Terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Jornal de Brasília
Diferença entre vida e morte
A vida de muitas pessoas está nas
mãos dos profissionais que trabalham
no Sistema de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu). Para isso, eles devem estar equipados com equipamentos fundamentais como Kit Parto,
Ked – utilizado para a imobilização
em casos de trauma de pacientes em
locais de difícil retirada –, entre outros.
No caso dos desfibriladores, são
aparelhos desenvolvidos para interromper arritmias graves, devolvendo
o coração ao ritmo normal e reestabelecendo o fluxo sanguíneo aos
órgãos do organismo, evitando lesões
graves cardíacas e cerebrais.
Conforme o doutor Anselmo Mota, cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, os desfibriladores são
muito importantes nos atendimentos
emergenciais, e devem sempre estar
presentes nas ambulâncias UTI.
“Cada minuto que passa
após uma parada cardíaca não assistida a
chance de recupe-
ração diminui 10%. Por isso, os primeiros minutos de atendimento são
cruciais”, afirma.
O cardiologista diz que o equipamento é o diferencial entre a vida e
a morte do paciente. “Ao atender um
indivíduo com suspeita de parada
cardiorrespiratória, deve-se solicitar
um desfibrilador e então iniciar as
manobras de ressuscitação cardiorrespiratória com a massagem cardíaca. Com o desfibrilador, as chances
de sobrevivência são muito maiores.
Realizar um resgate de um paciente
sem a disponibilidade do equipamento pode comprometer a chance de
sobrevivência”, diz.
Desde 2005, locais com grande
aglomeração, como shoppings, hotéis,
Precauções, segurança e manutenção dos desfibriladores
aeroporto, estações rodoviárias, metrôs, estádios de futebol, academias,
hipermercados, universidades e outros, são obrigados a manter o aparelho desfibrilador semiautomático
externo em suas dependências.
Pelo menos dois profissionais desses estabelecimentos devem ser treinados para uso do equipamento. A
norma estabelece que esses locais devem submeter seus profissionais a
cursos de reciclagem e atualização no
uso do equipamento.
A manutenção do aparelho deve
ser feita todo semestre ou quando
houver necessidade. O estabelecimento que descumpre a lei distrital está
sujeito a advertência; multa de R$ 1 mil
até R$ 20 mil; interdição parcial ou
total do estabelecimento; e cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento.
CIDADES
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O que é Samu?
O Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência
(Samu/192) é um programa
que tem como finalidade
prestar o socorro à
população em casos de
emergência.
O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de
profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares
de enfermagem e socorristas que atendem às urgências de
natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica,
gineco-obstétrica e de saúde mental da população.
O Samu realiza o atendimento de urgência e emergência em
qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas.
O socorro é feito após chamada gratuita, feita para o
telefone 192.
A ligação é atendida por técnicos na Central de Regulação que
identificam a emergência e, imediatamente, transferem o
telefonema para o médico regulador. Esse profissional faz o
diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo
instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a
chamada, sobre as primeiras ações.
Quando chamar o Samu, pelo 192:
Q Na ocorrência de problemas
cardio-respiratórios
Q Em casos de intoxicação exógena
Q Em caso de queimaduras graves
Q Na ocorrência de maus-tratos
Q Em trabalhos de parto onde haja risco de
morte da mãe ou do feto
Q Em casos de tentativas de suicídio
Q Em crises hipertensivas
Q Quando houver acidentes/trauma com
vítimas
Q Em casos de afogamentos
Q Em casos de choque elétrico
Q Em acidentes com produtos perigosos
Q Na transferência inter-hospitalar de doentes
com risco de morte
Protocolo para desfibrilação externa
1.
1 Aplicar o creme ou a pasta condutora nos
eletrodos, ou colocar na parede torácica, o emplastro
com o material condutor, ou então as gazes embebidas
com solução salina.
77. Mantendo a pressão adequada de 10kg sobre os
Uma das precauções importantes é evitar proceder as descargas elétricas
quando não há indicação clínica para tal.
Há que recordar que ondulações irregulares no monitor podem ser produzidas por artefatos como, por exemplo, quando o paciente treme, ou por uma
interferência elétrica.
2.
2 Ligar o desfibrilador. Assegurar-se que o
sincronizador está desligado.
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8. Sem desprender os eletrodos do tórax do paciente,
É essencial verificar-se há presença ou ausência do pulso arterial antes de
se proceder a desfibrilação.
3.
3 Selecionar o nível de energia (200J para a 1ª
descarga).
É importante, depois de cada uso, limpar os eletrodos e os fios do desfibrilador, assim como todo o restante da unidade, utilizando um pano úmido com
água e detergente líquido.
4 Carregar o condensador. O indicador para a carga
4.
completa pode ser uma luz ou um som, ou ambos.
Se a unidade não tiver sido utilizada, é necessário limpar sua superfície,
periodicamente, com um pano umedecido com água.
5.
5 Colocar os eletrodos no tórax, de acordo com as
recomendações prévias. Assegurar-se de que não haja
ponte entre os mesmos quando se usar creme, pasta
ou solução salina.
Em situações em que o paciente entra em FV, sob observação, se não
houver resposta ao golpe precordial e, se o desfibrilador está disponível,
recomenda-se imediatamente realizar a desfibrilação elétrica (com menos
de 1min); se o desfibrilador não estiver disponível para uso imediato,
recomenda-se iniciar a RCR.
6 Assegurar-se de que não há contato físico entre o
6.
paciente e os ajudantes. É necessário verbalizar
(dizendo em voz forte: afaste-se) e visibilizar (observar
o paciente desde a cabeça até os pés) antes de
proceder à descarga.
eletrodos, acionar os botões de descarga em ambos os
eletrodos; ou então, a descarga pode ser procedida
diretamente na unidade por um auxiliar.
o operador ordena que o pulso seja verificado e
observa-se o osciloscópio. Se não houver pulso e o
paciente continuar em FV, proceder à 2ª desfibrilação
(300J). Se for necessário, dar uma 3ª desfibrilação
consecutiva (360J), sem desprender os eletrodos do
tórax. Avaliar o pulso e observar o osciloscópio depois
de cada desfibrilação.
9. Não interromper a RCR básica por períodos
9
prolongados; se houver dificuldades técnicas com o
desfibrilador, deve-se continuar com a RCR.
10. Iniciar a intervenção farmacológica, antes de
10
proceder a uma nova desfibrilação.
11. Ao terminar o uso da unidade, limpar os eletrodos.
11
Conectar a unidade em uma fonte elétrica para
carregar as baterias.
INFO JBr
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28/2/2012 1a. Caderno A_9_Tb