estejam em melhor estado de conservação, pois são os que apresentam maior probabilidade de encontro dos animais. Vistorias periódicas foram realizadas ao longo da rodovia à procura de animais atropelados. 45 Entrevistas com moradores da região incluem-se como parte da metodologia de amostragem de todos os grupos, pois é uma maneira rápida e segura de avaliar a presença de determinadas espécies que não são facilmente avistadas e/ou capturadas. Herpetofauna O Cerrado apresenta uma fauna de répteis e anfíbios de grande diversidade, sendo conhecidas 113 espécies de anfíbios, 107 serpentes, 47 lagartos, 15 anfisbenas, 10 quelônios e cinco jacarés, o que representa cerca de 20% das espécies de anfíbios e 50% das espécies de répteis do Brasil (Colli et al., 2002). Com relação à herpetofauna local, nenhum indivíduo foi capturado nas armadilhas de alçapão, provavelmente devido à passagem do fogo pela região. Foram avistados alguns lagartos da família Tropidurudae (Tropidurus sp.), Geckonidae e Teiidae. Com relação à fauna de anfíbios, poucos indivíduos foram registrados vocalizando e ainda menos foram capturados. A espécie vista com maior freqüência foi Bufo paracnemis. Foram também registrados indivíduos de Scinax fuscovaria, Leptodactylus labirynthicus, Leptodactylus ocellatus, Physalaemus curvieri e Hyla minuta. As entrevistas realizadas com a população local indicaram a presença de répteis na região, entre eles, serpentes da família Viperidae, como Bothrops moojeni (jararaca), Crotalus durissus (cascavel) e da família Elapidae, como as corais (Micrurus sp.) e Colubridae, como as falsas corais (Oxyrhopus sp.). Na Tabela 5, estão listadas as 16 espécies observadas na região, incluindo aquelas que foram registradas de forma indireta (entrevistas, vocalizações). Todas as espécies registradas na região estão presentes na lista de espécies de Cerrado (Colli et al, 2002) e nenhuma delas está na lista de animais ameaçados de extinção. 46 Tabela 5 Espécies de répteis registradas na região de Águas Lindas de Goiás, durante a fase de campo entre os meses de Agosto e Setembro de 2006 Falsa-coral Corre-campo Sítio de Amostragem 2 2,3 Micrurus sp. Falsa-coral 2 En Viperidae Crotalus durissus Bothrops moojeni 2 2 En En Geckonidae Hemidactylus mabouia Cascavel Jararaca Lagartixa de parede 2 V Teiidae Ameiva ameiva Cnemidophorus ocellifer Calango verde Calanguinho 2,3 2 V V Tropiduridae Tropidurus sp. Tropidurus torquatus Calango Calango 1,2 1,2 V V Bufonidae Bufo paracnemis Sapo-cururu 2 V, Vo Leptodactylidae Leptodactylus labirynthicus Leptodactylus ocellatus Physalaemus curvieri Hyla minuta Scinax fulscovaria Rã - pimenta Rã-manteiga Sapo-cachorro Pererequinha Pererequinha 2,3 2,3 3 2 1,2 Vo V,Vo Vo Vo V Família Espécie Colubridae Oxyrhopus sp Thamnodynastes pallidus Elapidae Hylidae Nome Vulgar Tipo de Registro En En En: Entrevista, V: Visualização, Vo: Vocalização. Ictiofauna Durante o levantamento de dados, foram relatadas 10 espécies de peixes, pertencentes a 6 famílias. A predominância é de espécies de pequeno porte, como pequenos piaus (Leporinus spp.), da família Anostomidae, e lambaris (Characidae). A pesca não é uma atividade intensamente praticada pelos moradores da região, não afetando a riqueza de espécies nos trechos dos rios analisados. O fato de o lago do Descoberto ser a principal área de abastecimento de água na região do empreendimento também contribui para a preservação da ictiofauna, pois há controle sobre os corpos d’água. 47 Na Tabela 6 estão as espécies relatadas nos pontos avaliados na região do empreendimento. Tabela 6 Lista de espécies de peixes relatados na região de influência direta do empreendimento. Família Anostomidae Anostomidae Anostomidae Characidae Characidade Cichlidae Cichlidade Erythrinidae Pimelodidae Prochilodontidae Espécie Leporinus fasciatus Leporinus amae Leporinus spp. Astianax altiparanae Astianax fasciatus Aequidens tetrameros Cichla spp Hoplias malabaricus Pimolodus spp Prochilodus spp Nome vulgar Piau flamengo Piau Piau lambari de rabo amarelo lambari de rabo vermelho Cará ou acará Tucunaré Traíra Mandi Corimba Algumas espécies de peixes, características de ambientes de maior energia de água, terão seu ambiente modificado no caso de as obras e o empreendimento alterem o fluxo de água, quer diminuindo ou mesmo liberando grande quantidade de sedimentos nos corpos d’água. Essa alteração poderá diminuir a ocorrência de peixes, principalmente nos trechos da rodovia onde ela é cortada por rios ou riachos. Com a duplicação da rodovia, outros habitats irão surgir e com isso a ecologia do local mudará. A permanência das espécies nesses biótopos, certamente depende da habilidade e da exigência biológica de cada uma. Assim, espécies poderão ser eliminadas do local como também poderão surgir novas espécies. Peixes como o corimba (Prochilodus spp), que se alimenta de matéria orgânica e microorganismos associados à lama do fundo de lagos e margens de rios, poderão diminuir seu número drasticamente. Já outras espécies poderão aumentar seu número, pois vivem em diferentes habitats, caso do lambari (Astianax sp). Avifauna A avifauna do Cerrado é composta por 837 espécies, das quais aproximadamente 30 são endêmicas desse bioma (Macedo, 2002). De acordo com Negret (1983), as espécies mais abundantes do Cerrado são: Aratinga áurea, Strepptoprocne zonaris, Colibri serrirostris, Colaptes campestris, Elaenia flavogaster, Suiriri suiriri, Campotostoma obsoletum, Cyanocorax cristatellus, Neothraupis fasciata e Ammoramus humeralis. Dessas, seis foram 48 registradas na região de estudo. Foram registrados 386 indivíduos de 67 espécies de aves, pertencentes a 23 famílias (Tabela 7). Algumas dessas espécies podem ser encontradas na maioria das fitofisionomias de cerrado e não são caracterizadas como raras. Entre as espécies registradas nos sítios de amostragem, podemos citar apenas duas como endêmicas do bioma Cerrado, Nothura minor e Cypsnagra hirundinacea. Na lista de animais ameaçados de extinção, ambas as espécies são classificadas como vulneráveis. Amazona xanthops, que pode ocorrer em regiões de Cerrado e Caatinga, foi a única espécie registrada que atualmente encontra-se sob forte ameaça de extinção. Apenas um atropelamento foi registrado, sendo esse de anu branco (Guira guira), pertencente à família Cuculidae. O atropelamento foi registrado às margens da rodovia, próximo ao quilômetro 1 (UTM 797138, 8255098). Atropelamentos de animais silvestres são comuns em regiões de tráfego intenso e a ocorrência de apenas um registro é caracterizada como acidental e não apresenta graves problemas à fauna local. Tabela 7 Lista de espécies de aves registradas nos três sítios de amostragem, durante o período de estudo – agosto/setembro de 2006. M = migratórias, A = ameaçadas Família Alcedinidae Bucconidae Certhiidae Cerylidae Charadriidae Coerebidae Coccyzidae Collumbidae Cuculidae Emberizidae Falconidae Espécie Ceryle torquata Nystalus chacuru Thryothorus leucotis Chlorostilbon aureoventris Vannelus chilensis Coereba flaveola Piaya cayana Columba picazuro Columbina talpacoti Guira guira Ammodramus humeralis Cypsnagra hirundinacea Sicalis flaveola Thraupis palmarum Thraupis sayaca Volatinia jacarina Zonotrichia capensis Falco femoralis Falco sparverius M A X X 49 Tabela 7 Lista de espécies de aves registradas nos três sítios de amostragem, durante o período de estudo – agosto/setembro de 2006. M = migratórias, A = ameaçadas (continuação) Família Espécie Formicariidae Falco sparverius Polyborus plancus Thamnophilus torquatus Fringilidae Basileuterus culicivorus Furnariidae Galbulidae Muscicapidae Picidae Psittacidae Ramphastidae Sturnidae Tinamidae Trochilidae Troglodytidae Tyrannidae Emberizoides herbicola Sporophila nigricollis Furnarius rufus Lepidocolaptes angustirostris Phacellodomus rufifrons Synallaxis albescens Galbula ruficauda Turdus amaurochalinus Turdus rufiventris Campephilus melanoleucos Colaptes campestris Dryocopus lineatus Picoides mixtus Picumnus sp. Veniliornis passerinus Amazona aestiva Amazona xanthops Ara ararauna Aratinga aurea Brotogeris chiriri Orthopsittaca manilata Pteroglossus castanotis Ramphastos toco Mimus saturninus Nothura minor Colibri serrirostris Amazilia fimbriata Anthracothorax nigricollis Eupetomena macroura Polytmus guainumbi Thalurania furcata Troglodytes aedon Camptostoma obsoletum Elaenia chiriquenis Elaenia cristata M A X X X X 50 Tabela 7 Lista de espécies de aves registradas nos três sítios de amostragem, durante o período de estudo – agosto/setembro de 2006. M = migratórias, A = ameaçadas (continuação) Família Vireonidae Espécie M A Elaenia flavogaster Elaenia flavogaster Megarynchus pitangua Myiarchus swainsoni Pitangus sulphuratus Suiriri affinis Tyrannus melancholicus Tyrannus savana Xolmis cinerea Cyclarhis gujanensis É importante salientar que algumas espécies como Vannelus chilensis, Coereba flaveola, Volatina jacarina, Zonotrichia capensis, Emberizoides herbicola, Furnarius rufus, Eupetomena macrour, Pitangus sulphuratus, Tyrannus melancholicus e Tyrannus savana são muito comuns em áreas urbanas, pastagens e áreas alteradas. Apesar de apresentar populações residentes, supõe-se que indivíduos migrem do Sul (Argentina, Sul do Brasil, Paraguai, Uruguai, sudeste Boliviano) para reproduzir na região Amazônica, de março a outurbro, permanecendo no Brasil Central durante a rota, por volta de abril a maio e de setembro a outubro. Mastofauna O Cerrado abriga 194 espécies de mamíferos (Marinho-Filho et al., 2002). Esse bioma é um dos cinco hotspots mundiais e apresenta 20 espécies de mamíferos sob algum grau de ameaça (MMA, 2003) e 14 espécies endêmicas que correspondem a 64% do total de espécies dessa categoria (Marinho-Filho et al., 2002). Durante o período de estudo, foram registradas de forma direta e indireta 17 espécies de mamíferos (Tabela 8). Apenas quatro espécies, pequenos mamíferos pertencentes à ordem Rodentia, puderam ser capturados com armadilhas: Necromys lasiurus, espécie que se caracteriza por apresentar uma alta abundância, ocupar áreas antrópicas e todas as fitofisionomias do Cerrado, Rattus rattus, Calomys sp. e Thalpomys lasiotis, sendo esta última classificada como endêmica do Cerrado. 51 Aparentemente, o número baixo de capturas pode ter sido influenciado pela passagem do fogo na região e pelo grau de antropização e deterioração da área. Com relação às espécies de grandes mamíferos classificados como endêmicos podemos citar apenas Chrysocyon brachyurus, que também é uma espécie ameaçada de extinção. A maioria dos mamíferos é muito difícil de ser visualizada, principalmente por terem hábitos noturnos e conspícuos. Os registros indiretos como fezes, tocas, rastros e entrevistas fornecem um material de grande valia. Tabela 8 Espécies de mamíferos encontrados na área de estudo da BR-070, durante os meses de agosto e setembro de 2006 Ordem Carnivora Família Canidae Espécie Sítio Tipo de Registro Cerdocyon thous 2 En Chrysocyon brachiurus 2 En Mustelidae Procyon cancrivorus 2,3 En Didelphimorphia Didelphidae Didelphis albiventris 2 V, En Lagomorpha Leporidae Sylvilagus brasiliensis 2 En Rodentia Agoutidae Agouti paca 3 En Caviidae Cavia aperea 2 En Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris 2,3 V, En Muridae 1,2 C Calomys sp. 2 C Thalpomys lasiotis 2 C Rattus rattus 2 C Dasypus sp 2,3 R, En 3 R, En Xenarthra Necromys lasiurus Dasypodidae Dasypus septemcinctus En: Entrevistas, V: Visualização, R: Rastros, C: Captura /1 ; Os trabalhos para caracterização do meio socioeconômico foram executados com base em dados secundários e levantamentos de campo específicos para coleta de dados primários. Deste modo, foi obtido um perfil atual referente à socioeconomia, permitindo um entendimento da evolução recente na área de influência do projeto. 52 Nesse sentido, foram privilegiados os dados dos Censos Demográficos e Agropecuários do IBGE, bem como do Banco de Dados Sócio-Ambientais, da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente do Estado de Goiás, Secretaria de Desenvolvimento e Habitação do Distrito Federal. Além disso, foram utilizados dados disponíveis em meio digital e/ou "sites", tais como a Base de Informações Municipais – BIM – do IBGE; o “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil", do PNUD, o DATASUS do Ministério da Saúde, os "sites" do INCRA, do Governo de Goiás e do Distrito Federal. 3.4.1 Aspectos populacionais 3.4.1.1 Municípios Atingidos A Área de Influência Direta do empreendimento é composta somente pelo município de Águas Lindas, estado de Goiás, inserida na Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno – RIDE, fazendo divisa com os municípios de Padre Bernardo, Cocalzinho de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e com o Distrito Federal. O núcleo urbano de Águas Lindas de Goiás localiza-se a aproximadamente 5 km da divisa com o DF, 16 km da sede do município de Santo Antônio do Descoberto, 50 km de Brasília, 8 km de Ceilândia, 26 km de Taguatinga e 200 km de Goiânia, capital do estado. A Figura 6 permite visualizar a localização relativa dos municípios em relação ao DF. 53 Figura 6 - Localização relativa dos municípios em relação ao DF. Mapa da RIDE 3.4.1.2 Distribuição geográfica da população A criação de Águas Lindas de Goiás é recente e sua história começa com a emancipação do Município de Santo Antônio do Descoberto em 1995. Sua população estimada em 2004 pelo IBGE era de 149.598 habitantes, e hoje estima-se em 250.000 habitantes, segundo dados da Prefeitura Municipal. Sua área total é 191,9 Km² e sua população é quase inteiramente urbana. As conexões da estrada com Goiânia são feitas pela BR-153/Anápolis/BR414/Cocalzinho de Goiás, e com Brasília pela BR-070. A distribuição espacial da população do estado de Goiás mostra contrastes entre grandes adensamentos e áreas pouco ocupadas. Essa desigualdade é reflexo da dinâmica econômica, que produz economias na concentração geográfica de atividades, privilegia tipos de ocupação 54 e de uso de fatores naturais e predispõe certas porções do território a determinadas atividades produtivas. A distribuição da população no estado é bastante desigual, conforme mostra o Censo 2000, do IBGE, com a Região Metropolitana de Goiânia contando com 32,7% do total estadual e os municípios do Entorno de Brasília abrigando 17,6% da população goiana. Esses dois aglomerados urbanos concentravam 50,3% dos habitantes do estado, no ano 2000. Os municípios com densidade populacional acima de 100 habitantes/km2 concentram-se, em sua grande maioria, nesses dois aglomerados urbanos referidos. A ocupação do município de Águas Lindas tomou como eixo indutor a rodovia BR-070 e se expandiu aceleradamente em suas margens de modo aleatório, guiando-se apenas pelo princípio de parcelamento integral, sem preocupação com uma ordem mais ampla que relacionasse os diversos loteamentos. Atualmente, o núcleo urbano compreende uma área entre o Rio Descoberto e o Rio do Macaco, margeando o traçado da rodovia BR-070 no sentido Leste/Oeste numa extensão de 20 km. Segundo dados do IBGE, a área do município é de 191,90 km², correspondente a 0,6% do estado de Goiás e a população total do município de Águas Lindas de Goiás era de 105.746 habitantes em 2000. A população residente do município de Águas Lindas de Goiás apresenta-se, predominantemente, urbana. A taxa de urbanização cresceu 23,94, passando de 80,56% em 1991 para 99,85% em 2000. Segundo os dados coletados, apenas 163 habitantes estavam distribuídos nas zonas rurais (Tabela 9). Conforme pode ser observado no Gráfico 1, a população da área de estudo é predominantemente urbana, ou seja, apenas 0,15% da população total reside em área rural. Tabela 9 População urbana e rural na Área de Influência Indireta e Direta – 1991-2000 Município 1991 2000 TOTAL TOTAL Rural Urbana Urbana Rural 1991 2000 Águas Lindas de Goiás 4.630 19.189 105.583 163 23.819 105.746 Distrito Federal 85.205 1.515.889 1.692.248 89.647 1.601.094 2.051.146 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 55 4% 0,15% 15% 1991 Rural 1991 Urbana 2000 Urbana 2000 Rural 81% Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Gráfico 1 – População urbana e rural nas Áreas de Influência Indireta e Direta De acordo com a Secretaria de Administração, atualmente existem 79 bairros regulares no município, entre os quais, apenas 25 margeiam a área de influência direta do empreendimento, quais sejam: Cidade Jardim, Jardim América II; Jardim América III; Jardim América IV; Jardim Bela Vista; Jardim da Barragem I; Jardim da Barragem III; Jardim da Barragem V; Jardim das Oliveiras; Jardim Guairá I; Jardim Guairá II; Jardim Querência; Mansões Águas Lindas; Parque da Barragem I; Parque da Barragem II; Parque da Barragem IX; Parque da Barragem VIII; Parque da Barragem X; Parque da Barragem XV; Parque da Barragem XVI; Parque das Águas Bonitas I; Recidencial Portal da Barragem; Recidencial Sol Nascente; Mansões Lago do Descoberto; Solar da Barragem. Entre esses bairros, apenas o Mansões Lago do Descoberto e Solar da Barragem estão ainda em processo de regularização. 3.4.1.3 Taxa de crescimento populacional A taxa de crescimento da população de Goiás (2,46% ao ano) evoluiu em valores superiores aos registrados, na década passada, em âmbito nacional (1,63% a.a.) e regional (2,33% a.a.), de acordo com os dados do censo 2000, do IBGE. Outro fato a registrar, constatado no censo 2000, é que a população feminina do estado de Goiás tornou-se ligeiramente superior à masculina. 56 A maior porcentagem da população classificada nas faixas etárias de crianças e jovens. Com 38%. A menor participação esta na faixa compreendida a cima de 65 anos, com apenas 2% correspondente à população idosa. As pirâmides etárias das áreas de influência são semelhantes à do Brasil, possuem base larga devido ao predomínio de jovens, e ápice estreito, devido à baixa expectativa de vida. Conforme se pode observar nos dados do Censo Demográfico 2000, os municípios com maiores taxas de crescimento são exatamente aqueles onde já se concentra a maior parte da população, no aglomerado urbano de Goiânia e no entorno do Distrito Federal, o que tende a agravar os fortes problemas ambientais e urbanísticos destas regiões do Estado. O Entorno do DF representa um gravíssimo problema demográfico, social e ambiental, tendo em vista constituírem-se estes municípios em cidades-dormitório de um contingente de mão-de-obra que, em sua maioria, busca trabalho na Capital Federal. Altas taxas de crescimento populacional indicam tendências locais de aumento da pressão pelo uso de recursos naturais. No período 1991-2000 a população de Águas Lindas de Goiás teve um aumento na taxa média de crescimento anual de 18,77%, passando de 23.819 em 1991 para 105.746 em 2000. A população do município representava no ano 2000, 2,11% da população do Estado e 0,06% da população do país. No Distrito Federal o aumento foi de 2,90%, passando de 1.601,09 em 1991 para 2.051,14 no ano 2000, com representatividade de 1,21% da população do país. Na Tabela 10, observa-se a área, a população e a densidade demográfica do Distrito Federal e de Águas Lindas de Goiás. Tabela 10 Área, população e densidade demográfica na Área de Influência Indireta e Direta – 1991/2000 Ano 1991 Município Área (Km²) Ano 2000 População Dens. Demog. (hab./Km²) População Dens. Demog. (hab./Km²) Taxa de crescimento (%) Águas Lindas de Goiás 191,90 23.819 124,12 105.746 552,52 18,77 Distrito Federal 5.822,1 1.601,09 275,96 2.051,14 350,9 2,90 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PNUD – Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 57 A análise comparativa da dinâmica populacional no período 1996-2000, por município, ressalta aspectos regionais do comportamento da dinâmica populacional, identificando-se quatro distintas áreas demográficas no estado de Goiás. Águas Lindas de Goiás foi classificada como um município com grande crescimento populacional, com taxa média geométrica superior a 5%. 3.4.1.4 Projeções Populacionais As projeções das populações elaboradas pelo IBGE para o Estado de Goiás consideram as estruturas etárias das populações residentes (Censo 1991), níveis e padrões de fecundidade e mortalidade estimados (1991), e saldos migratórios anuais (1991). No período projetado até 2010 as estruturas etárias sofrerão significativas alterações, com a diminuição do peso relativo ao grupo jovem e aumento continuado da população idosa. Por outro lado, haverá aumento crescente na participação relativa das pessoas em idade ativa, de 15 a 65 anos. 3.4.1.5 Fluxo Migratório na AII/AID Os fluxos migratórios pendulares encontrados nas áreas de Influência referem-se às atividades de educação e trabalho, pois 26,78% das pessoas residentes em Águas Lindas de Goiás deslocam-se diariamente para estudar ou trabalhar em outra localidade. Esse fluxo tem como convergência o Distrito Federal em sua grande maioria, que como municípios do Entorno de Brasília utilizam a infra-estrutura da Capital Federal para estes fins (Tabela 11). Tabela 11 População Residente por deslocamento para trabalho ou estudo – 2000 Município Total População Trabalhavam ou Estudavam no local de residência (%) Não trabalhavam nem estudavam (%) Trabalhavam ou Estudavam em outro município, Estado ou País (%) Águas Lindas de Goiás 105.746 32,65 40,57 26,78 Distrito Federal 2.051.146 70,46 29,20 0,32 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 58 3.4.2 Condições de vida da população O padrão urbanístico de Águas Lindas é similar ao das periferias brasileiras, onde faltam investimentos em urbanização, equipamentos sociais, pavimentação, transporte, infraestrutura e segurança. No município, os equipamentos urbanos e sociais não estão distribuídos em função da população e de seu raio de atendimento, o que sobrecarrega o transporte público ou mesmo o individual. Os parcelamentos que deram início à cidade de Águas Lindas de Goiás não destinavam áreas para equipamentos sociais e urbanos. Isso quer dizer que, atualmente, o Governo Municipal não dispõe de áreas para implantar os equipamentos de saúde, educação, segurança, esporte, lazer e cultura necessários ao atendimento da população. A seguir está descrita a situação de cada um dos principais equipamentos sociais do município. 3.4.2.1 Educação A educação é considerada um dos indicativos do grau de desenvolvimento de uma sociedade, por isso o processo de formação social é diretamente relacionado a ela. De acordo com dados do IBGE, em 2000, a taxa de alfabetização da população residente acima de 5 anos, em Águas Lindas de Goiás, era de 81,14%. No Distrito Federal, essa taxa aumentou de 86,14%, em 1991, para 91,18%, em 2000 (Tabela 12). Tabela 12 População residente 05 anos ou mais de idade por grau de Alfabetização 1991-2000 Município Total Pop. Sem instrução Taxa de alfabetização (%) Taxa sem instrução (%) 1991 2000 1991 2000 1991 2000 Águas Lindas de Goiás - 16.816 - 81,14 - 18,86 Distrito Federal 197.665 163.172 86,14 91,18 13,86 8,83 Fonte: IBGE –Para os níveis territoriais só existem dados carregados para o ano de 2000. Nota: (-) = não se aplica 59 O analfabetismo atinge pessoas de todas as faixas etárias. Entre a população de 10 a 1 anos, a taxa é de 7,4% de analfabetos. A maior concentração de pessoas que não sabem ler nem escrever está na população de 60 anos ou mais, com 34% (Gráfico 2). 16 5 a 9 anos 14 10 a 14 anos 12 15 a 19 anos 10 25 a 29 anos 8 35 a 39 anos 6 45 a 49 anos 4 55 a 59 anos 2 65 a 69 anos 0 75 a 79 anos Águas Lindas de Goiás Distrito Federal 80 anos ou mais Fonte: IBGE - Censo Demográfico Gráfico 2 – Distribuição percentual etária por grau de alfabetização nas AII/ AID No conjunto da área em estudo, a participação da população de 05 anos e mais de idade sem instrução é menor do que a média brasileira, de 16,73%. O município que se aproxima mais da média é Águas Lindas de Goiás, com taxa de analfabetismo de 15,1%, e o Distrito Federal, com 12,0%. As Áreas de Influência apresentavam, em 2000, participação de população, na situação analisada, inferior à média nacional. Segundo dados da Secretaria de Planejamento de Goiás, em 2002, existiam, nas AII/AID, 43 estabelecimentos de educação Pré-Escolar (1,98% do Estado), 71 de Ensino Fundamental (1,65% do total do Estado) e 28 de Ensino Médio e Curso Normal (3,67% do Estado) assim como dados do Ministério de Educação demonstram que no Distrito Federal existiam 663 estabelecimentos de educação Pré-Escolar, 734 de Ensino Fundamental e 173 de Ensino Médio e Curso Normal. 3.4.2.2 Saúde A saúde é indicador do grau de desenvolvimento de uma região e está diretamente relacionado ao padrão alimentar, às condições básicas de saneamento e moradia, o nível de renda e de instrução de uma população. 60 A cobertura vacinal de crianças até um ano de idade, em Goiás, é praticamente total no que diz respeito a sarampo, poliomielite e tuberculose, limitando-se a 98,73% para difteria, coqueluche e tétano; a 92,24% no caso da hepatite B, e 87,83% para Haemophilus influ uenzae tipo B (RIPSA, 2002). O estado de Goiás dispunha em 2000 de 4,40 leitos hospitalares por 1.000 habitantes, enquanto na região Centro-Oeste esse indicador era de 3,01 e para o Brasil registrava-se 2,87 (Datasus, 2002). Cerca de 75% dos leitos hospitalares existentes em Goiás estão na rede de estabelecimentos privados, A rede ambulatorial do SUS no Estado registra um decréscimo de 23% no seu número de unidades, entre dezembro de 1998 e dezembro de 2002, passando de 2.786 para 2.135 leitos, de acordo com a citada fonte. Em 2005, Águas Lindas de Goiás apresentava 1 hospital (Hospital Bom Jesus) e 61 leitos (Tabela 13). Tabela 13 Capacidade Hospitalar Instalada nas Áreas de Influências – 2000/2005 Assistência Hospitalar Águas Lindas de Goiás-2005 Distrito Federal Hospitais 1 865 Leitos 61 4.793 Centro de saúde 5 62 Posto de sáude 10 6 Laboratório 3 1 Fonte: Anuário Estatístico do Distrito Federal – Informações de Saúde ano 2000. Anuário Estatístico de Goiás Estatísticas Sociais Saúde 2005. Segundo o Ministério da Saúde, ocorreram 11 óbitos em 2007, no município de Águas Lindas de Goiás. As principais causas da mortalidade geral (segundo os grandes grupos da Classificação Internacional de Doenças - CID -10) deveram-se a “Doenças do aparelho circulatório”, responsáveis por 100 óbitos (33,44% do total), seguindo-se as doenças infecciosas e parasitárias, no total responsável por 52 mortes (17,39% do total). O perfil da mortalidade nas Áreas de Influência revela uma situação em que, além de baixas condições de saúde, é precário o acesso da população mais carente aos serviços e recursos de saúde. 61 As estimativas da mortalidade infantil de menores de 01 ano apresentadas pelo PNUD por Microrregiões e Municípios mostram que, no período de 1991 e 2000, a taxa de mortalidade infantil na Área de Influência diminuiu 0,99%, bem como a expectativa de vida ao nascer cresceu 2,10 anos (Tabela 14). Tabela 14 Indicadores de Longevidade nas AII/AID – 1991/2000 Indicadores Águas Lindas de Goiás Distrito Federal 1991 2000 1991 2000 Taxa de Mortalidade até 1 ano (por 1000 nascidos vivos) 25,2 25,0 27,4 22,7 Esperança de vida ao nascer (anos) 66,5 68,6 68,9 70,4 Taxa de Fecundidade Total (nº filhos ) 4,5 3,7 2,3 2,0 Fonte: PNUD- Atlas do Desenvolvimento Brasil 3.4.2.3 Saneamento O abastecimento de água, do ponto de vista sanitário, visa controlar e prevenir doenças; implantar hábitos higiênicos na população; facilitar a limpeza pública e as práticas desportivas e porque não, propiciar conforto, segurança e facilidade de combate a incêndios. Já do ponto de vista econômico, o aumento da taxa de longevidade. Na Área de Influência do empreendimento, os municípios em questão estão sob responsabilidade da SANEAGUA. O estado de Goiás, no que se refere ao abastecimento público de água tratada, mostra um quadro onde a grande maioria dos municípios é atendida com água potável. A empresa Saneamento de Goiás S/A - SANEAGO opera em 250 localidades do estado, sendo 225 sedes municipais e 25 distritos e povoados. Dessa forma, há uma cobertura de 85% da população urbana do estado pela empresa. Há que se considerar ainda, os municípios cujo serviço de abastecimento é explorado pela própria prefeitura ou pela Fundação Nacional de Saúde. O índice de atendimento à população urbana e rural do Distrito Federal com sistema de abastecimento de água é de 89,97% (considerando projeções de população 2001-2005 do IBGE com base no censo 2000) e o de atendimento com coleta de esgotos sanitários é de 87,29%. O índice atual de tratamento dos esgotos coletados é de 66%. Esses índices são significativamente elevados para a realidade brasileira, no entanto, ainda existem cerca de 270 mil habitantes ainda não beneficiados com sistema de coleta de esgotos. 62 No município não há água tratada nem rede de esgoto, entretanto, segundo informações da Prefeitura, um Consórcio entre a Companhia de Água e Esgoto de Brasília – CAESB e a Companhia de Saneamento do Estado de Góias – SANEAGO, juntamente com o Ministério das Cidades, esta investindo cerca de R$ 200.000.000,00 na implantação de rede de água e esgotos na cidade, prevendo a implantação de 07 a 10 lagoas de tratamento de esgotos. O principal tipo de esgotamento sanitário encontrado em Águas Lindas de Goiás no ano 2000, de acordo com o Censo do IBGE (2000), era a fossa rudimentar. A rede geral de esgoto ou o abastecimento pluvial, principal tipo de esgotamento no Distrito Federal, era utilizado apenas por uma pequena parcela dos domicílios de Águas Lindas. Em relação ao destino de lixo, no Distrito Federal, há coleta do lixo produzido em 96,14% dos domicílios particulares. Em Águas Lindas, esse percentual cai para 32,78%, sendo que 32,74% do lixo produzido são queimados em sua propriedade (Tabela 15). Tabela 15 Domicílios particulares permanentes por destino do lixo Ano = 2000 Unidade da Federação e Município Destino do lixo % Coletado 96,14 Coletado por serviço de limpeza 90,53 Coletado em caçamba de serviço de limpeza 5,61 Distrito Federal Queimado (na propriedade) 2,61 Enterrado (na propriedade) 0,24 Jogado em terreno baldio ou logradouro 0,68 Jogado em rio, lago ou mar 0,01 Outro destino 0,32 Unidade da Federação e Município Destino do lixo % Coletado 32,78 Coletado por serviço de limpeza 29,19 Coletado em caçamba de serviço de limpeza 3,60 Águas Lindas de Goiás - GO Queimado (na propriedade) 32,74 Enterrado (na propriedade) 5,60 Jogado em terreno baldio ou logradouro 20,73 Jogado em rio, lago ou mar 0,08 Outro destino 8,07 Fonte: IBGE - Censo Demográfico 63 3.4.2.4 Comunicações As comunicações nas Áreas de Influência são realizadas, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e pela Brasil Telecom. Nas Tabelas 16 e 17, observa-se os equipamentos telefônicos no Distrito Federal e em Águas Lindas de Goiás. Há, em Águas Lindas de Goiás, 2 agências de correios, mas não há não município nenhuma caixa de coleta de correspondências. No Distrito Federal, há 49 agências, 27 agências franqueadas e 1.181 caixas coletoras de correspondências. Tabela 16 Equipamentos do serviço telefônico fixo comutado – Distrito Federal – 200/2005 Serviço Telefônico Fixo Comutado Terminais instalados Número de Equipamentos Telefônicos Águas Lindas de Goiás Distrito Federal 1.465.275 884.831 Terminais em serviço 784.526 Telefones de uso público 20.137 Fonte: Ministério das Comunicações – Brasil Telecom – Gerência da Filial Distrito Federal Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica – 2005 Tabela 17 Equipamentos telefônicos, segundo o tipo – Distrito Federal – 1996/2000 Tipo Número de Equipamentos Telefônicos Águas Lindas de Goiás Distrito Federal Públicos (1) - - Comunitários (2) - - Ramais de CPCT - - Móveis celulares 2.602.879 - Ruralvan 5.759 Fonte: Ministério das Comunicações – Brasil Telecom – Gerência da Filial Distrito Federal (1) Incluem-se os telefones públicos em serviços convencionais, discagem direta à distância, telefones semipúblicos e telefones de postos de serviços. (2) Orelhões que recebem e transmitem. 3.4.2.5 Energia elétrica A CEB é a concessionária pública de energia elétrica que presta os serviços de distribuição e comercialização de energia elétrica na área do Distrito Federal, sendo sua área de concessão de 5.822,1 km2 divididos em 19 regiões administrativas. 64 No estado de Goiás, a CELG tem cerca de 1,8 milhão de clientes, distribuídos em 237 municípios, beneficiando, aproximadamente, 5 milhões de habitantes, o que corresponde a cerca de 97% da população total do Estado. Em 2004, o número de consumidores em Águas Lindas de Goiás era de 33.976., com consumo total dee 61.154 Mwh (Tabela 18). No Distrito Federal, o consumo residencial nesse mesmo ano era de 2.188.304 Mwh. Tabela 18 Consumo faturado por classe de consumo em Águas Lindas de Goiás– 2002/2004 Energia Elétrica 2003 2004 Consumidores (nº) 32.405 33.976 Consumo Residencial (Mwh) 36.428 38.872 Consumo Industrial (Mwh) 1.007 788 Consumo Comercial (Mwh) 6.706 5.501 637 738 - - Consumo Rural (Mwh) Outros (Mwh) Consumo Total (Mwh) 57.403 61.154 Fonte: Fonte: CELG/CHESP. Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005 (1) No total incluso suprimento Nota.: O total do Estado de Goiás não corresponde à soma exata, devido aos arredondamentos 3.4.2.6 Transportes O Plano Rodoviário do Distrito Federal foi elaborado em 1960 e para sua implantação foi criado o DER - Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal, em 20 de junho de 1960. Este plano teve a sua aprovação em 24 de abril de 1964, através do Decreto nº 297/64, tendo sido revisado em 4 de setembro de 1974, através do Decreto n 2703, constando neles as rodovias federais e estaduais, inclusive as "estradas-parque", porém, com a fixação das populações e com a definição de áreas, para o desenvolvimento das atividades agrícolas, industriais e administrativas, novos caminhos foram surgindo, ligando os diversos núcleos populacionais e/ou produtores à malha rodoviária. Atualmente, face à abertura de novos caminhos de rodovias vicinais, de integração de novos Núcleos Rurais com a malha rodoviária do DF, impôs-se nova revisão do Sistema Rodoviário do DF, tendo sido feitas as adequações necessárias, inclusive transformando-se algumas 65 rodovias em vias urbanas, face às suas características, o que foi efetivado através do Decreto n 19577 de 08/09/98. Após a revisão do Sistema Rodoviário do DF, verifica-se que aproximadamente 1850 km de rodovias são mantidos pelos cinco Distritos Rodoviários. Existem 12 rodovias federais no Distrito Fededral e no estado de Goiás. Na RIDE, a frota de veículos registrados, em janeiro de 2006, corresponde a 77,6% de automóveis, 8,0% de motos, 0,7% de ônibus e 2,0% de caminhões (Gráfico 3). Em Águas Lindas de Goiás, o asfalto ainda não atende de forma eficiente a cidade, apenas as ruas onde passam os ônibus coletivos são asfaltadas, causando alguns transtornos à população, principalmente na época das chuvas. FROTA DE VEÍCULOS REGISTRADOS POR TIPO – Região Integrada do DF e entorno, JANEIRO DE 2006 TIPO DO VEÍCULO FROTA GRÁFICO NÚMERO (%) Semi-Reboque 640 334 65 770 53 841 21 448 16 836 12 549 6 166 5 349 1 642 77,6 8,0 6,5 2,6 2,0 1,5 0,7 0,6 0,2 Outros 1 755 0,2 TOTAL 825 690 100,0 Automóvel Moto* Camioneta Caminhonete Caminhão Reboque Ônibus Microônibus Fonte: GDF/ SESPDS/ DETRAN/COPLAN/NPP Gráfico 3 - Frota de veículos por tipo 2006 Notas: 1 - A frota foi ajustada excluindo os veículos com placas antigas (2 letras), em virtude da adequação com o sistema Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) do Departamento Nacional de Trânsito. 2 - * Inclui: ciclomotor, motoneta, motocicleta e triciclo 3.4.2.7 Habitação A ausência de políticas e condições financeiras e institucionais que ampliem a oferta de novas oportunidades habitacionais não apenas torna ineficazes as políticas de regularização e urbanização, como estimulam a ocupação de terras e a oferta de lotes irregulares, pois a 66 precariedade e a irregularidade continuarão a crescer, contando com a futura regularização/urbanização por parte do poder público. Os custos dessas soluções tendem a ser crescentes, com soluções de baixa qualidade ambiental e habitacional, gerando, inclusive, “ondas” de urbanização que se aplicam sobre os mesmos assentamentos. O déficit habitacional no Distrito Federal era de 15,10%. No ano 2000 no Município de Águas Lindas de Goiás de 10,11%, índice que está próximo aos índices da região Centro-Oeste, 12,21% e do Brasil: 13,15% (Tabela 19). Tabela 19 Déficit Habitacional nas Áreas de Influência- 2000 Área Domicílios particulares permanentes Déficit habitacional Domicílios vagos Domicílios alugados Domicílios improvisados Domicílios Inadequados Águas Lindas de Goiás 26.349 2.664 5.845 1.512 424 _ Distrito Federal 547.465 82.691 58.374 26.798 2.965 79.001 Fonte: Ministério das cidades São considerados domicílios inadequados às casas e apartamentos urbanos que não possuem um ou mais dos serviços de infra-estrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água, rede geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica, e coleta de lixo. Em 2000, o percentual de pessoas que viviam com água encanada no Brasil era de 80,75%, no Distrito Federal, o índice era de 94,5%, e, em Águas Lindas, de 84,1%. No Brasil, o percentual populacional beneficiado com energia elétrica era 93,5%, no ano 2000. No Distrito Federal, essa percentagem era de 99,7% e, em águas Lindas, de 99,7. Quanto à coleta de lixo urbano, o Brasil tinha, em 2000, um percentual de 91,2% de habitações com lixo coletado. No Distrito Federal, esse percentual era de 98,3% e, em águas Lindas, 32,7%; índice esse que está bem abaixo da média nacional e do Distrito Federal (Tabela 20). 67 Tabela 20 Percentual Habitacional com acesso a Serviços Básicos, 1991/2000 Área Água encanada % Energia elétrica% Coleta de lixo% 1991 2000 1991 2000 1991 2000 Águas Lindas de Goiás 26,5 84,1 59,4 99,7 - 32,7 Distrito Federal 86,9 94,5 98,3 99,7 98,4 98,3 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano-PNUD * Os dados da coleta de lixo referem-se somente a domicílios urbanos. 3.4.2.8 Áreas de lazer O núcleo urbano não apresenta um espaço considerado como centro de cidade, em sua forma tradicional, na qual a cidade se desenvolve a partir de sua praça central, dominada pela igreja matriz, a prefeitura, e outros edifícios importantes. No caso de Águas Lindas de Goiás, os elementos importantes de aglomeração são os pontos de ônibus, que evidenciam o seu caráter de cidade dormitório. Nesse sentido, conforme retrata o seu Plano Diretor (PDOT, 2000), os moradores do municípios encontram no Plano Piloto e em Taguatinga não apenas local de trabalho, mas também de consumo e diversão. Nesse sentido, faltam em Águas Lindas todos os tipos de áreas de recreação e lazer, tais como: praças de vizinhança, parques infantis, praças diversas, parques de bairros, parques municipais, campos de esporte etc. De acordo com os estudos baseados em imageamento aéreo do município, verifica-se que ainda há, em Águas Lindas, muitos espaços livres para o aproveitamento como áreas de recreação, os quais poderiam ser utilizados pelo poder público municipal. Segundo informações da Secretaria de Administração do município, as únicas áreas de lazer existentes são os campos de futebol improvisados em terrenos baldios. 3.4.3 Aspectos Econômicos Estrutura Produtiva e de Serviços nas Áreas de Influência A agropecuária está bem disseminada na maioria dos municípios goianos. Esta atividade exerce papel importante no seu desenvolvimento, quando garante matéria-prima para a 68 agroindústria, que por sua vez agrega valor aos produtos da pauta de exportação, gera emprego e renda e tem assegurado sustentabilidade à economia goiana nos últimos anos. Segundo dados do Censo Agropecuário, nos municípios que compõe as Áreas de Influência no que concerne a lavoura temporária, os principais produtos são: o milho, com 42,1%, e a soja, com 35%, de um total de 539.158 toneladas das culturas temporárias das Áreas de Influência. A produção referente à lavoura permanente tem como principais produtos a laranja, com percentual de 32,2%, e a goiaba, com 25,3% do total das 34.765 toneladas produzidas em 2005. A pecuária presente na Área de Influência tem maior expressividade na criação avícola, com 97,59% do setor. Em segundo lugar aparecem os bovinos, com 0,73% do total de rebanhos dos municípios de Águas Lindas de Góias e do Distrito Federal. O setor de serviços é o mais representativo dentre as atividades econômicas, pois engloba diversos segmentos, como: administração pública, comércio, alojamento e alimentação, transporte e armazenagem, comunicações, atividades imobiliárias entre outros. Segundo a CNAE, em 2004, no Distrito Federal, preponderaram as atividades do grupo de comércio e reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, e as do grupo das atividades imobiliárias, aluguéis e prestação de serviços, com 11.568 empresas. Em Águas Lindas de Goiás, as atividades do grupo dee comércio e reparação de veículos automotores também se sobressaem, com 427 empresas, seguidas das atividades de serviços ligados à educação, com representatividade de 47 unidades (Tabela 21). Tabela 21 Empresas que atuam nos municípios da área de influência indireta e direta (tipo de empresa x número de estabelecimentos) – 2000-2004 Número de unidades locais (Unidade) Faixas de pessoal Unidade da Federação e Município Classificação de atividades (CNAE) A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal B Pesca C Indústrias extrativas D Indústrias de transformação Distrito Federal E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água F Construção G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos Ano 2000 2004 271 331 8 18 83 77 3.158 3.707 23 39 1.804 1.950 31.913 37.910 H Alojamento e alimentação 4.970 5.905 I Transporte, armazenagem e comunicações 1.863 2.603 J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços 1.320 1.734 relacionados 69 Tabela 21 Empresas que atuam nos municípios da área de influência indireta e direta (tipo de empresa x número de estabelecimentos) – 2000-2004 (continuação) Número de unidades locais (Unidade) Faixas de pessoal Unidade da Federação e Município Classificação de atividades (CNAE) K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas L Administração pública, defesa e seguridade social 11.568 16.347 303 314 M Educação 1.380 1.850 N Saúde e serviços sociais 3.012 3.801 O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 6.806 9.166 P Serviços domésticos - - Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 6 32 A Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal - 1 B Pesca - - C Indústrias extrativas 3 3 28 34 1 3 D Indústrias de transformação E Produção e distribuição de eletricidade, gás e água F Construção 11 19 427 705 H Alojamento e alimentação 17 21 I Transporte, armazenagem e comunicações 15 21 2 8 15 33 G Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos Águas Lindas de Goiás Ano J Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados K Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas L Administração pública, defesa e seguridade social M Educação N Saúde e serviços sociais - 2 47 57 9 21 29 85 P Serviços domésticos - - Q Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais - - O Outros serviços coletivos, sociais e pessoais Nota: Os dados com menos de 3 (três) informantes estão desidentificados com o caracter X. Índice de Gini O Índice de Gini mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0 (zero), quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 01, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula). Segundo os dados relacionados de 1991 a 2000, a renda per capita média do município de Águas Lindas de Goiás cresceu 6,64%. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 24,42%, passando de 43,6% em 1991 para 33,0% em 70 2000. A desigualdade diminuiu, o Índice de Gini passou de 0,50 em 1991 para 0,46 em 2000. No Distrito Federal a renda per capita Estadual cresceu 28,20%. A pobreza diminuiu 3,84%, mas a desigualdade aumentou, o índice de Gini passou de 0,61 em 1991 para 0,64 em 2000 (Tabela 22). Tabela 22 Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade – 1991/2000 Águas Lindas de Goiás Indicadores Distrito Federal 1991 2000 1991 2000 Renda Per Capita Média (R$ 2000) 141,0 150,4 472,2 605,4 Proporção de Pobres % 43,6 33,0 16,7 16,1 Índice de Gini 0,50 0,46 0,61 0,64 Fonte: PNUD Atlas de Desenvolvimento Humano Brasil 2000 Desenvolvimento Humano O objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. O IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver". No período 1991 -2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Águas Lindas de Goiás cresceu 13,09%, passando de 0,634 em 1991 para 0,717 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 81,5%, seguida pela longevidade, com 14,1% e pela Renda, com 4,4%. (Tabela 23). Tabela 23 Índice de Desenvolvimento Humano nas AII e AID Dimensões Águas Lindas de Goiás Distrito Federal 1991 2000 1991 2000 IDH 0,634 0,717 0,799 0,844 Educação 0,612 0,815 0,864 0,935 Longevidade 0,691 0,726 0,731 0,756 Renda 0,599 0,610 0,801 0,842 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano-PNUD 71 Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Águas Lindas de Goiás foi de 0,717. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8). Em relação aos outros municípios do Brasil, Águas Lindas de Goiás apresenta uma situação intermediária: ocupa a 2668ª posição, sendo que 2667 municípios (48,4%) estão em situação melhor e 2839 municípios (51,6%) estão em situação pior ou igual. Em relação aos outros municípios do Estado, Águas Lindas de Goiás apresenta uma situação ruim: ocupa a 178ª posição, sendo que 177 municípios (73,1%) estão em situação melhor e 64 municípios (26,9%) estão em situação pior ou igual. O Distrito Federal teve, no mesmo período, um crescimento em seu IDH de 5,63%. A dimensão que mais contribuiu com esse crescimento foi a educação, seguida pela renda e longevidade. Em 2000, o IDH era de 0,844. O estado está entre as regiões com o IDH maior que 0,8 e, portanto, com um alto índice de Desenvolvimento Humano. Em relação a outros Estados do Brasil o Distrito Federal ocupava, segundo o PNUD, o 1º lugar em IDH no ano de 2000. Emprego, Renda e Finanças Públicas As atividades produtivas nas Áreas de Influência concentram-se no setor terciário. Em Águas Lindas de Goiás, dos 2.291 postos de trabalho, 30,42% estão no comércio e prestação de serviços. No Distrito Federal as atividades referentes à administração pública somam 40,71%, seguida pela prestação de serviços em atividade imobiliárias, com 13,90% do total de 908.066 pessoas ocupadas. A porcentagem da população residente em Águas Lindas de Goiás, no ano 2000, com rendimento nominal mensal de até dois salários mínimos correspondia a 58,08%. Apenas 1,35% da população apresentaram rendimento mensal superior a 10 salários mínimos. Já no Distrito Federal, 18,5% da população apresenta rendimento acima de 10 salários mínimos (Tabela 24). 72 Tabela 24 Distribuição de renda nos municípios da área de influência indireta e direta em quantidade de salários mínimos (SM) por número de habitantes em 2000 (pessoas residentes com mais de 10 anos de idade) Unidade da Federação e Município Distrito Federal Ano - 2000 Classes de rendimento nominal mensal de todos os trabalhos Até 1 salário mínimo 11,02 Mais de 1 a 2 salários mínimos 24,48 Mais de 2 a 3 salários mínimos Mais de 3 a 5 salários mínimos 12,00 14,50 Mais de 5 a 10 salários mínimos 18,16 Mais de 10 a 20 salários mínimos 10,74 Mais de 20 salários mínimos Águas Lindas de Goiás (%) 7,76 Sem rendimento Até 1 salário mínimo 1,33 18,87 Mais de 1 a 2 salários mínimos 39,17 Mais de 2 a 3 salários mínimos 17,65 Mais de 3 a 5 salários mínimos Mais de 5 a 10 salários mínimos 14,95 6,56 Mais de 10 a 20 salários mínimos 1,06 Mais de 20 salários mínimos 0,29 Sem rendimento 1,45 1 - Os dados são dos Primeiros resultados da amostra 2 - Salário mínimo utilizado: R$ 151,00.3 - A categoria sem rendimento inclui as pessoas que receberam somente em benefícios. Fonte: IBGE - Censo Demográfico As Tabelas 25 e 26 apresentam a fonte de receita e as finanças públicas de Águas Lindas de Goiás e do Distrito Federal. Tabela 25 Fonte de receita Municipal – 2000 Receitas Distrito Federal Águas Lindas de Goiás IPTU 225.900 995.490,83 ISS 226.000 19.923,10 ITBI 38.253 70.045,20 FPM 31.065 6.058.333,38 ITR 147.000 - FUNDEF Fonte: SEDUH- Anuário Estatístico 2001 SEPIN- Perfil dos Municípios Goianos Nota: (-) Dado numérico não disponível. - 2.017.973,81 73 Tabela 26 Finanças públicas Municipais Receita e Despesa 2002 Finanças Públicas Águas Lindas de Goiás Distrito Federal Despesas Correntes (R$ mil) 22.062 5.588.468 Despesas de Capital (R$ mil) 2.755 1.213.479 Receitas Correntes (R$ mil) 18.280 18.969.738 Receitas de Capital (R$ mil) - 16.364 Total das Receitas (R$ mil) 18.280 19.038.703 Total de Despesas (R$ mil) 24.817 6.803.749 Arrecadação do ICMS 2004 Águas Lindas de Goiás ICMS (R$ mil) 2.408 Distrito Federal 1.804.582,00 Fonte: SEPIN/SEDUH Nota: Os dados do Distrito Federal são do ano 2000. 3.4.3 Uso e Ocupação do Solo Estrutura Fundiária Segundo consta do seu Plano Diretor, Águas Lindas se originou a partir de um loteamento de chácaras de recreio realizado às margens da rodovia federal BR-070, quando o seu território ainda pertencia a Santo Antônio do Descoberto, que aprovava e licenciava os loteamentos implantados longe da sede do município, na zona rural e também na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, no local que ficou conhecido como Parque da Barragem. Os loteamentos iniciais foram reparcelados em lotes de dimensões urbanas em função de melhor comercialização. Posteriormente, novos loteamentos surgiram em torno desse embrião urbano. O processo de ocupação das Áreas de Influência levou ao predomínio de médias e grandes propriedades agropecuárias ocupadas principalmente por pastagens, que utilizam 42,82% da área, seguidas pelas lavouras com 26,96% (Gráfico 4). Não há dados oficiais do município de Águas Lindas de Goiás a respeito da utilização das terras. 74 Menos de 1 ha 25 1 a menos de 2 ha 2 a menos de 5 ha 20 5 a menos de 10 ha 15 10 a menos de 20 ha 20 a menos de 50 ha 10 50 a menos de 100 ha 100 a menos de 200 ha 5 200 a menos de 500 ha 500 a menos de 1.000 ha 0 (%) Águas Lindas de Goiás (%) Distrito Federal 1.000 a menos de 2.000 ha 2.000 a menos de 5.000 ha 5.000 a menos de 10.000 ha 10.000 a menos de 100.000 ha 100.000 ha e mais Fonte: IBGE - Censo Agropecuário Gráfico 4 – Grupos de áreas por hectare nas áreas de influência Caracterização da Paisagem A cidade de Águas Lindas se constitui no resultado da dinâmica populacional e de urbanização por expansão da periferia do Distrito Federal, originando um ambiente segregador, caracterizado, em grande parte, por más condições ambientais e de qualidade de vida. Isso decorre da ausência de planejamento urbano e de gerenciamento ambiental somado á falta de uma legislação urbanística específica e a ação especuladora dos agentes imobiliários que contribuíram significativamente para o surgimento de problemas socioambientais em Águas Lindas. De acordo com o Plano Diretor de Águas Lindas de Goiás (2000), parte da área urbana do município goiano foi implantada sobre a Área de Proteção Ambiental do Lago Descoberto – APA do Descoberto – sítio de grande importância ecológica e imensa fragilidade em função de apresentar lençol freático superficial e solos bastante suscetíveis à erosão. O uso do solo, via de regra, é indisciplinado, desordenado, muito diversificado e dinâmico. No caso do entorno da bacia do Lago Descoberto pode-se observar várias formas de uso e ocupação da terra, tais como: uso urbano, chácaras produtivas, agricultura, pecuária, etc. Cada uma delas causa diferentes tipos e intensidades de impactos no solo, gerando graves conseqüências para o sistema natural. Toda essa diversidade na ocupação e nos tipos de uso 75 na Bacia gera interesses diversificados em relação à água dos mananciais. Com isso, algumas ações praticadas e pretendidas tornam-se conflitantes, sendo necessária a criação de mecanismos legais para viabilizar a exploração do potencial econômico da região, de uma forma harmoniosa. Após a análise da série temporal de mais de 20 anos, com suporte em imagem datada de 2006 (Figura 7), verifica-se que a área urbana expandiu de maneira exponencial, atingindo uma área de ocupação urbana de 36,5 Km² e, mais grave ainda, com elevado adensamento. Na zona rural do município, houve perda de vegetação nativa e de áreas agrícolas para o processo de urbanização citado anteriormente. No entanto, o modelo produtivo manteve-se praticamente o mesmo, baseado na agropecuária e atividades de produção para subsistência e atendendo, principalmente, o mercado local e regional, uma vez que o elevado incremento de habitantes fez impulsionar a comercialização de alimentos. Isso, em certa medida, mostra o perfil da atividade econômica do município, que está centrada na prestação de serviços e funciona como cidade dormitório para os trabalhadores do Distrito Federal. Essa prestação de serviços está dividida nas atividades de transportes, armazenamento e comércio e reparação de veículos. O setor industrial não compõe o quadro econômico do município. O Gráfico 5 indica o uso da terra no município de Águas Lindas de Goiás. !" #$$% #( + %%( * &% '%( ) , - ." - /0 Gráfico 5 - Uso da terra no município de Águas Lindas – GO em 2006. 76 Inserir Figura 7 77 A duplicação dessa rodovia representa um grande avanço para o município, pois o eixo rodoviário foi o condutor do processo de explosão demográfica da cidade e vai servir como parâmetro de ajustamento para o desenvolvimento de novas atividades produtivas que a cidade precisa, muito provavelmente deixando de ser um “corredor” para deslocamento e sim um aprimoramento do eixo de desenvolvimento da cidade, que pode ser direcionado para os aspectos socioambientais. 3.4.5 Avaliação do Potencial Arqueológico Após levantamento de dados secundários e realização de campanha de campo em setembro 2006, visando ao reconhecimento da AID e da AII e à avaliação do potencial arqueológico, são apresentados os resultados obtidos. • No campo não foram identificadas evidências arqueológicas e/ou sítios arqueológicos na AID. A maior parte da faixa de domínio da rodovia encontra-se bastante alterada por ocupação antrópica. Em pequenas áreas com vegetação, não foram observadas evidencias arqueológicas. • De acordo com informações de moradores locais, a região de Águas Lindas era formada por fazendas e começou a ser ocupada por volta do ano de 1990, como uma extensão do entorno de Brasília; • Na região onde hoje é o Bairro Jardim América, encontrava-se a sede da fazenda do exPresidente Figueiredo. No local ainda são evidentes os remanescentes da sede da fazenda, caixa d’água, casas e provavelmente uma cocheira. • A região do entorno de Brasília possui poucas pesquisas arqueológicas. Mesmo com uma legislação ambiental especifica de proteção ao Patrimônio Histórico e Arqueológico, que deveria ser cumprida quanto ao uso do solo e ocupação do entorno (cidades satélites), há grandes aglomerados habitacionais com pouca infra-estrutura ou ordenamento urbano; • O levantamento no Sistema de Gerenciamento de Patrimônio Arqueológico do IPHAN e dados de pesquisas no entorno de Brasília mostram o potencial arqueológico da região, com grande quantidade de sítios arqueológicos pré-históricos e quantidade significativa de sítios históricos, tendo como referência o material cerâmico para sítios pré-históricos; • A região de Águas Lindas vem sofrendo processo de ocupação do solo, sem políticas públicas que ordenem tal procedimento. A não implantação deste empreendimento rodoviário permite identificar poucos, porém permanentes, agentes impactantes ao patrimônio arqueológico local, considerando o caráter de abrangência e o impacto local. Esses agentes estão diretamente ligados às deficientes políticas ambientais, extensivas às 78 propriedades particulares. O meio em que o empreendimento será implantado encontra-se bastante antropizado, com poucas áreas de vegetação remanescente, onde deverá ser priorizado o Programa de Prospecção arqueológica. Os diagnósticos realizados na AID e na AII do empreendimento apontam que a área possui potencial arqueológico, considerando a variabilidade paisagística, bioma e principalmente por levantamento de dados secundários. Conclui-se previamente que a região do empreendimento foi amplamente utilizada e ocupada por grupos humanos, com sítios arqueológicos préhistóricos e históricos cadastrados no IPHAN e registrados por pesquisas realizadas no entorno de Brasília. 79 ! 1 * 5 6 5 A ! * ! & " 1 & tendendo ao disposto na Resolução CONAMA nº 001/86, neste item do relatório é apresentada uma análise dos impactos ambientais da duplicação e da adequação da rodovia BR-070, a partir das peculiaridades construtivas e operacionais da rodovia e das características ambientais da área de influência levantadas no Diagnóstico. Foram gerados os seguintes produtos: • Matriz de Impactos elaborada de forma a sistematizar as informações numa mesma estrutura e permitir a visualização das ações responsáveis pelos impactos mais significativos. Cada célula da matriz mostra a relação entre uma ação do empreendimento e um parâmetro ambiental, qualificando os impactos em positivos ou negativos, e estes em: fracos ( ), moderados ( ) ou críticos ( ); • Quadros-Síntese elaborados com o objetivo de identificar para cada uma das ações do empreendimento, a seqüência dos impactos envolvidos, suas características e as respectivas medidas capazes de prevenir, minimizar ou compensar os impactos gerados; • Texto Descritivo contendo os resultados da avaliação, a descrição das ações e dos impactos mais relevantes e as propostas das medidas mitigadoras. 80 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 1 81 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 2 82 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese – 3 83 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 4 84 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 5 85 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 6 86 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 7 87 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 8 88 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 9 89 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 10 90 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 11 91 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 12 92 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 13 93 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 14 94 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 15 95 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 16 96 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 17 97 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 18 98 Inserir Matriz de Impactos e Quadros-Síntese - 19 99 1 3 $% '* ' ' $< ' As obras de duplicação da BR-070 deverão causar vários tipos de impactos no meio físico, com intensidades diversas. Para minimizar esses impactos, algumas medidas mitigadoras devem ser implementadas durante a execução da obra e monitoradas posteriormente para assegurar o seu desempenho e a sua eficiência. A partir da análise da Matriz e dos Quadros-Síntese, resultantes da agregação dos dados, foram feitas avaliações e análises comparativas dos diversos impactos. As conclusões e recomendações apresentadas a seguir referem-se aos impactos mais relevantes detectados na análise. 4.1.1 Efeitos decorrentes da Fase de Construção As obras de duplicação da BR-070 deverão causar vários tipos de impactos nos solos locais com intensidades diversas, em especial os relacionados com a interrupção localizada de tráfego, trabalhos de movimentação de terra, de máquinas e equipamentos, desmatamentos, suprimento de matéria-prima, execução de cortes e aterros, implantação de sistema de drenagem e depósitos de bota-fora. (Ver Quadros-Síntese) As obras de pavimentação não deverão envolver um número significativo de trabalhadores. Esse fato, associado à condição de alteração da região por outras atividades antrópicas anteriores, permite concluir que é possível assegurar condições satisfatórias para a manutenção da qualidade ambiental, se forem cumpridas as especificações de projeto e as exigências do DNIT e da Agência Ambiental de Goiás, bem como atendidas as recomendações propostas neste estudo. Nessa fase, cabe destacar alguns cuidados para que a pavimentação da rodovia não se configure como um fator de degradação ambiental. A preocupação do empreendedor com a qualidade ambiental levou à inclusão de algumas exigências no Termo de Referência do Edital de Licitação e nas Especificações Técnicas do Projeto, que, se cumpridas, poderão minimizar os impactos de forma satisfatória. 100 4.1.2 Efeitos Decorrentes da Fase de Operação Os impactos decorrentes da operação da rodovia têm, na sua maioria, caráter permanente, diferentemente dos impactos da fase de construção que, predominantemente, apresentam caráter temporário e se limitam ao término da obra. As maiores preocupações em relação aos impactos ambientais decorrentes da fase de operação (tráfego de veículos) estão relacionadas aos riscos de acidentes, segurança de motoristas e pedestres, ao transporte de substâncias tóxicas, corrosivas ou inflamáveis, à emissão de poluentes, seja na atmosfera, no solo ou nos corpos hídricos, e, ainda, o aumento do nível atual de ruído. A grande densidade de edificações às margens da rodovia exige a necessidade de um gerenciamento do tráfego local que contemple a fiscalização, o controle de poluição e a manutenção constante da rodovia. Ao se utilizarem os princípios e instrumentos de engenharia de tráfego, como sinalização, equipamentos e sistemas operacionais, será possível otimizar os benefícios advindos das obras executadas na rodovia. 4.1.3 Qualidade do Ar Durante a fase de construção, haverá poluição por gases e materiais particulados oriundos da movimentação de máquinas e de grande volume de terra, e na fase de operação da pista, por circulação de veículos. A poeira suspensa durante a obra deposita-se sobre as folhas da vegetação local, podendo provocar sua queda. Cortes e queimadas de vegetação estão entre as fontes de partículas inaláveis que colaboram para a irritação das vias respiratórias e para o agravamento das doenças como bronquite, asma e enfisema. No entanto, trata-se de um impacto temporário e reversível em curto prazo, graças à umidade do ar na época de chuva. Na fase de construção, embora temporários e reversíveis, os impactos relacionados com a emissão de poeira poderão ser minimizados pela adoção de métodos construtivos adequados, tais como aspersão constante de águas nas vias de serviço. Além disso, a execução das obras no período de chuvas contribui para minimizar os efeitos da emissão de poeira, embora se saiba que nessa época os trabalhos de terraplenagem, pavimentação e movimentação de máquinas fiquem prejudicados. 101 A poluição causada por emissões provenientes da movimentação de veículos é proporcional ao número e à velocidade dos veículos e pode ser atenuada com a regulagem adequada dos motores e por intervenções, preconizadas pela engenharia de tráfego, que evitem congestionamentos e reduzam a extensão das viagens. Dadas as características do trecho estudado, com intercalações de trechos de relevo plano e acidentado, ventos constantes, clima quente com temperatura média ao redor de 21 º C, sem registro de inversões térmicas, pode-se inferir que as concentrações de poluentes aéreos não ultrapassarão os limites máximos de qualidade do ar estabelecidos pela legislação, uma vez que os gases emitidos por veículos automotores serão dispersados na atmosfera. A pavimentação da rodovia não causará impactos significativos na qualidade do ar, pelo contrário, a poluição atual pela emissão de poeira tenderá a se reduzir. É essencial a implantação de inspeção rotineira para controle de emissão de gases e fumaça, juntamente com a inspeção de segurança veicular. Recomenda-se que o controle da regulagem dos motores comece por campanhas educativas para manutenção correta dos veículos, dirigidas às empresas de transporte de carga e de passageiros, aos proprietários de veículos a diesel e aos proprietários de automóveis em geral, uma vez que a fiscalização só tem condições de atuar em casos extremos, quando a fumaça é densa suficientemente para ser visível. 4.1.4 Nível de Ruído Em linhas gerais, recomenda-se: Na Fase de Construção Durante as obras de duplicação da BR-070 (fase de construção) deverão ser adotadas algumas medidas, a saber: • Realização dos trabalhos com máquinas nas proximidades das áreas habitadas, preferencialmente durante o dia; • Controle da emissão de ruídos pelos equipamentos de construção e detonações por meio da regulagem periódica dos motores e máquinas, mantendo-os sempre em boa condição de operacionalidade; e 102 • Controle médico da saúde dos operários, com vistas à proteção da saúde contra o excesso de ruídos, por meio da realização regular de exames audiométricos e fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual – EPI’ s. O possível aumento do tráfego de veículos na fase de operação exigirá a adoção de mais algumas medidas na fase de construção, a fim de evitar o aumento dos níveis de ruídos, tais como: • Emprego de pavimentos especiais porosos e com aditivos de granulados de borracha reciclada de pneus; e • Implantação de barreiras naturais ou artificiais entre a rodovia e as áreas ocupadas. Na Fase de Operação Na fase de operação, deverá ser realizada uma manutenção preventiva e corretiva da rodovia, por meio de obras de conservação e recuperação, no intuito de garantir maior segurança e conforto aos usuários e moradores de Águas Lindas, além de evitar a geração de altos níveis de ruídos tão comuns em rodovias mal pavimentadas. A fiscalização do estado de conservação dos veículos que trafegam na rodovia também pode ser considerada uma medida necessária para a redução dos ruídos. 4.1.5 Cortes, Aterros e Caixas de Empréstimo Nos trechos de relevo suave, os impactos decorrentes da execução de cortes e aterros serão pouco significativos, pois nesses casos o greide acompanha aproximadamente a superfície do terreno, resultando em cortes e aterros com alturas máximas pouco expressivas. Dessa forma, os cortes e aterros, serão praticamente imperceptíveis e, dada sua pequena altura, a possibilidade de ruptura dos taludes é quase que inexistente. Cortes Problemas de estabilidade: cortes muito altos e pouco abatidos podem ser instáveis, dependendo principalmente da resistência ao cisalhamento e das condições de saturação do maciço. Problemas de volume de escavação: cortes muito abatidos representam maior volume de escavação e, em conseqüência, maiores custos e necessidade de grandes áreas de bota-fora. 103 Em vista disso, a inclinação ideal dos cortes do trecho a ser pavimentado deve ser aquela que atenda ao mesmo tempo tanto problemas de estabilidade quanto de volume de escavação (ideal 1v:1h). Não se pode ainda esquecer nesta análise a compensação corte/aterro, que pode, dependendo do volume de aterro, reduzir o volume de bota-fora. Os cortes atuais da BR-070 no trecho em estudo são de pequena altura, o que deve se procurar manter caso haja necessidade de acertos geométricos do greide para a melhoria do traçado no trecho em serra. Caso isso ocorra, não haverá necessidade de estudos de estabilidade, devendo os taludes permanecer estáveis qualquer que seja sua inclinação. No entanto, no caso de cortes acima de 3m, somente uma análise de estabilidade poderá definir qual a inclinação mais econômica e ambientalmente adequada para o trecho em questão. Cabe ainda ressaltar que, mesmo em cortes de pequena altura, as superfícies dos taludes podem sofrer erosão pelas águas pluviais, devendo-se, em vista disso, implementar como medida mitigadora, além do sistema de drenagem superficial convencional, a proteção desses taludes com o plantio de grama em placa ou hidro-semeadura. A proteção vegetal deve ser feita na superfície final do talude, à medida que o corte vai sendo executado. Aterros Nos trechos onde houver necessidade de alargamento ou alteamento dos aterros já existentes, impactos ambientais negativos podem ser esperados. No caso de necessidade de alargamento da plataforma, os impactos poderão ser minimizados pela implementação das seguintes medidas mitigadoras no projeto e na construção da obra: • Manter o greide o mais próximo possível da superfície atual de modo a se evitar sobrecarga nos aterros. • Nos casos onde, por exigência do traçado geométrico, isso não for possível e houver necessidade de alargamento ou alteamento, torna-se obrigatório, em aterros com alturas acima de 5 m, realizar estudos de estabilidade para definição da melhor inclinação dos taludes, assim como executar medidas adicionais de proteção pelo sistema de drenagem superficial. Esses cuidados são indispensáveis, pois é muito comum se observar problemas de erosão em saias de aterro, principalmente nos mais novos e sem drenagem adequada. • Executar o sistema superficial de drenagem para o escoamento disciplinado das águas de superfície, protegendo os aterros de processos erosivos. 104 • Executar, se for o caso, logo que os aterros estejam ampliados ou alteados, a proteção vegetal adequada, evitando com isso que se formem sulcos de erosão nas saias do aterro, com o conseqüente assoreamento do sistema de drenagem natural. • As caixas de empréstimo, necessárias para obtenção de solo para os aterros, deverão se localizar ao longo do trecho, se possível na própria faixa de domínio da rodovia. Em virtude de envolverem grandes volumes de escavação, provocando impactos negativos diretos, as seguintes medidas mitigadoras preventivas deverão ser rigorosamente implementadas nas fases de projeto e de construção do empreendimento: • Utilizar caixas de empréstimo em locais liberados pelos técnicos em vegetação, evitando áreas com vegetação bem conservada ou notável. • Posicionar o greide o mais próximo possível da superfície do terreno para diminuir ao máximo o volume dos aterros e, em conseqüência, o número e dimensões de caixas de empréstimo. • No trecho em serra, aproveitar ao máximo o material proveniente dos cortes para redução do volume de material adicional a ser obtido em caixas de empréstimo. • Integrar as caixas de empréstimo ao sistema de drenagem para que funcionem como caixas de acumulação e dissipação da energia da água. • Raspar e estocar o solo vegetal nos locais de abertura de caixas de empréstimo para posterior utilização. A estocagem deve ser feita em leiras, a uma distância de 5 m da crista do talude, para permitir a posterior suavização. • Suavizar os taludes das caixas de empréstimo na inclinação de 1v: 4h. • Escarificar o fundo da caixa • Retornar o solo vegetal • Proceder a calagem com pó calcário, adubação química adequada e gradagem com grade aradora. • Plantar sementes de gramíneas consorciada a leguminosas, preferencialmente no início da estação chuvosa. 4.1.6 Jazidas de Cascalho Laterítico As jazidas de cascalho laterítico, efetivamente têm causado impactos negativos ao meio físico, pois, dada a sua pequena espessura, há necessidade de escavar grandes áreas para obtenção de volumes expressivos de material. 105 Em vista disso, a preocupação com a recuperação integral dessas áreas deve ser constante e, no caso da BR-070, em todas as jazidas a serem utilizadas, o plano de lavra deve ser concebido visando à recuperação ambiental das áreas exploradas, com as seguintes medidas mitigadoras sendo recomendadas: • Execução de lavra em tiras subparalelamente às curvas de nível do terreno, mantendo-se faixas de terreno natural entre as tiras para estocagem de terra vegetal e diminuição do trecho de percolação da água em superfície (prevenção de erosão). • Estocagem de terra vegetal na forma leiras sobre o terreno natural e tiras de terreno, afastadas cerca de 4-5 m dos taludes de escavação; • Cuidados no transporte de cascalho, cobrindo-se o material com lonas para evitar o excesso de pó e quedas de fragmentos na pista; • Umedecer os trechos poeirentos da estrada não pavimentada e acesso à jazida, principalmente nas passagens por áreas habilitadas; • Efetuar a recuperação do local das jazidas, após a explotação, de acordo com a exigência do órgão ambiental, obedecendo os seguintes passos: - Abatimento de escavação (1v:4h) - Terraceamento - Escarificação do fundo da escavação - Recomposição da camada de solo vegetal - Correção, adubação e gradagem do fundo da caixa. • Revegetação com espécies apropriadas (gramíneas consorciadas a leguminosas), preferencialmente no início da estação chuvosa. O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD – deverá ser implementado concomitantemente ou logo após a explotação do cascalho, obedecendo aos procedimentos já correntemente adotados pelo DNIT para recuperação das caixas de empréstimo. As britas e as areias empregadas na pavimentação poderão ser adquiridas diretamente pelas empreiteiras em pedreiras situadas na região nordeste do Distrito Federal e em jazidas localizadas no rio São Bartolomeu, respectivamente. Essas pedreiras e jazidas são normalmente licenciadas pela SEMARH - DF. 106 Conforme já referido no Capítulo do Diagnóstico, as jazidas estudadas na fase de elaboração do Projeto Básico já se encontram ocupadas e será necessária uma nova pesquisa de cascalho nas imediações do trecho a ser pavimentado. 4.1.7 Sistema de Drenagem A obra de pavimentação sugere cuidados especiais quanto à condução do escoamento oriundo do próprio leito carroçável e, portanto, as sarjetas, bocas-de-lobo e saídas d´água ao longo da estrada deverão considerar pontos de lançamento das águas com a atenção voltada à minimização dos efeitos erosivos, com a execução de proteções nas valas receptoras e dissipação de energia, quando for o caso. Também no que se refere à atenção na execução da estrada, os aspectos de encaminhamento do fluxo gerado no leito da estrada deverão ter atenção especial, principalmente nos pontos que já vêm sofrendo processos erosivos, como os mencionados no Diagnóstico. Recomendações O projetista do empreendimento deverá manter contatos interinstitucionais para contar com todas as informações necessárias ao desenvolvimento do projeto. O projeto deverá contemplar um inventário detalhado das obras de drenagem, agregando informações sobre localização, ano de implantação, geometria, condição atual e avaliação do desempenho, segundo as características da drenagem atual na região. Outro aspecto importante é o atendimento às indicações do DNIT com respeito ao dimensionamento das estruturas hidráulicas, observando-se os riscos associados na escolha da vazão de cálculo, considerando, inclusive, a possibilidade de funcionamento dos bueiros como orifícios em situações extremas. Deverão ser tomadas precauções com trecho final, nas proximidades do rio do Macaco, onde a presença de talvegue na margem direita da pista implica cuidados especiais na disposição final das águas pluviais, com a adoção de sistemas dissipadores antes da disposição final. Recomenda-se que os estudos hidrológicos/hidráulicos sejam apresentados na forma de memorial descritivo que incorpore informações desde a metodologia adotada na definição das 107 cheias de referência até o dimensionamento hidráulico das estruturas a serem executadas com a finalidade de complementar o sistema de drenagem existente. Tanto as estruturas existentes como as estruturas a serem construídas deverão ser apresentadas em notas de serviço com localização e desenho de detalhamento. Na execução da pavimentação dessas estradas, torna-se essencial que o empreiteiro conheça os aspectos críticos aqui relacionados, principalmente relacionados com pontos de maior erodibilidade no desenvolvimento da obra. Eventualmente, poderão ser encontradas novas soluções para os problemas de drenagem durante a execução da obra, sendo recomendável o estímulo de discussões entre projetista e empreiteiro no decorrer do empreendimento. Após a pavimentação ter sido concluída, o órgão responsável, nesse caso o DNIT, deverá manter rotinas de inspeção das obras de arte e estruturas hidráulicas implantadas, bem como realizar desobstruções e manutenção desses dispositivos para que seja preservado seu correto funcionamento. É importante ressaltar que, para vazões corriqueiras, essas estruturas poderão parecer mais do que suficientes, entretanto, obstruções por vegetação ou lixo no interior de bueiros, por exemplo, poderão comprometer a capacidade hidráulica. Igualmente, as erosões existentes e as áreas passíveis de erosão deverão ser periodicamente monitoradas com o objetivo de avaliar o avanço ou estabilização do processo. No que tange às erosões existentes, será necessário manter o monitoramento freqüente da progressão do processo erosivo e dos efeitos das obras de contenção e redução das voçorocas. Uma visita anual, antes do início do período chuvoso, pode ser apresentada como sugestão aos responsáveis pela manutenção dessas estradas. Os bueiros existentes ou a serem construídos também deverão ser inspecionados periodicamente, considerando possíveis obstruções pelo carreamento de material sólido para as estruturas. Torna-se importante conhecer os impactos das maiores cheias anuais no funcionamento dos dispositivos e nos impactos para as regiões a jusante, com avaliação do funcionamento das estruturas de dissipação de energia que porventura sejam construídas. Com o objetivo de ressaltar aspectos relevantes para os empreendimentos abordados no EIA, é apresentado a seguir um resumo do conjunto de medidas a serem observadas pelos responsáveis pelas obras. 108 Fase de Projeto 1 - Estabelecimento de contatos interinstitucionais com vistas à troca de informações sobre o empreendimento. 2 - Preparação de inventário das estruturas hidráulicas existentes. 3 - Preparação de memorial descritivo com o dimensionamento das estruturas a serem construídas e a verificação hidráulica das existentes. 4 - Preparação de notas de serviço com o detalhamento das estruturas hidráulicas a serem executadas. Fase de Construção da Obra 5 - Comunicação ao empreiteiro dos pontos críticos quanto à erosão, com estímulo a soluções criativas que sejam viáveis técnica e economicamente. Fase de Operação e Monitoramento da Rodovia 6- Inspeção e manutenção das estruturas hidráulicas existentes, com periodicidade bi-anual, no mínimo. 7 - Monitoramento das erosões existentes e dos terrenos potencialmente erodíveis. 8 - Acompanhamento da ocupação da vizinhança das estradas, com vistas a avaliar possíveis alterações do cenário adotado no projeto. 4.1.8 Vegetação Dentro do cenário de ampliação da capacidade rodoviária da BR-070, serão gerados impactos com abrangência nos diversos meios sob análise, a citar, os meios físico, biótico e antrópico. Tomando-se como referência o meio biótico, considera-se que os principais impactos ambientais a serem gerados serão a supressão de vegetação, a perda de biodiversidade, o agravamento da situação de fragmentação de habitats e da introdução de espécies invasoras, a degradação de áreas para a realização da obra e o aumento do risco de incêndios, conforme apresentado a seguir. Supressão de Vegetação Comumente, em obras de asfaltamento e ampliação de rodovias, um dos impactos ambientais mais significativos é a remoção da vegetação nativa pré-existente. Esse impacto é agravado 109 quando a implantação do empreendimento ocorre em áreas com cobertura vegetal íntegra, apresentando uma correlação direta entre impacto e preservação. Entretanto, tais impactos são significativamente reduzidos quando a obra ocorre em locais já degradados, como é o caso da área destinada à implantação das obras de duplicação da rodovia BR-070, onde se constatou que grande parte da vegetação do domínio Cerrado encontra-se alterada, incluindo os impactos já ocasionados por sua implantação no passado. Os danos sobre o meio biótico têm mais repercussão em casos específicos, como obras sobre rios e córregos, com eventual perda da vegetação ciliar, interrupção de corredores de passagem de fauna ao longo das margens e mesmo na água, em casos onde possa ocorrer a obstrução da drenagem normal e causar assoreamento do leito do rio e turbidez das águas. Classificação: negativo, direto, temporário, irreversível, local, magnitude baixa. Medidas Mitigadoras: • Minimização das áreas passíveis de supressão de vegetação; • Se houver necessidade de abertura de novas vias de serviço, deverão ser priorizadas áreas que possuírem vegetação menos conservada e que apresentarem relevos menos acidentados; • Desativar e recuperar os caminhos de serviços que não serão mais utilizados, visando à recomposição da vegetação nesses locais; • Implantar os canteiros de obra e alojamentos em locais onde a vegetação encontra-se alterada. Após o término das obras, essas áreas receberão tratamento de recomposição vegetal; • Realizar palestras para os trabalhadores diretamente envolvidos com as obras, enfatizando a importância da conservação da flora na região; • Realizar palestras para a população diretamente afetada sobre a importância da conservação da flora na região; • Evitar o desmatamento e a escavação da vegetação existente além da linha de “ off-sets” ; • Restringir os desmatamentos nas faixas de domínio às demandas das obras; • Conservar as árvores que não interferirem na utilização das pistas intactas no local. 110 Perda de Biodiversidade A perda de áreas de vegetação e de populações animais, e a alteração e a fragmentação de habitats terão como resultado uma diminuição da biodiversidade observada na região. Categorização: negativo, indireto, permanente, irreversível, regional, magnitude alta. Medidas Mitigadoras: • Preservação das matas de galeria da região; • Recuperação das áreas degradadas, com ênfase nas matas de galeria; • Apoio à criação de unidades de conservação de uso indireto e proteção integral. Essas UCs devem ter área mínima para a manutenção de populações viáveis de toda a biota; • Limitar as áreas de supressão de vegetação ao mínimo necessário para a realização da obra; • Fortalecimento das instâncias de fiscalização e adoção de medidas legais para coibir o desflorestamento não autorizado; • Estabelecer e recuperar corredores de interligação dos ecossistemas, especialmente ao longo de drenagens e cursos de água. Degradação de Áreas para a Realização da Obra Diversas atividades envolvidas no processo de asfaltamento das estradas poderão ter como resultado a degradação de áreas, envolvendo a construção e a implantação de infra-estrutura, a exploração de áreas de empréstimo e bota-fora, e a realização de aterros e cortes. A degradação de áreas afeta a paisagem e os recursos hídricos, altera negativamente a biota aquática, dá origem a processos erosivos e gera locais propícios à proliferação de vetores. Esse, no entanto, é um impacto que pode ser evitado, adotando-se medidas a ações construtivas adequadas que evitem processos de degradação desnecessários e permitam que, imediatamente após o término de uma ação, sejam recuperadas as áreas inevitavelmente degradadas. Categorização: negativo, direto, permanente, reversível, local, média magnitude, Medidas Mitigadoras: • Selecionar as áreas segundo suas finalidades (localização, canteiros, ocorrências de materiais, bota-fora), documentando a situação original sob o ponto de vista ambiental, principalmente quanto à presença de vegetação, interferência em cursos de água, áreas de proteção aos mananciais e proximidade a áreas de ocupação urbana; 111 • Limitar as áreas de implantação ao mínimo necessário para o bom andamento dos trabalhos, reduzindo-se a área de supressão de vegetação; • Para as áreas de extração de materiais (jazidas, areais), deverá ocorrer: - Retirada, estocagem e manutenção das características da camada de solo fértil, visando sua utilização na recuperação das áreas degradadas após o uso. Recomenda-se, como forma de manutenção das potencialidades do substrato, que a espessura máxima do solo estocado não seja superior a 2,50 m; - A recuperação das áreas imediatamente após o uso, com a utilização de espécies nativas da região; - No caso de areais, monitorar e fiscalizar as áreas de extração, procurando métodos exploratórios adequados que resguardem as condições das margens dos cursos de água, evitando o desbarrancamento e a perda das formações ciliares; • Após o término da obra, realizar a desmobilização e recuperação das áreas degradadas. 4.1.9 Fauna O impacto das rodovias é uma questão recorrente em análises ambientais e torna-se ainda mais grave porque se insere em um contexto de paisagens naturais cada vez mais fragmentadas pela ação humana, no qual conservação in situ passa a se concentrar basicamente em áreas protegidas legalmente, configuradas como ilhas de habitat natural cercado por paisagens alteradas. As rodovias são um dos componentes da paisagem localizada entre as UCs e portanto um foco necessário de estudos a respeito de sua relação com a fauna (PRADA, 2004). A BR–070 localiza-se dentro de uma malha urbana e margeia algumas ilhas de vegetação de Cerrado, onde se inserem as áreas amostradas durante o estudo relativo à fauna. Com relação à fauna de vertebrados amostrada durante o período de estudo, existem espécies endêmicas do Cerrado pertencentes aos grupos das aves e mamíferos, e apenas uma espécie ameaçada de extinção foi relatada (Chrysocyon brachiurus). Sendo a Área de Influência Direta (AID) do empreendimento considerada como 400 metros para cada lado da rodovia, aconselha-se que a mancha de Cerrado inserida dentro desta área seja preservada, a fim de evitar danos às populações animais residentes. A faixa de influência direta abriga ainda, mananciais, córregos e uma represa inserida na Bacia do Descoberto que é de extrema importância para a fauna local. 112 Apesar de apenas um caso de atropelamento de um indivíduo da fauna silvestre ter sido registrado (Guira guira), foram observados vários casos de atropelamentos de animais domésticos, dentre eles, cães e gatos. Aparentemente a fauna local não transita entre as duas margens da rodovia, permanecendo ilhada dentro da área já preservada, o que ameniza os impactos da rodovia sobre a fauna silvestre da região. Considerando a análise da fauna local e as relações benéficas que a rodovia trará para a população envolvida, sugere-se que a área localizada entre os quilômetros 2 e 5 sejam mantidas inalteradas, preservando a região onde encontram-se os remanescentes vegetacionais do cerrado e suas faunas associadas. Como medidas mitigadoras aos possíveis impactos a serem gerados sobre a fauna de vertebrados da região, propõe-se que sejam aplicados os seguintes procedimentos: 1. Redução da velocidade de circulação: Sonorizadores; 2. Sinais indicadores de áreas de maior proteção/cuidado; 3. Construção de valas ou barreiras nas estradas, que impessam a passagem de animais nas áreas críticas; 4. Dispositivos de passagem de fauna para a transposição da rodovia pelos diversos grupos faunístios. Existem ainda outros impactos negativos decorrentes da implantação e execução da obra sobre a fauna e flora locais que têm suas medidas mitigadoras associadas na Tabela 27, abaixo: Tabela 27 Impactos ambientais decorrentes da duplicação da rodovia BR-070, trechos DF-GO, GOMT, entre os quilômetros 0 e 16,2, e suas respectivas medidas mitigadoras Impactos Risco de Incêndios Alteração nos Hábitos da Fauna Medidas Mitigadoras Todo o lixo degradável gerado na obra deverá ser adequadamente disposto, adotando-se procedimentos que evitem possibilidades de incêndios. Implantar campanhas de esclarecimento aos usuários para evitar eventos iniciadores de incêndios (p. ex.: pontas de cigarros). Evitar a implantação de canteiros de obras próximos a ambientes florestados. Evitar desmatamentos desnecessários, especialmente em formações ciliares; Controlar a entrada de pessoal da obra nas áreas de mata próximas. 113 Tabela 27 Impactos ambientais decorrentes da duplicação da rodovia BR-070, trechos DF-GO, GOMT, entre os quilômetros 0 e 16,2, e suas respectivas medidas mitigadoras (continuação) Impactos Aumento da Caça Predatória. Formação de Ambientes Propícios ao Desenvolvimento de Vetores. Supressão da Vegetação Nativa. Ampliação da Fragmentação dos Ambientes Florestais. Aumento da Pressão sobre os Recursos Vegetais. Alteração na Estrutura de Taxocenoses Aquáticas. Início e/ou Aceleração de Processos Erosivos Carreamento de Sólidos e Assoreamento da Rede de Drenagem Interferências com a Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas Interferências com Mananciais Hídricos Medidas Mitigadoras Controlar as incursões do pessoal da obra às áreas florestais nas proximidades. Reprimir qualquer tipo de agressão à fauna, proibindo-se o uso de armas de fogo e armadilhas. Evitar a implantação de canteiros de obras próximos a ambientes florestados. Ensacar o lixo gerado nos canteiros e alojamentos, para o recolhimento pelo serviço local ou para seu transporte a locais indicados pelos órgãos competentes; O lixo degradável poderá ser incinerado, adotando-se procedimentos que evitem contaminação dos cursos d' água e incêndios. Evitar desmatamentos desnecessários, especialmente em formações ciliares. Evitar desmatamentos desnecessários, especialmente em formações ciliares. Adoção de programa de esclarecimento junto aos operários envolvidos na obra. Evitar a formação de focos erosivos nas margens dos rios e em áreas adjacentes. Evitar o comprometimento da cobertura ciliar. Otimizar os processos de implantação, reduzindo a duração do impacto sobre as taxocenoses aquáticas. Disposição dos esgotos sanitários em fossas sépticas, instaladas a distância segura de cursos d' água e de poços de abastecimento. Adequar o cronograma de obras ao regime pluviométrico local. Limitar os desmatamentos ao mínimo necessário. Projeto de estabilização dos taludes. Execução de drenagem eficiente. Implantação de sistemas provisórios de drenagem. Execução de revestimento vegetal dos taludes. Equilibrar os balanços de corte e aterro. Construção de valetas, taludes e drenagens adequadas. Recomposição da vegetação ciliar. Revegetar as margens da rodovia e os taludes de cortes e aterros. Recuperar as áreas degradas Treinamento aos Grupamentos locais de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária. Treinamento aos Grupamentos locais de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária. Construção de Tanques de Retenção, próximo aos Mananciais. 4.1.10 Socioeconomia A pavimentação da rodovia BR-070 trará impactos tanto positivos como negativos para a região, que podem ser resumidamente assim elencados: 114 Impactos positivos: • valorização da região e dos imóveis locais; • realização do desejo comunitário de pavimentar a sua principal rodovia; • desenvolvimento regional, entendendo por isso o melhor acesso da comunidade às zonas urbanas que oferecem bens e serviços; • escoamento da produção local; • diminuição do desgaste dos automóveis que trafegam na rodovia não pavimentada; • fim da poeira e da lama, nos seus respectivos tempos climáticos; • possibilidade de desenvolvimento do potencial agro-industrial e agroturístico demonstrado na região; Impactos negativos: Na fase de construção: • a população usuária ou residente às margens da rodovia será impactada pelo barulho das máquinas, pela poeira causada pela remoção das terras e pelo comprometimento da fluidez do tráfego local. Na fase de operação: • possibilidade de adensamento populacional em função da melhoria dos serviços oferecidos e da valorização da região; • comprometimento dos recursos naturais decorrentes da abertura das faixas de domínio, quando assim for necessário. Com relação à segurança no Tráfego, a pavimentação da segunda pista da BR-070 trará, de uma forma geral, impactos positivos sobre o Sistema Rodoviário da região sudoeste do Distrito Federal e no trecho barragem do Descoberto – rio do Macaco. O principal benefício do empreendimento, sob o enfoque do sistema de transporte e tráfego, refere-se ao atendimento da população que se desloca de Brasília para Cocalzinho, Pirenópolis, etc, e para a população de Águas Lindas. A rodovia beneficiará os chacareiros no transporte da produção agropecuária e no abastecimento da região, bem como os deslocamentos dessa população em busca dos serviços de saúde e apoios ofertados pelas cidades satélites e o Plano Piloto. 115 A pavimentação também será benéfica ao Sistema de Transporte Coletivo, uma vez que prevê melhorias nos acessos vicinais à rodovia, que embora atualmente não atenda de maneira satisfatória à região através de linhas regulares, poderá vir a servir essa área de forma mais produtiva, com a possível implementação de novos itinerários. Do ponto de vista da economicidade do transporte, a pavimentação da rodovia contribuirá para melhoria das condições de trafegabilidade, tanto para veículos particulares quanto para coletivos, favorecendo a diminuição dos tempos de viagem, dos gastos com combustível e da depreciação dos veículos de uma maneira geral. Com relação aos impactos negativos, alerta-se para as possibilidades de aumento no risco de acidentes de trânsito, tendo em vista que haverá um aumento natural da velocidade operacional da rodovia. Sob esse aspecto, ressaltam-se os riscos de atropelamentos junto à população lindeira sobretudo junto aos loteamentos existentes ao longo de todo o trecho a ser pavimentado. Impactos no meio urbano de Águas Lindas e no meio Rural Sob o enfoque da ocupação rural nas áreas adjacentes à rodovia BR-070, prevê-se como impactos positivos, a melhoria da qualidade de vida da população ali residente, uma vez que a pavimentação da rodovia contribuirá para melhoria do acesso à região, trazendo mais conforto e segurança nos seus deslocamentos. A pavimentação também favorecerá o incremento econômico da região, através do estabelecimento de novas atividades produtivas no local, que por meio da melhoria das condições de transporte e distribuição da produção agropecuária poderão ser incentivadas. Como impactos negativos vale ressaltar a possibilidade da indução de uma ocupação urbana desordenada nas áreas adjacentes à rodovia, tendo em vista a facilidade de acesso, principalmente com relação à proximidade com a cidade satélite de Águas Lindas, com localização bastante favorável para ocorrência de loteamentos irregulares. Recomenda-se que após a pavimentação da BR-070 e dos acessos secundários, a rodovia receba uma sinalização viária adequada, voltada, sobretudo, ao disciplinamento dos limites de velocidade e atenção aos locais de movimentação de pedestres, com vistas a minimizar as 116 possibilidades de acidentes de trânsito e atropelamentos, sobretudo no trecho lindeiro aos loteamentos existentes. Quanto às ocupações urbanas, recomenda-se uma efetiva fiscalização e planejamento no processo de parcelamento das áreas rurais para que futuramente essa região não venha a se defrontar com problemas de ordem urbanística e, conseqüentemente, com problemas provenientes do adensamento urbano ao longo da rodovia. Impactos sobre a APA do Descoberto Nos itens anteriores foram identificados, avaliados e descritos os impactos que o empreendimento poderá causar. As medidas recomendadas para prevenir ou mitigar os impactos negativos, se adotadas, serão suficientes para garantir a proteção da APA do Descoberto e de seus inestimáveis recursos hídricos. Com base nos princípios do ISO 14.000, considera-se que todo empreendimento na sua zona de influência deve ter idealmente emissão zero de efluentes e evitar a degradação ambiental em todas as fases do processo de implantação/operação, independentemente da área em que se localiza. Recomenda-se que, em se tratando de áreas frágeis, de equilíbrio morfodinâmico instável ou de relevante interesse ecológico, sejam redobrados os cuidados com a fiscalização e o atendimento às restrições estabelecidas por lei ou pelos órgãos licenciadores, principalmente com disposição irregular de lixo, esgoto e de águas de drenagem que eventualmente poderão ser lançadas no reservatório do Descoberto nos primeiros quilômetros da BR-070 no estado de Goiás, situação incompatível com a qualidade ambiental desejável e preconizada para a APA do Descoberto, através do Decreto nº 88.940 e da IN – 001/88. Nos Quadros-Síntese, apresentados a seguir, onde a possibilidade do adensamento desordenado da área foi tratada, foram também recomendadas medidas preventivas, como: • Adoção de políticas e ações preventivas capazes de coibir ocupação irregulares e o adensamento populacional desordenado criados pelas facilidades de acesso e de escoamento da produção. • Articulação do DNIT e DER-DF com órgãos públicos e privados para estabelecimento de políticas ambientais para o sistema de transportes, para o controle da poluição e para o uso sustentado dos recursos naturais. 117 • Fiscalização das obras com o objetivo de garantir os cuidados ambientais expressos nos documentos de licitação, obrigando as empreiteiras a prevenir ou reparar danos antes de entregar as obras concluídas. • Disciplinamento do comércio e de outros serviços locais, evitando-se ações espontâneas e desordenadas. A proliferação desordenada de comércio e serviços nas fases de pavimentação e operação da rodovia pode facilmente ser coibido por campanhas de conscientização, disciplinamento e fiscalização por parte dos órgãos competentes como IBAMA, no âmbito Federal e AGÊNCIA AMBIENTAL DE GOIÁS e SEMARH, em níveis locais. No Programas de Monitoramento e Fiscalização, com o objetivo de prevenir ou corrigir precocemente ocupações desordenadas, o uso inadequado dos recursos naturais e a poluição dos solos e dos recursos hídricos foram propostas, ainda, dentre outras, as seguintes atividades: • Desenvolver rotinas de monitoramento e fiscalização, definindo parâmetros, processos e responsabilidades compartilhadas com outros órgãos governamentais, em especial o DNIT e a prefeitura de Águas Lindas. • Criar um sistema de prevenção de acidentes e de procedimentos para o gerenciamento ambiental. • Identificar áreas frágeis ou de equilíbrio morfodinâmico instável, como trechos de ruptura de declive, passagens de corte/aterro, etc e de processos com grande potencial impactante, para se tornarem foco de maior atenção e intensidade de monitoramento. • Avaliar o potencial de poluição do tráfego nos segmentos críticos da rede viária para o controle da qualidade ambiental. • Avaliar o volume, a freqüência e as características dos derramamentos de cargas (brita, lixo, chorume, areias, solos, etc), comparar com a legislação e, caso necessário, implantar ações corretivas. • Estudar a dinâmica do sistema hídrico, para apontar efeitos não previstos de redução de recarga de lençol freático, formação de voçorocas e alagamentos de áreas. • Monitorar a qualidade da água dos córregos e rios atravessados pela rodovia, principalmente quanto aos aspectos bacteriológicos, turbidez, material sedimentável, óleos e graxas, como processo preventivo até o término da obra. 118 • Acompanhar as alterações da cobertura vegetal, formação de voçorocas, deposição de entulhos, ocupação irregular do solo, pastoreio clandestino e outras atividades impactantes negativas, através de fotos aéreas e visitas in loco. • Otimizar as visitas de inspeção para divulgar mensagens ecológicas e inovações tecnológicas, prestar esclarecimentos à população e ouvir suas reivindicações. Em função da necessidade de se melhorar a articulação entre os diversos órgãos governamentais e de se otimizarem os esforços de controle e fiscalização para manutenção da qualidade ambiental e para o cumprimento das normas e leis em vigor foi proposto no Programa de Articulação Interinstitucional, que propõe, dentre outras, as seguintes atividades: • Articulação interinstitucional entre o IBAMA, Agência Ambiental de Goiás, DNIT, Prefeitura de Águas Lindas e, eventualmente a SEMARH, para solucionar problemas relacionados com: - Sistema de drenagem pluvial e controle de erosões; - Abastecimento de água (re-setorização da rede de distribuição, localização de reservatórios, etc; - Tratamento e disposição final de esgoto sanitário; - Coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos; - Consolidação da área de preservação permanente, parques e áreas de lazer, implantando infra-estrutura adequada e intensificando os processos de fiscalização e educação ambiental; 4.1.11 Impactos sobre Sítios Arqueológicos Apesar das pesquisas realizadas na fase de Diagnóstico não terem revelado presença de sítios arqueológicos, os impactos positivos da implantação do empreendimento estão relacionados à realização de pesquisas arqueológicas aprofundadas em regiões carentes de estudos primários e secundários, revelando no campo da cultura e educação, novos caminhos e agentes de multiplicação e transformação da consciência patrimonial das comunidades envolvidas. Ainda, contemplando impactos positivos, pode-se observar que, pelo caráter e abrangência local do empreendimento, este tem a propriedade de localizar por meio dos levantamentos prévios, sítios arqueológicos em locais sem nenhuma perspectiva de inclusão em projetos de pesquisa. 119 Os aspectos negativos são relacionados à intervenção física do empreendimento ao patrimônio arqueológico localizado na AID e AII, por meio de atividades de implantação e operação. Tabela 28 Atividades causadoras de impactos ambientais sobre sítios arqueológicos decorrentes da implantação do empreendimento Atividade Supressão de Vegetação AID Implantação de canteiros de obras AID e AII Critério Intensidade Abrangência Significância Incidência Tendência Remoção de solo em áreas de empréstimo, Bota Fora e Jazidas AID e AII Mitigação e Controle alto local relevante direta Manter / progredir Programa de Prospecção e Resgate arqueológico; Programa de Educação Patrimonial e Monitoramento Arqueológico Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico; Programa de Educação Patrimonial e Monitoramento Arqueológico Reversibilidade irreversível Intensidade Abrangência Significância Incidência alto local relevante direta Manter / progredir Tendência Reversibilidade irreversível Intensidade alto Local e regional critica direta Manter / progredir Reversibilidade irreversível Intensidade alto Local e regional critica direta Manter / progredir irreversível Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico; Programa de Educação Patrimonial e Monitoramento Arqueológico Significância Incidência Tendência Abrangência Significância Incidência Tendência Reversibilidade Impacto Real alto local relevante direta Manter / progredir irreversível alto Local e regional relevante direta Manter / progredir irreversível alto Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico; Programa de Educação Patrimonial e Monitoramento Arqueológico Abrangência Terraplanagem e aterro AID Impacto Potencial Local e regional alto critico direta Manter / progredir irreversível Local e regional critico direta Manter / progredir irreversível 120 ! = & A ,& " = 7& partir dos estudos realizados na área, foi possível estabelecer um elenco de ações destinadas a prevenir ou atenuar os impactos indesejáveis provocados pelo empreendimento. Considerando-se a complexidade da legislação vigente, a importância da APA do Descoberto e seus mananciais para abastecimento público, a multiplicidade de atores e de interesses envolvidos e as necessidades de melhoria das condições e segurança de tráfego, resumem-se aqui as principais medidas recomendadas, visando a facilitar a fiscalização dos órgãos competentes. Durante a construção ou operação do empreendimento, deverão ser evitadas ações compartimentalizadas e fragmentadas, de eficácia duvidosa, capazes de comprometer a integridade dos ecossistemas ou contribuir para uma maior deterioração da qualidade de vida. Assim, são indicadas a seguir Diretrizes de Caráter Administrativo, Diretrizes para Projeto e Construção e Diretrizes para Fiscalização e Monitoramento Ambiental que deverão ser observadas na adequação e pavimentação da rodovia BR-070. = . ' ! ' 3 • Proceder a articulação com os órgãos governamentais para compatibilização do empreendimento com as leis e normas vigentes, especialmente com as restrições expressas no Decreto nº 88.940/83 e na IN–001/88, com as políticas de desenvolvimento, com as características específicas da área e com as restrições sugeridas nesse estudo; 121 • Articular a cooperação interinstitucional como forma de dividir custos e potencializar os benefícios do empreendimento, principalmente com relação ao controle da poluição, das erosões e do adensamento desordenado da área; • Apoiar as campanhas de Educação Ambiental e outras atividades do Plano de Controle Ambiental, em estreita cooperação com os órgãos fiscalizadores da APA do Descoberto; • Valorizar e utilizar as modernas técnicas de comunicação e interação social junto às populações e associações comunitárias, com o objetivo de formar parcerias para o controle da qualidade ambiental; • Apoiar às atividades das instituições governamentais na regularização da situação fundiária e na relocação de ocupações irregulares na faixa de domínio da BR-070; • Estimular um prévio acordo entre as partes, de forma que as relocações e as indenizações possam utilizar a negociação amigável como forma de racionalizar, desburocratizar e agilizar o processo de desocupação irregular da área; • Estimular os processos de participação e de negociação para a viabilização de soluções mais justas e em consonância com os interesses e legítimo direito das partes; • Articular um sistema de fiscalização e controle de qualidade ambiental entre o DNIT, AGÊNCIA AMBIENTAL DE GOIÁS e Prefeitura (Saúde Pública e outros), especialmente em relação à erosão, poluição e controle do adensamento demográfico da área; • Articular providências junto à Prefeitura de Águas Lindas para remoção adequada de todo o lixo proveniente das áreas ocupadas e dos canteiros de obras. =( . ' * 2 • Utilizar na concepção do projeto equipes multidiciplinares para uma abordagem integrada dos problemas de racionalização das soluções, além da inserção harmônica do empreendimento à paisagem, aproveitando suas belezas cênicas e integração ao universo sociocultural da população envolvida; • Elaborar desenhos com limites claros, delimitando áreas frágeis, de preservação permanente e de relevante interesse; • Prevenir processos erosivos pela execução de drenagens para escoamento das águas superficiais, de barreiras para contenção de materiais granulares e de cobertura de proteção para solos erosivos, restringindo a remoção da cobertura vegetal ao estritamente necessário, respeitando os limites das áreas de preservação permanente; 122 • Implantar serviços de drenagem pluvial necessários para o encaminhamento e controle de escoamento superficial das águas em direção aos receptores e prever dissipadores de energia adequados à topografia e ao tipo de solo local; • Conceber tubulações coletoras, galerias e bocas de lobo especiais, que associadas em número e atendidas as características de declividade transversal e longitudinal das vias, mantenham as vias públicas livres de acúmulo de vazão acima de limites toleráveis à segurança individual ou coletiva; • Instalar um sistema adequado de sinalização para veículos, empreiteiros e usuários do empreendimento, indicando as áreas de preservação ambiental ou de relevante interesse ecológico e social; • Montar um esquema de segurança para transporte de equipamentos e maquinário pesado, utilizando um adequado sistema de sinalização e o acompanhamento de batedores de veículos ágeis. =/ . ' ! ' $% • Manter programas de vigilância epidemiológica, de atendimento médico e sanitário e de orientação para os trabalhadores nas questões de segurança, uso de equipamentos de proteção individual, limpeza, higiene e cumprimento da legislação e normas específicas; • Desenvolver, em articulação com instituições governamentais ou privadas, por programas, campanhas e eventos destinados à conscientização, à informação e à educação ambiental e sanitária dos trabalhadores, em relação à proteção dos recursos hídricos e ao uso ecologicamente correto da área; • Incluir nos quantitativos dos serviços a recuperação de áreas usadas com obras provisórias, caixas de empréstimo, depósito de bota-fora, caminhos de serviço e outros; • Aplicar recursos obrigatórios (0,5% dos custos totais previstos para implantação do empreendimento – Resolução CONAMA 02/96) para compensar e mitigar os impactos causados, de acordo com as especificações do Termo de Referência; • Elaborar um Programa de Desmatamento que contemple: - A remoção da vegetação somente ao estritamente necessário para a segurança dos processos operacionais e manutenção da qualidade de água dos recursos hídricos envolvidos, respeitando os limites das áreas de preservação permanente. - A proibição do uso de agentes químicos (desfolhantes, herbicidas, etc) e processos mecânicos não controlados, etc. 123 - Práticas conservacionistas adequadas à área para evitar processos erosivos e assoreamento dos corpos hídricos. - Construção de barreiras para fracionamento de rampas, redução do escoamento superficial por terraceamento, valetas, canais escoadouros, embaciamento, etc. - Manejo adequado da vegetação removida, enleirando-as junto às curvas de nível, de forma a proteger o solo do escoamento superficial. O material do desmatamento e da limpeza não pode ser lançado dentro de talvegues e de corpos hídricos. - Armazenamento do solo orgânico removido em local apropriado, para posterior utilização em atividades de reabilitação de áreas alteradas; • Observar as classes de uso do solo, respeitando as respectivas restrições de uso e garantir a estocagem da camada superficial de solos para fins de recuperação de áreas degradadas; • Definir em consonância com o Decreto n° 88.940/83 e com a IN - 001/88, as áreas de empréstimo como fontes de matéria prima, garantindo a recuperação paisagística das áreas degradadas após seu uso; • Promover, sempre que possível, o isolamento de áreas durante o processo de construção, visando reduzir a níveis mínimos a poluição pela emissão de ruído e de poeira; • Depositar na medida do possível os entulhos de obras em áreas já degradadas ou conforme orientação dos órgãos ambientais licenciadores e prefeitura, seguindo as determinações estabelecidas por um plano prévio de recuperação paisagística; • Conscientizar os trabalhadores quanto aos problemas de saúde e conservação ambiental por meio de Programas de Educação Ambiental e Sanitária, fiscalização e controle; • Garantir o cumprimento das normas restritivas, visando a preservação do entorno, à proteção ambiental e à manutenção da qualidade dos recursos hídricos; • Adotar um adequado sistema logístico de apoio às obras, estocagem e circulação de suprimentos de forma a não comprometer a qualidade dos recursos naturais e especialmente a água destinada ao abastecimento público; • Adotar métodos construtivos que atendam prioritariamente à redução da poluição ambiental; • Promover capeamento ou irrigação sistemática das vias de serviço de forma a minimizar a produção de poeira; • Implementar um sistema eficiente de coleta seletiva e transporte do lixo na área do empreendimento; • Intensificação e aperfeiçoamento das rotinas de fiscalização, manutenção dos equipamentos e vigilância sanitária. 124 =1 . ' * $% • Supervisionar sistematicamente os equipamentos e os sistemas de drenagem, de abastecimento de água e de esgotamento sanitário de forma a detectar falhas operacionais ou de estrutura, de modo a assegurar as condições adequadas de funcionamento e a segurança dos usuários; • Emitir relatórios periódicos das visitas de inspeção e das medidas adotadas em caso de irregularidades; • Recolher periodicamente o lixo e impedir sua disposição na área; • Garantir a fiscalização e o acompanhamento da obra por técnicos dos órgãos ambientais, para que se cumpram as disposições da lei e as restrições estabelecidas pelos órgãos licenciadores; • Garantir, por meio de uma fiscalização efetiva, a integridade das Áreas de Preservação Permanente definidas por lei dentro dos limites da área de influência do Empreendimento; • Garantir, por fiscalização e normas, a proteção dos recursos hídricos, de áreas primitivas, de equilíbrio morfodinâmico frágil ou de relevante interesse ecológico ou paisagístico; • Estimular a organização comunitária no sentido de criar, aperfeiçoar e intensificar os processos de fiscalização e monitoramento das áreas de proteção já existentes; • Designar uma equipe técnica para elaboração dos planos e implantação do empreendimento e de controle ambiental, capacitada a monitorar a qualidade ambiental, fiscalizar e fazer cumprir as normas e diretrizes estabelecidas. 125 ! > - & & * && C ? & & *- " > onsiderando que a pavimentação (duplicação) da rodovia BR-070 representa uma importante reivindicação das comunidades locais, a não execução da implantação traria profundas frustrações aos anseios, expectativas e necessidades expressas por essas comunidades, salientando-se a necessidade de um melhor escoamento da produção local e de maior segurança no tráfego de veículos, que hoje está comprometido pela precariedade da pavimentação e pelo tráfego caótico nos 16 quilômetros da rodovia. Os impactos negativos identificados no decorrer dos estudos podem ser prevenidos ou mitigados em níveis compatíveis com as exigências legais, desde que atendidas as condições estabelecidas pelos órgãos fiscalizadores na emissão das licenças ambientais e que deverão ser incorporadas pelo empreendedor num Plano de Controle Ambiental. 126 ! @ *- O 78 ! 7& - " @ Plano Básico Ambiental - PBA, a seguir apresentado, foi concebido sob a ótica de uma política ambiental abrangente para todo o sistema de transporte de Águas Lindas, não se restringindo unicamente, portanto, à pavimentação da rodovia BR-070. Cada Programa deverá ser posteriormente detalhado no nível de projeto executivo que, no conjunto, comporão o PBA, no contexto de uma política integradora e racional do DNIT com relação às questões ambientais em seus empreendimentos. A seguir são apresentados os projetos que compõem as recomendações finais deste trabalho e as medidas concebidas à proteção do meio ambiente, à saúde e o bem-estar das populações afetadas: @ * A ! & '% Objetivo Propiciar um sistema de controle eficiente da erosão, fiscalizando as atividades de construção e operação da rodovia, identificando trechos suscetíveis à erosão, principalmente nos locais de concentração do escoamento superficial e nos pontos onde o processo erosivo já se tenha instalado, eliminando suas causas e procedendo sua recuperação. 127 @(* A $% 8 ' A 'B ' A' Objetivos Recuperar áreas degradadas, revertendo os processos responsáveis pela degradação e criando condições favoráveis à revegetação natural ou induzida e integrar, de forma harmônica, a rodovia à paisagem, de maneira a reduzir os problemas de poluição e os impactos visuais e sonoros. @/* A :' . $% Objetivos Propiciar o acompanhamento dos processos ecológicos essenciais e das intervenções antrópicas capazes de gerar degradações significativas ao meio ambiente, e que demandem de ação regulamentadora dos órgãos fiscalizadores. Intensificar a fiscalização ao longo da rodovia, visando diminuir problemas com poluição, manutenção das pistas e dos veículos, bem como diminuir acidentes por embriaguez, imperícia e outras causas. @1* A ! ' 3 $% 7 3 ' Objetivos Identificar e selecionar áreas remanescentes de cerrado e de matas semidecíduas passíveis de ampliação, visando a implantação de programas de revegetação e de conservação da biodiversidade como medida compensatória para os impactos inevitáveis causados pela construção da rodovia. 128 @=* ! A ! ' $% ' ' 3 $% Objetivos Indicar medidas compensatórias para Unidades de Conservação já existentes na área de influência do empreendimento, apresentando as atividades que deverão, em princípio, ser implementadas. @>* A & $% C ' Objetivos Utililizar todos os recursos do processo educativo para a conscientização de usuários e pedestres da rodovia, visando aperfeiçoar o processo participativo da sociedade nas decisões governamentais, potencializar os benefícios do empreendimento e fazer respeitar as regras de trânsito. @@* A $% ' Objetivo Criar condições para soluções integradas dos problemas ambientais de Águas Lindas, definindo custos e responsabilidades. @D* A * ' $% E A Objetivo Atender às Portarias nº 07/1988 e nº 230/2002, além de realizar o registro completo e preventivo das ocorrências antes de proceder ao resgate arqueológico, como meio de levantamento sistemático das informações contextuais dos registros arqueológicos, filiação cultural, espessura do estrato e condições do registro arqueológico, bem como o de avaliar com precisão os possíveis impactos ambientais a que serão submetidos os sítios no decorrer da implantação do empreendimento. 129 @F* A Objetivos Tendo em vista a ocupação desordenada da faixa de servidão da BR-070 no trecho limítrofe à cidade de Águas Lindas, com ocupações variadas desde paradas de ônibus, escritórios de vendas de lotes, comércio em geral, depósitos de lixo e placas de propagandas diversas, entende-se como objetivo principal deste programa o disciplinamento do sistema viário, bem como o uso e ocupação do solo na área lindeira à rodovia, em função do desenvolvimento acarretado pela melhoria das condições de trafegabilidade promovida pela sua duplicação. @ G* A ' ! A '* A ' ' Objetivos O objetivo principal deste programa é a minimização da ocorrência de desastres durante o transporte de cargas consideradas perigosas, preservando pessoas, o meio ambiente e o patrimônio público ou privado, por meio de mecanismos, equipamentos, normas e procedimentos de segurança pré-estabelecidos. @ * A $% * '' 3 ' ' Objetivos O principal objetivo desse programa é o de recuperar os passivos ambientais, ou seja, a degradação ambiental causadas pelas obras, procurando restabelecer as características anteriores ao processo de degradação. @ (* A H ' 3 '' ' ' Objetivos • Integrar a rodovia ao espaço urbano, minimizando os impactos negativos, tais como seccionamento, ruídos e acidentes; e 130 • Reduzir e amenizar a segregação urbana e intrusão visual, e contribuir para um melhor ordenamento do uso e ocupação do solo e para o aumento da segurança e do conforto de todos. @ /* A ! 5 ' 'I " ' * Objetivos Reduzir as emissões de gases, poeira e ruídos, bem como seus impactos nas comunidades lindeiras. @ 1* A $% ' # ' Objetivos Contribuir para a redução do desconforto provocado pelas diversas atividades inerentes à obra e pelos eventuais acidentes. @ =* A A $ J % Objetivos Monitorar, minimizar ou controlar os impactos das etapas do empreendimento sobre as condições de saúde dos trabalhadores e da população. Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores. @ >* A ! $% Objetivos Informar as comunidades lindeiras ao empreendimento, possibilitando a coleta de comentários e sugestões acerca do empreendimento. 131 @ @* A 5 '% 3 '% Objetivos Otimizar o processo de desenvolvimento e implementação dos programas incluídos em todos os grupos de Atividades, em estreita observância à legislação federal, estadual e municipal, bem como garantir que todos os acordos e condições estabelecidas para obtenção das licenças prévias (LP) e de instalação (LI) junto aos Organismos de Fiscalização e Controle ambientais serão realizados nos prazos. 132 ! D ! À !- " D luz dos estudos realizados, conclui-se que a pavimentação da rodovia BR-070, no trecho de Águas Lindas até o rio do Macaco, pode ser encarada como uma ação necessária em resposta a uma pressão de tráfego existente na região, no intuito de promover o escoamento da produção local e do Distrito Federal. Além de atender democraticamente aos anseios e legítimos interesses de uma sociedade organizada, a rodovia BR-070 uma vez duplicada, sem dúvidas, tornar-se-à essencial para aumentar a segurança do tráfego e da população de Águas Lindas, principalmente, com o disciplinamento do trânsito local e melhoria das condições de transposição das pistas por pedestres. O fato de existir uma estrada pavimentada e que será apenas duplicada constitui um fator atenuante para as conseqüências ecológicas, uma vez que a situação atual do tráfego será sensivelmente melhorada com a operação da pista asfaltada. Em termos ambientais, foi detectada uma predominância de impactos positivos sobre os negativos, dada às condições da rodovia no trecho estudado, uma vez que a pavimentação dará melhores condições á movimentação de veículos e exercerá, também, um importante papel no processo de desenvolvimento econômico da região. Visando garantir a preservação da qualidade ambiental nas áreas afetadas pelas obras rodoviárias, aconselha-se que o DNIT realize o gerenciamento ambiental da construção e operação da rodovia. Para tanto, recomenda-se que este órgão constitua uma equipe multidisciplinar, assessorada por consultores especializados em impactos ambientais de rodovias. Este gerenciamento deverá compreender a supervisão, fiscalização e monitoramento 133 nas diversas fases do empreendimento, assumindo uma postura pró-ativa nas questões ambientais, antecipando-se aos problemas e buscando soluções de forma racional e efetiva. Essas ações, bem como a política ambiental a ser adotada pelo DNIT com relação aos seus empreendimentos, deverão ser consolidadas no Plano de Controle Ambiental, proposto no capítulo 7. Este PCA deverá ficar a cargo de uma equipe multidisciplinar e os recursos para sua implementação poderão ser negociados com o órgão ambiental, e tido como ressarcimento pelos danos ambientais prognosticados, o que é previsto por lei. Tendo suas ações bem estruturadas no Plano de Controle Ambiental, o DNIT poderá se colocar numa posição de vanguarda no contexto nacional, inclusive se antecipando às normas da ISO 14.000, que sem dúvida nenhuma, lhe renderá altos dividendos políticos e sociais. 134 ! F 7 7- 5 : " F PETCON. Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) e Plano Básico Ambiental (PBA) para o Licenciamento Ambiental das Obras de Adequação (Duplicação e Ruas Laterais) da BR070/GO, Perímetro de Águas Lindas. DNIT 2006. 135