UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES MÉTODOS ADMINISTRATIVOS DIRECIONADOS AO SETOR DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM, OBJETIVANDO RESULTADOS E CONTROLE. Rio de janeiro 2010 MILENE EDWIGES FERREIRA Administração Setorial Uma Perspectiva Para O Setor De Diagnostico Por Imagem. Monografia Administração apresentada em Saúde ao Curso de da universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para a obtenção do grau de pós-graduação Administração em Saúde. Orientador: Prof.ª Ana Paula Ribeiro Rio de janeiro 2010 em AGRADECIMENTOS A Deus, pela minha saúde física e mental; À minha família; pelo suporte e compreensão. A minha família pelo incentivo em todos os momentos de minha vida. “Amor se paga com Amor” (Eloy Barreto) RESUMO Neste estudo cujo título Administração setorial uma perspectiva para o setor de diagnostico por imagem. O tema Métodos Administrativos direcionados ao setor de diagnóstico por imagem, objetivando resultados e controle. O problema: Ao confrontar com o setor de diagnóstico por imagem, foram vislumbradas dificuldades vinculadas ao fato de por vezes não existir uma administração focada ao setor, que tornaria possível a padronização, organização e otimização. Tornando o funcionamento do setor mais eficiente. O objetivo geral: definir um plano de ação que se mostre capaz de suprir as necessidades administrativas do serviço de diagnóstico por imagem. Os objetivos específicos: Verificar a importância da administração direcionada para o setor de diagnóstico por imagem e demonstrar as necessidades do setor, que podem ser supridas pela administração eficiente do setor. A hipótese: proporcionar ao setor de diagnóstico por imagem uma administração independente e direcionada é possível transformar-lo em excelência em resultados. Palavras-chaves: Métodos administrativos; Diagnósticos por imagens; Otimização. SUMÁRIO 1. I&TRODUÇÃO......................................................................................................... 08 2. CAPITULO I..................................................................................................... 09 2.1 Histórico: Radiação Ionizantes ................................................................................... 10 2.2 Evolução dos RX na Medicina.................................................................................... 12 3. CAPITULO II .....................................................................................................13 3.1 Princípios da radioproteção......................................................................................... 13 3.2 Efeitos Biológicos....................................................................................................... 14 2.5 Objetivos da radioproteção........................................................................................ 18 4. CAPITULO III ....................................................................................................20 4.1 A Administração Hospitalar........................................................................................ 20 5. CO&CLUSÃO............................................................................................................. 24 6. REFERÊ&CIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 26 1. I&TRODUÇÃO Este trabalho visa buscar formas praticas e eficientes, para administrar o setor de diagnostico por imagem, tornando o mesmo capaz de suprir a demanda do serviço oferecendo qualidade no atendimento e padrão no exame. Atualmente com a constante busca por um atendimento de qualidade, os pacientes deixam de ser vistos como pessoas que dependem e aceitam qualquer tipo de atendimento, para serem clientes exigentes em busca da satisfação de suas necessidades, buscando o melhor lugar para supri-las. Por tanto, o local que for capaz se satisfazer o cliente, obter melhor qualidade, será o local mais procurado e com maior lucratividade. É explicito a importância do setor de diagnóstico por imagem no contexto hospitalar, pois o diagnóstico correto pode detectar a existência ou não de uma patologia. Da mesma forma um diagnóstico de qualidade inferior, ocasionado por equipamentos de baixa qualidade, profissionais incapacitados, falta de material, entre outros, pode mascarar um diagnóstico ou ocasionar um diagnóstico incorreto, o que causa diversos problemas ao paciente, ao médico e ao estabelecimento. Logo, se mostra extremamente necessário, a administração eficiente, buscando melhorias no atendimento, nos procedimentos, profissionais e equipamentos, a fim de criar um ponto de mudança no diagnóstico por imagem. O objetivo geral deste projeto é definir um plano de ação que se mostre capaz de suprir as necessidades administrativas do serviço de diagnóstico por imagem. Objetivos específicos que norteiam nosso estudo são: 1. Verificar a importância da administração direcionada para o setor de diagnóstico por imagem. 2. Demonstrar as necessidades do setor, que podem ser supridas pela administração eficiente do setor. A análise dos dados foi determinante para o desenvolvimento do projeto em referência, onde a pesquisa aprofundada junto aos autores Simone Savarego, Karina Ferrasa Damas, Hilton Algusto Koch, Luis A. M. Scaff, entre outros e sites seguros na internet direcionados para a Radiologia médica. 2. CAPITULO I 2.1 HISTÓRICO: RADIAÇÕES IONIZANTES O início de tudo se deu em 1895, com a descoberta do que seria a plataforma de lançamento para diversas tecnologias médicas, os raios-x, em seguida diversos acontecimentos foram acrescentados a essa história: o primeiro registro radiográfico, realizado no mesmo ano da descoberta. A radioatividade que foi descoberta no ano seguinte, e o primeiro equipamento de raios-x do Brasil que data de 1897, aparelho que inclusive está exposto em um museu fora do Brasil. Em um curto espaço de tempo muitos fatos importantes aconteceram. Falando um pouco sobre este assunto, os raios-x são uma forma de energia eletromagnética, uma radiação ionizante, ou seja, efeito da interação entre partículas capaz de provocar a ionização de um átomo, logo são capazes de causar principalmente alterações celulares e genéticas, induzindo um câncer. São produzidos por uma ampola que contém o ânodo (pólo positivo) e o cátodo (pólo negativo). Dessa reação, 99% são transformados em calor e somente 1% produz os raios-x. A partir do momento em que teve inicio os avanços na utilização desta deslumbrante descoberta, a mesma foi amplamente explorada. Apesar de ser um acontecimento intrigante não havia plenos conhecimentos sobre este tipo de energia, que demonstrou logo ao início o poder de enegrecer películas fotográficas e ser capaz de atravessar o corpo humano. Após algum tempo surgiram problemas com o tempo de exposição à radiação, o que ocasionava danos a saúde dos pacientes e operadores, já que ainda não existia o conhecimento sobre os efeitos das radiações. Somente em 1948, após as bombas atômicas, que surgiram os primeiros estudos acerca de danos genéticos a população. Em 1956 foram estipulados limites mais restritos aos trabalhadores e em 1992 os limites para a população foram otimizados. Tendo conhecimento que cerca de 70% das fontes de radiação existentes são naturais, encontradas em rochas, solos, sedimentos e minérios os 30% restantes são artificiais, e a grande parte (92%) são provenientes da área médica, podemos citar outras utilizações das radiações: para pesquisa, através de estudos de obras raras como pinturas e múmias, ou mesmo pesquisas básicas. Na indústria, no controle de qualidade. Na produção de energia elétrica a partir do consumo de material radioativo. E na segurança em portos, aeroportos e fronteiras. Pode-se logo concluir que a descoberta dos raios-x que na época se estimava ser muito importante ao longo dos anos, provou ser uma magnífica ferramenta evolutiva. 2.2 EVOLUÇÃO DOS RX NA MEDICINA Neste trabalho vamos focar nosso estudo ao uso das radiações na medicina, ou seja, diagnóstico, prevenção e tratamento e para apresentar uma visão panorâmica de tecnologias para uso em medicina que se originaram da descoberta dos raios-x podemos citar: a tomografia linear em 1921, a planigrafia em 1930, Abreugrafia em 1936, o intensificador de imagens em 1950, a utilização médica do ultra-som em 1958, a tomografia computadorizada em 1970 e o aparecimento da ressonância nuclear magnética, com a obtenção de imagens através de campos magnéticos potentes, no final da década de 1970. Esses avanços tecnológicos estão sempre à frente, muitas vezes, até da forma como são utilizados e atualmente temos situações em que o equipamento não é utilizado em todos os recursos disponíveis, impedindo assim a plena obtenção do que a tecnologia pode oferecer. Após perceber que os avanços das tecnologias em diagnóstico se tornaram uma realidade dentro dos hospitais, se faz necessário solucionar as diversas dificuldades encontradas na organização dos mesmos. O setor de diagnóstico por imagem, mas conhecido como setor da radiologia, pode conter: aparelhos de raios-x convencional (fixos e móveis), arco cirúrgico (arco em “C”), de tomografia computadorizada, mamografia, medicina nuclear, densitometria óssea, ultrasonografia, ressonância magnética, entre outros. O setor de diagnóstico por imagem tem sua importância comprovada dentro do contexto hospitalar uma vez que um diagnóstico bem executado determina a eficiência do tratamento das patologias mais diversas. Podendo auxiliar na tomada de decisão dos profissionais que buscam o melhor método de tratamento dos pacientes. Em contra partida um diagnóstico deficiente ou errado pode causar transtornos incalculáveis aos pacientes. Por entender a importância de um diagnóstico ou tratamento eficiente, que é o que busca o paciente que chega a um serviço de diagnóstico por imagem, a excelência no atendimento se torna uma constante e, para que isto possa acontecer é necessário ter um controle na qualidade dos exames que vá de encontro com as necessidades do serviço e ao que busca o paciente, isto é, uma administração direcionada que seja capaz de suprir as necessidades na organização, atendimento e qualquer outra necessidade que possa a influenciar nos serviços prestados pelo setor radiológico. Pelo fato do diagnóstico por imagem ser utilizado por todos os setores médicos, e vir se tornando essencial para alguns. O serviço prestado por ele tem de ser exemplar, já que dele dependem várias formas de busca por soluções de diagnóstico e também, tratamento de algumas patologias. Um exemplo prático desta ocorrência é o centro cirúrgico que em muitas de suas cirurgias a imagem se mostra de suma importância para que seja realizado procedimentos cirúrgicos de forma conclusiva. Também pode ser fundamental no rastreio, como forma de descobrir (após se esgotarem os outros métodos diagnósticos) a incidência de alguma patologia. Atualmente devido à busca por um atendimento capaz de suprir as necessidades do paciente, o mesmo procura um estabelecimento que lhe traga todos os fatores que irão de encontro com estas necessidades. Sem que em nenhum momento passem despercebidas as medidas de controle e proteção radiológica, uma vez que os danos causados pela radiação são uma constante em seu uso. Demonstraremos ao longo deste trabalho algumas maneiras de buscar a excelência para o setor de diagnóstico por imagem, já que atualmente lidamos com pacientes com características e necessidades diferenciadas, exigentes e em busca de algo que atenda da melhor forma suas necessidades, um paciente “cliente” e ciente. Apesar de termos a noção de que uma radiografia é capaz de solucionar e fechar o diagnóstico do paciente, não pode ser utilizado de forma indiscriminada, deve sempre ser levado em conta o custo-benefício envolvido no exame que será realizado. Para tal, é utilizada a radioproteção que é a ferramenta para gerenciamento das medidas de proteção da saúde contra os riscos proporcionados pelo uso das radiações ionizantes. 3. CAPITULO II 3.1 PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO Por tratar-se de um tipo de radiação ionizante sua utilização deve baseado em três princípios básico de radioproteção: Justificação, ou seja, sempre que for solicitado, por exemplo, um exame radiológico se faz necessário que exista uma justificativa médica para a realização do exame; Otimização, que se baseia no principio ALARA (As Low as Reasonably Achievable) as exposições devem ser mantidas tão baixas quanto razoavelmente exeqüível; Limitação de dose, que controla as dose recebidas tanto pelo trabalhador quanto pelo publico em geral estipulando um limite seguro para o uso das radiações. Uma vez que entre os malefícios que podem ser causados pela radiação ionizante, temos a partir da interação com a radiação, a irradiação que quando um indivíduo é exposto à energia proveniente de uma fonte de radiação e a contaminação que ocorre quando uma fonte de radiação é inalada, ingerida, ou fica depositada diretamente na pele ou em alguma parte do corpo de um indivíduo. 3.2 EFEITOS BIOLÓGICOS Os efeitos podem ser diversos uma vez que, atingem a célula. Entre eles estão os efeitos físicos a partir da transferência de energia para o meio celular; os efeitos químicos quando ocorre a modificação da estrutura molecular das células (ionização); os efeitos biológicos que são uma resposta do organismo ao agente agressor e os efeitos orgânicos que acarretam a incapacidade de recuperação do organismo devido à freqüência ou quantidade dos efeitos biológicos. Desta forma devemos verificar a parte que nos é cabida como profissionais das radiações ionizantes, que conhecemos os benefícios e malefícios trazidos pelos usos das radiações, e buscar formas de padronizar o setor de diagnóstico por imagem e objetivar uma hegemonia, trazendo um serviço eficaz e bem estruturado. Para isso como já citamos anteriormente são necessárias muitas mudanças em alguns tipos de serviço seguindo alguns métodos de sucesso e implantados alguns projetos administrativos eficientes. É neste intuito, que este trabalho se fundamenta. Formar uma iniciativa demonstrando falhas comuns que podem ser controladas e as formas de torná-las efetivamente inexistentes, um passo a passo para a plena utilização do que toda esta nova tecnologia é capaz de oferecer. Como já foi comentado anteriormente o foco deste trabalho é introduzir uma forma eficiente e prática para administrar um setor de radiologia médica a fim de minimizar ou até mesmo por fim, definitivamente, nos erros ocorridos na pratica de execução dos exames como também, na forma em que é estruturada toda a organização deste setor. Uma vez que, para que isto ocorra é infinitamente importante a colaboração de toda a equipe envolvida, já que a cada um, cabe executar de forma correta sua parte neste processo para que tenha uma linha de processo eficiente e eficaz. Ao visitar alguns setores de radiologia no Rio de Janeiro podemos perceber que temos as mais variadas formas de organizar o setor, mas, todas seguem uma linha de raciocínio semelhante e só uma pequena parcela encontraram a hegemonia e a sua eficiência na execução das atividades específicas. Na verdade, deveriam, seguir uma passo-a-passo em comum, tornaria mais fácil introduzir as correções que deram certo para um a todos, padronizando o serviço prestado. Mas, infelizmente, não é tão fácil quanto parece, para que isto ocorra faz-se necessário mudar alguns hábitos e costumes há muito ultrapassado, que são bem difíceis de serem mudados, pois, aí é que entra uma boa administração. Na mudança destes costumes, atualizando e capacitando estes profissionais, gerando uma nova visão do processo em que está envolvida a participação de toda a equipe. Não estamos fazer parecer que existe uma formula secreta, que fará com que todos os problemas do setor sejam resolvidos como um passe de mágica, de forma alguma, é sabido que é um processo que enfrenta muitos obstáculos, mas nenhum deles é intransponível. Por exemplo, existem hospitais que tem setores muito bem organizados; não faltam materiais para o desenvolvimento dos trabalhos; os equipamentos estão em pleno funcionamento e mesmo assim, o serviço prestado não é de boa qualidade, pois os profissionais que executam os exames são desmotivados e desatualizados, entre diversos outros problemas. Tudo poderia estar fluindo perfeitamente de acordo com o correto a ser feito, mas isto não acontece, não é visualizado pela administração. O profissional das técnicas radiográficas é uma das peças mais importantes deste processo, pois sem ele, não existe exame que possibilite o diagnóstico e, sem diagnóstico não há tratamento, que por vezes também, é executado por este profissional, quando se trata, por exemplo, o paciente com radioterapia ou quimioterapia. Contudo, já conseguimos obter uma leve noção de quanto é complexo o setor de imagem. Para termos uma noção da onde queremos chegar com este trabalho, vamos descrever sobre os malefícios que podem ser causados pelas radiações ionizantes. Temos uma ferramenta de trabalho, que pode causar danos a saúde tanto dos pacientes como dos profissionais, só o fato de sabermos disto, já seria suficiente para que a forma que utilizamos, seja precisa, correta, para ser minimizado o contato do paciente com este fator. Alguns profissionais conhecem os efeitos, alguns se protegem porque todos se protegem, mas não conhecem os efeitos, alguns se protegem poucos, mas não protegem os pacientes porque não sabem bem do que se trata e infelizmente alguns não se protegem e não protegem os pacientes. É uma cultura antiga, já que os raios-x para uso em medicina, por exemplo, não costuma ter doses de radiação que causem efeitos imediatos e como não existem informações ao publico em geral sobre as radiações, os poucos que conhecem algo é o que foi vinculado, na época, aos acidentes com contaminação por radiação, a maioria não faz a menor idéia do que se trata. Mesmo assim, em momento algum, deve ser deixado passar como algo sem importância, pois pode não causar efeitos imediatos, mas podem causar efeitos tardios ou genéticos. Pode até ocasionar câncer causando mutação das células atingidas, só que não é possível detectarem no caso de um efeito tardio ou genético se foi ocasionado pelas radiações ou por fatores, por exemplo, genéticos. Então o crédito é sempre da genética. Logo, é expressamente obrigatória a prevenção e a tomada de devidos cuidados no procedimento de realização dos exames. Pois, o diagnóstico por imagem é peça fundamental na tomada de decisões médicas na busca pela cura do paciente não pode ser tratado como uma simples ferramenta que os médicos usam para saber o quê o paciente apresenta. Ele deve ser utilizado conscientemente por todos, na medida certa, de forma correta e otimizada. Não é simples, não é fácil, mas é necessário e tem que ser feito. E, se existem as regras e normas a serem seguidas, já se sabe que pode ser feito, nossa proposta neste trabalho é buscar alternativas e métodos que transformem um setor auto- suficiente e plenamente capaz de suprir as necessidades diagnósticas direcionadas ao setor. Serão demonstradas algumas fórmulas que deram certo em outras organizações e que podem ser adaptadas ao setor de diagnóstico, erros comuns e formas de corrigi-lo, evitando que ocorram novamente e, por fim, um plano administrativo com olhar direcionado aos avanços tecnológicos que estão por vir. Tanto para a medicina, quanto para o mundo inteiro, não podemos ficar ultrapassados, evoluir a forma como organizamos os nossos métodos de trabalho, para podermos acompanhar as mudanças advindas da globalização. 3.3 OBJETIVOS DA RADIOPROTEÇÃO Citando um dos objetivos da radioproteção que visa proteger o homem e o meio ambiente de possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, sem inibir práticas benéficas que aumentem a exposição à radiação nos levamos a refletir sobre seus métodos, que são baseados em prevenir efeitos determinísticos e limitar o risco de efeitos estocásticos. Os efeitos biológicos causados pela radiação podem ser descriminados em: Os feitos biológicos determinísticos da radiação são caracterizados por uma relação determinada entre dose e efeito. Esses efeitos variam muito pouco de uma pessoa para outra, e aparecem quando a dose atinge ou ultrapassa certo valor, denominado limiar. Como exemplos, podem ser citados a catarata e a esterilidade. Os efeitos biológicos estocásticos são caracterizados por uma relação probabilística entre dose e efeito. O grau de severidade do efeito independe da dose recebida. São efeitos tardios que aparecem apenas após um período de latência, o qual pode variar de alguns anos a algumas décadas. São indistinguíveis daqueles que aparecem espontaneamente. Como por exemplo, leucemia e alguns tumores malignos. No efeito determinístico a severidade do dano produzido aumenta com a dose a partir de um limiar e no efeito estocástico a probabilidade do câncer induzido pela radiação aumenta com a dose sem provavelmente nenhum limiar. Podemos por enquanto nos basear nestes dois fatores para descrever sobre justificação, otimização e limitação de dose. Na justificação precisam ser verificadas as vantagens relativas em comparação com outros métodos de tratamento, tais como cirurgia e quimioterapia. Os riscos de indução de detrimentos malignos, e os riscos devido a tratamento alternativo e o balanço entre a gravidade da condição a ser tratada e a possibilidade de ocorrência de efeitos estocásticos e determinísticos. Para que essa verificação possa ser feita faz-se necessário que seja discutida a indicação clínica do procedimento. Muitas vezes um procedimento é solicitado sem que seja indicada a necessidade clinica desta solicitação, para que a mesma seja justificável. Se faz necesssário, um controle rigoroso deste fato uma vista que sabemos que é obrigatória a justificação da realização do procedimento e que os danos causados pela radiação podem ser determinados pela quantidade de radiação recebida. Logo, se devem focar os esforços em conscientização dos solicitantes, para que os procedimentos sejam sempre acompanhados da indicação clinica. E o serviço só podendo realizar o procedimento quando a solicitação estiver devidamente preenchida. Pode-se diminuir drasticamente a realização de exames sem fundamentos e a repetição para correção o que em contra partida reduz a dose de radiação recebida pelo paciente. Na otimização leva-se em conta os princípios ALARA, que vão muito alem da proteção do trabalhador. Esse princípio afirma que a exposição ocupacional deve ser mantida no menor nível possível. É muito importante, logo se faz necessário que os operadores se esforcem para segui-los. Para isso é esquematizado um resumo de quatro formas pelas quais ele pode ser alcançado: sempre usar um dosímetro ou outro dispositivo de monitoração. Pois embora o dosímetro não diminua a exposição do usuário, registros precisos em longo prazo das leituras do dosímetro são importantes para determinar práticas de proteção. Se for necessário conter os pacientes, isso deve ser feito por outra pessoa que não seja um trabalhador sujeito a exposição ocupacional. Esta pessoa nunca deve ficar na frente do feixe primário ou útil e sempre deve usar aventais e luvas de proteção. Devem-se utilizar aparelhos ou faixas de contenção sempre que possível, e apenas como ultimo recurso deve alguém permanecer na sala para conter o paciente. Praticar o uso da colimação, filtração do feixe primário, técnica de kVp ótimo, écrans e filmes de alta velocidade, e mínima repetição de exames. A exposição do operador é devida basicamente a radiação dispersa do paciente e outras fontes. Portanto, a redução da exposição do paciente resulta também em redução da exposição do operador. Seguir a regra cardinal de três partes de proteção radiológica, o principio de tempo, distancia e proteção. O operador deve minimizar o tempo de exposição, manter a maior distancia da fonte possível e utilizar a proteção de chumbo quando estiver no campo de exposição. Isso é importante na utilização de unidades de fluoroscopia digital com braço C móvel, o “arco cirúrgico”. Estas são usadas em cirurgias ortopédicas ou do trato biliar, localização de corpo estranho, inserção de marca passo e procedimentos de intervenção vascular. A proteção do dispersador é particularmente importante devido ao potencial de aumento das doses. Para que seja possível seguir os princípios de otimização e necessário que a administração do setor de imagem forneça os dosímetros e incentive o seu uso pelos profissionais em contato com as radiações ionizantes, sempre oferecer os equipamentos de proteção individual e coletiva (aventais, luvas, protetores de tireóides e de gônadas e óculos de chumbo dependendo da utilização) para que se a contenção de pacientes for necessária o profissional possa fornecer ao paciente e a pessoa que irá conte-lo formas de proteção a radiação. A fim de minimizar ou eliminar a repetição de exames deve-se ter em mente que um bom posicionamento radiográfico, um bom conhecimento de anatomia e uma boa utilização da técnica radiográfica são fundamentais por parte do operador para obter resultados na realização de um exame radiográfico. Já por parte da administração do setor é preciso que filmes e écrans sejam compatíveis para obter o melhor em qualidade dos mesmos, as processadoras nas quais é realizado o processo final de formação da imagem radiográfica devem ter um sistema de limpeza e manutenção preventiva e efetiva para que a mesma mantenha em pleno sua eficiência. Os químicos também envolvidos neste processo devem ser de boa qualidade e deve ser controlada a validade dos mesmos. Os equipamentos e todos os itens do setor de imagem devem passar por um controle de qualidade rígido, para que a manutenção dos mesmos não tenha nenhuma falha, e os profissionais possam utilizá-los em toda sua plenitude evitando a repetição desnecessária de exames e assim diminuindo a dose recebida pelo paciente, diminuindo a despesa com filmes, químico e com manutenção, diminuindo o tempo de espera do paciente para realização de um exame. Por fim, otimizando todo o setor de imagem com um simples passo, manutenção preventiva. Quando mencionamos sobre as regras cardinais devemos levar em consideração todas as utilizações das radiações, mas no momento vamos focar no centro cirúrgico e na utilização da fluoroscopia. Os procedimentos fluoroscópicos geralmente envolvem doses muito maiores para o paciente do que exames diagnósticos convencionais, devido ao tempo de exposição. Logo deve ser feita conscientização da equipe ao utilizar este método a fim de reduzir a dose de radiação, da utilização de protetores de chumbo e da distancia mantendo que não tem envolvimento direto com o procedimento ou esta sem proteção afastada da área de alcance da radiação. É fundamental o controle dos limites de doses de radiação recebidas por operadores, pacientes e publico em geral, já que conhecemos os efeitos da radiação. A conscientização da equipe deve ser feita através de palestras e cursos que podem ser ministrados pela apropria equipe incentivando assim os mesmos a conhecerem os métodos corretos de trabalho e possibilitando uma valorização destes profissionais. 4. CAPITULO III 4.1 A ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR O termo administração, na verdade, é difícil de ser definido por meio de apenas um conceito. As concepções variam de acordo com um ponto de vista de cada um de seus idealizadores. No entanto pode ser destacada uma interpretação simples e que resume bem o seu significado. Segundo Chiavenato a tarefa da administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos a fim de alcançarem objetivos. A administração para uma sociedade moderna visa que novas teorias administrativas sejam adequadas às demandas da sociedade pós-industrialização. Essa visão baseia-se na própria evolução dos tempos, em que, para cada problema empresarial surgido, surge uma teoria para solucioná-lo. Há ainda alguns fatos relevantes para que a afirmação se confirme: as mudanças bruscas, rápidas e inesperadas; o crescimento, em tamanho e complexidade, das organizações, tornando-se, em alguns casos, multinacionais; as competências exigidas. Diversos desafios trarão como conseqüência para a administração, uma administração de incertezas. Por esse motivo devemos priorizar desde já uma administração consciente e objetiva, a fim de que os obstáculos administrativos possam ser ultrapassados, sem deixar conseqüências. O hospital é definido pelo ministério da saúde como parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar a população assistência médica integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. Segundo o que se define como hospital, pode-se dizer que o hospital nada mais é do que uma unidade econômica que possui vida própria e, difere das empresas porque no que diz respeito ao seu objetivo final, a manutenção ou restabelecimento da saúde do paciente, e ao produto básico prestados a um cliente como parte do processo de tratamento, controlados pelo médico e demais profissionais envolvidos. Logo o foco administrativo não pode ser direcionado para uma empresa como qualquer outra, deve sim ser focado no atendimento hospitalar e os serviços prestados pelo mesmo. Por isso neste momento vamos direcionado ao tema administração setorial falar um pouco sobre o ambiente hospitalar. O hospital é uma organização com características próprias que a diferenciam de outras instituições. Muitas de suas áreas funcionais devem ser interdependentes e se inter-relacionarem, de forma a propiciarem um funcionamento eficiente de todos os seus componentes e comporem um todo, não apenas um somatório de partes agregadas. Seu principal objetivo é proporcionar uma assistência adequada aos pacientes, dentro dos limites de conhecimento da tecnologia médica, da organização das atividades humanas e dos limites institucionais, que são escassos. O hospital deve, portanto, assegurar ao paciente uma assistência eficiente, por meio de uma melhor organização do seu corpo clínico, da disponibilidade de pessoal competente e serviços complementares de diagnóstico e tratamento. Em toda instituição deve haver um organismo, um elemento encarregado de tratar suas normas administrativas, isto é, um indivíduo ou um grupo que planeja e dita às políticas a serem seguidas. O hospital é dirigido por um conselho administrativo, que tem como delegado executivo, o diretor. O diretor não executa todas as deliberações emanadas do conselho. Ele precisa compartilhar as atribuições com um grupo de pessoas, que por sua vez, delega por parte de responsabilidade às diferentes chefias do hospital. O hospital é por tanto, organizado em três divisões. A divisão médica que é formada pelo corpo médico do hospital, geralmente desenvolvida em conformidade com as finalidades da instituição e com as possibilidades da comunidade. A divisão técnica se constitui daqueles serviços que colaboram diretamente com o médico, a fim de que ele possa desempenhar com eficiência suas atribuições na instituição. A divisão administrativa contribui, no hospital, para que os serviços técnicos possam colaborar mais facilmente com o médico, e assim atingir seus objetivos, para que isso ocorra de forma satisfatória, o hospital necessita de uma equipe multiprofissional especializada capaz de oferecer assistência qualificada. Portanto e importante que haja uma coordenação interna eficiente. Embora o hospital possua materiais e equipamentos de alta precisão, a equipe de saúde deve conscientizar-se de que o paciente precisa e deve ser tratado como ser humano, pois seu tratamento depende muito da interação entre as pessoas responsáveis por seu cuidado. A organização hospitalar é composta por unidades que funcionam de forma integrada, com objetivos gerais semelhantes. O hospital deve contar com um quadro de pessoal especializado agrupado por funções similares, formando setores que constituem a organização do hospital. Quando nos referimos à administração voltada para clínicas especializadas ou gerais vemos que a administração de uma clinica, seja ela de qualquer especialidade ou tamanho, sempre requer cuidados especiais. Mesmo que todos os aspectos clínicos que a envolvem sejam conhecidos e mesmo que o profissional seja competente, é necessário conhecer alguns aspectos que norteiam a administração de uma clinica, a fim de se conhecer o caminho certo a ser percorrido. O planejamento que determina antecipadamente quais os objetivos a serem atingidos, quando fazê-lo e quais os melhores meios para tal, sempre definindo prioridades. A organização visando que para que os objetivos possam ser alcançados, os planos colocados em ação e as pessoas possam desenvolver seu trabalho com eficiência, é preciso agrupar as atividades de forma lógica e fazer com que a autoridade seja distribuída de forma a evitar conflitos. A direção que consiste em colocar em ação, dar rumo ao que foi planejado e organizado. E o controle que tem como finalidade assegurar que os resultados do que foi planejado, organizado e dirigido aconteçam conforme o previsto. Sua essência reside em verificar se a atividade controlada está ou não alcançando os objetivos e resultados desejados. Por tanto se percebe que a tarefa de administrar uma clinica não é fácil, deve ser dada especial atenção aos recursos humanos, o processo de seleção e recrutamento deve ser realizado cuidadosamente, pois uma escolha mal feita pode trazer sérios prejuízos à instituição, pessoas descompromissadas ou não habilitadas para realizar determinado trabalho, por exemplo. Logo para evitar tais transtornos é aconselhável oferecer programas de capacitação, promover a integração dos funcionários, por meio de reuniões com todos os envolvidos, promover rodízios de funcionários sempre que possível, determinar a responsabilidade de cada um, sua relação de subordinação e suas atribuições. Ter um controle sobre estoques e compras, pois compras mal programada podem gerar estoques exagerados, ocasionando despesas desnecessárias para a clínica. Portanto, durante o processo de compra de matérias se devem dar atenção especial as necessidades específicas de cada setor. E não se podem esquecer-se dos impostos, é importantes contar com os serviços de um bom escritório de contabilidade, o qual deve auxiliar nos dando suporte e orientação quando necessário. 5. CO&CLUSÃO Foi possível concluir baseados na pesquisa realizada para tornar este trabalho possível, que para implantar efetivamente métodos de aperfeiçoar os serviços prestados pelo setor de diagnóstico por imagem é necessário primariamente que seja modificado a forma com que é vista a realidade Brasileira dentro dos hospitais a nível de manutenção e utilização de equipamentos pois de nada adiantará elaborar um plano perfeito de mudanças para o setor se não forem modificadas a cultura da população no que diz respeito a métodos mais práticos e eficazes de trabalho. Outra coisa que também não pode deixar de ser relacionada é que um dos grandes obstáculos para efetivar mudanças é a falta de conhecimento sobre os efeitos das radiações ionizantes, que quando é vinculada a alguma noticia, a mesma é sobre malefícios, dificilmente são comentados os benefícios que podem ser obtidos com as mesmas. E até mesmos trabalhos de pesquisa ou outros não são de conhecimento da maioria dos profissionais, gerando um tom de “lenda urbana” ao redor da proteção radiológica. Este trabalho dará início a uma jornada em busca de um objetivo em comum, aperfeiçoar e alcançar um setor de diagnóstico focado nos avanços tecnológicos do setor, demonstrando algumas referências que demonstram a busca incessante por acompanhar os avanços tecnológicos, já que é de conhecimento público que quem não se atualizar não conseguirá fazer frente à acirrada competição no mercado, perdendo espaço. 6. REFERÊ&CIAS BIBLIOGRÁFICAS Scaff.Luis A.M. Bases Físicas da Radiologia / Diagnóstico e Terapia. Editora Sarvier. 1979 Savarego. Simone / Damas. Karina Ferrasa Bases da Radiologia Convencinal. Editora Yendis. Segunda edição.2007 Damas. Karina Ferrasa Tratado Prático de Radiologia. Editora Yendis. Primeira edição. 2007 Bontrager. Keneth L. Tratado de Técnicas Radiológicas / Base anatômica. Quinta edição. 1999