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Diagnóstico por Imagem
Estudo Radiográfico da Coluna Vertebral
Anatomia
Figura 1. Esquematização da divisão da coluna cervical.
Vértebras
01-Vértebras Cervicais: 7 vértebras
A vértebra C1 é denominada atlas e a C2 áxis. A vértebra C7 é menor que C6
(não confundir com fratura por compressão).
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Posicionamento: recomenda-se a anestesia geral para melhor relaxamento do
animal.
Laterolateral: vértebras cervicais e torácicas devem estar no mesmo
plano com crânio posicionado no plano lateral e membros torácicos tracionados
caudalmente.
Ventrodorsal: cabeça estendida e membros torácicos tracionados
caudalmente.
02-Vértebras Torácicas: 13 vértebras
Os corpos vertebrais são mais curtos, processos espinhosos voltados
caudalmente até a 11ª vértebra (vértebra anticlinal), o espaço intervertebral entre a 10ª e
a 11ª vértebra é mais estreito do que os demais.
Posicionamento: membros torácicos tracionados caudalmente, com o esterno no
mesmo plano das vértebras e o feixe de raio X deve incidir sobre a área de interesse.
03-Vértebras Lombares: 7 vértebras
Os corpos vertebrais são mais longos.
Posicionamento: as vértebras lombares devem estar no mesmo plano das
vértebras torácicas, a coluna vertebral não deve estar rotacionada ao redor do seu eixo,
processos transversos de cada lado devem se cobrir (sobreposição), os membros
pélvicos devem estar paralelos e o feixe de raio X deve incidir sobre a área de interesse.
04-Vértebras Sacrais: 3 vértebras.
O sacro possui três vértebras fundidas com o processo espinhoso em forma de
crista fendida.
Posicionamento: geralmente é incluído na radiografia lombar.
Vértebras Coccígeas: número variado.
Possuem formato variado e porção cranial é mais comprida e porção caudal mais
curta.
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Figura 2. Radiografia e desenho esquemático da coluna vertebral cervical.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
Discos Intervertebrais
Com exceção de C1-C2 e das vértebras sacrais, que são fusionadas, todos os
corpos vertebrais articulam-se por meio de discos intervertebrais e são responsáveis pela
flexibilidade da coluna e atuam como absorventes de impacto.
Os discos são ricos em água e são compostos pelo anel fibroso, constituído de
material fibrocartilaginoso e pelo núcleo pulposo, constituído de material gelatinoso.
O ligamento longitudinal dorsal, junto com o anel fibroso, é um dos fatores
responsáveis pela manutenção da estabilidade do disco.
Na região torácica (T1 a T10) há também a presença de ligamentos intercapitais
o qual propicia maior estabilidade dos discos nesta região.
Figura 3. Desenho esquemático do disco intervertebral e seus elementos.
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Técnicas de Contraste
Mielografia
Definição
Introdução de meio de contraste no espaço subaracnóideo.
Indicação
-Lesões no interior da medula.
-Lesões que causam pressão sobre a medula.
-Quando outros métodos não foram conclusivos.
-Demonstrar a compressão medular antes da cirurgia.
*É necessário anestesia geral e radiografia simples antes da mielografia.
Contra Indicação
-Doença inflamatória confirmada.
-Evitar no período de 24 a 48 horas após o trauma para restauração das barreiras
hematocefálicas e medular.
Meios de Contraste
Iohexol ou iopamidol (Iopamiron®). São compostos de iodo, solúveis em água,
não iônicos, de baixa osmolaridade e neurotoxicidade e são excretados pelos rins em 48
horas.
Volume
É dependente do tamanho do animal e da área.
Protocolo geral: 0,3 mL/Kg
Cães e gatos de pequeno porte (1 a 5kg ): 1,5 a 2 mL
Cães de médio porte (5 a 15 kg): 1,5 a 3 mL
Cães de grande porte (15 a 35 kg): 3 a 5 mL
Raças gigantes: 8 a 9 mL no máximo
*Se ocorrerem convulsões ou espasmos musculares após a injeção do meio de contraste,
poderão ser controlados por administração de diazepam, que deverá estar a mão antes
que o procedimento inicie.
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Locais
Cisterna magna ou lombar (L5-L6). Quando o posicionamento da agulha é
correto, o líquido cefalorraquidiano fluirá da agulha. O meio de contraste deve ser
infundido lentamente, cerca de 2 a 3 minutos.
Alterações
-Desvio da coluna de contraste com adelgaçamento do lado oposto (lesão
extramedular).
-Divergência entre a coluna de contraste ventral e dorsal (lesão intramedular).
-Fluxo pode estar interrompido.
-Alargamento focal do espaço subaracnóideo (lesão intradural).
-Alargamento difuso por hemorragia ou edema.
Figura 4. A- Mielografia com trânsito normal e B-mielografia com deslocamento dorsal da coluna de
contraste (seta azul).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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Alterações Vertebrais
01-Malformações (anomalias) vertebrais congênitas
01.1-Vértebras em bloco ou vértebras compactas
Definição
União de dois ou mais corpos vertebrais. Pode predispor a hérnia de disco
quando ocorre na coluna cervical.
Importante: diferenciar das lesões inflamatórias ou degenerativas.
Figura 5. Vértebras compactadas, a 5ª e 6ª vértebras cervicais (seta azul) estão parcialmente fundidas.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
01.2-Hemivértebras
Definição
Ocorre quando o corpo vertebral não está desenvolvido completamente. Em
casos graves pode ocasionar deficiências neurológicas. Geralmente são acompanhadas
de alterações compensatórias no formato das vértebras adjacentes.
Predisposição racial: Pugs, Boston Bull Terrier e Bulldog. Comum ocorrer em
vértebras torácicas.
Formatos: borboleta ou cunha.
Importante: diferenciar de fraturas por compressão (há destruição do córtex) e
de infecções graves (corpo vertebral não se articula bem).
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Figura 6. Hemivértebra, a 8ª e 9ª vértebras torácicas possuem forma de cunha (setas azuis) resultando
em cifose.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
01.3-Alterações de Curvatura
01.3.1-Cifose: alteração da curvatura dorsal da coluna quando vista na
incidência lateral.
01.3.2-Lordose: alteração da curvatura ventral da coluna quando vista na
incidência lateral.
01.3.3-Escoliose: alteração da curvatura da coluna no plano lateral, quando vista
na incidência ventrodorsal.
01.4-Vértebras Transicionais
Definição
São vértebras nas junções C7-T1, T13-L1 e L7-S1 com características comum a
ambos tipos de vértebras. São importantes para a localização no caso de cirurgias.
Termos
Lombarização craniana ou caudal
Sacralização: está relacionado a Síndrome da Cauda Equina e a
Displasia Coxofemoral Unilateral (sacro fundido ao ílio).
*Estes termos são utilizados para descrever essas anomalias congênitas nas áreas
toracolombar e lombossacral.
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Figura 7. A- 13ª vértebra torácica possui somente uma costela (seta azul) e esta costela presente possui
algumas características de um processo transverso lombar. B- A última vértebra lombar possui um
processo transverso mal formado no lado esquerdo e é parcialmente articulada com o sacro (setas
azuis).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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02-Enfermidades Vertebrais Degenerativas
02.1-Doença do Disco Intervertebral/Discopatia Intervertebral Aguda
Tipos
Hansen tipo I (extrusão);
Hansen tipo II (protrusão);
1-Vértebra
2-Medula espinhal
3-Disco intervertebral normal
4-Hansen tipo II (protrusão)
5-Hansen tipo I (extrusão)
6-Anel fibroso
7-Núcleo pulposo
Figura 7. Desenho esquemático dos diferentes tipos de protrusão/extrusão discal.
Fonte: Revista Veterinary Focus, 2008.
02.1.1-Doença de Hansen Tipo I (extrusão)
Introdução
Esse tipo de lesão é comum em cães de pequeno porte com características
condrodistróficas.
Definição
Ruptura aguda de um disco intervertebral causada por uma degeneração
condroide. Geralmente ocorre na coluna toracolombar devido a maior pressão mecânica.
Na coluna cervical quando mais cranial os disco maiores são as chances de sofrer
alterações e o canal medular é mais largo sendo que nem sempre haverá sinais
neurológicos com a protrusão/extrusão do disco
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Epidemiologia
Raças: Dachshund, Poodle Toy, Pequinês, Beagle, Lhasa Apso, Shih-tzu,
Chihuahua e Cocker Spaniel. Em cães de grande porte de meia idade como Labrador,
Basset Hound, Dobermann e Pastor Alemão. Porem pode ocorrer com qualquer tipo de
cão.
Em felinos é raro, ocorrendo mais em idosos e geralmente localizada na coluna
toracolombar inferior e lombar (principalmente L4 e L5).
Comumente em cães de três a seis anos.
Patogenia
O núcleo pulposo que normalmente é gelatinoso perde a capacidade de se ligar a
água, sofrendo degradação dos componentes glicosaminoglicanos e freqüentemente se
torna calcificado. O anel dorsal vertebral normalmente enfraquece e ocorre extrusão do
conteúdo do núcleo pulposo anormal, através do anel do canal vertebral enfraquecido
comprimindo a medula espinhal.
Sinais Clínicos
Verifica-se dor intensa e aguda e com ou sem déficits neurológicos associados.
As manifestações clínicas dependem da localização e da gravidade da lesão espinhal.
Geralmente os sinais são simétricos, a menos que a extrusão seja lateralizada, causando
simetria dos sinais.
Essa doença pode acometer os discos cervicais, torácicos posteriores e lombares.
02.1.2-Doença de Hansen Tipo II (protrusão)
Definição
Caracteriza-se pela saliência do disco, sem que ocorra uma ruptura completa do
anel fibroso e está associada à degeneração da porção fibróide.
O prolapso parcial repetido e a resposta concomitante causam sinais lentamente
progressivos da compressão da medula espinhal.
Epidemiologia
A maior ocorrência de protrusão é observada em pacientes idosos com mais de 5
anos de idade e em raças de grande porte não condrodistróficas, mas pode acometer as
raças de pequeno porte.
Verifica-se também em animais que realizaram exercício intenso durante a vida.
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Sinais Clínicos
Os sinais clínicos resultam da compressão da medula espinhal, embora o
desconforto vertebral seja aparente em alguns cães. A doença do disco toracolombar do
tipo II é muito comum, resultando em sinais neurônio motor superior nos membros
posteriores, com os anteriores permanecendo normais. Afetando a coluna cervical há
sinais da síndrome de Wobbler.
Haverá hiperestesia se as raízes nervosas estiverem comprimidas ou se tiver
ocorrido herniação do tipo I.
Alterações Radiográficas (Hansen tipo I e II)
-Pode-se visualizar calcificação de disco intervertebral.
-Estreitamento do espaço intervertebral.
-Presença de material mineralizado na região do forame intervertebral.
-Há deslocamento dorsal e estreitamento da coluna de contraste na mielografia
-Pode haver presença de calcificação e estreitamento do espaço intervertebral
sem a presença de sinais neurológicos.
Figura 8. A-Elevação e estreitamento do espaço subaracnóideo entre a 2ª e 3ª vértebras
lombares (seta azul). B-Estreitamento do espaço do disco intervertebral entre 6ª e 7ª vértebras cervicais
(seta azul).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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Figura 9. Calcificação de discos intervertebrais (setas azuis)
Fonte: MORGAN, 1972.
02.2-Espondilose (Espondilose Deformante)
Definição
Formação de osteófitos (neoformações ósseas) nas regiões cranioventrais e
caudoventrais dos corpos vertebrais, pode ocorrer na superfície lateral dos corpos
vertebrais e pode formar pontes transvertebrais (anquiloses).
Causa
Desconhecida.
Localização
As vértebras torácicas e lombares são as mais comumente afetadas,
particularmente na vértebra anticlinal e na junção lombossacra.
Importância
Raramente produz sinais clínicos e sua incidência aumenta com a idade. É
relativamente rara em raças condrodistróficas.
Alterações Radiográficas
-Estágio inicial: pequenas projeções semelhantes a um gancho se desenvolvem.
-Estágio avançado: a neoformação óssea se torna mais pronunciada. Pontes
ósseas poderão se desenvolver unindo duas ou mais vértebras (anquiloses).
Figura 10. Caso avançado de espondilose (setas azuis).
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Figura 11. A junção lombossacra é um local comum de espondilose. Ela poderá ocorrer como resultado
de estenose lombossacral.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005
Figura 12. Diferentes graus de espondilose (setas brancas).
Fonte: MORGAN, 1972.
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02.3-Espondilomielopatia Cervical (Síndrome de Wobbler)
Definição
É uma patologia dinâmica e bastante complexa, que envolve a coluna vertebral
cervical de cães de grande porte. Ocorre uma instabilidade dos corpos vertebrais
levando a traumatismos repetidos devido a movimentação excessiva.
Epidemiologia
As raças mais afetadas são cães Dog Alemães jovens e Doberman Pinschers de
meia idade e idosos, porém outras raças como São Bernardo, Weimaraner, Labrador,
Rottweiler, Pastor Alemão, Basset Hound, Dálmata, Samoieda, Old English Sheepdog e
o Bull Mastiff podem ser acometidas.
Etiologia
A causa da espondilomielopatia cervical é multifatorial, porém, alguns
importantes fatores contribuem para o desenvolvimento dessa síndrome, como: estenose
do canal vertebral, instabilidade vertebral, hérnia de disco, hipertrofia ligamentar,
proliferação da cápsula articular e produção de osteófito. Geralmente em medula
cervical caudal (C5-C6-C7).
Tipos
Dinâmica: há sinais evidentes apenas com a flexão da região cervical.
Não dinâmica: sinais evidentes permanentemente.
Alterações Radiográficas
-Formato das vértebras alterado.
-Processo articular cranial deformado.
-Pode haver a presença de discos intervertebrais calcificados.
-Formação de osteófitos e esclerose das placas das extremidades vertebrais.
-Se houver luxação, incidências flexionadas laterais do pescoço exibirão a
extremidade cranial das vértebras afetadas com uma protrusão dorsalmente, em direção
ao interior do canal vertebral.
-A incidência hiperestendida do pescoço poderá exibir o deslocamento de uma
vértebra.
-A compressão ventral indica prolapso do disco ou hipertrofia do ligamento
longitudinal dorsal. A compressão dorsal indica hipertrofia do ligamento amarelo.
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Figura 13. Espondilomielopatia cervical. O espaço do disco intervertebral entre a 6ª e 7ª vértebras
cervicais está estreitado com remodelação de placas (seta azul). A coluna de contraste é interrompida ao
nível da 6ª vértebra (seta laranja).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005
02.4-Estenose Lombossacra (Síndrome da Cauda Equina)
Definição
O termo síndrome de cauda eqüina é utilizado para descrever lesões localizadas
no final da medula vertebral denominada de ramos de cauda equina.
Causas
Pode ocorrer por protrusão de disco (Hansen tipo II), malformação congênita das
vértebras, hipertrofia dos ligamentos espinhais, extrusão de disco (Hansen tipo I),
alterações no canal devido a fraturas, instabilidade vertebral e osteocondrose sacral.
Epidemiologia
Acomete cães de grande porte, como o das raças Pastor Alemão, Pastor Belaga
Border Collie, Labrador Retriever, sendo muito rara em gatos.
Sinais Clínicos
Os sinais mais comuns são dor e claudicação dos membros pélvicos, fraqueza,
flacidez com paralisia ou não de membros pélvicos e cauda. A claudicação tende a
piorar com exercícios. Pode haver incontinência fecal e urinária.
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Figura 14. A junção lombossacra é um local comum de espondilose. Ela poderá ocorrer como resultado
de estenose lombossacral.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005
02.5-Ossificação Dural (Paquimeningite Ossificante)
Definição
Formação de placas ósseas na dura-mater.
Alteração Radiográfica
Verifica-se presença de radiopacidade linear suave visualizada acima e paralelo
ao assoalho do canal vertebral. É melhor visualizada nos forames intervertebrais.
*A condição parece possuir significado clínico limitado.
Figura 15. Ossificação dural (setas azuis).
Fonte: MORGAN, 1972.
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03-Enfermidades Vertebrais Infecciosas
03.1-Osteomielite ou Espondilite
Definição
Infecção de uma ou mais vértebras. Pode ocorrer em qualquer região da coluna e
as vértebras lombares são as mais acometidas.
*A infecção pode alcançar o canal vertebral levando a meningite.
Epidemiologia
Ocorre principalmente em cães e gatos jovens.
Alterações Radiográficas
-Destruição óssea com reação periosteal na superfície ventral da vértebra.
-Aumento das partes moles adjacentes.
-Esclerose das vértebras circunjacentes.
-Proliferação óssea irregular.
*O termo espondilite deve ser utilizado para descrever uma infecção em uma vértebra e
espondilose para descrever o processo degenerativo.
03.2-Discoespondilite
Definição
Enfermidade caracterizada pela infecção e inflamação do disco intervertebral e
osteomielite das vértebras contíguas. Sendo o espaço discal lombossacro é o mais
comumente afetado.
*Pode haver compressão da medula.
Epidemiologia
Acomete mais comumente cães de médio a grande porte, jovens a meia idade.
Verifica-se maior incidência em cães da raça Labrador e Pastor Alemão e é raríssimo
em gatos.
Os machos são mais afetados.
Patogenia
Presume-se que a infecção seja hematógena, e que possa haver fatores
predisponentes como o traumatismo do disco ou a imunossupressão orgânica, contudo é
possível a sua disseminação para outros ossos do esqueleto e articulações.
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Microrganismos
Principalmente Staphylococcus coagulase positivos como Staphylococcus
aureus e Staphylococcus intermedius. Outros como: Brucella canis, Streptococcus spp e
Escherichia coli.
Alterações Radiográficas
-Há diminuição do espaço intervertebral (estreitamento).
-Neoformação periosteal abrangente e agressiva na região ventral e lateral as
vértebras atingidas (diferente de espondilose).
-Destruição das placas das extremidades.
-Pode ocorrer fusão das vértebras encurtadas.
-A mielografia é útil para estabelecer se há ou não compressão medular.
Figura 16. Discoespondilite. Duas falhas semicirculares nas placas das extremidades vertebrais (setas
azuis).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005
04-Traumatismos Vertebrais
04.1-Fraturas de Coluna Vertebral
04.1.1-Coluna Cervical: 80% dos casos ocorre em C1 e C2 devido a maior
rigidez articular, o maior diâmetro do canal medular acomoda melhor os efeitos danosos
do trauma como hemorragia e edema e pode ocorrer fratura do processo odontóide
(difícil visualização).
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04.1.2-Coluna Torácica: maioria das fraturas são compressivas (vértebras
tornam-se mais curtas), fratura cominutiva é mais comum em T13 e fratura de epífises
mais comum em gatos. Na mielografia pode-se verificar desvio lateral da medula
devido a hematoma e hemorragia extradural.
04.1.3-Coluna Lombar: as fraturas nesta região podem ou não causar paralisia
(depende da gravidade da lesão), pode afetar a cauda equina, pode causar disfunção da
bexiga e alças intestinais, dor e instabilidade de membros pélvicos. Quando as fraturas
são consolidadas deve-se diferenciar de processos infecciosos, neoplásicos e
malformações congênitas.
04.1.4-Coluna sacral e coccígea: é comum em atropelamentos e pode levar a
paralisia ou paresia, pode haver também flacidez da cauda e relaxamento do esfíncter
anal.
*Os processos espinhosos poderão estar fraturados, mas os sinais clínicos nem sempre
estão presentes.
**É necessário um cuidado especial no manuseio do animal caso se suspeite da
existência de uma lesão espinhal séria, de modo a não se causar um novo dano durante o
estudo radiográfico.
04.2-Luxação e Subluxação
Alterações Radiográficas
-O deslocamento completo (luxação) geralmente é evidente e as subluxações são
mais difíceis de serem avaliadas.
-Espaço intervertebral pode estar diminuído.
-Leve interrupção na linha da vértebra em relação às demais.
*Normalmente a corpo da 4ª vértebra lombar está um pouco ventral do da 3ª vértebra
lombar.
-Articulação atlantoaxial: distância entre o arco do atlas e processo espinhoso do
áxis é maior do que o normal.
-Na mielografia verifica-se compressão medular local.
05-Neoplasias em Coluna Vertebral
Mais comuns: osteossarcoma e osteocondroma.
Alterações Radiográficas
-Pode ocorrer fratura patológica.
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06-Neoplasias em Medula Espinhal
Mais comuns: linfoma (felinos), meningioma, plasmocitoma, fibrossarcoma,
hemangiossarcoma e linfossarcoma.
Alterações Radiográficas
*Mielografia é necessária para se saber localização (intra ou extramedular).
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Estudo Radiográfico do Tórax
Importância
-Auxílio diagnóstico.
-Sugere o prognóstico (distribuição das alterações pulmonares).
-Orienta a terapêutica (difere os tipos de enfermidades).
-Acompanhamento da evolução das enfermidades.
-Avalia o tórax de forma panorâmica.
Anatomia Topográfica
Silhueta cardíaca e grandes vasos (figuras 17 e 18)
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Figura 17. Radiografia laterolateral esquerda do tórax.
Fonte: TICER, 1987.
G: veia cava caudal.
A: porção cranial do lobo pulmonar cranial esquerdo.
H: aorta descendente.
B: lobos pulmonares craniais sobrepostos.
I: seio diafragmático direito.
C: traquéia.
J: seio diafragmático esquerdo.
D: origem do brônquio lobar cranial direito.
K: parede do estômago.
E: silhueta cardíaca.
L: cápsula diafragmática
F: ápice do coração
M: fígado
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Figura 18. Radiografia laterolateral direita do tórax.
Fonte: TICER, 1987
G: veia cava caudal.
A: porção cranial do lobo pulmonar cranial esquerdo.
B: lobos pulmonares craniais sobrepostos.
C: traquéia.
D: origem do brônquio lobar cranial direito.
E: silhueta cardíaca.
F: ápice do coração
H: aorta descendente.
I: seio diafragmático direito.
J: seio diafragmático esquerdo.
K: parede do estômago.
L: cápsula diafragmática
M: fígado
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Figura 19. Radiografia dorsoventral do tórax.
Fonte: TICER, 1987
A: lobos pulmonares craniais
B: porção cranial do mediastino
C: face ventral do lobo pulmonar cranial direito
D: face ventral da parte cranial do mediastino
G: veia cava caudal.
H: face dorsal da porção caudal do mediastino
I: cúpula diafragmática
J: fundo do estômago cheio de ar.
E: silhueta cardíaca.
F: artérias lobares pulmonares caudais
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Regiões (hilar, perihilar e aveolar/periférica)
Figura 20. Radiografia laterolateral demonstrando as regiões hilar (A), perihilar (B) e alveolar (C).
Figura 21. Radiografia dorsoventral demonstrando as regiões hilar (A), perihilar (B) e alveolar (C).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005
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*Dois tipos principais de densidade: água e ar.
Técnica Radiográfica
Deve-se ter no mínimo duas projeções perpendiculares e três projeções no caso
de pesquisa de metástases.
Posicionamento e enquadramento radiográfico:
Respiraçao
Técnica: baixo mAs e alto kV.
Projeções:
Laterolateral: as vértebras cervicais e torácicas devem ser visíveis na
região do ombro.
Ventrodorsal/Dorsoventral: as vértebras torácicas devem ser visíveis
através da silhueta cardíaca.
*Animais dispneicos pode-se executar a radiografia em estação com projeção
laterolateral ou dorsoventral (decúbito esternal).
Respiração (inspiração e expiração)
Figura 22. Radiografia laterolateral demonstrando inspiração (A) e expiração (B).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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Inspiração: as costelas estão mais separadas e os campos pulmonares mais luzentes,
maiores detalhes vasculares são visualizados e uma maior porção da área do lobo
pulmonar acessório pode ser visualizada (seta azul).
*Animais idosos podem apresentar aumento da radiopacidade pulmonar no interstício e
variado grau de fibrose pulmonar.
Estudo Radiográfico dos Pulmões
Padrões Pulmonares
Padrão alveolar.
Padrão intersticial.
Padrão bronquial.
Padrão vascular.
Padrão misto.
01-Padrão alveolar
Definição
Verifica-se alvéolos preenchidos por líquido, debris celulares (exsudato),
infiltração neoplásica ou alvéolos colapsados. O líquido ou os fragmentos deslocam o ar
nos alvéolos e sua contribuição para o contraste global é perdida.
Aspectos Radiográficos
-Enevoado (‘algodão doce’) e áreas com aumento de densidade que tendem a ser
unir.
-Presença de broncogramas aéreos o qual é um sinal patognomônico de doença
pulmonar de padrão alveolar. O líquido preenche a região alveolar, ao redor do
brônquio, tornando o ar presente no lúmen bronquial visível e evidente
(radiotransparentes).
-Consolidação pulmonar.
-Fissuras interlobares.
-Perda da definição dos vasos sanguíneos.
Enfermidades Pulmonares Causadoras do Padrão
Edema, pneumonia, hemorragia, atelectasia, alergias, doenças alveolares
crônicas e granulomas.
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Figura 23. Radiografia laterolateral demonstrando tipo de infiltração ‘algodão doce’
característico de um padrão alveolar. Setas pretas indicam broncogramas aéreos.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
Broncogramas aéreos
Figura 24. Desenho esquemático representando o broncograma aéreo.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
A: ‘a’ representa um grupo de alvéolos preenchidos com ar, ‘b’ é o brônquio e ‘v’ é o
vaso pulmonar. O ar nos alvéolos e no brônquio fornecem um contraste para a
opacidade tecido mole (opacidade líquida) do vaso. O brônquio não é visualizado já que
possui a mesma radiopacidade dos alvéolos.
B: os alvéolos foram infiltrados, agora possuem a mesma radiopacidade dos vasos e
agora os brônquios podem ser visualizados, já que contrasta com a opacidade líquido
dos vasos e alvéolos neste caso.
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02-Padrão intersticial
Definição
O interstício compreende o tecido que suporta e envolve os vasos sanguíneos,
linfáticos, brônquios e alvéolos e o acúmulo de fluídos ou material celular neste tecido
define o padrão intersticial.
O interstício pode estar infiltrado pelo tecido fibroso, neoplasia ou líquido (não
pode ser diferenciado de outra doença intersticial).
*Mais difícil de avaliar que o padrão alveolar.
Aspectos Radiográficos
Não estruturado (linear ou curvilíneo): verifica-se diminuição generalizada do
contraste, visibilização dos vasos e silhueta cardíaca dificultada e padrão reticular (‘favo
de mel’) pode ser encontrado, principalmente em cães velhos. As paredes dos brônquios
podem parecer espessadas devido um aumento em seu componente intersticial.
Estruturado (nodular): pode-se verificar opacidades nodulares de tamanhos
variados.
Miliares: entre 0,3 e 0,5 cm.
Nódulos: entre 0,5 e 3,0 cm.
Massas: acima de 3,0 cm.
Enfermidades Pulmonares Causadoras do Padrão
Pode ser causado por edema pulmonar, hemorragia, neoplasias, pneumonia
(intersticial ou fúngica), granulomas, infestações parasitárias e fibrose pulmonar.
*No edema pulmonar, pode haver infiltração líquida nos tecidos intersticiais antes que o
líquido apareça nos alvéolos (padrão alveolar).
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Figura 25. Radiografia demonstrando padrão intersticial (reticular – ‘favo de mel’)..
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
03-Padrão Bronquial
Definição
O padrão bronquial pode ser visualizado quando há alterações em brônquios
como alterações de densidade e espessura das paredes e também alterações no diâmetro
do lúmen (bronquiectasia – dilatação).
Alterações Radiográficas
-Verifica-se a árvore brônquica mais evidente.
-Calcificação das paredes brônquicas.
-Dilatação (bronquiectasia) ou diminuição do lúmen dos brônquios.
-Presença de linhas radiopacas no plano longitudinal.
-Presença de anéis de paredes radiopacas no plano transversal (calcificação ou
infiltrado peri-bronquiolar).
Enfermidades Pulmonares Causadoras do Padrão
Pode-se verificar em bronquite, bronquiectasia (inflamatória ou infecciosa) e
asma em felinos.
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Figura 26. Radiografia demonstrando padrão bronquial. Numerosos brônquios são visualizados com
infiltração peribronquial e há uma calcificação das paredes bronquiais.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
04-Padrão Vascular
Definição
O padrão vascular ocorre quando há alteração em vasos pulmonares como
mudanças no tamanho, forma e contorno. Os vasos pulmonares são responsáveis por
grande parte das estruturas radiograficamente visíveis no pulmão.
As anormalidades podem afetas os vasos sanguíneos pulmonares de inúmeras
maneiras.
Projeções
Laterolateral: veias são ventrais e artérias são dorsais aos brônquios.
Ventrodorsal: veias são mediais e artérias são laterais aos brônquios.
Alterações Radiográficas
Hipervascularização: aumento no tamanho e número de vasos visualizados. O
resultado é uma opacidade pulmonar aumentada.
Causas: condições que causem aumento do débito cardíaco direito como:
desvios cardíacos da esquerda para direita, estágios iniciais de inflamação ou
insuficiência cardíaca.
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Hipovascularização: há uma escassez de vasos sanguíneos no interior dos
campos pulmonares. Visualiza-se um afunilamento dos vasos mais rápido do que o
normal e a periferia dos campos pulmonares aparece mais radiotransparente. Uma
vasculatura pulmonar reduzida pode resultar em uma hiperinsuflação compensatória e
neste caso os vasos serão melhor visualizados.
Causas: condições que causem diminuição do débito cardíaco do lado
direito do coração como: desvios cardíacos da direita para a esquerda, choque
hipovolêmico, hipoadrenocorticismo, estenose pulmonar, tromboembolismo e
desidratação.
Dilatação e sinuosidade vascular: é características de algumas condições como:
dirofilariose, fistulas arteriovenosas, hipoplasia ou agenesia pulmonar.
*Vasos não visualizados normalmente, em particular as veias pulmonares, podem
tornar-se proeminentes na insuficiência da esquerda para a direita (Ex.: insuficiência
mitral).
Figura 27. A-Radiografia demonstrando padrão vascular com vasos dilatados e indistintos. O ventrículo
direito está dilatado. C- Radiografia demonstrando padrão vascular de um gato com coração em uma
posição dorsocaudal pouco comum.
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Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
05-Padrão Misto
Definição
Ocorre quando há a associação de mais de um tipo de padrão.
Exemplo: intersticial associado ao bronquial e intersticial associado ao alveolar.
Sinal da Silhueta
Positivo: quando dois objetos de mesma opacidade estão em contato, suas
margens não podem ser distinguidas uma da outra.
Negativo: objeto de radiopacidade diferente de ambos for interposto entre eles,
esse objeto irá fornecer contraste e as margens individuais poderão então ser
identificadas.
Figura 28. A-sinal da silhueta positivo com perda do contorno caudal cardíaco resultante de edema.
B-sinal da silhueta negativo com margem cardíaca causal e diafragma facilmente
diferenciados e visualizados com uma massa intratorácica sobreposta.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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Estudo Radiográfico do Coração
A: aorta torácica
RL: artéria e veia para o lobo pulmonar cranial direito.
T: traquéia
LL: artéria e veia para o lobo pulmonar esquerdo.
B: origem do brônquio do lobo pulmonar cranial esquerdo.
CM: mediastino cranial.
C: origem do brônquio do lobo pulmonar cranial direito.
P: dobra da pleura.
PA: ramos da artéria pulmonar.
LC: porção cranial do lobo pulmonar cranial esquerdo.
RD: pilar diafragmático direito.
LA: átrio esquerdo.
LD: pilar diafragmático esquerdo.
LV: ventrículo esquerdo.
CVC: veia cava caudal
RA: átrio direito.
H: coração
RV: ventrículo direito.
Figura 29. Demonstração da anatomia radiográfica em projeção laterolateral do tórax.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
Mensurações
Laterolateral: o comprimento ápico-basilar deve ser de 2/3 da altura do tórax,
passando pela carina e pelo ápice do coração e a largura deve ser de 2,5 a 3,5 espaços
intercostais.
Dorsoventral: no seu ponto mais largo o coração deve ser aproximadamente 2/3
da largura da cavidade e deve representar cerca de 1/3 do total da cavidade.
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VHS (Vertebral Heart Scale System)
Figura 30. VHS – mensuração do tamanho do coração.
Fonte: O’BRIEN, 2003.
Aumento das Câmaras Cardíacas
01-Aumento de Átrio Direito
Raramente acontece de modo isolado e é difícil de ser determinado
radiologicamente. Há em geral um aumento de tamanho do ventrículo direito associado.
Alterações Radiográficas
Projeção laterolateral: há elevação da traqueia (cranialmente a carina) e perda
da cintura cardíaca cranial. A veia cava caudal pode estar aumentada.
Projeção ventrodorsal: verifica-se saliência da silhueta cardíaca cranial direita e
corresponde a posição 09 a 11 horas.
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02-Aumento de Ventrículo Direito
Alterações Radiográficas
Projeção laterolateral: há o aumento do contato com o esterno, aumento do
diâmetro crânio-caudal do coração e perda da cintura cardíaca cranial. O ventrículo
aumentado pode deslocar a traquéia (elevação), entretanto a curvatura ventral termina
permanece.
Projeção ventrodorsal: a margem cardíaca direita esta mais arredondada e
próxima da parede torácicas, aspecto de ‘D’ invertido (normal em Cocker Spaniel) e
deslocamento do ápice para a esquerda.
Causas de Aumento Cardíaco Direito
-Congênito.
-Displasia da valva tricúspide (comum em cães e incomum em gatos): tem-se
sinais de ICC direita associados e encontrado comumente em Labrador, Weimaraner,
Pastor Alemão e Sheepdog.
-Estenose de valva pulmonar (ocorre em cães e gatos).
-Hipertensão pulmonar (incomum): as causas de hipertensão pulmonar são
dirofilariose, idiopática, fibrose pulmonar primária em West Highland White Terrier,
doença pulmonar obstrutiva crônica e ICC esquerda crônica.
Figura 31 Radiografia laterolateral de tórax demonstrando aumento de coração direito (setas azuis).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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03-Aumento de Átrio Esquerdo
Alterações Radiográficas
Projeção laterolateral: verifica-se elevação da traquéia na porção terminal e
perda da cintura cardíaca caudal e pode-se verificar o átrio como uma opacidade que se
estende em direção ao interior dos campos pulmonares caudais (forma de cunha).
Projeção ventrodorsal: verifica-se aumento da aurícula esquerda (saliência)
correspondente a posição 02 a 03 horas.
04-Aumento do Ventrículo Esquerdo
Alterações Radiográficas
Projeção laterolateral: verifica-se perda da cintura cardíaca cranial, margem
caudal mais verticalizada (forma quase um ângulo reto com o esterno) e elevação
traqueal (perda da curvatura ventral normal – permanece então horizontal). O diâmetro
craniocaudal geralmente não está aumentado como no aumento de ventrículo direito.
Projeção ventrodorsal: verifica-se margem cardíaca esquerda arredondada e
mais próxima da parede torácica e ápice arredondado e deslocado à direita.
Causas de Aumento Cardíaco Esquerdo
-Congênitos;
-Estenose aórtica subvalvar em cães ou valvar em gatos: ocorre geralmente em
raças de grande porte.
-Persistência do ducto arterioso: um abaulamento característico na região do
aneurisma aórtico (entre 1 e 2 h em projeção ventrodorsal), este abaulamento se soma
ao contorno da aorta descendente.
-Defeito de septo ventricular: comum em Bulldogs e é a anomalia mais comum
em gatos.
-Displasia de valva mitral
-Alterações no endocárdio.
-Quadro inicial de enfermidades adquiridas como cardiomiopatias,
cardiomiopatia dilatada em cães (coração globoso, geralmente há o aumento de todas a
câmaras) e cardiomiopatia hipertrófica em gatos (formato de ‘coração dos namorados’
em projeção VD/DV)
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Figura 32 Radiografia laterolateral de tórax demonstrando aumento de coração esquerdo (setas azuis).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
05-Cardiomegalia Generalizada (Dilatação Cardíaca)
Verifica-se aumento pelo método VHS em que a variação normal é de 8,5 a 10,5
corpos vertebrais. O aumento pode ser por hipertrofia ou dilatação.
O aumento generalizado pode ser o resultado de várias condições como: lesões
valvulares, doença miocárdica, anemia crônica e doenças infecciosas e metabólicas.
Alterações Radiográficas
Projeção laterolateral: coração com contorno arredondado com perda da cintura
cranial e caudal, o diâmentro craniocaudal está aumentado, o coração parece grande em
relação a todo tórax, o coração direito está em maior contato com o esterno e o esquerdo
está mais verticalizado, a traquéia e brônquios estão elevados (em casos graves a
traqueia corre paralelamente à coluna vertebral), o coração pode estar coberto pelo
diafragma e a veia cava caudal está direcionada dorsocranialmente.
Projeção dorsoventral: o diâmetro do coração está aumentado, há uma área
menor de campos pulmonares, o ápice do coração está deslocado caudalmente e à
esquerda, o diafragma pode estar comprimido ou sobreposto e pode haver
irregularidades no contorno cardíaco.
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Figura 33. Radiografia torácica em projeção laterolateral e ventrodorsal
demonstrando cardiomegalia generalizada.
Fonte: Clínica Veterinária Cães e Gatos – Lages/SC, 2011.
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06-Efusão Pericárdica (Hidropericárdio)
Uma efusão pericárdica marcante faz com que a sombra cardíaca aumente de
tamanho. O líquido poderá ser sangue, exsudato inflamatório ou transudato não
inflamatório.
Poderá estar associada a neoplasias particularmente tumores de base de coração
ou hemangiossarcoma.
Alterações Radiográficas
-A sombra cardíaca aumenta de tamanho e seu contorno torna-se arredondado.
-O contorno cardíaco poderá aparecer aplanado no local em que está em contato
com a parede torácica.
-A traqueia esta elevada.
-A vasculatura pulmonar está claramente definida.
-Poderá haver hepatomegalia ou ascite associadas.
Figura 34 Radiografia laterolateral de tórax demonstrando hidropericárdio.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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Estudo Radiográfico da Traqueia
Traqueia
É uma estrutura tubular que se estende do áxis até a 5ª vértebra torácica, onde se
bifurca nos brônquios principais sobre a base do coração. É composta por uma série de
cartilagens circulares. Em cães os anéis cartilaginosos são dorsalmente incompletos e o
teto da traqueia é formado pelo músculo traqueal. O ápice da divisão entre as aberturas
dos brônquios primários (troncos) é denominado carina e não é visualizado em
radiografias.
Ao exame radiográfico é facilmente visualizada, devendo-se observar seu trajeto
e lúmen, por projeção latero-lateral, sendo mais facilmente observada, pois por projeção
ventro-dorsal há sobreposição de estruturas. Projeções oblíquas facilitam a observação
da traqueia sem sobreposição das vértebras e do esterno como ocorre na projeção
ventro-dorsal. Deve-se ter cuidado para não rotacionar o tórax em projeções laterais o
que provocaria o aparente deslocamento da traqueia. O pescoço deve ser
confortavelmente estendido. A superextensão gera um pseudoestreitamento na entrada
do tórax, enquanto a flexão da cabeça ou do pescoço, ou ainda a elevação a partir do
tampo da mesa, faz com que a traquéia seja desviada no tórax cranial.
Exames contrastados podem ser realizados tal como descritos para a
broncografia, mas a deposição de contraste é mais cranial. Hoje, tais estudos raramente
são realizados, já que a endoscopia é mais informativa.
Diâmetro normal
3 vezes a largura do terço proximal da 3ª costela.
Alterações
Deslocamento, colapso, hipoplasia, estenose, neoplasia, calcificação, ruptura,
obstrução e traqueíte.
Aspecto radiográfico normal
A traqueia é visualizada com mais clareza, em projeções laterais. O ar presente
em seu interior funciona como contraste, diferenciando-se da opacidade de tecido mole
dos músculos do pescoço e das estruturas no interior do mediastino. Em projeções
ventro-dorsais ou dorso-ventrais, sua visualização é mais difícil, dada a sobreposição
das vértebras e do esterno.
A traqueia, no mediastino cranial, repousa a direita da linha média passando a
ser centralmente localizada em sua bifurcação. Em uma projeção lateral, forma um
ângulo agudo com a linha de vértebras torácicas. O ângulo é maior em cães de tórax
profundo e estreito e mais agudo em cães em indivíduos de tórax raso. Uma
transparência arredondada sobre a base do coração indica o ponto de bifurcação, que
representa a origem do brônquio lobar cranial esquerdo. A traqueia faz uma pequena
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curva ventral, em direção a sua bifurcação, entre a quinta e sexta costelas. Apenas os
brônquios primários, próximos à bifurcação são reconhecidos em radiografias normais.
Brônquios menores não podem ser identificados.
O diâmetro do lúmen da traqueia é ligeiramente variável durante a inspiração e a
expiração. É ligeiramente inferior a largura da laringe. Foi sugerido que a largura do
lúmen deve ser igual ao triplo da largura do terço proximal da terceira costela. Ou então
o diâmetro da traqueia pode ser expresso como a relação desta com a entrada do tórax,
mensurada em uma projeção lateral. Normalmente, a traqueia apresenta cerca de um
quinto da profundidade da entrada do tórax.
Alterações em Traqueia
01-Colapso Traqueal
Tipos
Pode ser congênito ou adquirido, sendo mais comum em animais adultos (meiaidade ou idosos) de raças de pequeno porte. A forma congênita manifesta-se em fases
mais tardias da vida. Já que o tipo comum de colapso ocorre no plano dorsoventral, as
radiografias laterais são as mais informativas.
Posicionamento
Radiografias em inspiração ou expiração do comprimento total da traqueia
devem ser obtidas com os membros anteriores em ângulo reto em relação a coluna
vertebral. A projeção horizontal ou tangencial da entrada do tórax, com o cão em
decúbito esternal e em extensão dorsal da cabeça e do pescoço é ocasionalmente útil.
Deve-se ter cuidado, pois tal posicionamento pode exacerbar os sinais clínicos.
Colapso traqueal cervical ocorre durante a inspiração.
Colapso traqueal torácico ocorre durante a expiração.
Sinais Clínicos
Compreendem graus variáveis de desconforto respiratório e tosse paroxística,
crônica e seca.
Alterações Radiográficas
O lúmen da traqueia é significativamente reduzido, a margem dorsal apresenta
contorno indistinto, dada a inversão do músculo traqueal dorsal, a porção cervical,
torácica ou ambas podem ser acometidas.
Caso o colapso ocorra na traqueia cervical é observado à inspiração, se o colapso
for intratorácico, ocorre durante a expiração e pode acometer o brônquio principal e a
indução de tosse por pressão na traqueia na entrada do tórax ou por oclusão das narinas,
pode ajudar a tornar o colapso mais aparente.
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Hepatomegalia foi associado ao colapso de traqueia, assim como aumento de
átrio esquerdo, exercendo pressão sobre o tronco brônquico esquerdo.
Diagnóstico Diferencial
Deve-se distinguir colapso de traqueia de hipoplasia congênita.
Figura 35. Radiografia torácica em projeção laterolateral demonstrando colapso traqueal (seta azul) em
Poodle.
Fonte: Clínica Veterinária Cães e Gatos – Lages/SC, 2012.
02-Deslocamento de Traqueia
Definição
A traqueia pode ser deslocada por lobos pulmonares craniais, massas
mediastinais, pleurais ou cervicais ou ainda pelo coração devido ao volume aumentado.
Massas adjacentes tendem a desloca-la ao invés de comprimi-la. A compressão pode
ocorrer na entrada do tórax ou sobre a base do coração. A traqueia pode ser comprimida
entre uma massa e as costelas, a coluna vertebral, a aorta ou o coração, que são
estruturas relativamente rígidas.
O esôfago distendido pode deslocar a traqueia ventralmente. O coração com
volume aumentado desloca a traqueia em direção dorsal. Massas mediastinais craniais
tendem a desloca-la dorsal e lateralmente e podem deslocar a traqueia terminal em
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direção caudal. Massas intratorácicas podem deslocar a bifurcação da traqueia
cranialmente. Linfonodos traqueobrônquicos com aumento de volume podem deprimir,
elevar ou comprimir a traqueia e separar os troncos brônquicos principais.
Antes de estabelecer o diagnóstico de deslocamento da traqueia, deve-se ter
certeza que o animal foi corretamente posicionado. A extensão indevida pode fazer com
que a traqueia pareça comprimida na entrada do tórax, a flexão extrema do pescoço
durante a obtenção da radiografia pode levar ao deslocamento ventral da traqueia no
tórax cranial, o deslocamento dorsal pode ser observado à flexão lateral ou ventral do
pescoço, isso resulta em um deslocamento artificial da traqueia no mediastino cranial,
simulando a presença de uma massa. A rotação do tórax à projeção lateral, provoca uma
elevação aparente. Certo desvio da traqueia à direita é frequentemente observado no
tórax cranial de cães normais. Pode ser mais pronunciado em cães braquiocefálicos.
Uma projeção ventrodorsal ou dorsoventral é necessária para mostrar o desvio no plano
lateral.
Figura 36 Radiografia dorsoventral demonstrando deslocamento da traquéia à esquerda.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
03-Hipoplasia Congênita de Traqueia
Definição
Também denominada estenose congênita é observada em cães de raças
braquiocefálicas como Buldogue Inglês e Bullmastiff, ocasionalmente observada em
outras raças e rara em felinos. O lúmen da traqueia é bastante afunilado, geralmente por
todo o comprimento do órgão. O diâmetro pode ser inferior a metade do diâmetro da
laringe, ou menor que a largura do terço proximal da terceira costela.
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Com a hipoplasia não há variação do diâmetro nas radiografias em inspiração ou
expiração. A pneumonia por aspiração pode ser um fator complicador.
04-Neoplasias
Raramente são observadas em cães e gatos. Foi relatada a ocorrência de
osteossarcoma, condroma, adenocarcinoma e carcinomaespinocelular. Pode ser
observada a massa neoplásica se projetando no lúmen traqueal. O uso de broncografia
contrastada auxilia na diferenciação entre massas intra ou extraluminais.
05-Calcificação de Traqueia
A calcificação dos anéis traqueais é as vezes observada em cães idosos,
principalmente em raças condrodistróficas. Aparentemente essa calcificação não tem
qualquer significado.
Figura 37 Radiografia laterolateral demonstrando calcificação de traqueia.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
06-Ruptura de Traqueia
Alterações Radiográficas
Caso a traqueia seja perfurada, o ar escapa para os tecidos peritraqueais e o
enfisema subcutâneo pode ser reconhecido nas radiografias como opacidades aéreas
abaixo da pele. Pode haver a formação de pneumomediastino caso a ruptura ocorra no
interior do tórax. O ar também pode seguir para o mediastino a partir de uma ruptura
extratorácica. Danos aos anéis traqueais podem resultar em estreitamento do lúmen e
por fim, estenose.
07-Estenose Traqueal
Definição
Estenose, ou estreitamento da traqueia, pode ser observada em projeções laterais.
Podem ocorrer em cães e gatos após lacerações, traumatismos contundentes diretos ou
feridas por mordedura.
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Figura 38 Radiografia laterolateral demonstrando oclusão traqueal (pós mordedura).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
08-Oslerus osleri
Definição
Irregularidades no lúmen da traqueia e projeções de opacidade de tecidos moles,
com aumento de radiopacidade peribronquica na região peri-hilar, foram associados a
infestações por Oslerus osleri (Filaroides osleri). O diagnóstico é estabelecido com
maior certeza por meio do achado de larvas em amostras de fezes, lavados traqueais, ou
ainda, por endoscopia.
09-Avulsão de Traqueia
Definição
É uma ruptura da continuidade dos anéis traqueais no interior do tórax. É
observada em gatos após traumatismos.
Sinais Clínicos
Verifica-se dispneia, intolerância e cianose ao exercício. No momento da lesão
os sinais respiratórios podem estar ausentes.
Alterações Radiográficas
Radiologicamente há perda de continuidade do lúmen da traqueia e contorno
irregular das margens da traqueia. Com frequência observa-se aumento de volume
preenchido por ar dorsalmente ao sítio de ruptura. Avulsão do brônquio principal
esquerdo ou direito também é observada. Há possibilidade de reparação cirúrgica.
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10-Obstrução Traqueal
A obstrução da traqueia por corpos estranhos não é comum.
Sinais Clínicos
Os principais achados clínicos são súbitos ataques de tosse grave.
Alterações Radiográficas
A traqueia preenchida por ar é um bom fundo contrastante, contra o qual o corpo
estranho geralmente pode ser observado, ou caso o corpo estranho seja
radiotransparente a endoscopia pode auxiliar. A obstrução traqueal pode resultar em
hiperinsuflação dos campos pulmonares, resultante da dificuldade de expelir o ar.
Broncogramas aéreos não são observados no lobo em atelectasia, já que a presença de
líquido oblitera o contraste entre o brônquio e o pulmão.
Figura 39 Radiografia laterolateral demonstrando obstrução traqueal por corpo estranho
radiopaco.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
11-Traqueíte
Observa-se geralmente ausência de sinais radiográficos de traqueíte. A
exsudação intratraqueal e o aumento de volume da mucosa podem fazer com que o
lúmen da traqueia pareça menos definido do que o normal.
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Estudo Radiográfico da Parede Torácica
01-Neoplasias da Parede Torácica
Tipos
Primárias: condroma, condrossarcoma ou osteossarcoma.
Secundárias: ocorrem por metástases de carcinomas e sarcomas.
*Pode ser extra-torácica palpável ou intra-torácica e abdominal não palpável.
Alterações Radiográficas
Verifica-se presença de lise óssea, proliferação periosteal expansiva, aumento de
tecidos moles adjacentes e efusão pleural.
Estudo Radiográfico do Diafragma
Diafragma
É uma bainha músculotendínea em forma de cúpula que separa a cavidade
torácica da abdominal. Seu aspecto varia de acordo com o posicionamento, fase do ciclo
respiratório e conformação do animal. É composto por uma cúpula tendínea central, de
localização ventral e cruras musculares direita e esquerda que são, as vezes,
denominadas hemidiafragmas. Entre as cruras há uma fenda intercrural. A crura direita
é maior que a esquerda. As cruras saem da terceira e da quarta vértebras lombares e se
inserem nas costelas, da oitava a décima terceira, dos dois lados. Ventralmente, no
diafragma se insere na cartilagem xifoide do esterno e na oitava cartilagem costal. A
aorta penetra no diafragma entre as cruras direita e esquerda, no hiato aórtico, junto com
as veias ázigo e hemiázigo. O esôfago penetra no diafragma no hiato esofágico e a veia
cava caudal entra no tórax através da crura direita. Cranialmente o diafragma é
recoberto pela pleura e caudalmente pelo peritônio.
Aspecto Radiográfico Normal
Seu aspecto varia de acordo com a postura do animal, fase do ciclo respiratório,
conformação, obesidade, idade, preenchimento do estômago e posicionamento e
direcionamento dos feixes de raio-X. O diafragma em si não é radiograficamente
visibilizado, a não ser que haja gás livre na cavidade abdominal, mas sua posição pode
ser determinada devido ao contraste dado pela radiotransparência dada pelos lobos
pulmonares craniais ao doafragma e pela radiopacidade dada pelo fígado caudal a ele.
Ventralmente o tecido adiposo do ligamento falciforme pode ajudar a definir sua
posição.
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Em decúbito lateral direito, as cruras aparecem mais ou menos paralelas uma à
outra, enquanto e decúbito lateral esquerdo parecem formar uma intersecção,
aproximadamente na altura da veia cava caudal. A veia cava penetra no lado direito do
diafragma e em decúbito lateral direito, pode ser seguida apenas até a crura de
localização mais cranial, que é a direita. Em decúbito lateral esquerdo, a veia cava pode
ser observada passando pela crura esquerda, de localização craial, atingindo a crura
direita caudalmente. A presença de gás no fundo do estômago pode contornar,
dorsalmente a crura esquerda. Nas projeções laterais o diafragma forma um ângulo
agudo com as vértebras lombares. Esse ângulo é conhecido como recesso dorsal,
frenicolombar ou diafragmaticolombar.
Na projeção ventrodorsal, animais de tórax profundo apresentam nitidamente
cruras esquerda e direita e cúpula de localização central, enquanto animais de tórax raso
frequentemente apresentam uma única linha diafragmática. A crura direita geralmente
repousa cranial marginal a esquerda. Nas projeções dorsoventrais, as sombras de cada
crura geralmente não são observadas quando o feixe de raio-X é centrado na altura da
borda caudal da escápula. Os ângulos formados entre o diafragma e as costelas são
conhecidos como ângulos costofrênicos.
A vascularização pulmonar geralmente pode ser observada caudal a sombra
diafragmática, sobreposta à sombra do fígado em projeções laterais, ventrodorsais ou
dorsoventrais. À inspiração e em projeção lateral, a posição do diafragma pode variar
aproximadamente o comprimento de dois corpos vertebrais em relação a sua posição em
expiração.
Em gestantes, animais obesos, com estomago repleto ou em animais idosos em
que o tônus diafragmático foi perdido, o diafragma pode estar localizado no tórax mais
cranialmente que o normal. Os gatos geralmente não apresentam imagens crurais
individuais e os pulmões não preenchem o recesso frênicolombar nas projeções laterais,
fenômeno que não deve ser confundido com efusão pleural. A centralização imprecisa
dos feixes de raio-X pode gerar diversas imagens diafragmáticas confusas.
Projeções
-Laterolateral direita: cruras encontram-se paralelas.
-Laterolateral esquerda: cruras se cruzam.
Deslocamentos
-Caudal: inspiração, hiperinsuflação, enfisema e asma.
-Cranial: expiração, hepatomegalia, neoplasia abdominal e ascite.
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Alterações em Diafragma
-Congênitas: hérnias diafragmáticas (peritônio-pericárdica e peritôniomediastinal). A hérnia diafragmática é uma protrusão de qualquer conteúdo abdominal
para o tórax através de uma abertura no diafragma. A hérnia pode ser congênita, o que é
incomum, principalmente em cães.
-Adquiridas: rupturas diafragmáticas resultado de traumatismos. Não
apresentam saco herniário, sendo descritas como rupturas e sua protrusão se dá através
de uma abertura anormal e não anatômica. De modo geral há histórico de traumatismo.
Sinais Clínicos (hérnias diafragmáticas)
Incluem redução da capacidade respiratória e são relacionados com a presença
de conteúdo abdominal e possivelmente líquido no interior do tórax. A ausculta do tórax
pode revelar sons intestinais ou a ausência de sons pulmonares normais. O abdome
parece contraído e de tamanho diminuído. Em raros casos, os sinais clínicos estão
ausentes.
Alterações Radiográficas
Sinais primários: verifica-se porções do trato gastrointestinal, do estômago, do
intestino delgado ou do cólon podem estar deslocados cranialmente até o tórax. São
facilmente reconhecidas quando preenchidas por gás. Há aumento da radiopacidade no
interior do tórax. A cúpula diafragmática não é visibilizada. Dependendo da localização
da ruptura diafragmática, o contorno de apenas uma crura pode ser visível.
Há desvio cranial do fígado que resulta em um efeito de massa na porção caudal
do tórax, com deslocamento do pulmão. Á radiografia lateral, isso obscurece o contorno
do diafragma e pode obscurecer o contorno da silhueta cardíaca. Em projeção
ventrodorsal ou dorsoventral, o efeito de massa pode estender-se através do tórax ou
estar localizado na linha média, à direita ou à esquerda da linha média, dependendo da
localização da ruptura.
O estômago pode ser deslocado cranialmente, caso parte do fígado ou todo o
órgão esteja herniado para o tórax.
O baço pode estar herniado para dentro do tórax. O contorno do baço pode ser
visível dependendo da quantidade de líquido pleural e de tecido adiposo do omento
desviado com o órgão.
A ruptura diafragmática aguda pode resultar em acúmulo de líquido pleural,
dada a ocorrência de hemorragia. Em hérnias diafragmáticas muito crônicas, o volume
de líquido pleural é moderado ou grande, devido ao encarceramento dos órgãos
deslocados, causando congestão venosa e depois efusão pleural.
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Caso as vísceras herniadas estejam contidas apenas no interior do hemitórax
esquerdo ou direito, pode haver um deslocamento das estruturas mediastinais para a
região contralateral.
Sinais secundários: o tecido adiposo normal presente no ligamento falciforme
pode estar ausente ou ser obscurecido. Órgãos abdominais como o estômago ou o baço,
podem não ser visibilizados no abdômen.
Fraturas de múltiplas costelas, recentes ou antigas, podem ser
observadas.
Contusões pulmonares e pneumotórax podem ser observados em casos de
ruptura aguda e traumática.
O ângulo cardiofrênico mostra-se obliterado em posições dorsoventrais e
ventrodorsais.
Pode-se suspeitar de ruptura diafragmática se houver deslocamento
cranial de órgãos abdominais.
O pulmão do lado acometido pode estar comprimido ou colapsado, não
sendo possível a visibilização da vascularização pulmonar normal.
Hérnia peritoneopericárdica: os órgãos abdominais podem atingir o saco
pericárdico através de uma comunicação anômala congênita entre este e a cavidade
peritoneal. Nas radiografias a silhueta cardíaca apresenta aumento de tamanho e é
coalescente ao diafragma. O aumento de volume da silhueta cardíaca pode ser grave e o
formato geralmente é bizarro, dependendo do conteúdo da hérnia. Pode-se observar gás
intestinal sobreposto a silhueta cardíaca. O diagnóstico pode ser difícil quando o saco
pericárdico contém apenas fígado ou omento. A doença é sempre congênita. De modo
geral é um achado incidental e raramente causa sinais clínicos, já o encarceramento do
intestino herniado pode causar obstrução e aparecimento agudo de sinais
gastrointestinais.
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Figura 40 Radiografia laterolateral demonstrando diferentes hérnias diafragmáticas. A- exame não
contrastado e B- exame contrastado (sulfato de bário).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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Estudo Radiográfico do Mediastino Torácico
Mediastino
Definição
É o espaço entre os dois sacos pleurais. Apresenta diversos recessos e regas
complexas. Estende-se dorsalmente até a coluna vertebral e ventralmente até o esterno.
Comunica-se com os planos fasciais profundos do pescoço, cranialmente, e com o
espeço retroperitoneal, através do hiato da aorta, caudalmente. Não é, portanto, um
espaço fechado. Também se comunica com o interstício do pulmão através das bainhas
brônquicas e dos vasos pulmonares. O mediastino pode ser dividido em 3 áreas: cranial
(pré-cardíaca), medial (pericárdica) e caudal (pós-cardíaca), pode também ser dividido
em áreas ventral e dorsal.
O mediastino dorsal contém a traqueia, o esôfago e os vasos e nervos que entram
e saem do coração. O coração repousa no mediastino medioventral. O mediastino
também contém o timo, cranial ao coração, o ducto torácico, a veia ázigo, linfonodos,
nervos e tecido adiposo. A veia cava caudal está no interior de uma prega pleural
distinta.
Resumidamente o mediastino é formado pela reflexão da pleura parietal do
hemitórax direito e esquerdo. Dividido em cranial, médio e caudal.
Estruturas visíveis: coração, traqueia, carina, artéria aorta, veia cava caudal e
esôfago.
Estruturas não visíveis: linfonodos, veia cava cranial, veia ázigos e tronco
braquiocefálico.
Alterações em Mediastino Torácico
01-Pneumomediastino
Definição
Coleção gasosa dentro do mediastino, que ocorre secundário a rupturas de
esôfago, traqueia intra-torácica, brônquios, bronquíolos ou ainda ruptura alveolar. Na
ruptura alveolar, o ar segue ao longo das bainhas brônquicas e vasculares do mediastino.
O ar pode também atingir o mediastino a partir de perfurações profundas na boca, no
pescoço ou no tórax. Pode ocorrer de modo espontâneo.
Sinais Clínicos
Incluem graus variáveis de dispneia e uma redução dos sonos cardíacos e
pulmonares normais. A cabeça pode apresentar aumento de volume, assim como o
pescoço e o tronco, dada a presença de ar nos tecidos subcutâneos. A crepitação pode
ser sentida a partir da palpação da pele.
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Alterações Radiográficas
Estruturas mediastinais que normalmente não são visíveis tornam-se bastante
visíveis, contrastando com o ar. Assim o esôfago, a veia cava cranial, o tronco
braquiocefálico, a artéria subclávia esquerda, a veia ázigos e a borda ventral dos
músculos longos do pescoço podem ser observados no mediastino cranial.
As paredes dorsal e ventral da traqueia são contornadas. A traqueia em si parece
menos proeminente do que o normal, dada a redução do contraste entre esta e as
estruturas mediastinais pela presença de ar.
A aorta torácica pode ser claramente seguida em direção caudal até o diafragma
ou além.
Sombras aéreas são observadas nos tecidos moles do pescoço. O ar pode seguir
cranialmente até a cabeça e caudalmente, sobre o tronco (enfisema subcutâneo).
O ar pode seguir caudalmente através do hiato aórtico, até o espaço
retroperitoneal e contornar os rins e a aorta abdominal.
O mediastino apresenta transparência geral anormal, fazendo com que o tórax
pareça mais radiotransparente do que o normal. O uso da projeção lateral fornece mais
informações em casos de pneumomediastino.
*Um esôfago dilatado por conteúdo gasoso confere opacidade ar ao mediastino e pode
simular a presença de ar livre. A aorta, por exemplo, normalmente é bem definida e o
contraste da traqueia é reduzido.
Outras alterações associadas ao mediastino: deslocamento (desvio mediastinal,
líquido mediastinal, massas mediastinais e linfossarcoma tímico.
Diagnóstico Diferencial
-Pneumotórax: não haverá ar no mediastino.
-Enfisema subcutâneo: projeção ventrodorsal.
Complicações
Enfisema de sub-cutâneo e pneumotórax.
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Figura 41 Radiografia laterolateral demonstrando pneumomediastino. A-Há melhor delimitação das
estruturas no mediastino devido a presença de ar como a artéria subclávia (seta branca grande), tronco
braquiocefálico (seta aberta) e veia cava cranial (setas pequenas e brancas). B- O ar no mediastino
destaca a aorta.
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
Estudo Radiográfico das Pleuras
Definição
As pleuras são membranas que recobrem os pulmões e revestem a cavidade
torácica. Formam dois sacos no interior do tórax, um cobrindo cada pulmão. Os sacos
são conhecidos por cavidade pleural ou espaço pleural. A pleura pulmonar ou visceral
adere as superfícies dos pulmões e recobre as fissuras interlobares. A pleura parietal
recobre a cavidade torácica. Cada cavidade pleural apresenta uma película capilar de
líquido. Á exceção dessa película líquida, as pleuras visceral e parietal estão em contato
uma com a outra e o espaço pleural é uma cavidade potencial. Cada saco pleural
projeta-se cranialmente, através da entrada do tórax.
A projeção é denominada cúpula da pleura. A cúpula esquerda é maior que a
direita e estende-se mais cranialmente. Não são visualizadas em radiografia simples,
sendo a fissura interlobar uma estrutura que pode estar visível na forma de uma linha
radiopaca fina. O mediastino localiza-se entre os dois sacos pleurais.
Aspectos Radiográficos Normais
Em circunstâncias normais, a pleura não é visibilizada em radiografias, mas
ocasionalmente a pleura localizada em uma fissura interlobar é observada como uma
fina linha radiopaca.
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Alterações em Pleuras
01-Efusão Pleural
Definição
Presença de líquido pleural no espaço pleural.
Tipos
Transudatos, hemorrágicos (hemotórax), linfáticos (quilotórax) ou exsudatos
(piotórax).
*Apenas o piotórax é distinguido radiograficamente.
Projeções
-Laterolateral: opacidade homogênea no tórax ventral, margens pulmonares
separadas, fissuras interlobares e lobo caudal com aspecto de folha.
-Ventrodorsal: detecta melhor pequenas quantidades de líquido e permite
visibilização de fissuras interlobares.
Alterações Radiográficas
Anormalidade da radiotransparência do mediastino e individualização das
estruturas mediastinais como esôfago, parede externa da traqueia, veia cava cranial,
artéria aorta e tronco braquiocefácilo.
Há um aumento difuso de radiopacidade água no tórax, cujo grau depende do
volume de líquido presente.
Á projeção lateral observa-se uma opacificação homogênena no tórax ventral.
Essa opacidade geralmente aparece ondulada, devido ao delineamento das bordas
pulmonares pelo líquido.
As fissuras interlobares passam a ser visíveis como bandas curvilíneas de
radiopacidade água entre os lobos pulmonares. São largas na periferia e estreitas em
direção ao hilo. Essas fissuras só são observadas quando o feixe de raio-X as atinge de
forma tangencial.
Em uma projeção lateral, o líquido é observado no recesso diafragmaticolombar,
separando a borda pulmonar do aspecto ventral das vértebras. Em gatos, os pulmões
normalmente não preenchem esse recesso.
A silhueta cardíaca pode não ser visualizada, ou é visibilizada parcialmente.
Em casos graves a traqueia pode ser deslocada dorsalmente, à medida que os
pulmões flutuam no líquido. A cúpula diafragmática pode não ser visibilizada. O
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líquido pode acumular-se entre o diafragma e as bordas pulmonares, formando um
pseudo contorno diafragmático.
Há perda dos ângulos agudos normais nas junções costofrênicas.
Pequenos volumes de líquido são mais bem demonstrados à projeção
ventrodorsal e em filmes obtidos durante a expiração.
A distribuição atípica ou assimétrica de líquido pode indicar a presença de uma
massa.
O líquido pleural pode ter distribuição unilateral, principalmente em casos de
piotórax em gatos, indicando a presença de um processo inflamatório. Tumores
pulmonares e da parede torácica além de quilotórax podem também causar acúmulo
unilateral de líquido. A distribuição assimétrica pode também ser observada em rupturas
diafragmáticas, em doenças pleurais ou da parede torácica.
Figura 42. Radiografia torácica demonstrando efusão pleural. A presença de líquido obliterou a sombra
cardíaca e alguns detalhes pulmonares caudais podem ser visualizados. Notar lobo caudal em formato
de folha (seta azul).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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02-Pneumotórax
Definição
Presença de ar livre na cavidade pleural, etiologia geralmente traumática, pode
ser espontâneo por ruptura de cisto ou iatrogênico.
Sinais Clínicos
Verifica-se dispneia e intolerância a exercícios.
Projeções
-Laterolateral: há deslocamento dorsal do ápice cardíaco, hipertransparência
pulmonar entre as fissuras interlobares e retração dos lobos pulmonares.
-Ventrodorsal: observa-se retração da pleura visceral e hipertransparência
pulmonar.
Figura 43. Radiografia torácica demonstrando pneumotórax, notar distanciamento dorsal do ápice do
coração em relação ao esterno (seta azul).
Fonte: KEALY e MCALLISTER, 2005.
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Referências Bibliográficas
KEALY J. K., MCALLISTER H. Radiologia e Ultrassonografia do Cão e do Gato. 3ª
ed. Editora Manole, São Paulo, 2005.
MORGAN J.P. Radiology in Veterinary Orthopedics. 1 ed. Philadelphia: Lea e
Febiger, 1972.
TICER, J. W. Técnicas Radiológicas na Prática Veterinária. 2 ed. São Paulo: Roca,
1987.
O’BRIEN R.T. Radiologia Torácica – para o Clínico de Pequenos Animais. 1 ed.
São Paulo: Roca, 2003.
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