MANUAL DE BOAS PRÁTICAS
Gestão Energética e de Água dos Edifícios dos Palácios de Justiça
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS
Gestão Energética e de Água dos Palácios da Justiça
ÍNDICE
1.
1.1
1.2
1.2.1
1.2.2
1.3
1.3.1
1.3.2
3
3
3
3
4
5
5
5
Introdução
O impacto global do consumo energético
Panorama Internacional
3.
3.1
Alterações climáticas
3.2
Crise energética
3.3
Panorama Nacional
3.4
Dependência energética
3.5
O consumo energético dos edifícios do Ministério
3.6
da Justiça.
1.4
2.
2.1
2.1.1
2.1.2
2.1.3
6
7
7
7
8
8
O impacto global do consumo de água
Smart People – A importância dos comportamentos
4.
4.1
4.2
Eficiência energética em edifícios
4.3
Design e Construção
4.4
Controle e operação
4.5
Os utilizadores - Smart People
4.6
4.7
11
11
14
18
21
23
25
27
27
29
29
30
30
30
30
Boas Práticas de Eficiência Energética – Utilizador
Aquecimento
Arrefecimento
Iluminação
Computadores
Outros equipamentos
Água
Boas Práticas de Eficiência Energética – Gestor
Aquecimento
Arrefecimento
Iluminação
Computadores
Outros equipamentos
Controle e Gestão
Água
3
1. Introdução
1.1
Fig.1
O impacto global do consumo energético
O elevado consumo energético mundial é a principal causa das
alterações climáticas que o planeta está a sofrer. Esse consumo
continua a aumentar significativamente todos os anos. As
previsões de impactos futuros muito acima do que o planeta pode
suportar alertam para a necessidade urgente de agir, no sentido de
colaborar na mitigação de um problema com o potencial de afectar
drasticamente o modo de vida e as condições de habitabilidade
de todos os seres humanos.
1.2
1.2.1
A América do Norte (EUA e Canadá), Arábia Saudita, Rússia, Austrália e alguns países da Europa
apresentam alguns dos maiores consumos energéticos per capita do mundo. No entanto, alguns
países conseguem aliar um alto nível de industrialização e qualidade de vida a consumos per capita
significativamente inferiores, como é o caso do Japão.1
Panorama Internacional
Alterações climáticas
A
existência
de
alterações
climáticas
foi
demonstrada
Fig.2
cientificamente em 2007 por um painel internacional de 2000
cientístas (IPCC – Interdisciplinary Panel on Climate Change).
Este poderá vir a ser o maior desafio da humanidade no século
XXI, a que ninguém ficará alheio. O actual cenário de alterações
climáticas coloca sobre cada indíviduo a responsabilidade de
consumir menos energia, e assim libertar menos emissões de
CO2 para a atmosfera. Não está em causa uma escala nacional,
mas global. Não se trata de transferir o problema para quem terá
de pagar a factura energética, pois a factura climática é paga por
todos nós.
O cenário internacional de alterações climáticas e aquecimento global poderá ser seriamente agravado
caso os consumos energéticos per capita não sofram reduções significativas.
1 Agradecemos ao World Business Council for Sustainable Developement (WBCSD) e ao BCSD Portugal pela reprodução
de algumas das imagens incluídas neste Manual.
4
1.2.2
Crise energética
Fig.3
A solução para a crise energética internacional passa por dois
grandes vectores de acção:
1) Maior eficiência no consumo - consumir menos energia, sem
necessariamente comprometer o nível de vida dos cidadãos, mas
sobretudo evitando o desperdício.
2) Maior sustentabilidade das fontes de energia utilizadas significa não só que a energia que gastamos polui menos, mas
também que o fornecimento de energia é menos dependente
da importação de países onde algumas energias convencionais
estão maioritariamente localizadas.
Este manual insere-se no primeiro vector, de eficiência no consumo.
Os edifícios dispendem 40% da energia mundial, o que demonstra
claramente a importância da sua eficiência energética, e redução
dos seus consumos. No entanto, a percepção geral é de uma
percentagem significativamente menor, como aponta o resultado
de um inquérito, efectuado a profissionais dentro do sector da
construção, que em média atribuiram aos edíficios apenas uma
percentagem de 19% do consumo energético mundial, menos de
metade do número real.
Dentro do consumo energético atribuído aos edifícios, a maior
percentagem é para aquecimento, arrefecimento e ventilação
(HVAC, 37%), realçando a importância de proteger os edifícios
contra o frio e o calor, quando são construídos, e de na sua vivência
Embora a percentagem de energia mundial atribuída aos edifícios seja de 40% , este inquérito
demonstra que a percepção dos utilizadores é significativamente mais baixa, podendo assim não
atribuir a importância devida à necessidade de reduzir os seus consumos energéticos.
5
do dia-a-dia serem adoptadas práticas de redução de utilização
Fig.4
1. Design
2. Envelope do edifício
3. Equipamento
- iluminação
- aquecimento e arrefecimento
- aparelhos e equipamento de escritório
- automatização dos edifícios
4. Infra-Estruturas
dos equipamentos de aquecimento e arrefecimento. A segunda
maior parcela é a iluminação (18%), demonstrando a relevância de
ser maximizado o uso de iluminação natural, mais agradável para
os ocupantes e benéfica para a saúde, e de diminuir tanto quanto
possível a utilização inútil de luz artificial, por exemplo, deixando
luzes acesas em espaços desocupados.
1.3
1.3.1
Panorama Nacional
Dependência energética
Portugal é um país que importa a maior parte da sua energia,
sendo dependente de outros países para o seu fornecimento, e
tendo uma alta factura energética externa a pagar todos os anos,
o que representa uma fracção importante das importações de
Potugal, e também da sua dívida externa. O recente investimento
nas renováveis, embora positivo, não foi suficiente para alterar
significativamente este problema. A eficiência energética é portanto
um contributo também para a economia, ajudando a diminuir esse
tipo de custos ao país.
1.3.2
O consumo energético dos edifícios do Ministério da Justiça
No panorama dos edifícios que integram o parque edificado
do Ministério da Justiça, os edifícios dos Palácios de Justiça
são a terceira categoria com maior consumo energético. No
entanto, o seu desempenho poderá vir a ser significativamente
melhorado com a colaboração dos seus utilizadores e gestores,
Outros e
ajustamento 21%
Iluminação 18%
Aquecimento
de água 10%
IT e equipamentos
de escritórios 14%
HVAC 37%
Distribuição de consumos energéticos em edifícios, por tipo de equipamentos, e por componente de
projecto/construção.
6
nomeadamente em relação aos princípios apresentados neste Manual
de Boas Práticas.
1.4
O impacto global do consumo de água
A água potável é um bem escasso, e a sua quantidade está a
diminuir no planeta. Qualquer cenário futuro de falta de água potável
representará graves distúrbios humanitários, sociais, económicos e
politicos. Muita da água consumida nos países desenvolvidos é de facto
desperdiçada, em padrões de consumo que já não se coadenam com
a ordem global do planeta. Nesse sentido, importa alterar pequenos
hábitos que, sem decrescer a qualidade de vida, permitem acima de
tudo evitar o desperdício, e poupar num bem escasso e precioso.
7
2. Smart People - A importância dos comportamentos
2.1
Eficiência energética em edifícios
Ao contrário do que pode ser a percepção comum, não é no
momento da construção que o edifício despende maiores recursos,
em termos de impacto ambiental. Essa fracção é apenas 12% do
total. Pelo contrário, a energia que é gasta na utilização de um
edifício, representa cerca de 84% do total utilizado ao longo do
Fig.5
Fabrico, transporte e
construção, 12%
Utilização, 84% (aquecimento, ventilação,
aquecimento de água e electricidade)
Manutenção e renovação, 4%
seu ciclo de vida, conforme se pode ver no gráfico respectivo.
Ciclo de Vida da utilização de energia
2.1.1
Projecto de arquitectura e construção sustentável
A reabilitação energética de edifícios existentes passa por realizar
alterações físicas, quer nos próprios elementos construtivos do
edifício, quer nos sistemas de aquecimento, iluminação, e outros.
O Ministério da Justiça, através do IGFIJ, tem em curso um
projecto de reabilitação energética de cinco edifícios de Palácios
de Justiça.
No entanto, estudos demonstram que dois edifícios idênticos
podem apresentar consumos energéticos sete vezes mais altos,
dependendo do comportamento dos utilizadores. Este factor
humano leva a que, muitas vezes, os ganhos energéticos potenciais
obtidos por via de melhor construção podem não ser realizados,
devido ao comportamento desadequado de quem ocupa o edifício
diariamente.
Distribuição de utilização de energia ao longo do ciclo de vida dos edifícios.
8
2.1.2
Controle e operação
Fig.6
Em edifícios modernos, com equipamentos e sistemas de
climatização instalados, existe normalmente um sistema de
alto
do funcionamento energético do edifício, em termos de ar
Conhecimento
pessoal
Precisa de argumentos claros para o PORQUÊ
condicionado, aquecimento, iluminação, e até aspectos como os
sistemas de sombreamento e aberturas de fachada para ventilação.
No entanto, a maioria dos Palácios de Justiça em Portugal não
estão dentro deste modelo, pelo que o comportamento dos
baixo
edifícios.
como
educar
Entusiasta não informado
Não disponível
Poucos níveis de conhecimento
e pessimismo acerca da capacidade
de intervir.
baixo
Fig.7
Com vontade de conduzir/ adoptar atitude
de liderança
convencido Acredita na economia, no impacte climático
porque
e nos incentivos regulatórios
como
educar
Não disponível para as questões ambientais
ocupantes se torna peça-chave no desempenho ambiental dos
Os utilizadores – Smart People
Líder
Conhece o cenário de alterações climáticas
...mas individualmente não está convencido
gestão técnica que controla automaticamente vários aspectos
2.1.3
Participante Céptico
Pessimista acerca da economia,
o impacte climático e incentivos.
convencido Não sabe como se envolver
porque
Passivo relativamente ao ambiente
Compromisso pessoal
alto
O nível de conhecimento pessoal sobre as questões ambientais afecta o grau de empenho que um
indíviduo demonstra nas suas acções do dia-a-dia
Existe cada vez mais a percepção que ‘Cimate Change is Cultural
Sim
Change’, ou seja, serão as pessoas que poderão realmente ter o
Talvez
Não
poder para alterar o cenário de excessivo consumo energético,
Não quer perder conforto
35%
5%
60%
através de uma nova atitude no que respeita a valores,
Seria uma gota no oceano
25%
4%
71%
comportamentos e visões do mundo. Até agora, a questão dos
Não tem meios financeiros
25%
5%
70%
Requer demasiado esforço
20%
5%
75%
Não sabe o que é necessário
19%
5%
76%
4%
1%
95%
utilizadores dos edifícios permaneceu como um ‘buraco negro’ no
desenvolvimento de uma cultura de edifícios sustentáveis. Hoje
em dia, sabe-se que o combate a esta causa das alterações
Não vê a utilidade
climáticas passa não por smart buildings ou smart control, mas
por smart people, ou seja, utilizadores empenhados e informados
que querem fazer a diferença.
Estudos recentes demonstram que há diversos tipos de utilizadores,
em relação ao seu empenho ambiental (figura 6). Os líderes,
Razões porque 1000 utilizadores implementaram ou não medidas de
conservação energética (Bélgica)
9
aqueles que podem de facto implementar novas atitudes e fazer
Fig.8
os outros segui-los, são bem informados e muito empenhados.
Pelo contrário, aqueles que possuem menos informação sobre as
questões ambientais e o seu impacto local e global, mostram-se
claramente pouco disponíveis para se empenharem em acções
transformadoras, por menor que seja o esforço nelas envolvidas.
Nesse sentido, é importante criar formas de proporcionar aos
individuos o feedback sobre o efeito multiplicador que as suas
pequenas acções podem ter, dado que, tendencialmente, a acção
humana procura optimizar a relação sempre complexa entre
causa-efeito.
No Ministério da Justiça existe actualmente uma verba monetária
concedida a cada Tribunal para utilizar e gerir em questões como,
por exemplo, a substituição de lâmpadas e a manutenção das
torneiras em bom estado de conservação. No entanto, passa
também por todos os utilizadores alertarem o gestor do edifício para
que esses pequenos actos de manutenção sejam implementados
atempadamente, fazendo assim uma diferença significativa. Para
além destes simples exemplos, este Manual elenca um conjunto de
medidas que qualquer utilizador de um edifício poderá implementar,
ou ajudar a implementar, no sentido de atingir os objectivos de
diminuição do consumo energético e de água dos edifícios dos
Palácios de Justiça. Essas medidas estão estruturadas em acções
relativas ao aquecimento do edifício (inverno), arrefecimento
Aumentar o nível pessoal de conhecimentos sobre questões ambientais e os seus impactos é o factor
mais importante para superar as barreiras aos comportamentos mais responsáveis.
10
(verão), iluminação, computadores, outros equipamentos, e água.
Para cada medida, procurou-se dar uma ideia aproximada do seu
potencial impacto, quer em termos de gasto de energia, e seu
custo associado, quer sobre as emissões de Dióxido de Carbono
(CO2) para a atmosfera que serão poupadas com essa medida. As
estimativas são depois extrapoladas, para além da sua dimensão
mais imediacta, para o seu impacto ao longo do tempo, por ano,
e pelo seu efeito multiplicador, dentro do edifício, e no conjunto
dos edifícios de Tribunais em Portugal. Como demonstrou outro
recente inquérito (figura 7), uma das principais razões que leva as
pessoas a não tomarem acções relativas a eficiência energética, é
considerarem que as suas acções seriam uma ‘gota de água num
oceano’.
Ao longo deste Manual, procuramos demonstrar como o impacto
acumulado das acções de cada indivíduo pode atingir proporções
que tornam por demais motivador a participação nesta importante
iniciativa.
11
3. Boas Práticas - Utilizador
3.1. Aquecimento (Inverno)
Quanto pode poupar se...
Impacto Energético
e financeiro
Não deixar o aquecedor eléctrico aceso
Número de horas
durante a noite.
(das 18:00h às 9:00h dia seguinte)
Um temporizador de baixo custo (que pode
lo no mínimo, quando sair para almoçar.
Potência do aquecedor
Fracção de tempo em carga
Consumo numa noite
Dias de trabalho/mês
Estação de aquecimento
Energia anual poupada
Os aquecedores não devem estar acesos
Custo anual evitado (1 aquecedor)
quando as janelas estão abertas.
Se existirem 5 aquecedores no Tribunal
Se acontecer em 50 Tribunais
Calafetar as janelas da sua sala de trabalho.
Área gabinete
Pé direito sala
Temperatura interior
Temperatura exterior
Renovações de ar sem calafetar
Renovações de ar depois de calafetar
Poupança
Estação de aquecimento
Energia anual poupada
custar apenas 3€), pode programar o seu
aquecedor para ligar uma hora antes de chegar
ao trabalho.
Deverá também desligar o aquecedor, ou colocá-
As frinchas em janelas antigas ou mal instaladas
são responsáveis pela perda de grande parte
do calor gerado no interior do edifício. Um
simples rolo de fita de calafetar pode causar
não só poupança de energia como um maior
nível de conforto para os utilizadores, por evitar
correntes de ar no espaço de trabalho.
Custo anual evitado (1 gabinete)
Se existirem 10 gabinetes
Se a situação se repetir em 100
Tribunais
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
15 h
1500
75%
16,875
22
6,4
2376
W
kWh
6,4
meses
kWh/ano
305 €/ano
903
1.527 €/ano
76.329 €/ano
4.514
225.720
30
2,7
20
11
1
0,6
99,1
6,4
457
m2
m
ºC
ºC
1/h
1/h
W
meses
meses
59 €/ano
174
587 €/ano
58.706 €/ano
1736
173.605
12
Quanto pode poupar se...
Colocar fitas de isolamento debaixo das
Impacto Energético
e financeiro
pode ser significativa e fazer consumir mais
Largura da porta
Permeabilidade antes
Permeabilidade depois
Temperatura interior
Temperatura exterior
Temperatura corredor
Poupança
Estação de aquecimento
Energia anual
energia do que o necessário para aquecimento.
Custo anual evitado (1 porta)
Uma fita de isolamento colocada debaixo da
Se existirem 30 portas
Se a situação se repetir
em 100 Tribunais
portas.
Dentro de um edifício sem aquecimento
central, nem todos os espaços estão à mesma
temperatura. A fuga do calor dos espaços
mais aquecidos (como são os gabinetes de
trabalho), para outros espaços mais frios (como
os corredores, escadas e átrios, entre outros),
porta, de modo a obstruir a passagem de ar
pelas frinchas entre a porta e o pavimento, não
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
0,8
12
6
20
11
15,5
7,3
6,4
34
m
m3/h/m
m3/h/m
ºC
ºC
ºC
W
meses
kWh/ano
4 €/ano
13
130 €/ano
13.046 €/ano
386
38.579
só poupa energia como ajuda a aumentar os
níveis de conforto dos ocupantes, diminuindo a
sensação de correntes de ar.
Deixar os estores ou portadas do seu espaço
trabalho não estará tão frio, e será necessário
Área janela
Condutividade da janela sem portadas
Condutividade da janela com portadas
Temperatura interior
Temperatura exterior
Poupança
Estação de aquecimento
Energia anual
gastar menos energia em aquecimento.
Custo anual evitado (1 janela)
32 €/ano
95
Se existirem 50 janelas
Se a situação se repetir em 100
Tribunais
1.599 €/ano
4.728
472.781
de trabalho fechados à noite.
A diferença de temperaturas entre o interior e
exterior do edifício é o motor que faz o calor
mover-se através dos vidros. Essa diferença é
muito mais alta à noite. Se deixar os vidros mais
protegidos durante a noite, de manhã o local de
4
6
4,5
20
11
54
6,4
249
m2
W/m2.ºC
W/m2.ºC
ºC
ºC
W
meses
kWh/ano
159.875 €/ano
13
Quanto pode poupar se...
Abrir os estores quando o sol bate na janela,
para ter ganhos solares
Os ganhos solares no inverno podem ser
bastante úteis para o aquecimento do edifício.
É necessária atenção, por parte dos ocupantes,
em ter os estores abertos no período do dia em
que há incidência solar nas janelas.
Impacto Energético
e financeiro
Área janela
Factor obstrução
Factor solar
Intensidade da radiação Inverno
Tempo de exposição
Dia
Estação de aquecimento
Energia anual
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
4
0,8
0,9
310
4
3,6
6,4
686
m2
W/m2
h
kWh
meses
kWh/ano
Custo anual evitado (1 janela)
88 €/ano
261
Se existirem 50 janelas
Se a situação se repetir em 100
Tribunais
4.400 €/ano
440.000 €/ano
13.050
1.305.000
14
3.2. Arrefecimento (Verão)
Quanto pode poupar se...
Desligar a ventoinha enquanto vai almoçar.
Uma ventoinha não arrefece a temperatura do
ar. Apenas provoca uma sensação de frescura,
porque ao aumentar a velocidade do ar, aumenta
a quantidade de arrefecimento por evaporação
do corpo humano. A uma maior velocidade do
Impacto Energético
e financeiro
Intervalo para almoço e outras ausências
Potência da ventoinha
Consumo excessivo por dia
Dias de trabalho/mês
Estação de arrefecimento
Energia anual
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
2
130
0.26
22
5,6
32
h
W
kWh
meses
kWh/ano
ar corresponde portanto uma sensação térmica
Custo anual evitado (1 ventoinha)
4 €/ano
12
mais baixa. No entanto, o funcionamento da
Se houver 30 ventoinhas no Tribunal
Se a situação se repetir em 100
Tribunais
123 €/ano
123.483 €/ano
365
14.607
ventoinha é inútil quando não está alguém no
espaço. Deixar a ventoinha ligada quando não
está no local de trabalho não vai torná-lo mais
fresco enquanto está ausente, e consome uma
quantidade significativa de energia inútil.
Não ligar o ar condicionado com as janelas abertas.
Dado que o ar condicionado arrefece artificialmente o ar, com
elevado consumo energético, nunca devem ser deixadas
janelas abertas durante o seu funcionamento, caso contrário o
ar arrefecido sairá do espaço, e entrará ar aquecido exterior.
Número de horas (das 9:00h às 18:00h)
Potência AC
Fracção de tempo em carga c/ janela aberta
Fracção de tempo em carga c/ janela fechada
Poupança por dia
Dias de trabalho/mês
Estação de arrefecimento
Energia anual
Custo anual evitado (1 aparelho AC)
Se existirem 10 gabinetes
Se a situação se repetir em 40 Tribunais
9
4500
100%
40%
24,3
22
5,6
2994
h
W
kWh
meses
kWh/ano
385 €/ano
1.138
3.850 €/ano
154.000 €/ano
11.380
455.200
15
Quanto pode poupar se...
Impacto Energético
e financeiro
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
Deixar janelas abertas à noite, sempre que tal seja
possível em termos de segurança.
O arrefecimento nocturno é uma importante estratégia
para a poupança de energia em arrefecimento, e para o
conforto dos ocupantes, quando não há ar condicionado no
edifício. Durante o dia, o edifício aquece devido aos ganhos
térmicos externos (que são os ganhos solares), e também
aos ganhos térmicos internos (as pessoas que os ocupam,
as luzes eléctricas, os computadores, impressoras, e outros
equipamentos, estão continuamente a emitir calor para o
espaço). Ao final do dia, a solução usual é fechar o edifício
todo, sendo que deste modo ele não consegue libertar-se
de parte significativa desse calor durante a noite, e arrefecer
de modo a proporcionar conforto aos ocupantes, ao longo
do próximo dia. O arrefecimento nocturno é muito eficaz
em relação a essa questão, mas pode estar associado a
questões de segurança do edifício. No entanto, em pisos
superiores, ou em janelas especialmente preparadas para
isso (por exemplo, onde só a bandeira abra parcialmente,
ou que tenham gradeamentos), existem muitas vezes
oportunidade para deixar o edifício ventilar à noite e assim
arrefecer. Importa evitar esta solução em períodos do ano
em que a humidade seja demasiado elevada à noite.
Área aberta
Velocidade vento
Temperatura interior
Temperatura exterior
Amplitude térmica
Temperatura nocturna
Arefecimento
Intervalo (18h-9h)
Estação de arrefecimento
Energia anual
Custo anual evitado (1 janela)
Se existirem 50 janelas
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
0,6
2
25
33
14
19
8812,8
15
5,6
740
m2
m/s
ºC
ºC
ºC
ºC
W
h
meses
kWh/ano
95 €/ano
281
4.756 €/ano
475.627 €/ano
14.065
1.406.523
16
Quanto pode poupar se...
Desligar o Ar Condicionado enquanto vai
almoçar.
O ar condicionado é um sistema que funciona
como um frigorífico, retirando o calor do ar de um
espaço e deitando-o para outro. Trata-se de um
processo que consome muita electricidade. Dado
que o ar condicionado arrefece directamente o ar, a
sua velocidade de actuação é muito rápida, sendo
desnecessário deixá-lo ligado em períodos de
desocupação, tal como a hora de almoço. Quando
for ligado, rapidamente arrefecerá o espaço, e
entretanto muita energia pode ser poupada.
Fechar parcialmente estores e persianas durante
o período do dia em que o sol entra.
A radiação solar é a forma mais poderosa que o
calor tem de entrar num espaço. Os vidros são
particularmente permeáveis à entrada de radiação
solar. Caso sejam sombreados quando incide sol
directo, e de preferência pelo exterior, poderão
reduzir de forma muito significativa o nível de
sobreaquecimento do espaço. Quando já não há
sol directo, os estores devem depois ser abertos,
para maximizar o uso de luz natural, e assim poupar
na iluminação eléctrica. É necessário que exista uma
atenção por parte dos utilizadores do espaço para
adaptarem estes dispositivos de sombreamento,
pois só a sua participação e atitude pró-activa
poderá conseguir os potenciais ganhos de energia
e emissões de carbono associados a esta medida.
Impacto Energético
e financeiro
Intervalo para almoço e outras ausências
Potência
Consumo excessivo por dia
Dias de trabalho/mês
Estação de arrefecimento
Energia anual
Custo anual evitado (1 aparelho AC)
Se houver 20 unidades de AC
no Tribunal
Se a situação se repetir em 40 Tribunais
Área janela
Factor obstrução
Factor solar
Intensidade da radiação directa
Tempo de exposição
Poupança por dia
Dias de trabalho/mês
Estação de arrefecimento
Energia anual
Custo anual evitado (1 janela)
Se existirem 50 janelas
Se a situação se repetir em
100 Tribunais
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
2
4500
9
22
5,6
1109
h
W
kWh
meses
kWh/ano
142 €/ano
421
3.562 €/ano
8.427
106.861 €/ano
337.075
4
0,8
0,9
400
4
4,6
22
5,6
568
m2
W/m2
h
kWh
1,8
meses
kWh/ano
73 €/ano
3.648 kg/ano
364.751 kg/ano
216
10.786
1.078.641
17
Quanto pode poupar se...
Colocar alguns tipos de plantas dentro da sua sala de
trabalho.
Algumas plantas comuns de interiores têm a capacidade de
melhorar a qualidade do ar, sendo benéfica a sua presença num
espaço de trabalho. As mais indicadas são:
Palmeira Areca (Chrysalidocarpus Lutescens) – Transforma CO2
em oxigénio de dia
Espada de São Jorge (Sansevieria Trifasciata) – Transforma CO2
em oxigénio à noite
Trepadeira-de-Tonga (Epipreminum Aureum) – Absorve quimicos
comuns no ar dos espaços de escritórios, como formaldeído e
outros Componentes Orgânicos Voláteis
A presença de plantas também poderá causar arrefecimento
do ar, por evaporação. No cálculo anexo, utilizou-se a Palmeira
Areca como exemplo.
Impacto Energético
e financeiro
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
Plantas por sala
Evaporação por planta
Evaporação total
Arrefecimento / dia
Estação de arrefecimento
Energia anual
9
1
9
5,6
5,6
948
Custo anual evitado (por sala)
122 €/ano
360
Se existirem 10 gabinetes
1.218 €/ano
Se a situação se repetir em 100 Tribunais 121.810 €/ano
3.602
360.217
l/dia
l/dia
kWh
meses
kWh/ano
18
3.3. Iluminação
Impacto Energético
e financeiro
Quanto pode poupar se...
Apagar as luzes sempre que deixar um local de
trabalho.
O
consumo
de
energia
eléctrica
para
iluminação de um espaço desocupado é um
dos desperdícios energéticos mais comuns em
Portugal.
Área gabinete
Iluminação
Periodo desocupado
Poupança por dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
Custo anual evitado ( 1 gabinete 30m2)
Se existirem 10 gabinetes
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
Apagar as luzes da Sala de Audiências
sempre que esta estiver desocupada.
Área da Sala de Audiências
Iluminação
Periodo desocupado
Poupança / Dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
Custo anual evitado (1 sala de audiências)
Se existirem 2 salas de audiências
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
30
450
2
0,9
22
11
218
m2
W
h/dia
kWh
meses
kWh/ano
28 €/ano
83
280 €/ano
27.987 €/ano
828
82.764
175
2800
5
14
22
11
3388
m2
W
h/dia
kWh
meses
kWh/ano
435 €/ano
1.287
871 €/ano
87.072 €/ano
2.575
257.488
19
Impacto Energético
e financeiro
Quanto pode poupar se...
Manter as entradas de luz natural devidamente desobstruídas,
artificiais apagadas sempre que há luz natural suficiente. Mais uma
Número de horas (das 9:00h às 18:00h)
Area
Fracção da área perto da janela
Iluminação
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
vez, cabe aos utilizadores esta atenção às condições naturais de
Custo anual evitado (1 sala)
luz. Sempre que os interruptores instalados permitam apagar as
Se existirem 10 gabinetes
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
e acender só as luzes mais interiores, deixando as luzes junto às
janelas apagadas, caso os interruptores o permitam.
Através da maximização do uso da luz natural, é possível poupar
quantidades significativas de energia em luz eléctrica. Para
tal ser possível, as entradas de luz natural devem se mantidas
tão desobstruídas quanto possível, e as correspondentes luzes
luzes por fiadas, a prioridade será apagar as luzes instaladas junto
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
9
30
50%
225
2,025
22
11
490
h
m2
W
kWh
meses
kWh/ano
63 €/ano
186
630 €/ano
62.971 €/ano
1.862
186.219
às fachadas e janelas.
Apagar as luzes das instalações sanitárias
quando sair.
As instalações sanitárias são locais onde,
tipicamente, as luzes eléctricas podem ficar
várias horas acesas desnecessariamente.
Dado que na maioria dos edifícios dos
Tribunais
não
existem
sensores
de
Área
Iluminação
Período desocupado
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
ocupação, para apagar automaticamente as
Custo anual evitado (1 I.S.)
luzes quando não são necessárias, caberá
Se existirem 6 instalações sanitárias
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
aos utilizadores essa pequena atenção, que
pode ter um impacto global significativo.
12
120
6
0,72
22
11
174
m2
W
h/dia
kWh
meses
kWh/ano
22 €/ano
66
134 €/ano
13.434 €/ano
397
39.727
20
Impacto Energético
e financeiro
Quanto pode poupar se...
Apagar as luzes de salas de arquivo,
arrecadações, salas de espólio, quando sair.
As salas de arquivo, arrecadações, salas
de espólio, e outras similares, são locais
de ocupação pontual, onde, tipicamente,
as luzes eléctricas podem ficar várias horas
acesas
desnecessariamente.
Dado
que
na maioria dos edifícios dos Tribunais não
existem sensores de ocupação, para apagar
automaticamente as luzes quando não são
necessárias, caberá aos utilizadores essa
pequena atenção, que pode ter um impacto
global significativo.
Área
Iluminação
Período desocupado
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
. Custo anual evitado (1 sala arquivo 200m2)
Se existirem 2 salas arquivos, espólio, etc
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
200
2000
6
12
22
11
2904
m2
W
h/dia
kWh
meses
kWh/ano
373 €/ano
1.104
746 €/ano
74.633 €/ano
2.207
220.707
21
3.4. Computadores
Quanto pode poupar se...
Impacto Energético
e financeiro
Não deixar o computador ligado à noite.
Número de horas
É muitas vezes prática comum deixar os
computadores ligados à noite, o que ocasiona
consumos energéticos muito elevados ao
longo do ano. Os computadores em stand-by
também continuam a gastar energia.
(das 18:00h às 9:00h dia seguinte)
Potência
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
Custo anual evitado (1 computador)
Se existirem 30 computadores
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
Reduzir o brilho do monitor do computador.
O ecrã do computador é responsável por uma
consumo considerável de energia. A redução do
seu brilho, quando este está alto demais, pode
causar poupanças energéticas sem prejuízo da
qualidade visual do utilizador.
Número de horas
(das 9:00h às 18:00h)
Diferença de consumo
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
Custo anual evitado (1 computador)
Se existirem 30 computadores
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
15 h
150
2,25
22
11
545
W
kWh
meses
kWh/ano
70 €/ano
207
2.099 €/ano
209.905 €/ano
6.207
620.730
9 h
40
0,36
22
11
87
W
kWh
meses
kWh/ano
11 €/ano
33
336 €/ano
33.585 €/ano
993
99.317
22
Quanto pode poupar se...
Substituir o wallpaper do computador por
um ecrã mais escuro, ou com o logotipo
da instituição (solução standard).
O ecrã do computador é responsável por um
consumo considerável de energia. A utilização
de um wallpaper com um tom mais escuro
evita que o ecrã esteja sempre a emitir tanta luz
enquanto não está a ser utilizado.
Impacto Energético
e financeiro
Número de horas
(das 18:00h às 9:00h dia seguinte)
Diferença de
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
Custo anual evitado (1 computador)
Se existirem 30 computadores
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
9 h
20
0.18
22
11
44
W
kWh
meses
kWh/ano
6 €/ano
17
168 €/ano
16.792 €/ano
497
49.658
23
3.5. Outros equipamentos
Quanto pode poupar se...
Impacto Energético
e financeiro
gasto desnecessário de papel (que para além
Consumo por página
páginas desnecessárias por dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
de um custo, representa o abate de árvores
Custo anual evitado (1 dia)
adicionais), e de tinta da impressora.
Se existirem 30 utilizadores
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
Apenas imprimir quando necessário.
A impressão de ficheiros que podem não ser
absolutamente necessários em papel causa
não só um desperdício de energia, mas também
Outras boas práticas recomendadas, no sentido
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
0,05 kWh/p
10
22
11 meses
121 kWh/ano
16 €/ano
46
466 €/ano
46.646 €/ano
1.379
137.940
de poupar papel e tinteiros, são a impressão em
draft, e a impressão dos dois lados do papel.
Desligar as fotocopiadoras à noite.
Tal como no caso dos computadores, desligar as
fotocopiadoras à noite pode trazer importantes
poupanças energéticas e, logo, ambientais.
Número de horas
(das 18:00h às 9:00h dia seguinte)
Consumo em standby
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
15 h
200
3
22
11
726
W
kWh
meses
kWh/ano
Custo anual evitado (1 fotocopiadora)
93 €/ano
276
Se existirem 5 fotocopiadoras
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
466 €/ano
46.646 €/ano
1.379
137.940
24
Quanto pode poupar se...
Impacto Energético
e financeiro
Desligar as impressoras à noite.
Número de horas
Tal como no caso dos computadores, desligar
as impressoras à noite pode trazer poupanças
energéticas e, logo, ambientais.
(das 18:00h às 9:00h dia seguinte)
Consumo em standby
Poupança /dia
Dias de trabalho/mês
Meses de trabalho
Energia anual
Custo anual evitado (1 impressora)
Se existirem 10 impressoras
Se a situação se repetir em 100 Tribunais
reduções nas emissões
de carbono (Kg CO2)
15 h
5
0.075
22
11
18
W
kWh
meses
kWh/ano
2,3 €/ano
6,9
23 €/ano
2.332 €/ano
69
6.897
25
3.6. Água
Quanto pode poupar se...
Não deixar a torneira aberta mais tempo do
que o necessário.
Uma redução do tempo médio de utilização
do lavatório para lavagem de mãos, de 60
segundos para 30 segundos, pode representar
uma poupança de centenas de milhares de
litros por ano nos edifícios dos Tribunais em
Portugal.
Abrir a torneira com menos intensidade,
diminuindo o seu caudal de água.
Uma redução do caudal médio de utilização
do lavatório para lavagem de mãos, de 6 litros/
minuto para 3 litros/minuto, pode representar
uma poupança de centenas de milhares de
litros por ano nos edifícios dos Tribunais em
Portugal.
Impacto Energético
e financeiro
reduções nas emissões
de carbono
Caudal de cada unidade
Caudal Instantâneo de cada unidade
Estimativa de tempo de uso
Número de utilizações diárias
Nº total de lavatórios
Consumo de água diário
Se o tempo de uso diminuir para 30 segundos
Redução no consumo de água diário
Impacto conjunto de 100 tribunais
6
0,1
60
50
15
4500
30
2250
225000
litros/minuto
litros/segundo
segundos
Caudal de cada unidade
Caudal Instantâneo de cada unidade
Estimativa de tempo de uso
Número de utilizações diárias
Nº total de lavatórios
Consumo de água diário
Redução no consumo de água diário
Impacto conjunto de 100 tribunais
3
0,05
60
50
15
2250
2250
225000
litros/minuto
litros/segundo
segundos
litros
segundos
litros
litros
litros
litros
litros
litros
225.000 litros
poupados
225.000 litros
poupados
26
Outras medidas...
Utilizar o botão de menor descarga no autoclismo.
A capacidade de um autoclismo tradicional pode ser de mais de 10 litros. Os novos
autoclismos de dupla descarga têm descargas de 6 ou 3 litros. A utilização do botão
de menor descarga pode originar poupanças de água significativas. Se não existir um
botão de menor descarga, pode colocar uma garrafa de água de 1,5 litros dentro do
autoclismo, para diminuir o seu volume de água.
Avisar a manutenção sobre torneiras a pingar.
Uma torneira a pingar durante 24 horas, de 5 em 5 segundos, perde 3 litros de água,
o que corresponde a mais de 1000 litros de água por ano.
27
4. Boas Práticas - Gestor do Edifício - Secretário de Justiça
O Secretário de Justiça representa uma peça-chave no processo
o seu edifício. As vertentes fundamentais que afectam o
de consciencialização de todos os que trabalham no edifício para
comportamento do edifício são: aquecimento, arrefecimento e
a questão da gestão energética e de água.
iluminação. Nesse sentido, é importante identificar quais os pontos
O Secretário de Justiça, consciente de que existe uma atenção
fracos do edifício, por onde entra o frio, o calor e a luz, e procurar
crescente centrada na poupança que cada edifício consegue
melhorar e optimizar os principais pontos primeiro. É também
atingir, em termos da electricidade e água consumidas, concentra
essencial discutir estes aspectos com os ocupantes do edifício, pois
na sua pessoa um grande potencial para conseguir reduzir os
eles podem ter sugestões e comentários capazes de valorizar o seu
custos, ao enquadrar as iniciativas dos diferentes ocupantes dos
desempenho geral, ou relativos a pontos particulares e específicos
edifícios, dando-lhes reposta e acompanhamento, e dotando a sua
com que apenas os utilizadores têm normalmente contacto.
acção diária da incisão, pro-actividade e iniciativa imprescindíveis
É importante que o Secretário tenha assim conhecimento dos
ao envolvimento de todos os funcionários do Tribunal, incluindo os
vectores aos quais deverá responder: electricidade consumida e
Magistrados. Neste sentido, a cultura, atitude e comportamento
formas de a reduzir; água consumida e formas de a reduzir; sistema
do Secretário de Justiça de cada Tribunal são por demais
de rega utilizado e formas de o optimizar. Este aspectos, assim como
essenciais. Se o Secretário se assumir enquanto “Smart People”
muitos outros, serão detalhados na próxima secção deste Manual.
está garantida a iniciativa e adesão para a efectivação das boas
Aplicam-se também ao Secretário de Justiça todas as medidas
práticas, caso contrário torna-se difícil encaminhar para si os
descritas na secção anterior.
restantes utilizadores do edifício do Tribunal.
Passa também pelo Secretário de Justiça a capacidade de
4.1
Aquecimento (Inverno)
sugerir novas medidas que possam aumentar a eficiência do
Os principais vectores para melhorar o desempenho térmico do
edifício. Poderão tratar-se de medidas de menor escala, nas quais
edifício no Inverno são:
pode aplicar os fundos próprios de gestão de edifício, e também
medidas de maior escala, eventualmente com maior potencial de
4.1.1. Melhorar o nível de isolamento térmico da sua envolvente
Em termos genéricos, o Secretário de Justiça deve procurar
4.1.2.Diminuir a infiltração, e a saída de ar quente dos
espaços aquecidos
compreender e sistematizar o modo como funciona energicamente
4.1.3. Maximizar os ganhos solares
poupança, para as quais deve solicitar o apoio do IGFIJ.
28
4.1.1
Melhorar o nível de isolamento térmico da envolvente
o calor gerado dentro dos gabinetes e salas de audiências perde-
Embora a melhoria do isolamento térmico do edifício esteja
se através das portas, mesmo quando estão fechadas. No verão, a
geralmente associada a obras de reabilitação energética (vãos,
temperatura geral do edifico também aumenta, com o efeito inverso.
paredes e coberturas, entre outors), existem algumas medidas
Mesmo nos edifícios onde as portas exteriores estão geralmente
simples que podem ainda assim proporcionar um efeito significativo
fechadas, sempre que se abre a porta há significativas perdas
na melhoria do desempenho térmico.
térmicas, pelo que deve sempre ser instalada uma antecâmara de
Vãos – assegurar que todas as janelas têm instalados estores
vidro na entrada, segundo projecto articulado com o IGFIJ.
ou portadas, e que estes são fechados à noite, antes de sair do
Calafetar os vãos – calafetar janelas com fita isoladora, e colocar
edifício.
fitas estanques debaixo das portas (ver medidas Aquecimento
Clarabóias – assegurar o bom estado de manutenção das
secção 2).
clarabóias que existam. Caso sejam de vidro simples, fixas, e
Outras fontes de infiltração - Identificar outros pontos no edifício
de pequena dimensão, pode ser considerada a aplicação de
que possam estar a deixar perder o ar aquecido, tais como
um pano interior adicional, por exemplo em acrílico, ou vidro de
claraboias pouco estanques, rachas a nível das coberturas, ou
segurança.
antigas chaminés e poços de ar.
Paredes e cobertura – Assegurar a sua adequada manutenção,
inspeccionando regularmente a existência de descontinuidades
4.1.3
Maximizar ganhos solares
no seu revestimento exterior. Uma superfície molhada ou húmida
Assegurar que todos os vãos que proporcionem ganhos solares úteis
transmite mais calor do que uma superfície seca.
estão com os estores abertos e desobstruídos durante as horas em
que o sol neles incide.
4.1.2
Diminuir a infiltração
Preferir plantas de folha caduca em termos de paisagismo,
Considerar a colocação de uma antecâmara na entrada do
nomeadamente
edifício - Quando as portas dos edifícios estão sempre abertas,
excessivamente o edifício, e permitam a passagem dos raios solares.
árvores,
que
no
inverno
não
sombreiem
existe um grande gasto de energia, pois o ar interior, mais aquecido
no inverno, ou mais fresco no Verão, é perdido por este meio. No
4.2.
Arrefecimento (Verão)
inverno, o nível geral de conforto de todos os ocupantes desce, pois
Em relação ao sobreaquecimento no Verão, algumas medidas que
se os átrios, escadas e corredores estão a baixas temperaturas,
envolvem recursos limitados são:
29
- Maximizar o nível de sombreamento do edifício
É essencial assegurar que todos os vãos estão sombreados,
4.3
4.3.1
Iluminação (natural / artificial)
Iluminação natural – Identificação de oportunidades para
preferencialmente pelo exterior. Os elementos de sombreamento
utilização de luz natural
podem ser colocados pelo Secretário de Justiça, em situações
Criação de um ambiente interior de cores claras e luminoso - não só
mais pontuais, ou solicitados ao IGFIJ, em situações mais
diminuirá a factura energética, por aumentar a difusão e utilização de
abrangentes.
luz natural, como criará um ambiente mais agradável e confortável
As paredes nascente, sul e poente, que podem também
para os utilizadores.
sobreaquecer , poderão ser sombreadas através de árvores de
Janelas – Escolher caixilhos brancos, ou de tom claro, e com a menor
folha caduca plantadas junto a estas fachadas, ou através de
área de caixilho possível. Abrir os estores para ter luz, sempre que
plantas trepadeiras.
não seja necessário fechá-los devido ao calor e à luz solar directa.
Vidros – escolher vidros com alta transmissão luminosa, embora
- Maximizar a ventilação natural do edifício
com factor solar reduzido.
Reparar janelas de abrir que estejam desactivadas.
Estores, cortinas – Devem também ter tons claros.
Abrir novas aberturas interiores, e clarabóias, de modo a criar
Paredes, tectos e pavimentos devem ter tons claros (branco,
caminhos de ventilação cruzada, através de correntes de ar entre
madeiras de tons claros).
pontos de entrada e saída.
Escolher mobiliário de tons claros (madeiras de tom claro, cinzento
Promover a ventilação nocturna do edifício, sempre que possível
claro).
(ver medida na secção 3).
Retirar grandes móveis e estantes junto às janelas, principalmente
os de cores escuras.
- Minimizar a absorção térmica do edifício
Escolher cores claras para os revestimentos exteriores do edifício,
4.3.2
Iluminação Artificial
incluindo a pintura de paredes, e o material de acabamento das
Trocar lâmpadas por lâmpadas de baixo consumo.
coberturas, que deve ser o mais claro e reflectante possível no
Trocar luminárias por luminárias de maior eficiência energética.
caso das coberturas planas.
Limpar lâmpadas, luminárias e candeeiros regularmente.
30
Durante os períodos em que o edifício está desocupado, assegurar
Fig.9
que está desligada toda a iluminação eléctrica.
Quando possível, instalar sensores de presença para controle da
iluminação artificial nas instalações sanitárias.
Assegurar que, quando terminam as sessões na sala de
Lâmpadas fluorescentes compactas de casquilho grosso (E27) 2
audiências, a luz artificial é desligada, assim como os sistemas
de aquecimento e arrefecimento existentes. Os estores deverão
também ser baixados no Verão, ou levantados no Inverno.
Fig.10
Informação sobre iluminação de baixo consumo
a) Lâmpadas Fuorescentes Compactas
As lâmpadas fluorescentes compactas têm uma eficiência
Lâmpadas fluorescentes compactas de casquilho fino (E14)
energética muito superior às lâmpadas incandescentes, e são
compatíveis com os casquilhos tradicionais usados para estas.
Fig.11
O seu número de horas de utilização é consideravelmente mais
elevado (6 a 15 mil horas), assim como o número de ciclos de
ligar e desligar. Existem lâmpadas com diferentes temperaturas
de cor: branco quente e branco frio, sendo que o branco quente
é normalmente preferido pelos utilizadores, por não ter a luz tão
Lâmpadas fluorescentes compactas de casquilho tipo GU10 (substituem lâmpadas semelhantes às
ilustradas na figura à direita)
branca e fria como as luzes fluorescentes comuns. Uma das suas
desvantagens é necessitarem de algum tempo até o seu fluxo
luminoso atingir o máximo, após serem ligadas.
2 Agradecemos à EDP e à Quercus pela reprodução de algumas das imagens e informação incluídas
nesta secção do Manual.
31
Comparação de potências entre lâmpadas incandescentes
Comparação de tipo de lâmpadas por características: potência,
e fluorescentes compactas
eficácia luminosa e duração típica em horas
c) Lâmpadas Fuorescentes Compactas
As lâmpadas fluorescentes tubulares, sempre que possível, devem
b) Díodos Emissores de Luz (LEDs – Light Emitting Diodes)
ser substituídas por lâmpadas fluorescentes compactas. No
A tecnologia de iluminação eléctrica previlegiada num futuro
entanto, quando não existirem condições para essa substituição
próximo serão os LEDs. Embora estas lâmpadas tenham
total, algumas regras para aumentar a eficiência energéticas das
um preço mais elevado que as lâmpadas fluorescentes
intalações à base de lâmpadas tubulares são:
compactas, o seu consumo energético é inferior, e o período
Utilização de tubos T5 (16mm) em alternativa aos tubos T8, dado
de vida muito superior (20 a 45 mil horas). Já estão disponíveis
que podem ter uma eficiência energética até 5% superior.
no mercado lâmpadas de LEDs com potências aceitáveis, e
Utilização de balastros de alta frequência que introduzem maior
com diferentes tipos de casquilhos adaptáveis às luminárias
eficiência energética, reduzem os custos de manutenção, e causam
comuns.
menor cintilação, logo maior conforto visual.
Utilização de luminárias de alta frequência, com suporte de
montagem de elevado rendimento, e com DLOR (Downward Light
Output Ratio) de pelo menos 80%.
Em termos de conforto visual, as luminárias devem cumprir a norma
LG3:2001 / LG7:2005, sendo adequadas para locais com utilização
32
de monitores de computadores, e idealmente possuir perfurações
4.6.2
Gestão de consumos para jardinagem/paisagismo
laterias, de modo a reduzir o efeito de tecto escuro, por permitir a
Evitar relvados, que exigem muita rega e manutenção.
passagem de alguma luz ascendente.
Escolher espécies locais e de baixo consumo de água.
Adoptar sistemas de rega gota-a-gota, quando possível, com
4.4
controle electrónico.
Computadores
Durante os períodos em que o edifício está desocupado, assegurar
que são desligados (e não em stand-by) os computadores,
fotocopiadoras, impressoras, e outro equipamento.
4.7
Controle e gestão do edifício
Observar a evolução das facturas de electricidade e água, e caso
sejam detectados aumentos nos consumos, procurar identificar a
4.5
Outros aspectos de sustentabilidade
sua origem, com urgência.
Seleccionar equipamentos eléctricos de elevada eficiência
Criar mecanismos para comunicar a todos os utilizadores do edifício
energética.
a evolução das facturas, e a sua percentagem de redução, de modo
Adoptar toalhas de papel reciclado ou, preferencialmente, colocar
a existir feedback em tempo útil sobre os esforços conjuntos para
secadores de mãos em vez de toalhas de papel .
diminuição dos consumos no edifício.
Adoptar papel higiénico reciclado.
Criar campanhas de comunicação internas sobre o desempenho
Reciclar o papel.
do edifício, e procurar implementar um sistema de “Score Card”,
Instalar um ‘pilhão’ no edifício.
onde cada utilizador possa registar, semanalmente, a sua redução
em emissões de carbono, seguindo a secção 3 deste Manual.
Se possível, adquirir um software de monitorização em tempo real
4.6
4.6.1
Gestão eficiente de água
de consumo eléctrico do edifício, instalando um pequeno emissor
Gestão de consumos sanitários
wireless no contador da EDP (diversas companhias disponibilizam
Colocar economizadores de água nas torneiras (anti-vandalismo).
já esse tipo de soluções, não intrusivas em relação ao contador), e
Vigiar a ocorrência de torneiras a pingar, e reparar com urgência.
disponibilizar o software também aos utilizadores do edifício.
Instalar autoclismos de descarga dupla, ou colocar uma garrafa
Recolher junto ao IGFIJ o máximo de dados sobre a construção
de água de 1,5l no interior dos autoclismos existentes, de modo a
e historial do edifício, de modo a conhecer melhor as suas
reduzir o seu volume de descarga.
características e potenciais pontos fracos.
33
Estar atento aos diversos aspectos de manutenção / reparação de
componentes do edifício, que poderão ter um impacto relavante
no seu desempenho.
Adoptar regras de manutenção de caldeiras – revisão, afinação,
sistemas de controle.
Adoptar regras de manutenção de sistemas de ar condicionado
- mudar filtros, manutenção, programar set points e termostátos
de modo a adequar as temperaturas aos níveis de ocupação do
edifício.
Sugere-se ao IGFIJ a criação de um “Ranking” dos Tribunais
que mais conseguiram poupar durante o período de um ano,
sendo avaliada a percentagem de redução em relação aos
consumos do ano anterior, avaliada pelos valores reais das
facturas energéticas e de água, ponderados em relação à área do
edifício (consumo/m2).
34
Ficha Técnica
Autoria e coordenação
Prof.ª Luísa Gama Caldas
Estão reservados todos os direitos de propriedade intelectual,
em particular os direitos de autor.
A utilização deste Manual, fora do contexto para que foi realizado,
carece de autorização explícita por parte da autora.
Email: [email protected]
Consultadoria energética e estimativa de consumos
Design Gráfico
Mónica Loureiro
Sandra Lopes
Dezembro de 2010
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