Redação
Produção
textual
Abril 2014
Caderno 1
Produção Textual – Abril 2014
Proposta Única para a semana – Jornal O Mundo
data para entrega da Redação:
8 de abril de 2014
Tema da redação
Com base em pesquisa histórica, considere os contextos político, ideológico, cultural e social
em que ocorreu cada um dos eventos listados abaixo e produza um texto sobre as relações
entre esporte, paixão e poder.
Jogos Olímpicos - País: Alemanha - Ano:1936
Jogos Olímpicos - País: Estados Unidos - Ano: 1984
Jogos Olímpicos País: União Soviética - Ano: 1980
Copa de Rugby - País: África do Sul - Ano: 1995
Jornadas de Junho - País: Brasil - Ano: 2013
Copa de Futebol - País: México
Ano: 1970
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Proposta 01 – Ita/ 2014 – data de entrega da Redação:
15 de Abril De 2014
Abaixo, há considerações de alguns cineastas sobre cinema.
1. Num filme, o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação.
(Charles Chaplin, 1889-1977, cineasta britânico)
2. O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho. (Orson
Welles, 1915-1985, cineasta americano)
3. O cinema é um modo divino de contar a vida. (Federico Fellini, 1920-1993, cineasta
italiano)
4. Cinema é a fraude mais bonita do mundo. (Jean Luc Godard, 1930, cineasta francês)
5. Muitas vezes, se usa a palavra “cinematográfico” como sinônimo de uma coisa
excepcional: “Não sei o quê é cinematográfico!” Muitas vezes, o cinema é um acúmulo
de momentos escolhidos, a dedo: a paisagem mais linda, com a luz mais incrível, com
o momento mais emocionante, enfim... Só que eu estava interessada numa coisa muito
mais simples. E, às vezes, as pessoas me perguntam: “Você trabalhou de um jeito até mais
documental, às vezes. Por quê? Você queria que fosse mais verdadeiro?” Aí, eu falo: “Não!
Não é isso!” Eu acho que qualquer coisa é uma construção. O documentário também
é uma construção. Nada é mais ou menos verdadeiro. O que existe é a verdade de um
filme. Interna. (Transcrição de parte da entrevista com a cineasta brasileira Sandra Kogut,
constante do DVD do filme Mutum, 2007. Sandra Kogut é diretora e coautora do roteiro
do filme, que foi inspirado na obra Pequenas histórias, de Guimarães Rosa.)
Instruções:
Considerando a relação entre as declarações dos cineastas e os textos da prova sobre o mesmo
tema, redija uma dissertação em prosa, sustentando um ponto de vista sobre o assunto.
- A redação deve ser feita na folha a ela destinada, respeitando os limites das linhas, com
caneta azul ou preta.
- A redação deve obedecer à norma padrão da língua portuguesa.
- Dê um título para sua redação.
Na avaliação de sua redação, serão considerados:
a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto;
b) coesão e coerência do texto; e
c) domínio do português padrão.
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Proposta 02 – Atualidade – data de entrega da Redação:
15 de Abril de 2014
Elaboração: Profª. Drª. Márcia Maria Magalhães Borges
A carta abaixo, publicada na Folha de S. Paulo, dia 23 de março de 2014,
simula o que Getúlio Vargas diria a Dilma Roussef nos dias atuais. Coloque-se no
lugar da presidente e escreva uma CARTA-RESPOSTA a Getúlio Vargas. Leve em
conta o que está impresso na carta e lembre-se de que a resposta será publicada na
Folha de S. Paulo também.
Elio Gaspari de getuliovargas@edu para dilma@gov
Como eu, a senhora pratica a diplomacia do silêncio, ela não traz popularidade,
mas é a melhor para nós
Excelência
Escrevo-lhe para felicitá-la. A senhora restabeleceu uma diplomacia discreta,
diria mesmo de recusa a exibicionismos inúteis. Há dificuldades na Venezuela e
agora surgiu a crise da Crimeia, mas estamos fora dos holofotes.
Peça ao Sarney a poesia “A Carga da Cavalaria Ligeira” de Lord Tennyson.
Ele conta o ataque de cavaleiros ingleses contra uma tropa turca artilhada durante
a batalha de Balaclava, na guerra da Crimeia do século 19. Lia ontem para minha
amada Aimée. Foi um desastre produzido por generais ineptos, mas o poema mostra
como as potências fabricam mitos heroicos.
Minhas dificuldades foram maiores que as suas. Consegui ficar neutro
durante a Guerra Civil Espanhola. Até onde pude, mantive-me longe do conflito
europeu. Sem fanfarra, em maio de 1941, avisei ao embaixador japonês que
se um país americano fosse atacado, nós seríamos solidários. Em dezembro eles
bombardearam Pearl Harbor. Os americanos exigiam o controle de uma base aérea
no Saliente Nordestino, pois sem a rota de Natal a Dacar ficariam aprisionados pelo
Atlântico. Cedi. Lidei com embaixadores impertinentes e tive pavões no Ministério
das Relações Exteriores. O Oswaldo Aranha achava que era o gerador do mundo,
centro do universo.
Depois que saí da vida para entrar na história, há 60 anos, vieram o
Juscelino com a tal de “Operação Pan-Americana”, o Jânio com a “Política Externa
Independente”, o Castello Branco com a “interdependente” e o Sr. Luiz Inácio
da Silva, que se tornou um papagaio de pirata de crises internacionais. Usei essa
expressão que hoje é comum aí, mas não sei se o fiz corretamente. As diplomacias de
slogans são apenas propaganda política. Os generais mandaram tropas para ocupar
a República Dominicana, num episódio que hoje se procura apagar. Chegamos ao
ponto de o general Médici cobrar do presidente Nixon a deposição de Fidel Castro.
Outro dia o Nixon me perguntou por que ele fez aquilo.
Diplomacia sem fanfarra tem um custo. Criticam-nos de todos os lados,
acusando-nos de omissão. Há quem lhe ataque por estar próxima dos bolivarianos
e também por ficar distante. Algum gabola da Comunidade Europeia resolveu botar
fogo na Ucrânia sem prever a reação da Rússia. Em 1956 os americanos insuflaram
a rebeldia húngara e em 1962 a dos cubanos de Miami. Fracassaram e abandonaram
os aliados. O Pedro 2º lembrou-me de que manteve nossa neutralidade durante a
guerra civil mexicana, quando os rebeldes fuzilaram-lhe o primo-irmão Maximiliano.
Os franceses, que haviam insuflado sua aventura, abandonaram-no.
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Quando nos metemos a buscar um papel maior que nossa importância
internacional, invariavelmente acabamos dificultando a defesa dos nossos
verdadeiros interesses. Parabéns, senhora.
Com todo respeito,
Getúlio Vargas
Proposta 01 – Escs – 2013 – data de entrega da Redação:
29 de abril de 2014
Além da bagunça
Após analisar dados de mais de 650 mil pessoas, pesquisadores do Instituto Nacional de
Saúde dos Estados Unidos da América puderam associar diversas condições de saúde à
prática de exercícios físicos. Veja os resultados.
Esqueça a equação de que, quanto mais gordura uma pessoa retiver em seu
corpo, menos saudável ela é. Duas pesquisas publicadas na última semana mostram
que essa regra tem uma exceção: os gordinhos não sedentários. Os que praticam
exercícios físicos, mesmo que estejam acima do peso, podem ter tanta saúde quanto
os magros — e também estar menos sujeitos à morte por problemas cardíacos ou
câncer. A descoberta põe em xeque a validade do Índice de Massa Corpórea (IMC)
para determinar quem é ou não obeso. A razão: o cálculo pode classificar como
obeso alguém que tenha alto peso por causa da massa magra, e não da gordura.
IstoÉ, 12/9/2012 (com adaptações).
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Há evidências de que a interação entre mente e cérebro seja de mão dupla,
isto é, a mente pode alterar a química do cérebro, como acontece na meditação.
Vida Simples, out./2012 (com adaptações).
Prémio Saúde
Destaque na categoria saúde mental e emocional: Música para quem cuida
da saúde “O que o ser humano precisa é de arte”, acredita a enfermeira E. L.,
que estuda os efeitos terapêuticos da música. No projeto “Música para quem cuida
da saúde”, um grupo de funcionários de um hospital em São Paulo canta para os
colegas, especialmente para os que trabalham em ambientes estressantes, como, por
exemplo, centros cirúrgicos. Os enfermeiros sentem-se mais relaxados e motivados,
o que repercute na atuação profissional, melhorando a qualidade do atendimento.
Atualmente, o teatro também faz parte da proposta.
Texto publicitário. Vida simples.
Cada vez mais, alguns seres humanos conseguem cuidar melhor da saúde,
como ilustram os textos motivadores apresentados acima.
A respeito desse assunto, elabore um texto dissertativo, na língua escrita
padrão, abordando o seguinte tema:
Saúde e bem-estar: uma relação de causa e consequência?
Proposta 02 – Atualidade – data de entrega da Redação:
29 de abril de 2014
Elaboração: Profª. Drª. Márcia Maria Magalhães Borges
“Educar as pessoas para que mudem seus hábitos em relação ao consumo de
água é salutar, mas existe uma grande diferença entre conscientizar e responsabilizar,
mesmo subliminarmente, o cidadão pela ameaça de racionamento”. Diante dos
questionamentos e debates acerca da possibilidade da falta de água no mundo,
como um país como o Brasil pode comemorar o Dia da Água (22 de
março) mergulhado numa crise energética e à beira do racionamento nas
torneiras? Para discutir essa questão, escreva um ensaio para ser publicado em um
meio de grande veiculação brasileira.
Problemas hídricos ganham urgência no mundo
Charles Fishman
“New York Times”, 11/03/2014
Quando março começou, a Califórnia inteira estava molhada: chuvas
torrenciais, nevascas, deslizamentos de lama. Mas a seca mal tomou nota.
A crise de água nesse Estado já chega ao terceiro ano. Alguns cientistas
acham que 2013 foi o ano mais seco na Califórnia desde 1580. O Estado que tem a
maior população entre os Estados americanos recebe 75% de sua água da neve, e
70% do volume usual de neve está faltando neste ano.
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O problema no Reino Unido é o oposto: inundações de proporções bíblicas.
O Tâmisa está fluindo há mais tempo no nível mais alto desde 1883. As tempestades
que fustigaram o sudoeste da Inglaterra obrigaram os britânicos a usar caiaques para
se movimentar nas cidades. De acordo com o serviço meteorológico britânico, as
chuvas na Inglaterra e no País de Gales vêm sendo as mais pesadas em 240 anos.
Sempre houve enchentes e secas. Mas os problemas hídricos de todos os
tipos parecem estar mais comuns e mais urgentes que no passado. E estão.
Em 2013 o mundo sofreu um número recorde de desastres climáticos com
custos de US$ 1 bilhão: 41, superando o recorde anterior, de apenas três anos
antes. Quase todos os 41 desastres envolveram água: inundações, secas ou danos
provocados por ciclones.
Há três razões pelas quais andamos tendo mais problemas ligados à água.
A primeira delas é o crescimento populacional. A seca na Califórnia foi
agravada pelo fato de a população desse Estado hoje ser um terço maior do que
era em 1990. O consumo adicional de água gerado por essas pessoas equivale a
um lago de 40 hectares e 15 metros de profundidade -por dia. O desafio de fornecer
água a populações crescentes é exacerbado em megacidades como Pequim, Déli e
Los Angeles.
Os padrões de vida vêm subindo em países em desenvolvimento. Quanto
mais as pessoas ascendem para a classe média, mais água consomem: em vasos
sanitários, para lavar roupas, em seus banhos diários.
Em terceiro lugar, é provável que as mudanças climáticas tornem os ciclos
climáticos habituais mais graves e possivelmente mais frequentes. A barreira do
Tâmisa, uma barragem mecânica que protege Londres contra enchentes, foi usada
35 vezes na década de 1990. Apenas em janeiro deste ano, foi acionada 17 vezes.
As inundações deste ano ocorrem apenas dois anos após outro desastre natural na
mesma região da Inglaterra: a pior estiagem em cem anos.
As consequências têm amplo alcance. A seca americana paralisou os
agricultores californianos, que cultivam 60% dos hortifrútis consumidos no país,
e deixou os EUA com o menor rebanho de gado em 60 anos, provocando uma
alta recorde no preço da carne bovina. Economistas estimam que as inundações no
Reino Unido podem subtrair um ponto percentual do PIB britânico.
Nossa reação às condições do tempo muitas vezes é suportá-las e torcer para
que as coisas voltem ao “normal”. Mas o que temos visto com a água nos últimos dez
anos talvez seja um aviso. A turbulência talvez tenha se tornado a nova normalidade.
Há dois segredos para entender e lidar com problemas hídricos. O primeiro
é que todos os problemas hídricos são locais. Sejam quais forem as ligações com os
padrões climáticos no Pacífico, as enchentes na Inglaterra precisam ser resolvidas na
Inglaterra. A seca é problema da Califórnia -investir em conservação no Kansas não
vai ajudar. Mas isso é boa notícia, na realidade. As comunidades -cidades, Estados ou
bacias hidrográficas compartilhadas por mais de um Estado- possuem a capacidade
de resolver problemas in loco.
A segunda coisa a lembrar é que a água não reage aos nossos desejos. Ela
reage a modificações cuidadosas e permanentes em nossos modos de vida, nossas
práticas agrícolas, nossas práticas de construção e ao que cobramos pela própria água.
A maioria das grandes comunidades na Califórnia ainda não impôs medidas
de redução do consumo de água, em parte porque o consumo de água já vem
mudando no Estado, lentamente, mas de modo dramático. Em 1972 o residente
médio de Los Angeles consumia 715 litros de água por dia. Hoje a média é 465 litros.
A mudança significa o seguinte: a área metropolitana de Los Angeles hoje
tem 50% mais habitantes do que tinha 20 anos atrás, mas consome o mesmo volume
de água. A seca teria sido muito pior se as pessoas ainda consumissem tanta água
quanto antes.
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A quantidade de água existente na Terra não muda. A água simplesmente é
usada, evapora e é usada outra vez. Mas estamos sendo obrigados a ver que a água
não vai parar onde queremos, quando a queremos.
Em um mundo repleto de grandes problemas, os problemas hídricos estão
entre os maiores. Mas, diferentemente de muitos outros problemas graves -mudanças
climáticas, desigualdade econômica-, a maioria dos problemas hídricos pode ser
resolvida. Geralmente há água suficiente e até dinheiro suficiente. O que precisamos
é de tempo e realismo para fazer frente aos problemas.
O Brasil pede água
O país tem chuvas abundantes, os maiores rios do mundo, a maior quantidade
de mananciais do mundo, litoral extenso – e vive sob o espectro de falta de água e
energia. O que fazer para sair dessa?
Marcos Coronato e Aline Imercio, com Felipe Germano
Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA – 23 de março de 2014
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Imagine um futuro assim: em 2044, o Brasil celebra uma nova redução no
número de mananciais poluídos. A grande seca que afetou o Sudeste entre 2013
e 2016 mudou para sempre as políticas públicas. A cada eleição, os candidatos
debatem como cuidarão da água. Há anos, avançam por todo o país projetos de
despoluição de rios, lagos e represas, assim como o reflorestamento de suas margens.
Os depósitos subterrâneos estão protegidos. Quase toda a população conta com
água limpa e serviço de saneamento. Não há mais paranoia a respeito dos perigos
de exportar água. Como cuida bem de seus mananciais, o país tem água mais que
suficiente para produzir a carne, os grãos e as frutas que vende ao mundo. Estudos
internacionais confirmam: ao fazer isso, o Brasil beneficia o meio ambiente global e
os próprios brasileiros. A exportação evita que países mais pobres em água esgotem
seus poucos mananciais. Em paz e alimentadas, nações mais ameaçadas por secas
fecham acordos e investem em tecnologia. Conseguem baratear cada vez mais a
dessalinização da água do mar. Vários países africanos em rápido desenvolvimento
se beneficiam desse avanço.
Agora, imagine outro futuro.
Em 2044, o Brasil lamenta um novo aumento no número de mananciais
poluídos. Mais de dois terços dos rios, lagos e represas têm agora água ruim ou
péssima, que exige tratamento caro e demorado antes de ser usada. Governo,
empresas e cidadãos se ressentem dos erros de décadas. O país se tornou um
pesadelo de favelas sem saneamento, reservatórios contaminados e água cara
demais. O sistema de represas da Cantareira, em São Paulo, nunca se recuperou
da grande seca de 2013 a 2016. Por causa das críticas da sociedade e da atuação
de políticos e da Justiça, torna-se difícil destinar mais água à produção agrícola. E
mais difícil ainda exportar essa água sob a forma de carne, grãos e frutas. Esse medo
encontra eco na situação global. Na Ásia e na África, nações trocam ameaças e se
engalfinham em guerras por causa de mananciais cada vez mais ressequidos.
>> Acompanhe o Blog do Planeta
Ambos os futuros, neste momento, são igualmente possíveis. O Brasil é uma
potência da água. Não precisa sustentar nem 3% da população mundial, mas abriga
12% da água doce disponível no globo. Essa parcela aumenta para 18%, se contarmos
a água que flui dos países vizinhos para o território nacional. Como um país desses
pode comemorar o Dia da Água (22 de março) mergulhado numa crise energética e à
beira do racionamento nas torneiras? A resposta está no mau uso do recurso.
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Sem chuvas em SP, também pode faltar luz; saiba
como economizar água
Eduardo Geraque de São Paulo
Folha se S. Paulo, 2014
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Anotações:
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