Márcia Maria Lima Wanderley2
1
Ciência Política e Teoria Geral do Estado
Prof. Manoel Moraes – Centro Universitário Maurício
de Nassau – UNINASSAU.
A COMISSÃO DA VERDADE E SUA
SIGNIFICAÇÃO PARA A
SOCIEDADE.
Márcia Maria Lima Wanderley2
Muito se fala na mídia sobre a
Comissão da Verdade e a respeito do
trabalho que por ela vem sendo
desenvolvido, principalmente sobre o
enfoque dado aos anos 1964 – 1985, o
tão propalado “anos de chumbo”, que
marcaram sensivelmente a memória
da sociedade brasileira, principalmente
para aqueles que os vivenciaram.
Um passado tão recente de nossa
história não pode ser trabalhado sobre
entrelinhas e sim, deve ser revisto e
contextualizado, e catalogando passo
a
passo,
todos
os
fatos
e
acontecimentos da época, para
remetê-los aos dias atuais, de forma
clara,
límpida,
verídica
e
principalmente cercada de muitos
cuidados com as filtragens das
informações, já que algumas delas não
passam dos fatos relatados pelos
“vencedores”
da
época,
que
transformaram o irreal e inverídico, em
verdades quase que absolutas, e
assim sem perceber, podem vir a
perpetuar o grave erro de se manter a
“historia oficial”, lida como o “grande
esforço em não fazer o país cair nas
garras do comunismo internacional”,
sem lembrar que esta fase se
notabilizou entre confrontos e lutas em
2
1
torno de um único ideal: a volta da
DEMOCRACIA,
que
retirada
abruptamente da vida nacional, tornouse ideal de gerações, pois, vista como
liberdade de expressão e de poder de
um povo.
Muito tempo se passou e o pouco que
restou dos acervos documentais e a
projeção da memória de seus
protagonistas – sejam de que lado
esteve – acerca desse momento
histórico, e do que eles representaram
e representam para essas gerações, é
o legado que a Comissão da Verdade,
garimpando
a
historiografia
do
momento, há de deixar para a geração
presente e para as futuras. Portanto, é
necessário indagar se realmente
conseguiremos rever em termos
documentais
e
de
confissões
compostas de realidade, quase tudo
ou grande parte do que foram os
nossos “anos de chumbo” e as
sequelas deles advinda para a nossa
ainda frágil democracia.
É de fundamental importância o
conhecimento desse momento, o qual
ainda não passou por completo, vez
que,
precisamos
observá-lo
e
amadurecê-lo, para ao fim, lhe dar a
real significância em nossa história, e
de forma mais precisa e real, repassála ao povo, para que ele, verdadeiro
detentor constitucional do poder,
possa confirmar seu julgamento.
O Processo de construção do nosso
passado e presente, neste momento,
passa por uma (re) construção
histórica
dos
fatos
reais
que
Márcia Maria Lima Wanderley
[email protected]
Estudante do 1º Período do curso de bacharelado em Direito do
Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU.
Márcia Maria Lima Wanderley2
permearam e permeiam nosso país,
para transformá-los em ensinamentos,
no sentido de que esse passado não
seja textualizado de forma que ele seja
o passado no presente e no futuro.
2
continuidade, querem transformá-la
em palco demagógico e teatral, na vã
tentativa em torná-la um organismo
morto e insepulto, como aqueles que
ela tenta resgatar.
Reconstruir uma memória fragmentada
que certamente tenha ficado perdido, é
um caminho árduo e longo, de muitas
idas e vindas incessantes a busca do
conhecimento mais profundo e mais
verdadeiro possível para viabilizar o
que foi parte significante de uma
história até então proibida e dizimada
acerca de um tempo vivido, porém
proscrito da nossa história.
Eis o verdadeiro papel das Comissões
da Verdade: a de resgatar a realidade
dos fatos vivenciados, no sentido de
não permitir que este momento
histórico,
durma
em
caixas
empoeiradas, pois, deve-se a ela,
resgates dos mais diversos, a respeito
da memória não apenas de um povo,
mas, e principalmente, dos horrores
cometidos em nome de uma “ordem”.
Como bem nos ensina o decano do
jornalismo brasileiro, Carlos Chagas:
“é sempre oportuno recordar o
passado, que não nos diz o que fazer
no futuro, mas sempre alerta para o
que deve ser evitado”.
1
É necessário objetivar os verdadeiros
interesses históricos e políticos para
que foi designada e formatada as
COMISSÕES DA VERDADE, sejam
elas a nível nacional ou estadual, é
que urge eliminar os interesses de
alguns que nos subterrâneos e coxias
do obscurantismo e contrários a sua
2
Ciência Política e Teoria Geral do
Estado – Prof. Manoel Moraes –
Centro Universitário Maurício de
Nassau – UNINASSAU.
Márcia Maria Lima Wanderley2
[email protected]
Estudante do 1º Período do curso de
bacharelado em Direito do Centro
Universitário Maurício de Nassau –
UNINASSAU.
Márcia Maria Lima Wanderley
[email protected]
Estudante do 1º Período do curso de bacharelado em Direito do
Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU.
Download

a comissão da verdade e sua significação para a sociedade