Juventude brasileira. Um estudo preliminar
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POLÍTICAS DE JUVENTUD EN AMÉRICA LATINA:
EVALUACIÓN Y DISEÑO
JUVENTUDE BRASILEIRA
Um Estudo Preliminar
Flavio Rezende
TABLA DE CONTENIDOS
PARTE I
I.
JUVENTUDE - EXPANSÃO, CRISE OU DESAFIOS
PARTE II
II.
JUVENTUDE E EDUCAÇÃO
III.
SAÚDE E JUVENTUDE
IV.
JUVENTUDE E EMPREGO
V.
CULTURA, ESPORTE E JUVENTUDE
VI
ESPORTE
PARTE III
VII.
JUVENTUDE E DEMOCRACIA
PARTE IV
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Juventude brasileira. Um estudo preliminar
VIII. JUVENTUDE URBANA - MARGINALIZADOS E EM TRANFORMAÇÃO
IX.
JUVENTUDE UNIVERSITÁRIA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Juventude - expansão, crise ou desafios
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POLÍTICAS DE
JUVENTUD EN
AMÉRICA LATINA:
1. JUVENTUDE - EXPANSÃO, CRISE OU DESAFIOS
EVALUACIÓN Y
DISEÑO
1.1. Os direitos sociais: da cidadania
JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
PARTE I
As desigualdades entre os homens sempre estiveram presentes, em
todos os tempos da História da Humanidade. Pode-se dividir em três
grandes fases a evolução no mundo ocidental, para a conquista da
cidadania. A primeira, decorrência das Revoluções Americana (1776)
e Francesa (1789) é a conquista dos Direitos Civis (igualdade formal
perante a Lei). A segunda, no sec. XIX, é a da conquista dos direitos
políticos e a terceira, no começo do sec. XX é a conquista dos direitos
sociais. O reconhecimento, por parte do Estado, de seus deveres e
obrigações para com o bem-estar dos cidadãos. Esta introdução tem
como objetivo situar o que significa cidadania, que sem as dimensões
apresentadas não estaria completa. A cidadania está ligada ao
cotidiano das pessoas enquanto vínculo, enquanto elo de ligação entre
o indivíduo e o Estado. É por isto que o Estado tem compromissos e
responsabilidades com o dia-a-dia das coletividades em relação a
aspectos como educação, saúde, moradia, transporte etc. São as
chamadas políticas sociais básicas, trabalho, educação, saúde,
habitação, abastecimento, transporte, esporte, meio ambiente. As
outras concretizam através dos programas e ações de assistência
social. Os destinatários da ação assistencial do Estado são as pessoas
ou grupos que estão na condição de subcidadãos ou cidadãos de
segunda classe estando mais expostos à morte, à doença e à
degradação pessoal e social. É o universo das chamadas situações de
risco.
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
O Conceito de
Juventude e quadro
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Juventude - expansão, crise ou desafios
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
Parte IV
VIII. Juventude
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
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Juventude - expansão, crise ou desafios
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
urbana marginalizados e
em traformação
IX. Juventude
universitária
Bibliografía
consultada
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POLÍTICAS DE
JUVENTUD EN
AMÉRICA LATINA:
EVALUACIÓN Y
DISEÑO
JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
O Conceito de
Juventude e quadro
PARTE II
2. JUVENTUDE E EDUCAÇÃO
Apesar de serem relativamente altas as taxas de escolarização no país
— de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) de 1985, cerca de 88% dos jovens e 93% das jovens, na faixa
de 15 aos 19 anos, eram alfabetizados —, a situação educacional dos
jovens brasileiros ainda é bastante precária. Alta incidência de
repetência e de evasão e a grande defasagem entre a situação escolar
nas áreas urbanas e rurais mostram que, no Brasil, a possibilidade de
que a educação seja um instrumento para atingir níveis mais elevados
de desenvolvimento econômico e bem-estar social, está seriamente
comprometida. A escola não está garantindo a todos um mínimo de
instrumentação que torne as chances sociais menos desiguais. É bom
lembrar que o índice de analfabetismo, entre crianças e adolescentes
de 10 a 17 anos, é de 28,6 %, quase 10% somente de adolescentes
(Crianças & Adolescentes, Volumes I, II e III, Indicadores Sociais,
Unicef e IBGE, 1989).
A proporção de repetentes mantêm-se em torno dos 20% em todo o
País, enquanto a evasão gira em torno de 15%. Isto significa que se
pode estimar em pelo menos 10 milhões o total de crianças brasileiras
que estão todos os anos virtualmente fora da escola. Esta massa fora
da escola forma um contingente próximo a 1/3 da população da
Argentina, quase igual à do Chile e superior à população de Portugal.
O percentual de alunos do ensino fundamental que completa a oitava
série no país (15%) é inferior ao registrados no Haiti, El Salvador,
Peru e Chile. O colapso da educação coloca o Brasil como campeão de
baixa eficiência do ensino na América Latina. (Teixeira, Ib:1994). As
principais causas de repetência e evasão são: falta de condições
sócio-econômicas para permanecer na escola; mudanças freqüentes de
domicílio em função da instabilidade do mercado de trabalho dos pais;
ingresso precoce da criança e do adolescente no mercado de trabalho;
inadequação da escola à sua clientela majoritária e estabelecimento de
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Juventude e educação
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
Parte IV
VIII. Juventude
padrões avaliativos que discriminam e estigmatizam o aluno pobre.
Estudos recentes têm correlacionado a evasão, também, às múltiplas
repetências do aluno, especialmente nas primeiras séries, quando ele e
seus pais desistem de continuar tentando um nível educacional mais
elevado. Uma consequência grave da repetência é a defasagem
série-idade que faz com que o aluno se sinta inadaptado à escola.
A pobreza é o fator que obriga os jovens a ingressar precocemente no
mercado de trabalho, afastando-o da escola. Alguns ainda tentam
conciliar o horário escolar com as atividades profissionais e acabam
sobrecarregados com a grande responsabilidade. A maioria dos jovens
que se encontram nessa situação, trabalha em período integral e
reserva, o horário noturno para os estudos. A Pesquisa Nacional de
Amostra Domiciliar - PNAD de 1982 mostrou que, entre os
adolescentes das áreas urbanas de 15 a 19 anos, 48% dos jovens 38%
das jovens cursavam a escola no período noturno. Nas áreas rurais, a
proporção dos que freqüentavam os cursos noturnos era de cerca de
um terço de todos os matriculados para os jovens e um quinto para as
jovens. São muito poucos os adolescentes de 17 anos que têm
escolaridade adequada: apenas 28% em todo o país têm oito anos ou
mais de estudo. Na área urbana há três vezes mais adolescentes nessa
situação do que na área rural. No Nordeste rural, somente 5% dos
adolescente conseguem ter os oito anos ou mais de escolaridade. De
acordo com a PNAD de 1984, a porcentagem entre os jovens de 15 a
19 anos de idade que haviam completado pelo menos cinco anos de
escolaridade era de 51%. A porcentagem dos que haviam completado
nove ou mais anos de escolaridade é de apenas 13%, prevalecendo as
áreas rurais em pior situação.
Entre os adolescentes, a proporção dos que não tiveram nenhuma
escolaridade é três a quatro vezes maior entre os residentes em áreas
rurais do que entre os residentes em áreas urbanas. Na faixa dos 15
aos 19 anos de idade, 22% dos jovens das áreas rurais não tinham
nenhuma escolaridade, em comparação a 6% de seus pares nas áreas
urbanas. De forma semelhante, para essa faixa etária, a proporção dos
que ainda freqüentam a escola, além da 8ª série era, para os jovens das
áreas rurais, de apenas um quinto daquela registrada para os
adolescentes urbanos. Em 1984, por exemplo, apenas 3% dos homens
e mulheres das zonas rurais haviam tido mais de oito anos de
escolaridade, em comparação a 17% dos residentes de áreas urbanas.
A medida que aumenta a renda familiar, a escolarização também tende
a crescer. Ao longo da década, houve um aumento das taxas de
escolarização em todas as classes de renda, sendo que o crescimento
maior foi nas classes de renda mais baixa (até 1/4 salário mínimo per
capita). Apesar disso, são ainda os jovens desta classe social que
permanecem em maior número fora da escola: 97% das crianças
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Juventude e educação
urbana marginalizados e
em traformação
IX. Juventude
universitária
Bibliografía
consultada
pertencentes as classes de rendimento superior a 2 salários mínimos
per capita estavam freqüentando a escola em 1989, enquanto nas
classes até 1/4 de salários mínimos per capita, a proporção cai para
72,7%. De cada mil alunos urbanos que ingressam na escola cerca de
450 terminam a 8ª série, enquanto que no meio rural apenas 15
conseguem atingir esta meta. Essa grande diferença no desempenho
entre alunos das duas áreas se deve, principalmente, ao fato que as
escolas nas zonas rurais serem multiseriada e com um único professor,
e de não oferecerem formação além da 5ª série.
As diferenças entre a escola pública e escola particular marcam
também as profundas desigualdades sociais em que vivem os
estudantes brasileiros. A escola pública perde em eficiência para a
particular. No conjunto do País, os repetentes representam 24,4% nas
escolas públicas e 9% nas particulares. Para piorar a situação, 22,3%
do professorado da rede pública tem formação inadequada, enquanto
que na rede privada o percentual cai para 16%. No Sudeste 10,1%
deles podem ser considerados leigos. No Nordeste a situação é
gritante, a proporção chega a 38%. (Crianças & Adolescentes,
Volumes I, II e III, Indicadores Sociais, Unicef e IBGE, 1989).
Enquanto a escola particular se preocupa mais com esta questão por
causa da necessidade de enfrentar a concorrência e conquistar sua
clientela, o Estado demonstra claramente a pouca atenção que dá à
educação. Há professores leigos no Nordeste que recebem 4
dólares/mês (junho/95). Um recente relatório do Banco Mundial
aponta que o Brasil gasta em educação uma proporção muito menor de
seu Produto Interno Bruto (PIB) do que outros países da América
Latina com renda semelhante. Além disso, cerca de um quarto de
todos os gastos governamentais com a educação se destina ao ensino
superior, apesar do fato de que apenas 4% de todos os estudantes se
encontrarem nesse nível. (Adolescente de hoje, Pais do Amanhã:
Brasil, 1991, Fundação Emílio Odebrecht)
A Coréia do Sul, visando um crescimento econômico sustentado,
enfatizou, em primeiro lugar, a educação fundamental de oito anos e
em seguida, a escola secundária. Estudo recente do World Bank,
intitulado "The East Asian Miracle", concluiu que este foi o fator
determinante do sucesso do programa educacional em todos os países
do Leste Asiático. Enquanto isso, em 1985, as despesas do Brasil com
o ensino primário, em nível federal, foram de apenas 30,8%; em
contrapartida, o país gastava bem mais no ensino superior: 49,3%. O
saldo dessas deficiências no sistema educacional é o de que muitos
jovens não têm acesso à escola, e de que a educação recebida por
aqueles que a freqüentam é de precária qualidade. (Teixeira, Ib :
1994).
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Juventude e educação
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
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Saúde e juventude
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AMÉRICA LATINA:
EVALUACIÓN Y
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JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
O Conceito de
Juventude e quadro
3. SAÚDE E JUVENTUDE
Não há no Brasil programas especiais de saúde para a faixa etária mais
jovem, como há para bebês e crianças. Não se conhece, também,
dados estatísticos amplos e completos sobre os padrões de
saúde/doença dos adolescentes ou sobre o uso que fazem dos serviços
de saúde no país. Desde 1960 os profissionais de ensino e médicos
vem tentando introduzir a educação sexual nas escolas no sentido de
minorar os problemas advindos do desconhecimento do assunto. A
despreocupação brasileira com esta faixa etária, na área da saúde,
resulta em vários riscos para os mais jovens, entre elas, gravidez
precoce, alta incidência de contaminação por doenças sexualmente
transmissíveis, elevadas taxas de consumo de drogas, um número
crescente de suicídios, homicídios e acidentes. A taxa de fecundidade
entre as jovens vem aumentando. Em 1970, 75 de cada mil mulheres
de 15 a 19 anos davam à luz todos os anos. Já, em 1986, o número
subiu para 81. Nas áreas rurais do Nordeste a taxa se eleva ainda mais
rapidamente. Várias hipóteses têm sido levantadas para explicar
porque as adolescentes estão engravidando mais. Entre elas: as
lacunas do sistema econômico e social em criar qualquer mudança real
nas oportunidades abertas às mulheres jovens; os efeitos da maior
liberdade sexual verificada em todos os segmentos da sociedade, a
partir do final da década de 1960; a ênfase crescente na sexualidade
pelos meios de comunicação de massa e a chegada cada vez mais cedo
à menarca (1ª menstruação) entre as meninas brasileiras.
Estudos realizados mostram que a maternidade precoce traz graves
riscos para a saúde da mãe e da criança e a relaciona com os altos
índices de mortalidade materna. A maioria das meninas que
engravidam tendem a ter baixo nível de escolaridade, e residem em
áreas rurais e pobres. Partindo-se desse princípio, conclui-se que
correm muito mais riscos de morrer por complicações na gravidez, já
que não recorrerem a um atendimento pré-natal. Além dos problemas
de saúde, há também as decorrências sociológicas da gravidez
prematura. As jovens que se casam ou engravidam muito cedo
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Saúde e juventude
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
Parte IV
apresentam uma probabilidade menor de concluírem os estudos, e, mal
preparadas para qualquer emprego, reduzem as chances de melhorar
sua condição econômica . Elas também tendem a criar filhos que
continuarão, eles próprios, a viver em condições de pobreza,
perpetuando o ciclo de pobreza e desigualdade social.
Vale lembrar, ainda, que um grande número de jovens está resolvendo
o problema da gravidez indesejada com abortos ilegais e clandestinos,
que podem leva-las à morte. Oficialmente, a interrupção da gravidez é
ilegal no Brasil em quaisquer circunstâncias que não sejam a salvação
da vida da mãe ou como conseqüência de estupro ou de incesto.
Apesar disso, as estimativas do número de abortos ilegais realizados
todos os anos no Brasil variam de um limite minímo de um milhão e
máximo de seis milhões. Na ausência de dados confiáveis, os
pesquisadores baseiam suas estimativas em estudos de pequena escala
sobre mulheres em situação de risco e em levantamentos realizados
por hospitais, em que são contadas as mulheres atendidas em
conseqüência de abortos mal-feitos ou outras complicações. Dados do
Inamps mostram que, entre os casos decorrentes de aborto atendidos
nos hospitais da rede, 4% das pacientes são jovens de 12 a 17 anos e
32% mulheres de 18 a 24 anos.
A falta de conhecimento sobre as formas de evitar a concepção é
imensa entre os jovens brasileiros. O nível de escolaridade é apontado
nas pesquisas como o que exerce maior influência no grau de
conhecimento, ou não, sobre os metódos anticoncepcionais. Quanto
maior o nível de escolaridade de uma adolescente, maior será a
probabilidade de que faça uso de algum método contraceptivo. Dados
de 1986 mostram que, entre as jovens que têm apenas três ou menos
anos de escolaridade, 37% praticam a anticoncepção, 44% não fazem
nada para evitar a gravidez, e 19% estão grávidas. Ao contrário, entre
as mulheres que têm sete ou mais anos de escolaridade, 57% praticam
a anticoncepção e 23% não o fazem. Entre os adolescentes que
tiveram três ou menos anos de escolaridade, a taxa de fecundidade era
de 176 por mil, enquanto que entre aquelas que tinham continuado a
estudar até o nível médio, e além dele, a taxa era de 49 por mil. O fato
das jovens viverem em zonas urbanas ou rurais pouco influencia no
conhecimento ou não dos métodos contraceptivos. Porém, os níveis de
conhecimento sobre a pílula, a esterilização feminina, o preservativo e
o método do ritmo são um pouco mais elevados no Norte (apenas nas
áreas urbanas), no Rio de Janeiro e em São Paulo e um pouco mais
baixos no Nordeste. As diferenças não são grandes, especialmente no
que se refere à pílula e à esterilização feminina.
De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde Materno-infantil e
Planejamento Familiar - PNSMIPFde 1982, o método predominante
de anticoncepção é a pílula. Com o aumento da difusão do rádio, da
http://webdev.youthspa.cinterfor.org.uy/doc/not/libro60/iii/index.htm (2 of 6) [11/01/2002 12:32:13 PM]
Saúde e juventude
VIII. Juventude
urbana marginalizados e
em traformação
IX. Juventude
universitária
Bibliografía
consultada
televisão e, com melhores níveis de alfabetização dando acesso a
leitura, dos jornais e revistas até mesmo nas áreas mais remotas do
país, não é de surpreender que o conhecimento desses dois métodos de
planejamento familiar seja tão alto entre os adolescentes. Os método
que se seguem são: o coito interrompido na região Sul; tabelinha, no
Nordeste, na região Amazônica e em São Paulo. A única exceção a
esse padrão parece ser o Piauí onde, 69% das adolescentes das áreas
urbanas tomavam a pílula e 25% adotavam os preservativos. A
diferença é particularmente grande em relação aos métodos
masculinos (o preservativo, o coito interrompido e a vasectomia) e ao
DIU. Enquanto que 57% das adolescentes residentes em áreas urbanas
declararam que tinham conhecimento desse último método, apenas
27% das adolescentes das áreas rurais o conheciam. Vale ressaltar
que, além de evitar uma gravidez prematura, o aumento no
conhecimento sobre os métodos anticoncepcionais e no uso dos
preservativos, com o aparecimento da Aids, significou um avanço
importante.
Com freqüência os adolescentes, particularmente as mulheres, são
vítimas de um padrão duplo de moralidade. Enquanto seus pais e a
Igreja lhes dizem para adiar as relações sexuais até que se casem, os
anúncios e grande parte dos meios de comunicação de massa
promovem o sexo como um produto desejável de consumo, que traz
prestígio a todo os que o praticam. Além disso, as pesquisas têm
mostrado que os jovens tendem a ter uma visão exageradamente
romântica e irreal do sexo. Querem se sentir arrebatadas por uma
paixão irresistível, não querem planejar a relação sexual e, para muitos
(de ambos os sexos), se o sexo fôr planejado deixará de ser
espontâneo. Muitos argumentam que se tivessem um método
anticoncepcional em casa, seus pais poderiam descobrir, causando um
confronto familiar.
A PNSMIPF de 1986 constatou que 80% das adolescentes de 15 a 19
anos que são sexualmente ativas e que nunca se casaram, não usaram
nenhum método anticoncepcional por ocasião da primeira relação
sexual e 15% delas adotaram o método do ritmo ou o coito
interrompido (dois métodos que tendem a apresentar elevadas taxas de
falha). Restam apenas 5% que usaram um método eficaz (quase
exclusivamente a pílula). Perguntadas sobre por que não haviam usado
nada, quase dois quintos declararam que não estavam esperando ter
relação sexual na ocasião e, mais de um terço declarou que não
conhecia nenhum método na época; as restantes disseram que ou não
sabiam onde obter um contraceptivo ou não acreditavam que
pudessem engravidar durante a primeira relação sexual ou ainda que
queriam engravidar.
A pesquisa de 1986 revela que, entre as adolescentes que tiveram um
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Saúde e juventude
filho, um terço declarou que não queria ter tido aquela criança. Como
confirmação de que muitas adolescentes se casam por já estarem
grávidas, a pesquisa mostrou que apenas 30% das adolescentes
casadas com um ou mais filhos praticaram a anticoncepção antes do
primeiro parto (36% nas áreas urbanas e apenas 17% nas áreas rurais).
As adolescentes pobres e menos educadas têm maiores chances de se
casarem mais cedo. Além disso, elas percebem que têm menos a
perder com uma maternidade precoce. A gravidez na adolescência
pode ser mais aceita entre os pobres, assim como pode também ser
mais valorizada do ponto de vista psicológico, dada a falta de outras
fontes de enriquecimento individual nessas comunidades. Uma outra
explicação dos grandes diferenciais de taxas de gravidez entre jovens
ricas e pobres pode ser o fato de que as filhas adolescentes de pais
ricos podem pagar por um aborto se engravidarem, enquanto que para
as mais pobres, é mais difícil considerar tal opção.
Obviamente, a maternidade precoce e suas conseqüências são apenas
um entre muitos fatores que contribuem para manter grandes números
de jovens brasileiros em condições de extrema pobreza e em risco de
vida. Existem no Brasil de hoje vários milhões de jovens considerados
de alto risco por causa da pobreza. Este fator leva à fome e à
desnutrição, afetando-lhes a saúde física e mental e prejudicando-lhes
o desenvolvimento físico e intelectual. É também o que marca a falta
de um lar ou de condições habitacionais adequadas, levando as
doenças que podem matar. Nesses lares miseráveis, a vida dos jovens
se desenvolve numa vizinhança caracterizada por poucas
oportunidades de lazer e segurança e muitas oportunidades de perigo,
brutalidade e exposição a violência. (Adolescente de hoje, Pais do
Amanhã: Brasil, 1991, Fundação Emílio Odebrecht).
Um aspecto bastante preocupante detectado pela PNAD de 1986 foi o
aumento de óbitos entre os jovens, no grupo de 15 a 17 anos, causado
por homicídios, suicídios, acidentes e envenenamentos nas principais
cidades brasileiras. A violência é responsável por mais da metade dos
óbitos entre adolescentes. Estas causas externas de mortalidade
mostram uma tendência de crescimento entre 1979 e 1986, o que pode
ser um reflexo de dois fenômenos distintos: redução de óbitos por
outras causas, como por exemplo as doenças infecciosas entre
adolescentes, e um aumento real da violência tanto nas cidades como
nas áreas rurais. Os casos de homicídios e de suicídios chegam a
superar os acidentes de trânsito.(Crianças & Adolescentes, Volumes I,
II e III, Indicadores Sociais, Unicef e IBGE, 1989).
O número crescente de jovens viciados em drogas é alarmante. O
Cebrid (Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas)
realizou dois levantamentos nacionais, nos anos de 1987 e 1989, para
saber como está a relação drogas e adolescentes. Nas 17 cidades
http://webdev.youthspa.cinterfor.org.uy/doc/not/libro60/iii/index.htm (4 of 6) [11/01/2002 12:32:13 PM]
Saúde e juventude
brasileiras pesquisadas, predomina entre os estudantes o uso de drogas
consideradas lícitas, que podem ser obtidas em farmácias e lojas,
como os solventes e os inalantes. A situação dos jovens que vivem nas
ruas é dramática. Dependendo da cidade, o índice daqueles que fazem
uso de algum tipo de tóxico chega a 45%. Esses jovens que vivem a
esmo nas ruas, sem elos sociais e culturais, acabam consumindo
drogas pesadas para "sonhar", numa tentativa de resgatar sua essência
humana, mesmo que às custas da progressiva destruição física.
Acabam também, muitas vezes, entrando para o mundo do crime, que
lhes facilita o acesso aos tóxicos (I Congresso Nacional. A Saúde do
Adolescente, Academia Nacional de Medicina, 1991).
É comprovada a influência das condições de saneamento básico sobre
a saúde. Apesar disso, menos da metade da população infanto-juvenil
brasileira vive em domicílios com sistema de esgoto sanitário
inadequado. Quando se comparam os índices em relação aos meios
urbano e rural, as diferenças são gritantes. No entanto, é necessário
levar em consideração que nas áreas rurais ainda existem recursos
ambientais que minimizam estas dificuldades. A Região Nordeste é a
que tem os mais baixos índices de adequação: apenas 22,6% das
crianças e adolescentes têm seus domicílios ligados à rede geral de
esgoto ou possuem fossa séptica e somente 34% são abastecidos por
água. A simples posse de filtro de água em casa não está ao alcance de
55,8% da população de 0 a 17 anos.
No tocante à coleta de lixo, no Brasil apenas a metade das pessoas de
0 a 17 anos residem em domicílios onde ela é efetuada. Logo, o
restante do lixo é lançado ao solo, nos quintais, ruas, ou mesmo nos
arredores, tornando-se foco de moscas, mosquitos, ratos e outros
parasitas, tornam-se fontes de numerosas doenças. (Crianças &
Adolescentes, Volumes I, II e III, Indicadores Sociais, Unicef e IBGE,
1989). Um relatório do Banco Mundial estima que, desde a década de
1970, o Brasil gasta anualmente de US$ 3 a 4 bilhões em serviços de
saúde e nutrição dos quais 80% a 90% são gastos pelo Inamps
(Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social). Ou
seja, somente 10 a 20% é gasto na prevenção e controle de doenças
sexualmente transmissíveis, na distribuição de medicamentos, na
educação médica e em programas de nutrição. (Adolescente de hoje,
Pais do Amanhã: Brasil, 1991, Fundação Emílio Odebrecht)
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
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Saúde e juventude
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
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POLÍTICAS DE
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DISEÑO
JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
O Conceito de
Juventude e quadro
4. JUVENTUDE E EMPREGO
A composição da economia brasileira mudou sensivelmente, à medida
em que a sociedade deixou de ser basicamente agrária e passou a se
tornar cada vez mais industrializada. Em resposta a essa mudança, a
estrutura da força de trabalho também se alterou, com impacto
profundo na experiência e nas oportunidades de trabalho para os
jovens. O declínio do trabalho na agricultura e o aumento da
freqüência escolar foram os responsáveis pela queda, durante as
décadas de 1960 e 1970, na participação dos jovens homens, de menor
idade, na força de trabalho. Já entre as jovens, o aumento da
freqüência escolar, que lhes melhorou o nível educacional das
mulheres, fez com que elas se tornassem qualificadas para ingressar na
força de trabalho não-manual e no setor de serviços, em expansão,
especialmente nas áreas urbanas. Assim, a participação dos jovens, no
ínicio da década de 1990, no mercado de trabalho alcançou o
quantitativo de 8,2 milhões de homens e 4,8 milhões de mulheres na
faixa etária de 15 a 29 anos.
Também devido a redução do trabalho agrícola e ao aumento do nível
de emprego nos setores da indústria e da prestação de serviços, a
principal tendência tem sido o afastamento do trabalho familiar
não-remunerado em direção ao trabalho remunerado, especialmente
entre as mulheres. Em 1989, 89% dos rapazes rurais e 66% dos
urbanos, de 15 a 19 anos, encontram-se na força de trabalho. Entre as
moças na mesma faixa etária os percentuais caiam para 41% e 45%
respectivamente. Dados de 1990 mostram que 40,13% das mulheres
das zonas urbanas e 36,2% das áreas rurais estavam no mercado de
trabalho. Além das mudanças nas estruturas do país, as altas taxas de
participação precoce da juventude no mercado de trabalho revelam
que a medida em que a situação econômica se deteriorou e a inflação
subiu as famílias passaram a depender cada vez mais do salário de
cada um de seus membros. A pobreza acabou levando a população
jovem a ingressar mais cedo no mercado, com baixo grau de
escolarização ou sem qualquer escolaridade, já que a maioria dos
http://webdev.youthspa.cinterfor.org.uy/doc/not/libro60/iv/index.htm (1 of 6) [11/01/2002 12:32:14 PM]
Juventude e emprego
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
Parte IV
jovens acaba abandonando os estudos em busca de um emprego.
(Crianças & Adolescentes, Indicadores Sociais, Volumes I, II e III,
Unicef e IBGE, 1989)
A análise da participação precoce dos jovens no mercado de trabalho
revela o nível de desenvolvimento de um País. Nas economias mais
desenvolvidas o número de crianças e adolescentes no mercado de
trabalho é mínima. No Brasil, no entanto, o trabalho de jovens de
menos idade é uma prática comum. Para o grupo de 15 a 17 anos, a
taxa de atividade para os que vivem em famílias cuja renda mensal per
capita situa-se em até 1/4 do salário mínimo está em torno de 53,7%.
Um índice bastante alto mesmo quando comparada com a de outros
países de menor renda per capita que o Brasil. A mais alta taxa de
participação na força de trabalho, por região brasileira, esta no Sul,
onde oito em cada dez jovens do sexo masculino, entre 15 e 19 anos
trabalham. Em relação às mulheres, quanto mais urbanizada e
desenvolvida for a região, mais elevado é o nível de sua participação.
Assim, as taxas de atividade econômica masculina são geralmente
mais elevadas nas zonas rurais do que nas áreas urbanas, enquanto que
a situação é inversa na questão feminina.As regiões Sul e Sudeste
apresentam os números mais elevados de moças de 15 a 19 anos de
idade, aproximadamente metade delas, integrando a força de trabalho.
(Adolescentes de Hoje, Pais do Amanhã: Brasil, 1991, Fundação
Emílio Odebrecht).
São muitos os obstáculos enfrentados pelos jovens que estão no
mercado de trabalho e pelos os que ainda estão tentando encontrar
nele um lugar: más condições de trabalho, baixa remuneração, longa
jornadas de trabalho, dificuldade de conciliar trabalho e escola, altas
taxas de desemprego e desajuste entre o estudo recebido e as
exigências do mercado. Em todos os ramos de atividade econômica
em que se inserem os jovens de menos idade brasileiros, a grande
maioria trabalha na condição de empregado, com exceção da
agricultura, onde a relação predominante entre eles é o trabalho
familiar sem remuneração. Do total de crianças e jovens que
trabalham na agricultura, em 1989, 62,3% não recebem rendimento
algum.
À medida em que os jovens passaram a obter cada vez mais empregos
no setor de prestação de serviços, os empregadores puderam cada vez
mais selecionar a partir de um grande número de candidatos como
também reter ou negar benefícios. Em geral, os jovens trabalham sem
carteira assinada e são vítimas de subemprego. O percentual dos que
contribuem para o Instituto da Previdência, que lhes dá direito a
benefícios de saúde e a receberem pagamentos da previdência social,
caiu de 16%, em 1979, para 11%, em 1985. Apenas 34,6% da
população de trabalhadores de 15 a 17 anos tem carteira assinada.
http://webdev.youthspa.cinterfor.org.uy/doc/not/libro60/iv/index.htm (2 of 6) [11/01/2002 12:32:14 PM]
Juventude e emprego
VIII. Juventude
urbana marginalizados e
em traformação
Embora insuficiente, os jovens do Sudeste trabalham sob uma maior
proteção da legislação trabalhista. Na Região Nordeste, por exemplo
somente 9,5% deles, na mesma faixa etária, tem a carteira assinada
pelo empregador. O número total de jovens, de 15 a 29 anos, que
trabalham sem carteira assinada era, em 1990, 13.026.162. Uma
quantidade maior do que aqueles que tem esse benefício - 12.128.588.
IX. Juventude
universitária
No mercado formal, apenas um em cada 25 empregos é preenchido
por um jovem. Sendo que, entre 1960 e 1970, houve um declínio
pronunciado desta participação. Dados do IBGE de 1989, revelam,
ainda, que os jovens brasileiros trabalham muito e ganham pouco,
com uma jornada de trabalho muito longa, mais de 40 horas semanais
. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, apenas 8% dos rapazes e 13%
das moças economicamente ativas trabalham menos de 30 horas
semanais. Cerca de oito em cada 10 rapazes e sete em cada 10 moças
dessa faixa etária trabalham 40 ou mais horas semanais. Apesar disso,
os jovens ganham muito pouco, embora sua renda aumente
ligeiramente com a idade. As moças são ainda pior remuneradas do
que os rapazes. Em 1980, apenas 12% dos rapazes e 10% das moças,
de 15 a 19 anos, ganhavam pelo menos um salário mínimo.
Bibliografía
consultada
Embora, de forma geral, seja bastante insatisfatório o nível de
instrução das crianças e adolescentes que trabalham, percebe-se uma
diferenciação muito acentuada em seu grau de escolaridade, conforme
o ramo de atividade em que se inserem. O comércio e a indústria de
transformação são aqueles onde os jovens apresentam melhor nível de
instrução. Isso se deve ao fato de se tratar de setores mais
formalizados da economia que exigem maior nível de qualificação,
além de empregarem quase exclusivamente jovens a partir dos 14
anos, idade mínima que a lei determina para o ingresso no mercado de
trabalho. Já a agricultura é o ramo de atividade onde eles apresentam
pior nível de instrução. Neste setor as crianças costumam se iniciar no
mundo do trabalho muito cedo, geralmente ajudando a seus familiares,
na empresa doméstica. Além do mais, a freqüência à escola no meio
rural costuma ser muito inferior àquela no meio urbano.
Como seria de se esperar, os salários são mais baixos entre os
adolescentes que têm os menores níveis de escolaridade e, melhoram
progressivamente à medida em que aumenta o nível de escolaridade.
Mais de 60% das moças de 15 a 19 anos que trabalham, com dois ou
menos anos de escolaridade, ganham menos de 50% do salário
mínimo mensal. Na faixa de 15 a 17 anos, os rendimentos ficam em
torno de 1,4 salários mínimos. (Crianças & Adolescentes, Indicadores
Sociais, Volumes I, II e III, Unicef e IBGE, 1989). São poucos os
trabalhadores jovens que possuem um bom nível de estudo. A grande
maioria das crianças e adolescentes, participantes do mercado formal
no Brasil possuem nível de instrução até a 8ª série completa. O
http://webdev.youthspa.cinterfor.org.uy/doc/not/libro60/iv/index.htm (3 of 6) [11/01/2002 12:32:14 PM]
Juventude e emprego
número dos que conseguem ter um diploma de nível de superior, que
se caracteriza, pelo menos teoricamente, como uma forma de atingir
ocupações de alto nível e agir como um elevador social, é muito
pequeno.
O colapso na educação faz com que o Brasil tenha um dos maiores
contingentes de trabalhadores sem escolaridade, entre os países em
desenvolvimento. Uma comparação entre o Brasil e a Coréia do Sul,
por exemplo, mostra que, enquanto 60% da força de trabalho
brasileira tem apenas quatro anos de escolaridade, na Coréia a
proporção baixa para 7%. Por outro lado, 20,5% dos trabalhadores
brasileiros não têm nenhuma escolaridade, sendo que inexiste tal
continente de iletrados na Coréia. Uma pesquisa do Professor
Lawrence Lau, de Berkeley, para o Banco Mundial, mostrou que um
aumento de 1% no tempo de escolaridade da força de trabalho pode
representar um crescimento de produtividade de 0,4% em apenas um
ano. Isto é, um bom curso primário completo pode também significar
substancial avanço do produto nacional bruto.
O Brasil começou a perder a batalha pelo desenvolvimento em
meados dos anos 70, quando voltou a ser negligente no campo da
educação. Em 1976, por exemplo, 45,5% dos assalariados brasileiros
tinham apenas o curso primário de quatro anos. Já em 1985, a
proporção caiu para 40,8%. No topo da pirâmide, na área da
universidade, houve um pequeno progresso. Em 1976, 4,4% da massa
assalariada tinha o curso universitário e, em 1985, a proporção era de
6%. (Teixeira, Ib: 1994). O desemprego é o grande fantasma para os
jovens que buscam garantir um lugar no mercado formal. Em 1980, os
desempregados representavam cerca de 5% da força de trabalho
daqueles que tinham de 15 a 19 anos de idade. Um levantamento
especial, envolvendo jovens na região do Grande São Paulo, realizado
em 1985, concluiu que o número era mais elevado, 35% dos jovens de
10 a 17 anos que se encontravam na força de trabalho estavam
desempregados.
Mesmos aqueles que conseguem superar todas as dificuldades e
terminar uma faculdade, não tem garantia de empregos. No que se
refere ao primeiro emprego após a graduação, verifica-se que o desvio
ocupacional (ocupação pouco ou nada relacionada com o curso feito)
acontece com frequência. Os motivos principais são: desenvolvimento
de interesses diferentes, já que muitos conciliam trabalho e estudo
durante o período da faculdade, desempenhando atividades diferentes
das que estão estudando; falta de indicação por pessoas influentes que
abra as portas do mercado de trabalho e a busca por uma outra
atividade que permita maiores oportunidades de ascensão profissional.
Os meios pelos quais estes jovens diplomados conseguem ingressar no
mercado de trabalho são com mais frequência concurso ou seleção,
http://webdev.youthspa.cinterfor.org.uy/doc/not/libro60/iv/index.htm (4 of 6) [11/01/2002 12:32:14 PM]
Juventude e emprego
seguido pelas indicações pessoais (parentes, amigos, professores e
profissionais) e o contato direto com o empregador. Já os anúncios,
agências e associações profissionais tem papel pouco relevante.
As diferenças entre a teoria da escola nos cursos de forma geral e a
prática no mercado de trabalho acabam deixando a escolaridade com
um papel mais modesto do que o treinamento em serviço ou estágio na
preparação do jovem trabalhador. A procura por jovens com
experiência profissional é outro fator que eleva a importância do
treinamento em serviço, para obter e aperfeiçoar as habilidades e
conhecimentos profissionais. Com isso, uma grande parcela da
melhoria do sistema de ensino no país cabe às empresas. É por meio
de parceria entre elas e as universidades que se está atualizando a
formação acadêmica recebida nos cursos de nível superior. Esta
parceria esta se tornando cada vez mais fundamental para a efetivação
da qualidade total da formação profissional, garantindo trabalhadores
que saibam conjugar aptidão técnica com especulação teórica. Nesse
contexto, pode-se entender melhor a importância do estágio. É ele que
traz o estudante para uma série de novos desafios a serem vencidos
por meio da rearticulação da sua base teórica, sendo uma peça
importante no programa de qualidade total da formação profissional.
Prevalece entre os alunos do ensino médio a aspiração por cursos
técnicos e profissionalizantes. Esses cursos figuram como uma das
demandas apresentadas pelas camadas populares para tentar garantir
sua inserção no mercado de trabalho. Tanto que, cálculos do IPEA
informam que, o Senai, Senac e as escolas técnicas federais teriam, no
máximo, lugares para apenas 14% da clientela em potencial (Gomes,
Cândido Alberto:1990).
Uma face da realidade da vida moderna para muitos jovens brasileiros,
e que não aparece nos dados dos censos e levantamentos, são os
meninos de rua. A situação desses jovens é desalentadora. Alguns
pesquisadores estimam que há cinco milhões de crianças e
adolescentes desabrigados no Brasil. Com base em informações da
PNAD de 1984, pode-se estimar mais precisamente que um mínimo
de meio milhão de rapazes de áreas urbanas de 15 a 19 anos de idade
vivem nas ruas. A maioria dos jovens que foram abandonados por
seus pais ou que fugiram de suas famílias para evitarem maus tratos
ou fome, trabalham para sobreviver. Embora algumas das atividades
desses jovens desabrigados sejam, sem dúvida, criminosas, muitos
milhares de jovens passam seus dias engraxando sapatos, vigiando ou
lavando carros, vendendo cigarros ou chicletes, ou fazendo pequenos
serviços ocasionais para qualquer um que lhes pague um biscate
(Adolescentes de Hoje, Pais do Amanhã: Brasil, 1991, Fundação
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Juventude e emprego
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
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Cultura, esporte e juventude
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POLÍTICAS DE
JUVENTUD EN
AMÉRICA LATINA:
EVALUACIÓN Y
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JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
O Conceito de
Juventude e quadro
5. CULTURA, ESPORTE E JUVENTUDE
5.1. Cultura
"No campo da sociologia, cultura é o conjunto de ferramentas,
utensílios, hábitos, instituições, rituais, objetos para vários fins,
sentimentos, atitudes etc., que todos os povos possuem" (sic) (Cultura
da qualidade X Cultura Institucional" - Elaine Lima de Oliveira Universidade / A busca da qualidade - janeiro/fevereiro de 1994 IBRAQS - Instituto Brasileiro da Qualidade em Serviços). "O
desenvolvimento de um povo não se alcança apenas pelo aumento do
bem estar material, mas exige, paralelamente, o aprimoramento dos
valores artísticos e culturais" (sic) (Mário Henrique Simonsens,
economista, abertura do Programa de Atividades Culturais do Mobral
- 1973)
O envolvimento do ser humano com a cultura deve estimular sua
plena educação, visando a melhorar-lhe a qualidade de vida,
suscitando seus processos criativos, fazendo emergir vocações. As
mais imediatas oportunidades para difundir a cultura de uma nação
está no campo fértil da arte popular - artesanato, bandas de música,
canções e danças folclóricas. Todas estas manifestações devem ser
valorizadas e apoiadas, para que não terminem por afogar-se em meio
à cultura de massa, amplamente disseminada pelos meios de
comunicação. Instrumentos poderosos de acesso à cultura, eles podem,
contudo, vir a contribuir para a alienação do indivíduo de sua própria
cidadania, apagando os traços mais legítimos de sua cultura original.
(Maria Luíza Condé - Professora - Programa de Atividades Culturais
do Mobral - Rio de Janeiro - 1973)
Como resultado de um movimento que ligou os jovens, através da
União Nacional dos Estudantes, os sindicatos, artistas e intelectuais,
surgiu, no final da década de 50/início de 60 um novo pensamento
cultural no Brasil. Deu-se um aprofundamento de uma arte, brasileira
mas universal, cheia de inquietação, buscando novas formas de
http://webdev.youthspa.cinterfor.org.uy/doc/not/libro60/v/index.htm (1 of 3) [11/01/2002 12:32:15 PM]
Cultura, esporte e juventude
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
expressão. Seu objetivo era um só: estabelecer um diálogo com o
povo, levando-lhe uma arte voltada para as questões sociais,
pretendendo a transformação do país. Artistas e intelectuais já haviam
criado o CPC - Centro Popular de Cultura que, necessitando de uma
base já estabelecida, uniu-se a UNE, numa produção cultural das mais
vastas e importantes. Foram lançadas publicações como Violão de rua,
que divulgava nomes do porte de Affonso Romano de Santanna e
lançava novos autores. Era vendido em sindicatos, nas ruas, em locais
de aglomeração popular.
"Era uma época em que todo o Brasil vivia um grande momento de
desenvolvimento e euforia. Nascia a Bossa Nova e o parque industrial,
o país ganhava campeonatos mundiais em diversas modalidades, numa
ebulição que envolvia, principalmente a classe média, já que não
chegou, realmente, a envolver os operários, ou os camponêses. Surgiu
a poesia concreta, o Teatro de arena." (Carlos Lira, compositor,
declaração recolhida do texto Centro Popular de Cultura - A idéia era
construir um país novo, através da arte - sem identificação do autorRevista UNE O reencontro do Brasil com a sua juventude- Edição do
Ministério da Educação e do Desporto - dezembro de 1994).
A ligação entre os jovens e o Centro Popular de Cultura destacou-se
na música, no teatro e na literatura. Misturava-se shows e debates de
importantes temas do país. Promovia-se noites de autógrafo que
contavam com a participação, entre outros, de Vinícius de Morais e
Oscar Niemeyer; revelava-se talentos como Edu Lobo e Nelson
Cavaquinho. ( A UNE atraiu o que havia de melhor na cultura
brasileira - Chico Dias, poeta e jornalista - Revista UNE O reencontro
do Brasil com a sua juventude - Edição do Ministério da Educação e
do Desporto - dezembro de 1994). O que se pretendia era levar ao
povo uma cultura capaz de transformar, de conscientizar, dando-lhe
uma visão política, através do teatro, do cinema e da música. (Toda a
poesia, Ferreira Gullar, poeta e teatrólogo, Editora Civilização
Brasileira, 1980).
"Viajávamos o país inteiro, irradiando cultura. Fazíamos espetáculos
nas praças principais das cidades, ou numa faculdade, apresentando
peças de autores como Oduvaldo Viana Filho, tendo artistas como
Grande Otelo, no elenco junto com a UNE, o CPC irradiou cultura
país afora" (Depoimento de Carlos Verezza, ator e diretor de teatro,
cinema e televisão. Publicação UNE O reencontro do Brasil com a sua
juventude - Ministério da Educação e do Desporto - dezembro de
1994).
Parte IV
VIII. Juventude
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Cultura, esporte e juventude
urbana marginalizados e
em traformação
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
IX. Juventude
universitária
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POLÍTICAS DE
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Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
6. ESPORTE
"Na Grécia antiga, acreditava-se que, por meio de competições
freqüentes, era possível estimular não só a habilidade e a arte dos
participantes, como também o interesse e o gosto do público. Quase
todas as manifestações artísticas (...) eram objeto de competições e,
muitas vezes, estas coincidiam com as competições atléticas, nos
Jogos Pan-helênicos, de intensa mobilização de todas as
comunidades".(sic) (Maria Luíza Condé, professora, Programa de
Atividades Culturais do Mobral, Rio de Janeiro, 1973). Pode-se
afirmar que foi nos anos 40, graças ao general Jair Jordão Ramos, que
a educação física chegou no Brasil, influênciada pelas escolas francesa
e sueca, que davam predominância, respectivamente, aos aspectos
ligados à educacão, no sentido humanista, e à saúde. Até então
predominava a escola alemã, nitidamente militarista. Foi então que a
prática desportiva ficou sistematizada nas escolas, aparecendo e
destacando-se a Escola de Educação Física do Exército, no Rio de
Janeiro, a Escola Nacional, em Porto Alegre e em Belo Horizonte.
Com o nascimento de um movimento pedagógico que envolveu toda a
educação ( Educação permanente) tendo a aptidão física como um dos
seus componentes, aí incluindo valores morais e sociais e graças a
divulgação e ao marketing a prática dos exercícios físicos
disseminou-se, surgindo as ruas de lazer e as colônias de férias. As
associações de bairro passaram a solicitar áreas onde as pessoas crianças e adultos - pudessem mexer o corpo, numa atividade
democratizante, uma forma de interação, sem maiores discriminações.
(Declarações de Manoel José Turbino, mestre em Educação Física
pela Universidade Federal do Rio de janeiro - Perspectiva
Universitária - nº 161, junho de 1992).
6.1. Patrocinando o esporte
A falta de apoio financeiro ao atleta tem sido o grande impecilho para
que haja uma massificação da prática do esporte entre os jovens do
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Esporte
O Conceito de
Juventude e quadro
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
país, que, precisando treinar, estudar e trabalhar ao mesmo tempo,
acabam considerando os treinos um tempo perdido na sua vida. Na
verdade sabe-se que excelentes atletas brasileiros vivem uma situação
financeira difícil. Os jovens desportistas não contam como uma
situação como a de Juan Torena, 27 anos, estudante de economia em
Harvard, casado, pai de três filhos, que recebia do Estado todas as
condições básicas para sustentar a família com tranqüilidade, podendo
estudar e dedicar-se ao esporte, o que o levou a ser um expoente do
atletismo, ao final da década de 70. Embora o brasileiro seja dotado de
qualidades atléticas excepcionais, o nível dos professores de educação
física, nem sempre os capacita a preparar de forma eficiente os
esportistas. (Declarações de Carlos Alberto Lancetta, professor de
educação física da Universidade Gama Filho - "O importante é
competir. E vencer" - Ruy Nogueira - Perspectiva Universitária - nº
156 - outubro de 1981). O jovem brasileiro foi impulsionado à prática
esportiva por algumas universidades, conscientes da importância de
uma educação física que integrasse corpo e mente e que não
trabalhasse apenas os músculos. Uma prática com o sentido de educar
a personalidade e a forma de conduta no convívio com a sociedade.
("Cuca" e físico na formação da personalidade" - Rui Nogueira Perspectiva Universitária - nº 161, junho de 1992). O grande problema
do esporte brasileiro prende-se a carência de recursos financeiros e
técnicos e no sistema de governo que endeusa certas modalidades em
detrimento de outras. Maiores recursos financeiros permitiriam um
melhor trabalho técnico, com o atleta treinando com boa orientação.
Agora, todo mundo está se voltando para o apoio da iniciativa privada,
que pode ser fundamental para a emancipação do esporte
nacional.("Atletismo / O Mérito de cada um" - Ulisses Laurindo, atleta
e jornalista - Perspectiva Universitária - nº 148, setembro de 1980)
Ao chegar ao seu 186º aniversário o Banco do Brasil, através de uma
pesquisa, concluiu que era preciso rejuvenescer sua imagem. Também
identificou o esporte como a atividade que mais interessava ao jovem
brasileiro. Assim, passou a patrocinar coletivamente as seleções
brasileiras de vôlei (masculina e feminina), juvenil e infanto-juvenil; e
as equipes de judô e tênis de mesa. Também apoia, individualmente,
atletas ligados ao tênis, judô e atletismo. Patrocina, ainda, o vôlei de
praia. A Brahma empresta seu nome ao Campeonato Sul Americano
de seleções de vôleibol, o campeonato latino-americano de super
cross, o brasileiro de canoagem, o circuito Limão Brahma de Surf e o
Circuito Brahma de Vaquejadas. O patrocínio a Ayrton Senna, na
Fórmula l, rendeu ao Banco Nacional o prêmio Destaque de
Marketing, em 1993.
A ginasta Luíza Parente foi participar dos jogos universitários dos
Estados Unidos graças ao patrocínio da Companhia de Turismo First
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Esporte
Parte IV
VIII. Juventude
urbana marginalizados e
em traformação
IX. Juventude
universitária
Bibliografía
consultada
Class. ("Sem patrocinador é mais difícil surgirem campeões" Perspectiva Universitária - nº 286 - Julho de 1993). A prática do
esporte tornou-se um hábito para o brasileiro e, atualmente, é rara a
pessoa que não faz uma caminhada, que não joga um volei. Amplia-se
a prática do esporte e também as modalidades praticadas. ("Uma
opção para a comunidade" - Informativo do Instituto da Juventude, nº
29, Julho de 1994). O esporte está sendo usado nas comunidades mais
carentes como uma forma de afastar os jovens de práticas sociais
nocivas. É importante na formação do caráter e na personalidade do
cidadão e sua prática não deve se tornar uma competição feroz, mas
gerar a integração e a harmonia entre as pessoas (Ricardo Barros, 32
anos, professor de educação física, "expert" em projetos esportivos em
comunidades carentes). Em Arraial do Cabo (RJ), a prefeitura está
desenvolvendo um projeto que visa a ocupar o tempo ocioso dos
jovens carentes com a prática de diversas modalidades esportivas,
aproveitando o fascínio que o esporte exerce sobre a juventude.
(Fascínio do esporte ajuda a iniciação profissional) - Informativo do
Instituto da Juventude - nº 29, julho de 1994
A importância que o jovem passou a dar ao esporte - dentro do novo
conceito que abrange as práticas formais e não formais - fez com que
surgissem as equipes e com que os educadores o incluíssem nos
programas escolares. Hoje, o esporte está presente em qualquer
conversa, ajuda a vender produtos, principalmente aqueles ligados à
saúde, cria mitos e formas de comunicação. Até as expressões
esportivas foram incorporadas à nossa linguagem diária. A cada
quatro anos as Olimpíadas criam novos mitos e levam um maior
número de jovens à práticas esportivas. De tal forma que as vitórias
internacionais de nossos atletas estão sendo democraticamente
divididas entre nós, que, ao conseguirmos o 1º lugar nas últimas
Olimpíadas e na Liga Mundial de Vôlei, todo o país vibrou e
sentiu-se, também, um pouco campeão. ("Na vitória de um atleta, a
realização de todos nós - Informativo do Instituto da Juventude - nº
19, agosto de 1993)
Atletas especiais
A prática do esporte pela criança excepcional é um instrumento
importante para sua integração, socializando-a e desenvolvendo sua
psicomotricidade. (A educação física e a criança excepcional - Artur
Henrique G. B.. da Cunha, professor de educação física - Perspectiva
Universitária - nº 148, Dezembro de 1980). As disputas esportivas
desenvolvem a auto estima, melhoram a coordenação motora e
removem a socialização do excepcional. ("Olimpíadas para atletas
especiais" - Perspectiva Universitária - nº 298 - julho de 1994). O
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Esporte
ideal seria que se desenvolvesse um programa esportivo que mesclasse
crianças deficientes e as "normais", tornando mais fácil a interação do
deficiente físico na sociedade. (Uma seleção contra o preconceito Informativo do Instituto da Juventude - nº 29, julho de 1994)
Um projeto desenvolvido no morro de Mangueira (RJ) foi considerado
por Pele, ministro Extraordinário dos Esportes, como o melhor
exemplo do trabalho de promoção social pelo esporte. Ali, na Vila
Olímpica, já passaram mais de 20 mil atletas de seis a 18 anos, sem
contar com os "veteranos", com mais idade. Iniciado em 1987 é
desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de professores e com o
apoio de diversas empresa e de personalidades no mundo da musica,
já está recebendo jovens de outros morros cariocas. Conta com dois
campos de futebol soçaite, piscina semi-olímpica, ginásio, quadra de
esportes e um Ciep. Ali, as crianças além do esporte, recebem
educação formal, têm assistência médica, ondontológica e psicológica
e fazem cursos profissionalizantes, contando até com um ateliê aonde
são confeccionadas as fantasias da Escola de Samba Estação Primeira
de Mangueira e da Escola Mirim Mangueira do Amanhã.
("Mangueira, na cadência do esporte" - Jorge Luiz Rodrigues - O
Globo - 8/1/95) .
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
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JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
PARTE III
7. JUVENTUDE E DEMOCRACIA
A democracia, regime que assegura a oportunidade para todos,
garantindo e estimulando a potencialidade dos que se demonstram
mais capazes, tem na juventude seu núcleo central. No entanto, o
privativismo e o coletivismo, modelos de sociedade democrática, só
dão vez ao jovem que consegue aceitar as regras pré-determinadas, o
que entra em choque com seus próprios valores. O adulto pode até
confessar-se impotente para reverter um panorama social, mas o
jovem costuma desviar-se das normas preconizadas, não pelo simples
instinto de contradição ou pela vontade de renegar o estabelecido,
mas, freqüentemente, pelo prazer de sustentar um ideal. Ele passa,
então, a medir forças com o poder, ainda que não tenha um projeto
alternativo, de forma consciente, para apresentar.
O Brasil, que teve uma grande oportunidade de ingressar na
modernidade democrática, nos anos 60, perdeu-a por ocasião do golpe
militar de 1964, optando por um modelo de desenvolvimento que
comprometeu o futuro das próximas gerações. O resultado pode ser
facilmente constatado no momento atual: a concentração de renda
gerou uma economia próspera, mas que excluiu grande parte do povo
e aumenta o nível de pobreza no país. Esta realidade choca-se com os
ideais da juventude que, tradicionalmente, anseia por uma sociedade
mais justa. Por contestá-la, o jovem torna-se, então, alvo da reação dos
poderosos. A repressão às idéias preconizadas pela juventude parece
ter sido a única política adotada nos últimos anos pelo Estado
brasileiro em relação a seus jovens. Num resquício dos anos de
ditadura, muitas vezes, ainda reagem, como se eles estivessem
praticando um crime, quando tudo o que, a grande maioria, sempre
desejou e ainda deseja é a alteração do quadro social, político,
cultural, jurídico e ideológico. No entanto, ao tentar inovar, o jovem é
visto como afoito, irresponsável, inconseqüênte. Em resposta a seus
ideais é sempre tratado com prepotência e má vontade.
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Juventude e democracia
O Conceito de
Juventude e quadro
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
Sabe-se que é impossível a implantação de um projeto democrático
que não contemple a juventude. Mas o Brasil, um dos países com
maior taxa de população jovem do mundo, ainda não elaborou uma
política direcionada a eles. Contudo, quanto mais a opinião pública
bem informada e independente rejeita os discursos paternalistas e as
práticas autoritárias, mais a democracia avança. E esta é a crença
daqueles que apostam no futuro e dos que acreditam que os homens
são capazes de criar uma sociedade mais fraterna. ("Juventude, uma
cidadania necessária" - Lincoln de Abreu Penna Cidadania/Emancipação - Editora Tempo Brasileiro - 1990)
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
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Juventude e democracia
Parte IV
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
VIII. Juventude
urbana marginalizados e
em traformação
IX. Juventude
universitária
Bibliografía
consultada
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AMÉRICA LATINA:
PARTE IV
EVALUACIÓN Y
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8. JUVENTUDE URBANA - MARGINALIZADOS E EM
TRANFORMAÇÃO
JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
O jovem dos anos 90 não está preso aos dogmas cultuados nos anos
60. Ao mesmo tempo pode ser a favor da pena de morte e ser
ecologista. Ser politizado e ir ao caipiródromo. Nos anos 60 tinha que
ser sexualmente liberal, marxista e não gostar de rock. Hoje é normal
encontrar, entre rapazes e moças, virgens, literalmente, além de
escolherem mitos, os mortos John Lennon, Jim Morrison, Jesus Cristo.
Incoerência ? Mudanças radicais? A juventude de ontem desafiava a
cultura da competição, "não confiava em ninguém com mais de 30
anos" e vestia-se com um desmazelo espantoso e proposital. O jovem
de hoje reformulou seus conceitos, preocupando-se com a qualidade
de vida embora, não desprezando a valorização do aspecto físico,
característica de sua idade, num país que, já apontava, no final da
década de 80 para uma população 40 milhões de pessoas com idade
entre 15 e 29 anos.
Por outro lado, em 89, um levantamento feito pela empresa de
pesquisa americana Saldiva detectou um jovem desacreditado com o
"status quo", com a política econômica e com os valores vigentes. Já
nessa época ficou patenteado que todos são consumistas,
independentemente de classe social. Apesar de saber do valor do
dinheiro e as dificuldades para o ganho, o jovem se utiliza da fantasia
do consumo como fuga do prórpio real. Muitos mais do que a droga, o
jovem do início da década de 90 já usava a fantasia como elemento da
fuga. E o consumo é a nova droga. A juventude de hoje, segundo a
pesquisa, não trazem nem ligação com os ideais políticos pacifístas da
década de 60 nem o culto egoísta ao dinheiro que caracterizou os
jovens urbanos de 80. Enfim, é uma juventude às voltas com suas
crises pessoais e profissionais dentro de uma crise econômica do país.
Com a crise econômica acentuada tornou-se mais difícil para os
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O Conceito de
Juventude e quadro
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
jovens dos anos 80 construirem uma perspectiva de vida num cenário
de desigualdades sociais, um esgotamento de forma de expressão e de
estilo incentivando, nesse período, um êxodo do país para outros onde
exista qualidade de vida, economia estável e mercado de trabalho.
Jovem Urbano
No primeiro semestre de 1995 uma revista brasileira (VEJA) realizou
uma pesquisa com jovens urbanos de vários países. Essa pesquisa
aponta um jovem brasileiro menos otimista que os dos outros países
no que diz respeito a melhoria da qualidade de vida no mundo. Apenas
17% acha que sua geração vai viver numa sociedade mais justa.
Quanto à política tanto os marginalizados quanto os urbanos pensam
da mesma maneira: os políticos não são confiáveis. A prova cabal
desse dado foi o movimento pró-impeachment, em 1992, uma atuação
coletiva de toda a juventude brasileira, tornando-se a grande alavanca
que destituiu o primeiro presidente eleito pelo povo, após o período
militar..
Essa mesma pesquisa mostra, também, que apesar da aparente
liberdade de escolha dos jovens da classe média existe, na verdade,
um processo intenso de massificação de valores conservadores. Essa
globalização operada, sobretudo, pela televisão, coincide como uma
com a dinâmica do jovem de menos idade, que tem entre suas
principais características o desejo de controlar o mundo. A profissão, a
realização pessoal e o respeito marcam mais pontos em suas ambições
do que o sucesso e a fama; pessoalmente esperam casar e ter filhos.
Lutam por valores mais autênticos da humanidade. Ecologia,
comportamento saudável e seu futuro profissional estão entre suas
preocupações, apesar do liberalismo sexual o jovem atual busca
relacionamento onde estejam presentes valores como
responsabilidade, respeito e confiança.
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
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Parte IV
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
VIII. Juventude
urbana marginalizados e
em traformação
IX. Juventude
universitária
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BRASILEIRA
Um Estudo
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Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
Os direitos sociais: da
cidadania
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
9. JUVENTUDE UNIVERSITÁRIA
Entre a universidade e a realidade brasileira há muita diferença. É na
escola que os jovem passam a maior parte do do seu tempo, ou
deveriam passar. Mas esta instituição não os atende de forma global,
limita-se ao repasse de informação curricular. A tarefa desta
instituição se delimita e se estrutura em concordância da falta de
política de educação e desta com outra políticas. O sistema
educacional brasileiro limita-se a um conteúdo informativo currricular
que se distancia do interesse e da vivência dos jovens, principalmente,
os de menor idade. As instituições estabelecem mitos e padrões de
comportamento. O aspecto educativo mais amplo como desenvolver a
consciência crítica com responsabilidade é deixado de lado. A
universidade estimula a desigualdade, elitizando e selecionando seus
membros, favorecendo os já privilegiados pela sorte e aumentando
cada vez mais o abismo entre educar e formar indivíduos para a vida.
(Maakaroun, Marília de Freitas.)
A exemplo disso, conforme com o Censo Educacional, do Ministério
da Educação, em 1994 havia mais de 40 milhões de estudantes
registrados em atividades educacionais desde o primeiro grau até a
faculdade. No ensino superior, com 1,6 milhões de estudantes
matriculados, cerca de sete em cada 10 freqüentam instituições
privadas. Além disso, um estudo constata que sete entre dez dos
primeiros empregos obtidos por portadores de diplomas universitários
se encontram em categorias média e média-alta de salário. Atualmente
o governo federal mantém apenas 89 escolas de 2º grau públicas em
contrapartida, a universidade brasileira, onde se encontra esmagadora
maioria de jovens oriundos dos setores mais privilegiados da
sociedade brasileira, se beneficia de 2/3 dos recursos orçamentários e
vem ampliando de forma crescente sua participação no bolo de
dotações orçamentárias federais, estaduais e municipais.
Pesquisa realizada no estado de São Paulo revelou que, 72,24% desses
jovens que não pagam mensalidades à universidade, residem em casa
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O Conceito de
Juventude e quadro
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
Cultura cara
VI. Esporte
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
própria.; quase 50% deles (47,31%) possuiam carro e uma renda
familiar superior a 30 salários mínimos. Além disso, os órgãos
publicos estatais respondiam por 53,80% das bolsas distribuídas nas
universidades públicas. A conclusão mostrada pela revista brasileira
Conjuntura Econômica, editada pelo Instituto de Pesquisa Economica,
foi de que cerca de 10 milhões de crianças brasileiras, às vésperas do
ano 2000, ainda não têm acesso à escola primária e, muito menos, a
universidade pública. Além disso, a universidade estatal brasileira
desfruta de uma das mais baixas proporções de aluno por professor do
mundo. No Brasil, considerando-se a matrícula de 1990, esta relação
era de 6,46% alunos, o que se podia comparar com oito alunos por
mestre na universidade estatal e, de 15,2 alunos/professor na
universidade particular. Na França, esta relação é de 23
alunos/professor; na Argentina, 16 alunos e, nos Estados Unidos, 13
alunos por professor. Esse mesmo Instituto, quastiona a produtividade
da universidade estatal. Para 212 mil vagas oferecidas em 1990 na
universidade particular, o ensino superior oficial colocou em oferta
apenas 65 mil. Enquanto no vestibular de 1989 entraram nas
faculdades particulares 44 mil novos alunos e nas universidades
federais ingressaram apenas 6.410.
Esse mesmo levantamento mostrou, também, que pelo menos 1/3 dos
alunos das escolas superiores particulares trancam a matrícula por
falta de recursos. Em geral, são originários de famílias com renda de 1
a 2 salários mínimos. Em contrapartida, os alunos das universidades
estatais, beneficiados pela absoluta gratuidade de ensino - bandejões,
bolsas etc., além de casa prórpia, automóveis e da mesada do pai,
possuem, ainda, caderneta de poupança (69%), cheque especial (35%),
cartão de crédito (25%), aplicações financeiras (17%), imóveis
alugados (31%) e a média de renda declarada foi de 30 salários
mínimos. Essa total inversão de valores se deve ao paternalismo
estatal, ainda decorrente do período de 64, em beneficiar com verbas
as universidades e esquecendo as escolas públicas de 1º e 2º graus. É
dever das instituições aproveitar as potencialidades do universitário,
encará-lo como profissional holístico e não como uma espécie de peça
especializada dentro de uma linha mecânica e inflexível. A melhoria
do sistema do ensino brasileiro é tão importante para o sucesso
econômico. Sem isso o país não terá condições de competir em uma
economia globalizada, com organizações formadas por profissionais
saídos de sistemas educacionais eficientes e sintonizados com os
tempos atuais. Uma grande parcela da melhoria do sistema de ensino é
responsabilidade das empresas brasileira. É por meio de uma parceria
entre universidade e empresa que será garantida a atualidade
necessária à formação acadêmica recebidas nas universidades. Nesse
contexto,é entendido a importância do estágio de complementação
curricular. É está modalidade que traz o estudante para uma série de
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Juventude universitária
Parte IV
novos desafios a serem vencidos por meio da rearticulação da sua base
teórica. O estágio é peça fundamental no programa de qualidade total
na formação profissional. (CIOCCHI, Luiz A.- 1995).
VIII. Juventude
urbana marginalizados e
em traformação
IX. Juventude
universitária
(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
realidade dentro do contexto brasileiro) (Evolução histórica dos
Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
(Arte nas ruas) (Cultura cara) (Esporte) (Juventude e democracia)
(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
(Bibliografia consultada)
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POLÍTICAS DE
JUVENTUD EN
AMÉRICA LATINA:
EVALUACIÓN Y
DISEÑO
JUVENTUDE
BRASILEIRA
Um Estudo
Preliminar
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ABRAMO, Bia. Jovens preferem personalidade do rock. São Paulo,
Folha de São Paulo, 5 fev. 1995.
ALBANESE, Ronaldo. Jovens desafiam lei e dirigem com menos de
18 anos. São Paulo, O stado de São Paulo, 4 dez. 1994.
ALMEIDA, Luciano Mendes de. Os jovens como vão? São Paulo,
Folha de São Paulo, 4 fev. 1995.
ANDRADE, Maria Cristina Castilho. Menor: um olhar feminista.
Grupo onde estão as meninas. Trabalho apresentado no 1° Encontro
Nacional Ação Cultural e Prostituição, Jundiaí/SP, 26-28 jun. 1987.
Índice
Parte I
I. Juventude expansão, crise
ou desafios
ANDRADE, Maria Cristina Castilho de. Prostituição infantil.
Trabalho apresentado no 1° Encontro Nacional Ação Cultural e
Prostituição. Jundiaí/SP, 26-28 jun. 1987.
ARANTES, Aldo. Os estudantes brasileiros sempre fizeram história.
In: Une: o reencontro do Brasil com a sua juventude. Brasília,
Ministério da Educação e do Desporto, dez. 1994. p. 45-47.
Os direitos sociais: da
cidadania
ASSIS, Simone Gonçalves de. Crescer sem violência, um desafio para
educadores. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/ENSP/CLAVES, 1994. 32 p.
(Série superando a violência, v. 1)
A juventude e a
realidade dentro do
contexto brasileiro
BANDO vende 50 meninas a garimpeiros de Rondônia. Rio de
Janeiro, Jornal do Brasil, 10 out. 1985.
Evolução histórica
dos Direitos da
Juventude
BARCELOS, Joel. Um teatro que pretendia mudar a realidade social.
In: UNE: o reencontro do Brasil com a sua juventude. Brasília:
Ministério da Educação e do Desporto, 1994. p. 65-66.
O Conceito de
Juventude e quadro
BARREIRO, Iraíde Marques de. Educação modernizadora e educação
de classe: o lazer, a cultura popular e o trabalho no período de Vargas
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Bibliografía consultada
demográfico da
população jovem
Parte II
II. Juventude e
educação
III. Saúde e
juventude
IV. Juventude e
emprego
V. Cultura,
esporte e
juventude
Cultura
Arte nas ruas
e Juscelino. Assis/SP, Revista Brasileira de História 1954-1964, p.
149-165.
BATISTA NETO, Francisco. A geração dos anos 90: perfil do
adolescente. /s.l./ Ed. Promover, 1990.
BONASSA, Elvis Cesar. Livro custa até 50% a mais que no exterior.
São Paulo, Folha de São Paulo, 1 jun. 1995.
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escolares na adolescência-II. In: Tratado de adolescência: um estudo
multidisciplinar. Rio de Janeiro: Ed. Cultura Médica, 1991. p.
571-577.
BRADLEY, Jonathan, DUBINSKY, Hélène. Adolescência:
compreendendo seu filho de 15-17 anos. Trad. Nádia Lamas. Rio de
Janeiro: Imago Editora, 1995. 96p. (Série Mini-Imago)
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precisam voltar. Rio de Janeiro, Veja Rio, 7 jun. 1995. p. 78.
CARVALHO, Happy, SILVA, Edmilson. Jovens têm no tráfico uma
opção de emprego. São Paulo, O Estado de São Paulo, 23 out. 1994.
CAVALCANTI, Maria Clara Oliveira D'Amorim. AIDS ou educação
sexual? uma abordagem participativa com adolescentes de uma escola
municipal. Trabalho apresentado no I Congresso Nacional A Saúde do
Adolescente. Rio de Janeiro: Academia Nacional de Medicina, 18-29
maio 1992. p. 513-551.
Cultura cara
VI. Esporte
CONGRESSO NACIONAL A SAÚDE DO ADOLESCENTE. I. Rio
de Janeiro: Academia Nacional de Medicina, 22-24 de junho de 1991.
588 p.
CORTES, Celina. Violência tem cura. Rio de Janeiro, Jornal do
Brasil, 4 jun. 1995.
Parte III
VII. Juventude e
democracia
A luta pela
democracia
Jovens ausentes
Parte IV
COSTA, Antônio Carlos Gomes da. Brasil criança urgente São
Paulo:Columbus Cultural Editora, 1989. 176 p.
CUNHA, Arthur Henrique G. B. da. A educação física e a criança
excepcional. Rio de Janeiro: Fundação MUDES, Perspectiva
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D'ANS, Hugo. O grito de milhões de escravas. Petrópolis: Ed. Vozes,
1983.
DEWEIK, Sabina, BARONE, Vanessa. Jovens fazem apologia da
virgindade. São Paulo, O Estado de São Paulo, 9 dez. 1994.
DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a
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Bibliografía consultada
VIII. Juventude
urbana marginalizados e
em traformação
adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ed. Ática,
1993. (Série Discussão Aberta)
EM PAZ e com amor. São Paulo, Veja, 31 out. 1990.
ESTUDANTES saem às ruas contra reformas no ensino. Rio de
Janeiro, O Globo, 29 mar. 1995.
IX. Juventude
universitária
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consultada
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In: UNE: o reencontro do Brasil com a sua juventude. Brasília:
Ministério da Educação e do Desporto, 1994. p. 67-68.
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UNE: o reencontro do Brasil com a sua juventude. Brasília: Ministério
da Educação e do Desporto, 1994. p. 55-58.
FERREIRA GULLAR. A cultura como instrumento de transformação
social. In: UNE: o reencontro do Brasil com a sua juventude. Brasília:
Ministério da Educação e do Desporto, 1994. p. 50-51.
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Janeiro, O Globo, 4 jun 1995.
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buscam independência. São Paulo, O Estado de São Paulo, 23 out.
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23 abr. 1995.
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UNE: o reencontro do Brasil com a sua juventude. Brasília: Ministério
da Educação e do Desporto, 1994. p. 63-64.
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os personagens de reportagem sobre a juventude sem rótulo dos anos
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Entrevista de Rui Nogueira. Rio de Janeiro: Fundação MUDES,
Perspectiva Universitária, n. 161 jun. 1982.
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VITIELLO, Nelson. Violência sexual contra crianças e adolescentes
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WENZEL, Mirthes de Luca, MADEIRA, Marcos Almir, BRITO,
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ZALUAR, Alba. Violência tem cura. Entrevista de Celina Côrtes. Rio
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(Índice) (Juventude - expansão, crise ou desafios) (A juventude e a
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Direitos da Juventude) (O Conceito de Juventude e quadro
demográfico da população jovem) (Juventude e educação) (Saúde e
juventude) (Juventude e emprego) (Cultura, esporte e juventude)
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(A luta pela democracia) (Jovens ausentes) (Juventude urbana marginalizados e em traformação) (Juventude universitária)
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