Cursos
e
Eventos
III Encontro Internacional de Ortodontia da UNOESTE
Data: 8 e 9 de dezembro de 2006
Local: Presidente Prudente / SP
Informações: (18) 3222-2835 - Michele
(18) 3221-8321 - Mary
25º CIOSP
Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo
Data: 27 a 31 de janeiro de 2007
Local: Anhembi - São Paulo / SP
Informações: [email protected] ou [email protected]
www.ciosp.com.br
(11) 6221-3810
(11) 3221-7204
IV Congreso Internacional De La Sociedad Ecuatoriana De Ortodoncia
Data: 1 e 2 de fevereiro de 2007
Local: Quito, Hotel J.W. Marriott
Informações: [email protected]
www.soopecuador.com
50 Congresso Internacional Dental Press
1a Mostra Científica Dental Press
Data: 19, 20 e 21 de abril de 2007
Local: Maringá / PR
Informações: [email protected]
(44) 3262-2425
6º Congresso ABOR 2007 - Rio Grande do Sul
Data: 10 a 13 de outubro de 2007
Local: Gramado / RS
Informações: [email protected]
www.sogaor.org.br
(51) 3330-9583
R Dental Press Ortodon Ortop Facial
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Maringá, v. 11, n. 6, p. 10, nov./dez. 2006
Acontecimentos
Tratamentos e inovações:
2º Congresso Internacional de Ortodontia
e Ortopedia Facial da AMEO
Cerca de 700 pessoas participaram, nos dias 17, 18 e 19 de agosto de 2006, em Belo Horizonte,
do 2º Congresso Internacional de Ortodontia e Ortopedia Facial de Minas Gerais, promovido pela
Associação Mineira de Especialistas em Ortodontia e Ortopedia Facial (AMEO)
Palestras e debates movimentaram o evento, que
também reconhecido como um excelente guitarriscontou com a participação de profissionais de várias
ta, amante do rock dos anos 60 e 70.
partes do país. No primeiro dia, o destaque foi a paImportantes empresas ligadas à área de saúde
lestra do professor e reitor da Puc-Minas, Dr. Eusbucal também estiveram presentes na Feira de Extáquio Araújo, que falou sobre experiência científica
posições realizada paralelamente ao evento, onde os
e prática para os tratamentos da mordida aberta.
congressistas puderam conhecer e adquirir as últimas
Já no segundo dia, o grande destaque foi a palesnovidades em equipamentos e serviços do setor.
tra do professor norte-americano Dr. Patrick Turley, que mostrou seus trabalhos
para o diagnóstico e o tratamento precoce da má oclusão de Classe III.
O renomado professor coreano Dr.
Hee-Moon Kyung falou, no terceiro dia,
aos congressistas sobre o emprego de
miniimplantes de titânio como auxiliares para a movimentação dos dentes. Dr.
Kyung, maior autoridade atual sobre o
assunto, mostrou que o uso desses parafusos é certamente um dos melhores reDr. Adauto Lopes (Tesoureiro da AMEO e do Congresso), Dr. Marcelo Reis Fraga (Dicursos que a Ortodontia recente poderá retor Científico da AMEO e Presidente do Congresso), Dr. Luiz Fernando Eto (Tesouoferecer para tratamentos complexos.
reiro da AMEO e Diretor da Programação Científica do Congresso), Dr. Hee-Moon
Além disso, durante o evento, foi Kyung (palestrante internacional do Congresso) e Dr. Marcelo Marigo (Presidente
da AMEO).
realizada também a X Jornada de Ortodontia da AMEO, com palestras de representantes dos cursos de especialização do
Estado de Minas Gerais.
Na programação cultural do 2º CIOOF, uma festa de confraternização animou os participantes com o som da
banda “Bebeto e seus Acéfalos”, que anos
atrás se apresentava em palcos da cidade
e é formada somente por dentistas. Junto
com a banda, uma atração internacional
foi destaque e surpreendeu: Dr. Patrick
Turley que, além de ser reverenciado em Diretoria da AMEO e organizadores do evento: Dra. Mariele Cristina Garcia Pantuzo,
Dra. Ana Cristina Fernandez Aguiar, Dra. Alessandra Simões, Dr. Adauto Lopes, Dr.
todo mundo por sua competente atuação Luiz Fernando Eto, Dra. Anna Carolina Rangel de Carvalho, Dr. Marcelo Marigo, Dr.
na área de Ortodontia, mostrou porque é José Mauricio de Barros Vieira, Dr. José Eymard Bicalho e Dr. Marcelo Reis Fraga.
R Dental Press Ortodon Ortop Facial
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Maringá, v. 11, n. 6, p. 11-14, nov./dez. 2006
Acontecimentos
P. H. Buschang em Bonito-MS
Promovido pela Associação dos Ex-alunos de Ortodontia de Araraquara, de 28 a 30 de setembro, na cidade
de Bonito-MS, o 10º Encontro de Ex-alunos teve também realizado, simultaneamente, o I Encontro Internacional Prof. Dr. Joel Cláudio da Rosa Martins. O convidado internacional foi o professor P. H. Buschang, do
Departamento de Ortodontia na “Baylor College of Dentistry”, Dallas - EUA. Inúmeros trabalhos foram apresentados durante o evento pelos ex-alunos, demonstrando como a tradição em pesquisa passou a ser uma marca
da Ortodontia nacional, fomentada, sem dúvida, também pelo grupo da UNESP de Araraquara.
P. H. Buschang, da “Baylor College of Dentistry”, Dallas-EUA, durante palestra no evento.
Da esquerda para a direita: Dra. Marcia Gandini e Dr. Luiz Gandini, Prof. Buschang,
Dra. Lídia Martins, Dr. Ary dos Santos-Pinto e Dr. Dirceu Raveli, reunidos durante o 10º
Encontro de Ex-alunos de Ortodontia de Araraquara.
Sociedade Brasileira de Ortodontia
Nos dias 20, 21 e 22 de julho, a SBO (Sociedade
Brasileira de Ortodontia) realizou o IV ORTO RIO
PREMIUM, na Escola de Guerra Naval, no Rio de
Janeiro, com a participação de seis convidados internacionais: Dr. Jésus Fernandez, Dr. André-Jean
Hörn, Dra. Isabelle Thiers, Dr. André Ferreira, Dr.
Derek Mahony e Dr. Lionel Sadowsky, sendo que
este último - por motivo de acidente - não pode estar no Rio de Janeiro e, assim, sua apresentação foi
realizada através de vídeo-conferência, tornando-se
a primeira desta modalidade, não só da Ortodontia
como da Odontologia brasileira, com total sucesso.
Nesta mesma oportunidade foi feito o comunicado oficial de que a Library of Congress in Washington/DC e a National Library of Medicine solicitaram o Livro “50 anos da Sociedade Brasileira de
Ortodontia - sua história e trajetória científica”, para
fazer parte do acervo das mesmas nos EUA.
R Dental Press Ortodon Ortop Facial
Diretoria da SBO durante o evento. Da esquerda para a direita: Dra.
Valéria Sother de Oliveira, Dr. Oswaldo de Vasconcelos Vilella, Dr.
José Alexandre Credmann Bottrel (Vice Presidente da SBO e Presidente do IV ORTO RIO PREMIUM), Tenente Renata (colaboradora
da Escola de Guerra Naval), Dr. Eduardo Kant Rothier, Dr. Eduardo
Kant Colunga Rothier e Dr. José Eduardo Raso Eulálio.
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Maringá, v. 11, n. 6, p. 11-14, nov./dez. 2006
Acontecimentos
4º Encontro Internacional Dental Press
Reunidos, entre os dias 7 e 9 de setembro, em Maringá/PR, vários ortodontistas do país discutiram o
tema “Tratamento em adultos”.
O evento contou com participantes de todo o país.
Os palestrantes foram: Dr. Vincent Kokich (EUA),
Dr. Carlos Eduardo Francischone, Dr. Marcos Janson,
Dr. Leopoldino Capelozza Filho, todos de Bauru/SP,
e Dr. Jorge Faber (Brasília/DF).
O evento também comemorou os 10 anos de circulação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, sua inclusão na Biblioteca SciELO e a
qualificação Qualis A pela CAPES.
Mais de 500 ortodontistas reuniram-se em Maringá, no 4º
Congresso Internacional Dental Press.
Dr. Alberto Consolaro, professor da FOB/USP, responsável
pela abertura solene do evento.
Dr. Carlos Eduardo Francischone, durante sua palestra, no
primeiro dia do Congresso Internacional Dental Press.
Neste ano, o expositores foram: Abzil, Dental Morelli,
Quinelato, Orthomax, OrthoSource, Top Dent, Dental Tóta
Livraria, N&F Ortho Dental e TP Orthodontics.
Dr. Marcos Janson, de maneira muito empática, apresentou o tema “Manejo clínico de situações atípicas em
pacientes adultos”.
Durante os intervalos, os profissionais compartilhavam
as novidades, aplicações clínicas e aproveitavam para
conhecer as novidades dos expositores.
Dra. Silvia Barreto Ramos, esposa do Dr. Adilson Ramos,
editor da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia
Facial, que comemorou 10 anos de lançamento.
Durante o jantar de confraternização do evento, Dr. Alberto Consolaro e sua esposa Dra. Maria Fernanda, ambos de
Bauru, juntos com a Dra. Teresa Furquim.
O convidado internacional, palestrante americano Dr.
Vincent Kokich, prendeu a atenção dos participantes com
sua ampla casuística e experiência transdisciplinar.
Dr. Jorge Faber apresentou o tema “As mais novas evoluções do tratamento ortodôntico de adultos”, compartilhando sua experiência relacionada à integração Ortodontia/Periodontia/Prótese.
Dr. Laurindo Furquim, presidente do Congresso e publisher
da Dental Press, foi homenageado pelo professor Jorge
Faber. Na foto, ambos na entrega do certificado e lembrança ao palestrante.
Dr. Leopoldino Capelozza Filho encerrou o evento com o
tema “Diagnóstico com base na morfologia: o conceito
levado ao extremo”. Apresentou sua experiência e questionou antigas metodologias.
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Maringá, v. 11, n. 6, p. 11-14, nov./dez. 2006
Acontecimentos
15º Congresso Brasileiro de Ortodontia
Funcional dos Maxilares. As conferências abordaram
assuntos como a possibilidade de aliar a Ortodontia a
outras áreas da saúde, como a Fonoaudiologia e a Otorrinolaringologia.
“A Ortodontia é multidisciplinar” foi o tema do
15º Congresso Brasileiro de Ortodontia, realizado de
4 a 7 de outubro, em São Paulo, reunindo especialistas
nacionais e internacionais em Ortodontia e Ortopedia
Alessandro Bellato (Porto Alegre/RS) e Eduardo Kenji
Nakamura (Esteio/RS).
Dr. S. Interlandi e sua esposa Solange Fantini juntos com
Dr. Laurindo Furquim, no estande da Dental Press.
Gabriela Rocha (Aracaju/SE) e Dr. Messias Rodrigues, autor do livro “Técnica Straigth-Wire Simplificada”.
Valeska Rojo (São Paulo/SP), Patrici Lote (São José dos
Campos/SP) e Débora Justi.
Dras. Galbanha Sá, Vera Noronha e Joe Silva, todas de
Boa Vista/RR.
Teresa Furquim, diretora da Dental Press e Dr. Miguel Nobre,
presidente do Conselho Federal de Odontologia - CFO.
Dr. Laurindo Furquim, Dr. Leopoldino Capelozza Filho e Dr.
Gustavo Moura (Botucatu/SP).
Marco Girandi (Garibaldi/RS) e Edemar Pilon (Rio Grande/RS).
Mariana Magalhães, Marina Machado Rôla e Ana Tereza
Alcântara (Fortaleza/CE).
Danieli Pereira, Aline Cristófaro e Aline Pereira (RJ).
Tania Regina e Ivan Guinsburg (Taubaté/SP).
Evely Brum e Fabiane Luz (Rio de Janeiro/RJ).
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Maringá, v. 11, n. 6, p. 11-14, nov./dez. 2006
O
que há de novo na
Odontologia
O reconhecimento facial é baseado na comparação das
faces com padrões pré-estabelecidos
Jorge Faber*
A rica e imediata percepção de uma face familiar,
incluindo sua identidade, expressão e mesmo intenção,
é uma das mais impressionantes faculdades divididas
pelo cérebro humano e de primatas não-humanos.
O reconhecimento revela uma habilidade sofisticada
de captar sutis variações morfológicas entre indivíduos, já que não existem duas pessoas exatamente iguais.
Esse processo se beneficia da caricaturização, ou seja,
o exagero de alguns aspectos que se distinguem da
norma, como, por exemplo, um dorso de nariz proeminente. Apesar do grande número de trabalhos que
se detém sobre a estética da face e os fatores preditivos de diminuição ou aumento de escores da beleza
facial, um número relativamente restrito de artigos
focou um aspecto relevante – como percebemos a diferença entre as faces?
Um grupo de pesquisadores publicou na revista
Nature1 achados interessantes, que trazem importantes dados a respeito dessa questão. Microeletrodos foram posicionados em dois macacos (Macaca mulatta)
na região do córtex inferotemporal anterior, extracelularmente. Essa área sabidamente contém neurônios
que respondem à face e outros padrões visuais complexos. A seguir, faces foram apresentadas aos animais
com alterações incrementais em diferentes sentidos
do espaço. As modificações foram produzidas a partir
de uma face padrão, obtida de escaneamentos a laser em 3D. As respostas neuronais foram monitoradas
para cada face apresentada.
Os resultados dos neurônios testados foram muito consistentes. As células exibiram aumentos lineares nos potenciais de ação em função da identidade
facial. As células foram capazes de discriminar entre
duas faces sutilmente diferentes nas séries sucessivas
apresentadas, mesmo para diferenças muito abaixo
dos níveis de reconhecimento sugeridos pelos dados
comportamentais.
Esses achados sugerem que a identificação de uma
face é o resultado de um processo interno de comparação com um padrão básico (Fig. 1). Esse padrão
é possivelmente construído após a exposição a inúmeras faces. O mecanismo baseado no padrão pode
também explicar porque nosso reconhecimento da
face é tão imediato e sem esforço e também porque,
ao mesmo tempo, nós temos tão pouca percepção intuitiva de como realizamos essa tarefa.
R Dental Press Ortodon Ortop Facial
O tópico abordado nesse artigo abre várias lacunas para pesquisas que podem elucidar importantes
questionamentos na Odontologia. O primeiro é: será
que a forma de identificação de um sorriso obedece
ao mesmo mecanismo de uma face, ou seja, temos um
padrão forjado por nossa exposição a vários sorrisos
e distinguimos os vários fenótipos a partir da distância do padrão? Caso a forma de identificação seja a
mesma, será que o sorriso agradável é o padrão ou
ele se distancia do padrão tanto quanto um sorriso
desagradável, só que em direção oposta? Essas e outras perguntas poderiam ser assuntos de interessantes
pesquisas de mestrado e doutorado.
FIGURA 1 - A identificação de uma face é um processo de comparação
da distância relativa “D” da face padrão (no centro dos eixos cartesianos)
daquela sob análise. Quanto maior a distância, maior é o potencial de ação
dos neurônios envolvidos no processo.
1.
LEOPOLD, D. A.; BONDAR, IV; GIESE, M. A. Norm-based face
encoding by single neurons in the monkey inferotemporal cortex. Nature, London, v. 442, p. 572-575, Aug. 2006.
* Doutor em Biologia - Morfologia, Laboratório de Microscopia Eletrônica da Universidade de Brasília. Mestre em Ortodontia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Clínica privada focada no atendimento de
pacientes adultos.
15
Maringá, v. 11, n. 6, p. 15, nov./dez. 2006
Insight Ortodôntico
Equistatina como inibidor da reabsorção radicular
ortodonticamente induzida: a essência não está
no resumo e conclusões
Alberto Consolaro
Professor Titular em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP
Muitos colegas se atualizam pelos resumos, verdaA ciência procura sempre a verdade absoluta, mas
o relativismo da vida faz a verdade ser passageira,
deiros cartões de visitas de um artigo, carregados
contextual, frágil e substituída a qualquer momento
de adjetivos e argumentos implícitos de que o trapor uma nova forma de ver o mesmo fenômeno.
balho só apresenta virtudes e verdades inquestioNa essência, o conhecimento científico deve
náveis. Afinal, todos caprichamos muito em nossos
ser metódico, reproduzível em qualquer lugar do
cartões de visita ... ou não?
mundo, desde que sob as mesmas
As conclusões são interpretativas
condições e, principalmente, deve
e muitas vezes representam verdaser público, publicado ou disponideiras sínteses dos resultados. Muitas
bilizado. Quando um conhecimenvezes, o início das conclusões está
to novo é gerado e utilizado para
precedido por... com base na metoganhar dinheiro e poder, passamos
dologia utilizada... ! E se a metodolopara o campo da tecnologia.
gia não foi adequada e apropriada, ao
Um trabalho, só porque foi puler apenas o resumo e/ou as conclublicado, não tem a chancela de bom,
sões o leitor pode estar consumindo
verdadeiro e inquestionável. Pelo
informação e conhecimento equivocontrário, agora publicado passará
cados! E claro, retransmitirá isto para
a ser analisado por todos, criticado,
seus colegas, alunos e aplicará este
desprezado ou valorizado pela sua
“conhecimento” em sua prática clíniqualidade, ou seja, será citado como
ca, ou melhor, em seus pacientes.
bom ou ruim, ou apenas ignorado,
Quantas monografias, dissertacitado por poucos ou por ninguém. FIGURA 1 - Aspectos oclusais dos dentes ções, teses e trabalhos são publicaUma nova cultura poder-se-ia do rato da linhagem Wistar.
dos com base apenas em leituras
estabelecer e remover dos trabalhos os resumos e
apressadas de resenhas, resumos e conclusões?
as conclusões. Muitos dos melhores periódicos do
Em fevereiro de 2006, no American Journal of
Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, uma
mundo não têm estas partes em seus artigos. Em traequipe de pesquisadores liderados por Talic8, de
balhos científicos, na medida do possível, recomenda-se evitar os adjetivos, priorizar os substantivos e
Riad, na Arábia Saudita, com outros pesquisadoverbos. Os resumos e conclusões representam a parres de Chicago, nos Estados Unidos, avaliaram o
efeito da equistatina como inibidor da reabsorção
te mais subjetiva de um trabalho, a mais carregada
radicular induzida ortodonticamente (Inhibition
de adjetivos, talvez porque são feitos pelos próprios
autores. Se nos trabalhos não houvessem resumos ou
of orthodontically induced root resorption with
echistatin, an RGD-containing peptide).
conclusões os leitores obrigatoriamente haveriam de
ler o material e métodos e os resultados. Haveriam
No referido trabalho8 foram usados 14 ratos manecessariamente que analisar melhor os artigos.
chos, divididos em 2 grupos experimentais: 7 rece-
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16
Maringá, v. 11, n. 6, p. 16-18, nov./dez. 2006
Consolaro, a.
trabalhos sobre o tema, mas principalmente aflora
beram equistatina e 7 constituíram o grupo controle.
a necessidade de critérios e design de metodologia
O modelo experimental de movimentação dentária
induzida escolhido utilizou bandas de elásticos apliadequados. Os corpos editoriais dos periódicos pocadas entre o primeiro e segundo molares superiores,
deriam estar mais atentos. Estas são as razões que
preconizado em 1954 por Waldo e Rothblatt10.
nos remeteram a estas reflexões, neste trabalho:
1) O modelo de movimentação dentária inA equistatina foi infundida em cateter na jugular
duzida em ratos com elásticos, na literatura, é reinterna durante 8h e 30min, imediatamente após a
conhecidamente ruim, pois não se tem controle
colocação da banda de elástico. Após 24h de movisobre a força aplicada, direção e tempo, enfim, é
mento dentário, os animais foram mortos e o matealeatório e impreciso. Não é metódico, não é rerial coletado para análise com colorações especiais
produzível com segurança.
para os clastos. Na histomorfometria quantificou-se
2) Sete animais em cada grupo, para tão nobre
a quantidade de clastos e de reabsorção radicular,
objetivo, é muito pouco. O tão nobre objetivo é:
quanto ao percentual e número de lacunas na raiz
descobrir uma droga que inibe a reabsorção radimesiovestibular do primeiro molar superior. Não se
cular em Ortodontia. No caso, a referida droga foi
apresentou fotomicrografias com clastos e lacunas
infundida em cateter por 8h e 30min, mas mesmo
na superfície, como se mostrou na superfície óssea.
assim sugeriu-se, nas concluNos dentes do lado mosões, a aplicação clínica do
vimentado dos animais
protocolo.
que receberam equistatina
3) O primeiro molar
a quantidade de reabsorsuperior de ratos represenções radiculares foi estatista um modelo maravilhoso
ticamente semelhante à dos
de movimentação dentária
dentes do lado não moviprincipalmentado. Ou seja o movi- FIGURA 2 - Molares dos dentes de ratos Wistar seccionados para experimental,
mente quando se usa apamento dentário não aumen- melhor visualização da relação do osso alveolar e raízes dentárias.
relhos fixos e não elásticos4.
tou ou diminuiu o número
de clastos no ligamento periodontal. A diferença
A raiz mesiovestibular é ideal, neste modelo, para
quanto ao percentual e superfície reabsorvida foi
se verificar o efeito de forças leves e moderadas.
com o grupo de animais controle no lado moviNos períodos de 3, 5, 7 e 9 dias não se observam
mentado com o lado movimentado do grupo expereabsorções nesta raiz, mesmo quando as forças
rimental. O número de clastos não revelou diferenaplicadas sobre este dente são intensas ou severas.
ças entre os lados de pressão e de tensão nos dentes
Esta raiz é a maior do primeiro molar superior do
movimentados, quando imunomarcados e quantifirato e difunde homogeneamente as forças aplicacados histomorfometricamente, tanto na raiz como
das. Quando ocorrem reabsorções neste modelo,
na superfície óssea.
elas ocorrem nas demais raízes do primeiro molar
A conclusão foi: a equistatina, sistemicamensuperior5,6,9.
te aplicada, inibe a reabsorção radicular induzida
4) O tempo experimental neste modelo para
ortodonticamente e sugere o uso clínico deste esque ocorram reabsorções microscopicamente
quema terapêutico. Conclui-se ainda que a equisdetectadas inicia em torno de 3 a 5 dias após a
tatina não afeta a diferenciação, a proliferação e a
aplicação da força na raiz distovestibular e demais
migração de células clásticas.
raízes e não na mesiovestibular2.
Os questionamentos surgidos após a leitura des5) Nas primeiras 24h o ligamento se comprime
te trabalho nos remetem à necessidade de novos
e o osso alveolar sofre deflexão óssea e estes dois
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Maringá, v. 11, n. 6, p. 16-18, nov./dez. 2006
Insight Ortodôntico
determinar a eficiência do medicamento. Há de se
considerar ainda que neste período experimental,
o uso de apenas 7 animais pode levar a equívocos
interpretativos pelas casualidades proporcionadas
pelo pequeno número de animais.
7) O microscópio de luz e a metodologia utilizada não oferecem oportunidade para avaliar a diferenciação, proliferação e migração de células. Para
isto requer-se modelos de cultura celular, imunomarcação, marcadores de proliferação celular e radioautografia para detectar movimentação celular, e
estas não foram aplicadas no trabalho examinado.
Depois de uma análise criteriosa do trabalho,
estimulada pelos maravilhosos título, resumo e
conclusões, percebi que deveria expressar minha
esperança de que resumos e conclusões não fizessem parte de um trabalho científico. Assim aumentaria a possibilidade de que material e métodos,
resultados e discussão fossem mais apreciados.
O resumo e as conclusões como porta de entrada de um trabalho científico têm grande valor.
Mas me parece óbvio que todos compreendam que
criei uma situação extrema ao sugerir a eliminação
do resumo e conclusões, mas me parece mais óbvio
ainda, reflexivo e extremo, que ao persistirem ambos os tópicos a maior parte das pessoas continuarão a lê-los exclusivamente, ignorando as demais
partes tão importantes de um trabalho científico,
pensando que estão adequadamente atualizadas.
fenômenos permitem uma movimentação passiva
do dente no alvéolo7. Neste período os clastos ainda não chegaram e se instalaram, não há organização de unidades osteorremodeladoras, lacunas de
Howship, enfim neste período de 24 horas o ligamento periodontal está desorganizado, o mesmo
ocorrendo com os osteoblastos e eventualmente
com os cementoblastos1,3,7. Quantificar os clastos
e estudá-los neste período não é exeqüível. É bem
provável que os clastos analisados já estivessem ali
presentes quando os animais foram submetidos ao
experimento de 24h de duração.
6) Nas raízes dos molares de ratos eventualmente
existem micro-áreas de reabsorção cementária e até
dentinária. São áreas minúsculas e muito eventuais
e esparsas, de tal modo que nem são consideradas
nos estudos experimentais; provavelmente decorrentes de microtraumatismos na vestibular e mesial
destes dentes durante a alimentação. Provavelmente
foram estas as reabsorções detectadas pelos autores
neste período experimental e nesta raiz. As fotomicrografias revelam estes aspectos morfológicos típicos da normalidade. A reabsorção dentária franca,
explícita neste modelo experimental, ocorre na raiz
distovestibular e não na mesiovestibular. Nos parece que o que foi observado faz parte habitual das
variações morfológicas próprias dos dentes de ratos.
O trabalho não mostra o que ocorreu com a raiz
mesiodistal e nem porque não foi a escolhida para
Referências
1.
2.
3.
4.
5.
6.
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mechanisms. In: CARLSON, D. S.; GOLDSTEIN, S. A. Bone
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Arbor: University of Michigan; Center for Human Growth and
Development, 1992. Craniofacial Growth Series, v. 27.
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induced root resorption with echistatin, a RGD-containing peptide. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 129, p.
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PEREIRA, A. A. C. Avaliação microscópica da influência de
anticoncepcionais e gravidez na movimentação dentária in-
R Dental Press Ortodon Ortop Facial
18
Maringá, v. 11, n. 6, p. 16-18, nov./dez. 2006
Entrevista
Durante muito tempo a Ortodontia esteve voltada para o atendimento e tratamento de crianças e adolescentes, com uma diversidade
de alternativas de tratamento para os mais diferentes tipos de má oclusão. Porém, o tratamento em adultos muitas vezes foi considerado inviável, tanto pelos problemas periodontais associados, ausências dentárias e suporte ósseo insuficiente como pela dificuldade no
tratamento ortodôntico pela falta de uma melhor integração entre as áreas como a Periodontia, Dentística Restauradora, Odontologia
Estética, Reabilitação Protética e Implantodontia.
Esta transdisciplinaridade associada aos grandes avanços tecnológicos e dos materiais tem propiciado a realização do tratamento
em adultos de forma racional e eficiente. Muitos estudos têm sido conduzidos sobre o tema, mas Dr. Vincent Kokich, com seu vasto
conhecimento e experiência clínica no tratamento de adultos, se tornou um dos professores mais requisitados em todo o mundo para
ministrar cursos e conferências sobre este tema tão importante, devido à sua complexidade.
Dr. Kokich foi presidente do American Board of Orthodontics (2000-2001) e da American Academy of Esthetic Dentistry (19981999), e participa como editor associado das mais importantes revistas da Ortodontia americana e como consultor científico em outros
periódicos também de grande projeção mundial. Os anos dedicados à Ortodontia podem ser vistos nos diversos capítulos de livros,
nos artigos científicos publicados nas mais importantes revistas científicas e nas suas apresentações em congressos, como o 4º Encontro
Internacional de Ortodontia Dental Press, realizado recentemente em Maringá.
Esta entrevista demonstra de uma maneira simples e objetiva, mas com imenso valor científico e clínico, um pouco do que o
Dr. Kokich nos trouxe durante este evento.
Rosely Suguino
Vincent G. Kokich
• Professor de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Washington - EUA;
• Clínica particular em Tacoma, Washington - EUA;
• Ex-Presidente do American Board of Orthodontics;
• Ex-Presidente da American Academy of Esthetic Dentistry;
• Publicou 15 capítulos de livros e mais de 100 artigos científicos;
• Ministrou mais de 500 cursos em encontros e congressos de
Ortodontia em vários países do mundo;
• Por sua excelência em Ortodontia, recebeu as seguintes
premiações: Strang Award (1994), Salzmann Award (1996),
Schluger Award (2000), Mershon Award (2001) e Dewel
Award (2002);
• Pertence ao corpo editorial das seguintes revistas: American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics,
The Angle Orthodontist, Practical Reviews of Orthodontics,
Journal of Esthetic Dentistry, Seminars in Orthodontics, Clinical
Orthodontics and Research, Dental Traumatology, The Australian Dental Journal e The British Journal of Orthodontics.
1) Dr. Kokich, já é conhecida a possibilidade de mover o pré-molar em um processo de
crista alveolar na mandíbula com pouca ou nenhuma perda óssea adicional e apoio de tecido. Na verdade, com o uso de miniimplantes,
a possibilidade de fechar espaços edêntulos
com movimento mesial de dentes posteriores
é uma realidade. Qual é a sua experiência com
o movimento mesial de molares nas mesmas
condições? Marcos Janson
Tenho fechado espaços edêntulos existentes,
resultantes de extração prévia de primeiros mo-
R Dental Press Ortodon Ortop Facial
lares, em várias ocasiões. Em algumas dessas situações, tenho visto alguma recessão secundária na
superfície vestibular da raiz mesiovestibular do
segundo molar inferior. Em outras situações, não
ocorre recessão. Por que haveria uma diferença?
Podem haver várias razões. Em primeiro lugar,
eu acredito que está relacionado ao fato de haver
ou não uma deiscência subjacente no osso sobre
a raiz mesiovestibular do molar. Se uma deiscência estiver presente, é provável que ocorra uma
recessão durante o fechamento de espaço. Segundo, a recessão provavelmente é correlacionada
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Maringá, v. 11, n. 6, p. 19-23, nov./dez. 2006
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III Encontro Internacional de Ortodontia da UNOESTE