HISTÓRIA - 1o ANO MÓDULO 39 O RENASCIMENTO ARTÍSTICO E CULTURAL Como pode cair no enem (UFF) O Renascimento europeu retirou o véu que encobria o espírito e o fazer humanos na Idade Média. Sem esse véu, o homem pôde respirar um novo tempo e se aventurar na descoberta de si mesmo e do mundo que o rodeava. Pôde olhar as estrelas, percorrer os mares-oceanos, descobrir novas terras e gentes, observar seu corpo e debruçar-se sobre a natureza, percebendo suas forças físicas e químicas. A cada passo, o novo homem saía do mundo fechado medieval em direção ao universo infinito moderno. Aos poucos, novas formas de comunicação foram surgindo, engrandecendo as artes, as ciências e as literaturas. Galileu fechou com chave de ouro esse período quando disse que o livro da natureza estava escrito em caracteres matemáticos. (Adaptado de RODRIGUES, Antonio E.M. e FALCON, Francisco. Tempos Modernos. RJ: Civilização Brasileira, 2000.) Assinale a opção que melhor interpreta as bases culturais do Renascimento europeu. a) O Renascimento não é devedor de nenhuma cultura da Antiguidade. Sua base cultural foi a escolástica medieval, que lhe forneceu condições transformadoras, elevando o pensamento renascentista aos cumes da teologia católica. b) Um dos pilares das transformações renascentistas foi a Antiguidade Clássica que, com sua sabedoria sobre o ser humano e a natureza, criou condições para a descoberta do homem como sujeito de ações e realizador de transformações, ao contrário do homem medieval, que se via apenas como extensão de Deus. c) As artes, as ciências e as literaturas, evidências mais significativas da explosão criativa do Renascimento, só avançaram porque tinham como única base cultural e filosófica, a sabedoria oriental trazida para a Europa, a partir do século XV, nos contatos entre as cidades italianas e Bizâncio. d) O Renascimento é herdeiro da filosofia agostiniana, que deu como lema aos representantes desse novo tempo a célebre frase de Galileu “é dando que se rece-be”, origem das famosas academias renascentistas. e) A cultura renascentista não conseguiu retirar, totalmente, o véu que cegava o homem medieval, que continuou a considerar-se mero realizador de um plano idealizado por Deus e a pensar que o Universo, todo, era obra d’Ele. Fixação F 1) (UERJ) Leia o texto escrito por Marsílio Ficino no século XV: 2 Quem poderia negar que o homem possui quase o mesmo gênio que o Autor dos céus? E quem pode negar que o homem também poderia de algum modo criar os céus, obtivesse ele os instrumentos e o material celeste, pois até agora o faz, se bem que com um material diferente mas ainda segundo uma mesma ordem? (HELLER, Agnes. O homem do Renascimento. Lisboa: Presença, 1982.) Explique uma característica da civilização do Renascimento evidenciada no texto. n a p b d c c d A e v Fixação 2) (UFRRJ) (...) a teoria das proporções alcançou um prestígio inaudito na Renascença. As proporções do corpo humano eram louvadas como uma realização visual da harmonia musical, foram reduzidas a princípios aritméticos e geométricos gerais. (PANOFSKY, Enuin. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 1976. p. 131. ) No texto acima, o autor aponta para algumas mudanças introduzidas pelo Renascimento, no campo das artes visuais, que podem ser identificadas com: a) a influência dos trovadores medievais e a busca de uma musicalidade nova, como nas poesias de Petrarca; b) o repúdio ao método científico e a valorização do homem, como exemplificado pela obra de Albrecht Dürer; c) a recuperação da cultura da Antiguidade Clássica e a descoberta de novas leis científicas, combinação presente no trabalho de Leonardo da Vinci; d) a introdução de métodos científicos na história da arte e a busca de um rompimento com a Antiguidade Clássica, cujo melhor exemplo é Miguel Angelo; e) a presença, na iconografia, de motivos religiosos e a ênfase na cultura medieval, como verifica-se em Botticelli. Fixação 3) (ENEM) O texto foi extraído da peça Tróilo e Créssida, de William Shakespeare, escrita, provavelmente, em 1601. Os próprios céus, os planetas, e este centro reconhecem graus, prioridade, classe, constância, marcha, distância, estação, forma, função e regularidade, sempre iguais; eis porque o glorioso astro Sol está em nobre eminência entronizado e centralizado no meio dos outros, e o seu olhar benfazejo corrige os maus aspectos dos planetas malfazejos, e, qual rei que comanda, ordena sem entraves aos bons e aos maus. (personagem Ulysses, Ato I, cena III). (SHAKESPEARE, W. Tróilo e Créssida. Porto: Lello & Irmão, 1948.) A descrição feita pelo dramaturgo rena- scentista inglês se aproxima da teoria: F a) geocêntrica, do grego Claudius Ptolomeu; 4 b) da reflexão da luz, do árabe Alhazen; c) heliocêntrica, do polonês Nicolau Copérnico; d) da rotação terrestre, do italiano Galileu Galilei; e) da gravitação universal, do inglês Isaac Newton. Fixação evolução das relações sociais e mercantis. (SEVCENKO, Nicolau. Adaptado de O Renascimento. São Paulo: Atual; Campinas: Ed. Unicamp, 1984.) 4) (UERJ) As diversas manifestações da cultura renascentista na Europa ocidental, entre os séculos XIV e XVI, estiveram relacionadas à criação de novos valores e práticas sociais que se confrontaram com aqueles da sociedade medieval. Cite dois aspectos da cultura renascentista que jus-tifiquem a sua importância para o início dos Tempos Modernos. O casal Arnolfini, de Jan van Eyck (1389-1441). Sempre que se evoca o tema do Renascimento, a imagem que nos vem à mente é a dos grandes artistas e de suas obras mais famosas. Isso nos coloca a questão: por que razão o Renascimento implica esse destaque tão grande dado às artes visuais? De fato, as artes plásticas acabaram se convertendo num centro de convergência de todas as principais tendências da cultura renascentista. E mais do que isso, acabaram espelhando os impulsos mais marcantes do processo de Fixação 5) (ENEM) Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento. (SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.) O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela constante relação entre a) fé e misticismo. b) ciência e arte. c) cultura e comércio. d) política e economia. e) astronomia e religião. Proposto 1) (PUC) Observe os detalhes da pintura. A Madona do Prado, de Giovanni Bellini. (BECKETT, Wendy. História da Pintura. Tradução. São Paulo: Ática, 1997. p. 108) A pintura renascentista expressa elementos do contexto histórico na qual é produzida. A partir da pintura e do conhecimento histórico, pode-se afirmar que na renascença: a) os pintores analisam e retratam o mundo de acordo com imagem do próprio homem; b) os artistas mostram o seu desprezo pelos clérigos e pelos princípios da Igreja Cristã; c) as pinturas enfatizam demasiadamente os aspectos da vida coletiva, desprezando o individualismo; d) os pintores têm os mesmos padrões estéticos e filosóficos, o que impede a criatividade; e) as obras de arte adquirem um caráter popular, sendo adquiridas, sobretudo, pelos servos. Proposto 2) (FGV) Nunca uma civilização dera tão grande lugar à pintura e à música, nem erguera ao céu tão altas cúpulas, nem elevara ao nível da alta literatura tantas línguas nacionais encerradas em tão exíguo espaço. Nunca no passado da humanidade tinham surgido tantas invenções em tão pouco tempo. Pois o Renascimento foi, especialmente, progresso técnico; deu ao homem do Ocidente maior domínio sobre um mundo mais bem conhecido. Ensinou-lhe a atravessar os oceanos, a fabricar ferro fundido, a servir-se das armas de fogo, a contar as horas com um motor, a imprimir, a utilizar dia a dia a letra de câmbio e o seguro marítimo. (DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento, vol. 1, p. 23.) A respeito do Renascimento é CORRETO afirmar: a) O termo foi criado no século XVI por Giorgio Vasari e transmite uma visão depreciativa da cultura clássica e valorativa da cultura medieval; b) As alterações culturais experimentadas durante o Renascimento limitaram-se a questões estéticas, completamente divorciadas das transformações sociais, políticas, religiosas e econômicas do período; c) Cenas do Antigo Testamento, episódios da vida de Jesus, retratos de santos e mártires compunham os principais temas da arte renascentista, evidenciando uma perspectiva teocêntrica de valorização do sagrado; d) A propagação da cultura renascentista esteve articulada ao impulso das atividades mercantis e ao desenvolvimento da imprensa, que possibilitou a difusão em maior escala, das obras literárias; e) O Renascimento desenvolveu-se após a expansão industrial europeia e motivou uma atitude nostálgica com relação aos paraísos tropicais que passaram a ser retratados nas obras literárias, nas pinturas e nas composições musicais. -Proposto s s 3) (UNESP) (...) tenho sido, durante muitos anos, um aderente à teoria de Copérnico. Isto me explica a causa de muitos fenômenos que são ininteligíveis por meio de teorias geralmente aceitas. Eu tenho coligido muitos argumentos para refutar estas últimas, mas eu não me arriscaria a - levá-los à publicação. Há muito tempo que estou convencido de que a Lua é um corpo como a Terra. Descobri também uma multidão de estrelas fixas, a princípio invisíveis, ultrapassando mais de dez vezes as que se podem ver a olho nu, formando a Via Láctea. a (Carta de Galileu a Kepler, 1597.) s , Galileu não se arriscava a publicar essas ideias por temer: a) a oposição que sofreria por parte de seus alunos e colegas da Universidade de Pisa, onde lecionava; b) ser considerado um plagiador das ideias heliocêntricas defendidas por Copérnico e por aalguns sábios florentinos; c) que seus pressupostos geocêntricos contribuíssem para aumentar as hostilidades contra a Igreja Católica; d) que seus superiores o expulsassem da Ordem dos Franciscanos, à qual pertencia desde a adolescência; e) ser acusado de heresia e ter de enfrentar o poderoso Tribunal do Santo Ofício, mantido pela Igreja. Proposto 4) (ENEM) O franciscano Roger Bacon foi condenado, entre 1277 e 1279, por dirigir ataques aos teólogos, por uma suposta crença na alquimia, na astrologia e no método experimental, e também por introduzir, no ensino, as ideias de Aristóteles. Em 1260, Roger Bacon escreveu: “Pode ser que se fabriquem máquinas graças às quais os maiores navios, dirigidos por um único homem, se desloquem mais depressa do que se fossem cheios de remadores; que se construam carros que avancem a uma velocidade incrível sem a ajuda de animais; que se fabriquem máquinas voadoras nas quais um homem (...) bata o ar com asas como um pássaro. Máquinas que permitam ir ao fundo dos mares e dos rios. (apud. BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII. São Paulo: Martins Fontes, 1996, vol. 3). Considerando a dinâmica do processo histórico, pode--se afirmar que as ideias de Roger Bacon: a) inseriam-se plenamente no espírito da Idade Média ao privilegiarem a crença em Deus como o principal meio para antecipar as descobertas da humanidade; b) estavam em atraso com relação ao seu tempo ao desconsiderarem os instrumentos intelectuais oferecidos pela Igreja para o avanço científico da humanidade; c) opunham-se ao desencadeamento da Primeira Re-volução Industrial, ao rejeitarem a aplicação da matemática e do método experimental nas invenções industriais; d) eram fundamentalmente voltadas para o passado, pois não apenas seguiam Aristóteles, como também baseavam-se na tradição e na teologia; e) inseriam-se num movimento que convergiria, mais tarde, para o Renascimento, ao contemplarem a possibilidade de o ser humano controlar a natureza por meio das invenções. Proposto e o5) (UNICAMP) Em 1566, Copérnico anunciava, em sua obra Sobre as revoluções das órbitas scelestes: [...] no primeiro livro descrevo todas as posições dos astros, assim como os movimentos u - que atribuo à Terra, a fim de que este livro narre a constituição geral do Universo. o (Adaptado de GAOS José. História de nuestra idea del mundo. Fondo de Cultura Econômica, 1992 p. 146.) a) Em que a obra de Copérnico significou uma revolução na forma como se via o mundo coma parada à da Idade Média? b) Como o telescópio, inventado por Galileu em 1610, ajudava a confirmar as teses de Copérnico? o c) Relacione o estudo da astronomia com as grandes navegações desse período. o Proposto 6) (UFF) A Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500, é considerada como um dos documentos fundadores da Terra Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura renascentista, dentre os quais destaca-se: a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso, tendo em conta sua antropofagia; b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos trópicos uma civilização católica e moderna; c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso devido à elevada temperatura que nada dei-xaria produzir; d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como resultado da experiência da nova visão de homem, característica do século XV; e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que foi projetado por Deus na Gênese. Proposto -7) (UFRJ) A estátua de David, hoje exposta na Academia de Florença, na Itália, é considerada ,uma das maiores obras da arte universal e um símbolo do Renascimento. - O Renascimento é considerado por muitos historiadores um marco da “grande mutação intelectual do Ocidente” ocorrida nos séculos XV e XVI. a) Analise três características básicas deste movimento artístico. b) Cite outras três obras importantes produzidas pelo Renascimento, localizando seus autores e o país em que foram produzidas. Proposto 8) (FUVEST) Se utilizássemos, numa conversa com homens medievais, a expressão “Idade Média”, eles não teriam ideia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Antiga ou Média representa uma rotulação posterior, uma satisfação da necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. (FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média. Nascimento do Ocidente.3a ed. São Paulo: Brasiliense, s.d. [1986]. p.17. Adaptado.) A partir desse trecho, responda: a) Em que termos a expressão “Idade Média” pode carregar consigo um valor depreciativo? b) Como o período comumente abarcado pela expressão “Idade Média” poderia ser analisado de outra maneira, isto é, sem um julgamento de valor?