Aprendizagens em parceria
Partilha de experiências
Isabel Alarcão
Professora Catedrática Aposentada
Universidade de Aveiro
Agrupamento de Escolas de Vendas Novas
28.11.2015
Uma vivência minha
1968
 Jovem professora não profissionalizada
 Liceu com liderança acolhedora e atenta
 Colega experiente abre a sua aula aos
colegas mais novos
Refletindo sobre
a vivência
Espírito de corpo (escola como um
todo)
Cultura de integração e monitorização
Atitude de abertura e colaboração
Algum de
vós tem
vivência
semelhante
a partilhar?
47 anos depois
Colaboração, colaboração,
colaboração
“A par em pares”
“A par em pares”
O que é :
 um projeto?
 um desejo?
Porque me deram inicialmente o título:
Supervisão Pedagógica “A par em pares?”
Algumas experiências relatadas
http://agpico.edu.pt/docs/Importantes/2011/A_Par_em_Pares%201.1[1].pdf(Escola Básica
Monsenhor Elísio Araújo
http://www.fep.porto.ucp.pt/sites/default/files/files/FEP/SAME/4AOE/Apresentacao_Supe
rvisao_Colaborativa_12_fevereiro.pdf (Agrupamento de Escolas do Sudeste do Concelho
de Baião)
http://www.fep.porto.ucp.pt/sites/default/files/files/FEP/SAME/4AOE/POTAlxUCP.pdf
Porquê este interesse?
 Consciência da complexidade de ensinar, hoje
 Influência de correntes como pedagogia crítica,
autonomia…
 Impacto de formações pós-graduadas
 Construção de conhecimento profissional
 Valorização da aprendizagem em contexto de
trabalho
 Perspetiva de prestação de contas
 Apelo a processos supervisivos
 Influência da ADD
 Ressonância de projetos bem sucedidos
E não só em Portugal. Dois
exemplos na literatura
“classroom walkthrough”
“lesson studies”
“Classroom walkthrough”
Observações (curtas) de
aulas, pelo diretor ou
colegas, sem carácter
avaliativo, seguidas de
análise dialogante.
De natureza sistemática, desenvolve cultura de
questionamento e desenvolvimento da qualidade.
Os professores tomam consciência das suas práticas.
“Eu não tinha consciência de que fazia as perguntas e, eu
própria, dava as respostas até que o meu colega me
mostrou evidências recolhidas na sua observação. O que
acontecia é que de cada vez que eu fazia as perguntas, os
alunos esperavam porque já sabiam que eu ia responder.
Depois da análise com o meu colega tomei consciência
do poder de ter na aula outro par de olhos para me
ajudar a ver melhor”
“Lesson studies”
Em pequenos grupos, os professores escolhem um
tema a ensinar, planificam uma aula (research
lesson), observam como resulta na prática e divulgam
os resultados para que outros possam beneficiar.
Prática antiga no Japão.
A consultar:
http://www.aitsl.edu.au/professionalgrowth/support/classroom-observation-strategies/peerobservation
Características destas abordagens
 carácter voluntário
focagem na atividade docente
 oportunidade de reflexão e exploração de
alternativas
 colaboração entre pares
continuidade
melhoria das práticas
 desenvolvimento e construção de
conhecimento profissional
Na linha do meu pensamento/ação
 Atenção à supervisão clínica (professor e supervisor
observam e analisam o que acontece na aula, numa
relação colegial, colaborativa) (Alarcão, 1982)
 Supervisão na formação contínua (Alarcão e Tavares,
1987) (http://josetavares.wix.com/abrir)
 A minha abordagem supervisiva com os assistentes a
prepararem PCCAP na carreira universitária (anos
80/90)
 Círculo de estudos com professores em FC sobre o
discurso do professor (anos 90)
 Supervisão de projeto de inovação curricular na
ESTGA (Alarcão, 2009).
Supervisão na formação contínua
• Já em 1987 (Supervisão da Prática
Pedagógica), se incluiu um capítulo sobre
esta dimensão, afirmando que:
“neste quadro a supervisão da prática
pedagógica emerge…como uma auto e heterosupervisão comprometida e colaborante em que os
professores se entre-ajudam a desenvolver-se e a
melhorar o seu próprio ensino”
(Alarcão e Tavares:148). (Na linha do artigo de 1982).
O medo…
… de ser observado/supervisionado deriva de
uma conceção hierarquizada e fiscalizadora de
supervisão
Mas tem de ser isso a supervisão?
SUPERVISÃO
Controle do desempenho
Poder autoritário, formal
Ritualismo ou paternalismo
Replicação de modelos
Perspectiva técniconormativa
Promoção do desenvolvimento
Colaboração
Autenticidade e colegialidade
Orientação, apoio, desafio
Perspectiva críticoemancipatória
Alarcão 2015
Supervisão
Processo de acompanhamento orientado
Contexto
Atividade
Pessoas
Alarcão 2015
SUPERVISÃO
• Como processo que envolve pessoas e contextos em
interação, a supervisão tem:
– uma dimensão interpessoal, comunicativo-relacional de
tipo dialógico
– uma dimensão substantiva: o processo de
desenvolvimento (através da compreensão do que acontece
com base na análise e reflexão sobre dados observados) e
– uma intencionalidade: a formação e o desenvolvimento
Alarcão 2015
Estratégias de supervisão
Observação
Análise (não mera descrição) e reflexão
Experimentação
Avaliação e monitorização
Alarcão 2015
Ambiente supervisivo
• Questionamento
• Diálogo (a fala e a escuta, a intercompreensão)
• Confronto construtivo (entre opiniões,
abordagens, teorias “públicas” e “privadas”,
realidades e possibilidades, o que sou/faço e o que
quero ser/fazer)
• Feedback (intrapessoal e interpessoal),
comunicação (construtiva)
Alarcão 2015
Atitudes supervisivas
 Interesse em compreender melhor para melhor
agir
 Abertura de espírito e Visão
 Confiança (em si e nos outros)
 Autenticidade
 Potencialização da experiência e seu escrutínio
através de um olhar crítico
 Questionamento e reflexão em busca de sentido
(os porquês e os para quês?)
Alarcão 2015
Reflexão: questões estruturantes
 Descrição:
– O que fiz/faço?
 Interpretação:
– Porque fiz/ faço? Em que base? Com que implicações?
 Confronto :
– Poderá ser de outro modo?
 Reconstrução:
– Como poderei transformar - (me) ?
As estratégias para uma formação
reflexiva assentam numa atitude de
questionamento sustentado por:
• Uma vontade de melhor conhecer e melhor
agir (querer)
• Referentes teóricos de análise (saberes)
• Domínio das metodologias apropriadas
(métodos)
• Encorajamento e apoio (suporte afetivo motivacional)
Algumas dicas
 Começar com voluntários (mas ir envolvendo os
resistentes)
 Deixar ao observado a escolha da questão a
observar
 Levantar questões enquadradoras da observação
(referencial)
 Focar na atividade e contexto mais do que na pessoa
 Recolher evidências
 Começar com dispositivos simples
 Analisar e sistematizar
 Alternar papéis
Escola como centro
de construção do
conhecimento
Aprendizagem
Alunos
monotorização
Desenvolvimento
Professores
reflexão
Desenvolvimento
Institucional
ação
colaboração
Desenvolvimento
Comunitário
divulgação
Supervisão pedagógica e
institucional
Intencionalidade
visa
acompanhar e regular
Qualidade
atividade
pessoas
contexto
Supervisão
através de
liderança
monotorização
regulação
avaliação
gestão
Desenvolvimento
coordenação
num
ambiente formativo,
estimulante
Transformação
centrado nas possibilidades
de desenvolvimento
Alarcão 2015
A evolução do meu pensamento
resulta da
compreensão de relações sistémicas entre:
formação inicial e formação contínua
trabalho em sala de aula e trabalho na escola
formação, colaboração e transformação
desenvolvimento profissional e desenvolvimento
institucional
Alarcão 2015
Resumindo
Escola como espaço por excelência para
construir conhecimento profissional com
implicações na qualidade da prática educativa

 Criação de oportunidades de diálogo
colaborativo, assente em observações, reflexões,
exploração de alternativas
 Mecanismos de divulgação do que vai
acontecendo
Referências
 Alarcão, I. (1981). Supervisão clínica: um conceito e
uma prática ao serviço da formação de professores.
Revista Portuguesa de Pedagogia, XVI, 151-168.
 Alarcão, I. & Tavares, J. ( 1987). Supervsão da Prática
Pedagógica. Uma perspectiva de desenvolvimento e
aprendizagem. Coimbra: Almedina. É possível fazer
link para o slide 13 de Escolas em movimento?
 Alarcão, I. (2009). Desenvolvimento a 3 dimensões:
curricular, profissional e institucional. Reflexões sobre
um caso real. Indagatio Didactica, 1 (http://cecrie.dte.ua.pt/ojs/index.php/id/issue/current)
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