Manual de Instrução da Especialidade ARTE DE ACAMPAR ACNAC DE TIÇÕES 2007 Alexandra Ruivo, 2007 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 Sumário INTRODUÇÃO 3 A ESPECIALIDADE DE “ARTE DE ACAMPAR” 4 OS REQUISITOS PASSO A PASSO 5 1. TER PASSADO O MÍNIMO 20 NOITES NUMA TENDA, SE POSSÍVEL ALGUMAS DELAS NUM ABRIGO IMPROVISADO. CONHECER OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA MONTAR UM ACAMPAMENTO. 5 2. CONHECER AS REGRAS DA VIDA E DE HIGIENE NO CAMPO. 6 3. INDICAR QUAL O MATERIAL NECESSÁRIO PARA ACAMPAR COM UM GRUPO DE 20 PARTICIPANTES. 8 4. CONHECER AS VÁRIAS ESPÉCIES DE TENDAS E EXPLICAR A SUA UTILIZAÇÃO. 5 SER CAPAZ DE MONTAR E DESMONTAR DOIS TIPOS DE TENDAS DIFERENTES 6 SABER QUAIS OS CUIDADOS A TER COM AS TENDAS. 7 FAZER FOGUEIRAS COM TODO O TIPO DE TEMPO APLICANDO AS REGRAS DO CÓDIGO FLORESTAL E CONHECER A LEGISLAÇÃO EM VIGOR. 8 DORMIR 5 NOITES AO RELENTO E CONHECER AS PRINCIPAIS REGRAS. 9 CONHECER AS DIFERENTES ESPÉCIES DE FOGUEIRAS E PREPARÁ-LAS. 10 CONSTRUIR UM ABRIGO IMPROVISADO (CABANA, IGLO); 11 CITAR AS REGRAS DE RESPEITO PELA NATUREZA E ARREDORES. 12 14 15 19 19 BIBLIOGRAFIA 21 10 11 11 2 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 Introdução Inserido nas actividades do ACNAC de Tições 2007, com o tema “Guiados pela mão de Deus”, surgiu a oportunidade de trabalhar, durante o acampamento, com todos os dirigentes interessados a especialidade “Arte de Acampar”. Com o seguinte documento e dentro de uma abordagem teórico-prática, temos a possibilidade de seguir passo a passo os requisitos necessários para adquirir a insígnia, e deste modo a fazer o nosso melhor. Espero que com os conhecimentos adquiridos possamos aproveitar estes dias da melhor maneira e melhorar a nossa prática com os jovens que trabalhamos. 3 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 A especialidade de “Arte de Acampar” 1. Ter passado o mínimo de 20 noites numa tenda, se possível algumas delas num abrigo improvisado. Conhecer os princípios fundamentais para montar um acampamento. 2. Conhecer as regras da vida e de higiene no campo. 3. Indicar qual o material necessário para acampar com um grupo de 20 participantes (compreendendo tendas e equipamento pessoal). Encontrar um local para acampar tendo em conta as formalidades requeridas. 4. a) Conhecer as várias espécies de tendas e explicar a sua utilização. b) Ser capaz de montar e desmontar dois tipos de tendas diferentes. c) Saber quais os cuidados a ter com as tendas. 5. Fazer fogueiras com todo o tipo de tempo aplicando as regras do código florestal e conhecer a legislação em vigor. 6. Dormir 5 noites ao relento e conhecer as principais regras. 7. Conhecer as diferentes espécies de fogueiras e prepará-las. 8. Construir um abrigo improvisado (cabana, higlo). 9. Citar as regras de respeito pela natureza e pelos arredores. 4 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 Os requisitos passo a passo 1. Ter passado o mínimo 20 noites numa tenda, se possível algumas delas num abrigo improvisado. Conhecer os princípios fundamentais para montar um acampamento. Antes de montar um acampamento é necessário que tenhas tido uma preparação prévia, quer em termos de local e organização do mesmo, quer nas actividades a realizar. Por isso: U Escolhe um local amplo com água próxima. Se possível que tenha também casas de banho e um espaço para a confecção de refeições. U Não te esqueças que em determinadas áreas acampamento selvagem não é permitido, por isso tenta saber quem é o responsável do local e negoceia. U Quanto às actividades, planifica-as bem antes do acampamento, reconhece quais os riscos a correr durante a sua realização. Previne-te. U Se possível conhece o local de acampamento assim como as entidades locais públicas e privadas com quem podes articular: Centro de Saúde; Bombeiros; Câmara Municipal, etc UMonta uma equipe com quem possas trabalhar, divide tarefas não centralizes actividades. Deste modo podes conseguir aproveitar o máximo possível da actividade e dividir preocupações. U Tenta criar um espaço com regras, com segurança e bem disposto. Um acampamento é mais do que tudo um local de convívio e socialização entre todos. Tem isso em consideração e pensa que encontrarás situações que não estão planeadas, por isso a capacidade de improvisar será importante. U Acima de tudo … diverte-te com o grupo e aproximem-se de Deus. 5 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 2. Conhecer as regras da vida e de higiene no campo. Para conviver em plena harmonia durante um acampamento, independentemente do número de dias que este demore, é necessário conhecer determinadas regras que poderão ser de grande utilidade para o sucesso do mesmo assim como para o são convívio entre todos. Por isso é indispensável que prepares a actividade de modo a conheceres todos os recursos disponíveis no local para onde vais, ou seja, se tens água perto, luz, casa de banho, etc. ou se terás que direccionar a actividade tendo sempre em consideração estas mesmas necessidades Além disso, tens que pensar como te deslocarás para o local de acampamento. Se levares carro, então poderás organizar uma actividade com todos os utensílios que tornem a actividades divertida e cómoda. Porém se já não tiveres transporte e tiveres que usar o comboio ou autocarro, então terás que repensar quais as prioridades e aquilo que poderá ou não fazer realmente falta. Contudo, vamos de modo sucinto explicar alguns passos: • Horários: São importantes de modo a poderes compilar todas as actividades programadas anteriormente. Programa horários para as refeições, para levantar, para deitar, para os momentos de convívio, para as meditações, e restantes actividades. Mesmo que não os consigas cumprir à risca, eles são um elo condutor que dão ordem ao acampamento, direccionam os jovens e transmitem uma boa imagem na organização geral. • Limpeza: A manutenção de um acampamento compreende vários níveis: as actividades e respectiva programação e excussão (evitando tempos demasiado inactivos) e a limpeza. Esta última é importante para o bom funcionamento. Realiza escalas com todos os participantes (incluindo dirigentes) para a excussão das diferentes tarefas: limpeza do espaço comum, limpeza da cozinha e limpeza do espaço de reuniões. • Componente espiritual: Apesar das actividades escotistas, lúdicas e desportivas, a componente espiritual é a vertente para a qual convergem as actividades da juventude adventista. Posto isto: - escolhe um tema bíblico e debruça as actividades físicas e recreativas para esse tema; -cria momentos de oração, em conjunto e individualmente. 6 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 -cria momentos para a meditação, pelo menos no período da manhã e da noite; • A cozinha Podes usar um fogão de bicos, a gás, que tornará a tua comida mais saborosa e de rápida confecção. Contudo, a comida confeccionada na fogueira poderá proporcionar um momento especial que nenhum jovem esquecerá, quer do tempo que gasta de volta dela, quer do gosto muito particular que deixa na comida. Não te esqueças que é importante perguntar sempre se é possível ou não realizar fogueiras no espaço de acampamento. Se o for, tem cuidados especiais os quais serão mencionados mais adiante. • Refeições Quando organizas um acampamento, pensa se terás ou não uma equipa de cozinha. Independentemente da escolha que fizeres inclui todos os elementos em escalas de apoio à cozinha, inclusive os mais novos. Inicialmente poderás achar muito confuso, porém contribuirá de modo importante para o crescimento pessoal dos participantes assim como a noção de viver e participar num grupo. • A casa de banho Se por acaso estás num local que não existe casa de banho improvisa sempre uma “latrina”. Primeiro, escolhe um local afastado do acampamento, faz um cubículo com lona ou arbustos para garantir a privacidade de todos, depois cava um buraco de 20 ou 30 cm de diâmetro de profundidade. Deixa num local acessível terra ou areia de modo a poder ser usada como tampa após cada utilização. Quando o acampamento terminar tapa todo o buraco com terra. 7 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 3. Indicar qual o material necessário para acampar com um grupo de 20 participantes. Material Objectivo Bíblia A componente espiritual é uma matriz importante pela qual se regem todas as nossas actividades. Trimensário Por vezes, quando o programa do acampamento oferece uma alternativa viável para o estudo diário da Bíblia, a lista de material pode não incluir o trimensário. Farda É a nossa identificação enquanto grupo. Encontra-se disponível na União. Saco cama Tenda … indispensável para uma noite bem dormida Podes partilhar a tua com alguém que não tenha tenda ou, se não tiveres, juntas-te a um amigo que tenha. Uma mochila pequena Roupa Dá sempre jeito, sobretudo para as caminhadas, pistas, etc A roupa interior convém ser mudada todos os dias. A restante roupa pode usar-se mais tempo. Se fores para um acampamento de poucos dias, leva uma ou duas mudas de roupa, um agasalho e mudas de roupa interior em número igual ao dos dias que estarás acampado. Se o acampamento for maior, podes sempre lavar a roupa e voltar a usá-la. Lembra-te: Quanto mais roupa levares, mais difícil se torna o transporte e a acomodação. Impermeável Em caso de chuva é importante que andes protegido e ao mesmo tempo consigas realizar as actividades propostas. Portanto o agasalho será a opção mais viável ao chapéu-dechuva. Agasalho Se fizeres um acampamento no Inverno convém teres a roupa adequada para a época, contudo se o fizeres na altura do Verão ou Primavera, lembra-te sempre que a temperatura costuma descer durante o período da noite e de manhã. 8 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 Chapéu Água Em caso de sol convém que tenhas a cabeça protegida. Leva um cantil ou uma garrafa de água que possas voltar a encher e seja fácil de transportar Estojo de primeiros socorros Pensos rápidos, compressas esterelizadas, betadine, tubo de vasilina, tesoura, pinçam (se precisares de outros, tais como bomba para a asma, medicação para epilepsia ou outros, junta isso também). Bússola Caderno e lápis Numa pista, pode fazer falta…. Para anotações que precises de tirar se estiveres numa actividade em que necessites de tirar apontamentos. Canivete Utensílio que poderá ser de grande utilidade em situação de emergência. Lanterna No período da noite, principalmente se tiveres um grupo de crianças pequenas, convém que tenhas um foco de luz. 9 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 4. Conhecer as várias espécies de tendas e explicar a sua utilização. A tenda é um elemento importante num acampamento, ao comprar deves saber muito bem para aquilo que se destina, em que espaços a pretendes usar e quantas pessoas queres incluir nela. Eis algumas características de alguns modelos mais comuns: a) A canadiana o É a mais tradicional, de formato triangular quando vista de frente. o Fácil de montar, pode ser encontrada em vários tamanhos. o Como sua armação geralmente é de metal, torna-se pesada para transportar. b) O Bangalô o Também tradicional, parece uma casa. Tem quartos e uma varanda onde pode ser instalada a cozinha. o É muito pesada, com armação de metal e em lona. o Abriga no mínimo 5 pessoas. Boa para famílias inteiras. c) O Iglo o Há uma grande variedade de modelos de iglos; o Há modelos grandes de base hexagonal com capacidade para mais de cinco pessoas. o A armação é de fibra sintética (vidro, carbono), muitas vezes mais leve que as armações metálicas. o São fabricadas em nylon e muito leves para carregar. o Perdem em durabilidade para as de armação metálica. 10 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 5 Ser capaz de montar e desmontar dois tipos de tendas diferentes 6 Saber quais os cuidados a ter com as tendas. Quando participares num acampamento no qual seja utilizado tenda tens que ter algumas precauções, principalmente quando as desmontares. Lembra-te que elas terão outras utilizações e por isso devem ser preservadas. Por isso quando as fores arrumar elas devem que estar: U Limpas – sem terra ou areia, pois pode danificar o tecido, para tal ajuda que ter uma pá e vassoura pequena; U Secas – a utilização de uma tenda é muito esporádica, sendo usada somente em determinadas alturas do ano. Por isso se chover durante o acampamento quando chegares à sede do agrupamento deixa-a arejar até secar completamente. Verás que deste modo preservarás a vida da tua tenda; U Dobradas – tenta respeitar as dobras de origem da tenda, esta será a maneira mais fácil de simplificar o árduo trabalho em as inserir dentro do saco. Se poderes confecciona um saco novo, maior e mais resistente que o de origem U Em ordem – conta sempre os ferros e as estacas que cada tenda tem, se possível faz um inventário. Assim saberás o que foi danificado após cada utilização e que é necessário comprar. Tenta completar o material em falta o mais rápido possível, deste modo não incorres no erro de te esqueceres de nada. 11 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 7 Fazer fogueiras com todo o tipo de tempo aplicando as regras do código florestal e conhecer a legislação em vigor. O Decreto-Lei nº 310/2002 de 18 de Dezembro de 2002 (DR 292 - SÉRIE I-A) emitido pelo Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, regula o regime jurídico do licenciamento e fiscalização pelas câmaras municipais de actividades diversas anteriormente cometidas aos governos civis, nomeadamente no que toca aos designados Acampamentos Ocasionais e a realização de Fogueiras. Seguidamente serão apresentados extractos de artigos que poderão ter alguma utilidade para quem pratica acampamentos. CAPÍTULO V Licenciamento do Exercício da Actividade de Acampamentos Ocasionais Artigo 18.º Licença 1 - A realização de acampamentos ocasionais fora dos locais adequados à prática do campismo e caravanismo fica sujeita à obtenção de licença da câmara municipal, devendo ser requerida pelo responsável do acampamento e dependendo a sua concessão da autorização expressa do proprietário do prédio. 2 - A realização de qualquer acampamento ocasional fica sujeita à emissão de parecer favorável das seguintes entidades: a) Delegado de saúde; b) Comandante da PSP ou da GNR, consoante os casos. 3 - A licença é concedida por um período de tempo determinado, nunca superior ao período de tempo autorizado expressamente pelo proprietário do prédio, podendo ser revogada a qualquer momento. 12 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 CAPÍTULO IX Licenciamento do Exercício da Actividade de Fogueiras e Queimadas Artigo 39.º Fogueiras 1 - É proibido acender fogueiras nas ruas, praças e mais lugares públicos das povoações, bem como a menos de 30 m de quaisquer construções e a menos de 300 m de bosques, matas, lenhas, searas, palhas, depósitos de substâncias susceptíveis de arder e, independentemente da distância, sempre que deva prever-se risco de incêndio. 2 - Pode a câmara municipal licenciar as tradicionais fogueiras de Natal e dos santos populares, estabelecendo as condições para a sua efectivação e tendo em conta as precauções necessárias à segurança das pessoas e bens. 3 - São permitidos os lumes que os trabalhadores acendam para fazerem os seus cozinhados e se aquecerem, desde que sejam tomadas as convenientes precauções contra a propagação do fogo. CAPÍTULO XII Sanções Artigo 47.º Contra-ordenações 1 - Constituem contra-ordenações: (...) g) A realização de acampamentos ocasionais sem licença, punida com coima de (euro) 150 a (euro) 200; l) A realização, sem licença, das actividades previstas nos artigos 39.º e 40.º, punida com coima de (euro) 30 a (euro) 1000, quando da actividade proibida resulte perigo de incêndio, e de (euro) 30 a (euro) 270, nos demais casos; (...) 3 - A falta de exibição das licenças às entidades fiscalizadoras constitui contra-ordenação punida com coima de (euro) 70 a (euro) 200, salvo se estiverem temporariamente indisponíveis, por motivo atendível, e vierem a ser apresentadas ou for justificada a impossibilidade de apresentação no prazo de quarenta e oito horas. 4 - A negligência e a tentativa são punidas. 13 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 CAPÍTULO XIV Disposições Finais e Transitórias Artigo 53.º Regulamentos municipais e taxas 1 - O regime do exercício das actividades previstas no presente diploma será objecto de regulamentação municipal, nos termos da lei. 2 - As taxas devidas pelos licenciamentos das actividades previstas no presente diploma serão fixadas por regulamentação municipal. Os Dirigentes devem ter em atenção este normativo legal, e em especial o referido no Artigo 53.º, procurando contactar sempre a Câmara Municipal onde se desenrolará a actividade, por forma a conhecer a regulamentação e as taxas relativas a este Decreto-Lei. 8 Dormir 5 noites ao relento e conhecer as principais regras. Quando passares uma noite ao relento será importante que te lembres: U de escolher um local abrigado de chuva e vento; U de te proteger contra os insectos; U se possivel longe de estradas e caminhos; U tenta manter o gupo próximo; U faz escalas para vigias; Uinforma alguém relativamente ao percurso que pretendes fazer e onde pensas ficar durante a noite. 14 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 9 Conhecer as diferentes espécies de fogueiras e prepará-las. Ao fazer uma fogueira é muito importante que escolhas o espaço apropriado para o efeito, que seja em terreno limpo de todo o mato que possibilite a propagação do mesmo. Não te esqueças de cercar o lugar onde irás realizar a fogueira com pedras. Sempre é mais uma cautela importante para evitar a propagação do fogo. Ao escolheres madeira para a fogueira tenta escolher material que acenda facilmente, tais como: troncos secos, velhos ou podres, caruma (se houver), etc. Lembra-te sempre em apanhar do chão a madeira disponível, evita (sempre que possível) cortar árvores para o efeito. Dispõe todo o material de modo a permitir a livre circulação de oxigénio, pois terás a fogueira a arder mais facilmente. Tem sempre por perto material de fácil combustão, de modo a que a possas alimentar com frequência. Vai progressivamente integrando no fogo madeira de combustão mais lenta, para que deste modo possas ter uma fogueira de longa duração e efectuar nela tudo o que precisas. COMO PREPARAR A FOGUEIRA a) Cava um buraco de 15 cm de profundidade por 40 cm de largura DICAS b) Forma um círculo com pedras grandes em torno do buraco e • prepara um balde de terra e uma encontrar pá c) Acende o fogo no buraco com folhas e galhos secos, progressivamente vai acrescentando madeira de maior espessura. Para acender uma fogueira, tenta materiais de fácil combustão. • Obtém lenha “miúda”. A melhor lenha são os galhos mortos no Seguidamente iremos dar uma breve ideia de outros modos com os chão. Mesmo se estiver húmida, quais poderás acender uma fogueira caso te faltem os fósforos. queimará melhor que a que Claro está que estes serão métodos muito mais difíceis de estiver verde.. executar, porém com ânimo e persistência também poderás concretizá-la. • A madeira dura queima bem, dá muito calor e bonitas brasas que ficam vermelhas por muito tempo. Utiliza madeira podre, fibras vegetais, corda, ramos secos, casca A lenha mais mole queima mais de árvore, madeira bem seca, fios de pano, gaze, penas finas ou lentamente (de fácil consumo) e ninhos de pássaros, de ratos etc, para poderes ter a acendalha. produz chamas mais altas. Para acendê-la, utiliza um destes métodos: 15 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 LENTE DE VIDRO Incide a acendalha nos raios solares, através da lente (de um binóculo, de uma câmara fotográfica, lente de óculos, etc). Aguarda até sentir que começa a pegar fogo. PEDRA DURA Raspa com uma faca de aço numa pedra dura e lisa, faz com movimentos rápidos e sucessivos (se possível de cima para baixo) põe a pedra bem perto da acendalha para que as faíscas libertadas no acto possam chegar bem perto dela. Uma vez acesa a acendalha, sopre e abane-a com cuidado, até surgir a chama. Seguidamente adiciona à acendalha a lenha previamente preparada, começa pelos galhos mais finos e vai aumentando o tamanho da lenha aos poucos. Na colocação da lenha, vale a pena dizer que deverá ter muito cuidado para não abafar a chama, dispondo a madeira de forma a que oxigénio continue a ter acesso ao interior da fogueira. FITA DE COURO Fazendo-se atrito com uma fita de couro ou uma corda de qualquer fibra num tronco morto ou seco, junto a uma acendalha, acender-se-á o fogo. FRICÇÃO – MADEIRA COM MADEIRA Utiliza-se o atrito das madeiras para se acender a acendalha. 16 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 Exemplos de fogueiras 17 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 Fogo de Conselho: Apesar de não se encontrar incluído em nenhum item desta insígnia, convém dar uma breve passagem pelo significado e objectivos do fogo de Conselho. Este é um óptimo espaço para reunir as unidades de DESBRAVADORES e criar espaços de reunião e discussão. Nele podes abordar situações que decorrem durante o acampamento e promover a sua solução, podes também criar momentos lúdicos e momentos espirituais. É essencialmente um local de reunião do grupo e por isso promove alguma seriedade e camaradagem no encontro, pois nele serão abordados questões que englobarão a todos os presentes. Imagens retiradas www.grupoadventury.br 18 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 10 Construir um abrigo improvisado (cabana, iglo); O tipo de abrigo que construires será determinado pelas condições e pela variedade de materiais disponiveis ao redor. Assegura-te que o abrigo tem ventilação suficiente, principalmente se pretendes fazer uma fogueira no seu interior para cozinhares. Protege-o do vento usando o vosso material como protecção. Não te esqueças de construir um canal em volta do mesmo, pois se chover o abrigo permanece seco. Tenta que seja grande o suficiente para que albergue todo o teu grupo. 11 Citar as regras de respeito pela Natureza e arredores. O respeito pela Natureza deve cada vez mais ser uma prioridade de todos nós para por em prática todos os dias e em todos os locais em que nos movimentamos. Seguidamente apresentaremos um conjunto de regras de respeito pela natureza, as quais vos convido a rever. Na rua: U Não deites lixo para o chão. Lembra-te desta regra quando estás no campo, na praia ou até no caminho para casa; U Sempre que te deslocares para algum lado leva um saco com lixo; U Se vires lixo no chão, mesmo que não seja teu, apanha-o; U Quando despejares o lixo fecha sempre o contentor, estes quando ficam abertas atraiem ratos, baratas e moscas que funcionam como vectores de doenças; U Quando fores às compras prefere sacos de papel. Se isso não for possível reutiliza os sacos de plástico que tens em casa; U Quando fores às compras prefere embalagens de papel reciclado; U Evita comer fast food, pois além de não ser uma refeição saudável a maior parte das empresas são responsáveis pela fabricação de enormes quantidades resíduos; UQuando passeares na natureza ou estiveres num acampamento tem muito cuidado com aquilo que pode causar um incêndio; U Quando adquirires um aparelho electrónico escolhe um de baixo consumo; U Na praia nos pises nem colhas plantas das dunas, elas servem para a preservação do solo; U Poupa energia evitando uma condução nervosa e as acelerações bruscas; U Adere à iniciativa do dia sem carros; U Partilha a utilização do automóvel; U Sempre que possível usa os transportes públicos ou anda a pé; 19 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 U Não te sintas mal se chegares ao trabalho de bicicleta… pode ser que a moda pegue! Em casa: U Faz um esforço para poupar água: vê a pressão do autoclismo; o estado de conservação das torneiras; evita banhos de emersão; lava os dentes com a torneira fechada (se possível utiliza o copo); ao lavares a loiça não uses água corrente, enche antes a bacia de água; se a máquina de lavar loiça e roupa não tiverem a opção de meia carga, utiliza-as somente quando estiverem cheias; U Quando estiveres a aquecer um alimento coloca uma tampa; U Apaga as luzes quando não estiveres num espaço que delas precises; U Usa lâmpadas de baixo consumo; U Isola portas e janelas; U Quando fores ao frigorífico tenta retirar tudo o que precisas de uma só vez; U Dá preferência à aquisição de pilhas recarregáveis; U Reutiliza a roupa velha para trapos de limpeza; U Desliga o monitor de este estiver inactivo por um período superior a 15 minutos; U Utilize cores claras no interior da casa para que a luz natural e artificial seja reflectida; U Numa lareira tenta posicioná-la na parede interior da casa de modo a que o calor produzido se espalhe por toda a casa. 20 Manual de Instrução da Especialidade “Arte de Acampar” – ACNAC Tições 2007 Bibliografia - Manual para Desbravadores, Fogueiras; - Darman, Peter, Manual de Sobrevivência, Editora Estampa, 1999. www.escoteiros.net; www.cne-escutismo.pt www.camarros.net www.grupoadventury.br.tripod.com www.naturlink.pt www.dre.pt 21