ESTATÍSTICA NO DIA A DIA
Selma Maria Belinato Gâmbaro1
Angela Maria Marcone de Araujo2
RESUMO
Nas últimas décadas, tem crescido a importância da Estatística, pois em
todas as decisões tomadas ou a tomar, leva-se em conta um grande número
de fatos, embora, nem todos pesem da mesma maneira no momento da
escolha. Assim, surge a necessidade de conhecimentos básicos de estatística
para se dispor de condições que permitam ler e interpretar tabelas e gráficos, já
que a informação está nos diferentes meios de comunicação e vem
acompanhada, muitas vezes, de lista de dados, tabelas e gráficos de vários
tipos. Procurou-se neste trabalho relatar uma forma de introduzir conteúdos
estatísticos pautados na investigação, coleta, descrição, registro, análise dos
dados coletados com o auxílio na decodificação de situações-problema
encontradas pelos alunos da 6ª série do Ensino Fundamental do Colégio
Estadual Machado de Assis, em seu dia a dia.
ABSTRACT
In the last decades, the importance of the Statistics has been growing,
because in all the decisions taken, or it will take, it takes a great number of facts
into account, although, not everyone weighs up in the same way in the moment
of choice. Thus, it arises the need for statistics basic knowledge for having
conditions that allow to read and to interpret tables and graphs, because
information is in the different medium and it comes followed, often, of list of
data, tables and graphs of several types. It sought in this work to tell a form of
introducing statistical contents based on investigation, collection, description,
registration, analysis of collected data with the aid in the decoding of problem
situations found by the students in their day by day.
Palavras-chave: Estatística, investigação, senso crítico.
1
2
Professor da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná - e-mail: [email protected]
Professor do departamento de Estatística da Universidade Estadual de Maringá - e-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
A Estatística no dia-a-dia foi o tema proposto para esse trabalho por sua
grande importância para a sociedade moderna, entendendo a sua utilização
como meio de auxiliar o ser humano em sua vida diária.
Dessa forma, utilizou-se os conteúdos básicos de Estatística com
objetivo de desenvolver no aluno a observação, investigação, levando-o a
investigar, coletar, descrever, registrar, analisar os dados coletados com o
auxílio na decodificação de situações-problema encontrados em seu dia a dia,
proporcionando meios para que sejam feitas inferências e predições com base
numa amostra, no intuito de resolver problemas que permeiam sua vida.
Atrelado à investigação para a coleta de dados, trabalhou-se a
construção de gráficos e tabelas enfatizando o cálculo percentual e
arredondamento de números, e utilizou-se também, as mídias e as tecnologias
atuais.
A investigação realizada permitiu aos alunos a reflexão, compreensão,
crítica e formulação de propostas coerentes e oportunizou o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias á sua integração e atuação na
comunidade.
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As Diretrizes Curriculares (2008) do Estado do Paraná apresentam a
Estatística como conteúdo estruturante para o tratamento da informação a ser
trabalhado no Ensino Fundamental. Fazendo uma retrospectiva, a Estatística já
era utilizada desde 3000 a.c., quando na Babilônia, China e Egito já se faziam
censos. Por volta do ano zero, a Bíblia relata que, “o imperador Augusto
publicou um decreto, ordenando o recenseamento em todo o império” (LUCAS
2,1). Essas informações eram utilizadas para a aplicação de impostos e
alistamento militar. A palavra censo deriva de censere que, em latim, significa
taxar. Estatística vem de status, que quer dizer estado. Pode-se dizer que a
estatística iniciou-se no século XVII, em estudos sobre as taxas de mortalidade,
as quais serviam aos governos para coletar informações relativas a números
de nascimentos, casamentos e dados sobre migração entre outras.
Em
meados do século XVIII, a palavra Estatística foi usada para denominar a
“ciência
dos negócios do Estado tendo em vista que os primeiros
organizadores estavam ligados a departamentos criados por governantes”.
A partir de 1920, foi estruturada a moderna Estatística Analítica. No
Brasil, o ensino da Estatística iniciou-se oficialmente por volta dos anos 30,
segundo o professor Doutor Wagner de Souza Borges como área autônoma,
com os primeiros cursos dos Institutos de Educação do Rio de Janeiro e São
Paulo.
Nas últimas décadas, tem crescido a importância da Estatística, pois em
todas as decisões tomadas ou a tomar, leva-se em conta um grande número
de fatos. E, impreterivelmente, nem todos estes pesam da mesma maneira na
hora da escolha. Devido às transformações ocorridas em todos os níveis dos
sistemas de formação ela aparece, não somente como uma disciplina
independente, mas como ferramenta a serviço de outras ciências. A Estatística
cuida do levantamento de dados, sua posterior organização e sistematização.
No sentido de verificar, a Estatística testa hipótese, faz projeções, estima
quantidades que não podem ser mensuradas diretamente, seja na natureza,
seja no mundo social do qual fazemos parte. Atualmente, o órgão
governamental responsável pelas “estatísticas” no Brasil é o IBGE - Instituto
3
Brasileiro de Geografia e Estatística, fundado em 1934 com o nome de Instituto
Nacional de Estatística. A principal missão do IBGE é a de relatar o Brasil com
informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da
cidadania.
A Estatística é apreciada na matemática, bem como em outras áreas da
ciência pois contribui para o conhecimento e a interpretação dos fenômenos
coletivamente típicos indicando a probabilidade de seu desenvolvimento no
futuro.
Conforme analisa Lopes (2004), nas Diretrizes Curriculares:
A estatística com seus conceitos e métodos para coletar, organizar e
analisar dados, tem-se revelado um poderoso aliado neste desafio
que é transformara informação tal qual se encontram nos dados
analisados que permitem ler e compreender uma realidade. Talvez,
por isso tenha se tornado uma presença constante no dia-a-dia de
qualquer cidadão (...),[de modo que há] amplo consenso em torno da
idéia necessária de literácia estatística, a qual pode ser entendida
como a capacidade para interpretar argumentos estatísticos em
textos jornalísticos, notícias e informações de diferentes
naturezas.(Lopes,2006,p.32 – Diretrizes Curriculares)
O estudo da estatística viabiliza a aprendizagem da formulação de
perguntas que podem ser respondidas com uma coleta de dados, organização
e representação. Atualmente os dados estatísticos são obtidos, classificados e
armazenados em meio magnético e disponibilizados em diversos sistemas de
informações acessíveis a pesquisadores, cidadãos e organizações da
sociedade que, por sua vez, podem utilizá-los para o desenvolvimento de suas
atividades.
Definir estatística não é uma das tarefas mais fáceis, pois os conceitos
fundamentais não têm definição explícita ou, se têm, não é suficientemente
clara para dar-nos idéia acabada de seu significado, assim, nos convém pois
em conceituá-la de forma generalizada, como sendo um método de
observação, descrição e interpretação de fenômenos coletivamente típicos,
utilizados essencialmente para tomada de decisões.Vale lembrar que, por mais
avançada que esteja a estatística, ainda não se pode abrir mão da intuição e
da experiência precedente do pesquisador.
4
A convivência do ser humano uns com os outros, mediada por
instrumentos e símbolos desenvolvidos culturalmente cria formas de ação que
o distinguem de outros animais.
A abstração é um dos instrumentos mais poderosos que o
desenvolvimento cultural cria
na mente do ser humano. Seria
errado pensar que a abstração na mente de um adulto cultural é uma
espécie de processo específico ou função especial que se combina a
outras funções e, juntamente com elas, constitui nossa vida
intelectual. (Vygotsky e Luria,1996: 201)
Para Luria (1998), o estudo de alcance das funções intelectuais leva
uma sociedade não tecnológica a tirar partido das rápidas mudanças culturais
que ocorre em remotas partes do país. Pereira (1997) ressalta que a Estatística
pode ser considerada a tecnologia da ciência, auxiliando a pesquisa desde o
seu planejamento até a interpretação de dados. Diante disso é preciso traçar
mudanças que estejam interligadas ao processo do pensamento provocadas
pela evolução social e tecnológica.
Nos dias de hoje os meios de comunicação e tudo o que se relaciona
com a informação tem importância cada vez maior. Essas informações, que
aparecem ler todos os dias nos jornais, revistas e internet, enfim nos meios de
comunicação, vêm acompanhadas, muitas vezes, de listas, tabelas e gráficos
de vários outros tipos.
È importante ter conhecimento necessário para
entender o significado desses dados e, ao mesmo tempo, saber interpretar os
diferentes instrumentos utilizados para representá-los.
No ensino fundamental a Estatística será mais produtiva para o aluno,
se vista como uma ciência que auxilia na decodificação
de situações
problemas. É necessário ter o conhecimento matemático, atrelado à
investigação, familiaridade com softwares, análise de dados, para construir
conceitos estatísticos elementares e possibilitar ao aluno tirar conclusões de
situações cotidianas.
Segundo WODEWOTZKI e JACOBINI (2004) “É o estudante que busca,
seleciona, faz conjecturas, analisa e interpreta as informações para, em
seguida, apresentá-las para o grupo, sua classe ou sua comunidade”. Mediante
esta realidade, o ensino de Estatística deve tratar de questões da realidade dos
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alunos, de forma a instigá-los na percepção de como as quantificações estão
inseridas nos diversos momentos do cotidiano. E, cabe ao professor articular
esse processo pedagógico e é por meio da visualização da utilidade prática da
Estatística que os alunos perceberão sua importância no mundo real, ambiente
do qual fazem parte.
LOPES (2004) defende que a escola deve proporcionar ao estudante,
desde o início da escola básica, a formação de conceitos que o auxiliem no
exercício de sua cidadania, desta maneira formando cidadãos críticos, éticos e
reflexivos. Trabalhando a Estatística voltada aos fatos contextualizados da vida
do aluno como um todo, pode ser um caminho a isso.
O processo de construção do conhecimento não ocorre apenas pelo viés
do cognitivo, mas principalmente pelo afetivo, pela imaginação, pela intuição,
por outros tipos de raciocínios. Mas como diz Paulo Freire (1997) “ninguém
motiva ninguém, ninguém se motiva sozinho, os homens se motivam em
comunhão.” O aluno certamente encontrará maior motivação para aprender a
partir do momento em que o processo educacional levar em consideração as
suas necessidades, interesses, afetividades formando cidadãos críticos
reflexivos.
No espaço da sociedade organizada em rede existem novas conexões
que modificam constantemente a economia, seus reflexos
nas formas de
trabalhar e nos eixos fundamentais que organizam as culturas. Entretanto há
necessidade de enfrentar novos fenômenos, munidos de instrumentos que
permitam compreender a dinâmica sócio-cultural. Em virtude disso é preciso
fazer uma leitura crítica dos fatos que ocorrem na sociedade, pela qual
deve-se interpretar tabelas, gráficos , dados percentuais, indicadores e
também conhecer as possibilidades de ocorrência de eventos. Tais domínios
são necessários porque no mundo atual as informações veiculadas de modo
mais acessível e rápido, exigem senso crítico e análise para a tomada de
decisões. A idéia está reforçada nas diretrizes curriculares quanto a
importância de conhecer os fundamentos básicos de Matemática para que a
população disponha das condições que lhe permitam ler e interpretar tabelas,
gráficos e dados estatísticos, presentes em seu cotidiano. Construir tabelas a
6
partir de textos, tê-las já construída e interpretá-las corretamente são práticas
que constituem um saber social necessário.
DESENVOLVIMENTO
Para o desenvolvimento deste trabalho, escolheu-se a turma da 6ªsérie
B do período da manhã, do Colégio Estadual Machado de Assis de Barbosa
Ferraz – EFMP (CEMABARF) e solicitou-se a escolha de um tema. De acordo
com as sugestões feitas pelos alunos listou-se no quadro de giz os temas:
Água e Saneamento Básico; Esporte; Adolescência e Radiação. Por meio de
votação, optou-se pelo tema Água e Saneamento Básico.
Num segundo momento, fez-se uma discussão sobre o tema com os
alunos (de onde vinha a água que abastecia a cidade; se as residências
possuíam caixa d´água, fossa etc.). A seguir, os alunos fizeram uma revisão
bibliográfica sobre o tema escolhido, que serviu de subsídio na elaboração de
um questionário para a coleta de dados.
Elaborado o questionário (anexo I) e digitalizado pelos alunos no
laboratório de informática do colégio (primeiro contato dos alunos com o
laboratório), os mesmos foram realizar a coleta dos dados em suas próprias
residências e em residências próximas às suas (pesquisa in loco por
amostragem aleatória simples), totalizando uma amostra de 43 residências.
Após essa etapa, viu-se a necessidade da tabulação dos resultados.
Optou-se, então, pela contagem das categorias e com o uso dos computadores
do laboratório de informática para a digitação dos dados numa planilha
(BrOffice-Calc - programa encontrado nos laboratórios de informática das
escolas públicas do Estado do Paraná). Destaca-se aí a oportunidade do aluno
em utilizar o computador, importante instrumento tecnológico ofertado às
escolas, não apenas para pesquisas. Para a construção dessa planilha utilizouse palavras-chave de cada pergunta do questionário a qual denominou-se
7
variável. E cada variável foi digitada numa coluna da planilha e, de acordo com
as respostas obtidas, construiu-se um banco de dados com as informações Planilha de dados.
]Com a digitação dos dados, iniciou-se os processos de síntese e
análise dos resultados por meio de tabelas e gráficos.
A análise exploratória dos dados ocorreu em dois momentos:
primeiramente aos alunos construíram tabelas e gráficos apenas utilizando os
recursos disponíveis em sala de aula, ou seja: lápis, régua, papel milimetrado e
ou quadriculado; num segundo momento, as tabelas e gráficos foram
construídas com auxílio de computadores.
Após a etapa da sintetização dos dados, os alunos prepararam um
material (gráficos em cartolinas) para a exposição dos resultados aos demais
colegas da escola e aos moradores da cidade (comunidade interna e externa).
Destaca-se as dificuldades encontradas pelos alunos na digitação dos
dados e na elaboração das tabelas e gráficos, pois alguns nunca tinham tido
contato com computador antes da realização desse trabalho.
Tendo por base as questões elaboradas e aplicadas na pesquisa e
sentindo a necessidade de aprofundar-se no assunto, foi realizada uma visita à
estação de tratamento (SANEPAR), para verificar de onde é proveniente a
água, como é realizado o seu tratamento e distribuição no município de
Barbosa Ferraz. Os alunos foram acompanhados, orientados e tiveram
informações detalhadas pelos funcionários da SANEPAR: Gabriel de Freitas
Mendonça e Itarcides Rocha de Souza. Constatou-se que a água do município
é proveniente de quatro poços artesianos, três se encontram na zona urbana e
um na zona rural. Um deles encontra-se desativado, sendo utilizado apenas no
período de estiagem. Na estação de tratamento conheceu-se todas as etapas
do sistema e formas de tratamento da água antes de sua distribuição à
população.
Após a visita à estação de tratamento, foi proferida uma palestra com a
Gestora em Meio Ambiente: Renata Facine, funcionária da SANEPAR de
Campo Mourão sobre: O tratamento da água, limpeza da caixa de água,
8
tratamento da rede de esgoto, cuidados com as nascentes e rios, destino do
lixo etc.
Após a análise da pesquisa realizada, notou-se que vários bairros da
zona urbana eram desprovidos de rede de esgoto. Aguçados por curiosidade,
os alunos, com auxílio da professora montaram um questionário dirigido ao
órgão responsável (Sanepar), abordando os seguintes itens:
•
Por que alguns bairros da zona urbana não possuem rede de esgoto,
em sua opinião?
•
Qual a porcentagem do município de Barbosa Ferraz que possui rede
de esgoto?
•
A ligação à rede de esgoto é obrigatória?
•
Como é cobrado o valor referente à rede de esgoto?
•
Qual a atitude da SANEPAR se o consumidor não tem condições
financeiras para fazer a ligação?
•
Nas ruas com declive, qual a atitude da SANEPAR, quando a ligação
não é possível à rede de esgoto?
•
No caso da questão anterior é obrigatório o pagamento referente à rede
de esgoto?
•
Qual a vantagem de se ter rede de esgoto?
•
O governo municipal tem interesse para a ampliação da rede de esgoto
no município de Barbosa Ferraz?
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Pela importância da informação na sociedade atual e levando em conta
a organização de dados coletados em tabelas para facilitar a leitura e
interpretação dessas informações, construíram-se algumas tabelas.
A Tabela 1 apresenta uma tabela simples de distribuição de freqüência
das 43 residências pesquisadas no município de Barbosa Ferraz, segundo sua
localização rural ou urbana.
9
De acordo com a Tabela 1, a maioria das residências pesquisadas, 79%
encontram-se na zona urbana. O fato de 21% das residências terem sua
localização em área rural justifica-se pelo fato do município ser de pequeno
porte e voltado para a agricultura.
Tabela 1: Distribuição das residências no município quanto a localização.
Barbosa Ferraz, 2008.
LOCALIZAÇÃO
Freqüência
%
Rural
9
21
Urbana
34
79
Total geral
43
100
Fonte: Pesquisa in loco por amostragem aleatória
Quando se tem mais de uma informação para ser sintetizada, a
tabela adequada é uma tabela de dupla entrada, como por exemplo, a Tabela
2, nas quais estão presentes as variáveis qualitativas: localização da residência
e ter reservatório (caixa d’agua).
Tabela 2: Distribuição de freqüência das residências que possuem
reservatório segundo sua localização - Barbosa Ferraz, 2008.
Reservatório
LOCALIZAÇÃO
Rural
Urbana
Total geral
Não
0
18 (53%)
18 (42%)
sim
9 (100%)
16 (47%)
25 (58%)
Total
geral
9 (100%)
34 (100%)
43 (100%)
Fonte: Pesquisa in loco por amostragem aleatória.
Nesse caso constatou-se que na zona rural 100% das residências
possuem reservatório. Já na zona urbana, a maioria 53% não possuem
reservatório de água em suas residências, sendo que recebem água direto da
rua.
Talvez a não preocupação de possuir um reservatório de água em
suas residências deve-se ao fato de o município nunca apresentar problemas
relacionados com falta de água.
Após a constatação de que das 43 residências pesquisadas, 58%
delas possuem reservatórios é de interesse saber qual o tipo destes.
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Tabela 3: Tipo de reservatório utilizado nas residências dos moradores
de Barbosa Ferraz, 2008.
Nº DE
%
TIPO DE RESERVATÓRIO RESERVATÓRIOS
Amianto
22
88
PVC
1
4
Não informou
2
8
Total geral
25
100
Fonte: Pesquisa in loco por amostragem aleatória.
A Tabela 3 mostra que das residências com reservatórios, 88% são de
amianto, 8% de PVC e 4% não especificou o material do qual é feito o
reservatório de sua residência. A utilização da porcentagem acaba por facilitar
a verificação da proporção do material utilizado na fabricação de cada
reservatório. É importante ressaltar quanto às 18 residências que não possuem
reservatório, mesmo assim recebem água tratada diretamente da Empresa
para suas instalações, onde é consumida sem ser armazenada. Segundo
informações dos técnicos da Sanepar, o tipo de material mais apropriado para
o armazenamento de água seria o PVC (policloreto de vinila), por sua
característica de não possuir fissuras ou poros para o acúmulo de bactérias.
Para a construção da Tabela 3, utilizou-se a freqüência relativa
(porcentagem) e a regra de três simples (100 x 22 / 25 ≅ 88%). Isto
proporcionou aos alunos melhor interpretação dos dados pesquisados.
Na Tabela 4 verificou-se o destino dos detritos das residências
pesquisadas e após sua explanação houve uma discussão sobre a
necessidade do serviço de saneamento.
Claramente, pode-se observar que 34 residências que possuem como
destino dos detritos por elas produzidos, o sistema de
fossa, e apenas 9
possuem rede de esgoto. Essa situação nos bairros do município ocorre devido
à pequena cobertura na construção da rede de esgoto, sendo apenas de 30%.
No entanto, há uma previsão em estender gradativamente esse serviço à
população nos próximos anos.
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Tabela 4:Destino dos detritos nas residências pesquisadas de
Barbosa Ferraz.
BAIRRO
FOSSA
REDE DE ESGOTO
TOTAL
Centro
3
1
4
Esperança
2
0
2
Formoso
2
0
2
Perdizes
5
0
5
Pocinho
2
0
2
Quebra Mola
4
0
4
São Judas
5
0
5
Vila Bento
2
0
2
Vila Mineira
1
2
3
Vila Nova
4
1
5
Vila Operária
1
0
1
Vila do Rock
3
5
8
TOTAL
34
9
43
Fonte: Pesquisa in loco por amostragem aleatória simples
Dos bairros citados na Tabela 4, Formoso, Pocinho e São Judas não
possuem rede de esgoto por pertencerem à zona rural do município, embora
outros bairros da zona urbana, também não recebam este serviço.
Ressalta-se que as tabelas devem conter título, ser abertas nas laterais
e que a fonte deve ser apresentada em letras pequenas no final da tabela e
deve informar de onde os dados foram obtidos.
Num primeiro momento, os alunos construíram as tabelas no caderno
com o auxilio de régua e lápis. Logo após, foram utilizados os recursos
tecnológicos no laboratório de informática, dessa forma puderam ver as
facilidades que a mídia tecnológica pode proporcionar.
De forma análoga,
foram construídos vários gráficos com os dados obtidos na coleta,
primeiramente no caderno com papel quadriculado e posteriormente, no
laboratório de informática, com o auxílio do computador.
Todo gráfico tem por objetivo dar uma visão mais rápida das
informações que estão sendo repassadas.
A Figura 1 ilustra o gráfico, construído por um aluno, da distribuição de
freqüência das 43 residências pesquisadas no município de Barbosa Ferraz
segundo a localização que se enquadra nas categorias urbana ou rural e o total
de residências em cada categoria.
12
Figura 1 – Distribuição de freqüência da localização das residências de
Barbosa Ferraz.
Figura 2 – Número de vezes que os reservatórios são limpos
anualmente por seus moradores.
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A Figura 2 mostra que a maioria, 56% dos reservatórios são limpos
apenas uma vez ao ano, mas por instrução de órgãos responsáveis (Sanepar)
as caixas de água deveriam de ser limpas no mínimo duas vezes ao ano. E
não é o que vem ocorrendo na maioria das residências. Faz-se necessária
maior divulgação quanto a esse procedimento por parte de órgão públicos e
meios de comunicação.
A Figura 3 ilustra um gráfico de setores utilizando o computador, que
além de possibilitar a inclusão digital para muitos alunos, vem facilitar o
trabalho dos mesmos. Na construção desse tipo de gráfico manualmente temse que revisar os conceitos de ângulos e utilizar um compasso.
8%
4%
88%
Amianto
PVC
Não informou
Figura 3 – Tipo de reservatórios encontrados nas residências.
As informações apresentadas no gráfico acima indicam que o maior
número de reservatórios existentes nas residências é de amianto. Isso se deve
ao fato do mercado, durante muito tempo oferecer apenas reservatórios
fabricados com este material. Atualmente, é possível comprar reservatórios
com material mais apropriado para sua higienização.
Para a organização desses dados em tabelas e gráficos, trabalharam-se
alguns conteúdos essenciais para o entendimento e construção dos mesmos,
14
tais como: elaboração do instrumento de coleta (Questionário- anexo I ),
arredondamento de valores, fração, porcentagem, proporcionalidade, ângulo
central e sistema de coordenadas cartesianas e alguns conceitos básicos da
ciência Estatística.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação da seqüência didática em sala de aula possibilitou explorar a
ciência Estatística como conhecimento relevante e necessário nos dias de hoje
para melhor compreender a sociedade por meio dos textos veiculados no
mundo social.
A escolha da temática ocorreu pelo fato da proximidade, curiosidade,
bem como, por ser abordado em outras disciplinas e constantemente estar
envolvido na mídia.
O aprofundamento do tema deu-se por meio de várias pesquisas,
palestra e visita a estação de tratamento.
Com a realização das diversas atividades, os alunos sentiram-se
motivados pela oportunidade de expor na Semana Cultural os conhecimentos
adquiridos, servindo esta, de conclusão e avaliação dos trabalhos. Conhecendo
os passos do trabalho exposto os alunos puderam analisar, argumentar e
posicionar-se criticamente diante dos problemas que surgiram no decorrer do
processo. E ao término do trabalho foi elaborado um filme com todas as
atividades desenvolvidas pelos alunos.
A partir das atividades desenvolvidas e dos conteúdos trabalhados
(arredondamento de valores, fração, porcentagem, proporcionalidade, ângulo
central e outros) foi possível verificar no aluno maior desempenho do raciocínio
lógico, percepção, leitura e interpretação de dados e informações estatísticas
dentro e fora do domínio escolar.
15
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Alfabetização Matemática, Estatística e científica. Itabuna, Editora Via Literum,
2006
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edição reformulada e atualizada,1996.
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NAZARETH, Helenalda Curso Básico de estatística. São Paulo, Editora
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Textos – Ensino de Língua Portuguesa Através de Projetos. São Paulo, IBEP,
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1ª edição, 2006.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO (SEED). Diretrizes Curriculares
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Curitiba, 2006.
________, Uma nova política de formação continuada e
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da educação
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SOCIEDADE BÍBLICA CATÓLICA INTERNACIONAL, Bíblia Sagrada, Edição
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16
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primitivo e a criança. Porto Alegre: Artes Médicas,1996.
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http://i.fc.ul.pt/destaques/álbum/enc-estar.htm. Acesso em 27 fev.2002.
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18
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Conferência Internacional “Experiências e Expectativas do Ensino de Estatística –
desafios para o Século XXI”. Disponível em:
http://www.inf.ufsc.b/cee/mesa/Barbeta.html. Acesso em 23 jan. 2002
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ANEXO I
QUESTIONÁRIO
1) ENDEREÇO:
Rua: __________________________________________________________
nº_____
Bairro:
_______________________________________
Cidade:__________________
2) Qual a sua idade?_______________________
3) Sua residência se encontra na:
( ) Zona Urbana
( ) Zona Rural
4) A água que você utiliza é:
( ) Sanepar ( ) poço artesiano ( ) poço
( )mina
( ) outros
5) Em sua casa tem reservatório (caixa d’água):
( ) sim
( ) não
6) Se tiver reservatório, ele é:
( ) de amianto
( ) PVC
( )outros
7) A caixa d’água em sua casa é coberta?
( ) sim
( ) não
8) Você lava a caixa d’água:
( ) nunca
( ) 1 vez ao ano
( ) 2 vezes ao ano ( ) 3 ou mais
09) Destino dos detritos:
( ) fossa
( ) rede de esgoto ( ) céu aberto
18
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