UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA Avaliação da remoção de hidrocarbonetos aromáticos (BTEX) em águas utilizando materiais nanoestruturados do tipo Ti-MCM-41 Lidiane Alves de Morais _______________________________________ Dissertação de Mestrado Natal/RN, janeiro de 2012 Lidiane Alves de Morais AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE HIDROCARBONETROS AROMÁTICOS (BTEX) EM ÁGUAS UTILIZANDO MATERIAIS NANOESTRUTURADOS DO TIPO Ti-MCM-41 Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências para a obtenção do título de Mestre em Química. Orientador: Prof. Dr. Antonio Souza de Araujo Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Di Souza Natal - RN 2012 Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Instituto de Química Morais, Lidiane Alves de. Avaliação da remoção de hidrocarbonetos aromáticos (BTEX) em águas utilizando materiais nanoestruturados do tipo Ti-MCM-41 / Lidiane Alves de Morais. Natal, 2012. 116 f. Orientador : Antonio Souza de Araújo. Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química. 1. Hidrocarboneto Aromático - Dissertação. 2. Materiais Mesoporosos – Dissertação. 3. Ti-MCM-41 - Dissertação. 4. Remoção – Dissertação. 5. BTEX – Dissertação. I. Araújo, Antonio Souza de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UFRN/BSE- Instituto de Química CDU 661.715.7(043) AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ter me dado à vida e oportunidade de adquirir conhecimentos e ensinamentos, por nunca ter me abandonado e nem permitido que desistisse mediante vários obstáculos enfrentados, sempre me encorajando a persistir no caminho que escolhi. Aos meus avôs Terezinha e José Carlos, e aos meus pais Gregório e Geni, pela oportunidade a educação sem medir esforços, pelo amor e compreensão. A minha avó Lidia (in memorian), pelos ensinamentos na infância. Aos meus irmãos, tios, primos e demais familiares pelo carinho, incentivo e confiança depositada. Ao meu noivo Bruno Maia um verdadeiro amor, companheiro, amigo, cúmplice, parceiro e fiel lutador em defesa da realização dos meus sonhos. Ao Prof. Antonio Araujo, pela confiança depositada e valiosa orientação no desenvolvimento deste trabalho. Ao Prof. Luiz Di Souza, pelos conselhos, amizade, apoio e pela ajuda indispensável em todas as etapas desde trabalho, bem como em toda a vida acadêmica. A Mirna, pela amizade e o auxílio no desenvolvimento deste trabalho. Aos meus amigos do Laboratório de Catálise e Petroquímica: Adriana, Amanda, Ana Beatriz, Anne Gabriella, Aruzza, Camila, Cícero, Edjane, João Paulo, Késia, Larissa, Marcela, Marcílio, Maria, Mirna, Patrícia, Regineide, Renner, Taisa, Vinicius pela ajuda, convívio, amizade e apoio. As amigas Adriana, Jéssica e Taisa pela amizade incondicional, companheirismo e por todos os momentos de convivência.. A Yldiney, Laerte, Glauber e todos que fazem parte do Laboratório de Meio Ambiente (LQA/CTGÁS-ER), pela colaboração e parceria na realização dos testes catalíticos. Ao Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes (LCL/UFRN), pela realização da análise de Fluorescência de Raios-x por Energia Dispersa. Ao Laboratório de Análise Térmica e Eletroquímica (LATEL/UFRN), e ao Laboratório de Físico-Química (UERN), pela realização das análises térmicas. Ao Laboratório de Análise Magnéticas e ópticas (LAMOP/UERN), pela realização das análises de Raios X. Ao Laboratório de Membranas e Coloides (LAMECO/UFRN), pela realização das análises de Infravermelho. A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP e a Petrobras, pela bolsa concedida, através do PRH 30. Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que esse trabalho fosse concluído. RESUMO Os Compostos Orgânicos Voláteis são poluentes oriundos, principalmente, de atividades que utilizam combustíveis fosseis. Dentro desta classe encontram-se os BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) que são compostos considerados perigosos. Dentre as varias técnicas existentes para degradação de poluentes, destaca-se a oxidação avançada utilizando H2O2 para geração do radical hidoxil (•OH). Neste trabalho, o material mesoporoso do tipo MCM-41 foi sintetizado através do método hidrotérmica e em seguida foi utilizado como suporte, na impregnação de titânio pelo método pós-síntese com excesso de solvente para a obtenção do catalisador Ti-MCM-41. O catalisador foi utilizado na catálise da reação de remoção dos BTEX em meio aquoso utilizando H2O2 como oxidante. Os materiais obtidos foram caracterizados por: DRX, TG/DTG, FTIR, adsorção/dessorção de N2, FRX-EDX, com o objetivo de verificar se o método de impregnação do titânio no suporte mesoporoso foi eficiente. Os testes catalíticos foram realizados em reatores de 20 mL contendo solução aquosa de BTEX (100,0 μg/L), H2O2 (0,1 M) e Ti-MCM-41 (2,0 g/L) em meio acido. A reação ocorreu por 5 h a 60 ºC e as analises foram feitas por cromatografia a gás com detector de fotoionizacao e amostrador por headspace estático. As caracterizações comprovaram a eficácia do método de síntese utilizado, assim como a incorporação do titânio no suporte. Os testes catalíticos apresentaram resultados satisfatórios na remoção de mais de 95 % para os compostos estudados, onde o catalisador 48% Ti-MCM-41 apresentou uma maior eficiência na remoção dos compostos em estudo. Palavras-Chave: Materiais Mesoporosos. Ti-MCM-41. Remoção. BTEX ABSTRACT Volatile Organic Compounds are pollutants coming mainly from activities that use fossil fuels. Within this class are the BTEX (benzene, toluene, ethylbenzene and xylenes) compounds that are considered hazardous. Among the various existing techniques for degradation of pollutants, there is advanced oxidation using H2O2 generating hidoxil radical (•OH). In this work, the mesoporous material of MCM-41 was synthesized by hydrothermal method and then was used as support, the impregnation of titanium by the method of synthesis with excess solvent to obtain the catalyst Ti-MCM-41. The catalyst was used in the reaction catalyzed removal of BTEX in water using H2O2 as oxidant. The materials were characterized by: XRD, TG/DTG, FTIR, nitrogen adsorption-desorption and FRX-EDX, in order to verify the method of impregnation of the mesoporous titanium support was effective. Catalytic tests were carried out in reactors of 20 mL containing BTEX (100.0 μg/L), H2O2 (2.0 M) and Ti-MCM-41 (2.0 g/L) in acid medium. The reaction occurred for 5 h at 60 °C and analysis were performed by gas chromatography with photoionization detector and static headspace sampler. The characterizations have proven the effectiveness of the synthesis method used and the incorporation of titanium lt in the support. The catalytic tests showed satisfactory results with conversion of more than 95 % for the studied compounds, where the catalyst 48% Ti-MCM-41 showed a higher removal efficiency of the compounds under study Keywords: Mesoporous materials. Ti-MCM-41. Removal. BTEX. LISTA DE FIGURAS FIGURA 3.1 Contaminação de águas subterrâneas por produtos químicos orgânicos..................... 20 FIGURA 3.2 Estruturas cristalinas do TiO2: rutilo (A), anatase (B) e bruquita (C)......................... 27 FIGURA 3.3 Grau de dissociação da superfície de TiO2 em função do pH...................................... 28 FIGURA 3.4 Esquema de materiais micro, meso e macroporoso..................................................... 32 FIGURA 3.5 Estruturas dos materiais mesoporosos......................................................................... 33 FIGURA 3.6 Diagrama esquemático de uma molécula de surfactante............................................. 35 FIGURA 3.7 Esquema dos mecanismos: a) rota LCT e b) rota cooperativa .................................... 36 FIGURA 3.8 Representação das interação entre o surfactante e fase inorgânica.............................. 38 FIGURA 3.9 Esquema representativo da difração de raios – X pela lei de Bragg............................ 43 FIGURA 3.10 Representação da estrutura hexagonal do MCM-41.................................................. 45 FIGURA 3.11 Representação das curvas TG e DTG........................................................................ 48 FIGURA 3.12 Classificação das Isotermas de conforme IUPAC..................................................... 52 FIGURA 3.13 Perfil das histereses de adsorção de nitrogênio...................................................... 54 FIGURA 4.1 Sistema utilizado para a síntese hidrotérmica dos materiais mesoporosos.............. 59 FIGURA 4.2 Fluxograma para a síntese da MCM-41....................................................................... 60 FIGURA 4.3 Sistema de calcinação.................................................................................................. 61 FIGURA 4.4 Fluxograma de impregnação de titânio em MCM-41.................................................. 62 FIGURA 5.1 Difratograma de raios-X do suporte MCM-41............................................................ 67 FIGURA 5.2 Difratograma do catalisador 31%Ti-MCM-41 e 48% Ti-MCM-41em baixo ângulo.. 68 FIGURA 5.3 Difratograma do catalisador 31%Ti-MCM-41 em alto ângulo.................................... 69 FIGURA 5.4 Difratograma do catalisador 48%Ti-MCM-41 em alto ângulo.................................... 69 FIGURA 5.5 TG/DTG do suporte MCM-41 não calcinado.............................................................. 72 FIGURA 5.6 TG/DTG do suporte MCM-41 calcinado..................................................................... 72 FIGURA 5.7 TG/DTG do catalisador 31%Ti-MCM-41................................................................... 73 FIGURA 5.8 TG/DTG do catalisador 48%Ti-MCM-41................................................................... 74 FIGURA 5.9 FTIR do suporte MCM-41 na forma calcinada e não calcinado.................................. 75 FIGURA 5.10 FTIR do suporte dos catalisadores............................................................................. 76 FIGURA 5.11 Isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio do suporte......................................... 78 FIGURA 5.12 Isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio dos catalisadores.............................. 79 FIGURA 5.13 Remoção para benzeno.............................................................................................. 82 FIGURA 5.14 Remoção para tolueno............................................................................................... 83 FIGURA 5.15 Remoção para etilbenzeno......................................................................................... 83 FIGURA 5.16 Remoção para m+p-xileno......................................................................................... 84 FIGURA 5.17 Remoção para o-xileno.............................................................................................. 84 LISTA DE TABELAS TABELA 3.1 Propriedades físicas e químicas dos BTEX................................................................ 19 TABELA 3.2 Valores máximos definidos pela legislação para BTEX em águas superficiais......... 20 TABELA 3.3 Oxidantes mais utilizados em processos oxidativos................................................... 24 TABELA 3.4 Tensoativos usados em síntese de materiais mesoporosos......................................... 41 TABELA 5.1 Dados dos índices de refração dos picos característicos de TiO2............................... 70 TABELA 5.2 Parâmetros do arranjo hexagonal mesoporoso do suporte e dos catalisadores........... 71 TABELA 5.3 Perdas percentuais de massa....................................................................................... 75 TABELA 5.4 Dados relativos de frequancias vibracionais para o espectro de infravermelho......... 77 TABELA 5.5 Propriedades texturais dos materiais mesoporosos..................................................... 80 TABELA 5.6 Resultados simi-quantitativos de FRX por energia dispersa...................................... 81 TABELA 5.7 Conversão de BTEX em água com diferentes % de Ti-MCM-41.............................. 86 TABELA 5.8 Eficiência dos catalisadores na remoção dos BTEX................................................... 86 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANP Agência Nacional do Petróleo BET Brunauer, Emmett e Teller – equação para o cálculo da área superficial de sólidos porosos BJH Barret, Joinet e Halenda – equação para determinação de parâmetros texturais de sólidos porosos BTEX Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos CIMA Conselho Interministerial do açúcar e do álcool CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente d(100) Distância interplanar entre os planos (100) DNAPL Dense non-aqueous phase liquid Dp Diâmetro de poros DRX Difração de Raios-X DTG Diferencial Termogravimetria EPA Environmental Production Agency FID Flame Ionization Detector – Detector de Ionização de Chama FRX Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva ou Espectroscopia de Fluorescência de Raios-X FTIR Fourier Transformer Infrared Spectroscopy – Espectroscopia na Região do Infravermelho com Transformada de Fourier JCPDS International Center for Diffraction Data IARC International Agency of Reseach of the Cancer IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry – União Internacional de Química Pura e Aplicada La3d Grupo de Simetria de estrutura espacial cúbico LCT Liquid Crystal Templating LNAPL Light non-aqueous phase liquids MCM-41 Mobil Composition Matter of number 41. NAPL Non-aqueous phase liquid OMS Organização Mundial da Saúde P2 Grupo de Simetria de estrutura espacial lamelar P6mm Grupo de simetria ao qual se inserem estruturas com simetria hexagonal SBET Área superficial do sólido calculada pela equação BET TG Termogravimetria Vp Volume total de poros wt Espessura de parede SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 14 2 OBJETIVOS...................................................................................................................... 16 2.1 GERAL...................................................................................................................... 16 2.2 ESPECIFÍCOS........................................................................................................... 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 17 3.1 RESIDUOS LIQUIDOS DA INDÚSTRIA PETROLIFERA................................... 17 3.2 HIDROCARBONETOS MONOAROMÁTICOS (BTEX)...................................... 3.3 EFEITO DO ETANOL NA GASOLINA ................................................................. 21 3.4 OXIDAÇÃO CATALÍTICA..................................................................................... 23 3.5 PROPRIEDADES DO DIÓXIDO DE TITÂNIO..................................................... 26 3.6 CATÁLISE................................................................................................................ 29 3.7 PENEIRAS MOLECULARES MESOPOROSAS................................................... 30 3.8 MATERIAIS MESOPOROSOS DA FAMILIA M41S............................................ 32 18 3.8.1 MCM-41..................................................................................................................... 34 3.8.1.1 Mecanismo de formação da MCM-41............................................................................. 35 3.8.1.2 Procedimento Geral de Síntese da MCM-41................................................................. 39 3.8.1.3 Aplicação da MCM-4.................................................................................................... 41 3.9 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DOS METERIAIS........................................ 42 3.9.1 Difração de Raios – X....................................................................................................... 42 3.9.2 Análise Térmica......................................................................................................... 46 3.9.2.1 Termogravimetria.................................................................................................................. 46 3.9.2.2 Termogravimetria Derivada................................................................................................... 48 3.9.3 Espectroscopia na Região do Infravermelho por Transformada de Fourier..... 49 3.9.4 Adsorção de Nitrogênio................................................................................................... 3.9.5 Espectrometria Por Fluorescência de Raios – X por Energia Dispersiva........... 55 3.9.6 Cromatografia Gasosa..................................................................................................... 4 MATÉRIAIS E METÓDOS........................................................................................... 58 4.1 SÍNTESE HIDROTÉRMICA DA MCM-41.................................................................. 4.2 LAVAGEM, SECAGEM E CALCINAÇÃO................................................................. 60 4.3 IMPREGNAÇÃO DE TITÂNIO SOBRE O SUPORTE MESOPOROSO............... 61 4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS CATALIZADORES....................................................... 63 51 56 58 4.4.1 Difração de Raios – X.................................................................................................... 63 4.4.2 Análise Térmica TG/DTG............................................................................................ 63 4.4.3 Espectroscopia na Região do Infravermelho por Transformada de Fourier..... 64 4.4.4 Adsorção/Dessorção de Nitrogênio............................................................................... 64 4.4.5 Composição Química Via Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva... 64 4.2.6 Testes Catalíticos de Remoção dos BTEX......................................................................... 65 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 66 5.1 SÍNTESE DOS MATERIAIS.................................................................................... 66 5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CATALIZADORES................................................................ 66 5.2.1 Difração de Raios – X.......................................................................................................... 66 5.2.2 Análise Térmica TG/DTG......................................................................................... 71 5.2.3 Espectroscopia na Região do Infravermelho (FTIR)............................................ 75 5.2.4 Adsorção/Dessorção de Nitrogênio.......................................................................... 78 5.2.5 Composição Química Via Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva... 81 5.3 TESTES CATALITICOS.......................................................................................... 82 6 CONCLUSÕES................................................................................................................. 87 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS....................................................... 89 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 90 ANEXOS................................................................................................................... 106 14 1 INTRODUÇÃO Com a ocorrência do crescente desenvolvimento populacional e industrial, fatores importantes vêm somando-se para o acelerado agravamento dos problemas de poluição ambiental, principalmente com respeito à preservação das águas superficiais e subterrâneas. A contaminação de solos e águas subterrâneas tem sido uma problemática mundial nas últimas décadas, pois são matrizes relativamente complexas e possuem uma alta afinidade por muitos contaminantes. Os problemas mais graves de contaminação das águas subterrâneas são atribuídos aos hidrocarbonetos aromáticos, ocorrendo, na maioria dos casos, devido ao vazamento de tanques subterrâneos que armazenam combustíveis derivados de petróleo (LEAL et al., 2004). Dentre os hidrocarbonetos que compõem o petróleo e seus derivados com concentrações significativas, os que merecem maior preocupação são os hidrocarbonetos voláteis monoaromáticos, ou seja, benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX), devido a sua toxicidade e por apresentar um potencial de poluição maior pelo fato de serem os compostos mais hidrossolúveis do petróleo (CORSEUIL; MARTINS, 1997; TIBURTIUS; ZAMORA, 2004); sendo, portanto, os contaminantes que primeiro iram poluir o lençol freático. São extremamente tóxicos à saúde humana e podem inviabilizar a exploração de aquíferos por eles contaminados e consequentemente, os poços utilizados para abastecimento (PENNER, 2000). Essas substâncias são produzidas durante o processo de destilação e são associados aos produtos de petróleo refinado, como a gasolina, o querosene e o óleo diesel. Em função disso, é necessário o uso de processos eficientes, principalmente, com relação à destruição dos contaminantes, uma vez que acidentes ambientais com compostos muito tóxicos, como por exemplo, os hidrocarbonetos de petróleo, geralmente provocam um impacto ambiental grande. A dimensão desse impacto é proporcional à contaminação ocorrida em uma determinada área, que pode afetar de imediato, todos os seres vivos localizados no local e nas suas proximidades. Na perspectiva de desenvolver tecnologias capazes de minimizar o volume e a toxidez desses compostos, vários estudos têm sido realizados permitindo a remoção de substâncias contaminantes e sua completa mineralização. A nanotecnologia, no que se refere ao controle de poluição de águas, remediação de águas subterrâneas, tratamento de água potável ou 15 controle/qualidade do ar, é bastante utilizada, seja por meio de membranas, adsorventes ou catalisadores. Existe hoje a necessidade de desenvolvimento de novos processos de tratamento de águas que garantam, principalmente, uma remoção eficiente dos contaminantes. Entre esses processos de tratamento destacam-se os chamados processos de oxidação catalítica, que utilizando materiais mesoporosos modificados por metais de transição ou óxidos de metal têm ganhado considerável interesse como catalisadores nos processos industriais e ambientais. Dentre os catalisadores utilizados nos processo de oxidação catalítica, destaca-se o MCM-41 (Mobil Composition of Matter of number 41); que se caracterizam por possuir uma matriz hexagonal mesoporosa ordenada de canais cilíndricos e tamanho de poros que variam aproximadamente de 1,5 a 10 nm, além de possuírem alta área superficial (acima de 700 m 2/g) (BECK et al., 1992]. Em virtude dessas vantagens, estes materiais são adequados para a introdução de íons de metais de transição para gerar sítios ativos, com propriedades ácidas, básicas ou redox (CHEN; LIN, 2002). Recentemente, tem havido um interesse crescente na introdução de metais com elevado potencial de oxidação-redução (como, por exemplo: Ti, Fe, Ni, V, Cr, etc) na estrutura da MCM41 (ARAÚJO et al, 2007; RODRÍGUEZ-CASTELLÓN et al., 2003; TUEL, 1999; BLASCO et al., 1995; CHEN; LIN, 2002). Estes metais aumentam a atividade catalítica nos processos oxidativos envolvendo moléculas orgânicas. Dentre eles, o titânio tem atraído grande atenção na oxidação seletiva de compostos orgânicos, etc., devido ao sucesso das zeólitas Ti-substituídas na oxidação de vários substratos orgânicos e na preparação de materiais com alta atividade catalítica (CHEN; LIN, 2002; POPOVA et al., 2008; CHEN et al., 1997). Neste contexto, este trabalho visa obter o catalisador Ti-MCM-41 com diferentes percentual de titânio e avaliar a sua atividade catalítica na remoção dos compostos orgânicos BTEX em presença de H2O2 em meio aquoso. 16 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL Sintetizar e caracterizar o material mesoporoso MCM-41 com titânio incorporado na estrutura e avaliar a sua eficiência na catalise das reações de remoção de hidrocarbonetos monoaromáticos (BTEX) em matriz ambiental aquosa. 2.2 ESPECÍFICOS Preparar o MCM-41 modificado com titânio; Caracterizar o material utilizando as técnicas: Difração de Raios-X (DRX); Análise Térmica (TG/DTG); Espectroscopia na Região do Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR); Adsorção de Nitrogênio; Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersa (EDX); Acompanhar a remoção dos BTEX por cromatografia a gás acoplado ao detector por fotoionização de chama (PID). 17 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 RESIDUOS LIQUIDOS DA INDÚSTRIA PETROLIFERA Os efluentes líquidos da indústria petrolífera, consistem em águas de resfriamento, água de processos, água dos esgotos sanitários e águas pluviais. Incluem também os efluentes de processo que tenham entrado em contato com óleo como soluções ácidas, soda caustica, água de lavagem do petróleo cru e dos derivados entre outros (MARIANO, 2001). Grande parte da água usada numa refinaria de petróleo é para resfriamento e não entra em contato com correntes de óleo do processo, portanto contêm menos contaminantes (COLLARES, 2004). Normalmente são tratados em estações de tratamento nas próprias refinarias e descarregados em estações de tratamento públicas ou em corpos receptores, desde que atendam as legislações ambientais (PINTO, 2008). Ocasionalmente, algumas refinarias liberam hidrocarbonetos líquidos no solo, contaminando as águas subterrâneas e águas superficiais. Embora o volume liberado seja relativamente pequeno há um grave risco de contaminação dessas águas, podendo gerar prejuízos, tanto para o ambiente, quanto para a saúde humana (EPA, 1995). As principais alterações na água de processo de uma refinaria estão relacionadas ao pH, carbono orgânico total, nitrogênio total, fósforo total, DBO, DQO, temperatura, condutividade e toxicidade e ocorrem devido à presença de sólidos dissolvidos, sólidos suspensos, H2S, NH3, óleo, compostos aromáticos (BTEX), fenol, cianetos, fluoreto, MTBE, HPA’s e metais pesados (COLLARES, 2004). A prática da descarga desses efluentes diretamente sobre a superfície do solo acarreta sérios riscos ambientais e à saúde das populações atingidas, principalmente, as localizadas próximas às refinarias (MIDUGNO et al., 2007). Quando o descarte é realizado em meio aquático pode mudar totalmente as características da água como pH, salinidade e temperatura (WAKE, 2005). Por existir graus diversos de efluentes tóxicos, é difícil prever quais são seus efeitos quando lançados no meio ambiente (PINTO, 2008). A ocorrência de vazamentos em sistemas de armazenamentos subterrâneos de combustíveis tem sido objeto de crescente preocupação em função dos riscos associados à saúde da população e os danos ao meio ambiente. A possibilidade de ocorrência de derrames acidentais é inerente às atividades de produção, armazenamento e transferência de petróleo e derivados nos 18 terminais e postos de gasolina. Na maioria dos casos, os derramamentos têm origem nos dutos e tanques de armazenamento. Os produtos comercializados como gasolina, álcool, diesel e gás natural são inflamáveis e voláteis e, quando liberados, podem resultar em incêndios e explosões com danos graves imediatos à vida e à saúde das pessoas, devido à exposição aos vapores tóxicos, principalmente CO. Os vazamentos podem acontecer por vários fatores, como derramamento durante operação de transferência do produto para o tanque, vazamento no sistema por corrosão, falhas estruturais do tanque ou das tubulações e instalação inadequada (BARROS, 2000). Além disso, outro motivo de preocupação refere-se à forma como estes acidentes se manifestam, pois é muito comum que os tanques de armazenamentos, por ação corrosiva ou por ultrapassagem do tempo de vida útil provoquem derramamentos de combustíveis que contaminam o subsolo e o lençol freático, prejudicando a qualidade da água e do solo para a atividade produtiva e também, para o consumo humano (RAMOS, 2006). A legislação vem se tornando cada vez mais restritiva e, a fiscalização, mais presente, sendo adotadas a fim de minimizar o impacto ambiental (SOUZA, 2009). 3.2 HIDROCARBONETOS MONOAROMÁTICOS (BTEX) Os principais contaminantes das águas subterrâneas são os compostos aromáticos, os hidrocarbonetos oxigenados, os íons metálicos, os microorganismos e os compostos nitrogenados. Os maiores problemas de contaminação que são atribuídos aos hidrocarbonetos monoaromáticos denominados de BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) se devem ao fato de que estes são os constituintes mais solúveis em água e mais móveis da fração dos combustíveis, e, portanto, são os contaminantes que primeiro irão atingir o aquífero freático (PENNER, 2000; BARKER et al., 1990). Em função disso, reduzir e controlar a poluição têm sido um desafio para a indústria, especialmente porque o impacto ambiental e os acidentes ecológicos são dois fatores ainda não totalmente dominados (MELLO, 2007). Os hidrocarbonetos monoaromáticos (BTEX), possuem como característica o anel benzênico na sua estrutura; são produzidos durante o processo de destilação e estão associados aos produtos de petróleo refinados, como a gasolina, o querosene e o óleo diesel, eles são considerados LNAPL (Light non-aqueous phase liquids), ou seja, produtos não aquosos menos 19 densos que a água. Na tabela 3.1 são apresentadas as principais propriedades físicas e químicas dos BTEX. Tabela 3.1 - Propriedades físicas e químicas dos BTEX. Benzeno Tolueno Etilbenzeno o-xileno m-Xileno p-Xileno Fórmula química C 6 H6 C7H8 C8H10 C8H10 C8H10 C8H10 Massa molar 78 92 106 106 106 106 1700 515 152 180 160 198 0,8787 0,8669 0,8670 0,8802 0,8642 0,8610 80,1 109,6- 136 143-145 139 138 (g/mol) Solubilidade em água (mg/L) Densidade específica (20 ºC) (g/mL) Ponto de Ebulição (ºC) 111,6 Fonte: Andrade, 2005 O comportamento dos compostos orgânicos que migram para o lençol freático depende significativamente de sua densidade relativa à da água. De acordo com a densidade do hidrocarboneto existem dois tipos de fases NAPLs: LNAPL (light non-aqueous phase liquid), caracterizada por possuir densidade menor que a água doce, onde a densidade de um fluído é definida como a massa do fluido que ocupa uma unidade de volume e DNAPL (dense nonaqueous phase liquid), caracterizada por possuir densidade maior que a água. Líquidos menos densos que a água forma uma camada (fase) sobre a parte superior do lençol freático. (GUIGUER, 1996, TROVÃO, 2006). Os hidrocarbonetos de massa molar pequena ou média pertencem ao grupo que formam essa camada sobre o lençol freático, incluindo-se a fração BTEX da gasolina e outros derivados (FERNANDES, 1996). Na figura 3.1 é apresentado um esquema de contaminação de águas subterrâneas por produtos químicos orgânicos. 20 Figura 3.1 - Contaminação de águas subterrâneas por produtos químicos orgânicos. Fonte: Lourenço, 2006 Os BTEX se caracterizam em um grande problema a ser enfrentado não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Pois são compostos tóxicos tanto para o meio ambiente, como para o ser humano. Esses compostos são depressores do sistema nervoso central, apresentando toxicidade crônica, mesmo em pequenas concentrações, da ordem de μg/L (SILVA et al., 2002). A exposição contínua á esses compostos pode causar câncer, leucopenia, vertigens e tremores entre outros distúrbios (PENNER, 2000; TROVÃO, 2006), além de produzirem importante ação tóxica na medula óssea, podendo causar leucemia (SILVA et al., 2002). No que se diz respeito às águas superficiais, no Brasil atualmente, os valores máximos permitidos para os BTEX são estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/05 e pela portaria Nº 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde, que determina os limites máximos permitidos para que a água seja considerada potável. Esses valores são mostrados na tabela 3.2. Tabela 3.2 - Valores máximos definidos pela Legislação para os BTEX em águas superficiais, em μg/L. Benzeno Tolueno Etilbenzeno Xilenos Portaria do Ministério da Saúde Nº 518 5 170 200 300 Resolução CONAMA Nº 357 5 Fonte: Conama, 2005; Ministério da Saúde, 2004. 21 O benzeno é o composto mais toxico dos BTEX, trata-se de uma substância comprovadamente carcinogênica (podendo causar leucemia) se ingerida, mesmo em baixas concentrações, durante períodos não muito longos de tempo. Uma exposição aguda (altas concentrações em curtos períodos) por inalação ou ingestão pode causar até mesmo a morte de uma pessoa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, o benzeno é um mielotóxico regular, leucemogênico e cancerígeno, não possuindo, portanto limite seguro de exposição, mesmo em baixas concentrações (ABDANUR, 2005). De acordo com International Agency of Reseach of the Cancer - IARC (1999) o tolueno não é uma substância capaz de tornar canceroso um tecido vivo. Nesse caso, considerando as múltiplas circunstâncias de exposição em vários estudos realizados, os resultados obtidos mostraram não serem suficientes para provar a carcinogenicidade do tolueno em humanos. O etilbenzeno é um possível carcinogênico para humanos. Os xilenos possuem a mesma especificação que o tolueno. O benzeno é classificado por Fetter (2001) e Abdanur (2005) como poluente de alta mobilidade na água e solo, enquanto que o tolueno e o composto o-xileno estão classificados como de moderada mobilidade. Os compostos etilbenzeno, p-xileno e m-xileno, estão classificados como de baixa mobilidade no solo e água subterrânea. 3.3 EFEITO DO ETANOL NA GASOLINA A gasolina é um combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos (CxHy) e em menor quantidade por produtos oxigenados, além de enxofre, compostos de nitrogênio e compostos metálicos, todos eles em baixas concentrações. É uma mistura complexa de hidrocarbonetos com diferentes graus de volatilização, como compostos alifáticos (alcanos, cicloalcanos e alquenos), aromáticos (BTEX), com cadeias carbônicas compreendidas na faixa de 5 a 12 carbonos por moléculas (TAUK-TORNISIELO; MORAIS, 2004) e aditivos. Sua composição pode ser extremamente variável, dependendo da origem e do tipo de petróleo que a originou, dos processos utilizados no refino e da existência ou não de aditivos que são adicionados para melhorar a octanagem da mistura, aumentar seu desempenho e reduzir os desgastes mecânicos (VALENTIN, 2006). 22 Uma alternativa ao uso de aditivos para aumentar a octanagem é misturar à gasolina quantidades significativas de alcanos altamente ramificados ou BTEX ou outras substâncias orgânicas que apresentam altos índices de octana (ANDRADE, 2005). Um aditivo muito utilizado no Brasil, empregado na gasolina é o etanol. A adição de álcool (etanol) a gasolina é obrigatória devido a uma lei federal, do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (CIMA, 2011), que determina que o percentual de mistura de álcool anidro na gasolina seja, a partir do dia 1º de outubro de 2011, de 25 % em volume (CIMA, 2011). No Brasil, a gasolina comercializada é aditivada, e composta por uma mistura de 75% de gasolina e 25% de etanol (FERNANDES et al., 2002; BRITO et al., 2005; TIBURTIUS et al., 2003; LEAL et al., 2004). No Brasil a Agência Nacional do Petróleo - ANP, estipula um limite de 1% para o Benzeno, e o total de 45 % para o Tolueno, Etilbenzeno e Xileno presente na gasolina (GUIMARÃES, 2003). Estudos reportam que o etanol pode aumentar a solubilização dos hidrocarbonetos monocromáticos BTEX na água subterrânea, por serem compostos miscíveis nos alcoóis primários (ex. metanol e etanol) e estes são altamente solúveis em água. Quando a gasolina entra em contato com a água, o álcool existente neste combustível passa para a fase aquosa e poderá aumentar ainda mais a solubilidade dos BTEX nesta fase. Portanto, uma alta concentração de etanol na água pode facilitar a transferência dos BTEX presentes na gasolina para a fase aquosa, aumentando a solubilidade dos hidrocarbonetos aromáticos na água subterrânea, num processo chamado de “efeito de co-solvência”. A co-solvência, portanto, é definida como o fenômeno químico onde um composto químico dissolvido na água aumenta a solubilidade de um segundo composto, devido à alta solubilidade do segundo composto no primeiro (CORDAZZO, 2000). As interações entre o etanol e os compostos BTEX podem causar comportamentos completamente diferentes no deslocamento da pluma quando comparado à gasolina pura. Segundo Trovão (2006), o álcool é degradado antes dos BTEX, consumindo assim, o oxigênio que seria utilizado na degradação aeróbica destes compostos. Exemplos dessa diferenciação podem ser citados como a possibilidade do aumento da mobilidade dos BTEX dissolvidos na água subterrânea e a possibilidade da dificuldade da biodegradação natural dos BTEX aumentando a persistência destes compostos na água subterrânea (CORSEUIL; MARINS, 1997; FERREIRA, 2000; MARQUES, 2007). Segundo Trovão (2006), a contaminação resultante de um vazamento de gasolina pode ser muito pior se junto a ela houver vazamento de álcool combustível. 23 3.4 OXIDAÇÃO CATALÍTICA Nos últimos anos, entre os diversos métodos de tratamentos de águas contaminadas com substâncias orgânicas tóxicas, os que têm mais se destacado são os processos oxidativos avançados (POAs), os quais são tecnologias extremamente eficientes para destruição de compostos orgânicos de difícil degradação (DEZOTTI, 2003). Estes processos apresentam como principal vantagem à capacidade de degradar a substância tóxica, gerando produtos mais biodegradáveis ou mesmo resultando na completa mineralização dos poluentes (BOLTON et al., 1995), devido à geração de radicais hidroxilas (•OH), que são altamente oxidantes e não seletivos, sendo capazes de atacar a maioria das moléculas orgânicas (MOTA, 2005). Vários processos de produção de radical hidroxila têm sido estudados e dentre eles estão os sistemas combinados catalíticos (ANDREOZZI et al., 1999). Os chamados processos de oxidação catalítica por peróxido, do tipo CWPO (Catalytic Wet Peroxide Oxidation), são mais potentes que aqueles que utilizam o oxidante isoladamente, uma vez que apresentam uma grande vantagem sobre os métodos de oxidação convencionais, que é a possibilidade de tratar isoladamente um único poluente, ou um grupo de poluentes. Através da escolha adequada do catalisador, é possível não somente controlar o grau da conversão dos poluentes, mas também selecionar diferentes rotas de reação, de forma a evitar a formação de poluentes secundários (BRITO et al., 2008). Grande parte dos processos oxidativos pode ser iniciada pela adição de pequenas quantidades de espécies metálicas, que atuam como catalisadores nestas reações. Metais de transição são muito utilizados no controle da seletividade de reações de oxidação de alcanos, olefinas e hidrocarbonetos aromáticos. Os catalisadores heterogêneos usados na oxidação catalítica em meio aquoso podem ser classificados em três categorias: óxidos de metais de transição, metais nobres suportados e, sais de metais e seus complexos. As aplicações baseadas em metais nobres (platina, rutênio, paládio, ródio, irídio e prata) e óxidos metálicos (manganês, cobalto, cobre, zinco, vanádio, níquel, ferro, bismuto e titânio), usando diversos suportes (alumina, dióxido de cério, dióxido de titânio, dióxido de zircônio e zeólitas), são bastante amplos (ZIOLLI; JARDIM, 2002; BRITO et al., 2008). Atualmente se têm buscado o desenvolvimento de catalisadores que apresentem alta atividade na oxidação de compostos orgânicos e elevada seletividade, na geração de dióxido de 24 carbono e água, tornando o processo reacional limpo. Esses catalisadores devem apresentar, como principais propriedades, uma elevada capacidade de conversão total, estabilidade física e química em meio ácido e resistência a venenos presentes nas correntes a serem tratadas. Algumas dificuldades devem ser superadas, com relação à estabilidade de catalisadores heterogêneos de oxidação em condições hidrotérmicas, dentre elas: a lixiviação e a sinterização do material ativo; a perda de área superficial específica do suporte; o envenenamento dos sítios ativos por eventual evolução de monóxido de carbono e, o depósito de material orgânico e inorgânico na superfície do catalisador (BRITO et al., 2008). Segundo Brito (2008) a dissolução do material ativo pode ser controlada pela escolha apropriada da fase metálica do oxidante e pelo controle do pH, durante a reação. Vários catalisadores, baseados em óxidos metálicos ou metais preciosos suportados, foram sintetizados e testados nas últimas décadas. As misturas de óxidos metálicos de cobre, zinco, cobalto, manganês e bismuto apresentaram atividade catalítica, mas apresentaram o inconveniente de serem lixiviados (SOUZA, 2009). Nos processos de oxidação, o oxidante mais utilizado é o peróxido de hidrogênio (H2O2), responsável pela geração de radicais hidroxila (•OH) e que possui algumas vantagens quando comparados com outros oxidantes. O principal objetivo do uso de peróxido de hidrogênio como oxidante vem de razões ambientais: O subproduto do peróxido de hidrogênio é a água, o que significa uma grande economia com relação ao tratamento de efluentes (SPINACÉ, 1995). Na tabela 3.3 são apresentados os oxidantes mais utilizados em processos de oxidação, dentre eles se encontram o peróxido de hidrogênio (H2O2), entre outros. Tabela 3.3 - Oxidantes mais Utilizados em Processos Oxidativos. Oxidante % Oxigênio Ativo Sub-Produto H2O2 47,0 H2 O O3 33,3 O2 t-BuOOH 17,8 t-BuOH NaClO 21,6 NaCl NaBrO 13,4 NaBr HNO3 25,4 NOx KHSO5 10.5 KHSO4 Fonte: Spinacé, 1995 25 Em solução o peróxido de hidrogênio se decompõe formando dois radicais HO• que reagem diretamente com as substâncias químicas presentes no efluente, oxidando-as, como descritos nas reações representadas nas equações 3.1 e 3.2, de acordo com Collazzo (2009). 2HO• H2O2 • OH + R` (Equação 3.1) R´ (Oxidado) (Equação 3.2) Segundo Huang et al. (1993) e Stefan et al. (1996), reações de oxidação química envolvendo radicais hidroxila têm sido extremamente efetivas na destruição de poluentes orgânicos. No nível molecular, a destruição ocorre pela quebra/cisão de ligações carbonocarbono, gerando fragmentos do composto original. Reações oxidativas subsequentes podem transformar completamente os compostos fragmentados em dióxido de carbono e água (ANDRADE, 2005). O peróxido de hidrogênio é relativamente estável em solução, sendo necessário aumentar a sua reatividade através da conversão do H2O2 em espécies mais ativas, uma espécie orgânica ou metal-hidroperoxido para ativá-lo. As oxidações catalíticas podem ser classificadas em duas categorias segundo o tipo de mecanismo envolvido (SPINACÉ, 1995). a) Reagindo H2O2 com espécies metálicas capazes de gerar espécies peróxido ou hidroperóxido, como titânio, vanádio, molibdênio, nióbio, tungstênio e rênio. b) Usando H2O2 como doador de um oxigênio, produzindo espécies metal-oxo, que são muito reativas. Nesses casos, utilizam-se sistemas baseados em Fe(III), Mn (II) e Ru(II). Contudo, para esses sistemas os doadores de oxigênio mais eficiente são iodosil-arenos, hipoclorito, t-butil-hidroperóxido, sendo que o peroxido de hidrogênio é utilizado apenas em poucos processos. Segundo Spinacé (1995) a reação de titânio (III) com H2O2 produz radicais hidroxil (Equação 3.3), que podem reagir com o substrato (Equação 3.4), com o H2O2 (Equação 3.5) ou com outro titânio (III), (Equação 3.6). Ti+3 + H2O2 Ti+4 + •OH + •OH (Equação 3.3) 26 RH+ •OH • R` + H2O (Equação 3.4) OH + H2O2 H2O + HO2 (Equação 3.5) Ti+3 + •OH Ti+4 + •OH (Equação 3.6) 3.5 PROPRIEDADES DO DIÓXIDO DE TITÂNIO O óxido de titânio (TiO2 ou titânia) é amplamente utilizado na indústria como pigmentos para tintas, plásticos, cosméticos e alimentos, além de ser um dos semicondutores mais importantes, sendo usado em fotocatálise, suportes catalíticos, células solares ou outras aplicações ao nível da nanotecnologia (ALVARO et al., 2006). Do ponto de vista estrutural, o dióxido de titânio pode existir nas formas cristalinas anatase, rutilo e bruquita (CASTAÑEDA et al., 2002; WANG et al., 2007; SU et al., 2006). Aproximadamente 95 % da extração mundial do elemento Ti é distribuída na forma de óxidos (DUBROVINSKY et al., 2001). O interesse no TiO2 tem aumentado nos últimos anos, devido a grandes desenvolvimentos que estão associados ao seu uso, podendo ser destacado o sucesso da célula solar de Grätzel que o usa como semicondutor ativo, otimizando e melhorando a sua eficiência na produção de energia elétrica. As fases de maior utilidade têm sido reconhecidamente a anatase e a rutilo (COLLAZZO, 2009). Dentre as fases conhecidas, o rutilo é classificado como a mais estável termodinamicamente e mais comumente encontrada na forma mineral, enquanto a bruquita e a anatase são reconhecidas como equilíbrios secundários, fases metaestáveis. A fase anatase é considerada a fase mais ativa (KABRA et al., 2004, LINSEBIGLER et al., 1995). Quanto ao sistema cristalino, rutilo e anatase são fases classificadas como tetragonais, enquanto a fase bruquita é classificada como ortorrômbica (ARMOA, 2007). As células unitárias tanto do rutilo quanto da anatase, podem ser descritas como um átomo de titânio rodeado por seis átomos de oxigênio em configurações octaédricas. As estruturas dos dois cristais diferenciam-se pelas distorções de seus octaedros formados pelos átomos de oxigênio e pela disposição dos mesmos (QOURZAL et al., 2005; THOMPSON, 2006). A Figura 3.2 mostra a célula unitária dos cristais do TiO2 nas estruturas anatase, rutilo e bruquita. 27 Figura 3.2 - Estruturas cristalinas do TiO2: rutilo (A), anatase (B) e bruquita (C). Fonte: Collazzo, 2009 O octaedro do rutilo não é regular, mostrando pequenas distorções ortorrômbicas, ao passo que na anatase, o arranjo octaédrico é significantemente distorcido, com uma simetria menor que a ortorrômbica. Estas diferenças estruturais resultam em densidades e estruturas de bandas eletrônicas diferentes (DIEBOLD, 2003). A entalpia de transformação da fase anatase para rutilo é baixa. Entretanto, cineticamente, a anatase é estável, pois sua passagem para a fase rutilo é muito lenta a temperatura ambiente e praticamente não se observa esta transição (KUMAR et al. 1992). As razões para o melhor desempenho da anatase não são muito compreendidas, sendo necessário um maior avanço na ciência dos materiais para compreender as características que fornecem esta maior atividade à anatase (COLLAZZO, 2009). Quando nanoparticulado, o dióxido de titânio apresenta propriedades como alta resistência mecânica e baixa temperatura de sinterização, além de interessantes propriedades ópticas, mostrando-se industrial e tecnologicamente importante. Acredita-se que estas características do material nanoparticulado são devidas ao efeito causado pelo elevado valor da razão superfície/volume, o que pressupõe um excesso de átomos na superfície do material em relação a seu volume estendido, diminuindo a quantidade de energia necessária à superfície para participar de transformações físico-químicas (ARMOA, 2007). O dióxido de titânio TiO2 é anfótero, pois quando em solução aquosa tende a se polarizar e adquirir carga elétrica, porém a natureza desta carga é influenciada pelo pH. Da mesma forma, os óxidos metálicos hidratados que apresentam hidroxilas em sua superfície, quando em meio ácidos, apresentam cargas positivas, e quando em meio básico, apresentam cargas negativas. 28 Portanto quando analisamos a estrutura de TiOH, a carga elétrica que irá se formar em sua superfície será influenciada pelas reações de protonação e desprotonação que irá acontecer com os grupos hidroxila (PIPI, 2010), de acordo com a Figura 3.3 e as equações 3.7, 3,8 e 3.9 abaixo (CARMO, 1999). TiOH + H+(aq) TiOH2+ ou ainda (Equação 3.7) TiOH + H+(aq) Ti+ +H2O (l) (Equação 3.8) TiOH + •OH (aq) TIO- + H2O(l) (Equação 3.9) onde TiOH2+, TiOH e TiO- são as espécies positiva neutra e negativa. A Figura 3.3 apresenta o grau de dissociação do TiO2 em função do pH. Percebe-se que em pH<4 há a predominância das espécies TiOH2+ enquanto que em pH 4 a 7, a superfície do catalisador se apresenta neutra (TiOH), em pH 8,0, tem-se 50% das espécies na forma neutra e 50% na forma negativa e em pH 11,0 observa-se a predominância da forma negativa (TiO-) (PIPI, 2010). Figura 3.3 – Grau de dissociação de TiO2 em função do pH do meio, destacando-se as faixas de predominância de cada uma de suas formas. Fonte: Pipi, 2010 29 3.6 CATÁLISE Atualmente, devido à grande expansão das indústrias químicas, respondendo às exigências de uma população em crescimento, intensifica-se a necessidade do surgimento de novos processos químicos, mais eficientes e com impactos ambientais negligenciáveis. Nesse contexto, destaca-se a catálise, como possibilidade de síntese seletiva de moléculas químicas desejadas, sem consumo extra da energia e, a princípio, sem consumo do próprio catalisador (ROCHA, 2008). O termo catálise foi proposto, pela primeira vez em 1835, pelo químico Jonh Jacobs Berzelius, para explicar o aumento da velocidade de uma reação química quando na presença de certas substâncias (SOLOMOS, 1996). Atualmente, defini-se catálise como sendo um fenômeno de aumento da velocidade de uma transformação química, por meio da diminuição da energia de ativação dessa transformação, devido à presença de uma substância, o catalisador, sendo esse não consumido no processo. O efeito do catalisador é cinético e durante a reação, esta substância interage com os reagentes gerando compostos intermediários que, facilitam a transformação dos reagentes em produtos, através das etapas que compõem um ciclo catalítico. Os processos catalíticos podem ser classificados em dois grupos importantes: homogêneos e heterogêneos. Os processos catalíticos homogêneos são aqueles em que as reações químicas ocorrem em uma única fase. Já nos processos heterogêneos, as reações químicas exigem a presença de pelo menos duas fases, uma solida normalmente o catalisador heterogêneo, e uma liquida ou gasosa, onde os reagentes e os produtos finais se encontram dispersos (COELHO, 2010). Ambos os processos apresentam vantagens e desvantagens. Os catalisadores heterogêneos mais comuns são sólidos finamente divididos ou porosos com grande área superficial para reação, sendo utilizados para reações em fase gasosa ou fase líquida (ATKINS, 2001). O principal motivo da crescente pesquisa sobre os catalisadores sólidos ácidos (heterogêneos), em comparação aos catalisadores homogêneos, deve-se às grandes vantagens nos processos catalíticos, tais como: baixo poder de corrosão, eficiente recuperação para reciclo no processo, acidez controlada e elevada devido à composição, elevada área superficial e seletividade de produtos. Os processos catalíticos heterogêneos apresentam como principal vantagem, a fácil separação e recuperação do catalisador a partir do meio de reação, sendo um fator muito atrativo para os setores industriais (ROCHA, 2008). 30 Como uma reação catalítica ocorre na superfície ativa do sólido, uma grande área interfacial é essencial na obtenção de uma velocidade de reação significativa. Em muitos catalisadores, esta área é fornecida por uma estrutura porosa; o sólido contém muitos poros de diâmetro pequeno e a superfície desses poros fornece a área necessária à alta velocidade de reação. A área superficial de alguns materiais porosos é surpreendentemente grande (SCROCCARO, 2009). A maioria dos catalisadores pode atuar como um suporte estrutural ou não, como no caso da alumina e da sílica, dependendo da aplicação. Existem dois tipos de processos, conhecidos como método de precipitação e método de impregnação, que são usados na fabricação dos catalisadores. O primeiro método envolve um estágio inicial de mistura de duas ou mais soluções ou suspensões, causando a precipitação e em seguida a sua purificação pelo processo de filtração, lavagem, secagem, conformação e aquecimento do material. Altas temperaturas podem ser aplicadas para prover a homogeneização e a formação dos compostos pela difusão térmica e reação no estado sólido, mas esse processo usualmente causa um grau indesejado de sinterização (processo em que duas ou mais partículas sólidas se aglutinam pelo efeito do aquecimento a uma temperatura inferior à de fusão, mas suficientemente alta para possibilitar a difusão dos átomos das duas redes cristalinas) e consequente perda de área de superfície. A etapa de impregnação tem um forte impacto sobre a qualidade final do catalisador, o que depende do método de impregnação específico, do material a ser impregnado, das propriedades das partículas, da natureza das substâncias ativas, e das condições de secagem. O suporte poroso ativado, por secagem e desidratação é colocado em contato com uma solução, usualmente aquosa, de um ou mais compostos metálicos, em seguida o material é submetido à secagem e calcinação (SCROCCARO, 2009). 3.7 PENEIRAS MOLECULARES MESOPOROSAS Sólidos inorgânicos porosos têm grande utilidade como catalisadores e adsorventes para muitas aplicações industriais. A presença de porosidade permite que as moléculas tenham acesso a elevadas áreas superficiais, aos quais estão associadas altas atividades catalíticas e absortivas. Os materiais porosos em uso atualmente podem ser classificados com base nos detalhes de sua microestrutura em três grandes grupos, quais sejam: os suportes amorfos ou paracristalinos, as peneiras moleculares cristalinas e os materiais lamelares modificados (BECK at al., 1992). 31 O conceito de peneira molecular foi criado em 1932 por McBain e se aplica a sólidos microporosos capazes de adsorver seletivamente moléculas cujo tamanho permite sua entrada nos canais. A estrutura porosa de uma peneira molecular baseia-se em uma extensa rede de íons oxigênio contendo átomos coordenados tetraedricamente. Os materiais sólidos porosos com uma estreita distribuição de dimensões e poros são atualmente conhecidos. A estrutura porosa é de interesse particular, não apenas pela sua importância nas aplicações industriais (adsorventes, catalisadores e suportes catalíticos), mas também pela sua grande potencialidade tecnológica em materiais avançados, tais como: fotossensores de transferência de elétrons, semicondutores, fibras de carbono, materiais com propriedades ópticas não lineares, entre outros. Além de abrigar diversos materiais como: aluminofosfatos, metaloaluminofosfatos, silicoaluminofosfatos, germanatos, estanatos, metalossilicatos, aluminogermanatos (PEREIRA, 2010). De acordo com a IUPAC (ROUQUEROL at al., 1994), os materiais porosos são classificados em três classes, de acordo com os diâmetros de poros: Microporosos: dp < 2 nm (dp < 20 Å); Mesoporosos: (2 < dp < 50 nm (20 < Dp < 500 Å); 2-50 nm); Macroporosos: dp > 50 nm (dp > 500 Å). A Figura 3.4 ilustra o tamanho do diâmetro de poro de importantes classes de materiais porosos a base de sílica. 32 Figura 3.4 - Exemplos de materiais micro, meso e macroporoso mostrando o tamanho e a distribuição de poros. Fonte: Rocha, 2010 Entre a família dos materiais microporosos, os membros mais conhecidos são as zeólitas, que são aluminossilicatos naturais ou sintéticos que apresentam elevada área superficial e estreita distribuição de tamanho de poros, decorrentes do seu sistema de poros cristalograficamente definido. Sílica gel apresenta macroporos, é amorfa, os diâmetros de seus poros varia consideravelmente. A sílica mesoporosa situa-se entre estes dois materiais, não só em diâmetro como também na sua distribuição de poros. As sílicas mesoporosas têm diâmetro superior ao das zeólitas e são potenciais materiais para suporte de catalisadores, pois apresentam poros suficientemente grandes para imobilizá-los. 3.8 MATERIAIS MESOPOROSOS DA FAMÍLIA M41S Nas duas ultimas décadas um esforço importante foi centrado na obtenção de peneiras moleculares contendo um maior tamanho de poros. Como uma solução a limitação imposta pelos 33 microporos das zeólitas. Em 1992 pesquisadores da Mobil Oil Corporation descobriram a família dos silicatos e aluminossilicatos mesoporosos M41S (BECK at al., 1992; ZHAO et al, 1996). Estes sólidos foram preparados por reações hidrotérmicas de géis de aluminossilicato em presença de tensoativos catiônicos (sais de amônio quaternário), sendo que o tamanho de seus poros pode ser controlado pelo tamanho da cadeia carbônica do tensoativo (MAGALHAES, 2006). A família M41S é constituída por materiais mesoporosos com diferentes arranjos, possuem áreas superficiais específicas elevadas e podem ser modificados pela incorporação de diferentes cátions, com propriedades ácida ou redox. Esses materiais mesoporosos, com tamanhos de poros bem definidos e ajustáveis na faixa de 1,5 a 10 nm, ultrapassaram a barreira de tamanho de poros das zeólitas e podem ser considerados como uma conexão entre as zeólitas e sistemas amorfos tais como sílica e sílicaalumina, visto que eles apresentam uma combinação de propriedades importantes como: tamanho de poros bem definido, alta estabilidade térmica, estreita distribuição de tamanho de poros, etc. (ROCHA, 2010). Esta família é composta por três tipos de fases. A fase hexagonal corresponde à peneira molecular MCM-41 apresentando sistema de poros unidimensional, a fase cúbica representa a peneira molecular MCM-48 apresentando sistema de poros tridimensional e a fase lamelar correspondente à peneira molecular MCM-50, com as paredes de sílica sendo separados pelas moléculas de um tensoativo presentes (MAGALHÃES, 2006). A Figura 3.5 apresenta as três fases estruturais pertencentes à família M41S, segundo Hoffmann et al. (2006). Figura 3.5 - Estruturas dos materiais mesoporosos: A) MCM-41 (hexagonal, grupo espacial p6mm), b) MCM-48 (cubico, grupo espacial Ia3d) e c) MCM-50 (lamelar, grupo espacial p2). Fonte: Hoffmann et al, 2006 34 3.8.1 MCM-41 Devido à sua possível aplicabilidade a nível industrial, bem como ao seu interesse científico no sentido do desenvolvimento de novas estratégias de síntese e métodos de caracterização, o MCM-41 é o material mais importante da família M41S. O MCM-41 caracteriza-se por apresentar uma área superficial acima dos 700 m2. g-1, podendo ser superior a 1500 m2.g-1 (ZANG et al., 1997) dependendo do tempo e do método de síntese e elevado volume poroso, dependendo do surfactante utilizado na síntese (CAN et al., 2005). A estrutura porosa deste material resulta da formação de micelas, em solução, de um surfactante catiônico (geralmente o CTAB), na presença de uma fonte de sílica, em condições básicas. Assim, obtémse um sistema poroso constituído por canais, de tamanho e forma bem definidos, com arranjo estrutural do tipo hexagonal, com mesoporos unidimensionais de diâmetros de poros que variam entre os 1,5 e 10 nm (BECK et al., 1992). Estes materiais possuem as mais diversas aplicações, tais como catalise sistemas ópticos, sensores, separação, liberação controlada de fármacos, sorção, isolação acústica ou elétrica, etc. (SOLER-ILLIA et al., 2002). Desde a descoberta do MCM-41, devido à sua elevada área específica e ao arranjo de poros ordenado, estes materiais são adequados para a introdução de espécies ativas, como, por exemplo, metais (ARAÚJO et al., 2007; CORMA et al., 1997). Deste modo, para aumentar o potencial catalítico deste tipo de materiais, têm sido desenvolvidos trabalhos na área da modificação das suas paredes inorgânicas, através da introdução de heteroátomos, como o boro, o ferro, o gálio, o titânio, o vanádio, o estanho, o crómio, o zircónio, a platina, alumínio (FIGUEREDO, 2007; OLIVEIRA et al., 2005), que pode conferir ao material acidez de Brönsted, Lewis ou propriedades redox. Recentemente, tem havido um interesse crescente na introdução de metais com elevado potencial de oxidação-redução (como, por exemplo: Ti, Fe, Ni, etc) (ARAÚJO et al., 2007). Dentre eles, o titânio tem atraído grande atenção devido ao sucesso das zeólitas Tisubstituídas na oxidação de vários substratos orgânicos e na preparação de materiais com alta atividade catalítica (POPOVA et al., 2008). Devido à área específica elevada das sílicas mesoporosas, a integração de nanoparticulas de TiO2 nas matrizes de sílica permite a preparação de vários materiais promissores. A substituição do silício, presente nas paredes, por íons metálicos como, por exemplo, o titânio, permitiu a introdução de centros ativos com propriedades ácidas ou com propriedades redox (CHEN et al., 2002). 35 Esta alteração da estrutura siliciosa pode ser realizada quer por síntese direta, a partir de misturas que contenham a fonte de silício e a fonte do elemento a ser incorporado, quer por póstratamento do material inicialmente preparado (TAGUCHI et al., 2005). Os sólidos mesoporosos funcionalizados têm sido utilizados nas mais variadas reações catalíticas, nomeadamente em oxidações e reduções, em catálise ácida e básica, em polimerizações e noutras reações utilizadas na química fina (STEIN et al., 2000). 3.8.1.1 Mecanismo de formação Existem vários modelos que permitem explicar a formação destas mesoestruturas. Todos eles sugerem que o surfactante é o molde que dá origem à estrutura porosa final (NAIK; GROSH, 2009). Na maioria dos estudos, surfactantes carregados (catiônicos e aniônicos) e neutros são utilizados como agentes direcionadores de estruturas (templates ou moldes), que são responsáveis pelo direcionamento da formação da mesofase, baseada em interações eletrostáticas entre o surfactante e as espécies de sílica e em interações do tipo ligação de hidrogênio (ROCHA, 2010). O surfactante é uma molécula orgânica composta por uma cadeia de hidrocarbonetos que possui em sua estrutura uma extremidade polar hidrofílica e outra apolar hidrofóbica (Figura 3.6). De acordo com a parte hidrofílica, os surfactantes podem ser classificados como aniônicos, catiônicos, anfóteros e não iônicos (PEREIRA, 2010). Figura 3.6 - Diagrama esquemático de uma molécula de surfactante Fonte: Silva, 2009 Desde a descoberta dos materiais pertencentes à família M41S, a estrutura MCM-41 é a mais estudada (SOLER-ILLIA et al., 2002; BECK et al., 1992). Sua síntese original foi realizada em água e em meio alcalino, utilizando surfactantes iônicos formando um material orgânico/inorgânico ordenado. Ao contrário do que ocorre com as zeólitas, o surfactante não é 36 apenas um molde e sim uma estrutura organizada de um cristal líquido, onde a organização molecular é dirigida por interações eletrostáticas entre os surfactantes carregados positivamente e as espécies de silicato carregadas negativamente em solução. Via calcinação, o surfactante é removido, conduzindo a uma rede de sílica porosa. O mecanismo de formação depende de vários fatores, tais como o pH, a concentração do surfactante e a temperatura. Baseados nas semelhanças entre os resultados experimentais obtidos para a formação da estrutura hexagonal dos materiais mesoporosos e as estruturas das fases líquido-cristalinas (mesofases) apresentadas por sistemas constituídos de surfactante puro em água, os pesquisadores da Móbil Oil Corporation propuseram um mecanismo, conhecido como mecanismo de direcionamento por cristal líquido (LCT - Liquid Crystal Templating), para a formação destes materiais (SOLER-ILLIA et al., 2002; BECK et al., 1992). O mecanismo de direcionamento por cristal líquido, ou LCT é intuitivo e aborda vários aspectos de outros mecanismos propostos. Ele é dividido em dois principais caminhos ou rotas: no primeiro, a fase liquido-cristalina está intacta antes da adição da fonte de sílica; no segundo, as espécies de sílica vão contribuindo para o ordenamento das micelas de surfactante. Na Figura 3.7 encontra-se esquematizado o mecanismo de formação de um material mesoporoso por LCT (Liquid Crytal Templating - LCT). Figura 3.7 - Representação esquemática dos mecanismos: a) rota LCT e b) rota cooperativa. Fonte: Rocha, 2010 No processo (A), observa-se o agrupamento das micelas num arranjo hexagonal. Neste caso, o surfactante está em concentrações tão elevadas que, em condições ótimas de pH e temperatura, a fase líquido-cristalina forma-se sem a necessidade da presença do precursor de 37 sílica (HOFFMANN et al., 2006). Deste modo, quando se adiciona a fonte de sílica esta polimeriza na superfície dos agregados de surfactante, formando as paredes do material. A última etapa de síntese é a calcinação, onde o surfactante é removido dos poros do material por aquecimento em ar ou oxigénio, tendo como objetivo a decomposição do surfactante. No processo (B), o processo de auto-organização das estruturas cristalinas liquidas ocorre por um efeito de interação do silicato entre os anions silicatos com os grupos catiônicos presentes nos seguimentos hidrofílicos dos tensoativos em solução, ou seja, as espécies silicatos gerados no hidrogel reativo interage com as micelas de surfactantes, conduzindo a formação de micelas com forma cilíndricas e posteriormente a organização dos agregados na formação da fase hexagonal, esta é a denominada rota cooperativa (ALMEIDA, 2011). Antes da adição dos precursores inorgânicos, moléculas do surfactante estão em equilíbrio dinâmico com seus agregados micelares esféricos e/ou cilíndricos. Quando ocorre a adição da fonte de sílica os anions silicato deslocam os contra-íons originais do surfactante como uma consequência direta da diminuição da área ocupada pelas cabeças polares catiônicas do surfactante, devido à diminuição da repulsão entre as mesmas. Desde a descoberta desta família de materiais, têm surgido ao longo dos anos vários mecanismos de formação do material. Há, no entanto, características comuns a todos eles, como o fato de a organização das moléculas de surfactante em agregados desempenhar um papel importante no mecanismo de formação dos materiais, determinando a sua estrutura e porosidade (McCULLEN et al., 1995). O tipo de interação surfactante/fase inorgânica tornou-se um dos parâmetros mais importantes na definição da rota de preparação de materiais mesoporosos. Assim sendo, esses materiais são classificados de acordo com a natureza das interações entre as espécies inorgânicas e o surfactante. As interações entre os surfactantes e a parede inorgânica que se forma sobre o molde é específica para cada rota sintética e estão representadas na Figura 3.8, onde S representa o surfactante, I a fase inorgânica, X e M o ânion e o cátion (contra-íons do surfactante) (ROCHA, 2010; SOLER-ILLIA et al., 2002; HOFFMANN et al., 2006; BEHRENS, 1996). 38 Figura 3.8 - Representação das interações entre o surfactante e fase inorgânica, onde S representa o surfactante, I a fase inorgânica, X e M o ânion e o cátion (contra-íons do surfactante). Fonte: Hoffmann, 2006 Quando é utilizado um surfactante catiônico (S+) e a reação ocorrer em meio ácido (Figura 3.8a) a parede inorgânica será um ânion (I-) e a interação ocorrerá diretamente entre a cabeça e a parede inorgânica. No entanto, se a reação ocorrer em meio básico (Figura 3.8b) ocorrerá à necessidade de um íon intermediador (X-), porque nesse caso tanto S+ quanto I+ estão carregados positivamente. A utilização de um surfactante aniônico inverte as necessidades, em meio ácido (Figura 3.8c) ocorre à necessidade de um íon mediador M+ e em meio básico (Figura 3.8d) a interação entre a S- e I+ ocorre diretamente. Nesses quatro casos o tipo de interação entre o surfactante e a parede inorgânica são interações eletrostáticas. No caso que tanto a parede inorgânica quanto o surfactante não possuem carga e a principal interação ocorre por meio de 39 ligações de hidrogênio (Figura 3.8e) e ainda pode haver a necessidade de um par iônico intermediador (Figura 3.8f) (SALIBA, 2009, HOFFMANN et al., 2006). De acordo com o trabalho de Beck e colaboradores (BECK et al., 1992), o valor do diâmetro de poros da MCM-41 está diretamente ligado às propriedades do surfactante, como o comprimento de sua cadeia, a natureza do solvente, a solubilização de agentes orgânicos no interior da micela e das condições de síntese. Assim, as características estruturais destes materiais estão diretamente relacionadas com: a natureza do surfactante, pH, presença de eletrólitos, temperatura, solventes e o tempo de reação (ARAÚJO et al., 2007). 3.8.1.2 Procedimento Geral de Síntese da MCM-41 Existem vários métodos de síntese para este material. O método apresentado de um modo mais detalhado é o método sol-gel, que é um processo homogêneo que resulta da transformação contínua de uma solução, num sólido precursor hidratado. Este processo envolve primeiro a formação de um sol seguida da formação de um gel. Este processo é bastante versátil, na medida em que permite controlar e manipular parâmetros importantes na síntese destes materiais, tais como as propriedades estruturais (FIGUEREDO; RIBEIRO, 2007). De acordo com Almeida (2011), as principais vantagens deste método são: Obtenção de produtos com elevado grau de pureza; Possibilidade de variar as características físicas do material, tais como o volume poroso e a distribuição de tamanho de poros; Permite obter materiais num só passo, a baixas temperaturas e com diferentes formas físicas; Possibilidade de variar a composição homogênea ao nível molecular. O método sol-gel divide-se em quatro etapas, partindo do precursor até a obtenção do produto final (FIGUEREDO; RIBEIRO, 2007): formação do gel; envelhecimento do gel; remoção do solvente; tratamento térmico. Em seguida vão ser apresentadas, de uma forma mais detalhada as principais etapas do método de acordo com Almeida (2011) e Souza (2005). 40 1) Formação do gel: Em uma síntese da MCM-41 uma solução aquosa contendo uma fonte de sílica (sílica fumed, silicato de sódio, tetraetilortosilicato, sílica amorfa, etc) pode reagir facilmente na presença da água, formando-se grupos silanol; esta é adicionada a outra solução contendo as espécies tensoativas (haletos de amônio quaternário de cadeia longa) sobre agitação constante. As moléculas tensoativas direcionadoras devem apresentar as seguintes fórmulas gerais: CnH2n+1(CH3)3N+ (n =8-22) e CnH2n+1-C5H5N+ (n =12 ou 16) (LIN; MOU, 1999; KRESGE et al., 1992), as quais têm caráter hidrofílico no agrupamento da cabeça e hidrofóbico na cauda. A fonte de sílica é hidrolisada e condensada para formar ânions multidentados e multicarregados que podem se coordenar com os seguimentos catiônicos do tensoativo. As espécies de sílica e os tensoativos organizam-se formando então uma matriz sílica-tensoativo e um gel produto da mistura é formado. O pH da solução deve ser ajustado numa faixa de 9-10, pois o ajuste do pH nessa faixa é de fundamental importância para a formação da estrutura MCM-41. 2) Envelhecimento: Esta etapa é de fundamental importância para a formação do gel. O gel obtido pode ser então submetido a um longo repouso, formando uma fase siloxana pela condensação das espécies de sílica sobre as micelas direcionadoras, ou então, o gel pode ser colocado em um vaso de teflon fechado em um autoclave de aço e colocado na estufa a temperaturas de 100 – 150 ºC por períodos de 1-5 dias. 3) Secagem: Neste passo pretende-se eliminar o solvente que se encontra nos poros do sólido. No entanto, antes da secagem, o sólido formado tem que ser separado da soluçãomãe por decantação, filtração ou centrifugação. Os sólidos são também submetidos a um processo de lavagem com água destilada e/ou deionizada para remover eventuais vestígios da solução-mãe e impurezas. Na secagem, o líquido dentro do gel deve ser removido de modo a evitar a formação de interface líquida/ vapor. A secagem pode ser feita a temperatura ambiente ou na estufa. 4) Calcinação: A calcinação tem influência direta nas propriedades texturais dos materiais obtidos, tais como: área específica, volume poroso e distribuição de tamanho de poros. Esta é realizada em atmosfera dinâmica de nitrogênio e ar, a elevadas temperaturas para dar porosidade e resistência mecânica ao material. Durante esta etapa, podem ocorrer diversas transformações, tais como reações químicas de decomposição térmica dos precursores, com a libertação de produtos voláteis. 41 Na tabela 3.4 são apresentados os tensoativos que podem ser usados na síntese de materiais mesoporosos da família M41S (SAYARI, 1996). Tabela 3.4 - Tensoativos usados em síntese de materiais mesoporosos. Tensoativo n=8-22 Catiônico CnH2n+1(CH3)3N+X+ X = Cl-, Br-,OH- CnH2n+1(C2H5)3N X + n = 12, 14, 16, 18 n = 10-18 - (CnH2n+1)2(CH3)2N X n = 1-12 C16H33(CH3)2 CnH2n+1 Aniônico C14H29COOH C12H25OPO3H2 n = 12, 14, 16, 18 CnH2n+1OSO3Na C12H25C6H4SO3Na Anfótero [CnH2n+1(CH3)2N+-CsH2s-N+(CH3)2CmH2m+1]Br2 n = 16, s = 2-12, m = 1-16 Não iônico CnH2n+1NH2 n = 10-16 Fonte: Souza, 2005 3.8.1.3 Aplicações da MCM-41 As propriedades físicas únicas do MCM-41 têm tornado este material um dos mais utilizados em catálise heterogênea. O fato de possuir poros grandes, em relação aos zeóliticos, permite a fixação de grandes complexos ativos, reduz as limitações de difusão dos reagentes e possibilita a ocorrência de reações que envolvam moléculas volumosas. De acordo com Magalhães (2006) a MCM-41 pode ser utilizada como suporte em diversos campos da catálise, tais como: 42 1) Catalisador básico: quando se incorporam metais alcalinos ou alcalinos terrosos, se impregnam óxidos (MgO) destes metais ou ancoram aminogrupos em sua estrutura são gerados sítios básicos capazes de ser ativos em inúmeras reações orgânicas com moléculas de peso molecular elevado e uma estreita distribuição de tamanho de poros. 2) Catalisador ácido: a incorporação de cátions trivalentes, como alumínio e boro, à sua estrutura ou incorporação de heteropoliácido, tornam estes materiais ativos para a catálise ácida. 3) Catalisador de oxi-redução: por substituição isomórfica de Ti, V ou Sn na rede de silício. A presença destes metais em posições tetraédricas gera catalisadores ativos em numerosas reações de oxidação seletiva de moléculas orgânicas volumosas com hidroperóxidos como agentes oxidantes. 4) Suporte de metais e de complexos de metais de transição 3.9 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS 3.9.1 Difração de Raios – X Em 1895, Williaqndm Röentgen descobriu os raios X, os quais foram definidos como radiações eletromagnéticas produzidas pela desaceleração de elétrons de alta energia ou pela transição eletrônica de elétrons dos orbitais internos dos átomos (BECKHOFF et al., 2005). O intervalo de comprimento de onda dos Raios X varia na faixa de 10-5 Å até 100 Å; a espectroscopia de Raios – X convencional utiliza Raios – X na região de 0,1 Å até 25 Å (1 Å = 1 nm = 10-10 m). Da mesma forma que em técnicas espectroscópicas, as técnicas de raios X exigem que o feixe de radiação seja monocromático. Na difração de Raios X existem as seguintes alternativas: a) a mais simples é através da utilização de fontes com bandas de emissão intensas, as quais podem ser filtradas; b) pela utilização de fontes radioativas como cobalto e c) pela utilização de um cristal analisador com estrutura bem definida, que atuaria como uma grade de difração (CANEVAROLO JR., 2007). A difratometria de raios X corresponde a uma das principais técnicas de caracterização de materiais cristalinos, encontrando aplicações em diversos campos de conhecimentos, é frequentemente utilizada para: 43 Determinação da estrutura cristalina e grau de cristalinidade; Identificação e análise quantitativa de fases; Determinação dos parâmetros cristalográficos; Determinação da textura e tamanho dos cristalitos. A equação básica da difração foi deduzida por W. L. Bragg em 1912 que tratou a difração de raios X por cristais; onde um feixe estreito de radiação incide na superfície do cristal em um ângulo θ, parte dele é espalhada pela camada de átomos na superfície. A parte do feixe não espalhada penetra na segunda camada de átomos quando, novamente, uma fração é espalhada e o restante passa para a terceira camada (Figura 3.9), e assim sucessivamente. As condições para a difração de raios X são (1) o espaçamento entre camadas de átomos deve ser aproximadamente o mesmo que o comprimento de onda da radiação e (2) os centros de espalhamento devem estar espacialmente distribuídos em um arranjo regular. Quando os Raios X são espalhados em um cristal, ocorrem interferências construtivas e destrutivas entre os raios espalhados, pois as distâncias entre os centros de espalhamento são da mesma ordem de grandeza do comprimento de onda da radiação. O resultado desse processo é a difração (SKOOG, 2009). Figura 3.9 - Esquema representativo da difração de raios – X por um cristal para a formulação da lei de Bragg. Fonte: Skoog et al., 2009. 44 O espalhamento ocorre como um resultado da interação da radiação com átomos localizados em O, P e R. Se a distância AP + PC = nλ (Equação 3.10) onde n é um valor inteiro, a radiação espalhada estará em fase em OCD e parecerá que o cristal reflete a radiação X. Mas AP = PC = d sen θ (Equação 3.11) onde d é à distância interplanar do cristal. Assim, as condições para a interferência construtivas do feixe no ângulo θ são: nλ = 2d. sen θ (Equação 3.12) A equação 3.12 é de fundamental importância e é denominada equação de Bragg. Observe que os raios X parecem ser refletidos pelo cristal somente se o ângulo de incidência satisfazer a condição sen θ = nλ (Equação 3.13) 2d Para o fenômeno de difração de raios X existem alguns métodos de identificação, onde o material a ser analisado estar na forma de sólido em pó, monocristais, matrizes, folhas e fibras, sendo o método usando o pó o mais utilizado. No método de difração de raios X de pó, um feixe monocromático atinge uma amostra finamente pulverizada, que têm cristais arranjados aleatoriamente em todas as orientações possíveis. Portanto, para cada conjunto de planos, pelo menos alguns cristais devem estar orientados no ângulo de Brangg (θ) para o feixe incidente, e assim ocorrer à difração associada a este plano no cristal (SETTLE, 1997). O difratograma padrão de raios-X para materiais mesoporosos do tipo MCM-41 apresenta de três a cinco picos de reflexão entre 2º e 8º. As reflexões são devido ao arranjo hexagonal 45 ordenado de tubos de sílica paralelos e chamados reflexões: (100), (110), (200), (210) e (300). A Figura 3.10 mostra um esboço da estrutura hexagonal do MCM-41. Figura 3.10 - Representação da estrutura hexagonal do MCM-41. Fonte: Barbosa, 2009 O parâmetro da estrutura mesoporosa (a0) que representa a soma do diâmetro médio dos poros (dp) do material e a espessura média da parede de sílica (Wt) pode ser obtido a partir do valor da distância interplanar do plano (100) (ZHAO et al., 1996). A Equação 3.14 correlaciona às distâncias interplanares no plano (100) com o valor do parâmetro de estrutura mesoporosa a0 (BECK et al., 1992). a0 = 2d (100) (Equação 3.14) √3 A distância interplanar para o plano (100) pode ser obtida pela Equação 3.15. λCuKα = 2d(100) senθ (Equação 3.15) Onde, λCuKα = Comprimento de onda para o CuKα = 1,5418 (CULLITY, 1956). 46 3.9.2 Análise Térmica A definição aceita de Análise Térmica, como dada por Mackenzie e a International Confederation for Thermal Analysis and Calorimetry (ICTAC) é: “Um grupo de técnicas nas quais uma propriedade física de uma substância e/ou seus produtos de reação é medida como função da temperatura, enquanto a substância é submetida a uma programação controlada de temperatura” (IONASHIRO, 2005). Atualmente, a análise térmica está sendo aplicada em várias áreas científicas por possibilitar uma avaliação rápida das transformações ocorridas quando materiais de diferentes naturezas são submetidos a variações de temperatura por um determinado tempo. A utilização de métodos de análise térmica permite realizar a determinação de muitas propriedades dos materiais, tais como: Variação de massa; estabilidade térmica; percentual de água fisissorvida e quimissorvida; pureza; ponto de ebulição; ponto de fusão; calores de transição; calores específicos; diagramas de fase; cinética da reação; estudo de catalisadores; transições vítreas, etc. (IONASHIRO, 2005). Em um sistema de termoanálise, a amostra é colocada em um ambiente no qual é possível se observar, direta e indiretamente, uma modificação em função da temperatura e do tempo. As mudanças na amostra são monitoradas por um transdutor apropriado, que produz um sinal elétrico análogo a mudança física ou química. Esse sinal é amplificado de modo eletrônico e aplicado ao dispositivo de leitura em um registrador (MATHÉ; AZEVEDO, 2009). As principais vantagens da análise térmica são a utilização de pequenas quantidades de amostra; resultados mais rápidos e precisos; ausência de preparação da amostra. Porém, existem algumas desvantagens, como o custo relativamente alto dos equipamentos e o fato de ser uma técnica destrutiva. Sua aplicação ocorre nas mais diversas áreas científicas como, por exemplo: farmacêutica; alimentícia; cerâmica; polímeros; catálise; orgânica; inorgânica; petroquímica, dentre outras. 3.9.2.1– Termogravimetria A termogravimetria ou análise termogravimétrica (TG) baseia-se no estudo da variação de massa de uma amostra, resultante de uma transformação física (sublimação, evaporação, condensação) ou química (degradação, decomposição, oxidação) em função do tempo ou da 47 temperatura (MOTHÉ; AZEVEDO, 2009). O equipamento onde este experimento é realizado é denominado de termobalança, que são instrumentos que permitem a pesagem contínua de uma amostra em função da temperatura, à medida que ela é aquecida ou resfriada. As curvas de variação de massa (em geral perda, mais raramente ganho de massa) permitem tirar conclusões sobre a estabilidade térmica da amostra, sobre a composição e estabilidade dos compostos intermediários e sobre a composição do resíduo (IONASHIRO, 2005). Existem três modos de análises termogravimétricas: TG Isotérmica, onde a amostra é submetida a uma perda de massa em função do tempo a uma temperatura constante; TG QuasiIsotérmica, onde existe um programa de temperatura controlado com operação linear e constante de temperatura sobre a determinação de massa em função do tempo; e TG Dinâmica, frequentemente utilizado, consiste na determinação da perda de massa sob aquecimento dinâmico de temperatura em função do tempo ou temperatura. Como em qualquer técnica experimental, na termogravimetria existem alguns fatores que afetam a natureza e precisão nos resultados. Basicamente, os fatores que podem influenciar o aspecto das curvas TG pertencem a dois grandes grupos: Fatores instrumentais e fatores ligados às características das amostras. 1) Fatores Instrumentais: Razão de aquecimento; Atmosfera do forno; Composição do conteúdo da amostra; Geometria do forno e do amostrador; Registro; Sensibilidade di mecanismo de registro. 2) Características da amostra: Calor de reação; Condutividade térmica; Empacotamento da amostra; Natureza da amostra; Quantidade de amostra; 48 Sensibilidade de gás desprendido na amostra; Tamanho da partícula da amostra. 3.9.2.2 – Termogravimetria Derivada A termogravimetria derivada (DTG) é obtida através de um algoritmo matemático e auxilia a esclarecer os passos das curvas termogravimétricas (TG). Na termogravimetria derivada, a derivada da variação de massa em relação ao tempo (dm/dt) é registrada em função da temperatura ou tempo. dm = f. (T ou t) (Equação 3.16) dt Portanto nesse método são obtidas as curvas que correspondem à derivada primeira da curva TG e nos quais os degraus são substituídos por picos que delimitam áreas proporcionais às alterações de massa sofridas pela amostra, sendo representado pela figura 3.11 O máximo na curva DTG é obtido quando a curva TG tem ponto de inflexão, isto é, a velocidade de variação de massa é maior. A DTG fornece uma informação adicional para a determinação da temperatura inicial (Ti) e da temperatura final (Tf) (MOTHÉ; AZEVEDO, 2009). Figura 3.11 - Representação das curvas TG e DTG. Fonte: Mothé; Azevedo, 2009 49 As vantagens da termogravimetria derivada é que as curvas DTG indicam com exatidão, as temperaturas de inicio e o instante em que a velocidade de reação é máxima; os picos agudos permitem distinguir claramente uma sucessão de reações que muitas vezes não podem ser claramente distinguidas na curva TG; as áreas dos picos são proporcionais à perda ou ganho de massa e podem ser utilizadas em determinações quantitativas, etc. 3.9.3 Espectroscopia na Região do Infravermelho por Transformada de Fourier Espectroscopia é o estudo da interação da radiação eletromagnética com a matéria. A radiação eletromagnética é composta de um vetor campo magnética, mutuamente ortogonal, que se propaga em uma dada direção. A radiação eletromagnética apresenta a dualidade ondapartícula. A natureza ondulatória manifesta-se por meio da interferência, dispersão, polarização e coerência da radiação eletromagnética. A natureza corpuscular manifesta-se por meio do efeito Compton e do efeito fotoelétrico. A radiação eletromagnética interage com a matéria em três processos distintos: absorção, emissão e espalhamento de radiação (CANEVAROLO JR., 2007). A radiação infravermelha corresponde à parte do espectro situada entre as regiões do visível e das microondas. Foi descoberto por Herschel em 1800, e por volta de 1900 Coblentz obteve espectros de absorção no infravermelho de grande número de compostos orgânicos em estado sólido, líquido e vapor. O espectro IV é usualmente subdividido em três regiões, denominadas IV próximo, IVmédio e IV-distante, de acordo com os tipos de aplicações e de instrumentação. Na última década, o aparecimento de espectrômetros com transformada de Fourier relativamente baratos aumentou significativamente o número e o tipo de aplicações da radiação no IV-médio (número de onda, 4000 a 200 cm-1), devido a estes instrumentos fornecerem razões sinal/ruído e limites de detecção melhores. O espectrômetro FTIR utiliza o interferômetro de Michelson, como princípio de funcionamento, sendo mais rápido, preciso, reprodutível e mais acessível. O espectrômetro FTIR é constituído por uma fonte de radiação, um interferômetro, compartimento de amostra e um detector de radiação infravermelha. Os elementos de um espectrômetro FTIR variam de acordo com as regiões do infravermelho em estudo (CANEVAROLO JR., 2007). A Espectroscopia na Região do Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR) é uma das mais comuns técnicas de caracterização existentes, permitindo caracterizar uma larga 50 faixa de compostos inorgânicos e orgânicos. Ela se baseia fundamentalmente em medir a absorção em frequências de infravermelho de uma amostra posicionada na direção do feixe de radiação infravermelha. As radiações infravermelhas apresentam comprimentos de onda típicos que variam 0,78 a 1000 μm e números de onda variando de 13000 a 10 cm-1. O número de onda pode ser definido como o recíproco do comprimento de onda (SETTLE, 1997). Os espectros de infravermelho são gráficos apresentados sob a forma de número de onda ou comprimento de onda (eixo das abscissas) versus absorbância ou transmitância (eixo das ordenadas). As intensidades das bandas podem ser expressas como transmitância (T) ou absorbância (A). A transmitância é a razão entre a energia radiante transmitida por uma amostra e a energia radiante que nela incide. A absorbância é o logaritmo, na base 10, do recíproco da transmitância (SILVERTEIN et al., 2007). Cada grupo funcional absorve em uma frequência característica no infravermelho, e a absorbância relaciona-se com a transmitância através da Lei de Beer, segundo Equação 3.17, A = log 1(1/T) (Equação 3.17) As principais aplicações para esta técnica são: Identificação dos tipos de compostos orgânicos e inorgânicos; Determinação de grupos funcionais em substâncias orgânicas; Determinação quantitativa de compostos em misturas; Identificação de componentes de reação e estudo cinético das reações. As amostras para serem analisadas podem ser sólidas, liquidas ou gases. Para sólidos é desejável se trabalhar com cerca de 50 a 200 mg sendo 10 μg o mínimo requerido para se diluir de 1-3 % numa matriz transparente (como por exemplo: KBr). Para líquidos usa-se geralmente na faixa de 0,5 μL e gases cerca de 50 ppm são requeridos. Essas quantidades não são padronizadas e podem variar dependendo do tipo do equipamento (SETTLE, 1997). Uma das técnicas mais utilizadas para a manipulação de amostrar sólidas é o pastilhamento com KBr. Os sais de haletos tem a propriedade de fluidez a frio, apresentando transparência ou translucência similar ao vidro quando pressão suficiente é aplicada aos materiais finamente pulverizados. A mistura é, então colocada sob pressão de 10.000 a 15.000 libras por polegadas quadrada em um molde especial para produzir um disco transparente. O 51 disco é então colocado no feixe de radiação do instrumento para análise espectroscópica (SKOOG, 2009). 3.9.4 Adsorção de N2 Denomina-se adsorção o processo onde uma molécula, o adsorvato/adsorbato forma uma ligação com a superfície, adsorvente. A adsorção é um processo de interfaces gás/sólido. A área superficial é uma das características que afeta a capacidade adsorptiva de um determinado adsorvente (AKASH; O`BRIEN, 1996). Conforme as forças envolvidas, podemos distinguir dois tipos de adsorção, química e física. A adsorção química, também é chamada de quimissorção. Neste processo as moléculas (ou átomos) unem-se a superfície do adsorvente através da formação de ligações químicas (geralmente covalentes) e tendem a se acomodarem em sítios que propiciem o maior número de coordenação possível com o substrato, ocasionando as seguintes características: formação de uma única camada sobre a superfície sólida, irreversibilidade e liberação de uma quantidade de energia. A adsorção física (fisissorção) é um fenômeno pelo qual as moléculas de um fluido (gás, vapor ou líquido) são atraídas para uma superfície sólida, em função de uma força resultante decorrente da descontinuidade existente nas moléculas desta mesma superfície, onde se observa normalmente a deposição de mais de uma camada de adsorbato sobre a superfície adsorvente. Ocorre em qualquer condição ambiental (temperatura e pressão), mas só a baixas temperaturas é que se torna mensurável, geralmente à temperatura de ebulição do nitrogênio líquido a pressão atmosférica. Quando um material é exposto a um gás, uma força atrativa atua entre a superfície exposta do sólido e as moléculas do gás, resultando em forças físicas (Van der Waals) de adsorção, em contraste com as fortes atrações químicas associadas à quimissorção. Devido às fracas ligações entre as moléculas do gás envolvidas e a superfície (menos de 15 kJ mol-1), a adsorção torna-se um fenômeno reversível e não-seletivo, preenchendo assim camada por camada da superfície disponível do sólido em função da pressão relativa. A quantidade de gás adsorvido por um sólido é proporcional à massa da amostra, conforme Equação 3.18, denominada de Isoterma de Adsorção e representa uma relação entre a quantidade de gás adsorvido e a pressão de equilíbrio à temperatura constante. 52 n = f (P)T gás, solido (Equação 3.18) Uma isotérmica de adsorção representa a relação entre a pressão parcial de adsorvato (aquele que está a ser adsorvido no processo) e a quantidade adsorvida, a temperatura constante. A determinação experimental das isotérmicas de adsorção pode ser feita recorrendo a métodos dinâmicos ou estatísticos. Em ambos os casos procede-se à desgaseificação do sólido por aquecimento com evacuação (FIGUEREDO, 2007). Segundo a IUPAC, As isotérmicas de equilíbrio de adsorção podem ser classificadas em seis tipos caracterizando a maioria dos sólidos. Através da observação das isotérmicas experimentais é possível concluir acerca da textura porosa do material. Na Figura 3.12 estão representados os seis tipos de isotérmicas, destas seis isotermas, quatro são pertinentes para a caracterização de catalisadores (I, II, IV e VI), (EVERETT, 1988; ROQUEROL et al., 1994, CIOLA, 1981). Figura 3.12 - Classificação das Isotermas de conforme IUPAC. Fonte: Ciola, 1981 Assim, as isotermas de adsorção de nitrogênio para cada material específico, apresentadas na Figura 3.12 podem ser descritas como: 1) Tipo I: verifica-se a existência de um patamar que começa a pressões relativas baixas, esta isotérmica é característica de sólidos microporosos (sem outro tipo de poros), onde a adsorção se dá a baixas pressões devido à forte interação entre as paredes porosas e o adsorbato, o patamar está associado ao enchimento completo dos poros sendo por isso a sua altura proporcional ao volume de microporos. Esta isotérmica representa a adsorção química. 2) Tipo II: Nesse tipo de isoterma a baixas pressões relativas ocorre â formação de uma monocamada de moléculas adsorvidas. São encontradas quando a adsorção ocorre em 53 materiais porosos ou com poros de grande diâmetro. Com o aumento da pressão relativa, o sólido ficará coberto de diversas camadas até que na saturação seu número será infinito; 3) Tipo III: São caracterizadas, principalmente, por calores de adsorção inferiores ao calor de liquefação do adsorbato. Conforme a adsorção procede, a adsorção adicional é facilitada porque a interação do adsorbato com a camada adsorvida é maior do que a adsorção com a superfície do adsorvente; 4) Tipo IV: Caracterizadas pela existência de um patamar bem definido, a pressões relativas altas, o que indica a ocorrência de condensação capilar. O patamar corresponde ao enchimento de todos os poros com o adsorvido líquido. Estas isotérmicas são características de sólidos mesoporosos com uma geometria que permite a ocorrência de condensação capilar a pressões relativas inferiores à unidade (por exemplo: poros cilíndricos). Neste caso ocorre inicialmente a cobertura de uma monocamada. O segundo degrau de adsorção indica a adsorção na faixa dos mesoporos. Normalmente esse tipo de isoterma apresenta um ‘’loop’’ de histerese, ou seja, a isoterma não segue o mesmo caminho para a adsorção e dessorção. O MCM-41 apresenta esse tipo de isoterma; 5) Tipo V: Ocorrem quando existe pouca interação entre o adsorvente e o adsorbato, como no tipo III. Entretanto, o tipo V está associado a estruturas porosas que produzem o mesmo degrau que nas isotermas do tipo IV; 6) Tipo VI: Ocorrem em materiais ultramicroporosos, com superfícies uniformes não porosas. A adsorção ocorre de camada em camada (tipo degrau), a pressão na qual a adsorção é efetivada depende fundamentalmente da interação entre a superfície e o adsorbato. Como pode ser observado na Figura 3.12 em isotérmicas do tipo IV e V verifica-se um efeito de histereses, que está associado às diferentes pressões de saturação durante a condensação do vapor e evaporação do líquido nos poros. Isotermas do tipo IV são de grande interesse neste trabalho, visto que os materiais mesoporosos da família MCM-41 apresentam essa isoterma ao adsorver nitrogênio a 77 K. O fenômeno de histerese pode ocorrer, o qual consiste na dificuldade da evaporação das moléculas do gás condensado nos poros mais finos em comparação a sua condensação, desta forma, a isoterma não percorre o mesmo caminho para a adsorção e dessorção de Nitrogênio com p/p0 de 54 0 a 1; isto ocorre porque as moléculas que evaporam de meniscos de altas curvaturas tem maior probabilidade de recondensar, que uma evaporando de uma superfície plana. Segundo a IUPAC as histereses observadas em isotermas do tipo IV por adsorção de nitrogênio com P/P° de 0 a 1 se dividem em quatro tipos (Figura 3.13). Figura 3.13 - Perfil das histereses de adsorção de nitrogênio Fonte: Ciola, 1981. As histereses para cada material específico são apresentados na Figura 3.13, e são descritas de acordo com Figueiredo (2007) e Almeida (2011) como: 1) Histereses tipo H1, verifica-se a existência de dois ramos da isotérmica quase paralela. Este tipo de histereses é característica de materiais porosos constituídos por aglomerados rígidos de partículas esféricas de tamanho uniforme, dispostas de forma regular com poros cilíndricos, ou feitos a partir de agregados ou aglomerados de partículas esferoidais. O modelo geométrico conveniente para os mesoporos é o de cilindros abertos em ambas as extremidades. Deve-se salientar que, os ramos da isotérmica são tanto mais verticais, quanto mais estreita for a distribuição de tamanho dos mesoporos; 2) Histereses tipo H2, o ramo correspondente à dessorção aparece praticamente vertical. Este tipo está associado aos mecanismos de condensação e evaporação em poros do tipo tinteiro, com um gargalo estreito e corpo largo; 3) Histereses tipo H3, têm-se os dois ramos da isotérmica a tender assimptoticamente para a vertical p/p0 = 1. Este tipo de histereses ocorre no caso da existência de agregados não rígidos de partículas em forma de placa originando poros em fenda; 4) Histereses tipo H4, os dois ramos da isotérmica apresentam-se quase horizontais e paralelos para uma extensa gama de valores da abcissa. Este tipo está associado a poros estreitos em fenda, o carácter tipo I da isotérmica é indicativo da presença de microporos. 55 A partir das Isotermas de Adsorção é possível mensurar as propriedades dos materiais sólidos, tais como: área superficial, área externa e interna, tamanho dos poros, volume e distribuição dos poros. A determinação da área superficial dos catalisadores de forma rápida e precisa pode ser executada pelo método proposto por Brunauer, Emmett e Teller (BET), (BRUNAUER et al., 1938). Este método se baseia na determinação do volume de nitrogênio adsorvido necessário para formar uma camada monomolecular sobre o material adsorvido a distintas pressões na temperatura do nitrogênio líquido. A equação 3.19 é derivada da equação de Langmuir aplicada à condensação polimolecular, levando-se em conta a energia de condensação (CIOLA, 1981). P = 1 V(P0-P) VmC + C-1 . (P/P0) (Equação 3.19) VmC Onde, V: Volume de N2 adsorvido à pressão parcial p/p0; Vm: Volume de N2 para cobrir o adsorbato com uma monocamada; P0: Pressão de saturação do N2 líquido; C: uma constante na qual intervém a energia de condensação. Um método bastante utilizado para determinação da distribuição e volume mesoporoso consiste no modelo proposto por Barret, Joiyner e Halenda (BJH) (BARRET et al., 1951). 3.9.5 Espectrometria Por Fluorescência de Raios – X por Energia Dispersiva A Espectroscopia por Fluorescência de Raios-X (FRX) é um método não destrutivo para análise da constituição química de sólido e líquido. Nesta técnica de análise a amostra é irradiada por um feixe intenso de Raios-X que causa a emissão de fluorescência. O espectro da fluorescência emitida é detectado utilizando um detector que faz a separação por energia dispersiva ou por comprimento de onda. A FRX é um método de análise para determinação semiquantitativa e qualitativa da concentração de elementos em uma ampla variedade de tipos de amostras. Os elementos na amostra são identificados pelo comprimento de onda da fluorescência emitida e as concentrações pela intensidade desta radiação. Como os elétrons de um determinado átomo possuem energias distintas, é possível, no ponto de incidência do feixe, determinar quais os elementos químicos estão presentes naquele local. Os elementos comumente detectados estão 56 no intervalo entre o sódio e o urânio. Os elementos mais leves também podem ser detectados utilizando-se instrumentação especial. A emissão característica é resultante da excitação dos elementos da amostra por uma fonte de raios-X. A fluorescência emitida por elementos presentes na amostra incide em um detector com um circuito eletrônico associado que resolve a energia dos fótons incidentes com precisão suficiente para fornecer uma distribuição espectral de intensidades versus energia. Analisadores multicanais computadorizados são utilizados para adquirir, mostrar o espectro e realizar a análise dos dados. O limite de detecção em materiais sólidos é tipicamente da ordem de algumas partes por milhão, mas a obtenção destes resultados depende de alguns fatores como o elemento sobre análise e a composição da matriz de átomos. O EDX (difração de raios-X com energia dispersiva) é um sistema FRX de energia dispersiva, isto significa que os raios-X são detectados através de um detector (semicondutor) o qual permite análises simultâneas multielementar possibilitando uma análise extremamente rápida na faixa de ppm. 3.9.6 Cromatografia Gasosa A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela esta fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionária. A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos, separando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos componentes de uma mistura. Cromatografia gasosa é uma técnica analítica que permite separações, identificações e medidas quantitativas de componentes de uma mistura. Essa técnica tem sido bastante utilizada nos últimos anos, devido às vantagens que possui, tais como, o elevado poder de resolução, tornando possível, muitas vezes, a análise de diversas substâncias em uma mesma amostra, e tem a possibilidade de detecção em escala de nano e pictogramas (10-19 – 10-12 g) (SKOOG et al., 2009). A grande limitação deste método é a necessidade de que a amostra seja volátil ou estável termicamente, embora amostras não voláteis ou instáveis possam ser derivadas quimicamente. Pode ser utilizada para as separações preparativas apenas na faixa de microgramas a miligramas, não sendo muito empregada para esse fim (COLLINS et al., 1993). 57 A escolha da fase estacionária é de fundamental importância, sendo ela o componente crítico da coluna. As fases estacionárias podem ser polares, apolares ou quirais. Fases polares são baseadas em polietileno glicol puro ou modificado e apolares em metilsiloxano puro ou modificado. As fases quirais mais comuns são compostas de ciclodextrinas (COLLINS et al., 1993). Na cromatografia gasosa por adsorção, o constituinte gasoso de interesse é adsorvido diretamente nas partículas sólidas da fase estacionária. Uma amostra líquida volátil ou gasosa é injetada em um septo dentro de uma câmara aquecida, na qual ela se evapora rapidamente. O vapor é arrastado na coluna pelo gás He, N2, ou H2, onde ocorre o processo de adsorção e dessorção seletiva na fase estacionária sólida e os constituintes separados fluem para o detector, cuja resposta é mostrada num computador ou registrador. A coluna deve estar aquecida o bastante para proporcionar uma pressão de vapor suficiente para que os constituintes sejam eluídos (dessorção provocada por um fluxo de líquido ou de gás através de um adsorvente) num tempo razoável. O detector é mantido numa temperatura superior à da coluna, logo todos os constituintes serão gasosos (HARRIS, 2001). 58 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 SÍNTESE HIDROTÉRMICA DA MCM-41 Para a realização da síntese da peneira molecular mesoporosa MCM-41, foram utilizados os seguintes reagentes: a) Fonte de silício: Sílica Gel (SiO2) - (Aldrich, 95%); b) Agente mineralizante: Hidróxido de sódio (NaOH) - (VETEC, 99%); c) Direcionador: Brometo de cetiltrimetilamônio (CTMABr) - (VETEC, 98%); d) Solvente: água destilada; e) Correção de pH: solução aquosa a 30 % (v/v) de (CH3COOH) - (Merck). A peneira molecular MCM-41 foi sintetizada pelo método hidrotérmico partindo de procedimento experimental adaptado das sínteses de Araujo (2000) e de diversos trabalhos da literatura (BECK et al., 1992; SAYARI, 1996). Utilizou-se sílica gel (SiO2) como fonte de sílica, como direcionador brometo de hexadeciltrimetilamônio (CTMABr), hidróxido de sódio (NaOH) como agente mineralizante e como solvente água destilada. A síntese foi conduzida em um recipiente de teflon de 200 mL colocado dentro de um reator de aço inoxidável (autoclave) a uma temperatura de 100 ºC por um período de quatro dias com correções diárias de pH na faixa de 9-10 com uma solução aquosa de ácido acético a 30 % (v/v). O gel teve a seguinte composição molar: 1 CTMABr; 1 SiO2; 4 Na2O; 200 H2O O procedimento geral de síntese hidrotérmica, consistiu em se preparar duas soluções. A primeira solução foi preparada pela adição de sílica gel, hidróxido de sódio e metade da água destilada, essa mistura reacional foi mantida sob agitação constante por 2 horas a 60 ºC. A segunda solução contém o Brometo de Cetiltrimetilamônia e a outra metade da água destilada, essa mistura reacional foi submetida à agitação por 30 minutos em temperatura ambiente 59 (aproximadamente 30 ºC). Posteriormente, a segunda solução foi adicionada à primeira sob agitação por mais 30 minutos a temperatura ambiente. Em seguida o gel de síntese foi levado ao recipiente de teflon e colocado no reator de aço inoxidável (autoclave) a uma temperatura de 100 ºC. O período de síntese do material foi de 4 dias consecutivos, sendo realizada a cada 24 horas a correção do pH do gel de síntese para a faixa de pH entre 9-10, utilizando a solução de ácido acético a 30 %. A Figura 4.1 apresenta o sistema utilizado para a síntese da peneira molecular mesoporosa MCM-41. Figura 4.1 - Sistema utilizado para a síntese hidrotérmica dos materiais mesoporosos. Finalmente ao término da síntese, o material foi filtrado a vácuo, lavado com aproximadamente 100 mL de água destilada, seco em estufa a uma temperatura de 100 ºC por um período de 4 horas e em seguida calcinado. Este procedimento de síntese da MCM-41 está representado esquematicamente na Figura 4.2. Para a preparação de 200 gramas de gel foram necessárias as seguintes quantidades de reagentes: CTMABr: 16,66 g; SiO2: 11,20 g; NaOH: 3,59 g e água destilada: 158,04 g. 60 Figura 4.2 - Fluxograma para a síntese da MCM-41. 4.2 LAVAGEM, SECAGEM E CALCINAÇÃO Após as sínteses hidrotérmicas, o material obtido foi filtrado a vácuo e lavado com água destilada para remoção de possíveis íons de bromo e sódio residuais. Após esse procedimento o material foi colocado para secar em uma estufa a 100 ºC durante 4 horas. Depois da síntese da MCM-41, seus mesoporos estão preenchidos com agente direcionador, o qual constitui aproximadamente 50% em massa do material. Para a remoção do CTMA+ dos poros da peneira molecular mesoporosa MCM-41 foi utilizada a técnica de calcinação. Neste procedimento, a amostra foi submetida a aquecimento da temperatura ambiente até 500 ºC sob 61 atmosfera dinâmica de nitrogênio com fluxo de 100 mL min-1 com uma taxa de aquecimento de 10 ºC min-1. Após esse tempo o gás foi trocado para ar sintético, ficando a amostra por mais uma hora a 500 ºC com fluxo de 100 mL min-1. A Figura 4.3 mostra o sistema de calcinação horizontal empregado. Figura 4.3 - Sistema de calcinação para remoção de CTMA+ da peneira molecular MCM-41. Fonte: Souza, 2005 4.3 IMPREGNAÇÃO DE TITÂNIO SOBRE O SUPORTE MESOPOROSO A impregnação do titânio sobre o suporte mesoporoso MCM-41, gerando o Ti-MCM-41 foi realizada através do método pós-síntese por co-impregnação com excesso de solvente, partindo do precursor tricloreto de titânio 15 % em HCl como fonte de titânio (15 %, Vetec). O método se deu a partir de contato de 0,5 gramas de MCM-41, sintetizado e calcinado, com um determinado volume de precursor metálico para a obtenção de 31,0 % e 48,0 % respectivamente em massa de titânio. O procedimento de impregnação do titânio consistiu das seguintes etapas: a) Pesar a massa do suporte. b) Pesar as quantidades necessárias de tricloreto de titânio e solubilizar em 20 mL de isopropanol (Merck, 99,5 %) com ajuda de bastão de vidro. c) Adicionar lentamente a solução precursora de titânio obtida no item (b) a massa de suporte obtida no item (a); 62 d) Submeter à solução resultante a leve agitação por 1 hora para homogeneizar a suspensão obtida; e) Submeter à solução obtida no item (d) a evaporação do excesso de solvente da suspensão a 100 ºC, em um sistema de banho-maria; e) Após a evaporação do excesso de isopropanol, o sólido obtido foi transferido para a estufa e secado a 100 ºC por 4 horas. Após a impregnação dos catalisadores com o precursor metálico, estes foram submetidos a um processo de calcinação, cujo objetivo foi decompor o precursor metálico no respectivo óxido sobre a superfície do suporte. O processo de calcinação consistiu no aquecimento da amostra a 10 ºC min-1 da temperatura ambiente até 550 ºC em atmosfera de ar sintético com vazão de 100 mL min-1 por um período de uma hora. Na figura 4.4 é apresentado o fluxograma de impregnação de titânio no suporte mesoporoso MCM-41. Figura 4.4 - Fluxograma de impregnação de titânio em MCM-41. 63 4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS CATALISADORES 4.4.1 Difração de Raios-X No presente trabalho, os catalisadores em estudo foram caracterizados por difração de raios-X empregando-se o método de pó, em equipamento da Rigaku Miniflex II. Os ensaios foram conduzidos utilizando um feixe monocromático (0,6 mm), radiações de CuKα, com filtro de níquel. A tensão e a corrente utilizadas nos experimentos oram de 30 kV e 30 mA, respectivamente. As análises foram realizadas na faixa de 2θ com varredura entre 1 a 80 graus, com passos de 0,02º e a fenda apresentou uma abertura de 0,15 graus. O difratograma de raios-X da amostra de MCM-41 em baixo ângulo foi realizado com varredura angular de 1 a 10º. Para as amostras dos catalisadores contendo óxido de titânio depositado os DRX foram realizados em alto ângulo numa faixa angular de 10 a 80º. 4.4.2 Análise Térmica TG/DTG Neste trabalho a análise térmica através de TG foi utilizada visando realizar os seguintes estudos nos materiais mesoporosos MCM-41: a) Determinação das melhores condições de calcinação para eliminação do CTMA+ dos poros dos materiais mesoporosos MCM-41. b) Determinação das melhores condições de calcinação para decomposição do óxido de titânio. As curvas termogravimétricas da peneira molecular mesoporosa MCM-41 e dos catalisadores foram obtida em uma termobalança com forno vertical modelo TGA - 50 da Shimadzu. As curvas na forma não calcinada e calcinada foram obtidas aquecendo as amostras da temperatura ambiente até 900 º C em atmosfera dinâmica de nitrogênio a uma razão de aquecimento de 10 º C min-1, com um fluxo de 25 mL mim-1. Para cada ensaio foram utilizados cadinhos de alumina e massa de aproximadamente 10 mg. A fim de avaliar as melhores condições de calcinação para decompor o precursor de metálico de titânio sobre o material mesoporoso MCM-41 foram realizadas análises termogravimétricas dos materiais impregnados na forma não calcinada e calcinada, nas mesmas condições descritas para a peneira molecular. 64 4.4.3 Espectroscopia na Região do Infravermelho por Transformada de Fourier Os espectros de absorção na região do infravermelho por transformada de Fourier do suporte mesoporoso MCM-41 na forma calcinada e não calcinada e dos catalisadores foram obtidos na região do infravermelho médio na faixa de 400 – 4000 cm-1 com resolução de 4 cm-1 e 32 varreduras. Antes das análises as amostras foram preparadas usando KBr como agente dispersante, em proporções de concentração de aproximadamente 1mg de amostra com uma quantidade de KBr numa concentração de aproximadamente 1 % em massa. Em seguida, a mistura foi homogeneizada em um almofariz, e prensado (Prensa Carver) hidraulicamente com oito toneladas e as pastilhas obtidas encaminhadas a um equipamento modelo Nexus 470 da Thermo Nicolet, onde se obteve os espectros. 4.4.4 Adsorção/Dessorção de Nitrogênio O levantamento das isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio da peneira molecular MCM-41 calcinada e dos catalisadores foram realizados num equipamento NOVA 1200e. Para isso cerca de 30 mg de cada amostra foi previamente tratada a 300 ºC durante 3 horas sob vácuo para em seguida serem submetidas à adsorção de nitrogênio a 77 K. As isotermas foram obtidas numa faixa de P/Po de 0,05 até 0,95. Os dados relativos a volume de gás adsorvido em função da pressão parcial foram correlacionados por modelos matemáticos para determinação da área superficial (Brunauer et al., 1938), volume e distribuição de poros (Barret et al., 1953). 4.4.5 Composição Química Via Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva A determinação da composição química semiquantitativa do suporte mesoporoso e dos teores de titânio sobre o suporte mesoporoso MCM-41 foi realizado por microanálise de fluorescência de raios-X (FRX) por energia dispersiva em um equipamento da Shimadzu modelo EDX-800, com identificação na faixa de sódio (Z = 23) a urânio (Z = 92). Os espectros de fluorescência de raios-X foram obtidos utilizando-se cerca de 50 mg de catalisador na forma de um pó fino. O fundo da porta-amostra utilizado para as medidas foi constituído por um filme plástico de polietileno que apresenta baixa absorção de raios-X na faixa de energia de interesse. 65 4.4.5 Testes Catalíticos de Remoção dos BTEX Foi preparado solução de BTEX em água com concentração de 100 μg/L simulando água descartada de efluentes oriundos das indústrias petrolíferas. Os ensaios experimentais de degradação catalítica foram realizados em reatores de 20 mL (vials fechados com tampa contendo septo de teflon) sem headspace para evitar a perda dos voláteis. As reações aconteceram em meio aquoso durante 5 h a 60 ºC sob-banho termostático e pH = 3,0. Antes de iniciar os testes catalíticos com os catalisadores foi feito um branco e a avaliação da eficácia de degradação dos BTEX foi realizada de hora em hora em um cromatógrafo a gás acoplado a um detector de fotoionização (PID), com um amostrador por headspace estático (85 ºC) da Thermo Scientific, modelo Trace GC Ultra, com coluna CP-Select 624 CB: 75 m x 0,53 mm x 3 com fluxo constante de hélio 8,0 mL/mim. As condições dos experimentos de degradação catalítica foram às seguintes: 1) BTEX (100,0 μg/L) em água (Branco); 2) BTEX (100,0 μg/L) e H2O2 (0,1 M) em água. 3) BTEX (100,0 μg/L), 31% Ti-MCM-41 (2,0 g/L) e H2O2 (0,1 M); 4) BTEX (100,0 μg/L), 48% Ti-MCM-41 (2,0 g/L) e H2O2 (0,1 M); 66 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 SÍNTESE DOS MATERIAIS O suporte MCM-41 foi sintetizado pelo método hidrotérmico, sendo o pH ajustado numa faixa de 9-10 a cada 24 h durante a síntese, por um período de quatro dias em um autoclave a temperatura constante de 100 ºC, com a finalidade de controlar o processo de auto-organização da estrutura do material; segundo Barbosa (2009) essa correção é de fundamental importância para que os grupos silanóis Si-O-Si se estabilizem formando a estrutura hexagonal mesoporosa do MCM-41. Depois da síntese, para a remoção do direcionador dos poros da peneira molecular e para a obtenção da fase de silício foi utilizada a técnica de calcinação. De acordo com Araújo e Jaroniec (2000), temperaturas e tempos adequados, favorecem uma rápida remoção do direcionador orgânico, por outro lado, o excedente pode causar a destruição da estrutura. Após a impregnação dos catalisadores com tricloreto de titânio, estes foram submetidos a um processo de calcinação, cujo objetivo foi o de transformar a fonte de titânio no respectivo óxido sobre a superfície do suporte. 5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS CATALISADORES 5.2.1 Difração de raios – X As análises de difração de raios – X pelo método do pó foram realizadas nos materiais obtidos na forma calcinada, com o objetivo de verificar se houve a formação da estrutura hexagonal mesoporosa característica da MCM-41, com a formação de cinco picos de difração, referentes aos planos, cujos índices de Miller são (100), (110), (200), (210) e (300). Esses planos segundo a literatura (ZHAO et al., 1996; BECK et al., 1992) são característicos de uma estrutura com simetria hexagonal p6mn, comum a materiais mesoporosos do tipo MCM-41. A Figura 5.1 apresenta a análise de difração de raios X para o suporte mesoporoso MCM-41, onde se observa a formação de cinco picos de reflexão característica de peneiras moleculares do tipo MCM-41, apresentando um pico intenso em 2,4° relacionado ao plano cristalográfico (100) e outros de menor intensidade no intervalo de 3 a 7° relacionados aos planos (110), (200), (210) e (300) respectivamente. Esses planos são característicos de uma estrutura hexagonal, comumente 67 encontrada em materiais do tipo MCM-41 (VARTULI et al., 1994; BECK et al., 1992). Esses picos de difração são observados, tipicamente, em baixo ângulo (2θ de 1 a 8o). Figura 5.1 - Difratograma de raios-X do suporte MCM-41. (100) 25000 1000 20000 600 15000 400 (210) (200) 5000 7 8 9 10 (300) 6 10000 (110) Intensidade (u.a.) 800 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2graus Após as impregnações do suporte mesoporoso com titânio, os catalisadores foram obtidos por calcinação a 550 oC em atmosfera de ar; após este processo novas análises de DRX foram realizadas. Foram escolhidas duas faixas: i) de 1 a 10º para a identificação da fase característica da MCM-41 e ii) de 10 a 80º para a identificação das fases dos óxidos de titânio cristalinos formados sobre a superfície dos materiais mesoporosos. A Figura 5.2 apresenta os difratogramas – X para os catalisadores com 31% Ti-MCM-41 e 48 % Ti-MCM-41 em baixo ângulo. 68 Figura 5.2 - Difratograma de raios-X do catalisador 31 % Ti-MCM-41 e 48% Ti-MCM-41 em baixo ângulo (100) 800 700 31% Ti-MCM-41 48% Ti-MCM-41 500 300 200 (200) 400 (110) Innsidade (u.a) 600 100 0 2 4 6 8 10 2graus Como se pode observar nas Figuras 5.2 foram obtidos materiais finais com um alto grau de ordenação estrutural hexagonal com o aparecimento dos picos referentes aos planos (100), (110) e (200), mostrando que a impregnação não alterou a estrutura original do suporte, porém observou-se que a introdução do metal no suporte foi acompanhada por uma diminuição na intensidade do pico do plano (100), seu alargamento e um pequeno deslocamento no ângulo de 2 θ indicando uma redução na organização da estrutura hexagonal dos materiais. Esses fenômenos irão influenciar no valor do diâmetro de poro do material, através da análise do BET, visto que segundo a literatura, o aumento do angulo 2θ promoverá uma diminuição no diâmetro de poros (BARBOSA, 2009). Os picos referentes aos planos (210) e (300) observados no suporte não foram observados nas amostras finais. Isto pode ser justificado pelo fato que, ao se introduzir titânio na estrutura da MCM-41 se tem um deslocamento e alargamento dos picos e uma diminuição nas respectivas intensidades, tendo assim materiais finais com poros não tão bem ordenados quando comparados com o suporte; porém os picos referentes à (100), (101) e (200) são os picos principais e indicam à formação da estrutura mesoporosa hexagonal. Pela análise de difração de raios – X, na faixa de 2θ de 10 - 80º, e o auxílio do programa XPert Highscore Plus foi possível identificar as fases cristalinas presentes nos catalisadores. Os 69 difratogramas podem ser visualizados nas Figuras 5.3 e 5.4 em alto ângulo para os catalisadores com 31% e 48% de titânio, respectivamente. Figura 5.3 - Difratograma de raios-X do catalisador 31%Ti-MCM-41 em alto ângulo ( Anatase), (• Rutilo), (▪ Bruquita). 1000 Intensidade (u.a) 800 600 400 200 0 10 20 30 40 50 60 70 80 2graus Figura 5.4 - Difratograma de raios-X do catalisador 48%Ti-MCM-41 em alto ângulo ( Anatase). 1500 Intensidade (u.a.) 1200 900 600 300 0 20 30 40 50 2graus 60 70 80 70 A partir das análises por DRX pelo método do pó foi possível observar que após a calcinação a 550 ºC em atmosfera de ar as amostras de catalisadores apresentaram fases cristalinas de óxido de titânio. Para a amostra de 31 % Ti-MCM-41 se verificou picos correspondente a formação da anatase, rutila e bruquita. Já para a amostra com 48 % Ti-MCM41, observa-se que todos os picos de difração mostram a formação de apenas uma fase cristalina do TiO2 correspondente a anatase. Segundo Collazzo (2009), esta fase possui picos de difração em (101), (004), (200), (105), (211), (204) e (116). Observa-se que à medida que se aumenta o percentual de titânio no suporte mesoporoso se tem um aumento proporcional na intensidade dos picos. A tabela 5.1 mostra as diferentes fases cristalinas do TiO2 de acordo com seus picos característicos, isto é, aqueles que aparecem em cada fase com intensidade relativa (Int) e separados de picos de outras fases, de acordo com dados do JCPDS (HANZL, 2009; SILVA FILHO, 2006) Tabela 5.1 - Dados dos índices de refração dos picos característicos de fases cristalinas de TiO2 Anatase Rutilo Bruquita 2θ Int (hkl) 2θ Int (hkl) 2θ Int (hkl) 25,281 100 101 27,446 100 110 30,807 90 121 48,049 35 200 36,085 50 101 75,029 10 215 41,225 25 111 Com base nos resultados obtidos por difração de raios-X em baixo ângulo, tornou-se possível calcular a distancia interplanar do plano principal (100), parâmetros de rede do arranjo hexagonal (a0). O parâmetro de rede do arranjo hexagonal mesoporoso (a0) das amostras são obtidos através do pico de reflexão para o plano (100), o qual é o mais característico no difratograma de raios-X para materiais mesoporosos, sendo calculado pela Equação 3.14 (BECK et al. 1992). A Tabela 5.2 apresenta os valores dos parâmetros relativos à difração de raios-X do suporte mesoporoso e dos catalisadores. Com base nesses valores não foram observadas mudanças nos parâmetros do arranjo hexagonal para as amostras. 71 Tabela 5.2 - Parâmetros do arranjo hexagonal mesoporoso do suporte e dos catalisadores Amostra Indice (hkl) 2θ d(100) a0 nm nm MCM-41 100 2,32 3,88 4,48 31% Ti-MCM-41 100 2,62 3,43 3,96 48% Ti-MCM-41 100 2,45 3,67 4,24 Comparando os valores do parâmetro de arranjo hexagonal de estrutura a0 do suporte mesoporoso MCM-41 com os valores de a0 dos catalisadores finais, obtidos na tabela 5.2 se pode observar que houve um decréscimo no valor de a0 em ambos os casos. Como o valor de a0 representa a soma do diâmetro do poro e a espessura da parede de sílica, este fato pode ter ocorrido, provavelmente, devido à deposição de nanopartículas do óxido de titânio no interior dos poros, além de partículas maiores poderem também, terem sido depositadas na superfície externa. O aumento de Ti não resulta em diminuição mais acentuada do a0 porque se formam diferentes estruturas de oxido de titânio (anatase, rutilo e bruquita a 31 % e anatase a 48 %) que apresentam tamanhos de células diferentes. 5.2.2 Análise Térmica TG/DTG Na figura 5.5 e 5.6 são apresentadas as curvas TG/DTG do suporte MCM-41 na sua forma não calcinada e calcinada. Observa-se que para o suporte na forma não calcinada, que foram obtidos tipicamente três eventos de perda de massa; a primeira perda de massa na faixa de 26,91-112,00 ºC; uma segunda perda na faixa de 174,89-311,76 ºC e a terceira perda ocorre entre 311,76-549,34 ºC. Segundo dados da literatura (ARAUJO; JARONIEC, 2000; ARAUJO et al., 2001; SOUZA, et al., 2004 ) esses eventos são atribuídos a dessorção de água fisissorvida nos poros do material; remoção dos íons direcionadores (CTMA+) e a remoção residual do CTMA+ e liberação de água, proveniente do processo de condensação secundária dos grupos silanóis, respectivamente. 72 100 Figura 5.5 - TG/DTG do suporte MCM-41 não calcinado. 0,000 TG DTG -0,001 80 -0,002 70 -0,003 DTG (%/mim) Massa (%) 90 -0,004 60 -0,005 50 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Temperatura (ºC) Figura 5.6 - TG/DTG do suporte MCM-41 calcinado. 100 95 TG DTG -0,002 85 -0,004 80 75 -0,006 70 -0,008 65 100 200 300 400 500 600 Temperatura ºC 700 800 900 DTG (%/mim) Massa % 90 0,000 73 Após o processo de calcinação do suporte (Figura 5.5) se tem um aumento no pico referente à água fisisorvida (26,91-112,00 ºC), fato este, relacionado à saída do direcionador dos poros da MCM-41 deixando a amostra com mais poros livre, onde ocorre fisissorção de água. A diferença no percentual de perda de massa referente ao primeiro evento pode ser atribuída à quantidade de água fisicamente adsorvida nos dois materiais a base de sílica, que são extremamente susceptíveis a umidade (BARROS, 2005). Com a obtenção do suporte mesoporoso MCM-41, a deposição de titânio foi realizada pelo método de co-impregnação por excesso de solvente. Neste caso mais uma etapa de calcinação em atmosfera de ar foi necessária para a formação do respectivo óxido sobre a superfície do suporte mesoporoso, da qual foi realizada uma análise termogravimétrica do material impregnado e calcinado em 550 ºC, esta temperatura de calcinação foi determinada de acordo com dados da literatura (ARAÚJO et al, 2007; YANISHPOLSKII et al, 2000). As Figuras 5.7 e 5.8 apresentam os perfis de decomposição dos catalisadores na forma calcinada. Figura 5.7 - TG/DTG do catalisador 31% Ti-MCM-41 calcinado. 100 98 TG DTG 96 0,000 -0,001 Massa % -0,002 92 90 -0,003 88 -0,004 86 84 100 200 300 400 500 600 Temperatura (º C) 700 800 -0,005 900 DTG (%/mim) 94 74 Figura 5.8 - TG/DTG do catalisador 48% Ti-MCM-41 calcinado. 100 0,000 TG DTG -0,001 96 94 -0,002 DTG (%/mim) Mass (%) 98 92 -0,003 90 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Temperatura (ºC) Através das curvas TG e DTG dos catalisadores calcinados a 550 ºC se observou apenas uma perda de massa na faixa de 26-112 ºC referente à água fisissorvida, e à medida que se aumenta o percentual de titânio, se tem uma diminuição neste pico, isto, provavelmente, é relacionado com a área superficial dos materiais, uma vez que, com o aumento do teor de titânio se tem uma diminuição na área superficial, pois os poros são preenchidos com o óxido do titânio, o que diminui o espaço para a sorção da água. Comparando os dados de TG dos catalisadores com o suporte mesoporoso, pode-se estimar a quantidade de TiO2 que são incorporados. Para o catalisador com 31% são incorporados aproximadamente 14%, e para o catalisador com 48%, são incorporados cerca de 21% de TiO2. As variações de massa e suas respectivas faixas de temperatura podem ser visualizadas na Tabela 5.3. 75 Tabela 5.3 - Perdas percentuais de massa nas respectivas faixas de temperatura para o suporte mesoporoso MCM-41 e para os catalisadores Ti-MCM-41. Faixa de Temperatura (º C) TiO2 (%) Material 26-112 174-312 312-550 - MCM-41 não Cal. 4,0 24,2 10,5 - MCM-41 23,36 - - - 31%Ti-MCM-41 12,83 - - 14 48%Ti-MCM-41 6,76 - - 21 5.2.3 Espectroscopia na Região do Infravermelho (FTIR) A Figura 5.9 apresenta os espectros de infravermelho para a amostra da MCM-41 na forma calcinada e não calcinada. As análises foram conduzidas na região espectral entre 4000 a 400 cm-1 com os objetivos de detectar e identificar as frequências vibracionais referentes aos grupos funcionais orgânicos presentes na estrutura do direcionador (CTMA+) contido nos poros da MCM-41 na forma não calcinada e monitorar a eficiência do processo de calcinação na remoção do direcionador dos poros da peneira molecular mesoporosa; além de verificar quais são as principais frequências vibracionais e suas respectivas atribuições. Figura 5.9 - FTIR do suporte mesoporoso MCM-41 na forma calcinada e não calcinado 1240-1260 1200-1000 40 20 0 4000 Não Calcinada Calcinada 3500 3000 2500 2000 1500 -1 Número de onda (cm ) 1000 480-420 2850-3000 60 3250-3750 Transmitância (%) 80 950-700 1550-1750 1450-1520 100 500 76 Na Figura 5.10 são apresentados os espectros de infravermelho dos catalisadores de titânio suportado na peneira molecular MCM-41 em diferentes níveis de concentração. Na faixa de 960 cm-1 se tem bandas de absorções referentes à presença do Ti ligado a SiO. No entanto, esta banda também aparece para o suporte mesoporoso MCM-41, atribuído a vibração dos grupos silanóis (SiOH), assim esta banda deve ser interpretada em termos de sobreposição para o titânio, o que é visto pelo aumento da intensidade da banda quando se passa do suporte calcinado para o com 31 % de titânio e deste para 48 % de titânio. Figura 5.10 - FTIR do suporte MCM-41 e dos catalisadores 31 % Ti-MCM-41 e 48 % Ti-MCM-41. 100 0 4000 MCM-41 31% Ti-MCM-41 48% Ti-MCM-41 3500 3000 2500 2000 1500 1000 480-420 20 950-700 1240-1260 40 1200-1000 1550-1750 60 3250-3750 Transmitância (%) 80 500 -1 Número de onda (cm ) Em todas as amostras na forma calcinada foi observada a presença de uma banda larga na faixa de 3250 - 3750 cm-1 referente aos grupos hidroxilas internos e externos na estrutura mesoporosa, bem como a água adsorvida na superfície (BARBOSA, 2009). Nas regiões entre 2850 a 3000 cm-1 tem a ocorrência de bandas de absorção referentes aos estiramentos entre a ligação C-H dos grupos CH2 e CH3 relacionadas às moléculas do surfactante (CTMA+). A ausência destas bandas nos catalisadores na forma calcinada permite afirmar que o material orgânico presente nos poros foi removido após a etapa de calcinação, confirmando os resultados já obtidos por TG. A banda de absorção na faixa de 1550–1750 cm-1 é atribuída à água interagindo com a superfície do suporte (HO et al., 1995). A região de 1450 – 1520 cm-1 é 77 referente às deformações do íon CTMA+, foram observadas também bandas típicas referentes a estiramentos assimétricos da ligação Si-O na faixa de 1240 - 1260 cm -1 e as bandas em 480 - 420 cm-1 são relacionadas aos estiramentos assimétricos das ligações T-O (T = Si, Ti), muito comuns em silicatos e aluminosilicatos. Em 1200 – 1100 cm-1 são atribuídos às vibrações nos tetraedros T-O-T, e na faixa de 950 – 700 cm-1 é atribuída ao estiramento simétrico das ligações T-O (T=Si, Ti), porém esta banda para o estiramento Ti-O, não pode ser visualizadas devido à sobreposição com as bandas referentes a vibrações nos tetraedros da ligação Si-O-Si e estiramentos simétricos das ligações Si-O (SOUZA, 2005). A Tabela 5.4 é apresentada as principais frequências vibracionais e suas respectivas atribuições com base na literatura (CALABRO et al., 1996; ZELOBANCO et al., 1997). Tabela 5.4 - Dados relativos às frequências vibracionais observadas e suas respectivas atribuições feitas para o espectro de infravermelho dos materiais MCM-41 e Ti-MCM-41. Número de onda (cm-1) Atribuição 3250 – 3750 Hidroxilas internas e externas na estrutura mesoporosa 2850 – 3000 Estiramentos C-H dos grupos CH2 e CH3 do CTMA+ 1550 – 1750 Água adsorvida na superfície do material 1450 – 1520 Deformações do íon CTMA+ 1470 - 1475 Deformação da ligação CH2 1480 - 1490 Deformação assimétrica da ligação CH3-N+ 1240-1260 Estiramento Si-O assimétrico 1200-1000 Vibrações nos tetraedros da ligação T-O-T (T = Si, Ti) 955 - 965 Estiramento assimétrico da ligação CH3-N+ 950 - 700 Estiramentos simétricos das ligações T-O (T = Si, Ti) 480 - 420 Estiramento assimétrico da ligação T-O (T = Si, Ti) Fonte: Souza, 2005 78 5.2.4 Adsorção/Dessorção de Nitrogênio Segundo as recomendações da IUPAC (Internacional Union of Pure and Apllied Chemistry) todos os materiais mesoporosos, apresentam isotermas do tipo IV. Em conseqüência das diferentes pressões de saturação para a condensação (adsorção) e evaporação (dessorção), ocorre o fenômeno de histerese, isto é, as isotermas de adsorção e dessorção não são coincidentes (SING, 1970). Através desta técnica podemos obter informações referentes aos valores da área superficial, volume de poros e diâmetro de poros dos sólidos mesoporosos. A determinação das áreas superficiais do suporte mesoporoso MCM-41 e dos catalisadores mesoporosos foram realizados correlacionando os dados das isotermas de adsorção de nitrogênio a 77K pelo modelo de BET (BRUNAUER et al., 1938) na faixa de P/Po de 0,05 – 0,95. As isotermas de adsorção/dessorção de N2 do suporte MCM-41 são apresentadas na Figura 5.11, é observada uma isoterma do tipo IV com histereses (H tipo I) que são características de materiais com sistema de poros cilíndricos, ou feitos a partir de agregados ou aglomerados, de partículas esferoidais (SOUZA, 2005; KRUK; JARONIEC, 1997). Figura 5.11 - Isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio do suporte MCM-41. 450 Adsorção Dessorção 3 -1 Volume adsorvido (cm g ) 400 350 300 250 200 150 0,0 0,2 0,4 0,6 Pressão relativa (P/Po) 0,8 1,0 79 As isotermas de adsorção/dessorção de N2 para os catalisadores com 31 % Ti-MCM-41 e 48 % Ti-MCM-41 são apresentados nas Figuras 5.12, onde também se obtêm isotermas do tipo IV com loop de histerese. Observa-se que à medida que se aumenta a porcentagem de titânio no suporte se tem uma diminuição nos mesoporos, resultados coerentes com os de analise térmicas que mostram menor quantidade de água adsorvida dentro dos poros no catalisador com maior teor de titânio. Figura 5.12 - Isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio dos catalisadores: (A) 31 % Ti-MCM-41e (B) 48 % Ti-MCM-41. Adsorção Dessorção 200 3 -1 Volume adsorvido (cm g ) 240 160 120 A 80 B 40 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Pressão relativa (P/Po) Os correspondentes resultados de área superficial (SBET), diâmetro médio de poros (Dp), volume total de poros (Vp), parâmetro de rede (a0) e espessura da parede dos materiais obtidos (Wt), calculada com a Equação 5.1, são apresentados na Tabela 5.5. Wt = a0 – Dp Onde, Wt = Espessura da parede de sílica; a0 = Parâmetro de rede; Dp = Diâmetro de poro. (Equação 5.1) 80 Tabela 5.5 - Propriedade Texturais dos Materiais Mesoporosos Materiais a0 Dp Wt Vp SBET (nm) (nm) (nm) (cm3.g-1) (m2.g-1) MCM-41 4,48 1,6 2,88 0,10 951 31%Ti-MCM-41 3,96 1,7 2,26 0,14 486 48%Ti-MCM-41 4,24 1,0 3,24 0,08 276 Mesoporos a0= Parâmetro de rede; Dp= Diâmetro do poro; Wt= Espessura da parede de sílica*; Vp= Volume de poros; SBET= área superficial pelo método de BET. *Wt = a0 – Dp Diante dos dados apresentados na Tabela 5.5, através do método BET foi observado que as amostras apresentam áreas superficiais totais na faixa de 276 a 951 m2g-1. O MCM-41 apresentou alta área superficial, conferindo este material como eficiente suporte catalítico (BARBOSA, 2009). Após a impregnação de titânio no meio, observa-se que ocorreu uma diminuição na área superficial total, quando comparados com do suporte MCM-41, sendo que o catalisador com 31 % Ti-MCM-41 exibe uma área específica maior (486 m2g-1) do que o com área específica de 48 % Ti-MCM-41 (276 m2g-1). Isso comprova a inserção do dióxido de titânio na superfície da MCM-41. Além da diminuição da área superficial, também é observada uma diminuição no volume de poros e no diâmetro de poros, com exceção do catalisador 31% TiMCM-41. Devemos destacar que estas análises devem ser encaradas com cuidado, pois os valores são muito próximos e pode estar dentro do erro experimental do experimento, além do fato de diferentes estruturas de oxido de titânio, com diferentes volumes, se formarem sobre o suporte, o que pode influenciar a ordem dos materiais. Em relação à espessura de parede se observa uma regularidade nos valores, pois à medida que a espessura da parede (Wt) aumenta, o diâmetro do poro (Dp) deve diminuir (SOUZA, 2005). Porém o resultado mostra o inverso para o catalisador 31%Ti-MCM-41 este fato está correlacionado com os resultados do DRX, onde o angulo 2θ dos catalisadores de Ti-MCM-41 foi maior que o do MCM-41, influenciando diretamente no seu parâmetro de rede, uma vez na análise de DRX não se tem a massa exata usada para a sua realização, existindo assim um erro de medida, que não pode ser eliminado, já que a intensidade do pico é proporcional a massa usada na análise. Observe também que para 81 este catalisador se tem as três fases de oxido presentes na estrutura, o que certamente tem efeitos nos parâmetros estruturais. 5.1.5 Composição Química Via Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersiva A composição química semi-quantitativa dos materiais mesoporosos sintetizados foram determinada por microanálise de Fluorescência de raios-X com energia dispersiva. A partir dessa técnica foram obtidos as composições químicas semi-quantitativa dos materiais mesoporosos. Para o suporte mesoporoso MCM-41 e para os catalisadores observou-se um pico de 1,74 keV, referente à linha SiKa, característico para o silício, presente em materiais mesoporos do tipo MCM-41. Para o catalisadores 31%Ti-MCM-41 e 48%Ti-MCM-41 se observou um pico 4,50 keV referentes à linha TiKa característico do titânio, além de 1,74 keV da SiKa. A formação do dióxido de titânio sobre a superfície do suporte é confirmado quando comparado com uma fonte de dióxido de titânio comercial que foi utilizado para comparação. A tabela 5.6 mostra os valores em percentuais de massa de cada elemento das analises semi-quantitativas de FRX por energia dispersa das amostras. Pode-se verificar que o dióxido de titânio se encontra impregnado no suporte mesoporoso MCM-41, e que à medida que se aumenta o percentual de titânio no meio, se tem um aumento gradativo de titânio no suporte, cabe salientar que esta análise apresenta apenas uma relação semi-quantitativa, e que estes valores não são reais, como mostra a análise de TG que indicas as quantidades reais de Ti incorporadas no material e fornece resultados muito menores e coerentes com os dados estequiométricos usados nas impregnações. Tabela 5.6 - Resultados semi-quantitativos de FRX por energia dispersiva. Amostra Linha KeV Si (%) Ti (%) TiO2 Comercial TiKa 4,50 - 99,95 MCM-41 SiKa 1,74 81,40 - 31% Ti-MCM-41 SiKa e TiKa 1,74 e 4,50 15,78 83,89 48% Ti-MCM-41 SiKa e TiKa 1,74 e 4,50 7,33 92,50 82 É interessante observar que a variação de titânio calculada por esta técnica para os dois catalisadores (92,50 – 83.89) fornece um valor (8.61) que é muito próximo da diferença calculada da tabela 5.3 (21-14) para os mesmos catalisadores como sendo de 7 % em massa de Ti. Isto indica que as duas técnicas mostram que a diferença de incorporação de titânio entre os dois catalisadores é próxima de 7 %. 5.3 TESTES CATALITICOS Os testes catalíticos foram realizados com o objetivo de avaliar a eficiência na remoção dos BTEX usando catalisadores mesoporosos de titânio suportados sobre o suporte mesoporoso MCM-41. A partir dos resultados dos testes catalíticos apresentados nas Figuras 5.13 a 5.17, os quais mostram a diminuição em % para benzeno, tolueno, etilbenzeno, m+p-xileno e o-xileno, respectivamente, em função do tempo de reação, encontrados na solução depois da reação. Figura 5.13 - Remoção para benzeno 100 BTEX (Branco) BTEX+H2O2 BTEX+H2O2+31% Ti-MCM-41 BTEX+H2O2+48% Ti-MCM-41 -1 ConcentraçãogL 80 60 40 20 0 0 1 2 3 Tempo (h) 4 5 83 Figura 5.14 - Remoção para Tolueno -1 ConcentraçãogL 100 BTEX (Branco) BTEX+H2O2 80 BTEX+H2O2+31% Ti-MCM-41 BTEX+H2O2+48% Ti-MCM-41 60 40 20 0 0 1 2 3 4 5 Tempo (h) Figura 5.15 - Remoção para Etilbenzeno 100 BTEX (Branco) BTEX+H2O2 BTEX+H2O2+31% Ti-MCM-41 BTEX+H2O2+48% Ti-MCM-41 -1 ConcentraçãogL 80 60 40 20 0 0 1 2 3 Tempo (h) 4 5 84 Figura 5.16 - Remoção para m+p-xileno 100 BTEX (Branco) BTEX+H2O2 BTEX+H2O2+31% Ti-MCM-41 BTEX+H2O2+48% Ti-MCM-41 -1 ConcentraçãogL 80 60 40 20 0 0 1 2 3 4 5 Tempo (h) Figura 5.17 - Remoção para o-xileno 100 BTEX (Branco) BTEX+H2O2 BTEX+H2O2+31% Ti-MCM-41 BTEX+H2O2+48% Ti-MCM-41 -1 ConcentraçãogL 80 60 40 20 0 0 1 2 3 Tempo (h) 4 5 85 Diante dos resultados, foi possível chegar às seguintes conclusões: 1- para BTEX (Branco) não se verificou alteração, fato este esperado, já que estes compostos voláteis são estáveis e não se decompõem a 60 ºC; 2- já em BTEX+H2O2 é observado um bom percentual de remoção dos contaminantes, o que é atribuído ao peróxido de hidrogênio que consegue gerar os radicais hidroxil (•OH) a 60 ºC; 3-para os catalisadores BTEX+H2O2+31%Ti-MCM-41 e BTEX+H2O2+48%Ti-MCM-41 verificou-se remoções mais altas, devido às reações utilizarem os radicais •OH da superfície dos catalisadores (estes são oriundos da formação do óxido metálico quando o catalisador foi calcinado), além dos que são gerados pelo peróxido de hidrogênio. Os radicais gerados sobre a superfície dos catalisadores, provavelmente, são formados a partir das interações entre o átomo de oxigênio excitado do catalisador e os átomos de hidrogênio clivados dos substratos ou até mesmo o hidrogênio da água, já que as reações acontecem em meio aquoso (CHALIHA, 2009); 4- na primeira hora de reação foram obtidos valores elevados de remoção (pelo menos 50%) para todos os compostos e esses valores vão aumentando progressivamente com o tempo de reação até 5h. 5-ocorre um aumento substancial da diminuição dos compostos com o aumento da concentração de titânio nas primeiras horas de reação, seguido de um aumento menos intenso depois de duas horas de reação. Tabela 5.7 apresenta a porcentagem de resíduo final (5 h) dos BTEX em relação aos catalisadores 31%Ti-MCM-41 e 48%Ti-MCM-41, sendo possível perceber que o catalisador com 48,0% de Ti-MCM-41 apresentou um menor percentual de produto final para todos os compostos aromáticos estudados. 86 Tabela 5.7 - Conversão de BTEX em água com diferentes % de Ti-MCM-41 em 5 h de reação. Meio Reacional Benzeno Tolueno Etilbenzeno m+p-Xileno o-Xileno BTEX+H2O2+ 3,613 4,176 2,702 7,154 8,170 1,735 1,354 0,336 2,278 2,459 31%Ti-MCM-41 BTEX+H2O2+ 48%Ti-MCM-41 Em termos de remoção dos BTEX, em relação a aspectos ambientais e usando os dados para o benzeno, para que os resultados se enquadre nas legislações (CONAMA, 357 e Ministério da Saúde Nº 518), o melhor tempo para a aplicação do processo se dá com quatro horas de reação, em relação a ambos os catalisadores. Porém para o catalisador 48% Ti-MCM-41, este tempo é diminuído e a remoção exigida nas normas já ocorre com três horas de reação. Em relação à eficiência dos catalisadores no processo, nos diferentes tempos de reação esta é apresentada na tabela 5.8, onde se observa que para todos os tempos de reação o catalisador 48% Ti-MCM-41 possui maior eficiência, na remoção dos BTEX, confirmando assim, que este catalisador seria o mais apropriado na remoção dos compostos em estudo. Tabela 5.8 - Eficiência do catalisador 48% Ti-MCM-41 em relação ao catalisador 31% TiMCM-41 na remoção dos BTEX. Eficiência na remoção (%) Tempo (h) 1 2 3 4 5 Média Benzeno 49,6 59,9 27,7 53,9 51,9 48,6 Tolueno 52,9 68,4 46,8 76,8 67,5 62,4 Etilbenzeno 49,4 68,7 50,8 88,7 87,5 69,0 m+p-Xileno 44,1 63,6 45,1 71,6 68,1 58,5 o-Xileno 44,5 63,0 45,4 70,7 69,9 58,7 87 6 CONCLUSOES Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que: 1) Foi sintetizado com sucesso o suporte mesoporoso MCM-41 com alto grau de ordenação hexagonal, de acordo com os resultados de DRX apresentando, tipicamente cinco picos, cujos índices são referentes aos planos: (100), (110), (200), (210) e (300). 2) O método de calcinação foi efetivo na remoção total das espécies CTMA+ sem comprometer estruturalmente os materiais e na conversão do tricloreto de titânio a TiO2 na superfície do suporte. 3) As fases ativas de titânio foram depositadas sobre o suporte mesopososo. Como mostram as análises de DRX na faixa angular de 10-80º, após a calcinação em atmosfera de ar, os catalisadores sintetizados apresentam as fases cristalinas de óxidos na forma de TiO2 anatase, rutilo e bruquita para concentração de titânio de 31 % e anatase para a concentração de 48 %, sobre a superfície do suportes mesoporoso MCM-41. A estrutura do óxido sobre a superfície do suporte depende, fundamentalmente, da concentração de titânio. 4) Em relação aos catalisadores de Ti-MCM-41, observou-se picos com menor intensidade que no suporte puro. Em todos os casos foi observado um decréscimo no valor do parâmetro de estrutura (ao) dos catalisadores finais em comparação com o suporte puro. Este fato, provavelmente, ocorreu devido à deposição de partículas dos óxidos de titânio no interior dos poros e na superfície externa do material mesoporoso. 5) A análise química por Fluorescência de Raios-X por Energia Dispersa (FRX-EDX) mostrou que o método de impregnação foi eficiente e que a impregnação ocorreu em maior quantidade com a solução mais concentrada em titânio. Resultado confirmado pela termogravimetria, a qual confirmou também a remoção do direcionador, bem como permitiu o calculo correto da quantidade de óxido de titânio incorporado nos dois catalisadores. 88 6) Com base nas análises de espectroscopia na região do infravermelho médio foi possível identificar as frequências vibracionais, sendo feitas as suas respectivas atribuições referentes aos grupos funcionais orgânicos presentes na estrutura do direcionador (CTMA+) e grupos funcionais inorgânicos referentes à estrutura do MCM-41. As análises de FTIR evidenciaram a total remoção da molécula direcionadora CTMA+, após a calcinação, como indicado também por TG. 7) Através das análises de adsorção de nitrogênio a 77K do suporte foi observado que foi obtido isotermo com perfil do tipo IV, segundo a classificação de Brunauer, as quais são características de materiais mesoporosos. Através do método BET foi observado que as amostras apresentam áreas superficiais na faixa de 270 a 951 m2g-1 e em todos os casos foi observada uma diminuição na área superficial com a introdução do metal, sendo que os valores obtidos foram em m2g-1: 487 (31%) e 276 (48%). 8) Com os testes catalíticos foi observado que: a. Para todos os compostos na primeira hora de reação foram obtidos valores elevados de diminuição dos contaminantes, mas a velocidade diminui com o tempo e tende a estabilização em aproximadamente 97 ±3 % para todos os compostos após 5 horas de reação. b. A amostra com maior teor de titânio (48%) apresentou melhor resultado, indicando assim, que à medida que se aumenta o carregamento de titânio e/ou se usa oxido de titânio na fase anatase no suporte mesoporoso se tem um maior percentual na remoção dos contaminantes. c. Este resultado indica que a presença do TiO2, em especial na fase anatase, é um fator importante na reação, sendo que, ele parece ser mais importante que a área superficial e o tamanho dos poros do catalisador . 89 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Usar a técnica de Absorção Atômica dos materiais mesoporosos TI-MCM-41, com a finalidade de compreender a composição química do material sólido; Fazer análise de Microscopia Eletrônica de Transmição com o objetivo de verificar as fases ativas de titânio; Analisar o material por UV-Vis para verificar as bandas típicas de titânio; Avaliar o comportamento dos catalisadores em diferentes pH; Avaliar o efeito do peróxido de hidrogênio na reação dos BTEX; Analisar os compostos obtidos após a reação, por CG-MS. 90 REFERÊNCIAS ABDANUR, A. Remediação de Solo e Água Subterrânea Contaminados por Hidrocarbonetos de Petróleo: Estudo de Caso Na Refinaria Duque de Caxias. 2005. 156f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Solo) – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal do Paraná, Curitiba – PR, 2005. AKASH, B. A.; O’BRIEN, W. S. The production of activated carbon from a bituminous coal. International Journal of Energy Research. v. 20, p. 913-922, 1996. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/%28SICI%291099114X%28199610%2920:10%3C9 13::AID-ER205%3E3.0.CO;2-7/pdf. Acesso em: 02 dez. 2011. ALMEIDA, A. S. S. Síntese de Sílicas Mesoporosas Contendo Nanopartículas de TiO2 e Adsorção de Bases Quinoidais. 2011. 90f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química e Bioquímica) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova Lisboa, Monte de Caparica – Portugal, 2011. ALVARO, M; APRILE, C.; BENITEZ, M.; CARBONELL, E.; GARCIA, H., Photocatalytic Activity of Structured Mesoporous TiO2 Materials. J. Phys. Chem. B, v. 110, p. 6661-6665, 2006. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/jp0573240. Acesso em: 04 jan. 2012. ANDRADE, J. A. Otimização da Reação de Fenton Visando Aplicações na Remediação InSitu e Ex-Situ de Águas Subterrâneas. 2005. 212f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP, 2005. ANDREOZZI, R.; CAPRIO, V.; INSOLA, A.; MAROTTA, R. Advance oxidation processes (AOP) for water purification and recovery. Cat. Today, v 53, p. 51-59, 1999. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271364&_user=687335&_ pii=S0920586199001029&_check=y&_origin=&_coverDate=15-Oct1999&view=c&wchp=dGLzVBA-zSkWA&md5=c54a59306c3b06729311e279b74a9db9/1s2.0-S0920586199001029-main.pdf. Acesso em: 05 Dez. 2011. ARMOA, M. H. Síntese hidrotérmica de nanopartículas de TiO2, de nanocompósitos metal/TiO2 e degradação oxidativa de 4-clorofenol em reator membranar fotocatalítico. 2007. 153f. Tese (Doutorado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Estadual Paulista, Araraquara – SP, 2007. ARAÚJO, R. S.; COSTA, F. S.; MAIA, D. A. S.; SANT’ANA, H. B.; CAVALCANTE Jr, C. L. Synthesis and caracterization of Al- and Ti-MCM-41 materials: application to oxidation of anthracene. Brazilian Journal of Chemical Engineering, v.24, p 135-141, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/bjce/v24n1/12.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. 91 ARAUJO, A. S.; FERNANDES JR, V. J.; SOUZA, M. J. B.; SILVA, A. O. S.; AQUINO, J. M. F. B. Model free-kinetics applied to CTMA+ removal of AlMCM-41 molecular sieves. Thermochimica Acta, v. 413, p. 235-240, 2004. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271405&_user=687335&_ pii=S0040603103004866&_check=y&_origin=&_coverDate=08-Apr 2004&view=c&wchp=dGLzVlk-zSkWA&md5=0d8ef8615a1258e797721f68ec8c39d9/1 s2.0S0040603103004866-main.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. ARAUJO, S. A.; IONASHIRO, M.; FERNANDES Jr, V. J.; ARAÚJO, A. S. Termogravimetric investigations during the synthesis of sílica-based MCM-41. J. Therm Anal Calorim, v. 64, p. 801-805, 2001. Disponível em: http://www.akademiai.com/content/vh28g1504425327w/fulltext.pdf?page=1. Acesso em: 14 Set. 2011 ARAUJO, A. S.; JARONIEC, M. Thermogravimetric monitoring of the MCM-41 synthesis. Thermochim. Acta, v. 175-180, p. 363, 2000. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271405&_user=687335&_ pii=S0040603100006377&_check=y&_origin=&_coverDate=27-Nov2000&view=c&wchp=dGLbVlk-zSkWb&md5=73e689f4c8df6ef0378f48c428bef38f/1-s2.0S0040603100006377-main.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman. 2001. BARBOSA, M. N. Síntese, Caracterização e Aplicação de MCM-41 Funcionalizado com diisopropilamina no Processo de Adsorção do Dióxido de Carbono, 2009. 104f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal – RN, 2009. BARKER, J. F., HUBBARD, C. E., LEMON, L. A. The Influence of Methanol and MTBE on the Fate and Persistence of Monoaromatic Hydrocarbons in Groundwater. Proceedings of theNWWA/API Conference on Petroleum Hydrocarbons and Organic Chemicals in Ground Water: Prevention, Detection, and Restoration. Houston, p.113, 1990. Disponível em: http://info.ngwa.org/gwol/pdf/900154387.PDF. Acesso em: 02 Dez. 2011. BARROS, J. M. F. Síntese e Caracterização do Material Nanoestruturado MCM41Contendo Terras Raras. 2005. 145f Tese (Doutorado em Ciências e Engenharia de Materiais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal – RN, 2005. BARROS, R. M. Estudos de risco de poluição das águas subterrâneas causada por vazamentos em postos de combustível no município de Ribeirão Preto/SP. 202f. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia Hidráulica e Saneamento) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia, Universidade de São Paulo, São Carlos - SP, 2000. 92 BARRETT, E. P.; JOIYNER, L. G.; HALENDA, P. P. The Determination of Pore Volume and Area Distributions in Porous Substances. I. Computations from Nitrogen Isotherms. J. Am. Chem. Soc., v. 73, p. 373-380, 1951. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja01145a126. Acesso em: 02 Dez. 2011. BECK, J. S.; VARTULI, C.; ROTH, W. J.; LEONOWICZ, M. E.; KRESGE, C. T.; SCHMITT, K. D.; CHU, C. T-W.; OLSON, D. H.; SHEPPARD, E. W.; McCULLEN, S. B.; HIGGINS, J. B.; SCHLENKER, J. L. A new family of mesoporous molecular sieves prepared with liquid crystal templates. J. Am. Chem. Soc., v. 114, p. 10834-10843, 1992. Disponível em: http://web.me.com/eprouzet/ProuzetICN/MSU_Intro_files/Beck%20%281992%29%20MCM.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. BECKHOFF, B. E.; KANGIEBER, B. E.; CANGHOFF, N. E.; WEDELL, R. E. Handbook of Practical X – Ray Fluorescence Analysis. New York: Springer, 2005. BEHRENS, P. Voids in variable chemical surrondings: mesoporous metal oxides. Angew. Chem. Int. Ed. Eng. v. 35, p. 515-518, 1996. Disponível em: http://web.me.com/eprouzet/ProuzetICN/MSU_4_files/Behrens%20%281996%29%20MTS%20rev.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. BLASCO, T.; CORMA, A.; NAVARRO, M. T.; PÉREZ-PARIENTE, J. Synthesis, characterization, and catalytic activity of Ti-MCM-41 structures, J. Catal., v. 156, p. 65-74, 1995. Disponível em: http://pdn.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=272561&_user=687335&_pi i=S0021951785712328&_check=y&_origin=article&_zone=toolbar&_coverDate=30-Sep1995&view=c&originContentFamily=serial&wchp=dGLzVBAzSkzk&md5=99277bcef1d3247017b3df126160a4b7/1-s2.0-S0021951785712328-main.pdf. Acesso em: 25 Out. 2011 BOLTON, J. R., BIRCHER, K. J., TUMAS, W., TOLMAN, C. A. Figures-of-Merit for the Technical Development and Application of Advanced Oxidation Processes. J. Advan. Oxidat. Technol, v. 2, p. 1-11, 1995. Disponível em: http://pages.unibas.ch/epa/merits.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. BRITTO, J. M., RANGEL, M. C. Processos Avançados de Oxidação de Compostos Fenólicos em Efluentes Industriais. Quim. Nova, v. 31, p.114-122, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S010040422008000100023&lng=en&nrm= iso&tlng=pt. Acesso em: 02 Dez. 2011. BRUNAUER, S.; EMMETT, P. H.; TELLER, E. Adsorption of gases in multimolecular layers. Journal American Chemistry Society, v. 60, p. 309-316, 1938. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/pdf/10.1021/ja01269a023. Acesso em: 02 Dez. 2011. 93 BRUNAUER, S. The Adsorption of Gases and Vapors, Oxford University Press, 1945. Disponível em: http://www.archive.org/stream/adsorptionofgase031704mbp#page/n5/mode/2up. Acesso em: 02 Dez. 2011. CALABRO, D. C.; VALYOCIK, E. W.; RYAN, F. X. In situ ATR/FT-IR study of mesoporous silicate synthesis. Microporous Materials., v. 7, p. 243-259, 1996. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271388&_user=984649&_ pii=S0927651396000454&_check=y&_origin=&_coverDate=30-Nov1996&view=c&wchp=dGLzVlk-zSkzS&md5=9efa3694b54d8026e955f371a070e0bb/1-s2.0S0927651396000454-main.pdf, Acesso em: 04 Jan. 2012 CAN, M.; AKÇA, B.; YILMAZ, A.; ÜNER, D. Synthesis and characterization of Co-Pb/SBA15 mesoporous catalysts. Turk. J. Phys., v. 29, p. 287-293, 2005. Disponível em: http://journals.tubitak.gov.tr/physics/issues/fiz-05-29-5/fiz-29-5-3-0510-5.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. CANEVAROLO JR., S. V. Técnicas de Caracterização de Polímeros. São Paulo: Ed Artliber, 2007. CARMO, D. R. Propriedades Espectroscópicas e Eletroquímicas de Complexos de Ferro, Rutênio e Ósmio Ancorados em Filmes de Óxido de Titânio. 1999. 107f. Tese (Doutorado em química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade de São Paulo, São Carlos – SP, 1999. CASTAÑEDA, L.; ALONS, L. C.; ORTIZ, A.; ANDRADE, E.; SANIGER, J. M.; RAÑUELOS, J. G. Spray pyrolysis deposition and characterization of titanium oxide thin films. Materials Chemistry. Physics, v. 77, p. 938-944, 2002. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271571&_user=984649&_ pii=S0254058402001931&_check=y&_origin=&_coverDate=30-Jan2003&view=c&wchp=dGLbVlV-zSkWA&md5=a9adc94c2c64c1710ce9d16253debce9/1-s2.0S0254058402001931-main.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. CHALIHA, S., BHATTACHARYYA, K. G. Fe(III)-, Co(II)- and Ni(II)-impregnated MCM41 for wet oxidative destruction of 2,4-dichlorophenol in water Catal., Catalysis Today, v. 141, p. 225, 2009. CHEN, Y; LIN, H. Y. Characteristics of Ti-MCM-41 and its Catalytic Properties in Oxidation of Benzene. Journal of Porous Materials. V. 9, p. 175-184, 2002. Disponível em: http://www.springerlink.com/content/u401677055v87557/fulltext.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. CHEN, L. Y.; JAENICKE, S.; CHUAH, G. K.,Thermal and hydrothermal stability of framework substitued MCM-41 mesoporous materials, Microp Materials, v. 12, p. 323-330, 1997. Disponível em: http://pdn.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271388&_user=687335&_pi 94 i=S0927651397000795&_check=y&_origin=article&_zone=toolbar&_coverDate=31-Dec1997&view=c&originContentFamily=serial&wchp=dGLzVlSzSkWz&md5=e60779448fab81096c3a0575e55b89f5/1-s2.0-S0927651397000795-main.pdf. Acesso em: 05 Jan. 2012. CIESLA, U.; SCHUTH, F. Ordered mesoporous materials. Microporous and Mesoporous Materials, v. 27, p. 131-149, 1999. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271888&_user=687335&_ pii=S1387181198002492&_check=y&_origin=&_coverDate=28-Feb1999&view=c&wchp=dGLzVlV-zSkzk&md5=479585235a2dfd4152d54e6f472131ad/1-s2.0S1387181198002492-main.pdf. Acesso em: 05 Dez. 2011. CIOLA, R. Fundamentos de catálise.1 ed. São Paulo: Moderna,1981. COELHO, A. C. D. M. Novos Sistemas Catalíticos Baseados em Óxidos de Metais de Transição. 2010. 225f. Tese (Doutorado em Química) – Departamento de Química, Universidade de Aveiro, Lisboa, 2010. COLLARES, S. Avaliação do uso de recursos hídricos em refinarias de petróleo: um estudo de caso na Petrobrás. 150f. 2004. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, 2004. COLLAZZO, G. C. Síntese e Caracterização de Nanocristais de TiO2 Via Processo Hidrotérmico e Sua Atividade na Fotodegradação de um Corante da Indústria Coureira. 2009. 112f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria – RS,2009 COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Introdução a Métodos Cromatográficos. 5. ed. Campinas: Ed Unicamp, 1993. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – COMANA: Resolução nº 357, de 17 de Março de 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf. Acesso em: 02 Jan. 2012 CONSELHO INTERMINISTERIAL DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL - CIMA: Resolução nº 1, de 31 de Agosto de 2011. Disponível em: http://nxt.anp.gov.br/nxt/gateway.dll/leg/folder_portarias/portarias_mapa/2011/pmapa%20678% 20-%202011.xml. Acesso em: 02 Jan. 2012. CORDAZZO, J. Modelagem e Simulação Numérica do Derramamento de Gasolina Acrescida de Álcool em Águas Subterrâneas. 120f. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Programe de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC, 2000. 95 CORMA, A.; KAN, Q.; NAVARRO, M. T.; PARIENTE, J. P; REY, F. Synthesis of MCM-41 with diferrent pore diameters without addtion of auxiliary organics, Chem. Mater., v.9, p. 21232126, 1997. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/pdfplus/10.1021/cm970203v. Acesso em: 02 Dez. 2011. CORSEUIL, H. X., MARTINS, M. D. M. Contaminação de Águas Subterrâneas por Derramamentos de Gasolina: O Problema e Grave? R. Engenh. Sanit. Amb. v.2, p. 50-54, 1997. Disponível em: http://www.amda.org.br/objeto/arquivos/89.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. CORSEUIL, H. X.; MARINS, M.D.M. Efeitos causados pela mistura de gasolina e álcool em contaminações de águas subterrâneas, Bol. téc. PETROBRAS,v. 41, p. 133-138, 1998. Disponível em: http://www.ingenieroambiental.com/rbca/rbca2.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. COSTA, M. J. F. Síntese e Caracterização de Materiais Nanoporosos para Pirólise Catalítica de Óleos Pesados. 2008. 124f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal – RN, 2008. COSTA, A. A. Síntese, Caracterização e Aplicação de Catalisadores Metaloporfirínicos Suportados em MCM - 41. Universidade de Brasília – UnB Instituto de Química – IQ, Brasília, Brazil, Dissertação de Mestrado, 2006. CREPLIVE, M. R. Remoção de vanádio a partir de catalisadores termodinamicamente estáveis. 2008. 104 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Programa de PósGraduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Paraná, Paraná - PR. 2008. CULLITY, B. D. Elements of X-ray diffraction. Massachusetts: Addison-Wesley Publishing Company Inc. 1956. Disponível em: http://ia600302.us.archive.org/11/items/elementsofxraydi030864mbp/elementsofxraydi030864m bp.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. DEZOTTI, M. Apostila do Curso da Escola Piloto:Técnicas de Controle Ambiental em efluentes líquidos - Processos Oxidativos Avançados. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003. DIEBOLD, U. The surface science of titanium dioxide. Surface Science Reports. v. 48, p. 53229, 2003. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271620&_user=984649&_ pii=S0167572902001000&_check=y&_origin=&_coverDate=31-Jan2003&view=c&wchp=dGLzVlS-zSkWA&md5=b6090ff0737756b2079ba1dffeeec391/1-s2.0S0167572902001000-main.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. 96 DUBROVINSKY, L. S.; DUBROVINSKAIA, N. A.; SWAMY, V.; MUSCAT, J.; HARRISON, N. M.; AHUJA, R.; HOLM, B.; JOHANSSON, B. Materials Science: The hardest known oxide. Nature, v. 410, p. 653-654, 2001. Disponível em: http://www.nature.com/nature/journal/v410/n6829/pdf/410653a0.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. Environmental Protection Agency - EPA. Profile of the Oil and Gas Extraction Industry – Sector Notebook Project, Office of Compliance – EPA, Washington, 2000. Disponível em: http://www.epa.gov/. Acesso em: 02 Dez. 2011. EVERETT, D. H. Characterization of Porous Solids. Amsterdam: Elsevier, 1988. FERREIRA, S. B. Estudos laboratoriais para avaliação do potencial de contaminação de água e do solo por gasolina oxigenada. 230f. 2000. Tese (Doutorado em Geoetcnia) - Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000. FERNANDES, M. Influência do etanol na solubilidade de hidrocarbonetos monoaromáticos em aqüíferos contaminados por gasolina. 1996, 104f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC, 1996. FERNANDES, M.; BRICKUS, L. S. R.; MOREIRA, J. C.; CARDOSO, J. N. Atmospheric BTX and polyaromatic hydrocarbons in Rio de Janeiro, Brazil. Chemosphere, v. 47, p.417-425, 2002. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271852&_user=687335&_ pii=S0045653501003198&_check=y&_origin=&_coverDate=30-Apr2002&view=c&wchp=dGLbVlt-zSkWb&md5=ad6069fbb0ef4785d56a116587b21de7/1-s2.0S0045653501003198-main.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. FETTER. C. W. Applied Hydrogeology. 4. ed. New Jersey: Prentice-Hall, Inc. Upper Saddle River, 2001. FIGUEIREDO, J. L.; RIBEIRO, F. R. Catálise Heterogénea, 2 ed. Lisboa:Fundação Calouste Gulbenkian, 2007. GUIMARÃES, C. H. D. Avaliação de Risco Ambiental de Sítios Contaminados por Hidrocarbonetos de Petróleo. 2003. 315 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – RJ, 2003. GUIGUER, N. Poluição das águas subterrâneas e solo causada por vazamentos em postos de abastecimento. Ontário: Waterloo Hydrogeologic, 1996. HANZL, E. R. Novas rotas de síntese de óxidos de titânio e mistos titânio-zircônio mesoestruturados via método sol-gel por template surfactante. 2009. 89f. Dissertação 97 (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP, 2009. HARRIS, D. C. Análise química quantitativa. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 2001. HO, S.; CHOU, T. C. The role of anion in the preparation of nickel catalyst detected by TPR and FT-IR spectra. Ind. Eng. Chem. Res., v. 34, p. 2279-2284, 1995. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie00046a009. Acesso em: 04 Jan. 2012 HOFFMANN, F.; CORNELIUS, M.; MORELL, J.; FRÖBA, M. Silica-based mesoporous organic-inorganic hybrid materials. Angew. Chem. Inter., v. 45, p. 3216-3251, 2006. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/anie.200503075/pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER - IARC. Carcinogenicity evaluation of BTEX, v. 71, p. 829, 1999. Disponível em: http://www.iarc.fr. Acesso em: 13 Maio. 2010. IONASHIRO, M. Giolito: Fundamentos da Termogravimetria e Análise Termica Diferencial/Calorimetria Exploratória Diferencial. São Paulo: Ed Giz, 2005. KABRA, K.; CHAUDHARY, R.; SAWHNEY, R. L. Treatment of hazardous organic and inorganic compounds through aqueous-phase photocatalysis: a review. Industrial and Engineering Chemistry Research, v. 43, p. 7683-7696, 2004. Disponível em: http://library.certh.gr/libfiles/PDF/GEN-PAPYR-1318-TREATMENT-by-KABRA-in-ANALCHEM-V-43-ISS-24-PP-7683-7696-Y-2004.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. KRESGE, C. T.; MARLER, D. O.; RAV, G. S.; ROSE, B. H. Supported heteropoly acid catalysts for isoparaffin-olefin alkylation reactions. US, PI5324881, 28 junho, 1994. Disponível em: http://www.patentstorm.us/patents/5324881-description.htm. Acesso em: 09 Maio. 2008. KRESGE, C. T.; LEONOWICZ, M. E.; BECK, J. S.; VARTULI, J. C.; ROTH, W. J. Ordered mesoporous molecular sieves synthesized by a liquid-crystal template mechanism. Nature, v. 359, p. 710-712, 1992. Disponível em: http://www.nature.com/nature/journal/v359/n6397/pdf/359710a0.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012 KRUK, M.; JARONIEC, M. Adsorption study of surface properties of MCM-41 materials with diferrent pore sizes. J. Phys. Chem., v. 101, p. 583-589, 1997. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/pdfplus/10.1021/jp962000k. Acesso em: 05 Dez. 2011 98 KUMAR, K. N. P.; ZASPALIS, V. T.; KEIZER, K.; BURGGRAAF A. J. Drying process in the formation of sol-gel-derived TiO2 ceramic membrane. Journal of Non-Crystalline Solids, v.147, p. 375-381, 1992. Disponível em: http://doc.utwente.nl/12638/1/Kumar92drying.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012 LEAL, E. S.; TIBURTIUS, E. R. L.; PERALTA-ZAMORA, P. Contaminação de águas por BTXs e processos utilizados na remediação de sítios contaminados, Quím. Nova, v. 27, p. 441446, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v27n3/20172.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. LIN, H. P.; MOU C. Y. Studies on mesoporous self-organizing aluminosilica, J. Cluster Science, v. 10, p. 271-293, 1999. Disponível em: http://www.springerlink.com/content/x41wr276j4673876/fulltext.pdf. Acessoem: 04 Jan. 2012. LINSEBIGLER, A. L.; LU, G.; YATES J. T. Photocatalysis on TiO2 surfaces: principles, mechanisms, and selected results. Chemical Reviews, v. 95, p. 735-758, 1995. Disponível em:http://image.sciencenet.cn/olddata/kexue.com.cn/blog/admin//images/upfiles/200710117325 893655.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. LOURENÇO, E. S. O. Avaliação físico-química da remediação de solos contaminados por BTEX. 2006, 118f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Programa de PósGraduação em Engenharia Agrícola, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel – PR, 2006. MAGALHÃES, J. B. T. Síntese de Peneiras Moleculares MCM-41 Ativas em Catálise Básica para a Produção de Chalconas, 2006. 53f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica – RJ, 2006. MARIANO, J. B. Impactos ambientais do refino do petróleo. 279f. 2001. Dissertação (Mestrado em Planejamento Energético) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - RJ, 2001. MARQUES, S. G. Metodologia geofísica para contaminação por hidrocarbonetos – estudo de caso em posto de combustível. 2007. 98f. Dissertação (Mestrado Recursos Minerais e Hidrogeologia) – Programa de Pós-Graduação em Recursos Minerais e Hidrogeologia, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP, 2007. McCULLEN, S. B. ;VARTULI, J. C.; KRESGE, C. T.; ROTH, W. J.; BECK, J. S.; SCHIMIT, K. D.; LEONOWIEZ, M. E.; SCHLENKER, J. L.; SHIH, S. S.; LUTNER, J. D. A new family of mesoporous molecular sieves. 1995. Disponível em: https://springerlink3.metapress.com/content/j0v4474120k7j1g5/resourcesecured/?target=fulltext.pdf&sid=krqdx4wy45mvqozvkg3l2pid&sh=www.springerlink.com. Acesso em: 04 Jan. 2012 99 McELENEY, K. A. Organically functionalized mesoporous silica as a support for synthesis and catalysis, Queen´s University, 2009. Disponível em: http://proquest.umi.com/pqdlink?vinst=PROD&attempt=1&fmt=14&startpage=1&ver=1&vname=PQD&RQT=309&did=2179955181&exp=01-032017&scaling=FULL&vtype=PQD&rqt=309&cfc=1&TS=1325767653&clientId=62169. Acesso em: 04 Jan.2012 MIDUGNO, R.; ROISENBERG, A. VIERO, A. P.; SANBERG, E. MIRLEAN N. Utilização de solos locais para tratamento de efluentes do refino de petróleo contendo metais. Química Nova, v.30, p. 1215-1217, 2007. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2007/vol30n5/29-AR06314.pdf. Acesso em: 25 Out. 2011 MELLO, J. M. M. Biodegradação dos compostos BTEX em um reator com biofilme. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis – SC, 2007. MOTA, A. L. M. Desenvolvimento de Um Reator Fotoquímico Aplicável no Tratamento de Efluentes Fenólicos Presentes na Indústria de Petróleo. 2005. 99f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal – RN, 2005. MOTHÉ, C. G.; AZEVEDO, A. D. Análise Térmica de Materiais. São Paulo: Ed Artliber, 2009. NAIK, B.; GHOSH, N. N. A Review on Chemical Methodologies for Preparation of Mesoporous Silica and Alumina Based Materials. Recent Patents on Nanotechnology, v. 3, p. 213-224, 2009. Disponível em: http://www.benthamscience.com/nanotec/samples/nanotec33/006NANOTEC.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. NESTENOV, G. A.; ZAKHAROV, V. A.; FINK, O.; FENZIL, W. Supported nickel-catalysts for ethylene oligomerization, J. Mol. Catal., v. 69, p. 129-136, 1991. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=272239&_user=984649&_ pii=030451029180109G&_check=y&_origin=&_coverDate=01-Oct1991&view=c&wchp=dGLzVBA-zSkWz&md5=424f3e258159b28164485cb712127695/1-s2.0030451029180109G-main.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. NOGUEIRA, F. P. E.; JARDIM, W. A fotocatálise heterogênea e sua aplicação ambiental. Química Nova, v. 21, p. 69-72, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v21n1/3471.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. OLIVEIRA, A. C.; RANGEL, M. C.; FIERRO, J. L. G.; REYES, P.; OPORTUS, M. Efeito do cromo nas propriedades catalíticas da MCM-41. Quimica. Nova, v.28, p.37-41, 2005. 100 PENNER, G. C. Estudos Laboratoriais da Contaminação do Solo por Gasolina com uso de Detetor de Fotoionização. 2000. 107f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos – SP, 2000. PEREIRA, F. A. R. Síntese, Caracterização e Avaliação Catalítica do Aluminossilicato Mesoestruturado Al-MCM-41 na Transerterificação de Óleos Vegetais, 2010. 98f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa – PB, 2010. PINTO, T. A. Gasolina, Gás Natural e Etanol: Comparação dos Principais Impactos Ambientais da Produção ao Consumo Final. 2008. 173f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso em Ecologia) – Instituto de Biociência, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro – SP, 2008 PIPI, A. R. F. Propriedades analíticas de materiais a base de sílica e óxido de titânio modificados. 2010. 110f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Materiais) – Programa de PósGraduação em Ciência dos Materiais, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira – SP, 2010 POPOVA, M., SZEGEDE, Á.; KOSTOVA, N., TSONCHEVA, T. Titanium Modified MCM-41 as a Catalyst for Toluene Oxidation. Catal. Commun., v. 10 p. 304-308, 2008. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=272180&_user=687335&_ pii=S1566736708003877&_check=y&_origin=&_coverDate=15-Dec2008&view=c&wchp=dGLzVlB-zSkzS&md5=259b0bfc6b0eefc9b8ce51c222a846ad/1-s2.0S1566736708003877-main.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. QOURZAL, S.; MALIKA, T.; ASSABBANE, A.; YHYA, A-I. Photocatalytic degradation and adsorption of 2-naphthol on suspended TiO2 surface in a dynamic reactor. Journal of Colloid and Interface Science, v. 286, p. 621-626, 2005. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=272564&_user=984649&_ pii=S0021979705000445&_check=y&_origin=&_coverDate=15-Jun2005&view=c&wchp=dGLzVlt-zSkWA&md5=6784f07142906ab0339d400cb706bf41/1-s2.0S0021979705000445-main.pdf. Acesso em: 04 Jan. 2012. RAMOS, U. M. Estudo da biodegradação de gasolina por bactérias presentes no solo da área de armazenamento e de distribuição de combustíveis no município de Ribeirão Preto. 93f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Tecnologia Ambiental) – Programa de PósGraduação em Tecnologia Ambiental, Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto-SP, Brasil, 2006. REGALBUTO, J. Catalyst Preparation – Science and Engineering. New York: CRC Press, 2007. RIVES, V. Characterization by thermal techniques, Catal. Today, v. 56, p. 357-359, 2000. Disponível em: 101 http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271364&_user=687335&_ pii=S0920586199002953&_check=y&_origin=&_coverDate=13-Mar2000&view=c&wchp=dGLbVBA-zSkWb&md5=85a2072ab9845ae15745c4afeaf188ed/1-s2.0S0920586199002953-main.pdf. Acesso em: 05 Dez. 2011. ROCHA, K. A. S. Utilização do Heteropoliácido H3PW12O40 Como Catalisador em Processos de Valorização de Compostos Terpênicos. 2008.143f. Tese (Doutorado em Ciências – Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Federal de Minas Gerais – MG, 2008. ROCHA, L. A. Materiais meso-estruturados luminescentes. 2010. 163f. Tese (Doutorado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Estadual Paulista, Araraquara – SP, 2010. RODRIGUEZ-CASTELLÓN, E.; JIMÉNEZ-LÓPEZ, A.; MAIRELES-TORRES, P.; JONES, D. J; ROZIÉRE, J.; TROMBETTA, M.; BUSCA, G.; LENARDA, M.; STORAO, L. Textural and structural properties and surface acidity characterizations of mesoporous silica zirconia molecular sieves. J. Solid State. Chem., v. 175, p. 159-169, 2003. Disponível em: http://www.biblioteca.uma.es/bbldoc/tesisuma/16641589.pdf. Acesso em: 25 Out. 2011 ROQUEROL, J.; RODRIGUEZ-REINOSO, F.; SING, K. S. W. Characterization of porous solids III. Amsterdam: Elsevier, 1994. ROUQUEROL, J.; AVNIR, D.; FAIRBRIDGE, C. W.; EVERETT, D. H.; HAYNES, J. M.; PERNICONE, N.; RAMSAY, J. D. F.; SING, K. S. W.; UNGER, K. K. Recommendations for the characterization of porous solids. Pure & Appl. Chern, v. 66, p. 1739-1758, 1994. Disponível em: http://www.iupac.org/publications/pac/pdf/1994/pdf/6608x1739.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. SALIBA, L. F. Interação do complexo luminescente [Eu(tta)3] com sílica mesoporosa. 2009. 47f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Materiais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências dos Materiais, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira – SP, 2009. SAYARI, A. Periodic mesoporous materials: synthesis, characterization and potential applications, Stud. Surf. Sci. Catal., v. 102, p. 1-46, 1996. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=274581&_user=984649&_ pii=S0167299106813984&_check=y&_origin=&_coverDate=31-Dec1996&view=c&wchp=dGLzVBA-zSkzS&md5=a8be647335babebdd8bfe50d55349ff4/1-s2.0S0167299106813984-main.pdf. Acesso em: 05 Jan. 2012. SCROCCARO, K. I. Impregnação de Heteropoliácidos em Sílica para Esterificação do Ácido Esteárico com Metanol, 2009. 129f. Dissertação (Mestrado em Processos Térmicos e Químicos) - Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais e Processos, Universidade Federal do Paraná, Curitiba – PR, 2009. 102 SETTLE, F. Handbook of Instrumental Techniques for Analytical Chemistry. Estados Unidos: Prentice Hall, 1997. SILVA FILHO, R. B. Estudo de caracterização de rotas de síntese de dióxido de titânio. 2007. 100f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP, 2006. SILVA, L. P. Modificação e Imobilização de TiO2 Visando a Decomposição de Compostos Orgânicos Poluentes Via o Processo de Fotocatálise Heterogenea. 2007. 115f. Dissertação (Mestrado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP, 2007. SILVA, M. L. P. Síntese e caracterização de peneiras moleculares mesoporosas do tipo MCM-41 e AlMCM-41 a partir de fontes alternativas de silício e de alumínio. 2009. 82f. Tese (Doutorado em Ciências e Engenharia de Materiais) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, Natal – RN, 2009. SILVA, R. L. B.; BARRA, C. M.; MONTEIRO, T. C. N. E.; BRILHANTE, O. M. Estudo da contaminação de poços rasos por combustíveis orgânicos e possíveis consequências para a saúde pública no Município de Itaguaí, Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v. 18, p. 1599-1607, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v18n6/13256.pdf. Acesso em: 05 Dez. 2011 SILVERSTEIN, R. M.; WEBSTER, F.X.; KIEMLE, D.J. Identificação espectrométrica de compostos orgânicos. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. SING, K. S. W. In Surface Area Determination, London: Ed D. H. Everett and R. H. Ottewill. Butterworths, 1970. SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Princípios de Análise Instrumental. 6 ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. SOLER-ILLIA, G. J. A. A.; SANCHEZ, C.; LEBEAU, B.; PATARIN, J. Chemical strategies to design textured materials: from microporous and mesoporous oxides to nanonetworks and hierarchical structures. Chem. Rev., v. 102, p. 4093, 2002. Disponível em: http://www.ncu.edu.tw/~stchiang/ch848/ChemRev_102_4093.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. SOLOMONS, G. T. W. Química orgânica. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996. SOUZA, M. J. B. Desenvolvimento de catalisadores de cobalto e molibdênio suportados em materiais tipo MCM-41 para a hidrodessulfurização de frações de petróleo. 2005. 208f. 103 Tese (Doutorado em Engenharia Química) – Programa de Pós – Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal - RN, 2005. SOUZA, E. E. S. Degradação Forocatalítica de Derivados de Petróleo em Águas Subterrâneas: Estudo da Influência do Etanol. 2009. 105f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Processos) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos, Universidade Tiradentes, Aracajú – SE, 2009. SOUZA, M. J. B.; SILVA, A. O. S; AQUINO, J.M. F. B; FERNANDES Jr, V. J; ARAUJO, A.S. Kinetic study of template removal of MCM-41 nanostructured material. J Therm Anal Calorim., v. 75, p. 693, 2004. SPINACÉ, E. V. Estudo da Oxidação de Cicloehano com Peróxido de Hidrogênio Catalisada por Titanossilicalita (TS-1). 1995. 90f. Tese (Doutorado em Química) – Programa de Pós-Graduação em Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP, 1995. SU, C.; TSENG, C. M.; CHEN, L. F.; YOU, B. H.; HSU, B. C. ; CHEN, S. S. Sol-hydrothermal preparation and photocatalysis of titanium dioxide. Thin Solids film, v. 498, p. 259-265, 2006. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271603&_user=984649&_ pii=S0040609005009910&_check=y&_origin=&_coverDate=01-Mar2006&view=c&wchp=dGLbVlV-zSkzS&md5=c9c9bd262ff78767c1da9832204a382e/1-s2.0S0040609005009910-main.pdf. Acesso em: 05 Jan. 2012. TAUK-TORNISIELO, S. M.; MORAIS, E. B. Crescimento de bactérias isoladas de solo em gasolina. Arq. Instituto Biologia, v. 71, p.1-749, 2004. TIBURTIUS E. R. L.; ZAMORA P. P. Contaminação de Águas por BTEX e Processos Utilizados na Remediação de Sítios Contaminados. Quím. Nova, v. 27, p. 441-446, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S010040422004000300014&lng=en&nrm= iso&tlng=pt. Acesso em: 02 Dez. 2011. TIBURTIUS, E. R. L.; PERALTA-ZAMORA, P.; EMMEL, A.; LEAL, E. S. Degradação de BTXs via processos oxidativos avançados, Quím. Nova, v. 28, p. 61-64, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v28n1/23040.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. TIBURTIUS, E. R. L.; PERALTA-ZAMORA, P.; EMMEL, A. Treatment of gasolinecontaminated Waters by advanced oxidation processes. Journal of Hazardous Materials. V. 2 p. 86-90, 2005. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271390&_user=687335&_ pii=S030438940500302X&_check=y&_origin=&_coverDate=11-Nov2005&view=c&wchp=dGLbVlt-zSkzS&md5=f1c9f6e0e9513d46e6d3e97676bf6879/1-s2.0S030438940500302X-main.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. 104 THOMPSON, T. L.; YATES,Jr. Surface Science Studies of the Photoactivation of TiO2 New Photochemical Processes, Chem. Rev., v. 106, p. 4428, 2006. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/pdfplus/10.1021/cr050172k. Acesso em: 05 Jan. 2012 TROVÃO, R. S. Análise ambiental de solos e águas subterrâneas contaminadas com gasolina: estudo de caso no município de Guarulhos – SP. 157f. 2006. 224f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo – SP, 2006. TUEL, A. Modification of mesoporous silicas by incorporation of heteroelements in the framework. Microporous and Mesoporous Materials, v. 27, p. 151-169,1999. Disponível em: http://pdn.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271888&_user=687335&_pi i=S1387181198002509&_check=y&_origin=article&_zone=toolbar&_coverDate=28-Feb1999&view=c&originContentFamily=serial&wchp=dGLbVlBzSkWb&md5=8cd3e41a79d145d2714f7223cb837690/1-s2.0-S1387181198002509-main.pdf. Acesso em: 15 Nov. 2011. YANISPOLSKII, V. V.;PAVLENKO, A. N.; TERTYKH,V. A.; II´IN , V. G.; LEBODAS, R.; SKUBISZEWSKA-ZIEBAS, J. Mesoporous titanium-containing silicas:Synthesis and geometrical characteristics, Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, V. 62, p. 569-573, 2000. Disponível em: http://www.springerlink.com/content/mx600g02774q1m0l/fulltext.pdf. Acesso em: 02 Fev. 2011. VALENTIN, L.A. Boas Práticas de Laboratório: Aplicação para Avaliar o Impacto Ambiental Causado pelo Derrame de Derivados de Petróleo. 110f. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências), Universidade de São Carlos, São Carlos-SP, Brasil, 2006. VAN LEEUWER, P. W. N. M. Homogeneous Catalysis. 1 ed. Amsterdan; Kluwer Academic Publishers, 2008. VARTULI, J. C.; SCHMITT, K. D.; KRESGE, C. T.; ROTH, W. J.; LEONOWICZ, M. E.; McCULLEN, S. B.; HELLRING, S. D.; BECK, J. S.; SCHLENKER, J. L.; OLSON, D. H.; SHEPPARD, E. W. Development of a Mechanism for M41S Materials. Studies in Surface and Catalysis, v. 84. p. 53-60, 1994. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=274581&_user=687335&_ pii=S0167299108640963&_check=y&_origin=&_coverDate=31-Dec1994&view=c&wchp=dGLbVlk-zSkWA&md5=4092132c8f99fa53a54f63dd89d6b84a/1-s2.0S0167299108640963-main.pdf. Acesso em: 02 Dez. 2011. ZHAO, X. S.; LU, G. Q.; MILLAR, G. J. Advances in mesoporous molecular sieve MCM-41. Industry Engineering Chemistry, v. 35, p. 2075-2090, 1996. Disponível em: http://pubs.acs.org/doi/pdfplus/10.1021/ie950702a. Acesso em: 05 Dez. 2011. 105 ZHOLOBENKO, V. L.; HOLMES, S. M.; CUNDY, C. S.; DWYER, J. Synthesis of MCM-41 materials: in situ FTIR study. Microporous Materials, v. 11, p. 83-86, 1997. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MiamiImageURL&_cid=271388&_user=687335&_ pii=S0927651397000333&_check=y&_origin=&_coverDate=31-Aug1997&view=c&wchp=dGLbVlV-zSkzV&md5=9e90af7fcfcb0c6a1ac8ce79a9e67a0a/1-s2.0S0927651397000333-main.pdf. Acesso em: 05 Dez. 2011. ZIOLLI, R. L.; JARDIM, W. F. Photochemical decomposition of seawater-soluble crude-oil fraction using high surface area colloid nanoparticles of TiO2. Journal of Photochemistry and photobiology A: Chemistry., v. 147, p. 205-2012, 2002. Disponível em: http://lqa.iqm.unicamp.br/pdf/TiO2seawater.pdf. Acesso em: 11 Nov. 2011. WAKE, H. Oil refineries: a review of their ecological impacts on the aquatic environment. Estuarine. Coastal and Shelf Science. v. 62, p. 131-140, 2005. Disponével em: http://www.ikzm-d.de/infos/pdfs/58_ELSEVIER_oil_refinery_water_polution.pdf. Acesso em: 25 Out. 2011. WANG, P.; WANG, D.; LI, H.; XIE,T.; WANG, H.; DU, Z. A facile solution-phase synthesis of high quality water-soluble anatase TiO2 nanocrystals. Journal of. Colloid Interface Science, v. 314, p. 337-340, 2007. Disponível em: http://sfmlab.222.8v9.com/uploadfile/pdf/DuPaper/120_add.pdf. Acesso em: 05 Jan. 2012. 106 ANEXOS ANEXO A – Identificação de fases dos catalisadores 31%Ti-MCM-41 e 48 %Ti-MCM-41. 107 ANEXO B – Cromatograma do BTEX (Branco) 1h ANEXO C – Cromatograma de BTEX+ H2O2 1h 108 ANEXO D – Cromatograma de BTEX+ H2O2 2h ANEXO E – Cromatograma de BTEX+ H2O2 3h 109 ANEXO E – Cromatograma de BTEX+ H2O2 4h ANEXO F – Cromatograma de BTEX+ H2O2 5h 110 ANEXO G – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +31%Ti-MCM-41 1h ANEXO H – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +31%Ti-MCM-41 2h 111 ANEXO I – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +31%Ti-MCM-41 3h ANEXO J – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +31%Ti-MCM-41 4h 112 ANEXO K – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +31%Ti-MCM-41 5h ANEXO L – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +48%Ti-MCM-41 1h 113 ANEXO M – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +48%Ti-MCM-41 2h ANEXO N – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +48%Ti-MCM-41 3h 114 ANEXO O – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +48%Ti-MCM-41 4h ANEXO P – Cromatograma de BTEX+ H2O2 +48%Ti-MCM-41 5h 115 ANEXO Q - Espectros de FRX por energia dispersiva da fonte de titânio comercial (TiO2). ANEXO R - Espectros de FRX por energia dispersiva do suporte MCM-41. 116 ANEXO S - Espectros de FRX por energia dispersiva 31%Ti-MCM-41. ANEXO T - Espectros de FRX por energia dispersiva 48%Ti-MCM-41.