Vida Consagrada como sinal e profecia ESCUTAR Cântico inicial: Quando o profeta chegar Link: https://www.youtube.com/watch?v=kyNjF0607vo Texto bíblico para rezar: Mt 5, 13-16 Dinâmica de lectio divina 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. O animador convida o grupo a silenciar-se. Poderá fazer uma breve oração invocando o Espírito Santo e pedindo o dom do acolhimento interior à Palavra que vai ser rezada. Um dos membros do grupo lê o texto calmamente. É bom que os outros membros do grupo tenham o texto diante dos olhos (cada um com a sua Bíblia, preferencialmente). Cada um pode repetir do texto uma única palavra ou uma frase que lhe tenha interpelado mais fortemente, ou mais chamado a atenção. Depois, o mesmo leitor ou outro poderá ler o texto uma segunda vez, deixando-o ecoar no silêncio. Todos são convidados a refletir em silêncio: o que me diz Deus através desta Palavra? Que aspeto da minha vida é tocado? Como me sinto interpelado/a? Cada um é então convidado a partilhar com os outros algo daquilo que refletiu. Partilha de intenções de oração: a partir da Palavra escutada, o grupo apresenta espontaneamente as suas orações de súplica ou de ação de graças Como conclusão, o animador pode ainda propor um breve momento de partilha de compromisso: o que pode mudar na minha vida a partir desta Palavra escutada? Cada um pode partilhar algo sobre isso com uma única Palavra. Cântico conclusivo: Partilhai a riqueza Link: https://www.youtube.com/watch?v=G02VPe-UHBM CONHECER Os outros falam-nos Numa quente tarde de Maio, na bela praça central da Cidade Velha, na ilha de Santiago, em Cabo Verde, converso com o Padre Custódio Campos, um velhinho baixinho e frágil, embrulhado na sua velha batina branca, gasta de muitas décadas de missão e doação de vida àquele povo. Subitamente, atravessa a praça um jovem sorridente e aproxima-se dele: “Bênçon, Nhô Padre”, murmura com um gesto estranho direcionado ao P. Campos. Este sorri-lhe, toca-lhe na mão, abençoa-o e troca com ele algumas palavras simpáticas. Percebo que aquele ritual é o pão-nosso-decada-dia na vida daquele velho religioso: português com quase noventa anos de idade, ele está em Cabo Verde desde jovem. Toda a sua vida foi vivida partilhando a pobreza e a alegria do povo que lhe foi confiado e a quem se confiou. Batizou várias gerações e distribuiu sorrisos e olhares de paz por todo o lado onde passou: Tornou-se pai, avô, irmão, mestre de um povo que não conhecia e que se tornou verdadeiramente o seu povo. Fala melhor a língua local que muitos naturais da terra, gastou todo o seu tempo de vida ao serviço dos mais pobres, defendendo direitos, consolando os angustiados, dando esperança e ombro aos desamparados. Não é complicada a história do P. Campos: é simplesmente o homem de Deus e o homem do seu povo, uma vida simples oferecida, minuto a minuto, década a década, ao serviço de todos. E é realmente um homem feliz! A Igreja fala-nos “Aqueles que Deus chama a seguir Cristo são consagrados e enviados ao mundo para imitar o seu exemplo e continuar a sua missão. (…) mais, a própria vida consagrada, sob a ação do Espírito Santo que está na origem de toda a vocação e carisma, torna-se missão, tal como o foi toda a vida de Jesus. (…) Na realidade, a missão, antes de ser caracterizada pelas obras externas, define-se pelo tornar presente o próprio Cristo no mundo, através do testemunho pessoal. Este é o desafio, a tarefa primária da vida consagrada! (…) A vida consagrada tem a função profética de recordar e servir o desígnio de Deus sobre os homens.” (João Paulo II, Vita Consecrata, nºs 72 e 73) Refletimos Link para vídeo introdutório (opcional): https://www.youtube.com/watch?v=o69o3uhu3fg Os religiosos, irmãos e irmãs, têm uma missão: nela eles seguem o caminho de Jesus e são mesmo o rosto visível de Cristo no mundo. Por isso se diz que os consagrados têm uma missão profética e são sinal. Ser profeta é falar e agir em nome de Deus. E ser sinal é apontar para uma realidade maior, sendo instrumento que indica, mostra, essa realidade maior. Os consagrados vivem a sua missão profética na medida em que manifestam ao mundo o rosto de Deus, que os envia, e testemunham a alegria de ser cristão e de seguir Jesus Cristo. Eles são sinal por isso mesmo: as suas vidas não são uma busca de popularidade pessoal, mas são um modo de mostrar a todos o que é seguir Jesus, estar apaixonado pelo Seu Evangelho e ser feliz por oferecer toda a sua vida ao Reino de Deus. A missão dos consagrados faz-se de muitos modos: pela palavra, pelos muitos serviços que desempenham, pelo modo como estão presentes em todos os campos de ação da Igreja. Mas o modo principal como eles vivem a sua missão é o próprio testemunho, quer dizer, pelo seu modo de estar na vida, pela forma como se organizam, como se relacionam com os outros e como são felizes. Nisso mostram que Jesus Cristo, a quem seguem, não é um conjunto de palavras bonitas, mas é Alguém que está vivo e a Quem vale a pena seguir. Num mundo em que tantos parecem acreditar que é o dinheiro que traz felicidade, os consagrados mostram que na simplicidade de vida é possível ser feliz: o voto de pobreza que fazem é sinal de um tesouro escondido, muito mais importante que as propriedades materiais. Na alegria de seguir Jesus Cristo pobre, servindo-O nos pobres, os consagrados são sinal do Amor de Deus. Do mesmo modo, num mundo em que muitos pensam que fazer tudo o que lhes apetece é que é ser livre, os consagrados mostram que a verdadeira liberdade não nasce dos apetites, mas nasce da escuta atenta da verdade que nos vem de Deus. Quanto mais escuto e assumo essa verdade, mais livre sou! E isso é o voto de obediência! Também pela castidade eles são sinal: a verdadeira alegria não está em satisfazer todos os impulsos, mas amar em fidelidade e verdade, pois todo o amor vem de Deus e destina-se a Deus, como última meta que dá sentido e fecundidade a tudo o que somos e fazemos. Em muitas partes do mundo, os religiosos são hoje missionários: muitos hospitais foram fundados e geridos por eles e sem isso muitíssima gente morreria sem tratamento; e grande parte das escolas também foram criadas pela sua ação, e é o que garante a formação de milhares de jovens. Também na Europa, e em Portugal, são muitos os centros sociais, serviços de apoio aos mais pobres, obras de solidariedade social, educativa ou de saúde que são geridas e mantidas pelos consagrados. Que seria da nossa rede de obras sociais e de educação ou saúde sem esta preciosa colaboração da Igreja Católica, através dos Institutos de Vida Consagrada?! INTERAGIR Se os consagrados são sinal, de que modo podemos aprender com a sua missão? Será que o que eles fazem e vivem é só para eles ou tem alguma coisa a ver com a nossa vida? DESAFIAR Pensar em comunidades religiosas conhecidas que têm uma missão interessante e escolher uma para ir visitar. Depois, através do animador do grupo ou do pároco, organizar essa visita (marcando um dia, um programa de encontro, etc.)