INSUMO PRODUTO: UMA ANÁLISE DA AGRICULTURA DO PARANÁ INPUT SHEET: AN ANALYSIS OF AGRICULTURE PARANÁ JackellineFavro, UEL, [email protected] Ana Maria Caravieri Machado, UEL, [email protected] Umberto Antonio Sesso Filho, UEL,[email protected] Carlos Eduardo Caldarelli, UEL, [email protected] Paulo Rogério Alves Brene, UENP, [email protected] 5. Agricultura e agronegócio paranaense Resumo Este artigo tem por objetivo verificar por meio da análise de insumo-produto o impacto da agricultura paranaense na economia da região Sul e no Restante do Brasil. Para isso, utilizou-se o sistema inter-regional de insumo-produto composto pelas seguintes regiões: Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Restante do Brasil, para o ano de 2004. Foram calculados a partir desta matriz os índices de ligações de Rasmussen-Hirschman e os multiplicadores de produção e emprego. Como resultados, o multiplicador de emprego mostrou que a agricultura do Paraná gera mais empregos na agricultura da região Sul do que no Restante do Brasil. Em relação ao multiplicador de produção, observa-se que o setor Agricultura, silvicultura, exploração florestal, encontra-se em 43º no ranking da economia do Paraná. Já pela ótica dos índices de ligações de Rasmussen-Hirschman, os resultados apresentaram que no Paraná o setor da Agricultura, silvicultura, exploração florestal é considerado setor chave, com índice de ligação para frente superior a 1 onde caracterizouse como um setor que possui grande poder de alavancagem na economia. Palavras-chave: Agricultura. Insumo-Produto. Multiplicadores. Abstract This article aims to verify through analysis of the input-output impact of agriculture in the southern Paraná region's economy and the Rest of Brazil. For this, we used the inter regional input-output system consists of the following regions: Paraná , Santa Catarina , Rio Grande do Sul and Rest of Brazil for the year 2004 the rates of bonds were calculated from this matrix Rasmussen - Hirschman and multipliers of output and employment . As a result , the employment multiplier showed that agriculture in Paraná generates more jobs in agriculture in the southern region than in the Rest of Brazil . Regarding the multiplier output, it is observed that the sector Agriculture, forestry exploitation , lying 43rd in the ranking of the Paraná economy. Have the optical indices links Rasmussen - Hirschman , the results showed that in Paraná sector Agriculture , forestry , logging is considered a key sector with link to higher index compared to 1 which was characterized as a sector that has great power of leverage in the economy. Keywords: Agriculture. Input-Output. Multipliers. 1.Introdução As mesorregiões do Brasil e os estados que as compõem, apresentam diferenças significativas em sua estrutura produtiva. As diferenças dos sistemas econômicos determinam os fluxos de bens e serviços inter-regionais e intra-regionais, fazendo com que variações da produção de determinado setor em dada região tenham impacto em todo o sistema indiretamente, o chamado efeito multiplicador de produção. Desta forma, torna-se importante conhecer os efeitos locais e fora da região de origem de variações na produção dos setores em estudo (SESSO FILHO et al, 2007). O setor da agricultura, que obteve uma participação média de 16% do PIB no período de 2007 a 2011, pode ser considerado como um setor estratégico para a economia brasileira. Nesse sentido, é de significativa relevância verificar os efeitos que este setor gera nos demais setores da economia. Segundo Figueiredo (2003), o setor da agrícola pode gerar um efeito benéfico sobre o resto da economia ao ser estimulado, ou seja, ele propaga efeitos indutores positivos para os demais setores. Ao priorizar as atividades no setor como alavancagem do crescimento econômico, um país estará fazendo uma opção por um grau mais elevado de eficiência na alocação de seus recursos, principalmente no caso daquele que ainda não atingiu os padrões de desenvolvimento considerados satisfatórios. Considerando a importância da agricultura para o crescimento da economia brasileira e verificando a participação da produção de grãos no estado do Paraná, que de acordo Ipardes (2014), em 2004 obteve uma participação de 6,31% do PIB nacional, este trabalho propõe uma análise dos encadeamentos do setor da agricultura do Paraná, bem como mensura os impactos deste setor nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e restante do Brasil verificando os efeitos dos multiplicadores de produção e emprego e o índice de ligações de Rasmussen-Hirschman por meio da matriz de insumo produto de 2004. O presente trabalho está dividido em cinco seções incluindo esta introdução. A segunda secção descreve a importância da agricultura para a região Sul, com enfoque para o estado do Paraná. Na terceira seção apresenta-se a metodologia. A quarta seção apresenta os resultados da pesquisa e na quinta e última seção serão apresentadas as principais conclusões obtidas no decorrer da análise. 2. Importância da Agricultura para a região Sul Indicadores econômicos como o PIB e PIB per capita permitem visualizar como as regiões estão inseridas no cenário econômico nacional possibilitando perceber a dimensão das principais características de cada região. De acordo com a Tabela 1, verifica-se que a região sul do Brasil no ano de 2004, obteve uma participação significativa do PIB nacional, pois no ano em análise esta região apresentou o 2º maior PIB entre as regiões. Tabela 1 - Produto Interno Bruto a preços correntes e Produto Interno Bruto per capita segundo as Grandes Regiões, 2004. (Em milhões de reais) Regiões Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Brasil Fonte: IBGE (2014). PIB a preço corrente (R$ milhão) 96 012 341 247 042 512 176 811 355 1 083 974 746 337 657 404 122 433 731 77 392 991 137 830 682 1 941 498 358 PIB per capita (R$) 6 680 4 899 13 846 14 009 12 677 12 080 13 403 12 850 10 692 A agricultura apresenta significativa importância para a economia brasileira, visto que, atualmente o país se destaca como um dos maiores produtores mundiais de grãos. De forma específica, analisando a Tabela 1, observa-se que no concerne ao PIB da região Sul o estado do Rio Grande do Sul apresentou a maior participação em 2004, seguidos do Paraná e por último Santa Catarina. Já, por um prisma mais amplo, a região Sul destaca-se na produção agrícola, como pode ser observado na Tabela 2, onde são apresentados o valor da produção das lavouras permanente e temporárias das regiões do Brasil no ano de 2004. Observa-se que esta região correspondeu com 31% do valor da produção nacional, onde evidenciou-se o cultivo das lavouras temporárias. Tabela 2 – Valor da Produção nas Mesorregiões do Brasil, 2004 (em milhões de reais) Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil Fonte: IBGE (2014). Lavoura Permanente 1.147.568 4.260.389 12.656.619 2.758.648 419.857 21.243.083 Lavoura Temporária 2.955.185 11.090.543 18.764.522 31.685.858 25.486.547 89.982.658 Total 4.102.753 15.350.932 31.421.141 34.444.506 25.906.404 111.225.741 Percentual 3,7 13,8 28,2 31,0 23,3 100 A Tabela 3 apresenta o valor da produção agrícola nos estados da região Sul. Observa-se que o Paraná corresponde a 45% da produção desta região, tendo como enfoque a produção de lavouras temporária. De acordo com o Ipardes (2014), o Paraná é o maior produtor nacional de grãos, com uma pauta de produtos diversificados. Para o Ipardes, a utilização de uma tecnologia avançada no setor agrícola possibilita ao estado se destacar em termos de produtividade. A soja, o milho, o trigo, o feijão e a cana-de-açúcar sobressaem na estrutura produtiva da agricultura local, observando-se, em paralelo, forte avanço de outras atividades como a produção de frutas. Tabela 3 - Valor da Produção dos estados da região Sul do Brasil, 2004 (em milhões de reais) Regiões Paraná Rio Grande do Sul Santa Catarina Sul Fonte: IBGE (2014). Lavoura Permanente 816.987 1.425.263 516.399 2.758.648 Lavoura Temporária 14.824.193 12.838.256 4.023.414 31.685.858 Total 15.641.180 14.263.519 4.539.813 34.444.506 Percentual 45,41 41,41 13,18 100 Em relação aos principais produtos agrícolas produzidos no Paraná, no ano de 2004, a Tabela 4 exibe a quantidade produzida de milho, soja, cana-de-açúcar, feijão e trigo e, pode-se constatar que no ano em analise o Paraná apresentou significativa importância na produção de milho e trigo, tornando-se o maior produtor nacional destes produtos. Tabela 4- Quantidade produzida dos principais produtos agrícolas no Paraná em 2004 Produtos Milho Soja Cana-de-açúcar Feijão Trigo Fonte: IBGE, (2014). Paraná (Toneladas) Brasil (Toneladas) 10.934.582 10.219.005 32.642.730 666.089 3.051.013 41.787.558 49.549.941 415.205.835 2.967.007 5.818.846 Participação Paraná/Brasil % 26 21 8 22 52 Mesmo demonstrando a importância da atividade agrícola do Estado do Paraná, a partir dos valores e respectivas participações no PIB (regional ou nacional), é necessário observar essa relação de outra forma. Ou seja, para tanto este artigo aplicará a análise de insumo-produto para demonstrar os impactos da agricultura do estado do Paraná, no tocante aos multiplicadores, assim com, sua influência na economia da região Sul e no restante do Brasil. Para tanto, na próxima seção será apresentada a metodologia de estimação de matrizes de insumo-produto inter-regionais e os respectivos indicadores econômicos. 3. Metodologia Segundo Rocha (1997), a matriz insumo-produto tem por objetivo analisar os fluxos de bens e serviços na economia bem como os aspectos básicos do processo de produção – estrutura de produção e de insumos das atividades, assim como geração primária da renda. O elemento básico da análise do processo de produção é o estabelecimento, classificado em função de sua produção principal. A análise de insumo-produto é frequentemente utilizada para se estudar as interdependências ou interações entre setores da economia de uma região ou país. O grau de interdependência pode ser avaliado por meio de medidas conhecidas como coeficientes de requerimento intersetorial. Esses coeficientes permitem avaliar, por exemplo, os impactos que mudanças na demanda final que um setor exerce sobre os demais setores da economia (MILLER E BLAIR, 2009). Existem várias extensões da análise de insumo-produto, dentre as quais, de particular relevância para este trabalho, o estudo das interações setoriais entre diversas regiões. Por exemplo, podem ser avaliados os impactos de mudanças na demanda final de um setor sobre todos os setores da mesma região e das demais regiões consideradas. 3.1 Matriz de Insumo-Produto inter-regional O modelo inter-regional de insumo-produto, também chamado de “modelo Isard”, devido à aplicação de Isard (1951), requer uma grande massa de dados, reais ou estimados, principalmente quanto às informações sobre fluxos intersetoriais e interregionais. O Quadro 1 apresenta de uma forma esquemática as relações dentro de um sistema de insumo-produto inter-regional. Complementando o sistema regional, no sistema inter-regional, há uma troca de relações entre as regiões, exportações e importações, que são expressas através do fluxo de bens que se destinam tanto ao consumo intermediário como à demanda final. Quadro 1 - Relações de Insumo-Produto num sistema inter-regional Setores - Região L Setores - Região M L M Produção SetoresRegião Insumos Intermediários Insumos Intermediários DF DF Total L LL LM LM L SetoresRegião Insumos Intermediários Insumos Intermediários ML M LL MM Importação Resto Importação Resto Mundo (M) Mundo (M) Impostos Ind. Liq. (IIL) Impostos Ind. Liq. (IIL) Valor Adicionado Valor Adicionado Produção DF DF Total ML MM M M M M IIL IIL IIL Produção Total Região Produção Total Região L M Fonte: Adaptado de Moretto, (2000). De forma sintética, pode-se apresentar o modelo, a partir do exemplo hipotético dos fluxos inter-setoriais e inter-regionais de bens para as regiões L e M, com 2 setores, como se segue: ZijLL - fluxo monetário do setor i para o setor j da região L, Z ijML - fluxo monetário do setor i da região M, para o setor j da região L. Pode-se montar a matriz: Z LL Z LM Z ML Z MM Z= (1.1) onde, Z LL e Z MM , representam matrizes dos fluxos monetários intra-regionais, e Z LM e Z ML , representam matrizes dos fluxos monetários inter-regionais Considerando a equação de Leontief, (1951) e (1986) X i = z i1 + z i 2 + ... + z ii + ... + z in + Yi (1.2) onde, X i indica o total da produção do setor i, z in o fluxo monetário do setor i para o setor n, e Yi é demanda final por produtos do setor i. É possível aplicá-la conforme, X 1L = z 11LL + z 12LL + z 11LM + z 12LM + Y 1 L onde X1L (1.3) é o total do bem 1 produzido na região L. Considerando os coeficientes de insumo regional para L e M, tem-se: Os coeficientes intra-regionais: LL ij a = z ijLL L j X ⇒ zijLL = aijLL . X Lj (1.4) onde, pode-se definir os a ijLL como coeficientes técnicos de produção, e que representam quanto, o setor j da região L, compra do setor i da região L a MM ij = z ijMM X M j ⇒ z ijMM = aijMM . X Mj onde, pode-se definir os (1.5) a ijMM como coeficientes técnicos de produção, que representam a quantidade que o setor j da região M compra do setor i da região M. E, por último, os coeficientes inter-regionais: a ML ij = z ijML X jL ⇒ z ijML = aijML . . X jL (1.6) Podendo-se definir os a ijML. como coeficientes técnicos de produção que representam quanto o setor j da região L compra do setor i da região M e a LM ij = zijLM X jM LM onde os aij ⇒ zijLM = aijLM..X Lj (1.7) correspondem aos coeficientes técnicos de produção que representam a quantidade que o setor j da região M compra do setor i da região L. Estes coeficientes podem ser substituídos em (1.3), obtendo: X1L = a11LL X1L + a12LL X2L + a11LM X1M + a12LM X2M + Y1L (1.8) As produções para os demais setores são obtidas de forma similar. Isolando, Y1L e colocando em evidência, X 1L , tem-se: (1− a11LL )X 1L − a12LL X 2L − a11LM X M − a LM X M = Y L 1 12 2 1 (1.9) As demais demandas finais podem ser obtidas similarmente. Portanto, de acordo com ( ) A LL = Z LL X$ L −1 , constrói-se a matriz A LL , para os 2 setores, LL onde A representa a matriz de coeficientes técnicos inter-regionais de produção. LM MM ML Saliente-se que esta mesma formulação valeria para A , A , A . Define-se agora as seguintes matrizes: A LL M A LM A= L L L A ML M A MM (1.10) XL X =L X M (1.11) Y L Y = L Y M (1.12) O sistema inter-regional completo de insumo-produto é representado por: ( I − A) X = Y , (1.13) e as matrizes podem ser dispostas da seguinte forma: I M 0 A LL M A LM X L K K L = L L L − K ML 0 M I A M A MM X M Y L L Y M (1.14) Efetuando estas operações, obtém-se os modelos básicos necessários à análise interregional proposta por Isard, isto é: ( I − A LL ) X L − ALM X M = Y M − AML X L + ( I − AMM ) X M = Y M (1.15) Resultando no sistema de Leontief inter-regional da forma: X = ( I − A) Y −1 (1.16) O modelo acima é apenas uma descrição teórica do modelo inter-regional. Para a construção do sistema aqui proposto, será necessária a utilização de várias técnicas de construção de um sistema inter-regional a partir de um conjunto limitado de informações, visto que não existe disponível a totalidade dos dados necessários para a construção do sistema acima elaborado. 3.2 Multiplicadores A partir dos coeficientes diretos e da matriz inversa de Leontief, é possível estimar, para cada setor da economia, o quanto é gerado direta e indiretamente de emprego, importações, impostos, salários, valor adicionado, etc. para cada unidade monetária produzida para a demanda final. Ou seja: n GVj = ∑bij vi i =1 (2.1) Onde: GVj é o impacto total, direto e indireto, sobre a variável em questão; bij é o ij-ésimo elemento da matriz inversa de Leontief e vi é o coeficiente direto da variável em questão. A divisão dos geradores pelo respectivo coeficiente direto gera os multiplicadores, que indicam quanto é gerado, direta e indiretamente, de emprego, importações, impostos, ou qualquer outra variável para cada unidade diretamente gerada desses itens. Por exemplo, o multiplicador de empregos indica a quantidade de empregos criados, direta e indiretamente, para cada emprego direto criado. O multiplicador do i-ésimo setor seria dado então por: (2.2) Onde MVi representaria o multiplicador da variável em questão e as outras variáveis são definidas conforme feito anteriormente. Por sua vez, o multiplicador de produção que indica o quanto se produz para cada unidade monetária gasta no consumo final é definido como: n MPj = ∑bij i =1 Onde MPj (2.3) é o multiplicador de produção do j-ésimo setor e as outras variáveis são definidas segundo o expresso anteriormente. Destaca-se que, quando o efeito de multiplicação se restringe somente à demanda de insumos intermediários, estes multiplicadores são chamados de multiplicadores do tipo I. Porém, quando a demanda das famílias é endogenizada no sistema, levando-se em consideração o efeito induzido, estes multiplicadores recebem a denominação de multiplicadores do tipo II. Por fim, os multiplicadores incorporam os efeitos diretos e indiretos para medir os impactos na economia causados por um choque de demanda. Não é como o índice de ligação, uma fotografia. Constitui-se num instrumento de estimação dos efeitos causados por uma mudança das variáveis. 3.3 Os índices de Rasmussen/Hirschman A partir do modelo básico de Leontief, definido acima, e seguindo-se Rasmussen (1956) e Hirschman (1958), consegue-se determinar quais seriam os setores com o maior poder de encadeamento dentro da economia, ou seja, pode-se calcular tanto os índices de ligações para trás, que forneceriam quanto tal setor demandaria dos outros, quanto os de ligações para frente, que nos dariam a quantidade de produtos demandada de outros setores da economia pelo setor em questão. Deste modo, definindo-se b i j como sendo um elemento da matriz inversa de Leontief B, B* como sendo a média de todos os elementos de B; e como sendo respectivamente a soma de uma coluna e de uma linha típica de B* j , B i* B, tem-se, então, que os índices seriam os seguintes: Índices de ligações para trás (poder da dispersão): . U j = B* j / n / B* (3.1) Índices de ligações para frente (sensibilidade da dispersão): . U i = B i* / n B * (3.2) Valores maiores que 1 para os índices acima relacionam-se a setores acima da média, e, portanto, setores chave para o crescimento da economia. Uma das críticas sobre estes índices é a de que eles não levam em consideração os diferentes níveis de produção em cada setor da economia, o que é considerado quando se trabalha com o Índice Puro de Ligações Interindustriais. 3.4 Base de Dados A matriz inter-regional Sul-restante do Brasil utilizada neste estudo, está dividida em 55 setores e foi estimada com base na metodologia descrita em Guilhoto e Sesso Filho (2005b), a partir da matriz insumo-produto do Brasil estimado para o ano de 2004 por Guilhoto e Sesso Filho (2005a). Os dados para a estimativa das matrizes foram das contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2001). 4 Análise de Resultados Utilizando-se os dados de emprego divulgado nas contas nacionais do Brasil, estimaram-se os multiplicadores de empregos diretos, indiretos e induzidos para o aumento de R$ 1 milhão na demanda final. De acordo com a Tabela 5, verificou-se que a agricultura do Paraná gerou 127 empregos no ano de 2004, sendo que 69 encontram-se na agricultura do Paraná e 5 em outros setores da economia paranaense. Com relação ao estado de Santa Catarina, a agricultura do Paraná gera 1 emprego na agricultura de Santa Catarina e 3 nos outros setores. No Rio Grande do Sul a agricultura do Paraná gera 1 emprego na agricultura do Rio Grande do Sul e 4 empregos nos demais setores. Tabela 5 – Gerador de emprego da agricultura nos outros setores da economia do Paraná e os efeitos inter-regionais para o aumento de um milhão de reais na demanda final no ano de 2004. Setores Agricultura, silvicultura, exploração florestal Outros Setores Total Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Resto do Brasil Total 69 1 1 9 80 5 2 4 36 47 74 3 5 45 127 Fonte: Estimado pelos autores. Na forma de transbordamento, no restante do Brasil, a agricultura do Paraná, gera 9 empregos no setor da agricultura e 36 empregos nos demais setores da economia. Com isso, pode-se constatar que a agricultura do Paraná gera mais empregos na agricultura da região Sul do que no Restante do Brasil. Já, com relação aos outros setores da economia, verificou-se que a agricultura do Paraná gera mais empregos no Restante do Brasil do que na região Sul. Já, no que se refere ao multiplicador de produção, este permite ver o grau de interdependência entre os setores. A produção oscila de acordo com a estrutura analisada, a necessidade de novos mercados, a logística, os custos de produção e uma combinação de fatores que influenciam direta e indiretamente, a diversidade produtiva que se expande para demais regiões. Um estudo complementar ao multiplicador de produção é o efeito transbordamento (%) da produção, mostra o quanto da produção fica dentro do município que a produz e o quanto é transbordado para fora. A Tabela 6 mostra os efeitos inter-regionais do multiplicador de produção do Paraná em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Restante do Brasil. Com enfoque no setor Agricultura, silvicultura e exploração florestal, o aumento da demanda final de um real causaria um aumento da produção nos setores da economia do Paraná de R$ 1,37, em Santa Catarina R$ 0,02, no Rio Grande do Sul R$ 0,04 e R$ 0,28 no Restante do Brasil. Entre todos os setores analisados nesta matriz inter-regional de 55 setores, o setor (1) encontra-se em 43º no ranking da economia do Paraná. Na Tabela 6 também é possível observar o efeito transbordamento do multiplicador de produção nas demais regiões, o setor o qual é objeto de estudo apresentou um efeito transbordamento de 20%, onde conclui-se que 80% do que é produzido no setor fica no estado do Paraná. No que tange aos resultados obtidos, os setores com maiores valores de multiplicador de produção para o estado do Paraná são: (3) Petróleo e gás natural, (6) Alimentos e Bebidas, (7) Produtos do fumo, (10) Artefatos de couro e calçados, (18) Produtos farmacêuticos, (20) Perfumaria, higiene e limpeza, (21) Tintas, vernizes, esmaltes e lacas, (23) Artigos de borracha e plástico, (33) Material eletrônico e equipamentos de comunicações, (38) Outros equipamentos de transporte. Em Santa Catarina, os setores que apresentaram os maiores multiplicadores de produção foram: (6) Alimentos e Bebidas, (9) Artigos do vestuário e acessórios, (11) Produtos de madeira - exclusive móveis, (12) Celulose e produtos de papel, (29) Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos, (30) Eletrodomésticos, (35) Automóveis, camionetas e utilitários, (36) Caminhões e ônibus, (39) Móveis e produtos das indústrias diversas. Por fim, no Rio Grande do Sul os setores que apresentaram os maiores multiplicadores de produção foram: (6) Alimentos e Bebidas, (10) Artefatos de couro e calçados, (17) Fabricação de resina e elastômeros, (19) Defensivos agrícolas, (20) Perfumaria, higiene e limpeza, (22) Produtos e preparados químicos diversos, (23) Artigos de borracha e plástico, (30) Eletrodomésticos, (35) Automóveis, camionetas e utilitários e (36) Caminhões e ônibus. Em relação ao Restante do Brasil, os setores que apresentaram os maiores multiplicadores de produção foram: (6) Alimentos e Bebidas, (9) Artigos do vestuário e acessórios, (14) Refino de petróleo e coque, (16) Produtos químicos, (19) Defensivos agrícolas, (28) Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos, (29) Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos, (30) Eletrodomésticos, (35) Automóveis, camionetas e utilitários e (36) Caminhões e ônibus. A partir da Tabela 6 é possível observar as porcentagem dos setores. Em destaca, (35) Automóveis, camionetas e utilitários (46,9%), (36) Caminhões e ônibus (40,8%), (30) Eletrodomésticos (40,5%) e (9) Artigos do vestuário e acessórios (38,3%), é possível verificar os maiores efeitos transbordamento da produção. Ainda em relação a Tabela 6, observa-se, contudo, que dentre os dez setores com maior valor de multiplicador de produção, o setor (6) Alimentos e Bebidas, obteve maiores multiplicadores nos estados da região Sul e no Restante do Brasil. Tabela 6 - Multiplicador de Produção dos setores da economia do Estado do Paraná e seus efeitos inter-regionais no ano de 2004 SETORES 1 Agricultura, silvicultura, exploração florestal 2 Pecuária e pesca 3 Petróleo e gás natural RB Tota R l PR SC RS 1,3 7 1,6 8 1,7 0,0 2 0,0 4 0,0 0,0 0,28 1,70 4 0,0 0,36 2,12 4 0,0 0,14 1,94 Ran k 43 19 33 % 20, 0 20, 8 8,2 4 Minério de ferro 5 Outros da indústria extrativa 6 Alimentos e Bebidas 7 Produtos do fumo 8 Têxteis 9 Artigos do vestuário e acessórios 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 9 3 0 3 1 3 2 3 3 3 4 Artefatos de couro e calçados Produtos de madeira - exclusive móveis Celulose e produtos de papel Jornais, revistas, discos Refino de petróleo e coque Álcool Produtos químicos Fabricação de resina e elastômeros Produtos farmacêuticos Defensivos agrícolas Perfumaria, higiene e limpeza Tintas, vernizes, esmaltes e lacas Produtos e preparados químicos diversos Artigos de borracha e plástico Cimento Outros produtos de minerais não-metálicos Fabricação de aço e derivados Metalurgia de metais não-ferrosos Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos Eletrodomésticos Máquinas para informática escritório e equipamentos de Máquinas, aparelhos e materiais elétricos Material eletrônico e equipamentos de comunicações Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico 7 1,5 5 1,5 6 1,7 2 2,0 2 1,6 5 1,2 3 1,9 4 1,4 9 1,4 9 1,5 8 1,6 2 1,4 8 1,5 2 1,6 8 1,7 4 1,6 5 1,6 9 1,7 9 1,5 8 1,6 9 1,3 9 1,6 1 1,6 7 1,6 4 1,2 8 1,4 5 1,2 8 1,6 8 1,5 8 2,0 5 1,3 6 1 0,0 1 0,0 2 0,0 5 0,0 2 0,0 3 0,1 2 0,0 3 0,0 5 0,0 5 0,0 2 0,0 2 0,0 2 0,0 3 0,0 1 0,0 1 0,0 3 0,0 2 0,0 2 0,0 2 0,0 1 0,0 4 0,0 2 0,0 1 0,0 2 0,0 4 0,0 5 0,0 6 0,0 2 0,0 3 0,0 1 0,0 3 1 0,0 1 0,0 1 0,0 7 0,0 3 0,0 5 0,0 4 0,0 7 0,0 6 0,0 6 0,0 5 0,0 2 0,0 2 0,0 6 0,0 7 0,0 2 0,0 9 0,0 7 0,0 7 0,1 2 0,0 9 0,0 3 0,0 3 0,0 2 0,0 2 0,0 6 0,0 5 0,0 9 0,0 2 0,0 5 0,0 2 0,0 4 0,24 1,81 38 0,19 1,78 39 0,58 2,42 3 0,20 2,26 11 0,34 2,07 21 0,61 2,01 29 0,32 2,36 4 0,43 2,02 27 0,46 2,06 23 0,26 1,90 35 0,66 2,32 5 0,44 1,97 32 0,66 2,27 9 0,47 2,25 12 0,15 1,92 34 0,53 2,30 8 0,35 2,12 20 0,43 2,31 7 0,53 2,24 13 0,44 2,24 15 0,39 1,86 36 0,32 1,99 30 0,36 2,05 24 0,34 2,02 26 0,61 1,99 31 0,58 2,13 18 0,72 2,15 17 0,44 2,17 16 0,41 2,06 22 0,23 2,31 6 0,33 1,76 42 14, 4 12, 4 28, 9 11, 1 20, 3 38, 3 17, 8 26, 7 27, 7 17, 4 30, 2 24, 4 33, 0 24, 4 9,4 28, 3 20, 8 22, 5 29, 9 24, 1 24, 7 18, 6 19, 0 18, 8 35, 7 31, 9 40, 5 22, 1 23, 8 11, 3 22, 7 3 Automóveis, camionetas e utilitários 5 3 Caminhões e ônibus 6 3 Peças e acessórios para veículos automotores 7 3 Outros equipamentos de transporte 8 3 Móveis e produtos das indústrias diversas 9 4 Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana 0 4 Construção 1 4 Comércio 2 4 Transporte, armazenagem e correio 3 4 Serviços de informação 4 4 Intermediação financeira e seguros 5 4 Serviços imobiliários e aluguel 6 4 Serviços de manutenção e reparação 7 4 Serviços de alojamento e alimentação 8 4 Serviços prestados às empresas 9 5 Educação mercantil 0 5 Saúde mercantil 1 5 Outros serviços 2 5 Educação pública 3 5 Saúde pública 4 5 Administração pública e seguridade social 5 Fonte: Elaborado pelos autores. 1,3 5 1,4 7 1,5 7 1,9 7 1,3 7 1,3 4 1,4 9 1,2 6 1,5 3 1,5 8 1,5 1 1,0 7 1,2 4 1,5 1 1,4 0 1,4 5 1,5 3 1,3 6 1,2 9 1,4 5 1,4 8 0,1 2 0,1 1 0,0 5 0,0 1 0,0 5 0,0 1 0,0 2 0,0 1 0,0 2 0,0 1 0,0 1 0,0 0 0,0 2 0,0 4 0,0 1 0,0 2 0,0 2 0,0 2 0,0 0 0,0 1 0,0 1 0,1 3 0,1 0 0,0 6 0,0 2 0,0 7 0,0 1 0,0 3 0,0 1 0,0 2 0,0 1 0,0 1 0,0 0 0,0 1 0,0 5 0,0 1 0,0 1 0,0 3 0,0 1 0,0 1 0,0 1 0,0 1 0,94 2,54 1 0,81 2,50 2 0,58 2,27 10 0,25 2,24 14 0,53 2,02 25 0,10 1,46 51 0,23 1,77 41 0,11 1,39 53 0,25 1,82 37 0,08 1,69 44 0,11 1,63 45 0,03 1,11 55 0,14 1,41 52 0,41 2,01 28 0,12 1,55 49 0,15 1,63 46 0,20 1,78 40 0,15 1,54 50 0,05 1,35 54 0,16 1,63 47 0,07 1,56 48 46, 9 40, 8 30, 4 12, 5 32, 2 8,2 15, 8 9,4 15, 9 5,9 8,0 2,7 12, 1 24, 9 9,0 11, 0 14, 0 11, 7 4,4 11, 0 5,8 Por fim, os resultados dos índices de ligações de Rasmussen-Hirschman para frente e para trás dos 55 setores produtivos da economia do sistema inter-regional para o ano de 2004 são apresentados na Tabela 7. Ao se considerar setores-chave na economia aqueles que apresentam tanto índices de ligações para trás quanto para frente maior do que um (MCGILVRAY, 1977), pode-se observar que o setor (1) Agricultura, silvicultura, exploração florestal, não foi considerado um setor-chave no estado do Paraná. Já os setores, (6) Alimentos e Bebidas, (12) Celulose e produtos de papel, (14) Refino de petróleo e coque, (16) Produtos químicos, foram considerados chave na economia do Paraná. Na hipótese de relaxamento deste critério e seguindo Rasmussen (1956) e Hirschman (1958), para os quais setores-chave são aqueles que apresentam índices de ligações para frente ou para trás maiores do que um, tem-se um número maior de setores-chave em todas as regiões do sistema inter-regional. Analisando os índices do Paraná, observa-se que com relação aos índices de ligação para frente, 11 setores apresentaram índices superiores a 1. Estes setores são: (1) Agricultura, silvicultura, exploração florestal, (6) Alimentos e Bebidas, (12) Celulose e produtos de papel, (14) Refino de petróleo e coque, (16) Produtos químicos, (40) Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, (42) Comércio, (43) Transporte, armazenagem e correio, (44) Serviços de informação, (45) Intermediação financeira e seguros e (49) Serviços prestados às empresas. Este resultado demonstra que estes setores possuem um grande poder de alavancagem para o desenvolvimento econômico. Com relação aos índices de ligação para trás, o Paraná obteve 32 setores com índices superiores a 1. Os 10 setores que apresentaram maiores índices foram: (35) Automóveis, camionetas e utilitários, (36) Caminhões e ônibus, (6) Alimentos e Bebidas, (10) Artefatos de couro e calçados, (21) Tintas, vernizes, esmaltes e lacas, (14) Refino de petróleo e coque, (19) Defensivos agrícolas, (37) Peças e acessórios para veículos automotores, (16) Produtos químicos, (17) Fabricação de resina e elastômeros. Estes setores são considerados como dependentes do restante da economia. Tabela 7. Índices de Ligações Rasmussen-Hirschman, para o sistema inter-regional Sul Restante do Brasil, 2004. SETORES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Agricultura, silvicultura, exploração florestal Pecuária e pesca Petróleo e gás natural Minério de ferro Outros da indústria extrativa Alimentos e Bebidas Produtos do fumo Têxteis Artigos do vestuário e acessórios Artefatos de couro e calçados Produtos de madeira - exclusive móveis Celulose e produtos de papel Jornais, revistas, discos Refino de petróleo e coque Álcool Produtos químicos Fabricação de resina e elastômeros Produtos farmacêuticos Defensivos agrícolas Perfumaria, higiene e limpeza Tintas, vernizes, esmaltes e lacas Produtos e preparados químicos diversos Artigos de borracha e plástico Cimento Outros produtos de minerais não-metálicos Fabricação de aço e derivados Metalurgia de metais não-ferrosos TRÁS 0,87 1,08 0,99 0,92 0,91 1,23 1,15 1,05 1,02 1,20 1,03 1,05 0,97 1,18 1,00 1,15 1,14 0,98 1,17 1,08 1,18 1,14 1,14 0,95 1,01 1,05 1,03 PARANÁ RANK FRENTE 43 1,58 19 0,75 33 0,85 38 0,51 39 0,55 1,31 3 9 0,52 21 0,81 29 0,53 4 0,62 25 0,92 1,11 22 35 0,75 1,70 5 32 0,65 1,70 10 12 0,72 34 0,54 8 0,74 20 0,55 6 0,53 13 0,69 14 0,70 36 0,62 30 0,68 23 0,80 26 0,58 RANK 7 20 15 53 40 10 52 16 48 32 13 11 21 4 31 5 24 44 22 41 49 27 26 33 28 17 39 28 Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos 29 Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção e reparos 30 Eletrodomésticos 31 Máquinas para escritório e equipamentos de informática 32 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 33 Material eletrônico e equipamentos de comunicações 34 Aparelhos/instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico 35 Automóveis, camionetas e utilitários 36 Caminhões e ônibus 37 Peças e acessórios para veículos automotores 38 Outros equipamentos de transporte 39 Móveis e produtos das indústrias diversas 40 Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana 41 Construção 42 Comércio 43 Transporte, armazenagem e correio 44 Serviços de informação 45 Intermediação financeira e seguros 46 Serviços imobiliários e aluguel 47 Serviços de manutenção e reparação 48 Serviços de alojamento e alimentação 49 Serviços prestados às empresas 50 Educação mercantil 51 Saúde mercantil 52 Outros serviços 53 Educação pública 54 Saúde pública 55 Administração pública e seguridade social Fonte: Elaborado pelos autores. 1,01 1,09 1,10 1,10 1,05 1,18 0,89 1,29 1,27 1,15 1,14 1,03 0,74 0,90 0,71 0,93 0,86 0,83 0,56 0,72 1,03 0,79 0,83 0,90 0,78 0,69 0,83 0,79 31 18 16 17 24 7 42 1 2 11 15 27 51 40 53 37 44 45 55 52 28 48 46 41 50 54 47 49 0,98 0,76 0,53 0,54 0,72 0,76 0,55 0,54 0,55 0,92 0,62 0,61 1,75 0,68 2,23 1,90 1,38 1,45 0,73 0,62 0,62 1,66 0,54 0,53 0,66 0,51 0,51 0,61 12 18 50 45 25 19 42 46 43 14 34 37 3 29 1 2 9 8 23 35 36 6 47 51 30 54 55 38 Com isso pode-se concluir, a partir dos índices de Ligação Rasmussen-Hirschman, tendo apenas como foco o setor 1 (Agricultura, silvicultura, exploração florestal), no estado do Paraná, se calculado apenas no índice de ligação para frente, este setor é considerado como um setor base da economia. 5. Conclusões A partir do estudo do sistema inter-regional Sul-Restante do Brasil para o ano de 2004, estruturado em 55 setores, pôde-se identificar os impactos que a agricultura do Paraná gerou nos estados da região Sul e no restante do Brasil por meio dos resultados empíricos obtidos através dos multiplicadores de produção e emprego e pelos índices de ligações de Rasmussen-Hirschman. Contudo este trabalho contribui com a literatura no sentido de explicitar o impacto do setor (1) Agricultura, silvicultura, exploração florestal da economia paranaense na região Sul e restante do Brasil. Analisando o multiplicador de emprego observou-se que a agricultura paranaense gera mais empregos na agricultura da região do Sul do que no Restante do Brasil. Já com relação ao multiplicador de produção o mesmo um valor total de 1,70 ficando em 43º lugar no ranking. Conforme a análise desta matriz inter-regional verificou-se no estado do Paraná que o setor (1) Agricultura, silvicultura, exploração florestal não foi considerado como um setor que possui índices de ligações para traz maiores que 1. O setor se destacou como um setor chave apenas se calculado para frente. Este resultado mostra que este setor possui alta capacidade como ofertante de insumos para os demais setores da economia o que possibilita um grande poder de alavancagem da economia. Com isso, é possível concluir que o estado do Paraná e os demais estados da região Sul merecem atenção especial, no sentido de serem atendidas com políticas voltadas à melhoria de sua base produtiva, para o alcance do seu desenvolvimento. Referencias FACHINELLO, A; KROTH, D.C. Interdependência e setores-chave na economia de Santa Catarina: uma análise de insumo-produto. Revista de Economia, v.38, n.3, set./dez.2012. GULHOTO, J. M. Análise de insumo-produto: teoria e fundamentos. 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