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A GAZETA
CUIABÁ, 22 DE DEZEMBRO DE 2011
UNIDADE INTENSIVA Equipamentos das UTIs Neonatal e Pediátrica agora estão no HGU
Aparelhos saem do PS
CAROLINE RODRIGUES
DA REDAÇÃO
As Unidades de Terapia Intensiva (UTI)
Neonatal e Pediátrica do Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá (UTI) estão fechadas há 7 meses devido a uma interdição da Vigilância Sanitária e os equipamentos dos
10 leitos foram levados para o Hospital Geral Universitário (HGU). O Conselho
Municipal de Saúde e entidades, que defendem o direito das crianças, alegam
que o atendimento infantil
acontece de forma precária
na Capital. Em Cuiabá,
apenas a Santa Casa de Misericórdia tem leitos
pediátricos públicos, os demais são de hospitais particulares, que os disponibiliza mediante
ações judiciais e convênios.
A conselheira Municipal de Saúde, Maria Angela Martins, diz que o conselho já pro-
curou respostas da Prefeitura, mas nenhuma
delas é convincente. De acordo com ela, a
transferência dos equipamentos não trouxe
nenhum aumento no número de leitos disponíveis ao Sistema Único de Saúde (SUS), somente vantagens para o HGU com relação
aos pagamentos.
Antes de ter os
equipamentos públicos, o hospital recebia
por via administrativa
e, agora, tornou-se conveniado ao SUS.
Ela explica ainda que a administração da Secretaria Municipal
de Saúde (SMS) afirma que os
equipamentos retornarão ao prédio
após a reforma do espaço, mas não existe nenhum projeto ou planejamento para se fazer a
reforma. “Para mim, esta é a pior gestão da
saúde dos últimos 15 anos”
A terceiro andar, onde funcionava a
UTI, está ocupada por vários pacientes e
PS tem 20
vagas de UTI
para adultos
continua com os mesmos problemas de infraestrutura diagnosticados pela Vigilância
Sanitária e pelo Sindicato dos Médicos de
Mato Grosso (Sindimed).
As paredes estão repletas de infiltrações
e o piso está comprometido. Todo o sistema hidráulico apresenta defeitos, inclusive de retorno dos resíduos pelos ralos e pias.
A presidente do Comitê da Criança Hospitalizada e professora do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT), Rosa Lúcia Ribeiro, diz que pacientes graves lotam a sala amarela infantil do
Pronto-Socorro, que funciona como uma semiUTI e não tem os recursos necessários para
o tratamento. O ideal é que eles ficassem no
ambiente apenas até que a vaga fosse liberada
pela Central de Regulação.
Conforme a professora, as famílias estão
procurando mais a Justiça para conseguir atendimento, principalmente em relação aos casos
graves após o fechamento da unidade. Na última reunião do Comitê com representantes da
Vara da Infância e Juventude, foram apresentados dados, que apontam que 80% dos processos têm relação com saúde.
goutro lado
Assalto
Agência do Sistema de
Cooperativas de Crédito do Brasil
(Sicoob), localizada na avenida Filinto
Muller, em Várzea Grande, foi
assaltada por 2 homens. No momento
do assalto, às 16 horas, um único
cliente estava na agência. Ele foi
rendido, junto com os funcionários,
pelos assaltantes armados com
revólveres calibre 38 Conforme o
gerente, os homens roubaram o
dinheiro dos caixas, pouco mais de
R$ 10 mil.
Tráfico
SMS, por meio da assessoria de imprensa, confirmou que os equipamentos foram entregues ao HGU e alega que 10 leitos estão disponíveis atualmente na unidade para pacientes do SUS. A UTI pediátrica, conforme a SMS, voltará a funcionar no PS após a reforma, que será
realizada no próximo ano. Já a Neonatal será desativada porque o hospital não é maternidade, explica o órgão. A Universidade de Cuiabá (Unic), responsável pelo HGU, foi procurada, mas os telefonemas não foram atendidos.
A
A Polícia Militar (PM) apreendeu
aproximadamente 2,5 kg de
maconha com 3 irmãos menores de
idade (sendo duas meninas e um
menino). O entorpecente estava
escondido na casa deles, na rua 5 do
bairro Novo Estado, em Sinop (500
km ao norte de Cuiabá). No local,
foram encontrados ainda uma
balança e um revólver calibre 38 com
duas munições.
Descaminho
Mais de 5 mil peças de roupa,
trazidas irregularmente de Goiânia
(GO), foram localizadas pela Polícia
Rodoviária Federal (PRF). A
mercadoria, sem nota fiscal, foi
encontrada após abordagem a
veículo na BR-364, cidade de
Diamantino (208 km a médio-norte
da Capital). Além do registro da
ocorrência, o caso foi encaminhado
para a Secretaria de Fazenda de
Mato Grosso (Sefaz/MT)
Furto
Otmar Oliveira/Arquivo
Pronto-Socorro de Cuiabá ainda não iniciou a prometida reforma nas unidades de terapia intensiva Neonatal e Pediátrica, o que causa diversos transtornos aos pacientes
Wanderley Gimenes Gonçalves,
28, é cadeirante e foi detido por
policiais militares de Várzea Grande
furtando produtos de um
supermercado do bairro Cristo Rei.
Na mochila dele foram encontrados
vários produtos.
CÁCERES
Juiz decreta prisão de motorista
GLÁUCIO NOGUEIRA
DA REDAÇÃO
A Justiça decretou novamente a prisão de Sandra Gisele
Tomaz. Supostamente embriagada e sem Carteira Nacional de
Habilitação (CNH), ela atropelou
e matou Marcelo Arruda Silva,
10, que brincava em frente de casa, em Cáceres (225 km a oeste
da Capital). O juiz titular da 3ª
Vara Criminal de Cáceres, Carlos
Roberto Campos, reconsiderou o
recurso concedido à defesa e determinou a prisão.
Ela estava solta desde 28 de
outubro, quando o juiz Geraldo
Fernandes Fidelis Neto, que
substituía Campos, revogou a
prisão preventiva. Para justificar
a reconsideração, o magistrado
alegou a manutenção da ordem
pública e a garantia da instrução
processual.
Para o promotor do Ministério Público (MP), Luciano Oliveira, responsável pelo recurso, a
nova prisão de Sandra traz segurança para os familiares e vizinhos da vítima, que temiam represálias por parte de Abel. Sandra deverá ser levada a júri popular ainda no primeiro trimestre
de 2012.
Ela é acusada por homicídio doloso, uma vez que, ao dirigir sob efeito de bebida alcoólica, sabia que colocava em risco a
vida de outras pessoas. A pena
varia entre 12 e 30 anos.
Após o atropelamento, dia
28 de maio deste ano, Sandra fugiu do local sem prestar socorro
à vítima. Por este motivo, não foi
feito nenhum exame que comprovasse a embriaguez. Mas, explica Oliveira, os testemunhos
obtidos durante o processo de
que ela estava alcoolizada servem como prova indireta. Eles
afirmaram que várias latinhas de
cerveja estavam no interior do
veículo.
Marcelo morreu 7 dias após
o atropelamento em um hospital
da Capital. Antes disso, teve as
duas pernas, que foram esmagadas com a batida, amputadas.
g Outro lado - Advogado de defesa de Sandra, Marciano Xavier das Neves negou
que a acusada coloque em risco a
ordem e disse que vai recorrer da
decisão.
Daniel Alcântara/Arquivo
Sandra Gisele fugiu após atropelar a criança, que perdeu as 2 pernas e faleceu dias depois
Marido PM teria alterado a cena
DA REDAÇÃO
Marcus Vaillant/Arquivo
Suspeita é de que Sandra teria bebido antes de dirigir e o marido retirado latas de cerveja do carro
Além do processo criminal
que apura a participação de Sandra
Gisele Tomaz no atropelamento que
resultou na morte Marcelo Arruda
Silva, 10, outro procedimento foi
instaurado pela Polícia Militar.
Uma sindicância foi aberta para
analisar a conduta do marido de
Sandra, Abel Cebalho de Souza, cabo lotado no batalhão de policiamento especializado ambiental.
De acordo com o coronel
Anselmo Fernandes, que baixou
a portaria para investigar o policial, falta apenas um laudo, a
cargo da Politec, para que a sindicância seja encerrada. O documento vai dizer se Sandra havia
ou não ingerido bebida alcoólica
antes do atropelamento.
Pesa sobre o cabo a acusação
de ter adulterado o local do atropelamento, retirando o carro da cena
do crime e também algumas latas de
cerveja que, segundo testemunhas,
estavam no interior do automóvel.
“Em tese, sem emitir nenhum julgamento, esta teria sido a atuação do
cabo”. Diante da revolta da população com a retirada do carro sem que
a perícia fosse feita, o cabo ameaçou
pai e filha, quando questionado, de
prisão por desacato.
Além de adulterar a cena do
crime, o cabo teria pedido a uma advogada que defendia a esposa para
que pressionasse as testemunhas no
sentido de mudarem os depoimen-
tos e negarem a embriaguez.
Para o juiz que revogou o
habeas corpus, Carlos Roberto
Campos, a participação do policial
militar influenciou na decisão de
colocar Sandra de volta na prisão.
“Sandra, por si só, não causa prejuízo à instrução criminal. Entretanto, verifica-se que a acusada
pode estar se beneficiando com
condutas praticadas por outras
pessoas, em conluio com ela”,
afirma trecho do despacho.
A sindicância que apura a
participação de Abel no episódio
foi instaurada no Comando do Policiamento Ambiental por não haver conflito entre comandos. Os
comandantes regionais são também autoridades judiciárias. (GN)
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