Simulado UFU 2º DIA
SEGUNDA FASE
PROVAS: FILOSOFIA, PORTUGUÊS, LITERATURA, MATEMÁTICA, QUÍMICA e SOCIOLOGIA.
SÓ ABRA QUANDO AUTORIZADO
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES
1 – Este caderno de prova contém 24 questões abertas, quatro de cada disciplina.
2 – Nas folhas de respostas das questões discursivas, escreva somente a TINTA AZUL.
3 – As resoluções das questões discursivas não poderão ultrapassar os limites dos espaços a elas reservados.
4 – Não serão levados em consideração os rascunhos. Só será considerado o que for escrito no espaço reservado
à resolução da questão.
5 – As questões deverão ser resolvidas com objetividade; restrinja-se a responder ou resolver o que lhe foi
proposto. NADA além disso será considerado.
6 – Escreva com máxima legibilidade. Durante as correções, em caso de dúvida quanto à grafia de qualquer
palavra ou sinal, o julgamento será feito de forma desfavorável ao candidato.
7 - O preenchimento correto das folhas de respostas é de responsabilidade do candidato. Não haverá substituição
delas.
8 – ESCREVA SEU NOME, SALA E TURNO EM TODAS AS FOLHAS DE RESPOSTAS.
INEI COC VESTIBULARES
www.cocminas.com.br
(34) 3231 - 3700
TABELA PERIÓDICA
18
1
13
1,01
2
6,94
9,01
23,0
24,3
3
39,1
40,1
85,5
87,6
133
137
223
4
5
6
7
8
45,0
47,9
50,9
52,0
54,9
88,9
91,2
92,9
96
179
181
184
(226)
(261)
(262)
263
14
15
16
17
4,00
20,2
10,8
12,0
14,0
16,0
19,0
27,0
28,1
31,0
32,1
35,5
39,9
9
10
11
55,8
58,9
58,7
63,5
65,4
69,7
72,6
74,9
79,0
79,9
83,8
(99)
101
103
106
108
112
115
119
122
128
127
131
186
190
192
195
197
201
*112
204
207
*114
209
(210)
*116
264
265
268
Uun
269
*111
Uuu
272
12
Uub
Uuq
274
(210)
(222)
Uuh
(289)
(292)
* ELEMENTOS AINDA NÃO OFICIALIZADOS IUPAC
SÍMBOLOS
Massa atômica relativa
( ) = N° de massa do
Isótopo mais estável
139
140
141
(227)
232
(231)
144
238
(147)
150
152
157
159
163
165
167
169
173
175
(237)
(244)
(243)
(247)
(247)
(251)
(254)
(253)
(256)
(253)
(257)
FILOSOFIA
PRIMEIRA QUESTÃO
Conforme Aristóteles, só existe a realidade do sensível. O que existe são seres, ou substâncias constituídas
de Matéria e Forma. Explique o significado de matéria e forma para o filósofo.
RESPOSTA
Aristóteles compreende a realidade como una, a partir das próprias coisas sensíveis e constituída de seres.
Com isso ele uniu o mundo sensível e o inteligível (se opondo a tese de realidades separadas defendida por Platão)
no conceito de substância. Toda substância é constituída de matéria e forma, princípios estes inseparáveis.
Sendo assim Matéria significa: a realidade sensível, princípio indeterminado de que o mundo físico é feito,
caracterizando-se a partir de suas determinações como “matéria de” alguma coisa. Nesse sentido, a matéria é
sempre relativa à forma. A matéria é o princípio de individuação, sendo que dois indivíduos da mesma espécie são
diferentes entre si não quanto a sua forma, que é a mesma, mas quanto à matéria.
A Forma significa: Princípio que determina a matéria, fazendo dela tal coisa determinada: aquilo que, num ser
é inteligível (essência), podendo ser conhecido pela razão, objeto da ciência: a essência, o ‘definível’. A matéria é
considerada como substrato (base) passivo que deve tomar forma para se tornar tal coisa.
SEGUNDA QUESTÃO
Faça um paralelo entre as três posições em destaque referentes à questão dos universais (realismo, nominalismo e conceitualismo), enfatizando os pontos em que Pedro Abelardo diverge e os pontos em que concorda com
o realismo e o nominalismo.
RESPOSTA
A solução dada por Abelardo (a questão dos universais) afasta-se das duas posições extremadas (realismo e
nominalismo), mas ao mesmo tempo integra elementos de ambas.
Em primeiro lugar os universais constituem, para Abelardo, palavras significativas e não simples emissões da
voz humana (nominalistas). Sobre se os universais existem realmente ou são apenas objetos de intelecção, Abelardo
diz que por si mesmos, os universais não existem mais do que no intelecto, mas eles referem-se a seres reais,
Em segundo lugar, se os universais são corpóreos ou incorpóreos, a resposta de Abelardo é dupla: enquanto
nomes, eles são corpóreos, uma vez que sua natureza é a dos sons emitidos pela voz humana: na entanto, sua
situação significativa, isto é, o fato de servirem para designar uma pluralidade de indivíduos semelhantes, é incorpórea.
O realismo na sua forma mais completa afirma que os universais têm existência real (res), constituindo mesmo
a mais autêntica realidade. Em cada membro de uma espécie-- afirmava Guilherme de Champeaux — está presente
uma natureza comum real, e os entes individuais diferem apenas em seus acidentes e não em sua substância (essência). O nominalismode Roscelino toma posição oposta à do realismo, defendendo a tese de que a realidade é
constituída pelos entes individuais, não sendo o universal mais do que uma simples emissão de voz, meros nomes
(daí a expressão nominalismo).
Para o conceitualismo de Abelardo, os universais não têm existência real, mas também não são simples nomes
emitidos pela voz humana. Os universais têm existência meramente intelectual. Para conhecê-los basta observarmos
sua formação. Através dos sentidos temos acesso a uma multiplicidade de indivíduos particulares, todos diferentes
uns dos outros. Ao compará-los percebemos que apesar de serem diferentes, sempre têm alguns elementos em
comum. Abstraindo o que é comum e rejeitando o que é incomum, formamos uma imagem confusa, à qual atribuímos uma palavra. Esta palavra significativa é o universal que, portanto, designa uma imagem confusa abstraída
pelo pensamento, a partir de elementos comuns de indivíduos reais.
1
TERCEIRA QUESTÃO
Leia este trecho:
“Suporei, pois, que há não um verdadeiro Deus, que é a soberana fonte da verdade, mas certo gênio maligno, não menos ardiloso e enganador do que poderoso, que empregou toda a sua indústria em
enganar-me.
Pensarei que o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons e todas as coisas exteriores que vemos
são apenas ilusões e enganos de que ele se serve para surpreender minha credulidade. Considerar-me-ei
a mim mesmo absolutamente desprovido de mãos, de olhos, de carne, de sangue, desprovido de quaisquer
sentidos, mas dotado da falsa crença de ter todas essas coisas. Permanecerei obstinadamente apegado
a esse pensamento; e se, por esse meio, não está em meu poder chegar ao conhecimento de qualquer
verdade, ao menos está ao meu alcance suspender meu juízo. Eis por que cuidarei zelosamente de não
receber em minha crença nenhuma falsidade, e prepararei tão bem meu espírito a todos os ardis desse
grande enganador que, por poderoso e ardiloso que seja, nunca poderá impor-me algo.
DESCARTES. Meditações. Tradução J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 88-89.
Nesse trecho, o autor refere-se aos grandes poderes de um suposto “gênio maligno”. Com base na leitura desse
trecho e considerando outras ideias contidas nessa obra de Descartes, explique como o filósofo se mostra capaz
de vencer o gênio maligno.
RESPOSTA
René Descartes parte da ideia de que há um gênio Maligno, um Deus enganador que emprega toda a sua indústria
em enganá-lo. Porém, Descartes não possui nenhuma dúvida de que é algo, se ele o engana; e, por mais que ele o
engane, não poderá jamais fazer com que nada seja enquanto pensar ser alguma coisa. Assim, Descartes, a partir
de uma intuição pura e primeira, chega conclusão que enquanto pensar ele é, e se é logo existe, e esta afirmação
seria verdadeira todas as vezes que a enunciasse em seu pensamento. Descartes então chega à seguinte posição:
Cogito Ergo Sum (penso,logo existo).
QUARTA QUESTÃO
O comentário abaixo foi feito por Kant (1724-1804) para justificar o início do novo estágio da Filosofia Moderna,
almejado com a sua obra Crítica da Razão Pura.
“Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém, todas
as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que o nosso
conhecimento seria ampliado, fracassaram sob esta pressuposição.”
(Kant. Crítica da Razão Pura. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p.14. Coleção “Os Pensadores”)
A partir dessa citação, explique em que consiste a Revolução Copernicana realizada por Kant na Filosofia.
RESPOSTA
Quando o modelo de inteligibilidade geocêntrico não mais conseguia explicar o conjunto do movimento dos astros,
Copérnico resolveu tirar a Terra do centro do universo e colocar o sol em seu lugar fazendo o nosso planeta girar em
seu redor, inaugurando a concepção heliocêntrica, o que resolveu os impasses da astronomia de sua época.
O filósofo alemão propôs fazer o mesmo em relação ao conhecimento. O modelo filosófico tradicional anterior
a Kant partia do princípio de que seriam os objetos [coisas] que davam as regras, regulavam e determinavam o que
se podia conhecer. Nesse contexto os racionalistas priorizaram a razão a partir daquilo que os objetos apresentavam e desvalorizaram o que provinha dos sentidos. Os empiristas negaram quaisquer condições a priori da razão
e colocaram todo o fundamento do conhecimento na experiência a partir da representação de objetos apreendidos
pelos sentidos. Kant inverteu essa posição, atribuindo ao sujeito cognoscente o agente regulador e construtor do
conhecimento, capaz de fornecer regras para a produção do conhecimento, em outras palavras, segundo o filósofo, “são os objetos que têm de se regular pelo nosso conhecimento”, pois as coisas são desprovidas de razão. Tal
concepção rompeu com o modelo filosófico tradicional, nas palavras do próprio Kant, ‘façamos uma revolução na
filosofia’, sendo que a sua fonte de inspiração foi a revolução copernicana na astronomia.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
Língua Portuguesa
1
5
10
15
20
25
30
35
40
“Sorria, você está sendo filmado.” Há tempos, quando começamos com essa prática social
de colocar câmeras em locais públicos, esse aviso tinha um sentido bem pertinente. A advertência,
além de prevenir os mais incautos de que eles não estavam protegidos do olhar de julgamento do
outro, fazia um apelo que ainda tinha sentido naquela época que, por sinal, é bem recente.
A interpretação contida no cartaz – em caráter imperativo – buscava fisgar o amor-próprio
de cada um que o lesse para que, assim, pudesse mostrar o melhor de si aos outros que o
observassem. Afinal, ninguém queria ser flagrado em atitude considerada constrangedora e que
pudesse provocar vergonha.
Sim: havia vergonha, recato, decoro. Lembro, por exemplo, que no livro “Na Sala com
Danuza” – publicado no início dos anos 90 -, um trecho dizia que determinado ato não deveria ser
praticado nem mesmo na solidão de um banheiro escuro.
Bem, os tempos mudaram. As placas com o citado aviso se multiplicaram e as câmeras
também, como um sinal visível de que vivemos numa sociedade do controle. Entretanto, elas
registram também o descontrole das pessoas e a desorganização do espaço social compartilhado.
Uma cena gravada e apresentada na semana passada em todos os canais de TV e sites
com vídeos mostrou o prefeito de São Paulo tendo um chilique porque um cidadão protestava
contra um ato de seu governo. O homem, ao ser alvo da ira do prefeito, caiu no choro. A cena,
explorada à exaustão, foi patética: dois adultos se comportando como crianças em pleno espaço
público, portanto sob o olhar de julgamento de todos.
Está certo de que todos os adultos mantêm uma parcela de infância que precisa ser
superada diariamente, e essa é a tarefa árdua do exercício de maturidade. Mas parece que
atualmente essa nossa cota infantil, ao invés de ser superada, tem sido cultivada com esmero.
Além disso, o julgamento do outro não mais nos incomoda nem importa. Não nos
envergonhamos mais de nossos descuidos, nada mais parece nos constranger. O aviso “Sorria,
você está sendo filmado” ganhou, portanto, um tom irônico.
Adolescentes são tentados a fazer caretas e gestos obscenos quando sabem que alguém
os observa. À frente de uma câmera, então, eles se superam e perdem qualquer pudor. É uma
maneira de dizer “Eu sou assim, o que você tem com isso?” E um modo de enfrentar com
insolência o mundo adulto do qual acabaram de escapar e para o qual se encaminham.
Pois parece que é dessa maneira que os adultos têm se comportado publicamente. Não nos
importamos mais – aliás, parece que nos orgulhamos disso – de expor nossas piores qualidades e
características aos outros.
O roxo, uma cor que já foi associada à vergonha, na expressão “roxo de vergonha”, passou
recentemente para nossa história como cor que simboliza o orgulho que temos de nossas atitudes
irrefletidas e muitas vezes violentas – quando um presidente exclamou em um discurso que “tinha
aquilo roxo”. Uma publicidade veiculada pela TV, ao mostrar tudo o que se pode fazer com o dedo
indicador, mostra uma criança com o dedo no nariz enquanto o narrador diz “limpar o salão”.
É isso? Parece que já não queremos mais mostrar o que temos de melhor aos outros e sim
o que temos de pior. Isso mostra um grande desprezo pelos outros, não? Basta assistir a algumas
cenas do programa “BBB” para fazer essa constatação. Mas não nos iludamos: isso não ocorre
apenas nesse programa, mas no cotidiano de nossa vida pública.
Será que concluímos que o que nos une e o que nos equipara na convivência pública são
nossas mazelas?
SAYÃO, Rosely. Folha de S. Paulo, 15 de fevereiro de 2007.
Questão 01
Tendo como base o texto acima, explique por que os adolescentes se superam e perdem qualquer
pudor à frente de uma câmera. Seja sucinto e objetivo em sua resposta.
Questão 02
Monte um parágrafo para explicar o trecho destacado em “E um modo de enfrentar com
insolência o mundo adulto do qual acabaram de escapar e para o qual se encaminham.” (linhas 2829). Seja sucinto e objetivo em sua resposta.
Questão 03
Observe os pronomes destacados no trecho a seguir:
3
PRIMEIRA QUESTÃO
Tendo como base o texto acima, explique por que os adolescentes se superam e perdem qualquer pudor à frente
de uma câmera. Seja sucinto e objetivo em sua resposta.
RESPOSTA
Os adolescentes perdem o pudor e se superam à frente de uma câmera de televisão porque essa é uma maneira de auto-afirmação, de enfrentar com insolência o mundo adulto do qual acabaram de escapar e para o qual
se encaminham.
SEGUNDA QUESTÃO
Monte um parágrafo para explicar o trecho destacado em “E um modo de enfrentar com insolência o mundo
adulto do qual acabaram de escapar e para o qual se encaminham.” (linhas 28-29). Seja sucinto e objetivo em
sua resposta.
RESPOSTA
O trecho destacado diz que os adolescentes acabaram de se libertar do mundo adulto – que não estão mais
sob o controle dos pais ou de outros adultos responsáveis – e partem, a partir de agora, para assumir as responsabilidades próprias desse mundo (mundo adulto).
TERCEIRA QUESTÃO
Observe os pronomes destacados no trecho a seguir:
“A interpretação contida no cartaz – em caráter imperativo – buscava fisgar o amor-próprio de cada um que o
lesse para que, assim, pudesse mostrar o melhor de si aos outros que o observassem. Afinal, ninguém queria ser
flagrado em atitude considerada constrangedora e que pudesse provocar vergonha.” (linhas 5-8)
Indique a que (ou a quem) se referem.
A) “… cada um que o lesse …”
B) “… o melhor de si …”
C) “…aos outros …”
D) “… que o observassem …”
RESPOSTA
A) o cartaz
B) cada um que lesse o cartaz
C) os observadores
D) cada um que lesse o cartaz
4
QUARTA QUESTÃO
Indique a função do pronome destacado nos trechos abaixo.
A) “… eles se superam e perdem qualquer pudor”. (linha 27)
B) “…Uma publicidade veiculada pela TV, ao mostrar tudo o que se pode fazer com o dedo indicador,…” (linhas
36-37)
RESPOSTA
A) pronome reflexivo – função de fazer a ação verbal retornar sobre o próprio agente.
B) Pronome indeterminador do sujeito – função de indeterminar o sujeito, não especificar quem pode fazer algo
com o dedo, mas deixar de forma generalizada, como se qualquer pessoa pudesse praticar a ação verbal.
LITERATURA
PRIMEIRA QUESTÃO
O trecho abaixo, retirado da internet, é composto pelos comentários que Paulo Leminski teceu sobre o seu
próprio fazer poético, aspecto que nos ajuda a compreender um pouco mais a produção Menino do mato, de Manuel
de Barros:
[...] eu acho que a poesia é o inutensílio, a única razão de ser da poesia é que ela faz parte daquelas
coisas inúteis da vida que não precisam de justificativas, porque elas são a própria razão de ser da vida.
Querer que a poesia tenha um porque, querer que a poesia esteja a serviço de alguma coisa é a mesma
coisa que você querer que um gol do Zico tenha uma razão de ser, tenha um porque além da alegria da
multidão. É a mesma coisa, por exemplo, que o orgasmo tenha um porque. É a mesma coisa que a alegria,
a amizade, o afeto tenham um porque. Eu acho que a poesia faz parte daquelas coisas que não precisam
ter um porque. Pra que por quê? [...]
(Disponível em http: //www.youtube.com/watch?v=oEXklTvm3aU/ Acesso em 14 maio. 2012)
Ainda leve em consideração o seguinte poema de Manoel de Barros:
Para cantar é preciso perder o interesse de informar.
(BARROS, Manoel. Menino do mato. São Paulo: Leyla, 2010, p. 39).
Procure explicar o poema acima de Manoel de Barros com base na discussão proposta por Paulo Leminski.
RESPOSTA
Leminski inicialmente afirma que a poesia é o “inutensílio”, condição que confere ao texto literário poético uma
condição adversa ao utilitarismo de uma sociedade que tudo possui um fim (pragmatismo). A poesia, segundo o
escritor curitibano (Leminski), não possui nenhuma função pragmática, visto que a única razão de ser da poesia é a
busca pela “beleza” estética”, condição por si só suficiente para o seu existir. Manuel de Barros no texto acima afirma
que para “cantar”, isto é, para se fazer poesia, o escritor primeiramente deve deixar qualquer pretensão informativa,
que seria uma função prática dentro de discurso vigente associado, por exemplo, aos meios de comunicação. Tanto
Manoel de Barros quanto Leminski defendem uma produção estética bem próxima daquilo que é chamado de “arte
pela arte”, isto é, uma arte “descompromissada” com a realidade histórica.
5
SEGUNDA QUESTÃO
A imagem seguinte é a contracapa do livro Prosas seguidas de odes mínimas, de José de Paulo Paes, procure
compreendê-la juntamente com o poema para fazer o que é pedido:
TEXTO I
TEXTO II
Ao Alfinete
A tua cabeça
é um infinito às avessas.
Com tua ponta aprende
a língua mais perversa.
Piedosamente escondes
obscenos rasgões.
Com prender o molde ao pano
uma roupa lhe impões.
No idioma da ambição
só ao módico1 dás nomes:
“Algum para os alfinetes”
Perde a mulher ao homem.
Mas se cais ao chão ninguém
se rebaixa em colher-te.
Com um muxoxo de desdém
diz: “É um simples alfinete”.
(PAES, José de Paulo. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo. Companhia das Letras. 1992, p. 81)
Tente estabelecer vínculos (comparação) entre os dois textos acima, levando em consideração a proposta
poética da obra de Paes.
RESPOSTA
Na contracapa da obra Prosas seguidas de odes míninas, de José de Paulo Paes, temos uma antevisão daquilo
que aparecerá em grande parte dos poemas, isto é, um olhar voltado para pequenez de objetos insignificantes como,
por exemplo, um copo, uma mesa, um garrafa, um alfinete. Aqui, tudo que passa desapercebido por nós em nossa
exaustiva rotina, ganha um tom poético, aquilo que é mínimo ultrapassa a função utilitária e adquire a condição
grandiosa dentro dos poemas. No caso do texto II, vemos o alfinete por meio desse outro olhar (o olhar obliquo, nas
palavras de Manoel de Barros), no caso, o poético, e, portanto, muito mais rico, pois foge aos condicionamentos
da nossa visão.
1 Que não é alto, ou excessivo, ou exagerado; moderado.
6
TERCEIRA QUESTÃO
Na produção dramática de Nelson Rodrigues Anjo negro, um dos eixos temáticos é a discussão acerca do ódio
étnico vivido socialmente pelo personagem central Ismael. Algo análogo ocorre em “São Marcos”, conto de Guimarães Rosa, visto que, ao longo do enredo, temos pelo menos dois personagens que expressam práticas racistas
relacionadas a um dos personagens centrais (João Mangolô). Dessa maneira, relacione as duas obras em questão
no que se refere ao racismo e, no caso do conto roseano, utilize em sua argumentação a postura de pelo menos
dois personagens racistas.
RESPOSTA
No início do conto de Guimarães Rosa, o narrador José (Izé) passa pela casa de João Mangolô, personagem
negro, que é insultado por meio de uma aversão étnica relacionada a sua cor. José lança mão de estereótipos seculares que sempre procuraram rebaixar os negros dizendo a Mangolâ que todo negro é “chachaceiro”, “vagabundo”
e “macumbeiro”. Outro personagem que apresenta uma postura semelhante a do narrador é Aurísio Maquitola que
afirma não gostar de negros por meio do seguinte trecho: “- Tesconjuro!... Tou vindo mas é da missa. Não gosto de
urubu... Se gostasse, pegava de anzol, e andava com uma penca debaixo do sovaco!...” (ROSA, J. Guimarães. Sagarana. Rio de Janeiro: Editora Record, 1984. p. 245-46). As práticas racistas expressas acima pelos personagens
do livro Sagarana são posturas sociais contribuíram para o ódio que Ismael nutriu contra a sua própria cor. As obras
são diferentes (“São Marcos” e Anjo negro), não apresentam nenhum vínculo direto entre os personagens, mas
dialogam no que se refere às práticas racistas de uma sociedade de uma sociedade intolerante.
QUARTA QUESTÃO
Na obra Sagarana, de Guimarães Rosa, encontramos formas de representação da religião expressas por meio
de um amplo sincretismo. A maior parte das personagens se diz católica, mas, de fato, mostra-se adepta de várias
crenças, como os moradores do Calango-Frito. Assim, utilize algum personagem do conto “São Marcos” que expressa
de maneira evidente essa condição dos moradores do Calango-Frito.
RESPOSTA
Um dos personagens que mais bem expressa o sincretismo religioso, condição bastante representativa da fé no
Brasil, é Aurísio Manquitola, o próprio nome e a condição física do personagem (“um mameluco brancarano, cambota, anoso, asmático como um fole velho...” p. 246) sinaliza um vínculo com a cultura grega, visto a associação ao
deus Cronos, o velho deus coxo do tempo, com a ceifadeira implacável nas mãos. Aurísio quando se encontra com
o narrador estava a vir da missa (“Tou vindo mas é da missa” p. 246), pois configura-se como um sujeito católico,
mas teme o feitiço de Mangolô e acredita no poder das rezas bravas. Conta duas histórias de rezas: a primeira sobre
a noite em que o compadre Silvério viu Gestal da Gaita subindo pela parede, a segunda, a de Tião Tranjão, que,
graças a uma reza apreendida a muito custo de Gestal da Gaita, transforma-se em valentão e foge da prisão.
7
MATEMÁTICA
PRIMEIRA QUESTÃO
Uma lâmpada incandescente de 100 W custa R$ 2,00. Já uma lâmpada fluorescente de 24 W, que é capaz de
iluminar tão bem quanto a lâmpada incandescente de 100 W, custa R$ 13,40.
Responda às questões abaixo, lembrando que, em uma hora, uma lâmpada de 100W consome uma quantidade
de energia equivalente a 100 Wh, ou 0,1 kWh.
Em seus cálculos, considere que 1 kWh de energia custa R$ 0,50.
A) Levando em conta apenas o consumo de energia, ou seja, desprezando o custo de aquisição da lâmpada,
determine quanto custa manter uma lâmpada incandescente de 100 W acesa por 759 horas. Faça o mesmo
cálculo para uma lâmpada fluorescente de 24 W.
B) Para iluminar toda a sua casa, Edmardo comprou e instalou apenas lâmpadas fluorescentes de 24 W. Elson
Braga, por sua vez, comprou e instalou somente lâmpadas incandescentes de 100 W para iluminar sua casa.
Considerando o custo de compra de cada lâmpada e seu consumo de energia, determine em quantos dias
Elson Braga terá gasto mais com iluminação que Edmardo. Suponha que cada lâmpada fica acesa 3 horas por
dia. Suponha, também, que as casas possuem o mesmo número de lâmpadas.
RESPOSTA
A) Com uma lâmpada incandescente, o custo, em reais, é dado por: 0,1 . 750 . 0,50 = 37,50
Com uma lâmpada fluorescente, o custo total, em reais, é dado por: 0,24 . 750 . 0,50 = 9,00
Resposta: R$ 37,50 e R$ 9,00
B) Sejam CF e CI, respectivamente, os custos totais após uma quantidade n de dias, com uma lâmpada fluorescente e com uma lâmpada incandescente (lembrando que ficarão acesas por 3 horas por dia). Temos:
CF = 13,40 + 0,24 . 3n . 0,50 = 13,4 + 0,036 n
CI = 2,00 + 0,1 . 3n . 0,50 = 2 + 0,15 n
Para que ocorra CI > CF, temos:
2 + 0,15n > 1,4 + 0,036 n → 0,114n > 11,4 → n >100
Resposta: 101
SEGUNDA QUESTÃO
Uma empresa de sorvete utiliza como embalagem um prisma reto, cuja altura mede 10 cm e cuja base é dada
conforme descrição a seguir: de um retângulo de dimensões 20 cm por 10 cm, extrai-se em cada um dos quatro
vértices um triângulo retângulo isósceles de catetos de medida 1 cm.
A) Calcule o volume da embalagem.
1
(um quinto) quando passa do estado líquido
5
para o estado sólido, qual deve ser o volume máximo ocupado por esse sorvete no estado líquido, nessa embalagem, para que, ao congelar, o sorvete não transborde ?
B) Sabendo que o volume ocupado por esse sorvete aumenta em
8
RESPOSTA
A) Área da base (área do retângulo menos 4 vezes a área do triângulo):
A = 20 ⋅ 10 − 4 ⋅
1⋅ 1
2
A = 198cm2
Portanto, seu volume será: V = 198 . 10 = 180 cm3
B) x = volume inicial do sorvete líquido
Portanto, x + x = 1980
5
6
⋅ x = 1980 ⇔ x = 1650cm3
5
TERCEIRA QUESTÃO
Uma fábrica produz embalagens metálicas fechadas, em formato de um prisma reto, medindo 20 cm de altura,
cuja base é um quadrado de lado 10 cm. Para diminuir o desperdício de material, técnicos da fábrica avaliaram
que, se as embalagens fossem produzidas em formato de um cilindro fechado, com a mesma altura e volume da
embalagem em formato de prisma, haveria uma economia de material usado. Com base nessa avaliação, ao fazer
as embalagens em formato de cilindro, determine a economia, em porcentagem, com o material utilizado.
Use:
π = 1,77
RESPOSTA
Vprisma = Vcilindro
10.10.20 = πR2 . 20
100
10
⇔R=
R2 =
π
π
Área total do prisma: Ap = 2(10.10+10.20+10.20) = 1000 cm3
Área total do cilindro:
A c = 2.π.R.20 + 2.π.R2 = 2π.
10
100
.20 + 2π.
= 400. π + 200 = 400.1, 77 + 200 = 908 cm3
π
π
Economia de material em porcentagem:
1000 − 908
= 9, 2%
1000
9
QUARTA QUESTÃO
Um grupo de cientistas decidiu utilizar o seguinte modelo logístico, bastante conhecido por matemáticos e biólogos,
500
,
para estimar o número de pássaros P(t) de determinada espécie numa área de proteção ambiental: P(t) =
1 + 22− t
sendo t o tempo em anos e t = 0 o momento em que o estudo foi iniciado.
A) Em quanto tempo a população chegará a 400 indivíduos?
B) À medida que o tempo t aumenta, o número de pássaros dessa espécie se aproxima de qual valor? Justifique
sua resposta.
RESPOSTA
a) P(t) = 400
Portanto:
500
2− t
1+ 2
= 400 ⇒ 1 + 22− t =
500
5
1
⇒ 22− t = − 1 ⇒ 22− t = ⇒ t = 4
400
4
4
500
b) Para t muito grande, o valor 22-t tende a ser 0; logo, P(t) será dado por P( t ) =
= 500 . Portanto, o número
1+ 0
de pássaros dessa espécie se aproxima a 500.
QUÍMICA
PRIMEIRA QUESTÃO
Os elementos dos grupos 14, 15 e 16 do segundo período da Tabela Periódica, juntamente com dois átomos
de oxigênio, formam, respectivamente, CO2, NO2 e O3.
A) Sabe-se que a geometria da molécula de CO2 é linear, enquanto a do NO2 é angular. Preveja qual é a polaridade
dessas moléculas.
B) O ozônio pode ser usado como agente germicida. Sua obtenção pode ocorrer a partir da seguinte reação, a
25°C e 1 atm:
3 O 2( g ) → 2 O3 ( g )
∆H = ?
Calcule o ∆H da reação apresentada a partir da entalpia padrão de formação. Com base no valor calculado,
explique se, nesse processo, a energia é liberada ou absorvida.
3 / 2 O2( g) → O3 (g)
∆Hf = 143kJ / mol
C) No processo citado no item c, o que aconteceria em termos de deslocamento de equilíbrio caso a pressão do
sistema fosse aumentada? Justifique.
D) Quais são os processos de caráter ambiental com os quais estas substâncias se relacionam?
CO2
NO2
O3
10
RESPOSTA
a) CO2 Apolar
NO2 Polar
b)
∆H = 286 kj; A energia é absorvida, pois o ∆H é positivo.
c) O equilíbrio é deslocado para direita, pois de acordo com o princípio de Lê Chatelier, quando o sistema gasoso
tem a pressão aumentada, o equilíbrio desloca-se para o sentido de menor volume.
d) CO2 : efeito estufa e/ou chuva ácida;
NO2 : chuva ácida;
O3 : camada de ozônio
SEGUNDA QUESTÃO
O tratamento feito para limpeza e manutenção de piscinas é, basicamente, um tratamento químico. A água, para
esse fim, não deve ser turva, não deve conter bactérias, e o pH deve ser ajustado entre 7,2 e 7,6. Esse tratamento
é feito em etapas.
A) Primeiramente, a remoção de partículas em suspensão pode ser feita pela adição de uma mistura de sulfato
de alumínio e hidróxido de cálcio. O hidróxido de alumínio produzido forma “flocos” insolúveis em água, e
esses “flocos” vão arrastando consigo as partículas para o fundo da piscina para posterior remoção. Como é
chamado o processo no qual as partículas vão para o fundo da piscina e qual é a fórmula molecular do sulfato
de alumínio?
B) Eliminada a turbidez, faz-se, então, a cloração para eliminação das bactérias. Essa cloração, usualmente,
pode ser feita pela adição de uma solução de hipoclorito de sódio, popularmente chamada de cloro líquido.
Essa solução pode ser estabilizada pela adição de NaOH e NaCl. A reação que produz o agente bactericida é
a seguinte:
NaClO(aq) + 2H+ (aq) + 2Cl− (aq)
→
←
Cl2 (aq) + NaCl(aq) + H2O(l)
Que tipo de reação produz o cloro a partir do hipoclorito?
C) Por que o hidróxido de sódio é um dos reagentes que, quando adicionados à solução de hipoclorito, podem
estabilizá-la?
D) O ajuste de pH, em geral, é feito pela adição de bicarbonato de sódio que, em água, pode gerar íons OH– ou
íons H3O+ de acordo com as reações apresentadas a seguir:
I−
HCO−3 (aq) + H2O(l)
→
←
H2O(l) + CO2 (aq) + OH− (aq)
K I = 2,2 ×10−8
II −
HCO−3 (aq) + H2O(l)
→
←
H3O+ (aq) + CO−3 2 (aq)
K II = 4,7 ×10−11
Avaliando os valores das constantes das reações, qual é o processo, I ou II, que irá ocorrer em maior extensão?
Por quê?
E) Qual é a função química do bicarbonato de sódio? Cite o nome do ácido do qual ele é derivado.
11
RESPOSTA
a) Decantação ou Sedimentação;
FÓRMULA MOLECULAR DO SULFATO DE ALUMÍNIO: Al2(SO4)3
b) Reação de Oxi-redução.
c) A adição de base (NaOH) consome os íons H+, deslocando o equilíbrio da reação para a esquerda, no sentido
de minimizar a liberação do cloro.
d) Processo I. Porque este é o processo que possui o maior valor da constante de equilíbrio (K).
e) Função química: Sal;
Ácido: ácido carbônico
TERCEIRA QUESTÃO
Segundo a legislação brasileira, o vinagre é uma solução aquosa que deve conter entre 0,9 e 1,8 mol/L de ácido etanóico (acético). A análise de 10 mL de uma amostra de determinada marca deste produto indicou que foram
necessários 50 mL de solução de hidróxido de sódio, com concentração igual a 0,2 mol/L, para a neutralização de
todo o ácido etanóico presente.
A) Escreva a equação devidamente balanceada da reação de neutralização que ocorre entre o ácido e a base no
erlenmeyer.
B) Calcule a concentração em quantidade de matéria, mol/L, do ácido etanóico da amostra de 10 mL de vinagre.
C) Classifique o vinagre da amostra como adequado ou não para consumo de acordo com a legislação brasileira.
D) Determine a porcentagem em massa de NaOH nos 50mL da solução que foi utilizada na titulação. Considere
que a densidade da solução de NaOH é praticamente igual à da água pura.
RESPOSTA
A) CH3COOH(aq) + NaOH = CH3COO-Na+ + H2O
B)
1º) cálculo do n (nº de mol) do NaOH (titulante):
0,2mol----------1L
nNaOH-------50.10-3L
nNaOH=1.10-2mol
2º) pela equação temos: nCH3COOH(aq) = nNaOH
nCH3COOH(aq) = 1.10-2mol
3º) M = nCH3COOH(aq)/V
M = 1.10-2mol/1.10-2L
M = 1mol/L
C) Adequada! Pois a concentração se encontra na faixa permitida para consumo.
D)
1º) cálculo do nNaOH em 50mL de solução:
0,2mol-------1L
nNaOH-------50.10-3L
nNaOH = 1.10-2mol
12
2º) cálculo da massa de NaOH em 50mL da solução:
MMNaOH = 40 g/mol
40g----------1mol
mNaOH-------1.10-2mol
mNaOH = 0,4g
3º) cálculo da porcentagem em 50g de solução (d=1g/mL):
50g-------100%
0,4g------X
X=0,8% em massa de NaOH
QUARTA QUESTÃO
O ácido L-ascórbico apresenta grande importância para sistemas bioquímicos, farmacológicos, eletroquímicos,
processamento de alimentos e outros, sendo suas propriedades redox uma das características químicas de maior
interesse. Vitamina C é o termo frequentemente usado para referir-se ao ácido L-ascórbico, figura (I), e ao seu produto
de oxidação inicial, o ácido L-deidroascórbico, sendo que ambos apresentam atividade como vitaminas. No entanto,
os isomêros (II), (III) e (IV) (ver figura) praticamente não apresentam atividades vitamínicas.
O ácido L-ascórbico (H2A) possui a estrutura de um diol que é oxidado formando o ácido L-deidroascórbico (Aox)
– conforme equação abaixo. Nos equilíbrios ácidos, os ânions (HA e A2-) são estabilizados pela distribuição da carga
através do sistema enona O1=C1-C2=C3-O3, sendo o hidrogênio mais ácido o do grupo hidroxil ligado ao C3.
(revista Química Nova – Adalgiza Fornaro e Nina Coichev; INSTITUTO DE QUÍMICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – IQ USP)
O
O
1
O
OH
2
OH
H
CHOH
6
O
3
4
5
O
OH
CH2OH
H+ + e
OH-
H
CHOH
6
HA-
H
HO
O
OH
HCOH
O
hidrólise
H
O
CH2OH
ácido D Ascórbico
X
OH
III
OH OH
HCOH
II
H+ + e
CH2OH
O
ácido D Isoascórbico
I
O
+
A ox
H
HO
ácido L Ascórbico
H
O
CH2OH
CH2OH
HCOH
O
H
CHOH
5
CH2OH
H2A
O
O
O
OH
HOCH
O
OH
CH2OH
ácido L Isoascórbico
Adição de Victor
Grignard à
carbonilaα com
Cloreto de metil
magnésio
Desidratação
intermolecular
entre as oxidrilas
dos carbonos 6
Y
+
H2 A
Z
IV
Com base no exposto acima e em seus conhecimentos de química dos compostos orgânicos, responda:
13
A) Qual composto apresenta maior solubilidade em água, o ácido L-Isoascorbico (estrutura IV) ou seu diastereoisômero? Justifique sua resposta com base nas propriedades físicas dos isômeros ópticos.
B) Represente a estrutura do composto Z e responda se essa substância é ou não isômero do ácido
D-Ascórbico.
RESPOSTAS
A) Os compostos ácido L-Isoascórbico (estrutura IV) e seu diastereoiômero (ácido ascórbico - estrutura I) apresentam
rigorosamente a mesma solubilidade em água por que são isômeros ópticos e, como sabemos, todas as propriedades físicas dos isômeros ópticos são idênticas, a excessão do ângulo do desvio do plano da luz polarizada.
B) O composto Z tem a estrutura mostrada abaixo e não é isômero do ácido D-Ascórbico por que esses compostos
não apresentam a mesma fórmula molecular.
SOCIOLOGIA
PRIMEIRA QUESTÃO
Leia o trecho abaixo para responder à questão que se segue.
“A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda
educadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados
físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que
a criança, particularmente, se destine”.
(Dürkheim. Educação e Sociologia)
Explique o caráter duplo exercido pela Educação segundo Dürkheim?
RESPOSTA
A) Caráter múltiplo: educação prepara o sujeito para atuar num ambiente de divisão do trabalho, variando de
classe, região, profissão etc;
B) Caráter una: mas inculca a consciência coletiva, visto que há uma base comum e sentimentos e pensamentos
comuns que ela deve inculcar. Há um ideal de educado que se deseja, ou se deseja suscitar na criança:
Una porque unifica, padroniza ou inculca a consciência coletiva, visto que há uma base comum de sentimentos
e pensamentos comuns que ela deve inculcar. Crianças de todo o país, de qualquer classe social, oriunda de todos
os grupos religiosos, devem receber uma carga de valores comuns adequados a todos, indiscriminadamente.
A sociedade não prepara uma criança que habita a cidade, da mesma forma que outra que habita o campo
Porém, a sociedade não é um todo homogêneo. Encontra-se fragmentada em grupos regionais, grupos religiosos, moradores do campo e da cidade, do centro e da periferia, ricos e pobres. Esta fragmentação não impede que
todos compartilhem uma unidade comum de valores. Mas, ao mesmo tempo, a educação de cada grupo exige uma
preparação especial para viverem nas suas especificidades
O caráter múltiplo da educação é aquele que prepara o sujeito para atuar num ambiente de divisão do trabalho
social, variando de acordo com a classe, a região, a profissão que cada grupo ocupa.
14
SEGUNDA QUESTÃO
“Entendo por física social a ciência que tem por objeto próprio o estudo dos fenômenos sociais, segundo
o mesmo espírito com que são considerados os fenômenos astronômicos, físicos, químicos e fisiológicos, isto é, submetidos a leis invariáveis, cuja descoberta é o objetivo de suas pesquisas. Os resultados
de suas pesquisas tornam-se o ponto de partida positivo do trabalho do homem de Estado, que só tem,
por assim dizer, como objetivo real descobrir e instituir formas práticas correspondentes a esses dados
fundamentais, a fim de evitar ou pelo menos mitigar, quanto possível, as crises mais ou menos graves
que um movimento espontâneo determina, quando não foi previsto. Numa palavra, a ciência conduz à
previdência, e a previdência permite regular a ação” (COMTE apud MARTINS. O que é sociologia. São
Paulo: brasiliense, 1994).
Augusto Comte se propõe a criar a filosofia positiva ou o positivismo como uma resposta racional e madura do
pensamento humano ao mais complicado objeto de pesquisa, a sociedade. O que ele entende por filosofia positiva
e qual a relação existente com o texto acima?
RESPOSTAS
As teorias e os conceitos de Comte relacionados ao texto:
•
Física Social ou Filosofia Positivista:
-Necessidade de dar respostas aos dramas da vida moderna;
-Método das Ciências Naturais (Observação, comparação e experimentação);
-O cientista (objetividade, neutralidade, não interfere na natureza social);
•
“Ciência, daí previdência, previdência daí ação”:
-“ver para prever”;
-Descobrir leis universais da sociedade;
-Organização racional da sociedade
• Sociologia como sinônimo de diagnóstico.
TERCEIRA QUESTÃO
O vestibular é um processo seletivo que prima pela meritocracia, ou seja, seleciona pelo mérito, pela competência.
Seu princípio norteador exige que todos (a) candidatos (a) façam a mesma prova no mesmo tempo, desfrutando
das mesmas condições. Isso significa que todos (a) são tratados (a) como iguais. Com base nisso responda: quais
as características da autoridade racional legal segundo Weber?
RESPOSTA
Características da autoridade racional legal:
A. Dominação Racional Legal
•
Poder que dura no tempo
•
Legitimidade na validade do estatuto legal
•
Crença nas regras racionalmente criadas
•
Disposição de obediência no cumprimento do dever conforme o estatuto
B. Burocracia
•
Objetividade
•
Impessoalidade
•
Ordem hierárquica
•
Competência / Eficiência / Eficácia
•
Dominação em virtude do conhecimento
•
Ênfase nos laços (relações sociais) associativos
c. Utilização de Concursos Públicos
•
Critérios de seleção claros, objetivos, impessoais, confiáveis
•
Meritocracia (mérito pessoal)
•
Funcionários especializados
•
Não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas propostos nos exames
de escolas / universidades.
•
Critérios de seleção são sociais e historicamente construídos
15
QUARTA QUESTÃO
Considere a citação.
“Se, normalmente, a divisão do trabalho produz a solidariedade social, pode acontecer contudo
que ela tenha resultados completamente diferentes, ou mesmo opostos.”
DÜRKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Lisboa: Editorial Presença, 1977, vol. II., p. 145.
De acordo com a Sociologia de Dürkheim, responda:
A) Qual é a designação do tipo de solidariedade preponderante nas sociedades modernas industriais?
Qual é o principal fator responsável pela coesão social nessas sociedades?
B) O que significa anomia social? Que circunstâncias são mais propícias à ocorrência da anomia social?
RESPOSTA
A) Nas sociedades modernas também denominadas “industrias” ou “superiores” a forma de solidariedade é do tipo
orgânica. Neste caso, segundo Durkheim, a divisão do trabalho é o fator responsável por gerar uma integração
no corpo social, uma interdependência, fruto da especialização e da complementaridade dos papéis sociais.
B) Anomia pode ser definida como ausência de leis e normas. Também é possível perceber o conceito de anomia
como um sentimento de falta de objetivos ou de desespero, uma espécie de vazio na relação indivíduo-sociedade. Este estado aparece em circunstâncias diversas como inadequação de certas funções umas em relação
às outras (problema de falência nos momentos de crise econômica) a ponto de não estabelecer reciprocidade
nas relações sociais, uma outra causa de anomia é a intensificação demasiada na divisão do trabalho podendo
causar um egoísmo exacerbado nos indivíduos, rompendo, assim, os laços de solidariedade.
16
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UFU 2ª Fase 2º Dia