Discurso de André Reis, presidente da AAUAv - 42º Aniversário da UA Falo hoje, pela última vez, numa cerimónia solene da Universidade de Aveiro, enquanto representante máximo de todos os estudantes da nossa Academia Aveirense. Dirijo-me assim, a todos vocês, com dois sentimentos: em primeiro lugar num confesso sentimento de nostalgia e, em segundo lugar, com o sentimento de enorme satisfação por sentir que durante todo este percurso tive o privilégio e a oportunidade única de participar ativamente na construção da nossa Universidade. Estou por isso particularmente feliz por ter a oportunidade de o fazer num dia tão especial em que festejamos os 42 anos da nossa magnífica Instituição. Comecemos por aí e saudemos em primeira instância todos os presentes, convidados e demais personalidades, instituições e seus representantes, por se terem associado à celebração de mais um aniversário da Universidade de Aveiro, o seu quadragésimo segundo. É num sentimento de espírito coletivo e de pertença a um projeto comum a todos que também nos apresentamos aqui hoje, neste dia tão especial, representando todos os estudantes, competência que legitimamente também a Universidade reconheceu à Associação Académica. Neste simbólico Auditório e nesta tão distinta plateia depositamos um conjunto de memórias coletivas que nos identificam como membros da comunidade UA e que nos unem hoje aqui para festejarmos mais um aniversário da nossa Instituição. Aos docentes, aos trabalhadores e aos estudantes que diariamente dão sentido ao nascimento do projeto da Universidade de Aveiro devemos também hoje prestar o nosso público reconhecimento. A Universidade de Aveiro é hoje uma Universidade do Mundo. Fomos capazes de quebrar barreiras, abrir as nossas portas e desafiar as nossas fronteiras. Criamos um projeto verdadeiramente universal e uma identidade de sucesso, assente na inovação e no talento de dezenas de milhares de jovens que por aqui passaram. Contribuímos para o desenvolvimento do nosso país. Dinamizamos uma cidade e uma região que nos acolhem e com as quais estabelecemos uma relação de grande cumplicidade. São assim 42 anos de vida. São 42 anos de Universidade de Aveiro. São 42 anos de um Campus que Pensa. São 42 anos de criação de conhecimento, de produção científica e de formação de indivíduos transversais e capazes. Foi assim que nasceu a Universidade de Aveiro. Um projeto encantador e desafiante. Uma Instituição de uma dimensão única e global que honra os seus compromissos com a causa pública e que se orgulha de servir o seu país e os portugueses. É essa a nossa grande motivação. Estamos aqui - num clima notável de conjugação de diferentes fatores – para encontrar respostas para os problemas e desafios da sociedade. É isso que nos faz procurar sempre mais e melhor e é isso que faz do projeto universitário um projeto verdadeiramente único. Senhor Reitor, Demais convidados, Caros colegas, Vivemos ao longo do último mês num certo clima de instabilidade política que resultou na constituição de um Governo de acordo parlamentar entre os diferentes partidos da esquerda política. Foi-nos por isso apresentado um Programa de Governo que nos deixa a pensar sobre a complexidade dos desafios que se colocam. Ora comungando ideias, ora discordando das abordagens, do enfoque ou dos meios, a verdade é que na globalidade do documento que nos foi apresentado, o movimento associativo estudantil revê muitas medidas que vão ao encontro das suas propostas para o Ensino Superior, assumindo no entanto que se verifica a falta de concretização das propostas que deverão ser desenvolvidas ao longo da atual Legislatura. Há vários anos que defendemos uma reforma profunda no Sistema de Ensino Superior Português e o Programa de Governo assume desde logo como prioridades absolutas a avaliação do RJIES, a reforma da Rede de Ensino Superior e o reforço dos fundos para a Ação Social Direta e Indireta. Vimos ainda com bons olhos o reforço da autonomia das Instituições, bem como o reforço do seu financiamento, de forma plurianual e assente numa fórmula previamente conhecida e com critérios objetivos e transparentes. Acompanhamos também a ideia de que se deve aumentar o número de membros externos nos Órgãos de Governo das Instituições, onde aqui na Universidade de Aveiro, com os nossos cinco conselheiros externos, tão bons exemplos temos que esta abertura das Universidades à sociedade é absolutamente central para o futuro do Ensino Superior. Desta forma, devemos ser frontais o suficiente para afirmarmos convictamente que este é um bom Programa de Governo para área do Ensino Superior e da Ciência, mas vamos estar atentos. Não aceitaremos que nenhuma destas propostas fique na gaveta durante esta Legislatura e apresentamos aqui o nosso compromisso de que os estudantes estarão na linha da frente na discussão do futuro do Ensino Superior. É essa a nossa responsabilidade e aproveitamos também este momento para dizer presente. Senhor Reitor, Demais convidados, Estimados colegas, Quando falamos de 42 anos de UA, falamos de um passado recheado de conquistas. Um passado de sucesso. Um passado que nos orgulha. Somos por isso Inovação. Somos Vitalidade. Somos Irreverentes. Somos Internacionais. Somos uma Escola de Pensamento e cultivamos o Saber Humano. Devemos por isso recordar esse passado e, simultaneamente neste exercício, projetar o futuro da UA. Inserida num projeto de Ensino Superior de uma dimensão única e de uma finalidade crucial, a Universidade de Aveiro deve continuar a trilhar o seu caminho. É certo que tal só é possível se as nossas lideranças encararem a educação como a melhor arma de combate à atual situação económica e social do país. Mas não fiquemos na nossa zona de conforto. Aqui, na UA, devemos pretender ir sempre mais além. Devemos refletir e discutir internamente sempre numa perspetiva de contribuir para a evolução. Reorganizar a orgânica da UA, continuar a repensar a oferta educativa e formativa, redistribuir formações, alavancar as potencialidades do ensino politécnico, potenciar indivíduos que se diferenciam no seu percurso em diferentes áreas e com diversas competências, que nem sempre se apreendem em sala de aula, devem ser prioridades da Instituição a curto prazo. O Doutoramento Honoris Causa ao Professor Doutor Adriano Moreira, que hoje teremos a honra de presenciar, é visto pelos estudantes desta Academia como uma excelente decisão por representar da melhor forma uma exaltação necessária aos valores profundos do nosso Ensino Superior. Em momentos de crise da nossa Nação, a cultura da nossa Instituição também se ressente e muitas vezes comete-se o erro de se olhar para o Ensino Superior como mais uma das muitas áreas de um grande orçamento do país, sem antes se perceber que é aqui que se joga o futuro desse mesmo país. Sejamos por isso audazes. Continuemos a afirmar a UA como a melhor Universidade do País, onde se formam os melhores profissionais e os melhores cidadãos. Continuemos a fortalecer a nossa relação entre a cidade e a região de Aveiro. Continuemos a promover a nossa Universidade junto do tecido empresarial e a captar os melhores. Continuemos em frente. Cada vez mais fortes. Cada vez mais coesos. Cada vez mais cooperantes e preparados. Vamos continuar a trabalhar em rede e rumo a uma Universidade de referência não só em Portugal como em todo Mundo. Vamos continuar a sonhar. Vamos continuar a crescer e a aprender. Porque aqui na UA, estamos sempre ao serviço do país e dos portugueses. Porque aqui na UA, os estudantes vão sempre dizer presente. Porque uma comunidade estudantil forte faz uma Universidade forte e esse é o nosso principal desígnio. Parabéns Universidade de Aveiro!