58º congresso Edição Diária português de oftalmologia 3 | 4 | 5 dez 2015 tivoli mariNa vilamoura Aceda à versão digital Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso | www.spoftalmologia.pt 5 Dezembro sábado 7 1 6 5 2 3 4 Atualização em Oftalmologia Pediátrica e estrabismo São várias as sessões deste Congresso que visam traçar o estado da arte em Oftalmologia Pediátrica e estrabismo. Hoje, o Dr. Jan-Tjeerd de Faber (5) apresenta lições que se podem extrair do reino animal para resolver casos complexos nesta área (pág.2). À tarde, o curso com a chancela do Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo (GPOPE), coordenado pela Dr.ª Catarina Paiva (4), analisa o impacto da baixa visão nas crianças (pág.4), contando com intervenções como a da Prof.ª Keila Monteiro (3). Por sua vez, o Dr. Rui Castela (6) coordena o simposium GPOPE dedicado ao nistagmus (pág.6), no qual o Dr. Augusto Magalhães (1) é um dos oradores. Ontem, o Prof. John Sloper (7) proferiu uma conferência sobre a importância da evidência na cirurgia do estrabismo e o Dr. Jorge Breda (2) apresentou os highlights de 2015 em Oftalmologia Pediátrica. Visão SPO HOJE sábado, dia 5 Novas fronteiras na área da retina O s progressos na área da retina médica estão hoje em destaque, na sessão de highlights 2015 da revista Oftalmologia, entre as 10h30 e as 10h45, na sala Gemini. A introdução de novos medicamentos, novas indicações e novas tecnologias de imagem provam que esta é «a área da Oftalmologia com maior evolução ao nível da investigação e da prática clínica nos últimos anos», como afirma o Prof. Rufino Silva, coordenador da Secção de Retina Médica do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). A terapia genética é um campo com resultados inovadores a nível clínico e de OPINIÃO «Assistimos, este ano, ao ressurgimento de novas esperanças na terapia genética, com a publicação dos resultados a três anos na amaurose congénita de Leber» grafia fluoresceínica e da angiografia com indocianina verde. «O ano de 2015 marca o início de uma nova era na imagiologia da retina», garante Rufino Silva, pois, «pela primeira vez, é possível observar in vivo a circulação retiniana e coroideia e analisar as alterações estruturais e funcionais de múltiplas doenças coriorretinianas». Esta inovação vem mudar o conhecimento da fisiopatologia de muitas doenças e a sua abordagem na prática clínica. João Paulo Godinho Aventuras de um oftalmologista pediátrico Dr. Jan-Tjeerd de Faber Diretor do Serviço de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo do Rotterdam Eye Hospital, na Holanda | Preletor da primeira de duas conferências que decorrem entre as 11h15 e as 12h30, na sala Gemini N a minha conferência, vou tentar fazer com que a assistência entre na «selva» da Oftalmologia Pediátrica e do estrabismo. Para tal, irei apresentar casos e serão colocadas questões de escolha 2 investigação em retina. «Assistimos, este ano, ao ressurgimento de novas esperanças na terapia genética, com a publicação dos resultados a três anos na amaurose congénita de Leber», sublinha o orador, referindo-se a um estudo que incluiu 20 doentes e cujos «resultados mostram uma diferença significativa» ao nível da mobilidade e da sensibilidade retinianas. A inovação também se constata na «queda de um dos mais antigos dogmas da retina»: «O tratamento da retinopatia diabética proliferativa (RDP) só é possível através da fotocoagulação panretiniana.» Com efeito, Rufino Silva explica que «os resultados já publicados do Protocolo S mostram que o tratamento com ranibizumab conduz a melhor acuidade visual, menor perda de campo visual, menor probabilidade de precisar de vitrectomia ou de desenvolver edema macular». Tendo em conta estes dados, o especialista aponta este tratamento como «uma possível alternativa terapêutica» na RDP, especialmente em doentes com edema macular associado. Esta palestra vai encerrar com a análise das potencialidades da angiografia com tomografia de coerência ótica (OCTA, na sigla em inglês), em detrimento da angio- 58.º Congresso português de oftalmologia múltipla sobre os mesmos, para estimular a participação dos congressistas. O principal propósito desta sessão é mostrar o quão interessante, desafiante e complexo podem ser as situações com que nos deparamos na área da Oftalmologia Pediátrica e do estrabismo. Darei exemplos não só relacionados com os seres humanos, mas focarei também alguns cenários encontrados no reino animal. Para levantar apenas a ponta do véu, deixo aqui alguns exemplos de tópicos que vou comentar: Visão dupla num doente que regressou de uma viagem a Cuba. Qual o mecanismo de esotropia em alta miopia e como deverá ser tratado? Uma mulher com espasmos de acomodação unilaterais? É possível, porque a acomodação no cérebro é regu- lada pelo núcleo Edinger Westphal e igual para ambos os olhos. Qual foi a consulta mais difícil de toda a minha carreira? Quais as indicações para realizar cirurgia em casos de persistência hiperplásica do vítreo primitivo, e quais os resultados e complicações? O astigmatismo lenticular pode ocorrer em crianças e adultos. Qual o diagnóstico diferencial e o tratamento? Diagnóstico e tratamento adequados do nistagmus unilateral no adulto. O que podemos aprender com o reino animal? Enquanto consultor oftalmológico no Jardim Zoológico de Roterdão, vou mostrar alguns casos que são bons exemplos de Oftalmologia translacional. OPINIÃO Cirurgia do sistema dióptrico ocular A s cirurgias da córnea e do cristalino têm registado desenvolvimentos significativos nos últimos anos. A par da cirurgia refrativa, apareceu um novo conceito na cirurgia do segmento anterior, ao qual chamamos de cirurgia do sistema dióptrico ocular. A cirurgia da córnea pode ser realizada através de técnicas de superfície, penetrantes, transplante lamelar e outros procedimentos que visam o tratamento específico de certas doenças, em particular o queratocone. A cirurgia do cristalino, por seu turno, também compreende várias áreas, incluindo a cirurgia de catarata, o estudo de lentes intraoculares, a deslocação de lentes ou a cirurgia para troca da lente intraocular. Por sua vez, a cirurgia refrativa, que é academicamente sobrevalorizada, adquiriu bastante importância terapêutica, com técnicas de laser excimer, im- plantes de lentes fáquicas e correção do astigmatismo. Estas três áreas são tão amplas que um oftalmologista pode dedicar-se apenas a uma delas ao longo de toda a carreira. No entanto, a abordagem pode ser enriquecida se fizermos uma leitura horizontal das três, combinando técnicas de cada uma delas. Este novo conceito de cirurgia do sistema dióptrico ocular baseia-se na realização da cirurgia da córnea e do cristalino, a fim de recuperar, substituir ou melhorar a sua transparência. Estas duas estruturas oculares podem ser modificadas ou substituídas por intermédio de diferentes técnicas cirúrgicas disponíveis. As lentes intracorneanas, as lentes epicapsulares e as lentes da câmara anterior desempenham um papel importante neste contexto, não esquecendo, obviamente, a opção das lentes de con- PROF. José Alfonso Diretor da Unidade de Cirurgia de Córnea, Cristalino e Refrativa do Instituto Oftalmológico Fernández-Vega, em Oviedo, e presidente da Sociedad Española de Cirugía Ocular Implanto Refractiva | Preletor da segunda de duas conferências que decorrem entre as 11h15 e as 12h30, na sala Gemini tacto corneanas. Os avanços tecnológicos permitem-nos aspirar a ideia, que era utópica até há pouco tempo, de alterar o sistema dióptrico ocular de acordo com as necessidades do doente, fazendo-o com segurança. Valor do aflibercept nas doenças da retina Dr. José Roque, Dr. Miguel Amaro, Prof.ª Ângela Carneiro, Dr. João Nascimento (moderador) e Prof. Rufino Silva O ftalmologistas de vários hospitais vão debater o contributo do aflibercept para o tratamento das patologias que afetam a retina, no simpósio-satélite promovido hoje pela Bayer, entre as 12h30 e as 13h15, na sala Gemini. O Dr. José Roque, do Instituto de Microcirurgia Ocular, em Lisboa, fará inicialmente uma breve apresentação sobre a evidência científica que suportou a aprovação do aflibercept em cinco indicações terapêuticas. «Pode dizer-se que é um fármaco revolucionário, pois, entre 2012 e 2015, foi aprovado para o tratamento de várias condições, nomeadamente a degenerescência macular relacionada com a idade [DMI], as oclusões venosas retinianas, o edema macular diabético e, já neste ano, para as oclusões de ramo e a neovascularização coroideia na miopia patológica.» Entre as principais mais-valias deste medicamento, o orador destaca «os ganhos de visão e a estabilização da acuidade visual, um bom perfil de segurança e a diminuição do número de injeções intravítreas, sem comprometer os resultados». Seguir-se-á uma mesa-redonda, moderada pelo Dr. João Nascimento, do Instituto de Retina de Lisboa, centrada «na partilha de experiências de especialistas de referência, quanto à utilização desta terapêutica». Segundo o moderador, um dos desafios na utilização dos anti-VEGF é a crescente sobrecarga que estes tratamentos representam para os Serviços de Oftalmologia, devido ao elevado número de injeções e, consequentemente, de consultas que implicam. «Neste contexto, a diminuição de injeções necessárias com o aflibercept, comparativamente a outros anti-VEGF, pode traduzir-se numa grande vantagem», frisa. João Nascimento adianta que «vão ser discutidos esquemas terapêuticos, indicações e estratégias que cada especialista convidado utiliza, na sua prática clínica, com o aflibercept. Além de José Roque, os intervenientes na mesa-redonda deste simpósio-satélite serão: Prof.ª Ângela Carneiro, do Centro Hospitalar de São João, no Porto; Prof. Rufino Silva, chefe da Secção de Retina Médica e Neuroftalmologia do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; e Dr. Miguel Amaro, diretor do Serviço de Oftalmologia do Hospital de Vila Franca de Xira. Marisa Teixeira de z embro 2 0 1 5 3 Visão SPO HOJE OPINIÃO sábado, dia 5 Será a metabolómica a chave para identificar biomarcadores na DMI? Dr.ª Inês LaÍns Clinical research fellow no Serviço de Retina do hospital Massachusetts Eye and Ear Infirmary, em Boston, e interna no Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra | Preletora da Conferência SOE do Jovem Investigador, que decorre entre as 14h30 e as 15h00, na sala Gemini A o abrigo do Junior Research and Career Development Award, atribuído pelo Programa Harvard Medical School Portugal (HMSP) e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), tive a oportunidade de, em junho de 2014, iniciar o projeto de investigação «Metabolómica, genética e ambiente: uma nova aborda- gem integradora na degenerescência macular relacionada com a idade [DMI]». O primeiro ano do projeto foi efetuado numa das instituições da Harvard Medical School, em Boston, o que me permitiu iniciar o meu fellowship no Serviço de Retina do hospital Massachusetts Eye and Ear Infirmary (MEEI). Neste sentido, foi possível desenharmos e desenvolvermos este projeto multicêntrico, criando uma parceria entre o MEEI e as instituições portuguesas das quais sou afiliada - a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e a Associação para a Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem. A Universidade de Aveiro é também parceira neste projeto. Atualmente, não existem biomarcadores capazes de considerar a multiplicidade de fatores de risco envolvidos na DMI. Adicionalmente, conhece-se ainda pouco sobre a interação genes/ambiente nesta doença. O nosso projeto propõe uma abordagem inovadora, baseando-se primariamente na metabolómica. Recorde-se que os metabolitos representam o produto final da transcrição genética, mas são, simultaneamente, afetados por fatores ambientais. Assim, considera-se que esta pode ser uma excelente técnica para identificar biomarcadores de doenças complexas/multifatoriais, como já foi descrito em outras áreas da Medicina. Neste projeto, estamos a incluir e a avaliar várias centenas de doentes com diferentes estádios de DMI, bem como um grupo controlo, em Coimbra e em Boston. Além do estudo metabolómico, inclui também um perfil genético e uma caracterização fenotípica completa de todos os participantes. Assim, pretendemos desenvolver uma inovadora integração metabolitos-genes-ambiente na DMI e, deste modo, aumentar o conhecimento atual sobre esta importante doença. Intervir precocemente na baixa visão das crianças O impacto da baixa visão nas crianças está hoje em análise, no curso «Baixa Visão e Mobilidade», promovido pelo Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo (GPOPE) da SPO, na sala Pégaso, entre as 14h30 e as 15h30. A Dr.ª Catarina Paiva, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e coordenadora do GPOPE e desta sessão, começa por contextualizar que «as repercussões da deficiência visual na idade pediátrica vão muito além da visão». Por isso, este curso vai traçar uma abordagem teórica sobre a deficiência visual e as suas consequências na infância, contando ainda com as intervenções da Prof.ª Keila Monteiro (secretária-geral do Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO) sobre as diferenças na avaliação da baixa visão na criança; da Dr.ª Sara Räder (especialista em Medicina Física e de Reabilitação no CHUC) acerca do papel da Fisiatria na baixa visão; e da Dr.ª Vânia Fachada (formadora na Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal – ACAPO) relativamente aos aspetos de orientação e mobilidade. 4 58.º Congresso português de oftalmologia Dr.ª Sara Räder, Prof.ª Keila Monteiro e Dr.ª Catarina Paiva (coodenadora). Ausente na foto: Dr.ª Vânia Fachada Segundo Catarina Paiva, é fundamental fornecer precocemente a estas crianças «uma estimulação visual dirigida e específica para a sua situação», de modo a que o resultado final seja o melhor possível e superior ao que se registava no passado. «A ambliopia é uma doença tratada na infância e o que acontece na baixa visão é que temos um olho tão deficiente que, se não fizermos estímulos dirigidos, ele fica preguiçoso e acaba amblíope», refere. A coordenadora do GPOPE defende que a estimulação visual precoce seja aliada a um diagnóstico também precoce. Embora reconheça a sensibilização cada vez maior da população, Catarina Paiva enfatiza a importância de implementar um rastreio nacional para todas as crianças até aos 3 anos, acrescentando que «esse alerta é um dos grandes objetivos da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia». João Paulo Godinho Desafios na correção do astigmatismo As novas metodologias de avaliação, as estratégicas para evitar erros no planeamento de lentes tóricas e a correção do astigmatismo em cirurgia multifocal vão ser alguns dos temas em discussão entre as 14h30 e as 16h30, na sala Vega. Nesta sessão, será ainda abordado o tratamento topoguiado com excimer e as diferentes abordagens ibéricas na correção do astigmatismo em instituições públicas. Luís Garcia A lém de coordenar a sessão, o Prof. Joaquim Murta, diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, vai abordar as novas metodologias de avaliação na correção do astigmatismo. Segundo este oftalmologista, a tecnologia proporciona um ajuste intraoperatório através de um cálculo correto das lentes intraoculares, nomeadamente tóricas, bem como uma maior precisão no seu posicionamento dentro do saco capsular. «Há muita tecnologia para fazer a avaliação pré-operatória, mas com grande variabilidade nos resultados. Por isso, é muito importante saber quais os equipamentos que permitem uma melhor avaliação», afirma. A sessão prosseguirá com intervenção da Prof.ª Filomena Ribeiro, oftalmologista no Hospital da Luz, em Lisboa, que procurará explicar como evitar erros no planeamento de lentes tóricas. Por sua vez, o Dr. Tiago Monteiro, oftalmologista no Hospital de Braga, abordará o tratamento topoguiado com excimer. Já o Prof. José Alfonso, diretor da Unidade de Cirurgia de Dr. Tiago Monteiro, Prof.ª Filomena Ribeiro, Prof. Joaquim Murta (coodenador), Dr.ª Cristina Peris Martínez e Dr. Miguel Trigo. Ausente na foto: Prof. José Alfonso Córnea, Cristalino e Refrativa do Instituto Oftalmológico Fernández-Vega, em Oviedo, e presidente da Sociedad Española de Cirugía Ocular Implanto Refractiva, debruçar-se-á sobre a correção do astigmatismo em cirurgia multifocal. Experiências ibéricas na correção do astigmatismo O Dr. Miguel Trigo (diretor do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central) e a Dr.ª Cristina Peris Martínez (subdiretora médica da Fundação Oftalmológica do Mediterrâneo e professora na Universidade Católica de Valência) apresentarão as realidades dos respetivos países na correção do astigmatismo em âmbito público. Segundo o oftalmologista português, «é bem conhecida a taxa de doentes com astigmatismos superiores a 1 ou 1,5 dioptrias no grupo de candidatos a cirurgia da catarata que seriam potencialmente beneficiados com o implante de lente intraocular tórica ou outras técnicas, aquando da sua operação. No entanto, o número de cirurgias programadas com este tipo de lentes fica aquém do esperado». Na sua intervenção, Miguel Trigo procurará lançar alguma luz sobre os motivos que continuam a impedir os doentes das instituições públicas nacionais de obter um resultado refrativo, mais perto do standard of care, após a cirurgia da catarata. Por seu turno, Cristina Peris Martínez apresentou a experiência pública espanhola nesta área. «Os novos conhecimentos em lentes intraoculares não só nos permitem atualmente corrigir o componente esférico, mas também o astigmático, de uma forma muito previsível, independentemente da técnica de cada cirurgião», referiu. Segundo a oradora, isto tornou possível implantar lentes tóricas de modo sistemático em circuitos cirúrgicos ambulatórios de alto rendimento. «Consegue-se assim uma importante melhoria da qualidade visual dos doentes sem aumentar excessivamente os gastos em saúde», conclui. FLASHES de z embro 2 0 1 5 5 Visão SPO HOJE sábado, dia 5 Desmistificar o nistagmus Dr. Pedro Menéres (moderador), Dr.ª Rita Dinis da Gama, Dr. Rui Castela (coordenador), Prof.ª Keila Monteiro , Dr. Augusto Magalhães, Dr.ª Catarina Paiva (moderadora) e Dr. Vasco Miranda O Simposium GPOPE (Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo), que tem lugar na sala Gemini, entre as 15h30 e as 16h30, será dedicado ao nistagmus. Esta é uma patologia neurológica que afeta a visão, não tem cura, é habitualmente congénita e atinge principalmente as crianças. De referir que os doentes costumam adotar uma posição de bloqueio, colocando a cabeça de modo anómalo, para melhorar a acuidade visual. O Dr. Rui Castela, responsável pela Secção de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, explica que «um dos FLASHES 6 58.º Congresso português de oftalmologia papéis mais importantes do oftalmologista, nesta situação, é melhorar essa função de bloqueio, para que a criança consiga ver melhor com a sua cabeça numa posição mais normal». Além de ser o coordenador desta sessão, Rui Castela fará também uma intervenção sobre as técnicas cirúrgicas neste campo. «É um tema complexo, pois há algum receio por parte dos especialistas em relação à cirurgia do nistagmus, possivelmente por se tratar de uma patologia difícil», explica. No entanto, este orador pretende desmistificar a questão, até porque, na prática, «é uma cirurgia simples». Já a Prof.ª Keila Monteiro, oftalmologista de São Paulo, Brasil, comentará a relação entre o nistagmus e a baixa visão. «Existem os nistagmus oculomotores, que são tipo jerk, com movimentos rápidos e lentos, estes sim suscetíveis de cirurgia para modificar a posição de cabeça, que baixam a visão duas ou três linhas apenas. Por outro lado, há os nistagmus sensoriais, nomeadamente os conjugados pendulares congénitos, que ocorrem em casos de baixa visão», salienta. De acordo com a especialista brasileira, este tipo de nistagmus podem ocorrer em várias doenças, como amaurose congénita de Leber, retinite punctacta albescens, coroideremia, catarata congénita, coriorretinite macular congénita por toxoplasmose, aniridia, acromatopsia, malformação ou hipoplasia do nervo ótico, albinismo, entre outras. Nesta sessão, intervêm ainda a Dr.ª Rita Dinis da Gama, do Hospital da Luz, em Lisboa, que vai falar sobre a fisiopatologia do nistagmus; o Dr. Vasco Miranda, do Centro Hospitalar do Porto/Hospital de Santo António, que versará sobre a investigação no nistagmus infantil; e o Dr. Augusto Magalhães, do Centro Hospitalar de São João, no Porto, que comentará o tratamento médico desta patologia. Marisa Teixeira Avanços na captação de imagens da retina Entre as 15h30 e as 16h30, na sala Pégaso, quatro experts vão comentar as inovações que têm ocorrido, nos últimos tempos, ao nível da imagiologia utilizada para diagnóstico e seguimento de diversas patologias retinianas. Marisa Teixeira O Dr. Lee Merrill Jampol, membro da direção da Diabetic Retinopathy Clinical Research Network (DRCR.net) e professor de Oftalmologia na Northwestern University Feinberg School of Medicine, em Chicago, será o primeiro a intervir nesta sessão, versando sobre a tomografia de coerência ótica com angiografia (OCTA, na sigla em inglês) e a OCT com ótica adaptativa. «A OCTA é uma nova técnica, que permite a identificação e a observação dos vasos sanguíneos pré-retinianos, intrarretinianos, sub-retinianos e da coroideia», refere este preletor. Apesar de não descobrir vazamentos, a OCTA pode identificar vasos sanguíneos que não são detetados através de uma angiografia fluoresceínica, sendo útil, segundo Lee Merrill Jampol, no reconhecimento de anormalidades nos capilares retinianos e nos vasos sanguíneos da coroideia. Por outro lado, «a ótica adaptativa usa um sistema de correção das deformidades do olho para a visualização das células na retina, que tem sido particularmente utilizado para observar os fotorrecetores, em especial os cones». Como é uma área do seu particular interesse, nesta apresentação, Lee Merrill Jampol irá mostrar imagens de síndromes de manchas brancas na retina. A comunicação seguinte, dedicada à correlação entre a OCT e a histopatolo- Prof. Miguel Burnier, Prof. João Figueira (coordenador), Dr.ª Sandra Barrão e Prof. Rufino Silva gia, ficará a cargo do Prof. Miguel Burnier, diretor-geral do Centro de Investigação da Universidade McGill, no Canadá. «A OCT, em todas as suas variantes, alterou o diagnóstico e o tratamento de várias doenças da retina», afirma este especialista, adiantando que «o exame histopatológico da retina continua a ser o gold standard para diagnóstico e compreensão das condições retinianas». Miguel Burnier ressalva que a interpretação da OCT, sem a vantagem da correlação patológica clínica, em muitos casos, mantém-se incerta. Este preletor aproveitará ainda para falar sobre um projeto em que está envolvido. «Desenvolvemos um protocolo para combinar imagens de alta resolução de OCT com a secção histopatológica correspondente, recorrendo a bancos de olhos. Estamos a trabalhar num projeto de dois anos que envolverá, eventualmente, 500 globos oculares com história clínica.» E acrescenta: «Tanto a OCT en face como a histopatologia serão realizadas em ambas as retinas, normais e doentes, exatamente no mesmo local, para que possam ser comparadas. Assim, obteremos um mapa de todas as áreas da retina.» «A OCTA é uma nova técnica, que permite a identificação e a observação dos vasos sanguíneos pré-retinianos, intrarretinianos, sub-retinianos e da coroideia» Dr. Lee Merrill Jampol Equipamentos inovadores «OCT-Swept Source na prática clínica» será o tema abordado pela Dr.ª Sandra Barrão, do Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, em Lisboa. De acordo com esta especialista, «o swept source é um desenvolvimento da OCT de alta resolução, que, ao utilizar um comprimento de onda diferente (1 050 nanómetros), tem maior capacidade de penetração nos tecidos mais profundos». Assim sendo, pelas suas características, esta tecnologia permite aceder a imagens de alta qualidade no âmbito do vítreo anterior da retina, da coroideia e das suas estruturas posteriores. Com o objetivo de aprofundar as potencialidades deste equipamento, Sandra Barrão vai mostrar imagens de situações clínicas que apresentam alterações da interface vitreorretiniana ou das camadas mais profundas da coroideia, bem como algumas referentes à visualização do disco ótico em pormenor, entre outras. Por fim, o Prof. Rufino Silva, chefe da Secção de Retina Médica e Neuroftalmologia do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, abordará o impacto da OCTA na prática clínica, considerando que este exame «vai ser imprescindível no futuro». E acrescenta: «É uma grande inovação, por permitir visualizar a circulação retiniana (superficial e profunda, esta última pela primeira vez) e coroideia. Com o OCTA, prescinde-se, num grande número de patologias, da necessidade de utilização da angiografia fluoresceínica e abrem-se novas fronteiras no diagnóstico, no conhecimento da fisiopatologia e na monitorização do tratamento de numerosas patologias do fundo do olho.» de z embro 2 0 1 5 7 Visão SPO HOJE sábado, dia 5 SPO Jovem continua focada na formação À FRENTE: Dr.ª Natália Ferreira, Dr. Nuno Lopes e Dr.ª Cláudia Costa Ferreira (oradores) ATRÁS: Dr.ª Ana Magriço, Dr. João Breda , Dr. Ricardo Amorim e Dr. João Pedro Marques (representantes da SPO Jovem) A SPO Jovem ficou responsável pelo Curso VIII, intitulado «O melhor de 2015. Expectativas para 2016». O glaucoma, a retina e a Oftalmologia Pediátrica serão as áreas em destaque nesta formação, que vai decorrer entre as 15h30 e as 16h30, na sala Neptuno. Estes temas serão abordados, respetivamente, pelo Dr. Nuno Lopes, do Hospital de Braga; pela Dr.ª Natália Ferreira, do Centro Hospitalar do Porto/Hospital de Santo António; e a Dr.ª Cláudia Costa Ferreira, do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga. «Escolhemos estas áreas, pois não são discutidas no restante programa e também são fundamentais, até porque a maioria dos participantes são internos, embora todos estejam convidados a assistir a este curso», justifica a Dr.ª Ana Magriço, oftalmologista no Centro Hospitalar Lisboa Central e membro da direção da SPO Jovem. Opinião partilhada pelo Dr. Ricardo Amorim, coordenador da SPO Jovem, que sublinha o facto de este curso permitir «sistematizar as novidades que ocorreram em 2015, nestas diferentes subespecialidades oftalmológicas, e antecipar o que se perspetiva de importante para 2016». «Cada intervenção será efetuada de forma resumida, didática e apelativa, com o intuito de os formandos ficarem com uma rápida e objetiva noção do que há de novo no âmbito das três áreas», avança Ana Magriço. E Ricardo Amorim remata: «A importância deste curso é grande, uma vez que, numa fase de formação, em que os oftalmologistas participam em muitas reuniões científicas, sentimos a necessidade de resumir os hot topics nas diferentes áreas.» Marisa Teixeira Atualização das guidelines na retinopatia diabética N a sessão que decorre hoje, entre as 17h00 e as 17h45, na sala Gemini, serão apresentadas as atualizações das guidelines na retinopatia diabética (RD), por parte do Grupo de Estudos da Retina (GER) e do Grupo Português de Retina e Vítreo (GPRV), sendo que as últimas datavam de 2009. De acordo com o Dr. José Henriques, diretor clínico do Instituto de Retina de Lisboa e coordenador da equipa que produziu o documento, «a atualização das guidelines deve-se ao aparecimento de novos dados, nomeadamente a necessidade de fazer a distinção entre edema macular diabético (EMD) focal e EMD difuso, bem como entre EMD com acuidade visual (AV) alta ou AV baixa e as implicações na estratégia terapêutica a adotar». As novas orientações salientam que no EMD focal ou multifocal o laser fototérmico continua a desempenhar um papel importante como terapêutica de primeira linha, valorizando-se, no entanto, cada vez mais, os novos lasers poupadores da retina. Por outro lado, no EMD difuso está consolidado o uso dos anti-VEGF como 8 58.º Congresso português de oftalmologia primeira linha. «Outras questões destacadas nestas guidelines referem-se ao melhor entendimento da inflamação e do papel dos corticoides, especialmente no caso de EMD difuso crónico; bem como a utilização preferencial de terapêutica combinada em relação à monoterapia pura no tratamento do EMD, por se tratar de uma patologia multifatorial. Quando é utilizada no tempo, na sequência e na dose certos, personalizando o tratamento para cada doente, os dados apontam para muito bons resultados», avança o coordenador das guidelines, que irá apresentar o documento do GER e do GPRV nesta sessão, juntamente com o Prof. João Figueira, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, coordenador do GPRV e um dos autores do documento. Quanto à RD proliferativa, José Henriques afirma que, nesta atualização das guidelines, é salientada a relevância do laser térmico, nomeadamente das novas modalidades de laser de tipo PASCAL, e da associação dos anti-VEGF como moduladores da atividade da RD e da vitretomia. Além disso, a importância do diagnóstico e do tratamento precoces, com recurso à imagem e à telemedicina, está também em destaque. «Recordo que estas guidelines têm o intuito de ajudar o oftalmologista enquanto gestor do doente e da doença, sem, contudo, impedir a sua liberdade de decisão clínica», remata o coordenador. Marisa Teixeira publicidade Visão SPO HOJE sábado, dia 5 CARTAZ SPO FILMES Estreias Trailers Em breve Críticas Notícias Passatempos Estreia da semana O Pátio das Cirurgias Título original 90 min. Ação M18 Portugal 2015 Em exibição na sala Vega, às 17h00 Sinopse Cartaz concebido por Isabel Prieto Dez oftalmologistas executam procedimentos cirúrgicos diversificados, dando resolução a patologias e complicações do segmento anterior e posterior, a casos de glaucoma ou de quistos oculares, entre outros desafios oftalmológicos. Isabel Prieto, Carlos Aguiar e José Alfonso são os moderadores desta «sessão de cinema» animada e didática. No final, haverá ainda tempo para debater com a assistência as técnicas cirúrgicas demonstradas e os seus resultados. Ficha Técnica Realização: Isabel Prieto Atores: Carlos Aguiar; Catarina Pedrosa; Fernando T. Vaz; Fernando Vaz; João Cabral; João Feijão; João Figueira; Joaquim Murta; José Alfonso e Nuno Correia Ver trailer Vote neste filme Despertar os sentidos para a deficiência visual A iniciativa «Exploração dos Sentidos», que decorre hoje na sala Pégaso, entre as 17h00 e as 19h00, vai colocar os oftalmologistas de olhos vendados para perceberem melhor o estado de muitos dos seus doentes. «O mote desta ação é demonstrar como é a vida de uma pessoa que não vê. Queremos que os oftalmologistas tenham a noção de como é comer, andar, subir escadas, ouvir e sentir na perspetiva de muitos dos seus doentes», explica a Dr.ª Catarina Paiva, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e coordenadora desta iniciativa. Através de «bancas com experiências sensoriais», o objetivo é alertar para a deficiência visual: «Somos os primeiros a tratar os doentes com dificuldades visuais, portanto, devemos ser os primeiros a sentir e a entender as suas necessidades, que vão muito além da questão oftalmológica.» Tendo por inspiração experiências semelhantes realizadas na Consulta de Baixa Visão do Serviço de Oftalmologia 10 58.º Congresso português de oftalmologia do CHUC, Catarina Paiva entende que a sua extensão para o Congresso da SPO permitirá desenvolver nos oftalmologistas «uma sensibilidade diferente na abordagem às pessoas com deficiência visual». Esta iniciativa conta com a colaboração dos seguintes intervenientes na Consulta de Baixa Visão do CHUC: Ana Matos (professora no ensino especial); Florbela Parreira (fisioterapeuta); Liliana Cortez e Teresa Mesquita (técnicas de ortóptica); Sara Räder (fisiatra); Vânia Fachada (técnica de orientação e mobilidade na Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal – ACAPO); e Viviana Ferreira (psicóloga e diretora do Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual). João Paulo Godinho O vigor da produção científica em Oftalmologia P -se que, entre os «galardões», há uma novidade – o Prémio Queiroz Marinho/SPO, que visa distinguir o melhor trabalho de inovação em Oftalmologia. Comentando a quantidade e a qualidade dos trabalhos submetidos para apresentação neste Congresso, a Prof.ª Maria João Quadrado, presidente da SPO, afirma que «os internos demonstram cada vez mais entusiasmo em participarem com os seus trabalhos, bem como conhecimento, criatividade, especialização e inovação». E acrescenta: «O número total de candidaturas foi bastante elevado e a qualidade dos artigos é cada vez maior, o que revela a pujança e o vigor da nossa sociedade científica.» A entrega dos prémios vai ser acompanhada por «grandes momentos de luz, cor, música e bailado», sendo que «a presença de figuras de cor vai tornar mais bela e intensa esta cerimónia», antecipa Maria João Quadrado, apelando: «Estão todos convidados a participar neste momentoalto do nosso Congresso, com a certeza de que vão adorar!» Marisa Teixeira ela primeira vez no Congresso Português de Oftalmologia, vão decorrer as rapid fire presentations, entre as 17h00 e as 19h00 de hoje, na sala Neptuno. Mas, afinal, o que são estas apresentações? O Dr. António Melo, coordenador desta sessão e secretário-geral adjunto da SPO, responde: «Este ano, os pósteres não são apresentados oralmente, estando disponíveis apenas em suporte digital, mas, devido ao seu elevado interesse, considerou-se que fazia sentido discutir alguns deles nesta sessão. Por outro lado, há trabalhos submetidos que, apesar de não cumprirem todas as normas para serem considerados como comunicações orais, têm grande relevância e também vão ser apresentados em rapid fire presentations.» Além das 25 rapid fire presentations, estão em apresentação neste Congresso 69 pósteres, 50 vídeos e 186 comunicações livres, que são candidatos aos 12 prémios (ver caixa abaixo) que serão revelados ao longo do jantar de encerramento, no Hotel Tivoli Vitória, com início às 20h00. Refira- Prémio Plácido/SPO Melhor apresentação do Congresso (1 500 euros) Prémio Queiroz Marinho/SPO NOVO P rémio SPO/Alcon Melhor vídeo cirúrgico do segmento posterior (1 500 euros) Melhor trabalho de inovação em Oftalmologia (1 500 euros) P rémio SPO/Bausch+Lomb P rémio Borges de Sousa P rémio SPO/Edol P rémio Manuel de Lemos P rémio SPO Fotografia/Essilor Cirurgia premium (2 000 euros) Instituído pelo Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central Melhor apresentação na área de Oftalmologia Pediátrica (2 000 euros) Instituído pelo Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar do Porto/Hospital de Santo António P rémio Silva Pinto P rémio SPO/Novartis Melhor apresentação na área da retina (2 000 euros) Instituído pelo Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar de São João, no Porto P rémio SPO/Alcon Melhor fotografia científica (1 000 euros) P rémio SPO/Théa Melhor vídeo cirúrgico do segmento anterior (1 500 euros) Melhor trabalho de investigação – inscrição e deslocação ao ARVO (Association for Research in Vision and Ophthalmology) Annual Meeting 2016, nos EUA Ficha técnica Propriedade: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia Campo Pequeno, 2-13.º • 1000 - 078 Lisboa Tel.: (+351) 217 820 443 • Fax: (+351) 217 820 445 [email protected] • www.spoftalmologia.pt Edição: Esfera das Ideias, Lda. Campo Grande, n.º 56, 8.º B • 1700 - 093 Lisboa • Tel.: (+351) 219 172 815 [email protected] • www.esferadasideias.pt Direção: Madalena Barbosa ([email protected]) Marketing e Publicidade: Ricardo Pereira ([email protected]) Textos: Ana Rita Lúcio, João Paulo Godinho, Luís Garcia e Marisa Teixeira Fotografia: Rui Jorge • Design/paginação: Susana Vale Nota: Os textos desta publicação estão escritos segundo as regras do novo Acordo Ortográfico Patrocinadores desta edição: de z embro 2 0 1 5 11 publicidade