INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO
PARA OS RELIGIOSOS(AS) HOJE
AQUECIMENTO GLOBAL
E
MUDANÇA CLIMÁTICA
Preparado pela Equipe de Trabalho sobre Aquecimento Global dos promotores de JPIC, Roma, Itália,
Março 2002
Se quiser enviar comentários e perguntas, ou deseja outras informações,
por favor, contacte: [email protected]
Web page: www.ofm-jpic.org/globalwarming
O impacto das mudanças climáticas em nossa vida
Introdução: Esta brochura pretende oferecer informações claras sobre o tema das mudanças
climáticas e o aquecimento global, bem como alguns instrumentos que lhe permitam identificar
esse tema no âmbito local, regional e nacional. Esperamos que esta brochura lhe faça
compreender melhor a complexidade do tema e a necessidade de se agir para salvar nosso
planeta.
Incluímos algumas fontes bíblicas e teológicas que poderão ser usadas para se trabalhar com
grupos e comunidades, bem como alguns Recursos para sua educação e formação permanente.
Este trabalho não é a resposta às mudanças climáticas e ao aquecimento global, mas às vezes o
simples fato de se saber onde buscar informações é já um passo importante para se iniciar a
tarefa.
Esta brochura tentará responder às seguintes questões:
O que é: aquecimento global e mudanças climáticas?
Quais são as causas do aquecimento global?
• Quais são as conseqüências no âmbito da justiça social?
• Quais são as suas implicações?
Por que o tema atinge e diz respeito às religiões?
O que diz nossa tradição religiosa a respeito da ecologia?
O que podemos fazer AGORA?
O que são as mudanças climáticas e o aquecimento global?
As atividades humanas estão alterando a composição química da atmosfera ao aumentar a
emissão dos gases que produzem o efeito estufa – principalmente: bióxido de carbono, metano e
óxido de nitrogênio. Devido a sua capacidade de captar calor, estes gases estão provocando o
aquecimento global.
A energia solar determina o clima e as condições atmosféricas do planeta, bem como a
temperatura de sua superfície; por outro lado a terra também emite energia que volta para o
espaço. Os gases atmosféricos que produzem o efeito estufa captam parte da energia emitida,
retendo calor, como fazem os vidros de uma estufa. Sem esse “efeito estufa” natural, as
temperaturas seriam muito mais baixas do que são agora, e a vida, tal como a conhecemos, não
seria possível. De fato, é graças aos gases que produzem o efeito estufa que a média da
temperatura da terra é de 15°C / 60° F.
Apesar do que foi dito, quando aumenta a concentração atmosférica de tais gases podem surgir
problemas. Desde o início da revolução industrial, a concentração atmosférica de bióxido de
carbono aumentou quase 30%, a de metano aumentou mais do que o dobro e as de óxido de
nitrogênio aumentaram cerca de 15%. Estes incrementos, por seu lado, aumentaram a capacidade
da atmosfera terrestre de captar o calor.
Por que está aumentando a concentração de gases que produzem o efeito estufa?
Os cientistas acreditam que o uso de combustíveis fósseis e outras atividades humanas são a
causa principal do aumento do bióxido de carbono e de outros gases.
•
•
•
As mudanças climáticas é um dos maiores desafios que o mundo enfrenta neste século
XXI;
Estudos recentes demonstraram que o aquecimento observado durante os últimos 50 anos
é devido, em grande parte, às atividades humanas;
O aquecimento do planeta no futuro será muito maior do que se pensava.
A maioria dos estudos sobre a aquecimento global coincidem em afirmar que enfrentamos um
aumento inevitável da temperatura terrestre e consideram a mudança climática como já tendo
começado. Em dezembro de 1997 a dezembro de 2000, o Painel Inter-governamental sobre as
Mudanças Climáticas (IPCC), integrado por mais de dois mil cientistas internacionais, nos
ofereceu um panorama da problemática atual:
• Serão mais graves e freqüentes os desastres naturais como: tremores de terra, inundações,
furacões, ciclones e secas. De fato, os grandes desastres climatológicos quadruplicaram
desde 1960.
• Calcula-se que a temperatura da terra aumentará numa média de 5°C (10°F) no próximo
século, embora em certas áreas, o aumento ainda possa ser maior. No Ártico, a calota
polar já diminuiu significativamente.
• Como as árvores desempenham um papel fundamental na absorção de bióxido de
carbono, a destruição das florestas está contribuindo, de modo importante, para o
aumento da concentração deste gás na atmosfera. Calcula-se que a crescente destruição
das florestas seja responsável por 20% da emissão de carbono provocada pelas atividades
humanas.
• Desde a II Guerra Mundial, o número de veículos a motor no mundo aumentou de 40
milhões para 680 milhões. Os veículos a motor contribuem para aumentar,
significativamente, a quantidade da emissão de bióxido de carbono na atmosfera
provocada pelo ser humano.
• Durante os últimos 50 anos consumimos, ao menos, a metade das fontes mundiais de
energia não renováveis, além de destruirmos mais da metade dos bosques do planeta.
Qual é a causa do aquecimento global?
O aquecimento global ocorre quando aumenta a concentração, na atmosfera, de certos gases,
conhecidos como gases que produzem o efeito estufa, por causa das atividades humanas e
industriais. O mais danoso destes gases é o bióxido de carbono (CO2), emitido para a atmosfera
como produto derivado do uso do carvão, do petróleo e do gás combustível. Sua concentração na
atmosfera também aumenta por causa dos incêndios florestais e da devastação das florestas.
Outro dos gases que provoca o efeito estufa, é o óxido de nitrogênio, é o produto das emissões
dos veículos e das indústrias, enquanto que as emissões de metano são causadas por atividades
tanto industriais como agrícolas. Os clorofluorcarbonos (CFC), além de serem gases que
provocam o efeito estufa por seu elevado potencial de provocação do aquecimento global,
também afetam gravemente a camada de ozônio; não obstante, atualmente, estes estejam
controlados em base ao Protocolo de Montreal.
O bióxido de carbono, os clorofluorocarbonos, o metano e o óxido de nitrogênio são gases
poluentes que se acumulam na atmosfera e captam o calor do sol, ocasionando o aquecimento
global. Embora os oceanos e as plantas captem grandes quantidades de bióxido de carbono, sua
capacidade diminuiu devido às emissões. Isto quer dizer que, cada ano, aumenta a quantidade de
gases acumulado na atmosfera provocando o efeito estufa, acelerando-se assim o aquecimento
global.
Nos últimos cem anos, o consumo mundial de energia aumentou notavelmente. Pelo menos 70%
da energia é consumida pelos países desenvolvidos, e 78% desta energia provém de combustíveis
fósseis. Isto gera um grande desequilíbrio, ficando algumas regiões muito empobrecidas enquanto
outras tiram enormes benefícios. Embora as fontes de energia renováveis (como o sol, o vento, a
água) possam desempenhar um papel muito importante na redução do uso dos combustíveis
fósseis, os fundos investidos neste campo continuam a ser extremamente poucos em comparação
com os fundos destinados aos combustíveis fósseis e à energia nuclear, tanto nos países
desenvolvidos como nos em via de desenvolvimento.
A devastação das florestas, reduzindo a absorção do bióxido de carbono pelas árvores, é
responsável por 20% do aumento nas emissões deste gás, além de alterar os ciclos climáticos e
hidrológicos locais, afetando por conseguinte a fertilidade da terra.
Para evitar as danosas conseqüências das mudanças climáticas, devemos agir para estabilizar o
atual nível atmosférico dos clorofluorocarbonos o quanto antes. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC), isto implicaria em reduzir as emissões de
clorofluorocarbonos em torno de 50%. Em seguida mencionamos alguns dos impactos negativos
que podemos esperar se não fizermos algo imediatamente:
Conseqüências:
v A elevação do nível do mar terá um efeito devastador nas pessoas. São especialmente
vulneráveis os que moram em países insulares, nas áreas costeiras densamente povoadas
de várias nações e nos deltas dos rios, bem como os pobres que vivem em países afetados
pela seca e inundações. Estima-se que, para o ano 2020, três quartos da população
mundial poderá correr risco de secas ou inundações. Os países empobrecidos sofrerão de
modo especial as conseqüências da mudança de clima. Isto, em parte, por causa de sua
geografia e por outro lado, pela falta de recursos para se adaptar às mudanças e mitigar
seu impacto.
v Os seres humanos e outras espécies do planeta já estão sofrendo por causa das mudanças
climáticas. As projeções científicas indicam um incremento na dimensão e na severidade
de tal sofrimento, devido, entre outras coisas, ao aumento do calor, das enfermidades
tropicais transmitidas por insetos - tanto ao norte como ao sul do equador - e a crescente
insegurança alimentar, entre outras coisas.
v Se não reduzirmos radicalmente as emissões dos gases que produzem o efeito estufa, os
custos anuais do aquecimento global poderão chegar a $300 bilhões de dólares em 50
anos. Se nossos governantes e políticos não agirem rapidamente, a economia mundial
sofrerá um grande retrocesso. Neste sentido, vale a pena mencionar que, durante a última
década, os desastres naturais custaram ao mundo $608 bilhões!
v Na 7ª Conferência dos Participantes da Convenção sobre as Mudanças do Clima (COP7), celebrada em Marrakech, Marrocos, em novembro de 2001, o representante do
Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) disse que o aquecimento global poderia
fazer a colheita de alguns produtos alimentícios fundamentais, como trigo, arroz e milho,
diminuir até 30% nos próximos 100 anos. Teme-se que os agricultores vejam-se
obrigados a migrarem para zonas montanhosas mais elevadas e frias, ameaçando assim a
vida selvagem e a qualidade e quantidade do fornecimento de água. Estas descobertas
indicam que um grande número de agricultores nos países em desenvolvimento já estão
enfrentando o problema da fome e da desnutrição.
Atualmente , os refugiados ambientais no mundo já somam 25 milhões.
Questões para refletir:
§ Há algo de novo para você em tudo isso?
§ Que implicações têm para você os fatos mencionados?
A precária situação do planeta, atualmente, é fruto do consumo excessivo,
porém não dos 80% da população mundial que vive em condições de
pobreza, mas dos 20% mais ricos que consome 86% dos recursos naturais
do mundo.
O que diz nossa tradição de fé?
Para ser plausível, uma teologia atuante precisa fundamentar-se no conhecimento científico da
imensidão e complexidade do universo.
São Boaventura, seguindo a experiência de São Francisco, elaborou uma teologia da
Sacramentalidade da Criação, isto é, as pegadas de Cristo no mundo criado. O mundo está cheio
da presença de Deus; todas as coisas criadas são um sinal e uma revelação do Criador, que deixa
sua marca em toda parte. A destruição deliberada de qualquer parte da criação significa desfigurar
a imagem de Cristo, presente em todo o criado. Cristo não sofre só quando se violam os direitos
das pessoas e são exploradas, mas também quando se profanam os mares, os rios e os bosques.
Quando a criação é percebida como um sacramento, como manifestação e caminho para Deus,
nos vemos obrigados a transformar nossa relação de dominação e de poder para com os outros em
relação de reverência e respeito.
Por que nós religiosos devemos nos preocupar e nos envolver com as
questões ambientais?
A terra tem uma grande capacidade de suportar a pressão que fazemos sobre ela, porém não
podemos continuar indefinidamente, sem que isso se torne uma ameaça para a sobrevivência
futura da humanidade. Como religiosos, temos a possibilidade de fazer alguma coisa.
A mensagem do Papa, “Paz com Deus criador, Paz com toda a criação” (de 1 de janeiro de
1990), dedicada exclusivamente as questões ambientais e ao desenvolvimento, lembra que:
“especialmente, os cristãos descobrem que seu comprometimento com a criação, bem como seus
deveres para com a natureza e o Criador, fazem parte de sua fé” (n° 15).
O mundo de Deus nos preme a considerar não só a justiça social, isto é, a existência de relações
justas entre as pessoas, mas também a justiça ecológica, que implica relações justas entre os seres
humanos, as outras criaturas e a própria terra. A criação é entendida, atualmente, como uma
comunidade de seres interdependentes um com o outro e com Deus trinitário. A integridade
ecológica é uma parte essencial de todas as tradições religiosas, além de ser um tema importante
sobre o qual se pode promover o diálogo, a colaboração e o entendimento mútuo.
As igrejas e os grupos interreligiosos estão bem envolvidos na questão das mudanças climáticas.
No ambiente ecumênico, que prevalece hoje em dia, devemos procurar os outros cristãos e os não
cristãos que trabalham este tema.
Este é o desafio que enfrentamos hoje:
v Somos pessoas que podemos ler os “sinais dos tempos”;
v Adquirimos certa disposição para o discernimento;
v Temos recursos, redes já estabelecidas e meios para transmitir a mensagem e advertir os
demais sobre o aquecimento global;
v Temos, por nossa espiritualidade e carisma, um compromisso com a reconciliação e a
restauração da harmonia da criação;
v Somos chamados a desempenhar um papel profético;
v Somos herdeiros de uma ética do bem comum e de uma ética da solidariedade com os
que sofrem e necessitam de atenção e cuidado
Nossa tarefa como homens e mulheres, religiosos e religiosas, consiste me contemplar a beleza e
a presença de Deus em todas as coisas. Semelhante contemplação deve levar-nos a uma metanoia,
ou conversão do coração, que é o ponto de partida para se responder à crise que nosso planeta,
nossa casa, criação de Deus, enfrenta no início do novo milênio.
Nossa resposta será de acordo com o lugar onde vivemos. Para os que vivem nas sociedades e
países caracterizados pelo consumismo e os valores materialistas, as formas de viver em
harmonia com a criação podem diferenciar-se das daqueles que vivem em sociedades e países nos
quais, dificilmente, se dão as condições básicas indispensáveis para se viver uma vida digna.
Questões para se refletir:
§ Por que os religiosos devem se envolver com questões ambientais?
§ Há outras razões pelas quais os religiosos devem se envolver?
§ Que atitudes observam em seus irmãos e irmãs no que diz respeito aos temas
ambientais?
A caminho de uma ética ambiental cristã
Os elementos importantes para uma ética solidária são:
• reconhecer o valor da criação
• incluir a questão ambiental como uma dimensão do bem comum
• criar a estrutura institucional necessária para o bem comum
•
rever a relação entre ambiente e desenvolvimento
Uma ética ambiental adequada combina as estratégias para o desenvolvimento econômico com as
do equilíbrio ecológico.
O reconhecimento do outro e minha responsabilidade para com ele,
são questões básicas em qualquer ética
Ao reconhecer o outro como alguém autônomo e com seu próprio valor, devo mudar meu
comportamento para manifestar meu respeito para com ele. A redução de todas as criaturas, não
humanas, à categoria de seres com valor só de instrumentos levou a degradação ambiental
maciça. A visão das Sagradas Escrituras, de São Francisco, de Hildegard de Bingen e de muitos
outros místicos nos sugerem que a criação tem uma dimensão moral autônoma, pois toda criatura
é amada em sua existência por Deus.
Estamos conscientes da existência de um bem comum internacional,
que transcende os limites do local e do nacional.
A conservação dos oceanos, dos bosques, da atmosfera, dos animais e das espécies vegetais é
uma preocupação que vai além dos estados nacionais e seus governos, pois os temas ambientais
nos obrigam a redefinir o bem comum em termos globais. Quando consumimos nossos recursos
mais rapidamente do que os podemos produzir, ou esgotamos os recursos não renováveis sem nos
preocupar com as necessidades das gerações futuras, estamos roubando-lhes o patrimônio.
Leonardo Boff se refere à humanidade como a consciência da terra, reflexão que nos ajuda a
reavaliar a interdependência existente entre todo o criado. Embora a pessoa humana tenha uma
posição especial e desempenhe um papel único no plano geral de Deus para o universo, não
poderá existir por longo tempo senão relacionando-se de maneira saudável com o que a rodeia. A
pessoa humana precisa da criação para sobreviver, porém a criação não precisa da pessoa humana
para tal. A pessoa humana é parte da criação e não vice-versa.
É preciso desenvolver estruturas capazes de proteger o ambiente global. Isto implica em
desenvolver e apoiar instituições internacionais como as Nações Unidas e os tratados
internacionais como o Protocolo de Kyoto.
O ambiente vai além das obrigações dos estados nacionais individualmente
O que podemos fazer ENTÃO?
A verdadeira integridade ecológica só será alcançada com o esforço conjunto em
benefício de todos.
A “crise ambiental” é, essencialmente, crise de valores, daí a necessidade de uma mudança de
atitude que nos permita ver o mundo de outro modo. Além das mudanças que podemos fazer em
nosso estilo de vida, é importante que trabalhemos para mudar as políticas em níveis nacionais e
internacionais. Isto implica convocar à conversão ecológica (cf. João Paulo II, 17 de janeiro de
2001), para aprofundar nossa compreensão das mudanças climáticas e das questões ecológicas.
A educação é muito necessária, não só para chamar a atenção das pessoas para os fatores que
ameaçam o planeta, mas também para o mistério de sua própria existência.
Baseado no que foi dito, que podemos fazer como religiosos? A seguir apresentamos algumas
idéias:
v Os religiosos podem buscar alternativas para preservar os recursos. Nosso compromisso
com um estilo de vida comunitário nos oferece uma oportunidade única de indicar o rumo
em matéria de preservação e reciclagem.
v É provável que alguns de nós, mais informados sobre a complexidade da situação, já
tenham feito algumas mudanças em seu estilo de vida e estejam envolvidos em
atividades políticas que busquem a mudança.
v Para outros, as informações contidas nesta brochura são o primeiro passo para entender a
urgência da situação.
v Os religiosos, freqüentemente, têm contato com ONGs ambientalistas locais e podem
participar de alguns de seus projetos e campanhas. Vejam as páginas eletrônicas da rede
de atividades das ONGs que se ocupam do clima do planeta, concentrando-se nas
mudanças climáticas.
v Convide ambientalistas para conversarem com as comunidades.
v Trabalhe com os “sem terra”, os migrantes, os refugiados e os indígenas; apoie suas lutas
pela terra, pela água, pelas matas...
v E o que mais?
Sabia que, pela primeira vez na história, temos um acordo vinculativo ( o Protocolo de Kyoto)
para a proteção ambiental, a fim de reduzir as emissões de gases que produzem o efeito estufa?
Apesar disto, para se tornar operativo deve ser ratificado por 55 países, e até a data de hoje só
46 o fizeram. Além do mais, entre os países que o ratifiquem devem estar os responsáveis por
55% das emissões mundiais de gases que produzem o efeito estufa. Isto significa que a maioria
dos países industrializados do mundo deveriam ratificá-lo,
e foram poucos os que o fizeram até o momento.
Tanto pessoal como comunitariamente, podemos… praticar os três “R’s”!
Reciclar…
§
§
§
Revisar nossos hábitos de consumo e comprar produtos que não tenham uma embalagem
muito sofisticada. Usar detergentes e artigos de limpeza biodegradáveis.
Reciclar tudo aquilo que pode ser reciclado: plásticos, cascas de frutas e verduras, papel e
papelão, vidros e latas.
Preparar o composto. Juntando folhas, ramos e vasculho do jardim e muitas minhocas se
produzirá composto, um adubo natural muito bom para a terra.
§
Convocar os fabricantes para que assumam a responsabilidade de coletar as partes usadas
e danificadas dos televisores e computadores que precisam de um processo especial para
serem recicladas.
§
E o que mais?
Reduzir…
§
§
§
§
§
Reduzir o consumo de água.
Reduzir o uso de seu carro
Reduzir a queima de material não reciclável.
Reduzir as emissões de clorofluorocarbonos e substituí-los, evitando-se o uso de
aerossóis e usando aparelhos eletrodomésticos que poupem energia.
Reduzir o consumo de eletricidade por meio de iluminação fluorescente.
§
E o que mais?
Relembrar…
§
§
§
§
§
§
Relembrar aos governos locais seu compromisso com a reciclagem e a eliminação do
lixo, como sua obrigação de manter atualizadas as leis sobre reciclagem e a destruição do
lixo.
Relembrar, com firmeza, aos empresários locais que devem simplificar as embalagens de
seus produtos.
Relembrar às autoridades locais que devem economizar eletricidade e usar sistemas de
eletrificação eficientes.
Relembrar aos governos nacionais seu compromisso com as declarações e protocolos em
favor do meio ambiente.
Relembrar a todos com quem você se relaciona, diariamente, a necessidade de se
respeitar a terra e fazer do princípio “reduzir - reciclar - reutilizar - relembrar” o viés de
seus padrões de consumo.
E o que mais?
Comprometa-se, apoiando a Carta da Terra
http://www.earthcharter.org Disponível em várias línguas
Entre em contato com o Departamento do Meio Ambiente e com os políticos de seu
país e lhes pergunte sobre o que estão fazendo para pôr em prática os acordos do
Protocolo de Kyoto. Se você vive nos Estados Unidos, país que se retirou deste
Protocolo, escreva ao Presidente e lhe peça para reconsiderar a saída do acordo.
Procure o coordenador local da ONU, cuja sede costuma ser o escritório do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento de cada país, e se informe sobre os
projetos relacionados com as mudanças climáticas que
estão sendo feitos em seu país pelos organismos das Nações Unidas.
A lista dos países que ratificaram o Protocolo e dos que ainda não o fizeram está em
http://www.unfccc.int
Para refletir e rezar
Sugerimos, que depois da leitura desta brochura, você se reuna com sua comunidade ou com seus
amigos para refletir e fazer uma oração comunitária.
Prepare algo simples para sua oração... um vaso com água, uma vela, um pouco de terra.
Convite à oração:
"Atualmente, o cuidado com o meio ambiente é um chamado a respeitar toda criação e a garantir
que as atividades humanas, para a transformação da terra, não destruam o equilíbrio dinâmico que
existe entre todas as coisas vivas que dependem da terra, do ar e da água para sua própria
existência. O tema ambiental se converteu no eixo da reflexão social, econômica e política, por
causa, precisamente, da crescente degradação, que costuma golpear muito mais duramente os
setores mais vulneráveis da sociedade. O risco das mudanças climáticas e o aumento dos
desastres naturais questionam o rumo atual da sociedade moderna. Não podemos ficar
indiferentes diante da crescente brecha que separa ricos e pobres, bem como diante do consumo
excessivo dos recursos do planeta e da destruição das espécies” (Cardeal François Xavier
Nguyen Van Thuan, Presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz).
Rezemos juntos o Salmo (147)148,1-10 (observação nem todas as bíblias têm o mesmo
número)
Momentos de silêncio para refletir sobre as seguintes perguntas:
O que mais lhe impressionou na leitura desta brochura?
Que atitudes você descobre em si mesmo?
Observou algum sinal de aquecimento global na zona onde vive?
O respeito para com a criação está presente, de algum modo, nos documentos de sua
Congregação (Constituições, Atas Capitulares, etc).
A Conferência Episcopal de seu país fez algum pronunciamento sobre o aquecimento
global?
A Igreja local lhe convoca para fazer o quê?
Convocação para a ação:
Que ações concretas você vai fazer para responder à preocupação com o aquecimento global?
Oração final:
Louvado sejas meu Senhor, com todas tuas criaturas,
especialmente o senhor irmão sol,
que é o dia e nos alumias por ele.
E ele é belo e radiante em seu grande esplendor,
de ti, Altíssimo, colhe o significado.
Louvado sejas meu Senhor, pela irmã lua e as estrelas;
No céu as formastes claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelos irmãos ar e vento…
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água,
tão útil e humilde e preciosa e pura.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,
com o qual alumias a noite….
Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a mãe terra,
a qual nos sustenta e rege e produz diversos frutos
com coloridas flores e ervas…
Louvem e bendigam o Senhor e lhe dêem graças
e o sirvam com grande humildade”.
Forma abreviada do Cântico das Criaturas (São Francisco de Assis)
Para maior informação, para aprofundar os temas e saber o que se pode fazer:
Seleção de páginas web e outras fontes (muitas com informações em várias
línguas)
1. Greenpeace: http://www.greenpeace.org/
2. Climate voice: http://www.climatevoice.org/
3. “Carta da Terra”- http://www.earthcharter.org/
4. Amigos da Terra: http://www.foei.org/
5. Planet Ark: http://www.planetark.org/index.cfm
6. Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável: http://www.iisd.ca/
7. União dos Cientistas Preocupados: http://www.ucsusa.org/warming/index.html
8. Convenção das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas: http://www.unfccc.int
9. World Wildlife Fund: (explicação simples sobre as mudanças climáticas em
quatro línguas)
http://www.panda.org/resources/publications/climate/crisis/crisis.htm
10. Programa Ambiental das Nações Unidas: http://www.unep.org
11. Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas: http://www.undp.org
12. Organização para a Alimentação e a Agricultura: http://www.fao.org
13. Aliança para a religiões e a preservação: http://www.religionandconservation.org
14. Climate Action Network http://www.climatenetwork.org
15. Programa das Mudanças Climáticas do Conselho Mundial das Igrejas: Dr. David G.
Hallman, Coordenador, c/o The United Church of Canada, 3250 Bloor Street West,
Toronto, ON, Canada M8X 2Y4 Tel: +1-416-231-5931 Fax: +1-416-231-3103 E-mail:
[email protected]
Fontes em diferentes línguas
Alemão:
http://www.hamburger-bildungsserver.de/welcome.phtml?unten=/klima/infothek.htm
http://www.klimaschutz.de/kbklima/
http://www.klimabuendnis.at/daskb/index.html
http://www.treibhauseffekt.com/
Francês:
http://www.agora21.org/mies/chan-clim1.html
http://fr.fc.yahoo.com/r/rechauffement.html
Espanhol:
http://www.pangea.org/personasenaccion/
http://www.ine.gob.mx/
http://www.lareserva.com/
Português:
www.aquecimentoterrestre.hpg.com.br
www.ozonio.cm.inpe.br
www.geocities.com/meteo
http://br.yahoo.com/Sociedade/Natureza_e_Meio_Ambiente
Sagradas Escrituras e Documentos da Igreja:
Gênesis 1,1-2,3; 9,9-11
Êxodo 3,7-10; 15,22-27; 23,10-12
Levítico 25,1-24
Sabedoria 11, 24-26
Isaías 11,1-9; 40,12-31
Daniel 3,57ss
Salmos 8; 19; 24; 104,16-23; 136; 148,1-4.7-10
Provérbios 8,22-31
Marcos 5,35-41; 12, 29-31
Mateus 5,1-14; 6,26-30; 12,22-34
Lucas 16,19-31
João 9; 12,23-26
Romanos 8,18-25
Colossenses 1,15-20
Revelação/Apocalipse 21,1-5; 6,16-21
Romanos 8, 22-24
Coríntios 1 Cor.3, 9
(obs. Separamos os capitulos dos versiculos com uma virgula (,) e o intervalo ente vversiculos
com um ponto (.)
Documentos da Igreja sobre a Ecologia
(Procure os documentos da Conferência Episcopal de seu país e os documentos regionais)
Mensagem para a Jornada Mundial da Paz de João Paulo II (1 de janeiro 1990): Paz com Deus
Criador, paz com toda a Criação.
Catecismo da Igreja Católica: 299-301; 307; 339-341; 344 2415-2418
Encíclica Populorum Progressio, 23, 24
Encíclica Fides et Radio, 104
Encíclica Centesimus annus, 37-38
Encíclica Laborem exercens, 4
Encíclica Mater et Magistra, 196, 199
Carta Apostólica Octogesima Adveniens, 21
Encíclica Redemptor hominis, 8, 15
Encíclica Sollicitudo rei socialis, 26, 29, 34
Datas para se celebrar a Ecologia e o Meio Ambiente
22 Março
Dia Internacional da Água
22 Abril
Dia da Terra
22 Maio
Dia Internacional para a Diversidade Biológica
5 Junho
Dia Mundial do Meio Ambiente
17 Junho
Dia Internacional contra a Desertificação
16 Setembro
Dia de Proteção da Camada de Ozônio
Se você tem idéias, sugestões e comentários sobre o conteúdo desta brochura,
por favor comunique-se com o coordenador de Justiça e Paz de sua Congregação
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