INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Prova pública para passagem à categoria de equiparado a professor adjunto DETERMINAÇÃO DE ARMADURAS TRANSVERSAIS EM ALMAS DE VIGAS-CAIXÃO Unidade curricular: Pontes e viadutos Secção 6 — Dimensionamento de estruturas LUCIANO ALBERTO DO CARMO JACINTO N.º mecanográfico: 1584 Abril de 2009 Índice 1. Introdução ............................................................................................................ 1 2. Formulação geral da resistência ao corte segundo o EC2..................................... 2 3. Determinação do fluxo de corte............................................................................ 4 3.1. Vigas de altura variável ......................................................................................... 4 3.2. Vigas sujeitas a esforço transverso mais torção...................................................... 5 4. Interacção entre esforço transverso e flexão transversal ...................................... 6 5. Exemplo ................................................................................................................ 9 6. Conclusões .......................................................................................................... 10 i ii DETERMINAÇÃO DE ARMADURAS TRANSVERSAIS EM ALMAS DE VIGAS-CAIXÃO Resumo Nesta comunicação apresenta-se uma metodologia para a determinação de armaduras transversais em almas de vigas-caixão tendo em conta os diversos factores intervenientes, como seja a influência da variação da altura, a presença de torção e a interacção com a flexão transversal. Na parte final mostra-se a aplicação da metodologia desenvolvida através de um exemplo. 1. Introdução Os tipos de secção mais usuais em tabuleiros de pontes são as secções Π (lê-se secção pi) — secção constituída por um banzo superior e duas almas longitudinais, e as secções em caixão unicelular, também constituídas por duas almas. As secções Π são económicas e muito fáceis de construir, mas apresentam uma fraca resistência a momentos negativos, o que limita a sua aplicação a vãos relativamente moderados, inferiores a 50 m como ordem de grandeza. Quando os momentos negativos são elevados, seja porque os vãos são significativos, seja porque o processo construtivo a isso obriga (como é o caso da construção por avanços em consola), é conveniente conceber um banzo inferior de compressão, transformando a secção Π numa secção em caixão. Além da boa resistência a momentos negativos, a secção em caixão possui uma excelente resistência à torção, o que a torna particularmente adequada em tabuleiros com curvatura significativa em planta. As almas das vigas-caixão têm uma função dupla: (1) na direcção longitudinal resistem aos esforços de corte provocados pelo esforço transverso e torção e (2) na direcção transversal resistem aos momentos flectores associados à deformação transversal da secção. Assim, como se esquematiza na Figura 1, a armadura a dispor nas almas (estribos) é solicitada quer pelo corte quer pela flexão transversal. Nesta comunicação explica-se como se pode calcular a armadura transversal tendo em conta o efeito conjunto dos esforços de flexão e corte. 1 m v Figura 1 — Os estribos nas almas são solicitados pelo corte (v) e pela flexão (m). Relativamente ao esforço de corte apresenta-se uma formulação inteiramente consistente com a formulação do Eurocódigo 2 (EN 1992, 2004). Porém, a formulação será apresentada em termos de fluxo de corte [KN/m] que, na opinião do autor, é mais intuitiva quando se junta a torção e quando se considera a interacção com a flexão transversal. Começa-se então por resumir as disposições do EC2 (Eurocódigo 2) relativas ao esforço transverso em vigas. 2. Formulação geral da resistência ao corte segundo o EC2 De acordo com o EC2 e considerando o caso mais comum de estribos verticais, a armadura necessária numa secção com esforço transverso actuante de calculo igual a Vsd é dada por: Asw Vsd = , s zfsyd cotgθ (2.1) onde z representa o braço das forças internas, fsyd o valor de cálculo da tensão de cedência do aço e θ o ângulo que as bielas fazem a horizontal (Figura 2). Vsd z d θ Figura 2 — Modelo de treliça para a resistência ao esforço transverso. Relativamente ao braço z , é usual considerar-se z = 0.9d . No caso especifico de tabuleiros de ponte com secção em caixão é mais frequente, porém, tomar-se para z a distância entre as linhas médias dos banzos superior e inferior. Segundo o EC2, a inclinação das bielas θ deve estar compreendida entre 22 e 45º. Em estruturas de betão pré-esforçado é usual adoptar-se θ = 30º . Considerando que o factor Vsd / z representa o fluxo de corte em estado limite último, a Eq. (2.1) pode ser escrita com a forma seguinte: Asw vsd = , s fsyd cotgθ 2 (2.2) em que: vsd = Vsd . z (2.3) No caso específico de secções de duas almas, como é o caso das secções em caixão (unicelular), o fluxo de corte em cada alma é igual a metade do fluxo total, isto é, se Vsd representar o esforço transverso actuante na secção, o fluxo de corte em cada alma é dada por: vsd = Vsd . 2z (2.4) Uma vez calculado o fluxo de corte vsd , a Eq. (2.2) permite calcular a armadura a dispor na alma. Deve notar-se, porém, que as equações acima são válidas apenas para vigas com altura constante. Quando a altura da viga é variável as forças nos banzos são inclinadas, possuindo uma componente vertical que afecta a resistência ao esforço transverso, podendo ser favorável ou desfavorável. A forma mais simples de tratar este problema é corrigir o fluxo de corte actuante. Uma vez corrigido o fluxo de corte, a Eq. (2.2) pode continuar a ser usada para o calculo da armadura necessária. Se existir torção associada ao esforço transverso, bastará adicionar o fluxo de corte provocado por este esforço. Estes aspectos serão tratados na próxima secção. Antes, porém, é conveniente recordar que a verificação da segurança ao esforço transverso só está completa depois de se comprovar que a compressão nas bielas de betão não excede a sua capacidade resistente. Segundo o EC2 e adoptando a formulação em termos de fluxo de corte, esta verificação consiste em garantir que: vsd ≤ αc ν fcdbw , cotgθ + tgθ (2.5) onde αc traduz a influência favorável de eventuais esforços normais de compressão. Como αc ≥ 1 , está-se do lado da segurança se se tomar αc = 1 . O factor ν é um factor de redução da resistência do betão para ter em conta o facto de se tratar de betão com fissuras de esforço transverso e é dado por: ⎛ f ⎞ ν = 0.60 ⎜⎜⎜1 − ck ⎟⎟⎟ , 250 ⎟⎠ ⎝ (2.6) onde fck denota o valor característico da resistência do betão referida a provetes cilíndricos e expressa em MPa. O factor bw representa a largura da alma. Chama-se a atenção para que a Eq. (2.5) é válida para estribos verticais. Vejamos então como determinar o fluxo de corte tendo em conta a influência da variação de altura da secção e da presença de torção. 3 3. Determinação do fluxo de corte 3.1. Vigas de altura variável A figura seguinte mostra um troço elementar de viga-caixão com altura variável. z −dz dx z V M +dM Fc Fc+dFc V +dV i >0 dz =idx dx ALÇADO DA VIGA DIAGRAMA DE CORPO LIVRO DO BANZO SUPERIOR Figura 3 — Viga-caixão com altura variável — cálculo do fluxo de corte nas almas. Estude-se o equilíbrio do banzo superior. Ora, de acordo com a figura, tem-se: Fc + 2vdx = Fc + dFc ⇔ v = dFc (3.1) 2dx Por outro lado, sabe-se que em estado limite último: Fc = M M + dM ; e que Fc + dFc = . Destas duas equações tira-se que: z z − idx dFc = M ⋅ i ⋅ dx / z + dM . z Substituindo esta Eq. na Eq. (3.1) e considerando que V = dM / dx , obtém-se a Eq. pretendida: M 1 ⎛V vsd = ⎜⎜⎜ sd + sd 2 ⎜⎝ z z2 ⎟⎞ i ⎟⎟ ⎟⎠ (3.2) onde: – vsd representa o fluxo de corte actuante em cada alma; – Vsd e M sd representam os valores de cálculo de, respectivamente, esforço transverso e momento flector na secção em estudo; – z representa o braço das forças internas; – i representa a inclinação do banzo inferior, considerado positiva quando a altura diminui quando se caminha da esquerda para a direita e negativa no caso contrário. As diferentes grandezas intervenientes na Eq. (3.2) devem ser introduzidas com o verdadeiro sinal. Haverá secções onde a inclinação do banzo é favorável, isto é reduz o 4 fluxo de corte, e secções onde é desfavorável, isto é, aumenta o fluxo de corte. A Figura 4 mostra uma situação típica de viga de altura variável, pondo em evidência as zonas onde a inclinação do banzo é favorável e as zonas onde é desfavorável. i favorável i desfavorável i favorável Figura 4 — Zonas onde a inclinação do banzo é favorável ou desfavorável do ponto de vista do esforço tranverso. É interessante notar que no exemplo típico mostrado na Figura 4 pode concluir-se que a inclinação do banzo é globalmente favorável, pois na zona em que é desfavorável (zona do vão) os esforços transversos são pequenos. 3.2. Vigas sujeitas a esforço transverso com torção Conforme é sabido, nas secções em caixão a torção é principalmente resistida por um fluxo de corte fechado com valor constante ao longo do perímetro médio das paredes do caixão, sendo perfeitamente desprezável a contribuição das consolas. O fluxo de corte provocado pelo momento torsor é dado pela fórmula seguinte, conhecida como primeira fórmula de Bredt: vsd = Tsd 2A0 (3.3) , onde, como indicado na Figura 5, a área A0 denota a área delimitada pelas linhas médias das paredes que compõem o caixão. A0 Msd Tsd z Vsd vsd i Figura 5 — Secção em caixão sujeita a flexão, esforço transverso e torção. Para determinar o fluxo de corte total, basta adicionar o fluxo provocado pelo esforço transverso (Eq. (3.2)) com o fluxo provocado pela torção (Eq. (3.3)), ou seja: vsd = T ⎞⎟ 1 ⎛⎜Vsd M sd ⎜⎜ + 2 i + sd ⎟⎟ . A0 ⎠⎟ 2 ⎜⎝ z z 5 (3.4) 4. Interacção entre esforço transverso e flexão transversal Nas secções anteriores viu-se como calcular a área dos estribos na hipótese de corte puro, isto é, corte sem flexão transversal. Apresenta-se de seguida um método de cálculo dessas armaduras tendo em conta o efeito conjunto do corte e da flexão transversal baseado em Menn (1990). Calcular as armaduras para cada esforço em separado e adicioná-las depois não é um procedimento correcto, pois não leva em conta o comportamento da alma em estado limite último. A Figura 6 representa o modelo de treliça de um troço de viga, admitindo estribos verticais e bielas com inclinação genérica θ . A força de compressão nas bielas é denotada por Fb . z Fb Vsd θ vsd cotgθ z cotgθ z cotgθ Figura 6 — Modelo de treliça de um troço genérico de viga. Por razões de equilíbrio facilmente se observa que a componente vertical de Fb é igual a Vsd . Por outro lado, como mostrado na figura, o comprimento de influência da biela é igual a zcotgθ . Portanto, dividindo a componente vertical da força na biela por zcotgθ , obtémse Vsd / (zcotgθ) . Mas Vsd / z é o fluxo de corte vsd . Assim, conclui-se que a compressão vertical na alma distribuída ao longo da direcção longitudinal é igual a vsd / cotgθ (Ver Figura 7) vsd cotgθ Figura 7 — Componente vertical da compressão na alma devida ao corte. Ora, acontece que esta compressão não mobiliza a largura total da alma, visto que, por razões construtivas (facilidade de betonagem, espaço para alojar cabos e ancoragens de préesforço) a largura adoptada para as almas é, regra geral, superior à largura mínima requerida para o não esmagamento das bielas de betão. A parte excedentária pode ser aproveitada para a resistência à flexão transversal, conforme vai ser explicado. Começa-se por determinar a largura mínima requerida para o não esmagamento das bielas de betão, denotada por bw ,req . De acordo com a Eq. (2.5) e tomando αc = 1 , tem-se: 6 bw ,req = vsd ν fcd (cotgθ + tgθ ) . (4.1) Pode considerar-se que a componente vertical da compressão na alma mobiliza apenas a largura bw ,req . Numa situação de corte puro, isto é, não havendo flexão transversal, esta força é centrada com o eixo da alma, podendo estabelecer-se o equilíbrio mostrado na Figura 8. vsd cotgθ fse bw,req fsi Figura 8 — Equilíbrio de um troço de alma sem flexão transversal. As forças fse e fsi designam, respectivamente, a força no ramo exterior e a força no ramo interior dos estribos. Portanto, não havendo flexão transversal, as forças nos ramos são idênticas e iguais a: fse = fsi = vsd 2cotgθ (4.2) . Se deslocarmos agora o bloco comprimido para um dos lados, consegue-se um momento flector, mesmo sem alterar as forças nos estribos. Determine-se, então, o momento resistente, mRd ,1 , que se consegue obter deslocando o bloco comprimido o mais para a esquerda possível, sem alterar as forças nos estribos (Figura 9). bw mRd,1 c c vsd cotgθ 0 bw,req fsi fse Figura 9 — Cálculo de mRd ,1 . Por equilíbrio obtém-se: mRd ,1 = vsd 2cotgθ (bw − bw,req ) . (4.3) Aumente-se agora este momento fazendo variar a força nos estribos até que a força no estribo exterior se anule. Esta situação limite, a que corresponde o momento mRd ,2 , está representada na Figura 10: 7 bw mRd,2 c vsd cotgθ bw,req fsi Figura 10 — Cálculo de mRd ,2 . Novamente, por equilíbrio obtém-se: mRd ,2 = vsd (b − 0.5bw,req − c ) . cotgθ w (4.4) Posto isto, pode esquematizar-se o procedimento para o cálculo da força nos estribos em função do fluxo de corte na alma vsd e do momento flector transversal msd : 1) Se msd ≤ mRd ,1 , então: vsd fse = fsi = 2cotgθ (4.5) . 2) Se mRd ,1 < msd ≤ mRd ,2 , então: fsi = msd + vsd 0.5bw,req − c cotgθ ; bw − 2c ( ) fse = vsd cotgθ − fsi . (4.6) Se msd > mRd ,2 , significa que se tem de recorrer a compressão adicional no betão. Entretanto, a força no estribo exterior já se anulou (Figura 11). bw c msd vsd cotgθ νfcd x bw,req fsi Figura 11 — Cálculo de fsi quando msd > mRd ,2 . Por equilíbrio, facilmente se conclui que: fsi = onde x = vsd cotgθ (4.7) + ν fcd x , −b '± b '2 − 4a ' c ' , e: 2a ' a ' = 0.50ν fcd ; b ' = vsd cotgθ − ν fcd (bw − c ); c ' = msd − 8 vsd cotgθ (bw − 0.5bw,req − c ) . 5. Exemplo Considere-se a secção representada na Figura 12 com as características geométricas, esforços e materiais aí indicados. Os dados são reais. 1 Msd Tsd bw z Geometria: z = 7.15 m b0 = 6.40 m bw = 0.40 m i = 0.125 m c = 0.043 m (Recobrimento dos estribos a eixo) 1 Vsd i b0 Esforços: Msd Vsd Tsd msd = = = = -1360000 KNm 43784 KN 378 KNm 137 KNm (Secção 1) Materiais: Betão: C40/50 (fcd =26.7 MPa) Aço: A500 (fsyd =435 MPa) Figura 12 — Dados da secção do exemplo. Pretende-se determinar as áreas dos estribos, exterior e interior, na secção 1, assinalada na figura. Resolução: Começa-se por determinar o fluxo de corte na alma esquerda da secção: ⎞⎟ 1 1 ⎛ 43784 −1360000 378 ⎟ = (6123.6 − 3325 + 8.3) = 1404 KN/m. + 0.125 + vsd = ⎜⎜⎜ 2 ⎝ 7.15 6.40 × 7.15 ⎟⎠⎟ 2 7.152 Repare-se o benefício de considerar a influência da inclinação do banzo: o fluxo de corte reduz-se sensivelmente para metade. Em seguida determina-se a largura mínima da alma requerida para o não esmagamento das bielas de betão: ⎛ 40 ⎟⎞ ⎟ = 0.50 ; ν = 0.60 ⎜⎜1 − ⎜⎝ 250 ⎟⎟⎠ bw ,req = 1404 0.50 × 26.7 × 103 (cotg30º +tg30º) = 0.243 . Adoptando bielas a 30º, o momento resistente da alma sem alteração da força nos estribos é igual a: mRd ,1 = 1404 (0.40 − 0.243) = 63.6 KNm. 2 × 1.732 mRd ,2 = 1404 (0.40 − 0.5 × 0.243 − 0.043) = 190.9 KNm. 1.732 Portanto, mRd ,1 < msd < mRd ,2 . Assim, usando as expressões apropriadas para esta situação tem-se: fsi = 137 + 1404 (0.5 × 0.243 − 0.043) 1.732 = 639 KN/m; 0.40 − 2 × 0.043 9 Asi = 639 / 43.5 = 14.7 cm2 /m s fse = 1404 − 639 = 172 KN/m; 1.732 Ase s = 172 / 43.5 = 3.9 cm2 /m ; Se não existisse flexão transversal, a armadura necessária seria: Asw s = 1404 = 18.6 cm2 /m , e portanto 9.3 cm2 em cada ramo. 43.5 × 1.732 6. Conclusões Analisou-se nesta comunicação, um procedimento para o cálculo das armaduras transversais em almas de vigas-caixão baseado no conceito de fluxo de corte e na interacção com a flexão transversal. Para além das características geométricas da seção, os dados necessários são os esforços longitudinais Vsd , Msd e Tsd e ainda o momento transversal msd . Resume-se de seguida a sequência da análise: 1) Começa-se por determinar o fluxo de corte na alma: vsd = a) Corte simples: 1 Vsd . 2 z M 1 ⎛V b) Quando a viga é de altura variável: vsd = ⎜⎜⎜ sd + sd 2 ⎜⎝ z z2 vsd = c) Quando existe momento torsor: ⎞⎟ i ⎟⎟ . ⎠⎟ T ⎞⎟ 1 ⎛⎜Vsd M sd ⎜⎜ + 2 i + sd ⎟⎟ . A0 ⎟⎠ 2 ⎜⎝ z z 2) Se não existir flexão transversal a armadura necessária é dada por: Asw vsd = s fsyd cotgθ 3) Se existir flexão transversal, determina-se a largura mínima da alma requerida para o não esmagamento das bielas de betão: bw ,req = vsd ν fcd (cotgθ + tgθ ) . 4) Determinam-se os momentos: mRd ,1 = mRd ,2 = vsd 2cotgθ vsd cotgθ (bw − bw,req ) (bw − 0.5bw,req − c ) 5) Finalmente, em função da posição relativa de msd face a mRd ,1 e mRd ,2 , determinam-se as forças nos estribos e as correspondentes áreas de armadura, usando as fórmulas apropriadas apresentadas na comunicação. Refere-se que os banzos superior e inferior do caixão também estão sujeitos a corte e a flexão transversal, podendo determinar-se as armaduras transversais por um procedimento exactamente igual. Em geral nos banzos, particularmente o banzo superior, a flexão 10 costuma ser dominante face ao corte, enquanto que nas almas o corte costuma ser dominante. Finalmente, como última nota, refere-se que o peso do banzo inferior (e eventuais sobrecargas que nele actuem), está suspenso nas almas, pelo que é necessário adicionar à armadura das almas calculada pelo procedimento explicado, a armadura de suspensão. Bibliografia EN 1992-1-1 (2004). Eurocode 2: Design of concrete structures - Part 1-1: General rules and rules for buildings. Comité Européen de Normalization (CEN), Brussels. Menn, C. (1994). Prestressed Concrete Bridges. Birkhäuser Verlag, Basel. 11