IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 O planejamento e controle da produção de uma prestadora de serviços: o caso do SEBRAE Ceará. Resumo Este artigo de caráter descritivo baseado em um estudo de caso enfoca sobre o Planejamento e Controle da Produção - PCP na área de serviços. É feita uma apresentação sobre o funcionamento do PCP na prestadora de serviços SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas do Estado do Ceará, descrevendo as atividades realizadas por tal função e a importância das mesmas no dia a dia da empresa. O estudo foi desenvolvido analisando o sistema de PCP e as ferramentas utilizadas para a elaboração do plano plurianual da Instituição. Os resultados obtidos possibilitaram encontrar, etapas do PCP cumpridas nas operações dos serviços, constatando-se a adequação das técnicas empregadas na empresa observada com aquelas recomendadas na literatura. Palavras-chave: PCP; Serviços; SEBRAE. 1. Introdução O setor de prestação de serviços tem crescido continuamente na economia mundial, sendo responsável, conforme dados do IBGE (2005), por mais de 50% do produto interno bruto e pela maior taxa de ocupação. Diante desse contexto, os empresários estão direcionando suas atenções para as especialidades da gestão de serviços. A busca de melhoria da qualidade, tão presente em empresas industriais, passou a ser prioridade também nas empresas prestadoras de serviços. Assim, a gestão dos processos passa a ter papel relevante nas organizações de serviços. A necessidade das empresas disponibilizarem uma infra-estrutura física e de serviços de qualidade é essencial para satisfazer os clientes. Os gestores das prestadoras de serviços devem estar conscientes de que a estrutura de suas empresas está adaptada para atender a demanda dos seus clientes, através da aplicação apropriada de instalações, materiais, trabalhos e informações e que há sempre a necessidade de melhorias contínuas dos métodos e processos de prestação dos serviços para acompanhar os avanços tecnológicos e as mudanças no mercado e assegurar a competitividade. Conforme Paladini (1995), em serviços é essencial que se controle ou realimente os processos em função das necessidades dos clientes. Em serviços são destacadas as relações diretas com os clientes e o processo deve ser flexível, porque o cliente participa do processo produtivo de forma efetiva e assim as organizações precisam ser flexíveis e possuir capacidade para mudança e renovação constantes. Grönroos (1990) comenta que os clientes escolhem prestadores de serviços comparando as percepções que têm do serviço recebido com o serviço esperado. Bons resultados na qualidade percebida são alcançados quando os serviços recebidos ou experimentados atendem às expectativas dos clientes. Logo, no setor de serviços é indispensável à qualificação dos seus servidores para a qualidade do atendimento. O grande diferencial competitivo do setor de serviços está na qualidade do atendimento e serviços prestados aos seus clientes. Para que a empresa possa promover atendimento de alta qualidade é importante que se tenha uma equipe de excelente performance, já que a qualidade do atendimento depende diretamente da qualidade dos servidores, os quais necessitam ser IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 selecionados com o perfil apropriado ao tipo de cliente do negócio e oferecido a capacitação e o treinamento necessário, conforme as exigências dos clientes. Este trabalho pretende através de um estudo de caso na empresa SEBRAE/CE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Ceará, mostrar o que efetivamente vêm sendo usados em termos de planejamento e controle da produção de serviços e quais as técnicas são usadas nas operações dos serviços da empresa, comparando-as com as técnicas disponíveis na literatura. Para alcançar os objetivos deste trabalho foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica com base em livros, periódicos, rede eletrônica, documentos, publicações e registros do SEBRAE. 2. Planejamento e controle da produção – PCP O PCP é uma função administrativa relacionada com o planejamento, direção e controle do suprimento de materiais, peças e componentes e das atividades do processo de produção em uma empresa (VILLAR et al, 2008). O Planejamento e Controle da Produção é um sistema de informações que gerencia a produção do ponto de vista das quantidades a serem elaboradas, de cada tipo de bem ou serviço e do tempo necessário para sua execução. O ato de produzir decorre dessas informações, mediante o acionamento do sistema de produção, o transformador de entradas em saídas quando se menciona a integração de um sistema de produção, quer-se designar um trabalho, além de harmônico, direta e automaticamente conectado desde a demanda até a expedição das saídas (PEREIRA e ERDMANN, 1998). Slack et al (1997) afirmam que o PCP é um conjunto de atividades que conciliam o fornecimento dos produtos e serviços de uma operação com sua demanda, garantindo que os recursos produtivos estejam disponíveis na quantidade, no momento e no nível de qualidade adequada. O PCP pode ser definido como um processo de tomada de decisão que envolve o estabelecimento de metas e dos procedimentos necessários para alcançá-las, sendo eficaz apenas se acompanhado do controle (FORMOSO, 1991). Na visão de Zaccarelli (1992) o PCP consiste em um conjunto de funções inter-relacionadas que objetivam comandar o processo produtivo e coordená-lo com os demais setores administrativos da empresa. Para Machline et al (1984), o PCP é uma função administrativa que tem por objetivos fazer os planos que orientarão a produção e servirão de guia para seu controle. O Planejamento e Controle da Produção – PCP constitui-se como um dos principais instrumentos para obtenção de eficiência e eficácia no processo produtivo. Entretanto, suas atividades devem ser inseridas juntamente com o planejamento de alto nível, como a introdução de novos produtos e lucros por ação da empresa, bem como o controle da empresa (RUSSOMANO, 2000). 2.1 Pré requisitos do planejamento e controle da produção De acordo com Villar et al (2008) os pré-requisitos do planejamento e controle da produção são: Roteiro da Produção e Planejamento da Capacidade. O Roteiro da Produção é tarefa do departamento de engenharia onde o trabalho da engenharia industrial é apresentado através dos fluxogramas do produto acabado; relação geral de peças; seqüências de operações; folhas de matérias-primas e folhas de máquinas. IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 O Planejamento da Capacidade consiste basicamente no acerto do programa de produção para um determinado período, a partir das perspectivas de vendas, capacidade de produção, recursos financeiros disponíveis e da decisão do comitê executivo composto pelos gerentes de marketing, industrial, financeiro e geral da empresa. 2.2 Funções do planejamento e controle da produção O PCP é a base da eficiência de qualquer sistema produtivo. Porém, alguns sistemas produtivos são mais difíceis de planejar e controlar do que outros devido à natureza imediata de suas operações (SLACK et al, 1997). De acordo com a visão de Russomano (2000) as principais funções do PCP são: − Definição das quantidades a produzir. − Gestão de estoques: responsável pela disponibilidade dos materiais necessários à produção. − Emissão de ordens de produção: toma providências para ter a tempo todas as peças componentes e produtos necessários ao programa de produção. − Programação das ordens de fabricação: verifica a viabilidade de atendimento das ordens de fabricação. − Movimentação das ordens de fabricação: Responsável pelo fluxo das informações do que vai ser fabricado: registra, informa e transfere o material fabricado. − Acompanhamento da produção: compara o planejamento com o executado. Permite a correção de desvios, assegurando a realização dos programas previstos. 3. Características dos serviços Palmer e Cole (1995) consideram o serviço como a produção de um benefício essencialmente intangível, satisfazendo de alguma forma a necessidade do cliente. Gerenciar serviços é tarefa diferente de gerenciar a produção de bens. Mas, mais importante do que reconhecer essa diferença é compreender quais são as características especiais dos serviços que fazem com que a gestão de suas operações seja diferente da gestão de manufatura. Essas especificidades deverão estar sempre presentes na mente do gerente de operações de serviços, influenciando mesmo as suas decisões do dia-a-dia. (GIANESI e CORRÊA, 1996). Conforme Villar et al (2008) existem, grandes diferenças em como as atividades de manufatura de bens e prestação de serviços são executadas. Uma diferença básica está no fato de a manufatura de bens ser orientada para o produto enquanto a prestação de serviços é orientada para a ação. Assim, para os autores, as principais características das operações de serviços são: − Orientação do produto: os serviços são intangíveis, ou seja, são experiências vivenciadas pelos clientes, enquanto os bens são tangíveis, ou seja, são coisas que podem ser possuídas pelos clientes. − Contato com o cliente: os serviços envolvem maior contato do cliente, ou um bem de sua propriedade, com o sistema produtivo, enquanto a manufatura de bens separa claramente a produção do consumo, ocorrendo a fabricação dos bens longe dos olhos dos clientes. − Uniformidade dos fatores produtivos: os serviços estão sujeitos a maior variabilidade de entrada do que a manufatura. IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 Avaliação do Sistema: como as entradas, o processamento e as saídas do sistema de serviços são variáveis, fica mais complexo avaliar seu desempenho 4. Estratégias de operações para o setor de serviços De acordo com Gianesi e Corrêa (1996) o setor de serviços, cada vez mais, vem conquistando muitos países que tiveram sua economia fortemente baseada na atividade industrial. A urbanização das populações, a introdução de novas tecnologias e o aumento da qualidade de vida são fatores que contribuem para o crescimento do setor de serviços nos países industrializados. Assim, dada a necessidade de maior profissionalismo na administração das operações de serviços nas empresas, tem-se procurado adaptar as técnicas, originalmente desenvolvidas para o setor de manufatura, às condições do ambiente de produção de serviços. Para Gianesi e Corrêa (1996), a definição da estratégia de operações constitui-se de seus objetivos e das áreas de decisão estratégicas do sistema de operações. Os objetivos referem-se aos critérios competitivos que devem ser estabelecidos e priorizados pelas necessidades e/ou expectativas do mercado, e as áreas de decisão estão relacionadas às decisões gerenciais a respeito dos recursos operacionais como recursos humanos, tecnológicos e sistemas que influenciam o desempenho do sistema de operações referente ao alcance de seus objetivos. De acordo com Tubino (2000), no nível corporativo as estratégias são decididas indicando em quais áreas a instituição deseja agir, os benefícios competitivos e os recursos que serão disponibilizados para cada área. No nível funcional as estratégias definem as políticas da produção que deverão consolidar as estratégias corporativas e competitivas da empresa e servirão como referência para elaboração do plano de produção. Gaither e Frazier (2001) definem a estratégia de operações como um plano de ação de longo prazo para a produção de produtos e serviços de uma empresa e constitui um mapa daquilo que a função de produção deve executar se desejar que suas estratégias de negócios sejam cumpridas. Gianesi e Corrêa (1996) afirmam que depois de definidos os objetivos e áreas de decisão estratégicas do sistema de operações de serviços, a formulação da estratégia de operações consiste na ligação entre esses objetivos e áreas de decisão que necessita de um processo lógico, procedimental e prático, para que esta tarefa possa tornar-se sistemática, possibilitando a formulação e reformulação de estratégias que assegurem o poder de competitividade da empresa. Machline et al (1984) comentam sobre o PCP ser dividido em: o planejamento que envolve a elaboração dos planos e o controle de suas operações que inclui o monitoramento e acompanhamento do que foi planejado e executado visando realizar os devidos ajustes para o alcance dos objetivos almejados. 5. Gerenciamento das operações de serviços Os sistemas de produção podem estar voltados para a geração de bens ou de serviços. Tanto a manufatura de bens, como o prestação de serviços é similar sob o aspecto de transformar insumos em produtos úteis aos clientes. Ambas devem projetar seus produtos, prever sua demanda, balancear seu sistema produtivo, treinar sua mão-de-obra, vender seus produtos, alocar seus recursos e planejar e controlar suas operações (VILLAR et al, 2008). Devido às características especificas dos serviços, um modelo de gerenciamento objetivando a excelência em serviços pode ser composto por três elementos intensamente relacionados, no IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 qual o cliente é considerado como fator significativo para o êxito empresarial. Conforme Albrecht (1998, p.32), esses elementos são: − Foco do serviço: refere-se aos procedimentos e ações que devem ser planejados e implementados para que retratem os reais desejos e necessidades do cliente. − Funcionários: envolve todas as pessoas que fazem parte da empresa que, uma vez conhecido o foco do serviço, devem estar preparadas para realizá-lo. − Suporte técnico: consistem em sistemas, técnicas e procedimentos que auxiliam a prestação dos serviços. 6. Caracterização da prestadora de serviços SEBRAE O SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, surgiu em 1972 como resultados de iniciativas pioneiras de diversas entidades que estimularam o empreendedorismo no País. Desde então, o SEBRAE vem apoiando a abertura e a expansão dos pequenos negócios e assim contribuindo significativamente para o desenvolvimento do Brasil, na medida em que dá suporte a um segmento responsável por 99,23% dos negócios do país e que gera 28,7 milhões de empregos: as micro e pequenas empresas. São cerca de 14,9 milhões de empreendimentos, sendo 4,5 milhões formais e mais de 10,3 milhões informais. Nesse ambiente, o SEBRAE tem papel primordial no sentido de proporcionar capacitação em gestão empresarial, apoio à comercialização e ao crédito, aspectos fundamentais à obtenção do êxito empresarial. É uma instituição privada sem fins lucrativos, formada pela junção do setor público e privado, governo e entidades empresariais, com a participação de entidades de pesquisas, agências de fomento e bancos que compõem o seu Conselho Deliberativo. Como agência de desenvolvimento o SEBRAE ocupa-se com a orientação, o apoio e a defesa dos interesses das pequenas empresas, definindo e gerenciando programas que visam fortalecê-las. É composto por 27 unidades descentralizadas, uma em cada Estado da Federação, e pelo SEBRAE Nacional-SEBRAE/NA, em Brasília, formando, assim, uma completa rede de mais de 600 postos de atendimento em todo o país. O SEBRAE é responsável por formular o direcionamento estratégico do sistema, definindo diretrizes e prioridades de atuação e pela distribuição financeira que são oriundas de contribuição dos empresários. As unidades estaduais executam os programas e projetos adequados à realidade de cada região. Nas unidades estaduais, a administração está a cargo de uma Diretoria Executiva, cujas estratégias são definidas e fiscalizadas pelos Conselhos Deliberativo e Fiscal. O SEBRAE/CE conta atualmente com 185 colaboradores, distribuídos entre a sede em Fortaleza e os nove escritórios regionais. O seu propósito é trabalhar de forma estratégica, inovadora e pragmática para fazer com que o universo das micro e pequenas empresas no Ceará tenham as melhores condições possíveis para uma evolução sustentável, contribuindo para o desenvolvimento do Estado como um todo. 7. O planejamento da produção dos serviços do SEBRAE/CE O processo de planejamento do SEBRAE/CE caracteriza-se como uma atividade contínua e sistematizada, cujo objetivo é manter atual a estratégia definida para a organização frente à dinâmica da realidade. A estratégia está expressa no documento Direcionamento Estratégico 2009/2015, e cada ação executada pela Instituição deve estar em consonância com as diretrizes e prioridades lá descritas. IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 O Plano Plurianual do SEBRAE é o instrumento que reflete e sistematiza a estratégia da Instituição na forma de projetos e ações e sua elaboração é focada em resultados, considerando as seguintes premissas: − O planejamento antecede e orienta a orçamentação: os processos de planejamento e orçamentação são integrados, e ocorrem em momentos distintos e sucessivos. Primeiramente, é realizado o planejamento, que tem como produto o Plano Plurianual do SEBRAE/CE o qual, depois de negociado e validado, orienta a elaboração do orçamento anual. − O horizonte de planejamento é plurianual: O planejamento do SEBRAE/CE tem horizonte de tempo trienal, pois o alcance de resultados finalísticos e institucionais tendem a produzir efeitos mais expressivos a médio e longo prazo, requerendo continuidade e tempo necessários à implementação das ações planejadas. − Os recursos são dimensionados e alocados a partir de estratégias de atuação explícita: a formulação da estratégia de atuação do SEBRAE/CE, coerente com a realidade local e compatível com o Direcionamento Estratégico do Sistema SEBRAE, é a base para orientar a alocação de recursos. − Parcerias são articuladas para agregar competências e recursos: parcerias com instituições públicas, privadas e do terceiro setor são articuladas no sentido de ampliar a capacidade de alcançar resultados, agregando recursos, financeiros e não-financeiros, aos projetos e atividades constantes do Plano Plurianual. − Avaliação sistemática de resultados para aperfeiçoar a atuação do Sistema SEBRAE: a avaliação de resultados do Plano Plurianual e a dos projetos finalísticos são realizadas para indicar medidas corretivas e preventivas, medir a eficácia e efetividade da atuação do Sistema SEBRAE e propiciar uma aprendizagem contínua e sistemática. A elaboração do Plano Plurianual (PPA) do SEBRAE /CE é dividida nas seguintes fases: − Formulação: preparação das propostas dos Planos Plurianuais do SEBRAE/CE que deverá conter a estratégia de atuação, a previsão de recursos, os projetos e as atividades, a análise de consistência da carteira de projetos e os resultados institucionais. − Validação: validação conjunta da Direção do SEBRAE/CE com a Direção do SEBRAE/NA dos respectivos Planos Plurianuais, visando assegurar sua consistência, coerência e alinhamento com as orientações estratégicas e com os limites de aplicação de recursos. − Orçamentação: detalhamento dos recursos financeiros, das metas físicas e das unidades responsáveis para cada ação dos projetos e das atividades relacionados ao exercício. − Aprovação: apreciação e deliberação do respectivo Plano Plurianual, juntamente com o orçamento anual, pelo Conselho Deliberativo Estadual. Com relação aos recursos estimados no Plano Plurianual do Sistema SEBRAE compreendem: receitas auferidas pelo SEBRAE/NA; receitas auferidas pelos SEBRAE/CE e investimentos alocados por parceiros. Os limites e condições de alocação dos recursos orçamentários são estabelecidos com relação a: objetivos estratégicos; público alvo; grupos de despesas e contribuição social. Nas metas de ação do planejamento, são previstas as metas para os indicadores relativos ao número de clientes a serem atendidos e atingidos, presencialmente e à distância, vinculados IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 aos projetos e atividades como: número de empreendimentos formais e informais; número de pessoas físicas e número de pessoas atingidas. A elaboração do orçamento inicia-se após a validação do planejamento plurianual e será orientada pelas Instruções para Elaboração do Orçamento, expedidas pela Diretoria do SEBRAE/NA, observadas as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Deliberativo Nacional. No orçamento serão detalhados os recursos financeiros, as metas físicas e as unidades responsáveis para cada ação dos projetos e das atividades relacionados ao exercício. 8. Controle e avaliação da produção dos serviços do SEBRAE/CE O sistema de avaliação do SEBRAE/CE é o conjunto integrado de atividades, instrumentos e práticas de mensuração e de interpretação dos impactos e dos resultados produzidos pela atuação e desempenho da organização e de seus parceiros na sociedade e no público-alvo. Este sistema é parte integrante do processo de decisão e gestão do SEBRAE/CE e está inserido no contexto da atuação da instituição e de seus parceiros como indica a figura a seguir: Decisão Projetos e Atividades Execução SEBRAE e Parceiros Resultados Público alvo do SEBRAE Atores e instituições relevantes para as MPE’s Interpretação Mensuração Figura 1 – Sistema de Avaliação do SEBRAE e seu Contexto O início é a execução dos projetos e atividades pelo SEBRAE/CE e seus parceiros. É na execução que as decisões se materializam em ações concretas: consultorias, capacitações, assistência técnica, financiamentos, rodadas de negócios, feiras e missões, implantação ou expansão de infra-estrutura física para dar suporte aos negócios, etc (caso dos projetos finalísticos); iniciativas de melhoria do ambiente de negócios das micro e pequenas empresas (caso dos projetos de articulação institucional) ou a realização de ações de conhecimento e tecnologia e de gestão interna. Os resultados produzidos no público-alvo, e ainda, condicionantes contextuais relevantes, são objeto de mensuração sistemática por meio de pesquisas realizada internamente e/ou por entidades independentes segundo política pré-estabelecida. Das mensurações resultará um painel de indicadores representativos dos resultados pretendidos. Como resultado do processo de avaliação, as medições registradas no painel de indicadores juntamente com suas respectivas interpretações subsidiarão decisões e medidas de gestão de caráter corretivo, preventivo ou pró-ativo. Conclusão Atualmente para se adaptarem ao mercado extremamente competitivo, as empresas de serviços, estão, cada vez mais utilizando os conceitos e técnicas do PCP, ou seja, adotam um sistema de gestão que aperfeiçoe os seus recursos de produção promovendo fluidez à produção e assegurando a eficiência e sistematização dos seus processos, possibilitando a organização a produzir melhor os seus serviços, com mais agilidade e menor custo. IV SEPRONe – Fortaleza, CE, Brasil - 2009 O SEBRAE apresenta um sistema integrado de planejamento, orçamento, execução e gestão de projetos e atividades para subsidiar a construção e o acompanhamento eficiente das ações determinadas pelas suas estratégias. Ações que derivam da sua missão de trabalhar para aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas e o fomento do empreendedorismo. Seu direcionamento estratégico conta com um conjunto de indicadores que auxilia a avaliação e o desempenho da Instituição vinculada aos objetivos estratégicos. Com o estudo, observou-se que o sistema de gestão das operações dos serviços do SEBRAE utiliza com aprimoramento as técnicas do Planejamento e Controle da Produção, segundo mostrado na literatura, desenvolvendo suas atividades em conformidade com as mudanças que ocorrem no cenário econômico e social do País e principalmente, do Estado do Ceará. Além dos resultados alcançados pela empresa e da periodicidade do planejamento plurianual, suas estratégias são sistematicamente revistas e de acordo com as necessidades, novas prioridades institucionais são formadas. O planejamento permite que o gestor observe adiante e realize mudanças e inovações, desenvolva novos processos e procedimentos, encontre novas opções de escolha com a finalidade de diminuir a possibilidade de incertezas com relação à tomada de decisão. Referências ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. 5.ed. Editora Pioneira, 256p., 1998. FORMOSO, T. C. A. Knowledge based framework for planning house build projects Ph.D.Thesis. University of Salford. Department of Quality and Building Surveying, 1991. GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8.ed. São Paulo: Pioneira, Thomson Learning, Inc., 2001. GIANESI, Irineu G. N.; CORRÊA, Henrique Luis. Administração estratégica de serviços. São Paulo. Atlas, 1996. GRÖNROOS, C. Service management and marketing: managing the moments of truth in service competition. Lexington: Lexington Books, 1990. 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