MANUAL DE BOAS PRÁTICAS Gestão Energética e de Água dos Edifícios dos Palácios de Justiça MANUAL DE BOAS PRÁTICAS Gestão Energética e de Água dos Palácios da Justiça ÍNDICE 1. 1.1 1.2 1.2.1 1.2.2 1.3 1.3.1 1.3.2 3 3 3 3 4 5 5 5 Introdução O impacto global do consumo energético Panorama Internacional 3. 3.1 Alterações climáticas 3.2 Crise energética 3.3 Panorama Nacional 3.4 Dependência energética 3.5 O consumo energético dos edifícios do Ministério 3.6 da Justiça. 1.4 2. 2.1 2.1.1 2.1.2 2.1.3 6 7 7 7 8 8 O impacto global do consumo de água Smart People – A importância dos comportamentos 4. 4.1 4.2 Eficiência energética em edifícios 4.3 Design e Construção 4.4 Controle e operação 4.5 Os utilizadores - Smart People 4.6 4.7 11 11 14 18 21 23 25 27 27 29 29 30 30 30 30 Boas Práticas de Eficiência Energética – Utilizador Aquecimento Arrefecimento Iluminação Computadores Outros equipamentos Água Boas Práticas de Eficiência Energética – Gestor Aquecimento Arrefecimento Iluminação Computadores Outros equipamentos Controle e Gestão Água 3 1. Introdução 1.1 Fig.1 O impacto global do consumo energético O elevado consumo energético mundial é a principal causa das alterações climáticas que o planeta está a sofrer. Esse consumo continua a aumentar significativamente todos os anos. As previsões de impactos futuros muito acima do que o planeta pode suportar alertam para a necessidade urgente de agir, no sentido de colaborar na mitigação de um problema com o potencial de afectar drasticamente o modo de vida e as condições de habitabilidade de todos os seres humanos. 1.2 1.2.1 A América do Norte (EUA e Canadá), Arábia Saudita, Rússia, Austrália e alguns países da Europa apresentam alguns dos maiores consumos energéticos per capita do mundo. No entanto, alguns países conseguem aliar um alto nível de industrialização e qualidade de vida a consumos per capita significativamente inferiores, como é o caso do Japão.1 Panorama Internacional Alterações climáticas A existência de alterações climáticas foi demonstrada Fig.2 cientificamente em 2007 por um painel internacional de 2000 cientístas (IPCC – Interdisciplinary Panel on Climate Change). Este poderá vir a ser o maior desafio da humanidade no século XXI, a que ninguém ficará alheio. O actual cenário de alterações climáticas coloca sobre cada indíviduo a responsabilidade de consumir menos energia, e assim libertar menos emissões de CO2 para a atmosfera. Não está em causa uma escala nacional, mas global. Não se trata de transferir o problema para quem terá de pagar a factura energética, pois a factura climática é paga por todos nós. O cenário internacional de alterações climáticas e aquecimento global poderá ser seriamente agravado caso os consumos energéticos per capita não sofram reduções significativas. 1 Agradecemos ao World Business Council for Sustainable Developement (WBCSD) e ao BCSD Portugal pela reprodução de algumas das imagens incluídas neste Manual. 4 1.2.2 Crise energética Fig.3 A solução para a crise energética internacional passa por dois grandes vectores de acção: 1) Maior eficiência no consumo - consumir menos energia, sem necessariamente comprometer o nível de vida dos cidadãos, mas sobretudo evitando o desperdício. 2) Maior sustentabilidade das fontes de energia utilizadas significa não só que a energia que gastamos polui menos, mas também que o fornecimento de energia é menos dependente da importação de países onde algumas energias convencionais estão maioritariamente localizadas. Este manual insere-se no primeiro vector, de eficiência no consumo. Os edifícios dispendem 40% da energia mundial, o que demonstra claramente a importância da sua eficiência energética, e redução dos seus consumos. No entanto, a percepção geral é de uma percentagem significativamente menor, como aponta o resultado de um inquérito, efectuado a profissionais dentro do sector da construção, que em média atribuiram aos edíficios apenas uma percentagem de 19% do consumo energético mundial, menos de metade do número real. Dentro do consumo energético atribuído aos edifícios, a maior percentagem é para aquecimento, arrefecimento e ventilação (HVAC, 37%), realçando a importância de proteger os edifícios contra o frio e o calor, quando são construídos, e de na sua vivência Embora a percentagem de energia mundial atribuída aos edifícios seja de 40% , este inquérito demonstra que a percepção dos utilizadores é significativamente mais baixa, podendo assim não atribuir a importância devida à necessidade de reduzir os seus consumos energéticos. 5 do dia-a-dia serem adoptadas práticas de redução de utilização Fig.4 1. Design 2. Envelope do edifício 3. Equipamento - iluminação - aquecimento e arrefecimento - aparelhos e equipamento de escritório - automatização dos edifícios 4. Infra-Estruturas dos equipamentos de aquecimento e arrefecimento. A segunda maior parcela é a iluminação (18%), demonstrando a relevância de ser maximizado o uso de iluminação natural, mais agradável para os ocupantes e benéfica para a saúde, e de diminuir tanto quanto possível a utilização inútil de luz artificial, por exemplo, deixando luzes acesas em espaços desocupados. 1.3 1.3.1 Panorama Nacional Dependência energética Portugal é um país que importa a maior parte da sua energia, sendo dependente de outros países para o seu fornecimento, e tendo uma alta factura energética externa a pagar todos os anos, o que representa uma fracção importante das importações de Potugal, e também da sua dívida externa. O recente investimento nas renováveis, embora positivo, não foi suficiente para alterar significativamente este problema. A eficiência energética é portanto um contributo também para a economia, ajudando a diminuir esse tipo de custos ao país. 1.3.2 O consumo energético dos edifícios do Ministério da Justiça No panorama dos edifícios que integram o parque edificado do Ministério da Justiça, os edifícios dos Palácios de Justiça são a terceira categoria com maior consumo energético. No entanto, o seu desempenho poderá vir a ser significativamente melhorado com a colaboração dos seus utilizadores e gestores, Outros e ajustamento 21% Iluminação 18% Aquecimento de água 10% IT e equipamentos de escritórios 14% HVAC 37% Distribuição de consumos energéticos em edifícios, por tipo de equipamentos, e por componente de projecto/construção. 6 nomeadamente em relação aos princípios apresentados neste Manual de Boas Práticas. 1.4 O impacto global do consumo de água A água potável é um bem escasso, e a sua quantidade está a diminuir no planeta. Qualquer cenário futuro de falta de água potável representará graves distúrbios humanitários, sociais, económicos e politicos. Muita da água consumida nos países desenvolvidos é de facto desperdiçada, em padrões de consumo que já não se coadenam com a ordem global do planeta. Nesse sentido, importa alterar pequenos hábitos que, sem decrescer a qualidade de vida, permitem acima de tudo evitar o desperdício, e poupar num bem escasso e precioso. 7 2. Smart People - A importância dos comportamentos 2.1 Eficiência energética em edifícios Ao contrário do que pode ser a percepção comum, não é no momento da construção que o edifício despende maiores recursos, em termos de impacto ambiental. Essa fracção é apenas 12% do total. Pelo contrário, a energia que é gasta na utilização de um edifício, representa cerca de 84% do total utilizado ao longo do Fig.5 Fabrico, transporte e construção, 12% Utilização, 84% (aquecimento, ventilação, aquecimento de água e electricidade) Manutenção e renovação, 4% seu ciclo de vida, conforme se pode ver no gráfico respectivo. Ciclo de Vida da utilização de energia 2.1.1 Projecto de arquitectura e construção sustentável A reabilitação energética de edifícios existentes passa por realizar alterações físicas, quer nos próprios elementos construtivos do edifício, quer nos sistemas de aquecimento, iluminação, e outros. O Ministério da Justiça, através do IGFIJ, tem em curso um projecto de reabilitação energética de cinco edifícios de Palácios de Justiça. No entanto, estudos demonstram que dois edifícios idênticos podem apresentar consumos energéticos sete vezes mais altos, dependendo do comportamento dos utilizadores. Este factor humano leva a que, muitas vezes, os ganhos energéticos potenciais obtidos por via de melhor construção podem não ser realizados, devido ao comportamento desadequado de quem ocupa o edifício diariamente. Distribuição de utilização de energia ao longo do ciclo de vida dos edifícios. 8 2.1.2 Controle e operação Fig.6 Em edifícios modernos, com equipamentos e sistemas de climatização instalados, existe normalmente um sistema de alto do funcionamento energético do edifício, em termos de ar Conhecimento pessoal Precisa de argumentos claros para o PORQUÊ condicionado, aquecimento, iluminação, e até aspectos como os sistemas de sombreamento e aberturas de fachada para ventilação. No entanto, a maioria dos Palácios de Justiça em Portugal não estão dentro deste modelo, pelo que o comportamento dos baixo edifícios. como educar Entusiasta não informado Não disponível Poucos níveis de conhecimento e pessimismo acerca da capacidade de intervir. baixo Fig.7 Com vontade de conduzir/ adoptar atitude de liderança convencido Acredita na economia, no impacte climático porque e nos incentivos regulatórios como educar Não disponível para as questões ambientais ocupantes se torna peça-chave no desempenho ambiental dos Os utilizadores – Smart People Líder Conhece o cenário de alterações climáticas ...mas individualmente não está convencido gestão técnica que controla automaticamente vários aspectos 2.1.3 Participante Céptico Pessimista acerca da economia, o impacte climático e incentivos. convencido Não sabe como se envolver porque Passivo relativamente ao ambiente Compromisso pessoal alto O nível de conhecimento pessoal sobre as questões ambientais afecta o grau de empenho que um indíviduo demonstra nas suas acções do dia-a-dia Existe cada vez mais a percepção que ‘Cimate Change is Cultural Sim Change’, ou seja, serão as pessoas que poderão realmente ter o Talvez Não poder para alterar o cenário de excessivo consumo energético, Não quer perder conforto 35% 5% 60% através de uma nova atitude no que respeita a valores, Seria uma gota no oceano 25% 4% 71% comportamentos e visões do mundo. Até agora, a questão dos Não tem meios financeiros 25% 5% 70% Requer demasiado esforço 20% 5% 75% Não sabe o que é necessário 19% 5% 76% 4% 1% 95% utilizadores dos edifícios permaneceu como um ‘buraco negro’ no desenvolvimento de uma cultura de edifícios sustentáveis. Hoje em dia, sabe-se que o combate a esta causa das alterações Não vê a utilidade climáticas passa não por smart buildings ou smart control, mas por smart people, ou seja, utilizadores empenhados e informados que querem fazer a diferença. Estudos recentes demonstram que há diversos tipos de utilizadores, em relação ao seu empenho ambiental (figura 6). Os líderes, Razões porque 1000 utilizadores implementaram ou não medidas de conservação energética (Bélgica) 9 aqueles que podem de facto implementar novas atitudes e fazer Fig.8 os outros segui-los, são bem informados e muito empenhados. Pelo contrário, aqueles que possuem menos informação sobre as questões ambientais e o seu impacto local e global, mostram-se claramente pouco disponíveis para se empenharem em acções transformadoras, por menor que seja o esforço nelas envolvidas. Nesse sentido, é importante criar formas de proporcionar aos individuos o feedback sobre o efeito multiplicador que as suas pequenas acções podem ter, dado que, tendencialmente, a acção humana procura optimizar a relação sempre complexa entre causa-efeito. No Ministério da Justiça existe actualmente uma verba monetária concedida a cada Tribunal para utilizar e gerir em questões como, por exemplo, a substituição de lâmpadas e a manutenção das torneiras em bom estado de conservação. No entanto, passa também por todos os utilizadores alertarem o gestor do edifício para que esses pequenos actos de manutenção sejam implementados atempadamente, fazendo assim uma diferença significativa. Para além destes simples exemplos, este Manual elenca um conjunto de medidas que qualquer utilizador de um edifício poderá implementar, ou ajudar a implementar, no sentido de atingir os objectivos de diminuição do consumo energético e de água dos edifícios dos Palácios de Justiça. Essas medidas estão estruturadas em acções relativas ao aquecimento do edifício (inverno), arrefecimento Aumentar o nível pessoal de conhecimentos sobre questões ambientais e os seus impactos é o factor mais importante para superar as barreiras aos comportamentos mais responsáveis. 10 (verão), iluminação, computadores, outros equipamentos, e água. Para cada medida, procurou-se dar uma ideia aproximada do seu potencial impacto, quer em termos de gasto de energia, e seu custo associado, quer sobre as emissões de Dióxido de Carbono (CO2) para a atmosfera que serão poupadas com essa medida. As estimativas são depois extrapoladas, para além da sua dimensão mais imediacta, para o seu impacto ao longo do tempo, por ano, e pelo seu efeito multiplicador, dentro do edifício, e no conjunto dos edifícios de Tribunais em Portugal. Como demonstrou outro recente inquérito (figura 7), uma das principais razões que leva as pessoas a não tomarem acções relativas a eficiência energética, é considerarem que as suas acções seriam uma ‘gota de água num oceano’. Ao longo deste Manual, procuramos demonstrar como o impacto acumulado das acções de cada indivíduo pode atingir proporções que tornam por demais motivador a participação nesta importante iniciativa. 11 3. Boas Práticas - Utilizador 3.1. Aquecimento (Inverno) Quanto pode poupar se... Impacto Energético e financeiro Não deixar o aquecedor eléctrico aceso Número de horas durante a noite. (das 18:00h às 9:00h dia seguinte) Um temporizador de baixo custo (que pode lo no mínimo, quando sair para almoçar. Potência do aquecedor Fracção de tempo em carga Consumo numa noite Dias de trabalho/mês Estação de aquecimento Energia anual poupada Os aquecedores não devem estar acesos Custo anual evitado (1 aquecedor) quando as janelas estão abertas. Se existirem 5 aquecedores no Tribunal Se acontecer em 50 Tribunais Calafetar as janelas da sua sala de trabalho. Área gabinete Pé direito sala Temperatura interior Temperatura exterior Renovações de ar sem calafetar Renovações de ar depois de calafetar Poupança Estação de aquecimento Energia anual poupada custar apenas 3€), pode programar o seu aquecedor para ligar uma hora antes de chegar ao trabalho. Deverá também desligar o aquecedor, ou colocá- As frinchas em janelas antigas ou mal instaladas são responsáveis pela perda de grande parte do calor gerado no interior do edifício. Um simples rolo de fita de calafetar pode causar não só poupança de energia como um maior nível de conforto para os utilizadores, por evitar correntes de ar no espaço de trabalho. Custo anual evitado (1 gabinete) Se existirem 10 gabinetes Se a situação se repetir em 100 Tribunais reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 15 h 1500 75% 16,875 22 6,4 2376 W kWh 6,4 meses kWh/ano 305 €/ano 903 1.527 €/ano 76.329 €/ano 4.514 225.720 30 2,7 20 11 1 0,6 99,1 6,4 457 m2 m ºC ºC 1/h 1/h W meses meses 59 €/ano 174 587 €/ano 58.706 €/ano 1736 173.605 12 Quanto pode poupar se... Colocar fitas de isolamento debaixo das Impacto Energético e financeiro pode ser significativa e fazer consumir mais Largura da porta Permeabilidade antes Permeabilidade depois Temperatura interior Temperatura exterior Temperatura corredor Poupança Estação de aquecimento Energia anual energia do que o necessário para aquecimento. Custo anual evitado (1 porta) Uma fita de isolamento colocada debaixo da Se existirem 30 portas Se a situação se repetir em 100 Tribunais portas. Dentro de um edifício sem aquecimento central, nem todos os espaços estão à mesma temperatura. A fuga do calor dos espaços mais aquecidos (como são os gabinetes de trabalho), para outros espaços mais frios (como os corredores, escadas e átrios, entre outros), porta, de modo a obstruir a passagem de ar pelas frinchas entre a porta e o pavimento, não reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 0,8 12 6 20 11 15,5 7,3 6,4 34 m m3/h/m m3/h/m ºC ºC ºC W meses kWh/ano 4 €/ano 13 130 €/ano 13.046 €/ano 386 38.579 só poupa energia como ajuda a aumentar os níveis de conforto dos ocupantes, diminuindo a sensação de correntes de ar. Deixar os estores ou portadas do seu espaço trabalho não estará tão frio, e será necessário Área janela Condutividade da janela sem portadas Condutividade da janela com portadas Temperatura interior Temperatura exterior Poupança Estação de aquecimento Energia anual gastar menos energia em aquecimento. Custo anual evitado (1 janela) 32 €/ano 95 Se existirem 50 janelas Se a situação se repetir em 100 Tribunais 1.599 €/ano 4.728 472.781 de trabalho fechados à noite. A diferença de temperaturas entre o interior e exterior do edifício é o motor que faz o calor mover-se através dos vidros. Essa diferença é muito mais alta à noite. Se deixar os vidros mais protegidos durante a noite, de manhã o local de 4 6 4,5 20 11 54 6,4 249 m2 W/m2.ºC W/m2.ºC ºC ºC W meses kWh/ano 159.875 €/ano 13 Quanto pode poupar se... Abrir os estores quando o sol bate na janela, para ter ganhos solares Os ganhos solares no inverno podem ser bastante úteis para o aquecimento do edifício. É necessária atenção, por parte dos ocupantes, em ter os estores abertos no período do dia em que há incidência solar nas janelas. Impacto Energético e financeiro Área janela Factor obstrução Factor solar Intensidade da radiação Inverno Tempo de exposição Dia Estação de aquecimento Energia anual reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 4 0,8 0,9 310 4 3,6 6,4 686 m2 W/m2 h kWh meses kWh/ano Custo anual evitado (1 janela) 88 €/ano 261 Se existirem 50 janelas Se a situação se repetir em 100 Tribunais 4.400 €/ano 440.000 €/ano 13.050 1.305.000 14 3.2. Arrefecimento (Verão) Quanto pode poupar se... Desligar a ventoinha enquanto vai almoçar. Uma ventoinha não arrefece a temperatura do ar. Apenas provoca uma sensação de frescura, porque ao aumentar a velocidade do ar, aumenta a quantidade de arrefecimento por evaporação do corpo humano. A uma maior velocidade do Impacto Energético e financeiro Intervalo para almoço e outras ausências Potência da ventoinha Consumo excessivo por dia Dias de trabalho/mês Estação de arrefecimento Energia anual reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 2 130 0.26 22 5,6 32 h W kWh meses kWh/ano ar corresponde portanto uma sensação térmica Custo anual evitado (1 ventoinha) 4 €/ano 12 mais baixa. No entanto, o funcionamento da Se houver 30 ventoinhas no Tribunal Se a situação se repetir em 100 Tribunais 123 €/ano 123.483 €/ano 365 14.607 ventoinha é inútil quando não está alguém no espaço. Deixar a ventoinha ligada quando não está no local de trabalho não vai torná-lo mais fresco enquanto está ausente, e consome uma quantidade significativa de energia inútil. Não ligar o ar condicionado com as janelas abertas. Dado que o ar condicionado arrefece artificialmente o ar, com elevado consumo energético, nunca devem ser deixadas janelas abertas durante o seu funcionamento, caso contrário o ar arrefecido sairá do espaço, e entrará ar aquecido exterior. Número de horas (das 9:00h às 18:00h) Potência AC Fracção de tempo em carga c/ janela aberta Fracção de tempo em carga c/ janela fechada Poupança por dia Dias de trabalho/mês Estação de arrefecimento Energia anual Custo anual evitado (1 aparelho AC) Se existirem 10 gabinetes Se a situação se repetir em 40 Tribunais 9 4500 100% 40% 24,3 22 5,6 2994 h W kWh meses kWh/ano 385 €/ano 1.138 3.850 €/ano 154.000 €/ano 11.380 455.200 15 Quanto pode poupar se... Impacto Energético e financeiro reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) Deixar janelas abertas à noite, sempre que tal seja possível em termos de segurança. O arrefecimento nocturno é uma importante estratégia para a poupança de energia em arrefecimento, e para o conforto dos ocupantes, quando não há ar condicionado no edifício. Durante o dia, o edifício aquece devido aos ganhos térmicos externos (que são os ganhos solares), e também aos ganhos térmicos internos (as pessoas que os ocupam, as luzes eléctricas, os computadores, impressoras, e outros equipamentos, estão continuamente a emitir calor para o espaço). Ao final do dia, a solução usual é fechar o edifício todo, sendo que deste modo ele não consegue libertar-se de parte significativa desse calor durante a noite, e arrefecer de modo a proporcionar conforto aos ocupantes, ao longo do próximo dia. O arrefecimento nocturno é muito eficaz em relação a essa questão, mas pode estar associado a questões de segurança do edifício. No entanto, em pisos superiores, ou em janelas especialmente preparadas para isso (por exemplo, onde só a bandeira abra parcialmente, ou que tenham gradeamentos), existem muitas vezes oportunidade para deixar o edifício ventilar à noite e assim arrefecer. Importa evitar esta solução em períodos do ano em que a humidade seja demasiado elevada à noite. Área aberta Velocidade vento Temperatura interior Temperatura exterior Amplitude térmica Temperatura nocturna Arefecimento Intervalo (18h-9h) Estação de arrefecimento Energia anual Custo anual evitado (1 janela) Se existirem 50 janelas Se a situação se repetir em 100 Tribunais 0,6 2 25 33 14 19 8812,8 15 5,6 740 m2 m/s ºC ºC ºC ºC W h meses kWh/ano 95 €/ano 281 4.756 €/ano 475.627 €/ano 14.065 1.406.523 16 Quanto pode poupar se... Desligar o Ar Condicionado enquanto vai almoçar. O ar condicionado é um sistema que funciona como um frigorífico, retirando o calor do ar de um espaço e deitando-o para outro. Trata-se de um processo que consome muita electricidade. Dado que o ar condicionado arrefece directamente o ar, a sua velocidade de actuação é muito rápida, sendo desnecessário deixá-lo ligado em períodos de desocupação, tal como a hora de almoço. Quando for ligado, rapidamente arrefecerá o espaço, e entretanto muita energia pode ser poupada. Fechar parcialmente estores e persianas durante o período do dia em que o sol entra. A radiação solar é a forma mais poderosa que o calor tem de entrar num espaço. Os vidros são particularmente permeáveis à entrada de radiação solar. Caso sejam sombreados quando incide sol directo, e de preferência pelo exterior, poderão reduzir de forma muito significativa o nível de sobreaquecimento do espaço. Quando já não há sol directo, os estores devem depois ser abertos, para maximizar o uso de luz natural, e assim poupar na iluminação eléctrica. É necessário que exista uma atenção por parte dos utilizadores do espaço para adaptarem estes dispositivos de sombreamento, pois só a sua participação e atitude pró-activa poderá conseguir os potenciais ganhos de energia e emissões de carbono associados a esta medida. Impacto Energético e financeiro Intervalo para almoço e outras ausências Potência Consumo excessivo por dia Dias de trabalho/mês Estação de arrefecimento Energia anual Custo anual evitado (1 aparelho AC) Se houver 20 unidades de AC no Tribunal Se a situação se repetir em 40 Tribunais Área janela Factor obstrução Factor solar Intensidade da radiação directa Tempo de exposição Poupança por dia Dias de trabalho/mês Estação de arrefecimento Energia anual Custo anual evitado (1 janela) Se existirem 50 janelas Se a situação se repetir em 100 Tribunais reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 2 4500 9 22 5,6 1109 h W kWh meses kWh/ano 142 €/ano 421 3.562 €/ano 8.427 106.861 €/ano 337.075 4 0,8 0,9 400 4 4,6 22 5,6 568 m2 W/m2 h kWh 1,8 meses kWh/ano 73 €/ano 3.648 kg/ano 364.751 kg/ano 216 10.786 1.078.641 17 Quanto pode poupar se... Colocar alguns tipos de plantas dentro da sua sala de trabalho. Algumas plantas comuns de interiores têm a capacidade de melhorar a qualidade do ar, sendo benéfica a sua presença num espaço de trabalho. As mais indicadas são: Palmeira Areca (Chrysalidocarpus Lutescens) – Transforma CO2 em oxigénio de dia Espada de São Jorge (Sansevieria Trifasciata) – Transforma CO2 em oxigénio à noite Trepadeira-de-Tonga (Epipreminum Aureum) – Absorve quimicos comuns no ar dos espaços de escritórios, como formaldeído e outros Componentes Orgânicos Voláteis A presença de plantas também poderá causar arrefecimento do ar, por evaporação. No cálculo anexo, utilizou-se a Palmeira Areca como exemplo. Impacto Energético e financeiro reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) Plantas por sala Evaporação por planta Evaporação total Arrefecimento / dia Estação de arrefecimento Energia anual 9 1 9 5,6 5,6 948 Custo anual evitado (por sala) 122 €/ano 360 Se existirem 10 gabinetes 1.218 €/ano Se a situação se repetir em 100 Tribunais 121.810 €/ano 3.602 360.217 l/dia l/dia kWh meses kWh/ano 18 3.3. Iluminação Impacto Energético e financeiro Quanto pode poupar se... Apagar as luzes sempre que deixar um local de trabalho. O consumo de energia eléctrica para iluminação de um espaço desocupado é um dos desperdícios energéticos mais comuns em Portugal. Área gabinete Iluminação Periodo desocupado Poupança por dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual Custo anual evitado ( 1 gabinete 30m2) Se existirem 10 gabinetes Se a situação se repetir em 100 Tribunais Apagar as luzes da Sala de Audiências sempre que esta estiver desocupada. Área da Sala de Audiências Iluminação Periodo desocupado Poupança / Dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual Custo anual evitado (1 sala de audiências) Se existirem 2 salas de audiências Se a situação se repetir em 100 Tribunais reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 30 450 2 0,9 22 11 218 m2 W h/dia kWh meses kWh/ano 28 €/ano 83 280 €/ano 27.987 €/ano 828 82.764 175 2800 5 14 22 11 3388 m2 W h/dia kWh meses kWh/ano 435 €/ano 1.287 871 €/ano 87.072 €/ano 2.575 257.488 19 Impacto Energético e financeiro Quanto pode poupar se... Manter as entradas de luz natural devidamente desobstruídas, artificiais apagadas sempre que há luz natural suficiente. Mais uma Número de horas (das 9:00h às 18:00h) Area Fracção da área perto da janela Iluminação Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual vez, cabe aos utilizadores esta atenção às condições naturais de Custo anual evitado (1 sala) luz. Sempre que os interruptores instalados permitam apagar as Se existirem 10 gabinetes Se a situação se repetir em 100 Tribunais e acender só as luzes mais interiores, deixando as luzes junto às janelas apagadas, caso os interruptores o permitam. Através da maximização do uso da luz natural, é possível poupar quantidades significativas de energia em luz eléctrica. Para tal ser possível, as entradas de luz natural devem se mantidas tão desobstruídas quanto possível, e as correspondentes luzes luzes por fiadas, a prioridade será apagar as luzes instaladas junto reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 9 30 50% 225 2,025 22 11 490 h m2 W kWh meses kWh/ano 63 €/ano 186 630 €/ano 62.971 €/ano 1.862 186.219 às fachadas e janelas. Apagar as luzes das instalações sanitárias quando sair. As instalações sanitárias são locais onde, tipicamente, as luzes eléctricas podem ficar várias horas acesas desnecessariamente. Dado que na maioria dos edifícios dos Tribunais não existem sensores de Área Iluminação Período desocupado Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual ocupação, para apagar automaticamente as Custo anual evitado (1 I.S.) luzes quando não são necessárias, caberá Se existirem 6 instalações sanitárias Se a situação se repetir em 100 Tribunais aos utilizadores essa pequena atenção, que pode ter um impacto global significativo. 12 120 6 0,72 22 11 174 m2 W h/dia kWh meses kWh/ano 22 €/ano 66 134 €/ano 13.434 €/ano 397 39.727 20 Impacto Energético e financeiro Quanto pode poupar se... Apagar as luzes de salas de arquivo, arrecadações, salas de espólio, quando sair. As salas de arquivo, arrecadações, salas de espólio, e outras similares, são locais de ocupação pontual, onde, tipicamente, as luzes eléctricas podem ficar várias horas acesas desnecessariamente. Dado que na maioria dos edifícios dos Tribunais não existem sensores de ocupação, para apagar automaticamente as luzes quando não são necessárias, caberá aos utilizadores essa pequena atenção, que pode ter um impacto global significativo. Área Iluminação Período desocupado Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual . Custo anual evitado (1 sala arquivo 200m2) Se existirem 2 salas arquivos, espólio, etc Se a situação se repetir em 100 Tribunais reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 200 2000 6 12 22 11 2904 m2 W h/dia kWh meses kWh/ano 373 €/ano 1.104 746 €/ano 74.633 €/ano 2.207 220.707 21 3.4. Computadores Quanto pode poupar se... Impacto Energético e financeiro Não deixar o computador ligado à noite. Número de horas É muitas vezes prática comum deixar os computadores ligados à noite, o que ocasiona consumos energéticos muito elevados ao longo do ano. Os computadores em stand-by também continuam a gastar energia. (das 18:00h às 9:00h dia seguinte) Potência Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual Custo anual evitado (1 computador) Se existirem 30 computadores Se a situação se repetir em 100 Tribunais Reduzir o brilho do monitor do computador. O ecrã do computador é responsável por uma consumo considerável de energia. A redução do seu brilho, quando este está alto demais, pode causar poupanças energéticas sem prejuízo da qualidade visual do utilizador. Número de horas (das 9:00h às 18:00h) Diferença de consumo Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual Custo anual evitado (1 computador) Se existirem 30 computadores Se a situação se repetir em 100 Tribunais reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 15 h 150 2,25 22 11 545 W kWh meses kWh/ano 70 €/ano 207 2.099 €/ano 209.905 €/ano 6.207 620.730 9 h 40 0,36 22 11 87 W kWh meses kWh/ano 11 €/ano 33 336 €/ano 33.585 €/ano 993 99.317 22 Quanto pode poupar se... Substituir o wallpaper do computador por um ecrã mais escuro, ou com o logotipo da instituição (solução standard). O ecrã do computador é responsável por um consumo considerável de energia. A utilização de um wallpaper com um tom mais escuro evita que o ecrã esteja sempre a emitir tanta luz enquanto não está a ser utilizado. Impacto Energético e financeiro Número de horas (das 18:00h às 9:00h dia seguinte) Diferença de Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual Custo anual evitado (1 computador) Se existirem 30 computadores Se a situação se repetir em 100 Tribunais reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 9 h 20 0.18 22 11 44 W kWh meses kWh/ano 6 €/ano 17 168 €/ano 16.792 €/ano 497 49.658 23 3.5. Outros equipamentos Quanto pode poupar se... Impacto Energético e financeiro gasto desnecessário de papel (que para além Consumo por página páginas desnecessárias por dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual de um custo, representa o abate de árvores Custo anual evitado (1 dia) adicionais), e de tinta da impressora. Se existirem 30 utilizadores Se a situação se repetir em 100 Tribunais Apenas imprimir quando necessário. A impressão de ficheiros que podem não ser absolutamente necessários em papel causa não só um desperdício de energia, mas também Outras boas práticas recomendadas, no sentido reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 0,05 kWh/p 10 22 11 meses 121 kWh/ano 16 €/ano 46 466 €/ano 46.646 €/ano 1.379 137.940 de poupar papel e tinteiros, são a impressão em draft, e a impressão dos dois lados do papel. Desligar as fotocopiadoras à noite. Tal como no caso dos computadores, desligar as fotocopiadoras à noite pode trazer importantes poupanças energéticas e, logo, ambientais. Número de horas (das 18:00h às 9:00h dia seguinte) Consumo em standby Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual 15 h 200 3 22 11 726 W kWh meses kWh/ano Custo anual evitado (1 fotocopiadora) 93 €/ano 276 Se existirem 5 fotocopiadoras Se a situação se repetir em 100 Tribunais 466 €/ano 46.646 €/ano 1.379 137.940 24 Quanto pode poupar se... Impacto Energético e financeiro Desligar as impressoras à noite. Número de horas Tal como no caso dos computadores, desligar as impressoras à noite pode trazer poupanças energéticas e, logo, ambientais. (das 18:00h às 9:00h dia seguinte) Consumo em standby Poupança /dia Dias de trabalho/mês Meses de trabalho Energia anual Custo anual evitado (1 impressora) Se existirem 10 impressoras Se a situação se repetir em 100 Tribunais reduções nas emissões de carbono (Kg CO2) 15 h 5 0.075 22 11 18 W kWh meses kWh/ano 2,3 €/ano 6,9 23 €/ano 2.332 €/ano 69 6.897 25 3.6. Água Quanto pode poupar se... Não deixar a torneira aberta mais tempo do que o necessário. Uma redução do tempo médio de utilização do lavatório para lavagem de mãos, de 60 segundos para 30 segundos, pode representar uma poupança de centenas de milhares de litros por ano nos edifícios dos Tribunais em Portugal. Abrir a torneira com menos intensidade, diminuindo o seu caudal de água. Uma redução do caudal médio de utilização do lavatório para lavagem de mãos, de 6 litros/ minuto para 3 litros/minuto, pode representar uma poupança de centenas de milhares de litros por ano nos edifícios dos Tribunais em Portugal. Impacto Energético e financeiro reduções nas emissões de carbono Caudal de cada unidade Caudal Instantâneo de cada unidade Estimativa de tempo de uso Número de utilizações diárias Nº total de lavatórios Consumo de água diário Se o tempo de uso diminuir para 30 segundos Redução no consumo de água diário Impacto conjunto de 100 tribunais 6 0,1 60 50 15 4500 30 2250 225000 litros/minuto litros/segundo segundos Caudal de cada unidade Caudal Instantâneo de cada unidade Estimativa de tempo de uso Número de utilizações diárias Nº total de lavatórios Consumo de água diário Redução no consumo de água diário Impacto conjunto de 100 tribunais 3 0,05 60 50 15 2250 2250 225000 litros/minuto litros/segundo segundos litros segundos litros litros litros litros litros litros 225.000 litros poupados 225.000 litros poupados 26 Outras medidas... Utilizar o botão de menor descarga no autoclismo. A capacidade de um autoclismo tradicional pode ser de mais de 10 litros. Os novos autoclismos de dupla descarga têm descargas de 6 ou 3 litros. A utilização do botão de menor descarga pode originar poupanças de água significativas. Se não existir um botão de menor descarga, pode colocar uma garrafa de água de 1,5 litros dentro do autoclismo, para diminuir o seu volume de água. Avisar a manutenção sobre torneiras a pingar. Uma torneira a pingar durante 24 horas, de 5 em 5 segundos, perde 3 litros de água, o que corresponde a mais de 1000 litros de água por ano. 27 4. Boas Práticas - Gestor do Edifício - Secretário de Justiça O Secretário de Justiça representa uma peça-chave no processo o seu edifício. As vertentes fundamentais que afectam o de consciencialização de todos os que trabalham no edifício para comportamento do edifício são: aquecimento, arrefecimento e a questão da gestão energética e de água. iluminação. Nesse sentido, é importante identificar quais os pontos O Secretário de Justiça, consciente de que existe uma atenção fracos do edifício, por onde entra o frio, o calor e a luz, e procurar crescente centrada na poupança que cada edifício consegue melhorar e optimizar os principais pontos primeiro. É também atingir, em termos da electricidade e água consumidas, concentra essencial discutir estes aspectos com os ocupantes do edifício, pois na sua pessoa um grande potencial para conseguir reduzir os eles podem ter sugestões e comentários capazes de valorizar o seu custos, ao enquadrar as iniciativas dos diferentes ocupantes dos desempenho geral, ou relativos a pontos particulares e específicos edifícios, dando-lhes reposta e acompanhamento, e dotando a sua com que apenas os utilizadores têm normalmente contacto. acção diária da incisão, pro-actividade e iniciativa imprescindíveis É importante que o Secretário tenha assim conhecimento dos ao envolvimento de todos os funcionários do Tribunal, incluindo os vectores aos quais deverá responder: electricidade consumida e Magistrados. Neste sentido, a cultura, atitude e comportamento formas de a reduzir; água consumida e formas de a reduzir; sistema do Secretário de Justiça de cada Tribunal são por demais de rega utilizado e formas de o optimizar. Este aspectos, assim como essenciais. Se o Secretário se assumir enquanto “Smart People” muitos outros, serão detalhados na próxima secção deste Manual. está garantida a iniciativa e adesão para a efectivação das boas Aplicam-se também ao Secretário de Justiça todas as medidas práticas, caso contrário torna-se difícil encaminhar para si os descritas na secção anterior. restantes utilizadores do edifício do Tribunal. Passa também pelo Secretário de Justiça a capacidade de 4.1 Aquecimento (Inverno) sugerir novas medidas que possam aumentar a eficiência do Os principais vectores para melhorar o desempenho térmico do edifício. Poderão tratar-se de medidas de menor escala, nas quais edifício no Inverno são: pode aplicar os fundos próprios de gestão de edifício, e também medidas de maior escala, eventualmente com maior potencial de 4.1.1. Melhorar o nível de isolamento térmico da sua envolvente Em termos genéricos, o Secretário de Justiça deve procurar 4.1.2.Diminuir a infiltração, e a saída de ar quente dos espaços aquecidos compreender e sistematizar o modo como funciona energicamente 4.1.3. Maximizar os ganhos solares poupança, para as quais deve solicitar o apoio do IGFIJ. 28 4.1.1 Melhorar o nível de isolamento térmico da envolvente o calor gerado dentro dos gabinetes e salas de audiências perde- Embora a melhoria do isolamento térmico do edifício esteja se através das portas, mesmo quando estão fechadas. No verão, a geralmente associada a obras de reabilitação energética (vãos, temperatura geral do edifico também aumenta, com o efeito inverso. paredes e coberturas, entre outors), existem algumas medidas Mesmo nos edifícios onde as portas exteriores estão geralmente simples que podem ainda assim proporcionar um efeito significativo fechadas, sempre que se abre a porta há significativas perdas na melhoria do desempenho térmico. térmicas, pelo que deve sempre ser instalada uma antecâmara de Vãos – assegurar que todas as janelas têm instalados estores vidro na entrada, segundo projecto articulado com o IGFIJ. ou portadas, e que estes são fechados à noite, antes de sair do Calafetar os vãos – calafetar janelas com fita isoladora, e colocar edifício. fitas estanques debaixo das portas (ver medidas Aquecimento Clarabóias – assegurar o bom estado de manutenção das secção 2). clarabóias que existam. Caso sejam de vidro simples, fixas, e Outras fontes de infiltração - Identificar outros pontos no edifício de pequena dimensão, pode ser considerada a aplicação de que possam estar a deixar perder o ar aquecido, tais como um pano interior adicional, por exemplo em acrílico, ou vidro de claraboias pouco estanques, rachas a nível das coberturas, ou segurança. antigas chaminés e poços de ar. Paredes e cobertura – Assegurar a sua adequada manutenção, inspeccionando regularmente a existência de descontinuidades 4.1.3 Maximizar ganhos solares no seu revestimento exterior. Uma superfície molhada ou húmida Assegurar que todos os vãos que proporcionem ganhos solares úteis transmite mais calor do que uma superfície seca. estão com os estores abertos e desobstruídos durante as horas em que o sol neles incide. 4.1.2 Diminuir a infiltração Preferir plantas de folha caduca em termos de paisagismo, Considerar a colocação de uma antecâmara na entrada do nomeadamente edifício - Quando as portas dos edifícios estão sempre abertas, excessivamente o edifício, e permitam a passagem dos raios solares. árvores, que no inverno não sombreiem existe um grande gasto de energia, pois o ar interior, mais aquecido no inverno, ou mais fresco no Verão, é perdido por este meio. No 4.2. Arrefecimento (Verão) inverno, o nível geral de conforto de todos os ocupantes desce, pois Em relação ao sobreaquecimento no Verão, algumas medidas que se os átrios, escadas e corredores estão a baixas temperaturas, envolvem recursos limitados são: 29 - Maximizar o nível de sombreamento do edifício É essencial assegurar que todos os vãos estão sombreados, 4.3 4.3.1 Iluminação (natural / artificial) Iluminação natural – Identificação de oportunidades para preferencialmente pelo exterior. Os elementos de sombreamento utilização de luz natural podem ser colocados pelo Secretário de Justiça, em situações Criação de um ambiente interior de cores claras e luminoso - não só mais pontuais, ou solicitados ao IGFIJ, em situações mais diminuirá a factura energética, por aumentar a difusão e utilização de abrangentes. luz natural, como criará um ambiente mais agradável e confortável As paredes nascente, sul e poente, que podem também para os utilizadores. sobreaquecer , poderão ser sombreadas através de árvores de Janelas – Escolher caixilhos brancos, ou de tom claro, e com a menor folha caduca plantadas junto a estas fachadas, ou através de área de caixilho possível. Abrir os estores para ter luz, sempre que plantas trepadeiras. não seja necessário fechá-los devido ao calor e à luz solar directa. Vidros – escolher vidros com alta transmissão luminosa, embora - Maximizar a ventilação natural do edifício com factor solar reduzido. Reparar janelas de abrir que estejam desactivadas. Estores, cortinas – Devem também ter tons claros. Abrir novas aberturas interiores, e clarabóias, de modo a criar Paredes, tectos e pavimentos devem ter tons claros (branco, caminhos de ventilação cruzada, através de correntes de ar entre madeiras de tons claros). pontos de entrada e saída. Escolher mobiliário de tons claros (madeiras de tom claro, cinzento Promover a ventilação nocturna do edifício, sempre que possível claro). (ver medida na secção 3). Retirar grandes móveis e estantes junto às janelas, principalmente os de cores escuras. - Minimizar a absorção térmica do edifício Escolher cores claras para os revestimentos exteriores do edifício, 4.3.2 Iluminação Artificial incluindo a pintura de paredes, e o material de acabamento das Trocar lâmpadas por lâmpadas de baixo consumo. coberturas, que deve ser o mais claro e reflectante possível no Trocar luminárias por luminárias de maior eficiência energética. caso das coberturas planas. Limpar lâmpadas, luminárias e candeeiros regularmente. 30 Durante os períodos em que o edifício está desocupado, assegurar Fig.9 que está desligada toda a iluminação eléctrica. Quando possível, instalar sensores de presença para controle da iluminação artificial nas instalações sanitárias. Assegurar que, quando terminam as sessões na sala de Lâmpadas fluorescentes compactas de casquilho grosso (E27) 2 audiências, a luz artificial é desligada, assim como os sistemas de aquecimento e arrefecimento existentes. Os estores deverão também ser baixados no Verão, ou levantados no Inverno. Fig.10 Informação sobre iluminação de baixo consumo a) Lâmpadas Fuorescentes Compactas As lâmpadas fluorescentes compactas têm uma eficiência Lâmpadas fluorescentes compactas de casquilho fino (E14) energética muito superior às lâmpadas incandescentes, e são compatíveis com os casquilhos tradicionais usados para estas. Fig.11 O seu número de horas de utilização é consideravelmente mais elevado (6 a 15 mil horas), assim como o número de ciclos de ligar e desligar. Existem lâmpadas com diferentes temperaturas de cor: branco quente e branco frio, sendo que o branco quente é normalmente preferido pelos utilizadores, por não ter a luz tão Lâmpadas fluorescentes compactas de casquilho tipo GU10 (substituem lâmpadas semelhantes às ilustradas na figura à direita) branca e fria como as luzes fluorescentes comuns. Uma das suas desvantagens é necessitarem de algum tempo até o seu fluxo luminoso atingir o máximo, após serem ligadas. 2 Agradecemos à EDP e à Quercus pela reprodução de algumas das imagens e informação incluídas nesta secção do Manual. 31 Comparação de potências entre lâmpadas incandescentes Comparação de tipo de lâmpadas por características: potência, e fluorescentes compactas eficácia luminosa e duração típica em horas c) Lâmpadas Fuorescentes Compactas As lâmpadas fluorescentes tubulares, sempre que possível, devem b) Díodos Emissores de Luz (LEDs – Light Emitting Diodes) ser substituídas por lâmpadas fluorescentes compactas. No A tecnologia de iluminação eléctrica previlegiada num futuro entanto, quando não existirem condições para essa substituição próximo serão os LEDs. Embora estas lâmpadas tenham total, algumas regras para aumentar a eficiência energéticas das um preço mais elevado que as lâmpadas fluorescentes intalações à base de lâmpadas tubulares são: compactas, o seu consumo energético é inferior, e o período Utilização de tubos T5 (16mm) em alternativa aos tubos T8, dado de vida muito superior (20 a 45 mil horas). Já estão disponíveis que podem ter uma eficiência energética até 5% superior. no mercado lâmpadas de LEDs com potências aceitáveis, e Utilização de balastros de alta frequência que introduzem maior com diferentes tipos de casquilhos adaptáveis às luminárias eficiência energética, reduzem os custos de manutenção, e causam comuns. menor cintilação, logo maior conforto visual. Utilização de luminárias de alta frequência, com suporte de montagem de elevado rendimento, e com DLOR (Downward Light Output Ratio) de pelo menos 80%. Em termos de conforto visual, as luminárias devem cumprir a norma LG3:2001 / LG7:2005, sendo adequadas para locais com utilização 32 de monitores de computadores, e idealmente possuir perfurações 4.6.2 Gestão de consumos para jardinagem/paisagismo laterias, de modo a reduzir o efeito de tecto escuro, por permitir a Evitar relvados, que exigem muita rega e manutenção. passagem de alguma luz ascendente. Escolher espécies locais e de baixo consumo de água. Adoptar sistemas de rega gota-a-gota, quando possível, com 4.4 controle electrónico. Computadores Durante os períodos em que o edifício está desocupado, assegurar que são desligados (e não em stand-by) os computadores, fotocopiadoras, impressoras, e outro equipamento. 4.7 Controle e gestão do edifício Observar a evolução das facturas de electricidade e água, e caso sejam detectados aumentos nos consumos, procurar identificar a 4.5 Outros aspectos de sustentabilidade sua origem, com urgência. Seleccionar equipamentos eléctricos de elevada eficiência Criar mecanismos para comunicar a todos os utilizadores do edifício energética. a evolução das facturas, e a sua percentagem de redução, de modo Adoptar toalhas de papel reciclado ou, preferencialmente, colocar a existir feedback em tempo útil sobre os esforços conjuntos para secadores de mãos em vez de toalhas de papel . diminuição dos consumos no edifício. Adoptar papel higiénico reciclado. Criar campanhas de comunicação internas sobre o desempenho Reciclar o papel. do edifício, e procurar implementar um sistema de “Score Card”, Instalar um ‘pilhão’ no edifício. onde cada utilizador possa registar, semanalmente, a sua redução em emissões de carbono, seguindo a secção 3 deste Manual. Se possível, adquirir um software de monitorização em tempo real 4.6 4.6.1 Gestão eficiente de água de consumo eléctrico do edifício, instalando um pequeno emissor Gestão de consumos sanitários wireless no contador da EDP (diversas companhias disponibilizam Colocar economizadores de água nas torneiras (anti-vandalismo). já esse tipo de soluções, não intrusivas em relação ao contador), e Vigiar a ocorrência de torneiras a pingar, e reparar com urgência. disponibilizar o software também aos utilizadores do edifício. Instalar autoclismos de descarga dupla, ou colocar uma garrafa Recolher junto ao IGFIJ o máximo de dados sobre a construção de água de 1,5l no interior dos autoclismos existentes, de modo a e historial do edifício, de modo a conhecer melhor as suas reduzir o seu volume de descarga. características e potenciais pontos fracos. 33 Estar atento aos diversos aspectos de manutenção / reparação de componentes do edifício, que poderão ter um impacto relavante no seu desempenho. Adoptar regras de manutenção de caldeiras – revisão, afinação, sistemas de controle. Adoptar regras de manutenção de sistemas de ar condicionado - mudar filtros, manutenção, programar set points e termostátos de modo a adequar as temperaturas aos níveis de ocupação do edifício. Sugere-se ao IGFIJ a criação de um “Ranking” dos Tribunais que mais conseguiram poupar durante o período de um ano, sendo avaliada a percentagem de redução em relação aos consumos do ano anterior, avaliada pelos valores reais das facturas energéticas e de água, ponderados em relação à área do edifício (consumo/m2). 34 Ficha Técnica Autoria e coordenação Prof.ª Luísa Gama Caldas Estão reservados todos os direitos de propriedade intelectual, em particular os direitos de autor. A utilização deste Manual, fora do contexto para que foi realizado, carece de autorização explícita por parte da autora. Email: [email protected] Consultadoria energética e estimativa de consumos Design Gráfico Mónica Loureiro Sandra Lopes Dezembro de 2010