Abertura do Setor de Astronomia - CDCC
Alguns episódios desses
célebres colaboradores da
Astronomia.
Apresentação: Daniel Carlos
Desejamos, com essa palestra,
enfocar três momentos da vida
de Eugene Shoemaker (1928 1997) e de sua esposa (1929 - ?)
- O estudo das crateras terrestres (anos 50 e 60);
- Seu envolvimento com o programa espacial que
levou o homem à Lua (anos 60 e 70);
- A busca de asteróides e cometas que poderiam vir a
colidir com a Terra. Nesta etapa, em parceria com
sua esposa, Carolyn (anos 80 e 90).
“Barringer - Cratera do
Meteoro” - Arizona - EUA
O Cientista Daniel M. Barringer (1806-1873) procurou
entender a origem desta cratera que posteriormente
recebeu o seu nome. Acreditava-se que crateras como
esta eram originadas de antigos vulcões. O meio
acadêmico negava a hipótese de impactos de asteróides.
Cratera “Sedan” - Nevada
- EUA - (Local de testes
secretos do governo).
Na década de 1950, Gene Shoemaker, com menos de 30
anos de idade, testemunhou um novo mecanismo que
poderia criar crateras: explosões subterrâneas.
Gene verificou que os detalhes da cratera do
meteoro (natural) estavam reproduzidas ali na
cratera nuclear (artificial), incluindo até pedaços
de material fundido.
Estudos microscópicos de uma
rocha extraída da cratera
demonstraram a existência de um
minério de quartzo, a coesita, que
não poderia ter sido produzido por
um vulcão, mas sim por altas
pressões.
Estrutura molecular da Coesita.
Primeira prova conclusiva de uma
cratera de impacto na Terra.
As conclusões atingidas por Gene foram uma afronta a
séculos de estudo.
“As idéias que Gene defendia incomodavam as pessoas e
também escolas inteiras de pensamento acadêmico. Esta
era a batalha que ele tinha que enfrentar. E ele fez isso
quase sozinho”. (Susan Kiefer - colega)
Uma década antes do projeto
espacial que levaria o homem à
Lua, Gene, com vinte anos, já
acreditava nessa hipótese.
Mais recentemente, ele se
pronunciou a este respeito:
“Eu faria de tudo para estar
em primeiro lugar… e ser o
geólogo escolhido”.
Gene foi convidado a
comandar o projeto de
Geologia na Lua. Dedicouse, então, a levar os
astronautas da Apollo
para sua cratera favorita,
no Arizona, e ensinar
Geologia a eles. Ali,
testaram todos os veículos
que seriam utilizados na
Lua.
No começo da década de 60, Gene era o mais
cotado para ir à Lua. Convenceu as autoridades
da importância de se fazer Geologia no solo lunar.
Posteriormente, por problemas
médicos, não pôde ser indicado.
“Quando se tem uma idéia por
quinze anos, não é fácil esquecer”.
… Então, Gene viu seu sonho,
Geologia na Lua, ser realizado
através de outro. Seu amigo e
protegido, Jack Schmitt, estava a
bordo da Apollo 17.
Gene permaneceu no programa lunar como um dos
cientistas-chefes. Viu suas teorias sobre os efeitos dos
impactos serem confirmadas, ao vivo, pela T.V.
Depois de descobrir impactos do passado e de
constatar a natureza das crateras, Gene entra em
nova fase de seus estudos: asteróides e cometas do
Sistema Solar próximo.
Neste momento (início da
década de 80) entra a figura
inseparável de sua esposa.
Juntos desde 1951, ela
sempre o apoiou em suas
pesquisas, mas nesta nova
etapa, Carolyn mergulha
mais a fundo na Astronomia
e assume um papel
fundamental.
O casal decide ir ao
Observatório Palomar na
Califórnia para sondar
asteróides no Sistema
Solar próximo.
Samuel Oschin Telescope
Dome - San Diego - CA USA
Contando com a Companhia do amigo David Levy, a
equipe passava muitas noites acordada fazendo
observações.
“Eu nunca tinha ficado
noites em claro. Foi uma
surpresa descobrir que eu
adorava observação”.
(Carolyn Shoemaker)
O papel de Carolyn era analisar fotografias seqüenciais
do céu e detectar através de um microscópio, pontos que
se moviam em meio às estrelas.
Com este método,
Carolyn identificou
mais de 800 asteróides
e 32 cometas.
No dia 23 de março de 1993, a equipe decide tirar
algumas fotos do céu, apesar das núvens.
Analisando as fotos,
Carolyn defrontou-se com
um risco um pouco difícil
de identificar:
“É uma galáxia? Não, não
é uma galáxia. Parece um
cometa…”
Nas semanas seguintes, fotografias foram tiradas do
Cometa Shoemaker Levy-9, e com elas, pôde-se
calcular que diversos fragmentos se dirigiam a
Júpiter. A expectativa era grande se haveria ou não
um impacto com o planeta.
No dia 16 de julho de 1994, o principal fragmento do
cometa estava prestes a chegar a Júpiter. Astrônomos e
jornalistas do mundo todo se reuniram no Centro de
Operações do Telescópio Espacial Hubble.
Impactos aconteceram...
Tal episódio fez renascer algumas indagações
esquecidas por décadas. Qual a chance de uma
catástrofe como estas ocorrer na Terra? Foi então que
especialistas russos e norte-americanos se reuniram
na Califórnia. O assunto era “O Fim do Mundo”.
“Um objeto de 1,5 km poderia
colidir com a Terra sem que
pudéssemos prevê-lo”.
(Dr. David Morrison - NASA
Space Director)
Os peritos chegaram, então, a algumas
conclusões estatísticas:
- Asteróides suficientemente grandes para matar
1/4 da população mundial caem na Terra duas
vezes a cada milhão de anos;
- Asteróides menores, capazes de destruir uma
grande cidade, uma vez a cada dois ou três
séculos.
O mais potente lançador de longo alcance do
mundo, o russo “Energia” poderá ser usado em
conjunto com uma precisa ogiva norte-americana
para desviar um asteróide da órbita da Terra.
Desde então, a caçada aos asteróides tem crescido em
importância. Isso torna notáveis as conseqüências do
trabalho de Eugene e Carolyn Shoemaker. Ressurgiu
a importante questão da proteção de nosso planeta
diante de uma possível ameaça.
“Carolyn e eu somos cientistas empíricos. É um tipo de
Ciência antiquada, mas ainda há um espaço para isso,
para o cientista que tem a idéia certa fazer descobertas
maravilhosas”.
A equipe prosseguiu na busca por asteróides
próximos à Terra por alguns anos, num pequeno
telescópio no quintal de sua casa.
Eugene Shoemaker veio a
falecer aos 18 de julho de
1997, vítima de um acidente
de carro, enquanto ele e sua
esposa estudavam uma cratera
no deserto de Tanami, no
norte da Austrália. Carolyn
sobreviveu.
Em respeito ao seu sonho de
juventude, aos 06 de janeiro de
1998, Gene foi homenageado,
tendo parte de suas cinzas sido
levada à Lua a bordo da sonda
“Lunar Prospector”.
Numa placa de bronze, os
amigos gravaram uma poesia:
“E, quando ele morrer,
Leve-o salpicado em pequenas estrelas.
E ele tornará a face do céu tão bela
Que o mundo inteiro amará a noite,
E não pagará adoração ao Sol
brilhante”.
“Romeo e Julieta” - William Shakespeare
Carolyn prosseguiu na busca de
cometas, e até o ano de 2002,
chegou ao número de 32. Recebeu
por seu trabalho, diversos
reconhecimentos, inclsuive o título
de Doutora “Honoris Causa” pela
Universidade do Arizona.
~ Fim ~
Referências Bibliográficas
“Nome-do-livro” (autor - editora);
“Nome-do-livro” (autor - editora);
“Nome-do-livro” (autor - editora);
“Nome-do-livro” (autor - editora);
“Nome-do-livro” (autor - editora);
Obs.: As páginas da internet de onde extraímos as imagens destas palestra podem
ser consultadas para um maior aprofundamento no assunto. Todas elas possuem
textos explicativos.
* Aos colegas de trabalho: Adalberto, Angela, Aldo, Eder, Eslley,
Fernando, Jorge, Marina, Matheus, Válter, Victor e Wilton;
* Aos autores dos livros usados e das páginas consultadas na
internet;
* A todos que cotribuíram de alguma forma com este singelo
trabalho;
* À minha família;
* Ao Criador do Universo e a todos vocês...
MUITO OBRIGADO.
Download

Casal Shoemaker (reprise)