UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE
MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
HIDROPONIA
Adaptado de Pedro Roberto Furlani
Palestra ministrada no CBCS
1
INTRODUÇÃO
• A hidroponia é a ciência de cultivar plantas sem solo, onde as
raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém
água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da
planta.
2
Equipamentos e Estrutura Hidropônica
• Implantação da Unidade Hidropônica
→ Estufa – com objetivo de proteger as plantas
→ Recipientes para armazenar a solução
nutritiva, como caixa d’água com a capacidade de
1.000 a 5.000 litros. Esse reservatório deve ser
impermeabilizado, para evitar a corrosão.
→ Canalizações de abastecimento – para
condução da solução nutritiva.
3
• → Conjunto de moto – bombas - para o recalque da solução
nutritiva.
– → As bombas devem ser fabricadas com material não
corrosível, para evitar a oxidação dos metais internos.
→ Outros equipamentos – peagômetro, condutivímetro.
Dados de 2008 – Custo de implantação com todos
equipamentos necessários ficava em R$ 25.000,00 (480
m2)
4
Vantagens do Cultivo Hidropônico
. Produção de melhor qualidade
. O emprego de mão-de-obra
. Não apresentam necessidade de rotação de culturas
. Colheita precoce
. Menor consumo de água e adubo
Desvantagens do Cultivo Hidropônico
. Alto custo de instalação
. Dependência de eletricidade nos sistemas
automáticos
. Necessidade de mão-de-obra especializada
5
Tabela 1 - Produções de algumas hortaliças cultivadas
em sistema hidropônico
HIDROPONIA
CAMPO
N.º Cultivos
t/ha/ano
t/ha/ano
CULTURAS
Brocolis
Feijão Vagem
Pepino
Alface
Piementão
3
4
3
10
3
97,5
46
750
313
96
10,5
6,0
30,0
52,0
10,00
Fonte: adaptado Teixeira, N. T., Hidroponia: uma alternativa para pequenas áreas.
6
Qualidade da Água
• Quanto melhor a qualidade da água menos problemas
haverá no sistema. A análise química (quantidade de
nutrientes e salinidade) e microbiológica (coliformes fecais e
patógenos) são fundamentais. O recomendável é fazer
análise periodicamente.
7
Índices de qualidade para a água a ser usada em cultivos
hidropônicos
Fator
Boa
Aceitável
Condicional
Limite
< 0,75
0,75 – 1,50
1,6 – 1,9
2,0
pH
6,50
6,80
7,00
7,5
HCO3 mmol.L-1
1,60
3,30
4,90
6,60
Na+ mmol.L-1
0,87
1,30
1,74
2,61
Cl - mmol.L-1
1,14
1,71
2,28
2,86
SO4 - - mmol.L-1
0,83
1,26
1,67
2,08
Ca++ mmol.L-1
6,50
10,00
12,00
14,00
Fe µmol.L-1
--
--
--
0,08
Mn µmol.L-1
--
--
--
0,04
Zn µmol.L-1
--
--
--
0,02
B µmol.L-1
--
--
--
0,03
CE mS.cm-1
Fonte: Bohme (1993) citado por Martinez (1999).
8
Solubilidade
• Deve – se utilizar fontes de nutrientes de alta solubilidade.
• A solubilização deve ser feita de forma lenta e sob agitação,
evitando que os fertilizantes precipitem no fundo do
reservatório.
9
Tabela 2 – Solubilidade de alguns fertilizantes
FERTILIZANTES
NITROGENADOS
SOLUBILIDADE*
NITRATO DE AMONIO
NITRATO DE CALCIO
SULFATO DE AMONIO
UREIA
118
102
71
78
FOSFATADOS
SUPERFOSFATO SIMPLES
SUPERFOSFATO TRIPLO
ACIDO FOSFORICO
2
4
45,7
POTASSICOS
CLORETO DE POTASSIO
SULFATO DE POTASSIO
34
11
CONTENDO
MICRONUTRIENTES
BORAX
SULFATO DE COBRE
SULFATO DE FERRO
SULFATO DE MANGANÊS
SULFATO DE ZINCO
5
22
24
105
75
* Partes solubilizadas em 100 partes de água a 20 ºC
Fonte: adaptado de Zanini et al. (Uso e manejo da fertirrigação e hidroponia)
10
• Salinidade
• Os sais se acumulam, as raízes apresentam maior dificuldade
de absorver água.
• O efeito salino nas plantas é caracterizado pelo
murchamento foliar.
• A salinidade também pode ocasionar desequilíbrio
nutricional nas plantas.
11
SOLUÇÃO NUTRITIVA
NÃO EXISTE UMA SOLUÇÃO NUTRITIVA IDEAL PARA
TODAS AS CULTURAS.
A COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA VARIA COM
UMA SÉRIE DE FATORES:
•
A ESPÉCIE DE PLANTA CULTIVADA (A EXIGÊNCIA
NUTRICIONAL É GENETICAMENTE CONTROLADA);
•
•
IDADE DA PLANTA E ESTÁDIO DE CRESCIMENTO;
•
FATORES AMBIENTAIS (TEMPERATURA, UMIDADE,
ÉPOCA DO ANO (DURAÇÃO DO PERÍODO DE LUZ);
LUMINOSIDADE);
12
Solução nutritiva adequada deve possuir, pelo menos, as
seguintes, características:
• Conter todos os nutrientes de plantas
• Ser equilibrada de acordo com a cultura
• Ter potencial osmótico entre 0,5 e 1,2 atm
• Ter pH entre 5,5 e 6,5.
13
SOLUÇÃO DO SOLO
SOLUÇÃO NUTRITIVA
N-NO3-, N-NH4+, Cl-, P-H2PO4-/P-HPO42-, K+ e Mg++
S-SO42-, Mn2+, Fe2+, Zn2+, Cu2+ e Mo-MoO42Ca2+ e B-H3BO3
+ ÁGUA
RAÍZES
PARTE AÉREA DA PLANTA
(FOLHAS, CAULES, FLORES, FRUTOS)
14
SOLUÇÕES NUTRITIVAS
FORMULAÇÃO
•
É MUITO DIFÍCIL A FORMULAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO QUE GARANTA UM
DESENVOLVIMENTO MÁXIMO, E QUE TODOS OS NUTRIENTES SEJAM
FORNECIDOS EXATAMENTE NA PROPORÇÃO COM QUE SÃO ABSORVIDOS.
•
PRINCIPAIS FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO: ESPÉCIES, VARIEDADES,
ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO, FOTOPERÍODO, INTENSIDADE LUMINOSA
(RADIAÇÃO), TEMPERATURA, ETC.
15
SOLUÇÕES NUTRITIVAS – FORMULAÇÕES DE ACORDO
COM A EXTRAÇÃO DE MACRONUTRIENTES
EQUAÇÃO GERAL DOS GASES PERFEITOS:
*V=nRT
Onde,
•
- pressão em atmosferas
• V - volume em litros
• n - número de moles de íons em solução
• R - constante universal dos gases perfeitos =
• 0,082 atm.L / mol. K
• T - temperatura em K (t C + 273)
16
SOLUÇÃO
NUTRITIVA
ESTIMATIVA
NECESSIDADE EM mmoles de íons / L (n)
DA
DEFINIR CONDIÇÕES
1. PRESSÃO OU POTENCIAL OSMÓTICO ( ) ADEQUADO
AO CRESCIMENTO DAS PLANTAS =- 0,70 a - 1,20 atm
2. VOLUME = 1 L; t = 27 C; R = 0,082 atm.L / mol.K
3. USO DA FÓRMULA:
n =  * V / R * T = 0,80 * 1 / 0,082 * 300
4. n = 0,8 / 0,082 * 300 = 0,8 / 24,6 = 0,0325 mol L-1
ou 32,50 mmol L-1
17
SOLUÇÃO NUTRITIVA - FATOR DE CONVERSÃO PARA
CORREÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE ÍONS
Nutriente
% MS
mg
100gMS-1
Peso
Atômico
mmol / vol.
Solução
Nitrogênio
(N)
4,0
4.000
14
285,71
Fósforo (P)
0,7
700
31
22,58
Potássio
(K)
5,0
5.000
39
128,20
Cálcio (Ca)
2,0
2.000
40
50,00
Magnésio
(Mg)
0,5
500
24
20,83
Enxofre (S)
0,6
600
32
18,75
TOTAL
526,07
18
SOLUÇÃO NUTRITIVA
FATOR DE CONVERSÃO PARA CORREÇÃO DA
CONCENTRAÇÃO DE ÍONS
 Número de mmoles de íons/ L para uma pressão de 0,80 atm =
32,50 mmol L-1
 Número de mmoles de íons / volume de solução = 526,07
FATOR DE CONVERSÃO = 32,50 / 526,07
= 0,0618
19
FORMULAÇÃO DE ACORDO COM A EXTRAÇÃO
DE NUTRIENTES - COMPOSIÇÃO EM mmol / L
COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO NUTRITIVA
mmol / L (corr.)
NITROGÊNIO (N)
285,71 * 0,0618
17,67
FÓSFORO (P)
22,58 * 0,0618
1,40
POTÁSSIO (K)
128,20 * 0,0618
7,92
CÁLCIO (Ca)
50,00 * 0,0618
3,09
MAGNÉSIO (Mg)
20,83 * 0,0618
1,29
ENXOFRE (S)
18,75 * 0,0618
1,16
---
32,53
TOTAL
20
Multiplica-se a necessidade em mmol L-1 pelo peso atômico do
elemento em questão, obtendo-se a necessidade em mg L-1 ou
g 1000L-1.
mmol L-1
Peso atômico
mg L-1 ou g
1000L-1
N – NO3-
16,00
14
224,00
N – NH4+
1,78
14
24,92
P – H2PO4-
1,40
31
43,40
K+
7,92
39
308,88
Ca++
3,11
40
124,40
Mg++
1,30
24
31,20
S – SO4- -
1,17
32
37,44
Nutriente
21
Cálculos dos sais ou fertilizantes para satisfazer
as necessidades para 1000L de solução nutritiva.
Calcula-se a exigência em gramas de sal ou
fertilizante, considerando-se a porcentagem
do elemento que nele contém. Iniciam-se os
cálculos pelos elementos com apenas uma
fonte, pois existe produto que fornece mais de
um nutriente.
22
Sais ou fertilizantes usados como fonte de macronutrientes para o
preparo de soluções nutritivas.
Sal ou fertilizante
Nutriente fornecido
Concentração(%)
Nitrato de potássio
(13 – 0 – 44)
K
N – NO3
36,5
13,0
Nitrato de cálcio Hidro®
Ca
N – NO3
N – NH4
19,0
14,5
1,0
Magnitra L® 41%, D = 1,35
Mg
N – NO3
6,0
7,0
Fosfato monoamônio (MAP) purificado
(11-60-00)
N – NH4
P
11,0
26,0
Nitrato de amônio
N – NH4
N – NO3
16,5
16,5
Fosfato monopotássico (MKP)
(0 – 52 – 34)
K
P
29,0
23,0
Cloreto de potássio (branco)
K
Cl
52,0
47,0
Sulfato de potássio
K
S
41,0
17,0
Sulfato de magnésio
Mg
S
10,0
17,0
P
27,0
Acido fosfórico 85% D=1,7
Fonte: Furlani et al. (2004)
23
K (311,22 g.1000 L-1), como Nitrato de potássio, que
fornece 13% de N – (NO3)- e 36,5% de K.
100 g de KNO3 --------------------d1 -------------------------------d1 = 846,25 g de KNO3
36,5 g de K+
308,88 g de K+
Que fornecerá:
100 g de KNO3 --------------13 g de N – (NO3-)
846,25 g de KNO3 ----------d
d = 110,01 g de N – (NO3-)
24
Para preparar 1000 L de solução nutritiva,
segundo a necessidade inicial, precisa-se:
Produto
Quantidade (g 1000 L-1)
Fosfato monoamônio
166,92
Sulfato de Magnésio
220,23
Nitrato de Cálcio
654,74
Nitrato de potássio
846,25
Nitrato de amônio
55,18
25
Micronutrientes
A recomendação é mais empírica.
Como as quantidades utilizadas são muito
pequenas, a adição de micronutrientes não
provocará alterações significativas para a
pressão osmótica nem para a concentração de
macronutrientes.
26
Manutenção do nível de água
O volume da solução nutritiva gasto deve ser
periodicamente reposto com água de boa qualidade e pura,
principalmente, no verão quando a perda de água por
evapotranspiração é maior.
As plantas absorvem mais rapidamente água que nutrientes,
então se a reposição for realizada com solução nutritiva,
pode haver aumento na concentração de íons em solução e,
conseqüentemente, da pressão osmótica nas raízes,
dificultando ou paralisando a absorção de água e nutrientes.
27
Manutenção do pH
As soluções nutritivas não têm poder tampão.
O pH sofre grandes variações em pequenos intervalos
de tempo.
Deve ser ajustado diariamente com a adição de ácido
ou de base.
O pH ideal em soluções nutritivas varia de 5,5 e 6,5.
28
Modos para a correção do pH
Usar um peagâmetro portátil e fazer a correção no
tanque, mediante agitação constante e adição de ácido
(HCl) ou de base (NaOH).
Retirar amostras de volume conhecido de cada tanque, ler
o pH, fazer o ajuste com HCl ou NaOH diluídos, calculandose então a necessidade de HCl ou NaOH para corrigir o
volume do tanque.
Obs. O manuseio desses produtos deve ser bastante
cuidadoso, evitando-se contatos diretos com a pele e com
os olhos.
29
Manutenção da concentração de nutrientes e renovação das
soluções.
Renovação periódica da solução nutritiva ao controle da concentração
salina da solução nutritiva.
Análise química periódica da solução nutritiva.
Em cultivo comercial usa-se a correlação entre a condutividade elétrica
(CE) e a concentração da solução para manutenção da concentração dos
nutrientes. A CE varia entre 2 a 4 mS.cm-1.
A leitura fornecida pelo condutivímetro não discrimina os nutrientes,
podendo ocasionar desequilíbrios
Monitorar um elemento de fácil análise e alta exigência pelas plantas é
outra forma de determinar o momento da troca ou readição de
nutrientes, por exemplo, o K.
30
Sugestões de soluções nutritivas para hortaliças no sistema NFT
(valores em g/1000 L). (Castellane & Araujo, 1994)
Sal
Tomate
Pimentão
Berinjela
Pepino
Melão
Alface
Morango
Nitrato de cálcio
900
650
750
960
900
950
700
Nitrato de potássio
270
506
632
485
455
900
303
Sulfato de potássio
122
-
-
-
22
-
-
Cloreto de potássio
141
-
-
-
-
-
-
Fosfato de potássio1
272
170
204
245
170
272
204
Sulfato de magnésio
216
246
370
418
246
246
246
Nitrato de magnésio2
228
50
20
-
-
-
-
Fe – DTPA
43
37
32
43
22
50
25
Sulfato manganês
4.23
1.70
2.54
4.23
2.54
1.70
1.70
Bórax
1.90
2.40
2.40
1.90
1.90
2.85
1.90
Sulfato de zinco
1.15
1.15
1.45
1.15
1.15
1.15
1.15
Sulfato de cobre
0.12
0.12
0.12
0.12
0.12
0.19
0.12
Molibdato de sódio
0.12
0.12
0.12
0.12
0.12
0.12
0.12
1 – 35% de K2O e 53% de P2O5
2 – 7% de N e 10% de MgO; líquido (kg = 770 ml)
31
32
Maternidade
Espuma Fenólica
Mesas de cultivo hidroponico
33
Cultivo de Abobrinha
Cultivo de Alface
34
35
36
37
38
FERTIRRIGAÇÃO
39
Fertirrigação
• Aplicação simultânea de água e fertilizantes
no solo
• Mineral: adubos químicos
• Orgânica: resíduos orgânicos
40
Fertirrigação
• Vantagens da fertirrigação sobre a aplicação
convencional de fertilizantes:
41
Vantagens
• Economia de mão-de-obra e energia:
– Basta a preparação da calda, que o sistema de
irrigação
se
dispensando
encarrega
o
da
funcionário
aplicação,
para
outras
atividades. Economiza-se também com óleo
diesel e desgaste do maquinário.
42
Vantagens
• Evita compactação do solo, pois não há
entrada de máquinas
• Comodidade, pois, uma única unidade de
injeção pode ser utilizada para toda área
43
Vantagens
• Distribuição homogênea do fertilizante
dependendo do tipo de aplicação.
–
• Maior eficiência de uso e economia de
fertilizante, pois estes chegam às plantas na
forma
prontamente
absorvível,
reduzindo
perdas ???
44
Vantagens
• Melhor aproveitamento dos equipamentos de
irrigação, pois realiza duas operações ao mesmo
tempo.
• Controle da profundidade de aplicação de
acordo com a lâmina aplicada.
45
Vantagens
• Flexibilidade de aplicação:
– Aplicação em qualquer época, permite
parcelamento e adequação às necessidades
das culturas.
• Controle e aplicação da quantidade certa:
– Pouca interferência do homem, como, por
exemplo, velocidade do trator.
46
Vantagens
• Facilita a aplicação de micronutrientes
• É uma excelente opção de aplicação, porém
deve-se tomar alguns cuidados.
47
Limitações
• Escolha de fertilizantes:
– Não é técnica apropriada para fertilizantes
poucos solúveis.
• Corrosão do sistema de irrigação:
– Corrosão das partes metálicas, adotar medidas
como lavagem do equipamento.
48
Limitações
• Reação dos fertilizantes na linha de irrigação:
– Fosfatados podem precipitar, em reação ao pH, P
ou Ca, obstruindo emissores.
• Contaminações e envenenamentos:
– Instalar válvulas que impeçam reversão de fluxo,
evitando a contaminação do lençol freático.
49
Limitações
• Para que a operação de fertirrigação tenha
sucesso, alguns requisitos básicos devem ser
observados, tais como:
– Escolha do fertilizante;
– Uniformidade do sistema de irrigação e
operação.
50
Características desejadas de um
fertilizante
– Solubilidade rápida e completa
– Baixa capacidade corrosiva
– Fácil manipulação
51
Características desejadas
de um fertilizante
– Compatibilidade
– Baixa toxicidade
– Pureza
– Ser econômico
52
Manejo da fertirrigação:
Determinação da dosagem apropriada de
nutrientes;
 Freqüência de aplicação;
 Concentração da solução a ser injetada;
 Vazão;
 Tempo de aplicação.
53
12
54
55
CUIDADOS NA ESCOLHA DOS FERTILIZANTES
 Solubilidade
 Compatibilidade
Obs: tomar cuidado com a incompatibilidade
usando fosfato de amônio e nitrato de cálcio.
Solução: quelatos (alta solubilidade)
56
Fertilizantes com micronutrientes
Fertilizante
Sulfato de cobre
Sulfato de
manganês
Molibdato de
sódio
Molibdato de
amônio
Sulfato de zinco
Quelato de zinco
Na2ZnEDTA
Ácido bórico
Bórax
Solubor
(Na2B8)O13.4H2O
Sulfato de ferro
Tenso TM Fe
Quelato de ferro
NaFeEDDHA
Micro
Hydroplus TM
Tenso Cocktail
250 Cu
Solubilidad
e
(g L-1)
220
280 Mn
1.050
390 Mo
560
480 Mo
400
220 Zn
750
140 Zn
-
160 B
110 B
50
50
200 B
220
190 Fe
60 Fe
240
Alta
60 Fe
140
Concentração do
Nutriente (g kg-1)
30 B + 120 Cu + 38 FeEDTA + 32 Fe-DTPA + 120 Mn
+ 41 Mo + 140 Zn
5,2 B + 25,7 Ca-EDTA +
5,3 Cu-EDTA + 21 Fe-EDTA +
17,4 Fe-DTPA + 25,7 MnEDTA + 1,3 Mo + 5,3 ZnEDTA
-
Alta
57
58
59
Fertilizantes Fluidos
60
1. Introdução
O que são fertilizantes fluidos?
 Os fertilizantes fluidos, como o próprio nome sugere, são
produtos fertilizantes simples ou complexos, cuja característica
principal é poderem ser manipulados, transportados,
armazenados e distribuídos na lavoura na forma fluida, quando
no estado líquido.
61
2. Classificação e Tipos de Fertilizantes Fluidos
 A. Classificação
A.1. Fertilizantes Fluidos
 Em suspensão: fertilizantes parcialmente dissolvidos em água e
parte mantido em suspensão geralmente graças à adição de uma
pequena quantidade de argila (12-06-18).
 Líquidos: fertilizantes totalmente dissolvidos em água formando
uma solução clara (06-03-12/32-00-00/20-00-00+S).
62
A.2. Fertilizante sob pressão
Solução de amônia, com ou sem outro fertilizante,
exigindo armazenamento sob pressão (Aquamônia 18% de
N).
A.3. Fertilizante gasoso
Aplica-se a amônia anidra (82% de N).
63
 B. Tipos de Fertilizantes Fluidos
B.1. Amônia Anidra

O mais antigo dos fertilizantes líquidos existentes no
mercado, sua vantagem é a alta concentração em N (82%).

Gás liquefeito.

Desvantagens: armazenamento e aplicação sob pressão, que
exige investimentos altos e manuseio por pessoas
especializadas, devido à alta toxidade e periculosidade do
produto. Este produto não é utilizado no Brasil.
64
B.2. Soluções Nitrogenadas
B.2.1. Aquamônia
 Conhecido por licor amoniacal, licor de amônia ou amoníaco.
 Nada mais é do que a amônia anidra dissolvida em água.
 Sua concentração em N pode variar de 15 a 20%.
 Desvantagens do produto é sua baixa concentração em N, alto
custo em transporte, estocagem e aplicação.
 Embora a sua toxidez seja inferior à amônia anidra, este produto
também apresenta riscos no manuseio.
65
B.2.2. Soluções de Nitrato/Sulfato de Amônio e Uréia
 São misturas de nitrato/sulfato de amônio com uréia, que diluídas em
água origina soluções nitrogenadas à pressão normal.
 O produto final pode apresentar de 20% a 32% de N.
 São utilizadas para aplicações diretas no solo, aplicações
foliares/fertirrigação, bem como matéria-prima líquida, na
elaboração de fórmulas NPK líquidas
 Exemplos 20-00-00+S (Sulfuran) e o 32-00-00 (Uran).
66
B.3. Misturas Líquidas
B.3.1. Soluções Perfeitas, Soluções Claras ou “Clear”
 São obtidas através da total dissolução das matérias-primas em
meio líquido.
 Não exigem agitação.
 Transporte em caminhões tanque normalmente usados para
produtos químicos.
 O armazenamento poderá ser feito em tanques de aço carbono
(revestido com resinas), alvenaria, aço inox, fibra de vidro ou
matérias sintéticos.
 Deve evitar para transporte e armazenagem o cobre e sua ligas.
67
B.3.2. Suspensões “Coloidais”
 O produto é obtido a partir da reação entre amônia anidra e
ácido fosfórico.
 As características de cor, viscosidade e concentração são
variáveis, conforme o tipo de ácido fosfórico usado.
 Quando estocado, no produto ocorre uma separação de fases
(sinerese), devendo, portanto, ser agitado antes de sua utilização.
 Exemplo formulação 06-30-00, a qual possui consistência
espessa, com viscosidade relativamente alta.
68
B.3.3. Misturas em Suspensão
 São obtidas a partir da mistura das matérias-primas líquidas (3200-00, 20-00-00+S, 06-30-00) com cloreto de potássio.
 Nas suspensões uma parcela do potássio é solubilizada, e a outra
parte é mantida na fórmula em suspensão, através de argilas,
que aumentando a viscosidade do meio, sustentam os cristais de
cloreto de potássio.
69
 As argilas mais usadas são: a atapulgita e bentonita.
 Com as suspensões, pode-se obter fórmulas finais de
concentrações maiores do que as soluções claras, barateando o
custo de transporte, estocagem e aplicação.
 Devem ser transportadas, armazenadas e aplicadas com sistema
de agitação, para manter a homogeneidade do produto.
70
3. Matérias-Primas
 Matérias-primas nitrogenadas
 Amônia anidra.
 É transformada em hidróxido de amônio, com teores de 16 a 25
% de nitrogênio.
 Quanto ao mercado nacional, a oferta interna de amônia anidra é
normalmente suficiente para atendimento à indústria produtora
de fertilizantes fluidos.
71
 Matérias-primas fosfatadas
 Ácido fosfórico (ácido ortofosfórico) predomina na grande
maioria das unidades.
 MAP.
 A oferta de MAP e ácido fosfórico nacionais normalmente é
limitada, existindo a possibilidade e abastecimento
complementar de origem estrangeira.
72
 Matérias-primas potássicas
 Todas as unidades brasileiras em operação utilizam
exclusivamente o cloreto de potássio.
 A oferta de matérias-primas potássicas é, na maioria, de
produto importado em grande escala por importadores
tradicionais, como a própria industria de fertilizantes fluidos.
73
Foto 1. Implementos para aplicação de fertilizantes
fluidos.
74
Foto 2. Aplicação de fertilizante fluido em faixa na cultura
do feijão.
75
Foto 3. Aplicação de fertilizante fluido em citrus.
76
Foto 4. Aplicação de fertilizantes fluidos em cana-deaçúcar em área sem palhada.
77
Foto 5. Aplicação de fertilizantes fluidos em cana-deaçúcar em área com palhada.
78
Rolo
Saída de Adubo
Disco
Disco de Corte
Haste Ikeda
79
Foto 7. Aplicação de fertilizantes fluidos em cana-deaçúcar em área com palhada.
80
81
Adubação verde é definida como uma
prática conservacionista pela qual certas
espécies de plantas são cultivadas e, a
seguir, incorporadas ou mantidas na
superfície do solo, em determinado estádio
fenológico, com a finalidade de assegurar
ou aumentar a capacidade produtiva do solo
(CALEGARI et al., 1993).
82
Consiste
na
utilização
de
determinadas
espécies
de
plantas
apresentando características peculiares,
com finalidade de melhorar ou preservar
as características físicas, químicas e
biológicas do solo, de forma a contribuir
para o incremento da produtividade do
sistema (FANCELLI, 2004).
83
• melhorar ou manter o potencial produtivo
do solo em médio e em longo prazo;
•
controlar as erosões hídrica e eólica;
•
preservar o meio ambiente mediante uso
racional
dos
recursos
naturais,
principalmente, solo e água.
84
 Produzir
tempo.
grande
biomassa
em
pouco
 Cobrir o solo com rapidez e eficiência.
 Fixar nitrogênio (leguminosas).
 Ter uma alta afinidade com micorrizas, para
melhorar o poder de inóculo do solo para a
disponibilização do fósforo “fixado”.
85
86
ESCOLHA DO ADUBO VERDE
 Ter sementes disponíveis e baratas, sendo fácil
seu cultivo para obtenção de sementes.
 Demandar pouca mão-de-obra e ser de fácil
cultivo (aprendizado facilitado).
 Não ser planta hospedeira das mesmas
doenças e pragas das culturas agrícolas locais.
87
ESCOLHA DO ADUBO VERDE
 Possuir
robusticidade
fitossanitária.
e
praticabilidade
 Possuir alta resistência a doenças.
 Ser facilmente controlável, para não haver algum
descontrole de população (tornando-se invasora,
agressiva e indesejável).
88
89
Os
efeitos
promovidos
pela
adubação verde nas propriedades
químicas do solo são bastante variáveis,
dependendo de fatores como:
 espécie utilizada;
 manejo dado a biomassa;
90
 época de plantio;
 corte do adubo verde;
 tempo de permanência dos
resíduos no solo;
 as condições locais.
91
 Aumento no teor de matéria orgânica
do solo, ao longo dos anos, pela adição
da fitomassa total e outros organismos;
 Aumento na disponibilidade de macro e
micronutrientes no solo, em formas
assimiláveis pelas plantas;
 Diminuição nos teores de alumínio
trocável (complexação).
92
A decomposição e a mineralização da matéria
orgânica,
principalmente
das
plantas
leguminosas, trazem à camada do solo,
exploradas
pelas
raízes
das
culturas
subseqüentes, o nitrogênio, o fósforo, o cálcio, o
enxofre e demais nutrientes, além de, através do
húmus, conferir maior capacidade de troca
catiônica (CTC) e assim diminuir a taxa de perdas
por lixiviação de nutrientes.
93
Os efeitos dos resíduos dos adubos verdes
ou de outras plantas nas características
físicas do solo são função da qualidade e tipo
do manejo dado ao material adicionado, bem
como
dos
fatores
climáticos
e
das
características específicas do solo.
94
Características que sofrem influência dos
resíduos:
 estrutura, agregação;
 capacidade de retenção de água;
 a consistência;
 a densidade;
 a infiltração;
 a porosidade;
 a aeração e a condutividade elétrica.
95
 melhoria na estruturação do solo;
 aumento
da
capacidade
armazenamento de água no solo;
de
 densidade;
 taxa de infiltração;
 porosidade;
 aeração;
 diminuição no gradiente de oscilação
térmica.
96
A presença de material orgânico no
solo é determinante na atividade dos
microorganismos, bem como no seu
montante populacional, uma vez que a
matéria orgânica é fonte de energia para
os organismos do solo.
97
 aumento
na
presença
de
bactérias
fixadoras de nitrogênio;
 aumento na presença de minhocas;
 aumento no número de espécies de
organismos que vivem no solo, levando a
um
equilíbrio
natural,
sem
haver
predominância de uma espécie que possa
comprometer o desenvolvimento da cultura.
98
Tabela 4 - Efeito de espécies de adubos verdes no controle de
nematóides num latossolo vermelho-escuro (LE) de cerrado.
P = Pratylenchus brachyurus;
A = Aphelenchoides sp;
M = Macrosposthora;
Fonte: Sharma et al. (1982).
M = Meloydogyne javanica;
D = Ditylenchus sp
AA = Aphelenchoides avena; T = Tylenchus sp;
PT = Paratrichodorus minor; *aumento da população
99
Molish (1937)
- criou o termo alelopatia - organismo
doador e organismo receptor
→ allelon = mútuo
→ pathos = prejuízo
100
Entende-se como todas as interferências
desencadeadas
entre
as
plantas
e
microorganismos, provocadas pela liberação
de substâncias químicas por eles elaboradas,
através de tecidos vivos ou mortos.
Compreende
os
efeitos
benéficos
e
prejudiciais, provocados por um organismo
(doador) sobre outro (receptor).
101
Materiais que apresentam efeito supressor e/ou
às diferentes invasoras
alelopático
102











Guandu (Cajanus cajam);
Milheto (Pennissetum sp.);
Labe-Labe (Lablab purpurum);
Mucuna (Mucuna sp.);
Crotalária (Crotalária sp);
Braquiária (Brachiaria brizantha);
Feijão-de-porco ( Canavalia ensiformis);
Tremoço (Lupinus sp.);
Nabo forrageiro (Rophanus sativus);
Aveia (Avena sativa);
Ervilhaca Peluda (Vicia villosa).
Mais utilizadas
103
Uso de Gramíneas no Plantio Direto de Feijão
SORGO
Brachiaria brizantha
MILHETO
104
Fonte: SIMIDU (2007)
PALHADA
Fonte: SIMIDU (2007)
105
1ª Época de Plantio
(Pérola, Preto, Carioca Precoce)
2ª Época de Plantio
(Pérola, Preto, Carioca Precoce)
Fonte: SIMIDU (2007)
106
Figura:
Crotalaria
spectabilis
nas entrelinhas de uma lavoura
para fins de adubação verde.
cultivada
de café
107
108
109
 A adubação verde deve ser um componente
a fazer parte de um elenco de práticas de
manejo integrado de solo e água.
 A adubação verde necessariamente tem que
estar presente nos sistemas de produção
agropecuários.
 Permite uma eficiência na cobertura e
proteção do solo, diminui nematóides e
melhora as condições físicas, químicas e
biológicas do solo.
110
OBRIGADO!
111
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SOLUÇÃO NUTRITIVA