ROBERTO MIBIELLI O ENSINO DE LITERATURA EM RORAIMA: DA GÊNESE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA AOS DIAS ATUAIS Tese apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor, pelo Curso de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense Orientador: Profº Drº José Luis Jobim NITERÓI 2007 ROBERTO MIBIELLI O ENSINO DE LITERATURA EM RORAIMA: DA GÊNESE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA AOS DIAS ATUAIS Tese defendida em Fevereiro de 2007, como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor, pelo Curso de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense. BANCA EXAMINADORA: ____________________________________________________________ 1º examinador: Professora Doutora Elizabeth Dias Martins – UFC ______________________________________________________________ 2º examinador: Professora Doutora Joana Muylaert – UFU ______________________________________________________________ 3º examinador: Professora Doutora Ana Lúcia de Souza Henriques – UERJ ______________________________________________________________ 4º examinador: Professor Doutor Roberto Acízelo Quelha de Souza – UFF _______________________________________________________________ Orientador: Professor Doutor José Luis Jobim NITERÓI 2007 II SUMÁRIO: LISTA DE TABELAS...................................................................................................IV LISTA DE ANEXOS.....................................................................................................VI DEDICATÓRIA..........................................................................................................VII AGRADECIMENTOS...............................................................................................VIII RESUMO.......................................................................................................................IX ABSTRACT.....................................................................................................................X INTRODUÇÃO.............................................................................................................01 CAPÍTULO I – METODOLOGIA DE TRABALHO ………………………….…..07 CAPÍTULO II – CÂNONE E ENSINO DE LITERATURA NA UNIVERSIDADE..........................................................................................................17 2.1– O que é cânone? ................................................................................................... 17 2.2– O cânone e suas possibilidades ............................................................................24 2.3– Cânone e escola ................................................................................................... 28 CAPÍTULO III – A LITERATURA NO CURSO DE LETRAS UMA “PITADA” DO DISCURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO NO ENSINO DE LITERATURA...............................................................................................................34 3.1 - Nosso objeto – o cânone escolar...........................................................................34 3.2 - Uma “crise” que pode não ser o que parece.......................................................47 3.3 - Ensino de Literatura e cânone: questão de método e/ou de ideologia?............57 3.4 - Ler, escrever e avaliar o cânone em Roraima....................................................64 CAPITULO IV – A UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA E O CURSO DE LETRAS: DA GÊNESE À ATUALIDADE..........................................................73 4.1 – Nasce uma UFRR para o “nascente” Estado de Roraima................................73 4.2 - O Curso de Letras da UFRR: uma breve descrição..........................................91 4.3 – Análise de problemas pontuais da grade curricular do curso de Letras da UFRR …………………………………………………………….................................98 4.3.1 - A Literatura Portuguesa..................................................................................106 4.3.2 - A Literatura Brasileira ....................................................................................118 4.3.3- O estranho caso do lugar da disciplina de Teoria da Literatura nos currículos e grades dos cursos de Letras: “instrumentalização”?..........................128 4.3.4 - A Literatura Afro-brasileira...........................................................................139 III 4.3.5 – A Literatura Infantil e a Prática de Ensino em Literatura ……………....146 CAPÍTULO V - DIFERENÇAS E IGUALDADES..................................................149 5.1 - A Literatura Brasileira ......................................................................................150 5.2 – A Literatura Portuguesa ...................................................................................183 5.3 – A Teoria da Literatura.......................................................................................204 5.4 – Literatura Infanto-juvenil e Ensino de Literatura .........................................218 5.5 – Questões específicas e outras disciplinas do campo literário..........................228 5.5.1 – Literatura Regional ........................................................................................228 5.5.2 – Questões na UFC ............................................................................................234 5.5.3 – Questões na UFF .............................................................................................239 5.5.4 Entre UFC e UFF................................................................................................259 CONCLUSÕES............................................................................................................263 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................269 ANEXOS.......................................................................................................................274 IV LISTA DE TABELAS: TABELA I: Contagem da População – 1996.................................................................75 TABELA II: Número de Professores Efetivos do DLV, ano a ano, desde a fundação do curso de Letras da UFRR.................................................................................................80 TABELA III: Quadro de grades antiga e nova (quantitativo de horas/aula) da habilitação de Língua Portuguesa-Literatura...................................................................94 TABELA IV: Da qualificação dos professores do DLV, em 2004 (por ordem de ingresso no Departamento)..............................................................................................96 TABELA V: Quadro do ementário de disciplinas de Literatura Portuguesa (cronologia de modificações).............................................................................................................................102 TABELA VI: Disciplina Literatura Portuguesa I – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................110 TABELA VII: Disciplina Literatura Portuguesa II – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................113 TABELA VIII: Disciplina Literatura Portuguesa III – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................115 TABELA IX: Disciplina Literatura Brasileira I – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................119 TABELA X: Disciplina Literatura Brasileira II – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................122 TABELA XI: Disciplina Literatura Brasileira III – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................125 TABELA XII: Disciplina Teoria da Literatura I – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................132 TABELA XIII: Disciplina Teoria da Literatura II – UFRR (quadro histórico de alterações)......................................................................................................................137 TABELA XIV: Disciplina Literaturas Africanas de Língua Portuguesa- UFC...........141 TABELA XV: Disciplinas: Literatura Infanto-Juvenil e Prática de Ensino em Literatura – UFRR .........................................................................................................................148 TABELA XVI: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira I (programas antigos).......................................................................................................152 TABELA XVII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira I (programas recentes)......................................................................................................157 TABELA XVIII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira II (programas antigos)...................................................................................................161 TABELA XIX: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira II (programas recentes) .....................................................................................................166 TABELA XX: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira III(programas antigos)...................................................................................................173 TABELA XXI: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira III (programas recentes) .....................................................................................................180 TABELA XXII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa I (programas antigos).......................................................................................................184 TABELA XXIII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa I (programas recentes)...................................................................................................188 TABELA XXIV: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa II (programas antigos)...................................................................................................192 TABELA XXV: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa II (programas recentes).................................................................................................196 V TABELA XXVI: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa III (programas antigos).................................................................................................199 TABELA XXVII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa III (programas recentes)..............................................................................201 TABELA XXVIII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura I (programas antigos).....................................................................................................205 TABELA XXIX: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura I (programas recentes)......................................................................................................209 TABELA XXX: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura II (programas antigos) ......................................................................................................212 TABELA XXXI: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura II (programas recentes)......................................................................................................215 TABELA XXXII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura InfantoJuvenil (programas antigos)...........................................................................................219 TABELA XXXIII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura InfantoJuvenil (programas recentes).........................................................................................222 TABELA XXXIV: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Prática de Ensino em Literatura (programas recentes)...............................................................................225 TABELA XXXV: Disciplina Literatura Regionalista Brasileira – UFC......................229 TABELA XXXVI: Disciplina Literatura Popular em Verso – UFC............................231 TABELA XXXVII: Disciplina Literatura Cearense I – UFC.....................................232 TABELA XXXVIII: Disciplina Literatura Cearense II – UFC...................................234 TABELA XXXIX: Comparativo UFC - Disciplinas Ligadas à Prática de Ensino em Literatura (programas recentes).....................................................................................235 TABELA XL: outras disciplinas do campo Teoria da Literatura – UFC....................237 TABELA XLI: Disciplina História da Literatura – UFC............................................238 TABELA XLII: Outras Disciplinas Obrigatórias do Campo de Teoria da Literatura no Currículo Antigo -UFF..................................................................................................240 TABELA XLIII: Disciplinas Optativas do Campo de Teoria da Literatura- UFF......246 TABELA XLIV: Disciplinas Optativas do Campo de Teoria da Literatura -UFF......250 TABELA XLV: Disciplinas Optativas de Literatura Brasileira -UFF.........................251 TABELA XLVI: Disciplinas Optativas de Literatura Brasileira - UFF.......................253 TABELA XLVII: Disciplinas Optativas de Literatura Portuguesa - UFF...................255 TABELA XLVIII: Disciplinas Optativas de Literatura Portuguesa -UFF.................257 TABELA XLIX: Disciplina História da Cultura Portuguesa – UFC x UFF................259 TABELA L: Disciplinas de Literatura Brasileira com Ênfase em Clarice Lispector.UFC x UFF....................................................................................................................261 VI LISTA DE ANEXOS: ANEXO I – Bibliografia dos Programas de Disciplina................................................274 ANEXO II – Leitura da Bibliografia dos Programas de Literatura Brasileira III e IV da UFF que não Constam da Tabela XX............................................................................342 ANEXO III – Leitura da Bibliografia dos Programas de Literatura Brasileira XIV da UFF que não aparecem na tabela XXI...........................................................................346 ANEXO IV – Leitura da Bibliografia dos programas de Literatura Portuguesa I da UFF que não aparecem na Tabela XXII................................................................................348 ANEXO V – Leitura da Bibliografia dos Programas de Teoria da Literatura VI, VII e VIII da UFF que não aparecem na Tabela XLIII..........................................................351 VII Dedico este trabalho, com todo carinho, a minha esposa Vânia, ao meu filho Thálion e as minhas duas filhas Tarsila e Sophia. Gostaria também de dedicá- lo aos meus irmãos e irmã, assim como a meu pai e minha mãe, e a meus/minhas alunos(as), razão primeira de minhas inquietações. VIII Gostaria de agradecer: A minha esposa Vânia Graciele Lezan Kowalczuk, pelo paciente trabalho de acompanhar, auxiliar, entender, aturar e adoecer por um ideal, sempre com carinho e dedicação; às minhas filhas e filho, por atrapalharem (ajudando) sempre que possível, e impossível, ocasionando momentos de felicidade, em meio à tensão; ao professor José Luis Jobim, pelo grande amigo e conselheiro que tem sido desde antes de retorna rmos a Niterói; à professora Bethânia Mariani pela amizade e carinho dedicados a todos nós; à professora Lúcia Helena pelo carinho, conhecimento e atenção dispensados; ao professor Roberto Acízelo de Souza pelas especiais considerações traçadas no momento de minha qualificação; à CAPES, através de seu programa PICDT, pela bolsa concedida, que me permitiu levar até o fim esta jornada; aos funcionários e professores da UFF, em especial à Coordenadoria do Curso de Graduação em Letras da UFF, à secretária da Pós- graduação em Letras da UFF – Nelma, à secretária do Departamento de Ciências da Linguagem – Rosana, à secretária do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas – Alcinéia, por terem tornado esta estadia aqui em Niterói tão mais confortável e proveitosa; aos colegas da UFC, em especial à professora Elizabeth Dias Martins e aos funcionários Luide e Renata, pelo carinho e ajuda prestados; à professora Deboráh Cavalcanti – ex-chefe do DLV, à Josilane – secretária do DLV da UFRR e aos funcionários do DEG da UFRR, aos amigos, Odilon Rosa Corrêa, Maria do Socorro Pereira Leal, Edison Oyama, Maria Helena Valentin D. Oyama, Carlos Alberto de Sousa Cardoso, Maria Luísa Fernandes, Cátia Wankler e Silvana Fortes, pela força nos momentos mais difíceis; à professora e amiga Luciene Alberoni por todos os favores e ajuda prestados; às creche s UFF (e por todos que a fazem ser tão especial) e Nossa Infância pelo suporte fundamental e pelo carinho dispensado às minhas filhotas; à minha ex-esposa Janete por ter um dia permitido que eu iniciasse esta jornada; ao meu irmão Jacques e minha mãe Helene pela força e equipamento; e, finalmente, a todos aqueles que, de modo direto ou indireto, contribuíram para que este trabalho pudesse ser concluído a contento, seja a Prima Sônia, Maura, e Suely, sejam os colegas de disciplina, cujos nomes não poderia citar por falta de espaço. IX RESUMO Este trabalho teve como objeto uma leitura crítica do cânone literário no Curso de Letras da Universidade Federal de Roraima – UFRR. E foi realizado principalmente através da análise da bibliografia dos programas das disciplinas do campo Literário daquele curso, assim como de ementas e conteúdo programático, além de eventuais outros documentos. O período enfocado pela pesquisa vai desde a fundação da Universidade Federal de Roraima até o ano de 2003. A pesquisa contou ainda com a interlocução entre os cursos de Letras da UFRR, da UFC e da UFF. Aspectos da questão do ensino de Literatura também foram questionados na ocasião de nossa análise, uma vez que em Roraima, o curso de Letras é, basicamente, um curso de Licenciatura. A hipótese de que partimos é que o modelo disciplinar (assim como a bibliografia) adotado pelo nosso curso nos seus primórdios pode ter sido fruto da interlocução dos professores que vieram para Roraima a fim de fundar a UFRR, com seus antigos mestres da UFC e com o próprio modelo de curso daquela instituição. Pretendíamos entender se o cânone literário e “disciplinar” proposto nos programas da UFRR era fruto desta troca. Por outro lado buscamos um parâmetro diverso – o curso de Letras da UFF – para que funcionasse como uma espécie de contra-ponto no cotejo entre a UFRR e UFC. Trabalhamos principalmente em torno das disciplinas de Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e Teoria da Literatura e para este fim, foram confeccionadas 50 tabelas que, uma vez analisadas, ajudaram a apontar as seguintes conclusões: O Cânone da UFRR não é diretamente derivado do curso de Letras da UFC; houve consideráveis mudanças no comportamento disciplinar nas instituições estudadas, tanto no aspecto disciplinar, quanto bibliográfico; o cânone “disciplinar” da UFRR aponta no sentido de um curso que ostenta disciplinas muito “panorâmicas” e historicistas; é necessário que se crie em Roraima a consciência de que a Literatura local deve ser estimulada, discutida, estudada, veiculada, especialmente na Universidade, para que possa haver, num futuro próximo, o (re)conhecimento de uma produção literária roraimense e se possa, com isso, estabelecer um cânone local. PALAVRAS-CHAVE: Cânone em Roraima, Ensino de Literatura na Universidade, Cânone Disciplinar. X ABSTRACT: This work was intended to interpret the literary canon as it is taught at Universidade Federal de Roraima – UFRR. The analysis was developed mainly through the bibliography and the content of the courses of Literature there, from the very foundation of that University to 2003. There is also a comparison between the academic canon of UFRR, UFC and UFF and we tackle the issue of teaching literature in Roraima, with the specific problems raised by a very peculiar situation there. We started from the hypothesis that the disciplinary model in UFRR was derived from the model of UFC, since a relevant group of professors came from that University (or were students there) to Roraima at the very beginning of the courses in UFRR. As a third comparative level, we included UFF, focusing on Brazilian Literature, Portuguese Literature and Theory of Literature. 50 comparative charts were made, and their analysis led to the following conclusions: 1) UFRR´s canon is not a straightforward imitation of UFC, because there were relevant changes to be considered; 2) there were important disciplinary alterations in all the Universities encompassed by our work; 3) UFRR has more “panoramic” and historically oriented disciplines; 4) it is necessary to raise a consciousness that local literature must be taken into account at UFRR if we aim to have the recognition of a local literary production and canon in the future there. Key words: Canon at Roraima; Teaching Literature at University; Disciplinary Canon XI A leitura não é prática neutra. Ela é campo de disputa, é espaço de poder. Márcia Abreu (...) não basta ligar a universidade ao passado de sua origem conceitual, é preciso que cada aluno conheça também a história específica da universidade onde estuda. Cristovam Buarque 1 INTRODUÇÃO "O compromisso primeiro da Universidade é com o saber." Regina Zilberman Em nossa pesquisa do doutorado, nos voltamos para programas, estatutos, bibliografias, fluxogramas e outros documentos institucionais, procurando indagar sobre que bases estava ancorado o ensino de Literatura, em algumas de nossas Universidades. Eis que este trabalho é o fruto da reconstrução e tentativa de apreender este outro lado do “discurso” sobre ensinar Literatura. Nele buscamos (sempre respeitando as referências adquiridas durante nosso mestrado em educação na UFF, que discutiu questões também atinentes ao ensino de Literatura) entender um universo mais documental, mais burocrático, mas também bastante revelador de propostas, principalmente em Universidades como a Federal de Roraima, a Federal Fluminense e a Federal do Ceará. Foi preciso enfrentar a falsa crença de que já conhecíamos os cursos de Letras (por pertencermos a uma Instituição Federal de Ensino Superior) para que pudéssemos entender que seria necessário recomeçar a aprendê- los, desta vez, a partir de um outro cenário – o burocrático- institucional. O resultado mais imediato de todo este 2 movimento de reaprendizagem sobre o funcionamento de uma Faculdade de Letras e de seus currículos, programas e demais instâncias, foi percebermos, dada sua extensão e variabilidade, de instituição para instituição, que o que julgávamos conhecer a fundo, não era sequer “a ponta do iceberg”. Talvez em um ou outro momento pareçamos, pelo tom do discurso adotado, discordar de nossos colegas de Departamento no que tange à concepção das disciplinas de Literatura no âmbito da UFRR. Pode ser que discordemos um pouco do que foi feito antes de 1995 quando ingressamos na UFRR, mas aceitamos a idéia de que era o possível a ser feito então. Quanto ao presente e passado próximo, trata-se apenas de uma impressão, que pode vir a ser, em algum momento, uma sombra de desencanto com o currículo que nos últimos dez anos ajudamos a construir e discutir juntamente com nossos pares. Que não fique, portanto, a impressão de que nos distanciamos de algo que também é fruto de nosso trabalho, apenas para fazer críticas ao trabalho alheio. Se há problemas na grade de Letras da Universidade Federal de Roraima, e se esse problema for constatado ao longo desta tese, ele também é e será nosso. Estudar, neste contexto, a Literatura; as práticas através das quais os professores deste campo, veiculam, discutem, ou impõem seu conhecimento; estudar o modo como progressivamente vai se construindo/constituindo/apropriando academicamente o cânone 1 literário em Roraima a partir de outras experiências; entender a imagem do literário veiculada ali, assim como, as propostas que de algum modo contribuirão para questionar/instaurar este processo, são, pois, alguns dos muitos caminhos que se pode vislumbrar a partir desta tese. São também motivos para que queiramos fazer desta pesquisa um ponto de partida, um momento de reflexão para futuros vôos ainda maiores. Em Roraima o único Curso de Letras existente é o da UFRR e, boa ou ruim, esta tem sido (e aparentemente será por um bom tempo ainda) a única opção de formação para algumas "gerações acadêmicas" de licenciados em Letras. Esta pesquisa tem caráter inédito, não tanto pela exigência efetiva do doutoramento de que assim o seja, mas por conta do próprio ineditismo da existência de material, que faça alguma análise da localidade-chave neste processo de pesquisa, ou seja: Roraima. Visto por este ângulo este parece ser um empreendimento temerário, pois tanto se pode errar 1 Os termos e expressões tais como: “cânone”, “cânone disciplinar” e “crise do/no ensino de Literatura” aqui empregados, serão mais detalhadamente abordados adiante, principalmente, nos capítulos II e III. 3 muito, pela falta de parâmetros anteriores que nos sirvam de base para a pesquisa, quanto se pode acertar, criando condições para que se conserve o que deve ser consevado, ou para que haja mudanças efetivas na realidade local. Estamos atualmente, há mais de três ano s (de novo!), promovendo discussões, debatendo, pesquisando, buscando um novo currículo para o curso de Letras. A área de Literatura, por um bom período, foi a que mais avançou em termos de propostas. Tanto é que se pretend ia, a partir da experiência adquirida, criar um curso de especialização nesta área. Todas estas experiências, problemas e soluções encontradas são únicas e fundamentais para a discussão sobre a formação de praticamente todo um Estado, seja do ponto de vista de seu cânone literário, seja do ponto de vista da formação de uma massa crítica de novos leitores. Por isso julgamos ser pertinente discutir a questão, desenvolvendo pesquisas desta natureza, para podermos contribuir de algum modo, não só com a discussão de questões universais (cânone/ ensino de literatura/ práticas acadêmicas de professores de Literatura/ papel formador da Universidade), mas também de cunho local (o papel da Universidade Federal de Roraima – UFRR – no Estado de Roraima/ especificidades da Literatura local/ propostas viáveis de ensino de Literatura para implementação no curso de Letras). Ressalvamos que não temos a pretensão de, com essa pesquisa, resolver estas questões, apenas pô- las na ordem do dia e participar das discussões e de suas possíveis soluções. A sua importância e relevância tornaram-se evidentes para nós a partir das inúmeras atividades que exercemos na Chefia do Departamento de Língua Vernácula (DLV) do curso de letras da Universidade Federal de Roraima (UFRR), como a de participar de comissões de aproveitamento de estudos (para alunos transferidos), inclusive, a de capitanear o processo de discussão sobre a atual grade e projeto pedagógico do curso. Todas estas atividades, de certo modo, fizeram com que, ao mesmo tempo em que voltávamos nossos olhos para outras realidades, percebêssemos melhor a nossa própria e pudéssemos avaliá- la. Tivemos a sorte de estarmos no lugar certo, na hora certa, pois participamos também de toda a movimentação inicial, viagens, discussões e seminários, para a criação do INSIKIRAN 2 – Núcleo de Formação Superior Indígena em nossa Universidade. 2 O nome do núcleo foi uma sugestão das lideranças indígenas que participaram dos seminários de criação. Trata-se de uma alusão à divindade mais reconhecida pelos povos da região: Macunaíma, ou Makunaîme. Insikiran e Anikê são os filhos de Makunaîme na tradição indígena roraimense. Acredita-se que Roraima, ou melhor, que o Monte Roraima (fronteira tríplice entre Brasil, Venezuela e Guiana) seja a morada final de Macunaíma. O mito de Makunaîme tem uma de suas principais origens aqui, neste 4 A convivência com o processo interdisciplinar 3 de criação das matrizes educacionais desses cursos interculturais para estudantes de comunidades indígenas, abriu espaço para a discussão de outras questões referentes ao ensino de Literatura. Como, por exemplo, o modo como os indígenas vêem a Literatura. Infelizmente, dadas as proporções desta pesquisa, não nos será possível enveredar por esta senda. Contudo podemo s computá- la entre as integrantes da lista das ambições iniciais de nossa tese que ficarão para futuras propostas de trabalho. Nosso projeto pretendeu ser também e, principalmente, fruto de tensões existentes no próprio campo literário, no que tange à relação entre cânone e ensino de Literatura. Neste sentido, teve como objetivo principal e específico analisar, comparativamente, o cânone literário empregado na criação dos programas de ensino, das disciplinas literárias que compõem o curso de Letras da Universidade Federal de Roraima ao longo de sua existência. Não apenas de tensões - na maioria descontentamento/desilusão com os rumos atuais deste tipo de ensino - ele é constituído. Perguntas, as mais variadas, permeiam (algumas sem respostas possíveis no momento) este texto: - É possível avaliar, nos dias de hoje, com que base teórica trabalhavam aqueles que propõem/propuseram o cânone vigente na UFRR? Que tipo de abordagem teórica/paradigmática, em relação ao cânone e ao ensino de Literatura, foi utilizada na construção destes programas de disciplina na UFRR? O cânone das Estado. Este núcleo nasceu do desejo dos professores oriundos das comunidades indígenas, outrora formados no ensino médio, pelo magistério indígena, empregados nas escolas indígenas de Roraima. O motivo principal desta reivindicação estava no fato de que os professores indígenas somente estavam habilitados para ministrar aulas (mesmo em suas comunidades) até a quinta série, o que acabava ocasionando, a partir da sexta série, a perda total, ou parcial, dos valores e da cultura resgatada nas séries iniciais, uma vez que os alunos oriundos das escolas indígenas necessariamente teriam que freqüentar as escolas do estado. Este procedimento, além de ocasionar transtornos, no deslocamento dos jovens para fora de suas comunidades (gerando muitas vezes situações indesejáveis , como a corrupção de menores), concorria para a destruição das culturas tradicionais, no retorno destes ao seu lar. Os indígenas, de posse de um diploma de ensino superior, poderiam dar continuidade aos seus estudos e poderiam gerenciar eles mesmos suas próprias escolas, em suas respectivas comunidades. Mas, mais que isto, a idéia abarcava também a possibilidade do ensino bilíngüe. Aos poucos a proposta foi avançando no sentido da criação de cursos de licenciatura indígena intercultural. O fundamento básico seria a sócio-lingüística, o respeito e o resgate de valores das comunidades, perdidos ou obnubilados por processos de intervenção colonialista, o que acabou resultando numa proposta de caráter interdisciplinar e intercultural. 3 A formatação dos cursos em matrizes interdisciplinares se justifica pelo fato de que em uma cultura "não totalmente ocidental", como a indígena, os erros e problemas repetidos em todas as outras estruturas universitárias poderão ser evitados. Por outro lado, em se tratando de uma cultura ainda não transformada pela matriz positivista de “ciência”, talvez seja possível levar a cabo uma proposta interdisciplinar. Isso se não pensarmos que para que haja interdisciplinaridade é preciso que haja disciplina. Jobim, falando sobre a questão da divisão do conhecimento em disciplinas, faz uma crítica na medida em que "... a universidade brasileira ainda paga um pesado tributo a uma idéia positivista de divisão do saber em áreas demarcadas, o que pressupõe uma representação de estabilidade do conhecimento bastante questionável, pois, mesmo no âmbito disciplinar, a imagem de uma continuidade, permanência, reprodutibilidade e, por conseqüência, estabilidade do saber vem sendo posta em xeque. (JOBIM, 1996, p.58) 5 instituições centrais (ou um pouco menos periféricas) constituiu um modelo para o nosso? Ou terá havido outro modelo, quem sabe oriundo das Instituições em que se formaram os professores fundadores do curso de Letras da UFRR? E diante das pressões, no sentido de reivindicar/implementar mudanças, que novo tipo de tensões e propostas poderá advir deste contexto? Uma outra questão, que se interpôs em nosso caminho, a partir da insatisfação de alguns colegas e que veio nos perseguindo, desde a pesqisa de mestrado, é a relação dos diversos níveis de ensino com a Literatura. Em quase todas as entrevistas feitas para nossa pesquisa de mestrado 4 pudemos notar que os professores identificavam haver uma “crise” escolar de leitura de textos literários. Os entrevistados (professores/professoras do Ensino Médio) apontavam como sendo a origem desta “crise”, os períodos iniciais da vida escolar (ou os antecedentes escolares dos alunos. Nem sempre as primeiras séries), pelo fato de não estimularem o gosto pela leitura. As professoras destes níveis iniciais, por sua vez, tinham a dizer em sua “defesa”, não haver nos currículos dos cursos de graduação que freqüentaram/freqüentavam (ainda) disciplinas específicas, nem formação voltada para um ensino de Literatura mais primária, muito menos a preocupação com métodos, ou formas de abordar a Literatura. Ao apontarem o nível universitário como responsável pela “crise”, fechavam um ciclo, no qual, desgraçadamente, todos eram “culpados” e todos eram “inocentes” dela. Não que o objetivo fosse o de achar “culpados” e “inocentes”, mas de verificar o que poderia ser feito, no nível acadêmico, a partir da consciência que se tinha do problema apresentado. Com base nestes depoimentos e em nossa experiência pregressa, retomamos adiante o discurso “da Literatura” com base no campo literário, para pensarmos, sobretudo a questão do cânone e a partir daí, tentarmos entender onde “a Literatura em Roraima” (ou melhor, o ensino dela) se encaixa no quadro global. Para este fim necessitaremos falar da suposta “crise” no ensino de Literatura e do modo como ela afeta o ensino, na medida em que ele é um dos elementos de manutenção do cânone. Falaremos também do modelo de cânone disciplinar que foi instituído no curso de Letras da Universidade Federal de Roraima, bem como, das variações que a especificidade desta escolha poderá ter gerado. Os demais, os projetos outros, que serviram de fomento inicial da idéia e que tiveram que ser daqui extirpados (em nossos recortes), em favor da conclusão deste 4 Dissertação de mestrado defendida pelo Mestrado em Educação UFF 2000. Aprender com Machado: o olhar burlesco e malandro da Literatura para a Educação. 6 trabalho no tempo correto, ficarão adiante, nalgum grupo de pesquisa de que eventualmente possamos participar, ou criar, ou em nossos futuros orientandos em Roraima. Nesta tese serão empregadas as seguintes siglas: UFRR – Universidade Federal de Roraima UFC – Universidade Federal do Ceará UFF – Universidade Federal Fluminense DLV – Departamento de Língua Vernácula da UFRR DLEI – Departamento de Línguas Estrangeiras e Indígenas da UFRR. DEG – Departamento de Ensino de Graduação da UFRR SESu/MEC – Secretaria de Educação Superior/Ministério da Educação e Cultura IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional IES – Instituições de Ensino Superior IFES – Instituições Federais de Ensino Superior 7 CAPÍTULO I: METODOLOGIA DE TRABALHO "Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, mas não é impossível que haja também alguma razão humana, e puramente científica..." “O alienista” - Machado de Assis Nosso trajeto foi concebido em distintas etapas, em função do material e dos sujeitos implicados: na primeira, a título de "ritual de iniciação", pretendemos entender melhor o funcionamento do curso de Letras da UFRR, procurando informações documentais de sua gênese. Para este fim estabelecemos um contexto, tentando resgatar aspectos pertinentes do em torno da UFRR, à época de sua fundação. Ao analisarmos estes documentos, estivemos atentos à concepção de curso, aos argumentos empregados e a quaisquer indícios que levassem ao desvelamento de questões, que explicassem fatores extraordinários, ou de cunho regional. A partir daí, ainda em meio à documentação, operamos um recorte no objeto, passando a lidar inicialmente com o material referente à análise do curso e depois, exclusivamente com o campo da Literatura: como foi constituído, quais as demandas em termos de contratação 8 de docentes para este campo; como foram constituídos os programas e ementas das disciplinas e o que propunham. Neste momento, achou-se necessário recorrer à informação direta de alguns daqueles que elaboraram os programas e o fizemos, via entrevistas. Estas entrevistas tinham o caráter semi-estruturado (LUDKE & ANDRÉ, 1986; CRUZ NETO, 1993), permitindo alguma variação na continuidade das perguntas, o que certamente facilitou que se sanassem as dúvidas existentes quando da leitura dos documentos e serviram para confirmação de dados levantados na fonte documental. Como não obtivemos nenhum tipo de recurso suplementar para o deslocamento à Roraima ou às sedes das demais Universidades implicadas, colhemos estas informações pelos meios mais diversos, sempre contando com a colaboração e compreensão de nossos interlocutores. Para efeito das informações sobre a UFRR, foram colhidas informações por e-mail, carta, formulário, e através de entrevistas com professores membros do Departamento de Língua Vernácula (DLV) e do Departamento de Línguas Estrangeiras (DLE) que também faziam pós-graduação aqui no Rio de Janeiro, mais precisamente na UFF. Estas entrevistas foram lidas e interpretadas inicialmente à luz de seu conteúdo e para fins específicos de complementação da informação contida no material impresso. Uma vez compreendida a fase da gênese do curso, organiza mos, a título de recorte de nosso objeto, um breve histórico das propostas e mudanças estabelecidas desde então para o campo de literatura. Questões não atinentes a este campo não foram levadas em consideração. Excetuam-se aí as mudanças de grade curricular, que afetam a todos os campos indistintamente. Um curso de Letras é (ou deveria ser) um universo, para efeito de análise, infindável de: interdisciplinaridade (haja vista a quantidade de campos e disciplinas que concorrem e interagem na formação de seus alunos), planos (interno x externo, currículo oficial x currículo oculto, currículo x programas ), visões, posições e pontos de vista (da instituição, do aluno, dos professores, dos técnicos administrativos, da comunidade profissional em Letras, da comunidade em geral de pais, familiares e prestadores de serviço, etc...), habilitações (no caso de Roraima, quatro: Português e Literatura; Português e Inglês; Português e Francês e; Português e Espanhol), fatores político/pedagógicos (tipo de formação, proposta pedagógica, formas de abordagem e relacionamento), fatores históricos (tempo de existência e funcionamento, 9 transformações havidas), entre outras possíveis categorias. Trata-se de um universo cuja diversidade e tamanho não permitiriam, em hipótese nenhuma, no espaço de tempo de que dispomos, uma análise completa de todos os itens. Por este motivo limitamos o espaço de análise, que nos cabe, a uma porção finita e compreensível deste todo. Foram consultados programas, atas (dos Departamentos, do CEPE - Comissão de Ensino Pesquisa e Extensão, da Comissão de Graduação, etc...), documentos em geral, que cont inham informações necessárias, desde a fundação do curso de Letras, chegando-se com este procedimento até os nossos dias. Com este modus operandi nos acercarmos o mais profundamente que nos foi possível do campo literário enquanto construção social situada num determinado tempo, espaço e contexto. Ao resgatarmos este contexto pudemos iniciar a segunda fase: que foi de revisão teórica do que consideramos como campo literário. Quando houve necessidade de um mecanismo mais ordenado e efetivo que permitisse a comparação de dados, recorremos a questionários fechados, de respostas objetivas, dirigidos aos órgãos competentes das diversas Instituições envolvidas. Procuramos utilizar uma metodologia que permitisse encontrar significados, através dos resquícios e indícios efetivos nos documentos analisados. Os indícios que procuramos eram aqueles que de algum modo revelavam, quer pela forma de redigir, quer pelo tom do texto, quer pelas suas referências, uma tendência, um caminho que pudesse servir de pista para o entendimento da realidade ímpar da UFRR em sua comparação com outros cursos de Letras. Sempre que os documentos encontrados não puderam ser explícitos quanto ao que se buscava recorremos aos indícios que neles pudemos encontrar (ou no conjunto dos demais documentos) para inferir e sugerir possibilidades. No caso de professores que já tinham deixado o curso, cuja memória era difícil de recuperar e cujo paradeiro era ignorado, foi possível, através do paradigma indiciário, perceber, com base nas bibliografias que utilizavam, que construto canônico propunham nas disciplinas que ajudaram a criar. Para Ginzburg (1989) este processo de busca destes indícios equivale ao processo da caça5 , em que muito deve ser praticamente adivinhado de sugestões mínimas, como pegadas, etc... O processo em si, bem simples, envolve operações como 5 Ginzburg (1989: 145 e 151) fala textualmente em “caça” e em “método investigativo”, quando cita os caçadores e os indícios (pegadas) e quando fala em Sherlock Holmes de Connan Doyle, como bases de sua teoria. 10 análise, comparação e classificação. Trata-se de observar atentamente e com minúcias, cada detalhe, inferindo a partir daí o que não está a mostra. A cada momento, na análise dos documentos/programas, em que se falava de Literatura estávamos observando em que medida o dito parecia corresponder ao que se estava dizendo, ou, em que medida se escond iam ali, indícios de uma outra realidade. Entendemos que também o "lugar" de onde um determinado discurso provinha era fundamental na sua identificação ideológica, por isso não hesitamos em tomar de empréstimo em nossa análise esta categoria da análise do discurso: Em uma situação na qual o sujeito deve falar de sua opção diante de um projeto de ação, ao usar uma ou outra das possibilidades (...), estará definindo diferentes relações com a ideologia, ou seja, estará inscrevendo seu dizer em uma ou outra formação discursiva, as quais, por sua vez, se relacionam, se confrontam, na produção de sentidos. Por isso é que, em análise de discurso, se considera que o que define o sujeito é o lugar do qual ele fala, em relação aos diferentes lugares de uma formação social. Para entender o sentido de cada uma das construções (...)é preciso pensar sua relação com as demais. (...)[As] distinções significam e dizem respeito tanto ao sujeito quanto ao(s) sentido(s) produzidos. (ORLANDI, 1995b, p. 66-7) Este “lugar” que “poderá ser” tanto uma posição ocupada, quanto uma época, uma situação, um contexto, ou sua origem, em muito nos interessou. Pois foi somente a partir dele que pudemos vislumbrar o tipo de imagem do cânone foi utilizada na criação do curso de letras da UFRR, quais implicações esta escolha teve, e para onde apontava. Num segundo momento, uma vez concluída a fase de entendimento e reconstrução da gênese do curso de Letras da UFRR, procuramos iniciar o processo de comparação dos programas de ensino desta Instituição de Ensino Superior com programas de disciplinas de Literatura equivalentes de cursos de Letras de instituições tradicionais da região Sudeste, bem como com da Universidade Federal do Ceará. Esta escolha, de uma instituição nordestina deveu-se à hipótese, que levantamos ainda na fase de recolha e leitura dos programas da UFRR, de que seria esta a Universidade de onde teria vindo o maior efetivo de professores de Literatura, fundadores do curso de letras da UFRR e, com eles, em sua bagagem, uma parte do material que dispunham para a criação de um curso de Letras. Não poderemos nos limitar a apenas uma ou duas disciplinas do campo literário, embora saibamos os riscos (pela abrangência do intento) que corrremos. Poderíamos apenas optar por Teoria da Literatura e uma ou outra eventual disciplina pedagógica que 11 abordasse a questão do ensino de Literatura, mas não poderíamos ter uma visão mais panorâmica da parcela do cânone apreendida pelo curso de Letras de Roraima, nem, muito menos, tentar confrontá- lo com os de outras universidades. Pois como diz o professor Jobim: Como a disciplina não aparece isolada, mas numa malha curricular em que se presume ser ela parte de um quebra-cabeças no qual todas as peças são necessárias para a imagem total, nunca deveríamos analisar isoladamente uma disciplina singular, já que sua própria identidade disciplinar depende de um intrincado jogo de oposições e diferenças em que ela se afirma em relação às outras, pela suposta presença ou ausência de determinadas marcas discursivas. A inserção de cada disciplina em um jogo que não se esgota nela faz com que a análise crítica de qualquer delas implique uma análise da própria institucionalização dos estudos literários. (JOBIM, 1996, p.57) Achamos ser necessária a comparação com os cursos de Letras abaixo, e não outros, uma vez que entendemos serem estas Instituições – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (UNICAMP) – aquelas mais centrais, modelos segundo os quais se organizou a maior parte das demais Universidades. O argumento que corrobora esta escolha provém do fato de que algumas destas Universidades estão entre as primeiras surgidas no Brasil (Universidade do Brasil, hoje UFRJ, por exemplo), caracterizando-se como instituições já “solidificadas” em sua base, fator que além de permitir larga produção científicoacadêmica, serve também de parâmetro para a identificação de possíveis diferenças no modelo empregado na criação da UFRR, bem como, do seu curso de Letras. Por outro lado, a inclusão da UFC, como já dissemos, deveu-se a termos achado um programa antigo da UFRR, em cujo cabeçalho constava o nome desta instituição, fato que serviu para alimentar a “lenda” de que talvez esta fosse a fonte dos programas da UFRR. Além disso, esta instituição tem um vasto histórico e tradição no ensino de Letras na Região Nordeste. Para efeito de comparação e recorte, uma vez verificadas preliminarmente as grades curriculares dos cursos de Letras de diversas universidades, solicitamos principalmente à UFF e à UFC material da mais variada espécie entre currículos, programas e fluxogramas e nos ativemos, preferencialmente, à comparação no conjunto destas três instituições, buscando eventualmente complementar o processo comparativo com elementos das demais anteriormente elencadas. 12 Quanto à questão dos modelos a serem comparados, embora a Universidade Federal do Rio de Janeiro, outrora Universidade do Brasil (título recentemente recuperado), fosse a mais tradicional (e talvez, em termos de tradição, a mais central) de todas as pesquisadas, a estrutura que observamos no seu curso de letras impediu a comparação mais efetiva com as demais, por se tratar de um modelo, em que, inicialmente o aluno cursa o Bacharelado, para depois agregar a este as disciplinas pedagógicas e os estágios respectivos, cumprindo o quesito mínimo para se tornar um licenciado. Foram confeccionadas tabelas, tanto da UFRR comparando suas diversas fases e modificações, quanto do conjunto das três intituições nas quais se centrou nossa pesquisa. As tabelas referentes apenas à UFRR respeitaram um critério evolutivo entre os programas da mesma disciplina e foram organizadas especialmente em torno da bibliografia e das ementas que traziam. Já as tabelas comparativas entre instituições tiveram um critério temporal diferenciado das tabelas anteriores, uma vez que o tempo de existência de cada uma das instituições difere em muito das demais. Foram adotadas épocas para identificar programas antigos e novos/recentes. Para o curso de Letras da UFF, até 1994 todos os programas são considerados antigos; para a UFRR serão antigos os programas cujo alcance vai de sua fundação em 1990 até 1999 e; para a UFC a antiguidade será pautada pelo período dos idos de 1980 a 1992. Embora na UFF encontremos, na área de Teoria da Literatura programas de 1971 não foi possível, em função da divisão existente entre os Departamentos que compõem o seu curso de Letras (e de reformas departamentais ocorridas anteriormente), conseguir uma homogeneidade quanto às épocas retratadas pelos programas de disciplinas, em função da especificidade dos arquivos de cada Departamento. Deste modo, os programas de Teoria da Literatura pertencentes ao Departamento de Ciências da Linguagem puderam ser vistos desde a década de 1970, enquanto os de Literatura Brasileira, Portuguesa e demais disciplinas do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas abrangeram, no máximo, a década de 1980. Tivemos que nos basear em fluxogramas e outros itens como ementários para reconstituir a divisão de épocas em termos de UFF. Ainda assim, dada a profusão de programas, inclusive com ementas e conteúdos diferentes, em perídos subseqüentes dentro dos intervalos (antigo/recente) que criamos, acreditamos ser esta uma divisão um pouco arbitrária, mas funcional em termos comparativos. 13 Nas tabelas, no item vigência, foram utilizados os termos “antigo” e “atual”. Apenas, quando o programa trazia o ano de aplicação do mesmo, este foi colocado entre parêntesis. Embora, nem todos os programas trouxessem o ano de vigência, foi possível enquadra-los na categoria antigo/atual, seja pelo nome do Departamento (no caso da UFF, disciplinas ministradas pelo Departamento de Literatura só puderam ser enquadradas na vigência antiga), ou pelo código ou nome da disciplina pertencer ao fluxograma antigo ou atual (até 2002). A partir de 1993 para os programas da UFC (que é o período da última reforma curricular/programática de que temos notícia naquela instituição), teremos o perído “recente” ou, conforme consta na tabelas, “atual”, o qual se estenderá até 2002, data de nosso recorte. No caso da UFF, este período “atual” será compreendido entre os anos “de 1995 em diante” (conforme consta em alguns programas do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas), até o final do ano de 2002. Limitarmos nosso objeto ao ano de 2002 por uma questão de recorte, uma vez que no ano de 2003 o currículo será novamente reformulado (assim como na UFC). Nossa atualidade se restringe (tanto na UFF, quanto na UFC), portanto, ao ano de 2002. Já na UFRR, dado o fato da Instituição ser recente, os períodos não puderam se equivaler às demais, permanecendo o recente ou “atual”, como tudo o que foi implementado, em termos de currículo de Letras, a partir de 2000 até o início de 2003. Além da vigência, constam nas tabelas a ementa, conteúdo (linha de estudos/proposta), aplicabilidade/objetivos e bibliografia. Para efeito de diminuição do conteúdo das tabelas foi organizada uma lista bibliográfica numerada que se encontra ao final da tese, nos anexos. Esta lista reúne todas as bibliografias citadas nos programas (que dispomos) das disciplinas do campo literário da UFRR, UFC e UFF. Nas tabelas referentes às disciplinas constará apenas o código alfa-numérico referente aos números de cada texto constante da bibliografia e à letra com que a bibliografia de cada disciplina foi denominada. Embora também conste do anexo a legenda para a leitura do código alfa-numérico, reproduzimo- la aqui, antecipadamente pra explicitarmos seu funcionamento. Legenda da bibliografia dos programas das disciplinas: A – Teoria da Literatura B – Literatura Infanto-Juveníl 14 C – Ensino de Literatura D – Literatura Portuguesa E – Literatura Brasileira F – História da Literatura G – Literatura Regional (inclui a Literatura Popular e a Cearense) H – Literaturas de Expressão Africanas Um pequeno incoveniente, em termos metodológicos, ocorreu, porém, quando da confecção das tabelas e das listas bibliográficas que as acompanham. Em função do acúmulo de trabalho nas Secretarias da graduação da UFF, especialmente no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, houve um considerável atraso na entrega das fotocópias solicitadas, referentes aos programas de disciplinas “antigos” daquele Departamento. Este fato acabou gerando um descompasso na ordem alfabética de nossa “Lista bibliográfica dos programas de disciplinas” que consta, para fins de consulta e entendimento do conteúdo das tabelas, dos anexos de nossa tese. Assim sendo, a maioria da bibliografia referente aos programas antigos da UFF que não se repete nos demais programas (mais recentes) da própria UFF, da UFC, ou da UFRR, foi acrescida (em ordem alfabética posterior a já existente) ao final de cada lista. Este fato se deu principalmente com a bibliografia das disciplinas referentes às Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira, Teoria da Literatura, Literatura Infanto-Juvenil e Literaturas de Expressão Africana. Ainda com o fito de diminuir o espaço ocupado pelas tabelas e auxiliar na diagramação, bem como na leitura do texto, foi utilizado na confecção das tabelas o artifício da abreviatura. As mais utilizadas constam da pequena legenda a seguir (mas pode haver outras). Abreviaturas mais comuns (utilizadas nas tabelas) Lit./ Liter. – Literatura(s) Inf./Infant. – Infantil Port./Portug. – Portuguesa Bras. – Brasileira Teor. – Teoria Prát. – Prática Séc. - Século 15 Eventualmente, ainda em função do espaço e da diagramação das tabelas, houve problemas de separação silábica nas palavras inseridas nas células que constituem as tabelas. Resolvemos que era melhor manter a divisão silábica errônea, para evitar uma diminuição do corpo da letra que constitui as tabelas, o que dificultaria sua leitura. Também foi criada, em função da análise preliminar da bibliografia, no momento da confecção das tabelas, uma categoria canônica referente à crítica a qual chamamos “cânone disciplinar”. A criação desta categoria se deu em função da percepção de que havia muito mais material bibliográfico técnico e/ou crítico, que propriamente literário, nos programas a serem analisados, fato que deu origem à divisão do item “Literatura/bibliografia” (constante da maioria das tabelas de análise de programas de disciplinas), em dois segmentos: a “bibliografia literária” e a “bibliografia crítica”. Sabemos, no entanto, que cada uma das expressões descritas na página 17 desta tese (a saber: “cânone disciplinar”, “cânone técnico”, “cânone especializado”) dirá respeito a um domínio restrito do conhecimento. Apesar de tentarmos reunir parcelas distintas da produção textual daqueles setores que lidam com o objeto literário sob uma mesma denominação (cânone disciplinar), acha mos ser possível estabelecer distinções entre cada uma das acepções atribuíveis às expressões “cânone técnico”, “cânone especializado” e “cânone disciplinar”. Não queremos, ao reuní- las sob a denominação única de “cânone disciplinar”, dá- las como sinônimas entre si, mas indicar a criação de uma categoria de análise que as torne comuns, no contexto desta tese, por acreditarmos não ser necessário distingüí- las entre si no momento. Não nos preocupamos em distinguir em nossa análise as diversas facetas (ou possíveis subcategorias) do que chamamos cânone disciplinar (quando tratamos do cânone que trata do objeto literatura, ou a ele está implicado de algum modo, ou através de alguma metodologia), porque não é esta a nossa questão central. Resolvemos, pois, considerá- las (às prováveis facetas) como o conjunto dos elementos não literários que constituem a bibliografia dos programas de Literatura dos cursos de Letras analisados. Uma provável faceta/acepção de “cânone técnico” seria mais ampla que o meramente “disciplinar” e talvez pudesse ser interdisciplinar (abrangendo técnicos de outras disciplinas, que não a literatura, que estivessem pesquisando o objeto literário), ou mesmo transdisciplinar, mas esbarraria no limite da técnica, excluindo provavelmente uma crítica mais impressionista e menos “técnica” (que também faz e 16 fez parte do universo literário). Por outro lado, “cânone especializado” poderia abranger o “disciplinar” e o “técnico”, assim como prováveis atores sociais “especializados” em crítica impressionista para meios de divulgação massiva, mas poderia afastar nãoespecialistas no objeto literário, também canônicos em outras áreas, e largamente utilizados na bibliografia de cursos e disciplinas de Literatura, como, por exemplo: Taine, Marx, Freud, etc. Deste modo, elegemos arbitrariamente a expressão “cânone disciplinar”, para tentarmos abarcar a todas as demais categorias e atores sociais que lidam com o objeto literário. Ao lidarmos com a categoria de análise “cânone disciplinar” tencionávamos, de certa forma, observar quais caminhos do pensamento teórico- metodológico (um cânone mais histórico ou mais temático, por exemplo) estavam sendo trilhados e estabelecidos através desta categoria, em nosso curso de Letras da UFRR, fator que, por sua vez, também poderia funcionar como guia de análise, no caso de um cotejo com outras realidades acadêmicas. 17 CAPITULO II – CÂNONE E ENSINO DE LITERATURA NA UNIVERSIDADE O conhecimento conceitual coloca o aluno em sintonia com o espírito universitário, o conhecimento específico da história de sua universalidade que lhe dá o sentimento de coleguismo com os demais alunos e ex-alunos, faz dele um grupo, uma família intelectual. Cristovam Buarque 2.1 - O que é cânone? O cânone, para alguns, pode ser representado como um corpus de textos que em um dado momento histórico obtiveram destaque social e permaneceram na cultura, quer como modelos de seus gêneros, quer como material didático. Para outros, trata-se de uma forma de estratificação e regulação social (que pode ser de fundo nacional, regional, racial, classista, religioso, sexual, ou de outro tipo qualquer), na qual o “poder” socialmente instituído propõe o controle e a perpetuação do “sistema ”, através da eleição de textos “modelo”, dentro da cultura literária. De qualquer modo, há um consenso sobre o fato de o cânone ser uma seleção de textos relevantes, para a forma 18 como a cultura de um povo está organizada numa determinada época. Vejamos o que diz a este respeito José Luis Jobim: “Cânon (...) foi a palavra usada para designar o universo de autores e obras que são valorizados, lembrados e aceitos como importantes em determinada comunidade.” (JOBIM, 1998, p.203) É importante ressaltar que, para ele, este “universo de autores e obras”, além de não significar o todo da literatura, está delimitado pelo espaço-tempo de uma “determinada comunidade”. Assim, podemos entender que o cânone é uma construção social contextualizada. Mas, além disso, convém ressaltar que sua principal característica está na importância que detém para uma determinada comunidade. Esta importância pode ser imputada a vários fatores: por um lado pode ser a questão da representação dos valores de determinada época, do modo como vivia certa parcela, ou o todo daquela comunidade, o registro histórico de fatos e lendas ligadas àquela comunidade. Pode ser também que alguns dos textos selecionados digam respeito a questões de ordem moral, comportamental, ou qualquer outro fator que mereça ser destacado como importante à sobrevivência do modus vivendi daquela comunidade, ou que uma parte destes textos guarde em si apenas elementos estéticos de outras eras (e até mesmo do presente) que mereçam ser preservados como patrimônio cultural, enfim, há diversos fatores, quer históricos, quer político- ideológicos, quer didáticopedagógicos, quer sociais, ou estéticos, que podem fazer com que uma obra seja “canonizada”. Podemos acrescentar a esta uma outra fala sobre o cânone, em que se busca uma justificativa mais ampla. Trata-se da definição de Roberto Reis, que segue abaixo: O termo (do grego kanon, espécie de vara de medir) entrou para as línguas românicas com o sentido de “norma” ou “lei”. Durante os primórdios da cristandade, teólogos o utilizaram para selecionar aqueles autores e textos que mereciam ser preservados e, em conseqüência, banir da Bíblia os que não se prestavam para disseminar as “verdades” que deveriam ser incorporadas ao livro sagrado e pregadas aos seguidores da fé cristã. O que interessa reter, mais do que uma diacronia, é que o conceito de cânon implica um princípio de seleção (e exclusão) e, assim, não se pode desvincular da questão do poder: obviamente, os que selecionam (e excluem) estão investidos da autoridade para fazê-lo e o farão de acordo com seus interesses (isto é, da sua classe, de sua cultura, etc.). Convém atentar ainda para o fato de que o exercício dessa autoridade se faz num determinado espaço institucional (no caso a Igreja). Nas artes em geral e na literatura, que nos interessa mais de perto, “cânon” significa um perene e exemplar conjunto de obras – os clássicos, as obras-primas dos grandes mestres -, um patrimônio da humanidade (e, hoje percebemos com mais clareza esta “humanidade” é muito fechada e restrita) a ser preservada para as futuras gerações, cujo valor é indisputável. (REIS, 1992, p.70) 19 Como podemos ver acima, o cânone não representa o todo da Literatura, mas uma escolha, uma construção excludente, em torno de um grupo de obras e autores. Concordamos com Lajolo (1984) sobre a dificuldade de se definir quando um texto, jornalístico, por exemplo, se torna, ou deixa de se tornar literário. Acreditamos ser esta também uma dificuldade de definição inerente ao cânone. Em alguns casos é quase impossível definir quando um texto pertence, ou não, ao centro ou à periferia da Literatura. Tudo dependerá da seleção de “quem”, de que escola, de que modelo, de que época, de que manifestação ideológica, estamos falando. É claro que em relação ao cânone, pela sua aparentemente pacífica condição de modelo, parece mais fácil definílo, do que o que é e do que não é Literatura, mas, apesar das aparências, a dificuldade é igual, se não maior. A delimitação das fronteiras entre arte e não-arte [assim como as de literatura e não-literatura] dá-se no interior de sistemas culturais, cujos elementos constituintes estão inter-relacionados, e somente dentro dos sistemas e nos limites de suas articulações podemos entender o papel desses elementos. Não são apenas as qualidades endógenas de um texto (...) que o farão pertencer ou não, à literatura, mas é o próprio sistema cultural como um todo, que determinará a classificação desse texto. (JOBIM, 1996, p. 91). É interessante ressaltar que “a classificação” no “interior de um sistema cultural”, de que nos fala acima Jobim, além de ter um caráter seletivo de pertencimento e mérito, também tem um caráter hierárquico e, acaba se tornando uma espécie de índice do que é melhor ou pior, do que é mais, ou menos, canônico. Os mesmos agentes sociais que definem Literatura e cânone utilizam-se quase sempre dos mesmos critérios para definir um e outro. Apenas acrescentaríamos, para efeito de diferenciação, que o canônico é uma instância da Literatura, que, sem lhe ser totalmente interna, tampouco lhe é externa. Ou melhor: podemos considerar o cânone como uma forma de organizar o literário, de hierarquizá-lo, de contê-lo em si, renovando-o e renovando-se com ele. Embora não haja consenso sobre “quem” e “por que” opera esta seleção, há uma posição, que aponta para esta prática como um ato de auto-perpetuação do poder, uma espécie de “instinto de sobrevivência” desta parcela da sociedade, também chamada de elite cultural. Para esta posição o cânone é, sobretudo, um instrumento de perpetuação do poder de quem o institui. 20 É talvez mais acertado concluir, seguindo a linha de argumentação até agora desenvolvida, que uma obra está tanto mais perto de ser literária na medida em que, mais se aproxima do canônico, ou, do que Marisa Lajolo (LAJOLO, 1990, p.103) afirma ser o “clássico 6 ”. Pode-se dizer que o cânone não se comporta como um todo monolítico. Pelo contrário, como vimos na hipótese acima, pode, segundo valores de época, haver algumas mudanças no seu corpus que levem ao esquecimento obras, que em períodos anteriores eram unânimes, trazendo-se à tona outras, cujo valor artístico- literário poderia ser questionável em momentos diferentes da história. Tudo depende do contexto em que é feita a seleção, quem propõe e com que objetivos. Dois princípios parecem margear a existência do cânone, dando- lhe a forma com que ele se nos apresenta: o princípio de “seleção” e o de “permanência ”. Sobre o princípio de seleção parece haver um tácito (e aparentemente óbvio) acordo: um texto para pertencer ao cânone não pode ignorar toda a tradição literária pré-existente. Deve sim dialogar com esta (na medida do possível) e ocupar o espaço que a tradição lhe propõe na cadeia histórica. Ou seja, assim como há uma tradição que formata e determina o que é e o que não é arte, seja em função da aceitação dos modelos préexistentes, seja pela negação destes, também há uma tradição do que pode, ou não, ser considerado canônico, uma vez que os conceitos de cânone e de arte (especialmente no que tange à Literatura) estão intimamente interligados. A mesma regra, porém, pode não se aplicar ao princípio de permanência dada a sua característica diacrônica. Um texto, ainda que não dialogue direta e estreitamente (de modo sincrônico) com a tradição literária pode, num determinado momento, continuar sendo considerado um clássico da Literatura, ou, dependendo do contexto, apenas pertencer ao rol dos textos considerados literários. A permanência de um texto no seleto grupo das obras clássicas obedece, portanto, a um critério histórico. Embora também aí se pressuponha que o canônico seja contextual, termina-se por pautá- lo por outros critérios (ainda circunstanciais, mas relativos a cada unidade de tempo dentro do período sincrônico cuja análise for efetivada). Sendo assim, todo objeto canônico pode obedecer a regras como as de “pertinência” (ser ou não um texto pertinente à leitura em determinado período, região, classe, local, etc., ou obedecer a regra de ser “atualizado”, fator que determina o grau de 6 Termo posteriormente discutido na seção 1.3 desta tese. 21 dificuldade que sua leitura apresenta para uma determinada geração de leitores), ou investir nos fatores de “divulgação”, “circulação” e “vendagem” (embora este último não seja um critério muito empregado em termos de academia, trata-se de uma tendência cada vez mais presente em nossos dias). No que tange à “divulgação” e “circulação”, a própria escola (ou melhor, os textos que nela circulam/são divulgados), e o ensino de Literatura, em geral, servem como “termômetros” da seleção e/ou da permanência de determinados textos no seleto grupo dos clássicos 7 . Todas estas variações e ainda outras, tais como a língua 8 (e possíveis variações lingüísticas), a “nacionalidade”, etc., podem fazer variar muito o canônico, de região para região, de academia para academia (aqui, neste caso, em função principalmente do fazer acadêmico de cada Instituição de Ensino e Pesquisa, das “ideologias”, métodos, correntes filosóficas, epistemológicas, implicadas no processo de canonização, como um todo). O nascedouro (e o sustentáculo) do canônico será sempre o leitor. A dimensão do homem no cânone será sempre a dimensão do que é possível ler (ou desejar ler) no espaço de uma vida. O que não é o mesmo que dizer que ele se resuma a um leitor. De qualquer modo, o mais, aquilo que não leremos, será sempre frustração. Borges, quando questionado, em uma de suas raras entrevistas à televisão, sobre a doença que o levaria a cegueira, se lamentava, não tanto de não poder ler mais, mas principalmente de não poder ler tudo. Bloom, ao admitir que O cânone ocidental é mais “seu” do que propriamente do “mundo ocidental”, também diz que “quem lê tem de escolher, pois não há literalmente tempo suficiente para ler tudo, mesmo que não se faça mais nada além disso” (BLOOM, 2001, p.23). Mas as pessoas em geral ainda tendem a crer em extremos. De um lado crêem na idéia “mítica” de que realmente exista um cânone universal, de outro lado crêem que ele possa ser uma escolha individual/pessoal (sobre essa segunda crença falaremos adiante no item 1.2 deste capítulo). Podemos definir um suposto cânone universal como um grande universo místico e mítico da Literatura. Místico pela impossibilidade de atingilo, de recriá- lo, de haver um consenso universal em torno de suas “mágicas” fronteiras e de seu conteúdo. Mítico pela força ideológico-literária de suas obras mais centrais (e 7 Tomamos a expressão “clássicos” como sinônimo de “canônico”. Queremos ressaltar que essas variações, em torno da língua/linguagem, podem se dar em quaisquer das três esferas implicadas na questão: tanto público, quanto crítica, quanto o próprio texto em si, tornando profundamente diferente a constituição de um cânone, até mesmo em regiões próximas entre si. Há um sem-número de questões, certamente não citadas aqui, que podem influenciar neste processo. Não é nossa pretensão conhecê-las a todas . 8 22 mais consensuais), pelo poder quase mágico de respeitabilidade que adquiriram ao longo das eras, tornando-se, algumas delas, tão imbricadas na formação da nossa cultura ocidental que não se pode, em alguns casos, já quase distingui- las deste outro construto. Preferimos partir, para definir “o” cânone, da idéia de nacionalidade de Anderson, conforme Jobim a sintetiza: “nação [é] uma comunidade política imaginada, e imaginada como implicitamente limitada e soberana 9 ”(JOBIM, 2002, p.42),. O canônico também é uma comunidade política “imaginada” (na verdade ideológica) de autores e obras. Imaginada no sentido de uma comunidade que não conhece suas fronteiras, não chega a um consenso sobre sua constituição, mas ainda assim se imagina sólida, monolítica, una, coesa, quando na verdade não existe de fato, é uma ficção coletiva, cujo enredo é sempre diferente, mediante condições específicas. Portanto, ao afirmarmos sua não-existência efetiva, nos moldes em que o imaginamos, não o estamos negando, apenas transferindo sua possível existência para a esfera do imaginável, mais precisamente para o imaginário coletivo. Tampouco se trata de um problema de dimensionamento. Suas dimensões – menores que o todo da Literatura, mas, ainda assim, surpreendentemente agigantadas – seriam relativamente aceitáveis, se fosse possível organizá- lo. O problema é de critérios. De critérios, ideologia e “conhecimento”. “Conhecimento” no melhor sentido da onisciência divina. Haveria que se conhecer o todo da produção literária global para se fazer uma seleção, no mínimo, justa. E mesmo que isto fosse possível, quais critérios, das diferentes culturas existentes, seriam adotados? Não se pretende aqui negar as origens européias do nosso cânone, tampouco negar um núcleo histórico de autores e obras da antiguidade, que sejam comuns à maioria dos modelos canônicos que se pretendam de origem ocidental. Mas esta é uma idéia que perdura, entre nós por séculos; uma idéia que tem como quesito o imaginário; uma idéia que presume ser possível reunir numa mesma lista diferentes autores, obras, estilos, linguagens, visões de mundo, culturas, épocas e contextos; uma idéia por demais ambiciosa; uma idéia, enfim, que, pelas suas próprias dimensões e pela diversidade que apresenta, afastaria de si os próprios limites, tornando-se vaga, indeterminada, somente agrupada e parcamente definível através do imaginário coletivo. Trata-se de uma imagem que recebemos parcialmente pronta, terminamos de construir, fixamos e à qual 9 Grifos do autor 23 nos apegamos, retransmitindo-a, sempre mesclada aos valores da época em que vivemos. Mesmo entre os pesquisadores, do ponto de vista acadêmico, esta é “comunidade imaginada”, ou uma imagem que criamos e perpetuamos. Embora se alegue que o ‘objeto’ dos pesquisadores seja a literatura, é interessante assinalar que não há consenso entre eles sobre a própria configuração deste ‘objeto’. Contudo, mesmo sem consenso, podemos verificar que existem representações dele. E mais: ao transmitirem institucionalmente aos discentes (que depois, como professores, retransmitirão aos seus futuros alunos), uma determinada representação de literatura, depreendida dos autores e obras selecionados, os cursos de Letras são responsáveis pela criação de uma imagem do literário. Como já afirmei em outra ocasião, o estudo das convenções, normas e valores que fundamentam a escolha do cânon pode esclarecer esta imagem: os autores e obras que são valorizados, lembrados, aceitos e incluídos em nossos programas, bem como os que são desvalorizados, esquecidos rejeitados e excluídos [equivale dizer: apagados], podem tornar claro o centro e as margens desta imagem, assim como os fundamentos de sua constituição. (JOBIM, 1996, p.56) É a partir daí, deste imaginário, desta “imagem do literário” didaticamente “criada”, que podemos nos acercar do conjunto formado por aquilo que cada indivíduo tem como cânone e que, na verdade, não é a mesma coisa para todos, mas existe, para todos, como uma “comunidade imaginada”. A idéia de uma “comunidade” leva a se pensar, novamente, na questão da nacionalidade. O cânone per si não suplanta, as barreiras impostas pela linguagem e pela nacionalidade de um autor/obra. Neste sentido o nacional também poderá se constituir num poderoso marco/limite entre grupos de pesquisadores no interior da academia, como também na comunidade leitora em geral. É bom lembrar que, na área de Letras, a demarcação de territórios na maioria das vezes se dá sob a égide de uma determinada concepção de nacionalidade e de literatura. ‘Literatura’ é a palavra-chave, pretensamente comum a todos os profissionais, ‘naciona lidade’ é o marco das fronteiras em que se separam os especialistas. Mas ambos os termos têm uma história e uma relação com a instituição universitária. (JOBIM, 1996, p.56) A relação de nacionalidade com cânone não se presta somente à analogia entre uma comunidade imaginada e outra, ou a separar/identificar diferentes grupos de pesquisadores, matizando/diferenciando seu (mesmo) objeto, a Literatura. É preciso que pensemos que o canônico, em função dos diversos fatores já aqui abordados, como língua, variabilidade de temas e contextos de produção, também pode ser entendido como uma forma de expressão da “identidade nacional”. O cânone pode ser definido por 24 questões locais. Sua constituição é, também, a invenção do nacional e, por conseguinte, do regional e do local. Deste modo, ao mesmo tempo em que agrupa em si a possibilidade da constituição de uma comunidade imaginada, afiançando- lhe o caráter nacional, pode, atribuir caráter regional ou local a determinada obra, ou modelo literário. Assim o cânone pode ser uma instância aglutinadora que também funciona, paradoxalmente, como agente no reconhecimento de diferenças locais dentro do nacional. 2.2 - O cânone e suas possibilidades Como vimos antes, algumas vezes o cânone também pôde, aparentemente, ser reduzido, à condição de “individual”: o cânone de “fulano” ou “beltrano”. Esta, na verdade, é uma condição ilusória, pois, o aparentemente individual oculta o lugar de onde se fala (ou o lugar de onde parte a seleção), os fatores implicados nesta seleção supostamente subjetiva. Questões como a formação de quem faz a seleção, as pressões sociais a que este “indivíduo” está sujeito, bem como os fatores acima elencados, são, via de regra, coletivos, sociais, mas nem sempre aparecem quando se fala em autoria, em seleção feita pelo indivíduo “A”, ou “B”. Esquecemo-nos, ao imputar a responsabilidade da escolha ao subjetivo, que a subjetividade é, também, fruto da coletividade, da história, da sociedade. É possível exemplo desta aparente confusão, o cânone de Bloom (O cânone Ocidental), conforme responde o próprio Harold Bloom (Bloom10 apud Jobim, 2002, p.61-2) quando perguntado por um repórter brasileiro se a ausência de textos em língua portuguesa (especialmente Machado de Assis) em seu livro “The Western Canon”, “não criaria sérios danos a uma lista que pretende conter o modelo canônico da literatura ocidental, Bloom acrescentou: “sem dúvida, mas lembre-se : minha lista não é “o” cânone, é o meu cânone” (PIZA 11 apud JOBIM, 2002, p. 61-2). 10 BLOOM, Harold. The Western Cânon: The Books and School of the Ages. New York: Harcourt Brace & Company, 1994. 11 PIZA, Daniel. Crítico lança The Western Cânon, em que defende e lista 850 grandes autores do Ocidente, um só brasileiro. Folha de São Paulo, Caderno Mais, 28 agos, 1994. 25 Nossa crítica e historiadores literários acreditam ser Machado de Assis, assim como Cruz e Sousa, dentre outros, autores “universais”. Para alguns, os “melhores do mundo” nos seus estilos. Por este motivo esperamos vê- los entre aqueles que formam a seletíssima “nata” do que poderia vir a se chamar “cânone ocidental”. Mas nos esquecemos de barreiras (coletivas) como a língua, a cultura e outros elementos mais, que fazem com que eles não estejam “lá”12 . Aliás, estas barreiras fazem com que este “lá” sequer exista. Ou melhor, exista sempre de forma diferente, dependendo de que grupo ou qual “representante emblemático 13 ” de uma instância coletiva e de com que teoria, intenção e conhecimento social e historicamente constituído o forjou. Mesmo assim, fazemos questão de imaginá- lo, idealizá- lo, como se ele fosse possível in totum, e fazemos questão de colocar, em nome de nosso “nacionalismo”(de nosso “poder existir” enquanto constructo-nação/identidade), nossos grandes autores, ombro a ombro com os grandes de outras culturas. Casos como o do livro de Ana Maria Machado - Como e porque ler os clássicos universais desde cedo? (MACHADO, 2002) - já largamente utilizado como sugestão de leitura, em escolas do ensino fundamental, por alguns professores, evidenciam uma escolha aparentemente pessoal. Neste caso há uma clara intenção de fazer prevalecer àquela proposta num determinado nível, meio, faixa etária e tipo de público. Geralmente são tidos como “sugestão de leitura”, dentro de uma tendência didático-pedagógica, até certo ponto recente, que pretende fazer ler, pelo prazer da leitura, e não pela “didatização/pedagogização” da Literatura. Em outros casos, os mais comuns, os supostos “cânones individuais” são pensados a partir da proposta teórica/projeto, de seus autores, que respondendo a um impulso quase sempre de fundo acadêmico, portanto coletivo, institucional, o formulam de acordo com sua inserção ideológico-metodológica, na extensa malha de teorias e formas de discurso que nutrem a Literatura e se nutrem dela. Pode-se apontar como exemplo o livro Porque ler os clássicos de Ítalo Calvino (CALVINO, 2001). 12 Pelo menos não constam no Cânon de Bloom O Cânone Ocidental. (BLOOM, 2001) “Representante emblemático” foi o termo que nos ocorreu para indicar “indivíduos” que pela sua penetração pública e pela auto-consciência deste poder e desta responsabilidade, além, é claro, de sua formação, obtida nos moldes de algum movimento/modelo cultural social e historicamente constituído, deixam de ter um status individual/subjetivo, para assumirem o lugar simbólico de destaque naquilo que produzem culturalmente perante a sociedade, tornando-se “emblemas”/”marcas registradas” de um movimento, ou de um modelo. Apesar de continuarem sendo representados, para o grande público, como indivíduos e aparentemente espelharem esta condição, representam a síntese de uma dada situação coletiva ou institucional. 13 26 No caso (só pra dar dois exemplos contemporâneos entre si), das “Histórias da Literatura”: a de Antônio Cândido – Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos, lançado em 1959 e, a de Afrânio Coutinho – A Literatura no Brasil, lançado entre 1955 e 1959, há uma possibilidade de comparação direta entre dois “autores” distintos. Ali, há dois modelos de interpretação da história e dos fenômenos literários no Brasil. Há também duas formas diferentes, apoiadas por referenciais teóricos distintos, de conceber o cânone (o que implica não poderem ser estas escolhas “individuais”, mas frutos de práticas acadêmicas socialmente aceitas e instituídas). Em decorrência disso, apesar de não se poder pensar em termos individuais, diz-se que há dois diferentes cânones, o de “Coutinho ” e o de “Cândido”. Um dos fatores que faz a diferença entre as obras de Antônio Cândido e Afrânio Coutinho, pode ser aquele que aponta CAMPOS (1989). Segundo Campos, Cândido teria ignorado, ou melhor, “raptado”, propositadamente, Gregório de Mattos e o Barroco nacional de nossa história literária, desfigurando-a, enquanto Coutinho, por outro lado seria mais inclusivo. Para outra estudiosa, Flora Sussekind, no entanto, o livro de Cândido procura demonstrar que “a [literatura] brasileira não nasce, é claro, mas se configura no decorrer do século XVIII, encorpando o processo formativo, que vinha de antes e continuou depois” (SUSSEKIND, 1993, p. 23). Para Flora Sussekind, enquanto Cândido (1981) trabalha com a idéia de uma Literatura constituindo e sendo constituída como um sistema, Coutinho (1959) trabalha com um modelo mais coletivo de confecção de “seu cânone”, mas também – acrescentamos – mais tradicional, no que tange à percepção da Literatura enquanto fato histórico, propondo uma periodização por si só, já naquele tempo, problemática. (SUSSEKIND, 1993) Tanto o crítico, individualmente, quanto qualquer leitor mais esclarecido das regras e funcionamento do sistema que rege o fazer da crítica literária, supostamente poderiam, a exemplo do que diz Bloom, acima, propor seus próprios cânones. Mas o crítico, o professor, o leitor mais esclarecido e o historiador pertencem cada qual a uma categoria, em que não se valem por si sós, não são apenas um indivíduo exercendo sua subjetividade, mas respondem à pressão da tradição do campo no qual estão inseridos, ao diálogo subrepitício com os colegas e opositores, tecendo assim, parte da malha do tecido social no qual se inserem. Há, porém, que se ressaltar que o cânone literário é também conseqüência daqueles, que operam a seleção do que, no âmbito da Literatura, merece, ou não, ser 27 “canonizado”. Trata-se da produção crítica relevante de alguns “especialistas”, ou seja, aqueles autores e obras que formam um outro grupo canônico, cujo “objeto” de trabalho é selecionar, ou trabalhar criticamente com a própria Literatura, como vimos nos exemplos anteriores. A ele, podemos nos referir como “cânone técnico”, como “cânone especializado” ou, como “cânone disciplinar”. Com o fim de evitarmos possíveis confusões adotaremos para efeito de categorização a expressão “cânone disciplinar” quando nos referirmos aos profissionais, teóricos, críticos, historiadores e profissionais afins, que lidam com a Literatura. “Cânone disciplinar”, nesta acepção, vem a ser um limitado corpus de textos nãoliterários, de autores socialmente legitimados, cuja natureza reflete a prática daqueles que lidam, quer como especialistas, quer tecnicamente, ou não, com o objeto “Literatura, e que, de certa forma, definem, delimitam e/ou prescrevem um certo universo de literatos e suas obras 14 . Sem entrarmos no mérito de questões tais como o poder da mídia, em promover, ou apagar, este ou aquele autor-crítico/obra-crítica, ou a relevância do “autor” de um determinado cânone disciplinar para sua respectiva área, ou fatia de público atingida pela sua obra, queremos nos prender à idéia de que, de uns tempos para cá, para alguns intelectuais (de maior ou menor destaque), a constante relativização de conceitos e regras que esta última era nos trouxe torna possível estender o conceito de cânone para além de seus eventuais limites e torná- lo mais específico. Há uma tendência, cada vez mais forte de associação do termo a setores da sociedade, vistos como dantes excluídos, minimizando-o (é comum que se use o argumento de que a criação deste tipo de cânone sirva para reparar as “injustiças” históricas). O que ocorre, na maioria das vezes, é que não há, propriamente, uma inclusão da produção literária destes setores no grupo canônico maior, mas a criação de cânones específicos, como o “feminino”, ou o “negro”, o “gay” e outros. Desta forma o que deveria, hipoteticamente, ser único, acaba por se tornar vário, um emaranhado de possíveis câno nes, atestando uma “crise” da idéia de “centralidade” de um cânone- imanência (que deixa de existir, dando espaço a setores que espelham/encampam lutas específicas). Tudo isto, no entanto, serve como elemento-prova da disputa pelo poder sobre a construção do imaginário coletivo, que está contido e que contém o construto canônico. A partir do momento em que existem disputas cada vez mais acirradas em torno de lotes 14 No capítulo III – Metodologia – (página 70) fazemos uma referência do porquê da escolha deste termo e não de algum dos demais aqui elencados. 28 e fatias no interior deste (cada vez mais ilusório) possível cânone universal, fica a percepção de que esta disputa entre “forças” ideológicas, não pode ser “apenas” pela hegemonia no campo literário. É considerando atentamente a dimensão pedagógica (atribuída à) da Literatura, que poderemos entender o quanto de poder, efetivamente, existe em jogo nestas disputas, que visam à inclusão de determinados setores (ou mesmo à criação de cânones diversos). Ler tem sido (em nossa sociedade dita “ocidental”, “branca”, “cristã”), ao longo de eras, sinônimo de conhecimento. De conhecimento e de re-conhecimento. E conhecimento é poder. O poder de dizer o que ler é, dentro desta perspectiva, em última instância, o poder de dizer quem deve e quem não deve ser socialmente reconhecido. Daí porquê o campo literário também se torna um campo de disputa social. Um campo em que quem detém mais “capital simbólico” também está no topo da pirâmide social. (BOURDIEU, 2001) 2.3 - Cânone e escola É, talvez na tentativa de explicação da palavra “clássico”, a partir do falso cognato latino “classis” (para classe), que está o ponto de contato entre “clássico”, “literatura” e “cânone”: Entre as instâncias responsáveis pelo endosso do caráter literário das obras que aspiram ao status de literatura, a escola é fundamental. A instituição escolar é das que há mais tempo e com maior eficiência vêm cumprindo o papel de avalista e fiadora da natureza e valor literários dos livros em circulação. (...) E qual foi o passe de mágica pelo qual a palavra clássico (a, os, as, ismo...) desenvolveu um significado segundo sobre um significado primeiro? Ou, melhor ainda: qual é o significado primeiro e qual é o segundo? Sem cartolas nem coelhos, a jogada está na palavra derivada de classis, palavra latina que significa classe de escola. Os clássicos, então, eram chamados clássicos por serem julgados adequados à leitura dos estudantes, úteis na consecução dos objetivos escolares. E como a escola, na seleção de seus textos, privilegiava os autores mais antigos, vem daí talvez a superposição de significados.(LAJOLO, 1984, p.39) Para Lajolo, “clássico” é tudo aquilo que era apropriado ao aprendizado das classes (turmas de sala de aula), tudo o que pudesse ser de cunho educativo ou didático 29 (em termos de literatura). Conseqüentemente, tudo o que o uso em sala de aula consagrou e perpetuou, tornou-se, em algum momento de nossa história, canônico. Como as histórias do narrador tradicional em Benjamim, para muitos, precursor do moderno professor, conforme aponta Gagnebin: “as histórias do narrador tradicional não são simplesmente ouvidas ou lidas, porém escutadas e seguidas; elas acarretam uma verdadeira formação (Bildung), válida para todos os indivíduos de uma mesma coletividade” (GAGNEBIN, 1995, p.66). A sala de aula é, pois, um dos espaços de fixação do que é e do que não é literário, por conseguinte, do que é e do que não é canônico. É ali que o processo de canonização, ou sua contrapartida, o apagamento, está mais próximo de nós. É nela também que os indivíduos que a freqüentam, tomam o primeiro contato com as relações de poder socialmente instituídas, fora do âmbito familiar. Se as salas de aula, em geral, são, por excelência, os melhores lugares para observação do que é o clássico, as salas de aula específicas dos Cursos de Graduação em Letras, onde supostamente nasce a crítica do cânone literário, são, no nosso caso, os espaços privilegiados desta observação. Justamente por lidarmos com leitores privilegiados (dada a competência crítica que o nível acadêmico supostamente confere), poderemos detectar aí, neste nível, as principais distorções e efeitos perversos do próprio processo e institucionalização do canônico. Tal qual Lajolo, apontamos a competência e o poder institucional, dos qua is este grupo está investido, como elementos aferidores do cânone. (LAJOLO, 1990, p.102). Mas há um algo mais, no ensino de graduação na área de Literatura, que aponta para uma espécie de “diálogo de surdos”, uma espécie de pantomima, que, longe de permitir uma leitura crítica dos “modelos”, acaba tornando o aluno prisioneiro destes, contribuindo para a acentuação de uma possível e já notória “crise”. Também a escola, concebida como foi a partir da cultura das elites, foi, durante as últimas décadas, das mais diversas formas, e pelos mais diversos métodos, responsabilizada por patrocinar a exclusão social e, conseqüentemente, a cultural15 . A discussão sobre o canônico, embora mais recente, também quer apontá- lo como elemento de exclusão cultural. É o caso de Roberto Reis, para quem o processo de canonização não só serve como agente de exclusão, como se presta à manutenção do status quo.(REIS, 1992) Para ele, assim como para Magda Soares (via teorias da leitura 15 Questão bastante discutida, por exemplo, no texto de SOARES (1995a). 30 na escola 16 ) e outros 17 , a correta apreensão/compreensão do cânone seria a chave para um tipo de poder cultural típico das elites. Aliás, a leitura pode ser a melhor representante do poder, como instrumento capaz de distanciá- lo de determinada faixa populacional e de torná- lo apreensível quase que somente pelas elites: Compreendemos a leitura enquanto um processo historicamente determinado, que congrega e expressa os anseios da sociedade. (...) Quando a sociedade se divide em classes antagônicas e mostra-se desigual em diferentes níveis, a leitura pode se apresentar na condição de um instrumento de controle, empregado sistematicamente pelos setores dominantes; neste caso, ela constitui elemento auxiliar do processo de inculcação ideológica, colaborando para a reprodução das estruturas sociais e para a permanência da situação privilegiada dos grupos detentores do poder. (SILVA; ZILBERMAN, 1995, p.112) No decorrer das páginas que antecedem a esta aproximamos os conceitos de cânone e de clássico. Com isso, sinalizamos no sentido de que o canônico é, principalmente, uma manifestação acadêmica que se pretende didática. Ou seja, ele está organizado de modo não só a assegurar a sobrevivência e a permanência da Literatura, como também está organizado para assegurar a autonomia das disciplinas dele decorrentes, enquanto campo científico, mas, e principalmente, para fazer valer, enquanto objetos do ensino-aprendizagem, modelos, estruturas e valores sociais que julgamos importantes. É à literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (LAJOLO, 1993, p.106) É preciso ler por que dominar a palavra significa dominar a lei e, dominar a Literatura, significa dominar a cultura. E a Literatura se torna a única forma de combater os efeitos perversos do próprio processo de estratificação, de elitização do 16 Neste campo, o da “leitura e escola”, há um sem-número daqueles que vêem a leitura ora como “redentora” (capaz de fornecer o conhecimento a quem precisa), ora como “vilã” (sendo ela mesma uma forma de exclusão). Vejamos o que nos diz Magda Soares: “(...) os valores da leitura sempre apontados são aqueles que lhe atribuem as classes dominantes, radicalmente diferentes dos que lhe atribuem as classes dominadas. Pesquisas já demonstraram que, enquanto as classes dominantes vêem a leitura como fruição, lazer, ampliação de horizontes, de conhecimentos, de experiências, as classes dominadas a vêem pragmaticamente como instrumento necessário à sobrevivência, ao acesso ao mundo do trabalho, à luta contra suas condições de vida” (SOARES, 1995b, p. 21). 17 Como outros, podemos citar: Silva & Zilbermam (1995), Sônia Kramer (1993, 1995), Antônio Augusto Batista (1998), Richard Bamberger (1986), Sírio Possenti (1999), Ezequiel Teodoro Silva (1988, 1995), Lígia Chiappini Moraes Le ite (1983, 1995), Paulo Freire (1980 e 1998), Roger Chartier (1998, 1999), para citar apenas alguns. 31 literário. Pode-se aqui buscar um paralelo da questão legal em Michel Foucault, onde o domínio das leis, do texto legal, mas principalmente, da verdade ideológica, que estes textos propõem, é requisito para o domínio (e, quiçá, para a verdadeira liberdade) do meio social (FOUCAULT, 1996). Pode-se assim, pensar que, tal qual num círculo vicioso, o cânone, ao absorver e ser absorvido por novas levas de leitores escolares, reifica a si próprio. O trajeto pode ser descrito mais ou menos da mesma forma como Marisa Lajolo descreve o ciclo da Teoria da Literatura, não por acaso, uma das integrantes mais importantes do campo literário. “A teoria da literatura ao se instaurar, instaura um círculo vicioso, pois constrói o próprio objeto de análise, selecionando o que é pior ou melhor, o que é literário e não literário.” (LAJOLO, 1995, p.89). Assim, a Literatura acaba por definir/balizar a crítica, fechando o círculo, pois é a partir do literário (que é definido por ela) que ela própria nasce. Resta ainda salientar que o efeito canônico de seleção “do que é pior, ou melhor, o que é literário e não literário” não é uma exclusividade das Histórias da Literatura, nem de seus autores, mas de todas as disciplinas que integram o corpus teórico do campo literário. Neste sentido, a circulação de livros em sala de aula, também funciona como um espaço privilegiado de seleção ou exclusão. Há dois tipos de lista de leitura que permeiam o espaço da sala de aula: a oficial, ou curricular/disciplinar e a oculta. A primeira quase sempre é aquela a que chamamos bibliografia. É manifesta e concorre para que o curso tenha uma seqüência lógica de textos, quer de apoio, quer principais a serem lidos (e quiçá discutidos) pelos alunos. Nos cursos de Letras, onde há (pressupõe-se) uma metodologia mais acurada que em outros níveis a ele inferiores de ensino, estas listas são mais evidentes. No ensino médio, via-de-regra pode-se percebê- las nos livros paradidáticos e na seleção de excertos e fragmentos que operam. A segunda lista de leitura que um curso pode gerar é bem menos evidente, podese chamá-la de “oculta” e quase sempre só pode ser constatada a sua existência a posteriori,ou seja, depois que a primeira tenha sido lida e divulgada. Enquanto a primeira é manifesta, entregue pelo professor da disciplina, como um roteiro a ser seguido em busca de objetivos, a segunda é parte de um processo que podemos chamar também de “intertextualidade interativa”. Ela decorre diretamente da discussão dos textos em sala de aula (quando há) e/ou da interação produzida no grupo de alunos, a partir das leituras efetivadas, pode também ocorrer no indivíduo, como fruto do intertexto que é capaz de perceber. Mas o mais importante, ela decorre, principalmente, 32 do contato entre as leituras propostas na primeira lista (para aqueles que efetivamente a lêem) e todos os outros textos lidos pelo aluno, num claro processo intertextual “ao vivo”. Quando este processo é externado, na discussão entre um, ou mais alunos, ele se torna uma espécie de brain storm. Por isso o nome “intertextualidade interativa”, porque tanto o processo intertextual, interno ao aluno, de cruzar os textos lidos antes, com os recém lidos, quanto a idéia da discussão e da troca de impressões entre alunos (e destes com o professor), via debate, são importantes. Trata-se de uma lista paralela, oculta, tal qual o “currículo oculto”18 . Ela é, em última instância a manifestação da “polifonia” existente em sala de aula e, de quebra, tem, também, um efeito quase sempre “polissêmico”19 sobre o conteúdo dos textos lidos. Do ponto de vista didático-pedagógico tanto uma quanto a outra são importantes. O exercício intertextual de situação de um texto entre os demais é que torna o leitor mais ou menos crítico, mais ou menos capaz de tecer quaisquer comentários sobre o lido. Este repertório bibliográfico oculto que trazemos, ou que resulta da interação com outros sujeitos, é também fundamental para que entendamos o processo de aprendizagem literária. Cada leitor, na individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de suas leituras com os vários significados que, ao longo da história de um texto, este foi acumulando. Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a história das suas. Leitor maduro é aquele que, em contato com o texto novo, faz convergir para o significado deste o significado de todos os textos que leu. E, conhecedor das interpretações que um texto já recebeu, é livre para aceitá-las ou recusá-las, e capaz de sobrepor a elas a interpretação que nasce de seu diálogo com o texto. Em resumo, o significado de um novo texto afasta, afeta e redimensiona o significado de todos os outros. (LAJOLO, 1993, p.107) É como se o texto só pudesse exercer sua função educadora em contato com outros textos, com outras textualidades, com o contexto. Neste trabalho, a presença desta distinção entre listagem oculta (ou bibliografia oculta) e a bibliografia disciplinar é uma forma de lembrar que o modelo roraimense, dadas as condições locais (apontadas adiante, no capítulo II desta tese), pode fornecer parâmetros intertextuais de leitura do cânone meio atípicos. Ou seja, o repertório de leituras da “bibliografia oculta”, nessas condições, mesmo num curso de letras, pode não ser muito canônico, o que torna a 18 Com o intento de não estender além do necessário nossa discussão sobre este item que não fará, neste momento, parte de nosso trabalho, sugerimos a leitura de Apple in MOREIRA E SILVA (1994), para elucidação de quaisquer questões que possam surgir sobre “currículo oculto”. 19 No sentido baktiniano dos termos (BAKHTIN, 1990). 33 comparação, que faremos adiante, apenas entre as listas bibliográficas oficiais, pouco confiável, na hora de pensar a realidade do aluno roraimense, em sua relação com o texto literário. 34 CAPÍTULO III: A LITERATURA NO CURSO DE LETRAS UMA “PITADA” DO DISCURSO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO NO “MAR” DO ENSINO DE LITERATURA O que se observa hoje é a resistência da universidade, dentro de cada um de seus corpos, a aceitar o papel de construtora de novas idéias e, com elas, de novas palavras. Presos aos seus orientadores, que estão presos aos textos onde estudaram ou àqueles que escreveram, os professores se negam a colocar de lado as antigas palavras e os velhos conceitos; não percebem nem imaginam o que está surgindo; não se aventuram a construir um novo mapa de conceitos através de um novo dicionário com palavras que casem com os novos fenômenos do mundo. Cristovam Buarque 3.1 – Nosso objeto – o cânone escolar Ítalo Calvino ao tentar definir o que é “Clássico”, ou melhor, o que são os “clássicos”, perfaz todo um roteiro no qual aponta algumas questões de suma importância na definição do cânone. Logo de saída nos diz da impossibilidade de se ler 35 tudo no espaço de uma vida humana. Mas mais que isso aponta uma quase “obrigatoriedade” de conhecimento do cânone literário. Senso comum, pelo menos dentre aqueles que se julgam grandes leitores, não entre os jovens. Encontramos indícios desta “obrigatoriedade” expressos na frase com que ele inicia o processo de definição do que é o clássico: “(...) são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: “Estou relendo...” e nunca “Estou lendo...”.” (CALVINO, 2001 p.9) O que ele faz ao ironizar a idéia de releitura é denotar uma situação típica do senso comum entre os letrados de que “os Clássicos”, já deveriam ter sido lidos. Esta obrigação de já conhecer os clássicos faz com que um bom leitor diga estar relendo uma obra, apenas para que não se descubra essa sua suposta “falha” de conhecimento. Esta é, da forma como está posta, uma regra geral que se pauta, não na realidade de quem está freqüentando as escolas, mas, naquele leitor ideal de “antanho”. A mera suposição de que algumas obras deveriam ser lidas por todos não é em si apenas uma forma de suposição da existência de um canône, mas é também, da forma como foi posta no texto de Calvino, uma pressuposição do ideal de leitura de toda a população que freqüenta um determinado nível de ensino (em especial de quem faz o curso de Letras). Há que ter lido os clássicos para que se possa ser julgado um bom leitor. Há que ter lido os clássicos para que se possa ser um professor de Língua Portuguesa, ou, no nosso caso específico, de Literatura. No caso dos cursos de Letras, esta impressão/ suposição pode ser notada na forma como estão organizados os currículos dos cursos de Literatura, pois acredita-se que o alunado deste curso tenha aptidão para a leitura e/ou já possua um certo cabedal de conhecimento literário, e seja formado de futuros “leitores profissionais” (aqueles leitores cuja profissão prevê a leitura de determinados textos ficcionais como ferramenta/objeto de trabalho imprescindível a sua consecução). Logo, quase sempre, age-se na organização dos currículos dos cursos de Letras como se o aluno apenas estivesse “relendo” os Clássicos, ou sequer desta “releitura” precisasse. De fato, à luz de novos conhecimentos sobre a própria Literatura, todo aluno de Letras, ao reler um clássico estaria incorrendo no que defende Calvino: “Toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira” (CALVINO, 2001, p.11) dado que novos fatores e conhecimentos interagirão com o texto tornando-o sempre diferente. Mas esta leitura, ainda que “releitura”, não poderia minimizar o problema da existência de uma “expectativa de leitura” institucionalmente frustrada, tampouco poderia ser feita mediante retalhos e fragmentos de textos literários inseridos em livros 36 didáticos, ou historiográficos. Mas o desenho curricular da maioria dos cursos de Letras pressupõe que o aluno já chegue à graduação conhecendo as grandes obras da Literatura Mundial. Não se estuda nos nossos cursos de Letras, salvo na própria língua estrangeira, no caso dos cursos com licenciaturas duplas, e apenas da língua de estudo, quase nenhum clássico medievo, ou moderno da Literatura Universal. Trocando em miúdos. Os cursos de Letras que deveriam estimular a leitura dos clássicos, quase sempre evitam- na. Talvez em honra de uma tradição de nacionalidade, própria da origem da maioria dos Departamentos de Literatura Nacional e dos cursos de Letras, talvez em função de outros fatores cuja profundidade não logramos atingir em nossa pesquisa ainda. Referimo- nos ao modo como alguns professores de renome tratam a questão, como o crítico e professor Luis Costa Lima, que em dado momento, demonstrará, no prefácio de seu livro A Teoria da Literatura em Suas Fontes, certo grau de preconceito contra as traduções de textos teóricos e literários, sugerindo que o aluno deveria lê- los em sua língua original: “Junte-se a isso o fato de o aluno de literatura ser hoje, entre nós, normalmente incapaz de ler em língua estrangeira e compreender-se-á por que os cursos de teoria se tornam ou ociosos ou incompreensíveis ou deformadores.”(LIMA, 2002 p. 9-10)20 . Não obstante a crítica que, com justiça, também Costa Lima faz sobre a limitação do ensino de Literatura “apenas às disciplinas de literatura de língua portuguesa” e não obstante entendermos que o ideal seria que pudéssemos todos ler tudo no original, fica a impressão de que se estaria promovendo algum tipo de defesa da “originalidade” lingüística e de sentido do que está sendo lido/”interpretado” (em contrapartida à resistência com a qual o texto de Costa Lima e boa parte da academia lida com as “traduções”). Todavia, nem tudo é tão simples como pode parecer. Para que o aluno leia os clássicos, de duas uma: ou se ensina simultaneamente as cinco ou seis línguas européias mais importantes, aos alunos do ensino médio, para que estes aprendam a ler os clássicos em sua língua original (proposta, na nossa opinião, absolutamente inviável), ou se permite (e estimula) a leitura dos clássicos traduzidos para nossa língua, em nossos cursos de Letras. 20 Lançado em 1981. 37 Afinal o que há de tão ruim no fato de que o “primeiro” contato de um aluno com um texto literário estrangeiro (ou mesmo uma “releitura”) se dê através de uma tradução para a língua pátria? Seria importante nos perguntarmos, enquanto isso, como nos tem chegado nosso aluno, “calouro” de letras? O que ele conhece de outros idiomas? Não estaremos pressupondo, em nosso “engessamento” de longa data, que o aluno é capaz de conhecer e ler quatro, ou cinco, diferentes línguas como talvez tenha sido para uns poucos há cinqüenta anos ou mais? Sugerir que esta atitude seja adotada pelo ens ino médio, ou mesmo por níveis de ensino ainda mais tenros é um possível caminho, mas esbarra na vontade política e pedagógica de outrem. Será que é mesmo assim? Será que, diante de um mercado cada vez mais aberto às traduções, diante desse mercado cada ve z mais “universal” (preferimos este termo a “global”), teremos que acreditar eternamente no “mito” da originalidade 21 romântica? Será que mesmo com toda a revolução operada pela “estética da recepção”, bem como pelas teorias originárias da semiótica, ainda é possível se ignorar um universo tão grande de leitores que só têm este tipo de acesso (em língua portuguesa, nas traduções) a textos de Literatura ou de Teoria? Traduzir, segundo dizem, é trair. Mas “trair” exatamente “o que”, “a quem” e “em quê”? Será que, no âmago dos nossos cursos de Letras, ainda teremos que assistir, por toda a eternidade, ao domínio daqueles que insistem que só se deva ensinar a Literatura Nacional, ou, no máximo às Literaturas do Vernáculo, ou as Literaturas de cada habilitação (Literatura Inglesa para quem aprende inglês e assim por diante)? Ítalo Calvino no Porque ler os Clássicos, diz que há, sim, a interdependência entre o local e o universal: Verifico que Leopardi é único nome da literatura italiana que citei. Efeito da explosão da biblioteca. Agora deveria reescrever todo o artigo deixando bem claro que os clássicos servem para entender quem somos e aonde chegamos e por isso os italianos são indispensáveis justamente para serem confrontados com os estrangeiros, e os estrangeiros são indispensáveis justamente para serem confrontados com os italianos.(CALVINO, 2001, p.16) Calvino demonstra uma certa surpresa ao perceber que discorreu em páginas e páginas sobre os textos do que considera a base do cânone universal (talvez fosse melhor dizer os “textos clássicos”, ou apenas os “clássicos” pois ele não se utiliza da palavra cânone, embora possamos entendê-lo assim), citando apenas um único autor de 21 Sobre esta questão, ver Jobim (1992;1996) 38 língua italiana, sendo ele mesmo italiano. Para além do que possa haver de retórico nesta sua demonstração de “surpresa”, é importante ressaltar o conteúdo e as conclusões que ela traz. Diz ele que a Literatura Italiana é importante ao cânone universal, especialmente se comparada, confrontada, espelhada nele. Sem este (o cânone universal) ou aquela (a Literatura Nacional) não há o sentido no cânone, nem na Literatura, muito menos no fato dela ser Italiana. O cânone universal é a baliza pela qual se verifica a importância da Literatura Italiana e, em contrapartida, a Literatura Italiana deve balizar o próprio cânone universal, enquadrando-o a partir de sua própria essência. Assim, também cremos, deva ocorrer com as Literaturas de língua portuguesa, se somos “galho fraco” da Literatura Universal, também somos sua baliza. Não seria importante estudar uma, se não houvesse a outra como contraparte. É o cânone universal que nos revela a importância da Literatura Brasileira, como também da Portuguesa e são estas Literaturas que vão nos revelar a importância do cânone universal. Não é, portanto, saudável ler apenas um, sem que se estimule o conhecimento do outro. E isto, acreditamos nós, deve ser feito no âmbito dos cursos de Letras, do melhor modo possível, sem que se necessite ampliar a já excessiva carga horária e, principalmente, sem que o aluno de nossos dias necessite, de uma hora pra outra, passado o vestibular, conhecer cinco ou seis idiomas diferentes. Porque não começar a superar a idéia de “crise”, contrariando um pouco o argumento genérico de que “não será então por uma reforma dos curríc ulos dos cursos destinados a futuros professores de língua e Literatura que serão sanados os problemas que apontamos”, ou pela imediata integração ao currículo dos cursos de Letras de disciplinas em que sejam estudados os clássicos da Literatura estrangeira via traduções? O que, em última instância, é mais importante: ler os clássicos (ainda que traduzidos), ou falar sobre eles, por meio de teorias, artigos e interpretações, exigindo-se de quem não os leu a compreensão e o necessário intertexto, com nossos poetas e escritores vernáculos? (Isso em se supondo que estes últimos sejam realmente lidos...). Em princípio, segundo comentário do Relator Conselheiro Valnir Chagas para o Parecer nº 283/62, aprovado em 19 de outubro de 1962 referente aos currículos mínimos para os cursos de letras, esta questão da exigência de alunos multilingües e de cursos de graduação, como o curso de Letras Neo-latinas, cujo perfil coincide com a exigência de leitura no idioma em que o texto foi escrito, parece já superada pela sua ineficiência 39 (exceto, quem sabe, por um pequeno grupo de alunos que superou, outrora, os limites da mediania). A presente estrutura dos nossos cursos superiores de Letras dá a impressão de algo que se planejou para não ser executado. O caso extremo, é sem dúvida, o curso de Letras Neolatinas, que habilita ao mesmo tempo, em quatro e até em três anos, para nada menos de cinco línguas com as respectivas literaturas. Na prática, o artificialismo dessa orientação conduziu a duas formas diversas de “ajustamento”. A mais comum, na fase de implantação, consistiu em que os alunos considerassem ao mesmo nível todas as línguas e literaturas terminando por quase nada aprender de cada uma delas. De último, entretanto, a pressão crescente do mercado de trabalho em expansão veio forçar uma busca de maior autenticidade, que os estudantes encontram, ou tentam encontrar, dedicando-se preferencialmente a uma ou duas línguas, verdadeiros majors, e relegando as demais ao plano secundário de um estudo de véspera que lhes permite apenas evitar a reprovação. (CHAGAS, 1962: 414) Ao que parece, embora o modelo tenha mudado na década de 1960 do século vinte, há quem, quer pela ineficiência do currículo mínimo, então adotado (e depois abandonado), quer por acreditar no modelo anterio r (no qual, provavelmente, se formou), o das Letras Neo-latinas (no qual, efetivamente, se “estudava” mais de uma língua estrangeira – até cinco, segundo o relator), ainda hoje, defenda valores possíveis há cinqüenta anos atrás (mas talvez não eficientes também naquela época). Todos parecemos concordar que é preciso superar nossos problemas de leitura, não com queixas cada vez mais constantes e contundentes, mas fazendo ler e, nesse ponto, talvez a solução tenha sido fomulada ainda antes do que parece querer Costa Lima: em 1936 (portanto mais de setenta anos atrás), e seja a mesma do Columbia College que criou uma disciplina para a leitura dos clássicos, sem intervenções teóricas, que “(...) consistia na crença de que ninguém poderia ser educado enquanto ignorante das obras principais da tradição intelectual e artística de sua própria civilização.” (BARBOSA, 1996, p.42) Não é importante apenas ter um cânone, há que lê- lo, analisá- lo, discuti- lo, questioná- lo, produzir criticamente sobre as obras que o constituem; caso contrário, este não cumpre sua função social no tecido vivo da cultura. De que nos serviria algo assim então? Como podemos lidar com um elenco de obras pautadas e não lidas, ou pior que isso, lidas, mas de forma irrefletida por aqueles que constituem a base da academia, os alunos? Trata-se de um cânone de "mentirinha" ? Pró forma? Se, por este lado, a escola não propõe uma noção original de literatura, nem de leitura, senão que alarga o espaço de aplicação de conceitos já existentes, por 40 outro, ela esclarece que antologia as instituições culturais estão interessadas em reproduzir nos distintos graus de ensino. (ZILBERMAN, 1991, p.121) Para a escola não parece interessar propor uma noção diferenciada de Literatura, ainda que esta possível noção possa vir a facilitar a percepção e a aquisição de conhecimento para o aluno. Importa mais reproduzir determinadas antologias e práticas já consagradas. Sem perder de vista o problema da insatisfação dos professores com o baixo nível de aprendizagem (especialmente de leituras) em si, quer nos parecer que há muitos anos teoria e prática, principalmente no âmbito pedagógico (da UFRR), andam dissociadas. Este é um fenômeno que existe não apenas em Roraima. Segundo Sônia Kramer, há um falar sobre o ato de educar que pertence muito mais à esfera do teórico ideal, do que da práxis do próprio professor que sugere o caminho. E há por parte do discente uma "reprodução" da prática de seus professores, citando o “ideal” e fazendo o "normal". O professor universitário fala sobre teorias e formas de ensinar, mas não as pratica, e o seu aluno, quando se forma e cai no mercado de trabalho, embora ciente destas teorias, é, quase sempre, capaz de citá- las, mas acaba imitando (reproduzindo) a prática de seus professores 22 . É preciso, segundo a autora, falar "da" (de dentro da) educação, e não sobre ela. Para isso é preciso que o professor reflita sobre sua própria prática (KRAMER, 1993). Entendemos, com isso, que é preciso ser interdisciplinar quando se fala "da" interdisciplinaridade, é preciso ser democrático quando se fala "da" democracia, é preciso ser leitor proficiente para se falar "da" literatura. Mas mais que isso, é preciso fazer-se presente em sua própria prática, exercendo a autocrítica e sendo crítico em relação ao modelo 23 , à estrutura, ao processo histórico- ideológico-social (e institucional) de construção do conhecimento no qual se está inserido. 22 Neste aspecto, nossa dissertação de Mestrado (assim como o artigo publicado posteriormente), já citados antes (MIBIELLI, 2000; 2002) foi bastante feliz ao constatar que os "melhores" professores de literatura das escolas de Ensino Médio pesquisadas em Niterói dominavam perfeitamente o texto acadêmico e suas teorias, mas, na prática, não permitiam ao aluno que se pronunciasse, que exercesse seu papel de intérpretes dos textos machadianos. Por serem os professores mais "aparatados" (alguns cursando mestrado em literatura, inclusive) e mais autorizados para discutir tais questões, eram também os menos democráticos no uso da palavra, eram aqueles que mais silenciavam/sufocavam seus alunos com seu saber, eram, enfim, aqueles que, por deter um capital simbólico mais rico, destruíam qualquer perspectiva polissêmica (em relação a interpretações pelos alunos do texto machadiano) ou polifônica (em relação ao discurso discente). 23 Nem sempre a mera adesão a um modelo "crítico" ou "democrático" implica ser crítico ou democrata, pois, "na medida em que surge o projeto de uma escola democrática, no interior da sociedade capitalista, devemos detectar o que essa escola reinstala como diferença." (ORLANDI, 1995a, p. 60) 41 O pensamento didático mais avançado, em conexão com as tendências atuais nos planos epistemológico, psicocognitivo e pedagógico, apoia -se hoje, no Brasil, em algumas proposições consensuais, ao menos como pontos de partida da investigação teórico-prática. Tais proposições são, sinteticamente: papel ativo do sujeito na aprendizagem escolar, formação de sujeitos capazes de desenvolver pensamento autônomo, crítico e criativo, desenvolvimento de competências cognitivas do aprender a aprender, aprendizagem interdisciplinar, construção de conceitos articulados com as representações dos alunos. O processo de ensino e aprendizagem teria, então, como referências, o sujeito que aprende, seu modo de pensar, sua relação com o saber e como constrói e reconstrói conceitos e valores, ou seja, a formação de sujeitos pensantes implicando estratégias interdisciplinares de ensino para desenvolver competências do pensar e do pensar sobre o pensar. (LIBÂNEO, 1999, p.72). Mesmo o ensino da Literatura deve pretender seguir estes passos, pois o que mais precisamos em Literatura é que o aluno leia, seja crítico, saiba interpretar, saiba ser intertextual, para que o texto não se torne inócuo. A vivenciação constante com o texto literário, constantes construção e reconstrução da leitura como fazer histórico-social é que, supostamente, fazem a "bússola" de um leitor capaz de navegar no mar da intertextualidade/interdisciplinaridade que é a Literatura. O cânone, uma vez estabelecido, deve nortear a formação do aluno, mas nada, exceto talvez a prática docente e a "boa vontade do aluno" separa o "canônico vivo", da "letra morta". Nada além da leitura garante a permanência dos clássicos da Literatura enquanto tal, nada, além disso (a questão da leitura), deveria ser o elemento central das propostas que visam reformular os cursos e programas de Literatura em Letras. (...) é possível conhecer qual e como a literatura é lida, verificando seu modo de circulação e consumo na escola e na universidade. A legislação, os livros didáticos, os manuais da história da literatura, as listas de leitura elaboradas para os exames de seleção ou as estratégias empregadas para o ensino da literatura são indicadores importantes(...) (ZILBERMAN, 1991, p.121) Se, como dissemos antes a escola é (ainda que por analogia) o lugar do clássico, cabe investigá- la a partir daquilo que propõe ler; cabe tentar entendê- la partindo do universo literário que defende e repropõe; cabe verificar que “imagem do literário veicula”24 . É com base nestas questões que nos encontramos com uma de nossas perguntas de partida25 : há, no curso de Letras da Universidade Federal de Roraima, hoje, práticas que sejam capazes de construir, competentemente futuros profissionais para o exercício do ensino de Literatura? 24 25 Jobim (1996, p.56) Sobre "pergunta de Partida" ver QUIVY & CANPENHOUDT (1992). 42 Mas ao mesmo tempo em que esta questão vinha à tona, vinham já outras, que a permeavam e a repropunham por vezes: O que é "ensino" de Literatura? Que "competência 26 " é esta, a desejada? Que "competências"27 são essas, as desejadas? O que se espera de um professor de Literatura de um curso de Letras? Nossa opinião, embora reconheçamos a pertinência de todas estas perguntas para a construção de nosso objeto, mas saibamos que não será possível respondê-las, a todas, de modo apropriado, ao longo deste trabalho, converge com a do professor Jobim no que tange ao que esperamos do aluno de Letras: Para começar, achamos que seria importante o formando dominar ativa e criticamente um repertório mínimo representativo da Literatura Brasileira e da Língua Portuguesa, de modo a ser capaz de interpretar adequadamente textos de diferentes modalidades, gêneros e registros lingüísticos. Contudo, além da capacidade para verbalizar sua interpretação, seria interessante que o graduando pudesse explicitar os argumentos utilizados para justificá-la, refletindo sobre os fundamentos dela e sendo capaz de debatê-los, em vez de pretender transformálos em dogma inquestionável. (JOBIM, 1998, p.199) Mas, ao contrário de responder nossas perguntas, esta perspectiva só as amplia: Que expectativas pode ter um professor de Literatura de realizar algo próximo do ideal, com as condições que se lhe apresentam? Qual o repertório de obras ideal para a leitura deste profissional? Qual o nível de leitura desejável para este repertório? Como as práticas passadas podem balizar a mudança e/ou a permanência da nossa? Que outras práticas existem (das quais tenhamos conhecimento) que possam servir de "farol em meio a esta verdadeira tempestade de questões"? Entendemos que uma parte destas questões serão mais um estímulo a futuras pesquisas que propriamente algo que poderemos responder ao longo de nossa tese, todavia, é possível falar-se en passant daquilo que poderia ser o ideal da universidade e dos cursos de Letras hodiernos, conforme argumenta o Prof. Jobim no trecho abaixo: Ao próprio aluno – amparado por sistemas de aconselhamento, de orientação, de tutoria – poderiam caber a liberdade e a responsabilidade de buscar a aquisição destes conteúdos e destas habilidades em sala de aula, em biblioteca, em seminários, em equipes de pesquisa ou não, de mobilizar seus conhecimentos prévios, sua capacidade autodidata, sua experiência de vida e suas predileções e poder determinar o momento em que se julga apto a prestar contas do conhecimento, do saber adquirido, mediante um exame abrangente, avaliado por docentes e especialistas internos e externos. (JOBIM, 2000, p. 128) 26 27 Usamos o termo "competência" no singular conforme RIOS (1993, 2001). O sentido aqui já é o da LDB (lei 9394-96), o mesmo empregado por JOBIM (2000). 43 Há, porém, que se entender que soluções como esta exigem um grau de amadurecimento, não só do aluno como também nosso, muito maior, na forma de conceber o ensino (especialmente o literário), e, principalmente, na forma de interpretar determinados fatos pedagógicos, que incluem, dentre outros, nossa própria expectativa de aluno. Vemos em nossos dias, um clamor ao redor de uma possível crise no ensino de Literatura. Pensar esta questão nos faz refletir (a contrapelo)que, possivelmente, características tais como “competência” (domínio da técnica) e “identidade” (assemelhar-se/ identificar-se, no uso do método, com um determinado grupo de “indivíduos”) remetem a uma imagem da “crise” como um elemento de constituição do próprio sistema literário, bem como ao conceito de “modelo reprodutor” que Eni Orlandi propõe abaixo, como “fiel da balança”, da qual pendem, de um lado os alunos dos cursos de Letras, e, de outro aqueles que detêm (e defendem como podem) o poder no campo literário (os docentes, e instituições como um todo): No esquema reprodutor, a melhor leitura tem sido aquela feita por uma autoridade x, que é tomada como modelo estrito. Daí se reproduzir a mesma leitura, através dos anos, e apesar dos leitores e de suas classes sociais. Assim, pelo conceito de autoridade, há um deslize entre a função crítica e a censura: o leitor fica obrigado a reproduzir o seu modelo de leitura, custe o que custar. O que, em geral, custa a sua capacidade de reflexão. (ORLANDI, 1995a, p.70) Em geral a interação destes diferentes fatores, nesta ordem, gera uma equação na qual a resultante é sempre negativa. Ou a grande maioria dos alunos apenas “reproduz” o que lhe é dado, sem refletir, ou quebra-se a hierarquia sistêmica, gerando o caos. Embora esta aparente “crise” seja explicitada muito mais no discurso do campo didático (especialmente no que concerne à leitura em si) do que propriamente no campo literário, e possa se supor que ela pouco tenha a ver com a discussão em torno da instituição do cânone, ela é fundamental, também aí. Ocorre que a estruturação do “cânone disciplinar”, bem como, qualquer disputa pela hegemonia nos campos teóricos da Literatura afeta, profundamente, as relações de poder entre aqueles que “instituem” o cânone literário e, por conseguinte, altera os parâmetros/paradigmas pelos qua is aqueles que estão sendo “adestrados” para a função crítica, ou funções secundárias (como o consumo da crítica) serão forma(ta)dos. Se, por um lado, concordarmos que o “esquema reprodutor” (proposto acima por Orlandi) tem sido, em maior ou menor grau, o modo mais comum de forma(ta)ção do profissional padrão, em nossa área (letras), gerando um imenso contingente de 44 profissionais não criativos, por outro, devemos entender que ele parece atender às demandas internas de grupos, tendências, escolas, modelos, congressos, seminários, universidades, etc., funcionando assim como uma espécie de “mal necessário” a formação de nossa “pirâmide” sócio-profissional. Este padrão reprodutor tem sido uma das formas de determinação hierárquica interna dos grupos que disputam a hegemonia no campo teórico. Porém, apesar do interesse que alguns setores da elite literário-cultural possam ter pela manutenção deste modelo ideológico de apropriação do poder, é preciso que se atente para o que o discurso pedagógico tem a dizer sobre as conseqüências oriundas deste lado perverso da “moeda”: (...) talvez o professor seja peça secundária na escola de hoje, e conseqüentemente, sua voz se faça ouvir com timidez no que respeita aos destinos do texto literário em classe. Não parece que o que fazer com o texto literário na sala de aula seja ainda da sua competência. Já faz alguns anos que decidir isso é da competência de editoras, livros didáticos e paradidáticos, muitos dos quais se afirmaram como quase monopolizadores do mercado escolar, na razão direta em que tiraram dos ombros dos professores a tarefa de preparar as aulas. (LAJOLO, 1993, p.15) O profissional oriundo do curso de Letras (especialmente o licenciado), preparado inicialmente para ser professor de nível secundário, sofre as conseqüências diretas do modelo reprodutor e passa a ser peça secundária no processo de leitura que se pretende que ele gerencie. Sem poder concorrer com a “criatividade” das editoras, sem tempo (em função da carga horária excessiva, fruto dos baixos salário s da categoria) nem recursos próprios (sejam intelectuais ou não) para criar um conjunto de aulas apropriado, o profissional se rende ao esquema que, além de economicamente imbatível, serve (conforme a citação acima) para reificar, na escala hierárquica destes grupos, os mesmos nomes, seja no meio editorial, seja no próprio meio acadêmico. Na medida em que o modelo canônico explorado pelo livro didático também é escamoteado, especialmente quando se trabalha com a fragmentação do texto (impregnando a Literatura da falta de sentido típica desta situação de non sense), temos um quadro em que o próprio mercado editorial parece conspirar contra os clássicos que lhe dão, supostamente, o sustento. Não rara, no entanto, dos anos oitenta em diante, tem sido a afirmação de que o aluno do ensino médio não chega à universidade devidamente pronto para ela. É o caso, por exemplo, da queixa presente no texto da tese da professora Lílian Mary Huggins de Sá Campos, no arrazoado sobre problemas vivenciados nos cursos de Letras: 45 (...) com relação ao corpo discente, configuram-se como elementos negativos o ingresso na universidade de alunos inadequadamente preparados pelo ensino médio; a inadequação do exame vestibular; o ingresso excessivo de alunos para as áreas que pareçam oferecer maior mercado de trabalho, melhor remuneração e ascensão social mais imediata, daí resultando insuficiente procura pela área de magistério ou seu abandono; falta de tempo dos alunos para viver uma vida universitária de estudo e pesquisa, por motivo de necessidades financeiras, interferindo o trabalho com as aulas e os estágios não remunerados nas escolas. (CAMPOS, 1987, p. XX) Além de não considerar satisfatório o nível com o qual ingressam na vida acadêmica os alunos oriundos do segundo grau, a autora aponta ainda para a inadequação do exame vestibular como um dos fatores responsáveis por este problema. Até aí nada há a assinalar de muito diferente do que se diz em geral. Possivelmente esses problemas realmente existam, talvez até a maioria dos professores já tenha se queixado de que seus alunos não lêem; ou de que não conhecem previamente esta ou aquela obra, que deveriam conhecer; ou que não saibam escrever direito; ou que não tenham interesse no que está sendo ensinado. Achamos, contudo, frente a tudo o que vimos e veremos adiante, que esta parece uma posição de quem imputa aos outros níveis de ensino problemas que deveriam ser melhor e mais discutidos no interior dos cursos de Letras. Se, por um lado estes problemas acima denunciados “existem”, por outro lado, eles podem ser vistos como conseqüência da má preparação de professores que, oriundos dos cursos de Letras, atuarão nos outros níveis de ensino, fechando-se assim um circulo vicioso em que, como já dissemos, não há “culpados”, nem “inocentes”. A autora aponta também para outras questões, uma das quais referente ao tempo que o aluno do curso de Letras teria para cursá- lo. No contexto em que esta questão está colocada, funciona mais como crítica social à falta de estímulo financeiro para que o aluno de origem mais humilde continue a estudar (tendo que procurar emprego e se afastando assim dos estudos), do que propriamente uma autocrítica, sobre a extensão dos cursos de Letras e/ ou sobre a adequação/inadequação dos currículos e programas destes à realidade social existente. Pode também, na mão de pessoas menos dispostas à benevolência de opiniões, ensejar a idéia que os alunos menos favorecidos pela fortuna não devam tentar a vida acadêmica, pois, ao precisarem buscar sustento, se desviariam de suas funções estudantis, atrapalhando os colegas, a qualidade e o andamento do curso. Fica parecendo, pela falta de autocrítica existente em alguns dos textos acadêmicos sobre “crise de ensino”, que estamos, nós do ensino superior, sempre a 46 aguardar que o mundo melhore, que o “sistema” (essa quimera sem face e sem consciência) nos forneça os alunos ideais, que nossos programas contemplam. Ou, que o problema se origina no próprio aluno, que ansioso por alcançar um status quo diferente do que ocupa, procura outras carreiras, procura trabalhar durante o curso de Letras, afastando-se da formação ideal, das leituras e dos seus deveres de aluno. A impressão, decorrente deste tipo de interpretação, fica sendo a de que os alunos que não preencham quesitos como conhecimento prévio ideal e tempo livre integral são considerados como persona non grata aos cursos de Letras. Isto acaba por se caracterizar em forte preconceito social e marca relevante de um elitismo cada vez menos desejável em termos de educação. São os cursos de Letras isentos de culpas diante deste quadro? Estão eles na posição de buscar apenas o ideal? Essas são algumas perguntas que devemos nos fazer. Especialmente diante de discursos que, a bem da própria paz de espírito, procuram isentar/inculpar classes inteiras, como a dos professores, pelo fracasso escolar de seus alunos. Todas estas mazelas parecem convergir para o arbítrio em sua pior manifestação, bem como para uma opção de ensino que privilegia apenas o “poder” de forma irrefletida: Coerentemente com essa opção, o professor vai reproduzir as relações impessoais e autoritárias da sociedade e da escola, na sala de aula: vai seguir obedientemente o manual que fragmenta os textos e propõe uma visão estanque da aprendizagem da escrita, da leitura e da gramática; vai dar aulas expositivas, sem se preocupar nem com a motivação nem com a forma pela qual essas aulas estão sendo digeridas; vai respeitar, acreditando e reproduzindo, as histórias do Brasil e as histórias literárias, bem como a visão do passado que lhes interessa impor. (LEITE, 1983, p.112) O autoritarismo gerador do preconceito social em relação ao aluno mais carente, acaba por se refletir na prática de sala de aula de alguns professores, na forma de desinteresse de ambos os lados o docente e o discente. Este modo autoritário de ensinar também ajuda a ensejar a idéia de uma crise da/na leitura. De tal modo que possamos nos perguntar: se é a escola (através da leitura) um dos principais elementos de constituição do cânone, e se ela está em “crise”, o canônico também está? Talvez a resposta, para esta questão seja que: fabricamos as crises que precisamos para ocultar nossos problemas sociais. E se uma suposta “crise” abala a leitura, não abalaria também o modelo de permanência/recepção de textos no imaginário coletivo, tornando a permanência de determinados textos, no cânone, mais artificial do que ela já é? 47 Para esta segunda pergunta (sobre a permanência artificial de textos no cânone), talvez, no âmbito deste trabalho, não tenhamos nenhuma possível resposta. O que quase nunca se diz sobre o cânone e, consequentemente, sobre a leitura é que por ser (e sempre ter sido) uma atividade da elite, de iniciados, por estar impregnada da mística que o livro exerce sobre o imaginário público, a leitura literária abriga, conserva e veicula valores e práticas das elites. Ideologicamente esta é uma questão que mereceria uma discussão mais ampla, mas que é apenas percebida quando se pensa na inclusão/exclusão de autores e obras (populares ou não) no câno ne. Pode ser crítica (de crise) uma situação, na qual o resultado reifica e sustenta o sistema que a criou? 3.2 – Uma “crise” que pode não ser o que parece Faz já algum tempo (nessa nossa área de estudo relativamente nova – o ensino de Literatura) que se ouve falar, e cada vez com mais intensidade, em “crise” de leitura. Talvez a idéia anteceda mesmo a criação de um campo de estudos sobre ensino de Literatura, talvez tenham mesmo “crise” e “campo de estudos” nascido juntos. Mas o que vem a ser efetivamente isso? Segundo Regina Zilberman e Ezequiel Theodoro da Silva: Esta denominação abarca dois grandes elencos de dificuldades: por uma parte, a constatação das carências no campo da educação, incluindo-se, entre outras, as deficiências do processo de alfabetização nas escolas, a pequena quantidade de leitura dos textos em sala de aula, a má qualidade do material a ser lido; por outra, a concorrência dos meios de comunicação de massa que, conforme a denúncia de educadores, afastam o público da matéria escrita e criam outros hábitos de consumo, prejudiciais à relação do leitor com o universo social e cultural. (ZILBERMAN & SILVA, 1995, p.7- 8) O que se convencionou chamar de “crise da leitura” é, na verdade, algo mais amplo, que sequer pode mesmo ser chamado assim. Gostaríamos de asseverar que muito se tem publicado, em matéria de teses e textos em eventos nacionais e internacionais, que faz crer que este nosso campo/área de estudo/espaço de discussão existe apenas, e somente, em função da crise da/na leitura. Apesar da crença de muitos 48 na sua existência, gostaríamos de poder descrer dela e de questioná- la, apontando, talvez, para o próprio contexto em que se insere o ensino de Literatura como historicamente contraditório per se, o que ocasionaria esta impressão. Para alguns a prova e o argumento mais óbvio de que ela (a crise) existe é o de que há um campo emergente de estudos voltado para o ensino de Literatura. Para esses, se não houvesse uma “crise”, por que se discutiria o ensino de Literatura em teses, pesquisas, etc? Argumento que opera uma lógica que pode soar como bem razoável, ou seja, se não há problemas, não há o que discutir. Devemos reconhecer que este é um argumento de peso, uma justificativa que deve ter “autorizado” inúmeras teses e dissertações nos mais diversos contextos. Tem-se lido em teses e dissertações um apelo político – misto de busca e autoafirmação de um espaço próprio, com uma constante reafirmação desta “crise” – no sentido de ressaltar a importância de nosso campo de estudos. Nessas teses e dissertações é mais que comum que se lamente a pobreza bibliográfica e de produção científica sobre o ensino/leitura de Literatura. Isto também parece um equívoco corrente. Produção há. E, relativamente à novidade de nosso campo, há muita. Mas, fica a contra-pergunta: - E se não houvesse, de fato, uma “crise”, não seria pertinente que, ainda assim, investigássemos nossas práticas no ensino de Literatura? Ao dizer que há uma produção considerável (nem sempre de boa qualidade) para um campo que se crê tão novo, ou que não necessariamente haja uma disfunção tão grave, como se tem afirmado, à guiza de justificativa para que haja um campo de estudos, não estamos nos voltando contra a idéia de que se investigue, discuta, proponha questões sobre o ensino de Literatura, pelo contrário. É justamente por não acreditarmos no argumento de que haja uma “crise” (específica) que cremos ser necessário, ainda assim, entender os mecanismos que nos levam ao ensino e à perpetuação da leitura literária, do cânone e a escrever textos literários. Paulo Freire, explica que este é o modo pelo qual as elites atuais, vendo-se “ameaçadas”, tal qual as elites de outrora, “atraem para si os ‘teóricos’ de ‘crises’, como, de modo geral, chamam ao novo clima cultural” (FREIRE, 1980, p.55). Aliás, embora não seja este especificamente o nosso assunto, nem nos caiba discuti- lo mais amiúde neste trabalho, cabe incorrer brevemente no tema, apenas para afirmar que algumas das “crises” que vivemos na atualidade, nada mais são que uma interpretação ideológica equivocada do contexto em que vivemos. Em especial a “crise” da educação, ou da qualidade de ensino. Esta em especial (que é constituída de 49 discursos sobre a péssima qualidade do ensino em nosso país) tem tudo a ver com a nossa outra “crise”, a da leitura de textos literários, relacionada que é, como uma de suas causas. Temos dito em algumas ocasiões que não é esta uma “crise” no sentido literal do termo. Ou seja, não é que algo estivesse bom/bem e fosse repentina e eventualmente arruinado. O que há é fruto de um processo em andamento, portanto, nada de crises, que são situações mais pontuais. O parâmetro de comparação, ou a baliza pela qual nos pautamos para indicar a existência dela é que está equivocado. Inclusive no que tange ao ensino de Letras (e, portanto, aos egressos destes cursos) na graduação. Quer conscientemente, quer não, a medida que empregamos, para julgarmos o ensino, tanto público quanto privado, de hoje ruim, é a comparação com o nosso ensino público/privado do passado. Este é um procedimento que não deve ser adotado de modo apressado, pois não funciona plenamente. Nele persistem elementos discursivos de uma verdadeira “histeria nostálgica”. Não havia, há algumas décadas, tantas escolas, universidades, opções de ens ino. O padrão de atendimento era outro, pois, outrora, quantitativamente, estudavam quase que apenas os mais favorecidos. Com a expansão do sistema de ensino e o aumento de sua abrangência, a expectativa de conteúdo em relação ao público alvo deveria sofrer ajustes, que nem sempre aconteceram. O ponto de partida de um conhecimento pré-existente à escola já não era o das elites, dos preceptores pré-escolares, mas de camadas da população cada vez mais excluídas (inclusive do conhecimento, do acesso a bens de capital simbólico e a oportunidades de conviver com eles). Isso fez com que o modelo oscilasse entre a exclusão, pela via da reprovação massiva, a aprovação massiva, e o ajuste do conteúdo à nova realidade. O horizonte de expectativas do ensino, assim como sua estrutura, currículos e programas está calcado em valores, cuja maior ambição parece ser a de “redimir” as camadas mais pobres da sociedade de seu suposto (quase) estado de barbárie, tornandoas úteis ao sistema. Pela via do ensino público e gratuito, as elites cumprem um papel duplo, que nada tem de generoso: ao mesmo tempo em que promovem o apagamento de resquícios daquilo a que chamam de “barbárie” (e que bem podem ser outras formas de manifestação cultural marginalizadas), pela via da educação, propõem a crença num modelo ascensional de competição e valor individual (tipicamente burguês e, portanto, “romântico”), o qual, pode-se constatar, é visível no modelo de avaliação, bem como em todo nosso processo competitivo de escolarização, inclusive e, talvez, principalmente no exame vestibular. 50 Mas esta equação ascensional, via educação, não pode se concretizar para todos, sob pena de haver um desequilíbrio do próprio sistema. Permanece no aluno, oriundo das classes mais desfavorecidas da população, apenas o desejo de um ensino realmente “redentor”, que leve o postulante às camadas superiores da sociedade. A frustração desta expectativa, por esse lado, é quase sempre revertida na forma de culpa ‘determinista’ para o seu próprio público alvo 28 . Alguns, mais benevolentes com as camadas mais pobres (mas não tão claramente críticos do sistema excludente), por outro lado, apontam para a possibilidade da existência de uma “crise” no ensino. Assim é com a educação em geral, assim será para com a leitura literária: Em resumo, parece haver uma diminuição do interesse pelos livros positivamente avaliados pela escola, pela academia, pela crítica literária. O cânone universal dos textos escritos, capaz de assegurar a disseminação dos valores culturais, políticos e religiosos, nos quais se ancora a visão de mundo das elites, parece ameaçado. Novo perigo ronda o mundo dos livros e da leitura, pois esperava -se que esses valores fossem reverenciados e entendidos como algo de que não se poderia prescindir (ABREU, 2002, p. 15) Na verdade o que se convencionou chamar de “crise” é a visão da realidade nua e crua, é a “poeira acumulada debaixo do nosso tapete social”. É fruto de séculos de ausência de investimento (e marginalização) cultural para as camadas populares e falta de (re)conhecimento da existência de uma cultura popular. É a exigência prévia de que o aluno que nos chega (tanto à graduação, quanto ao ensino fundamental e médio), já chegue a nós educado dentro de parâmetros culturais que não lhe pertencem e que seja julgado com base neste modelo. Não negamos a ausência de verbas, o desmantelamento das escolas públicas de periferia, os baixos salários dos profissionais de ensino nos mais diversos níveis, mas estas podem ser consideradas como “instâncias reguladoras” do próprio sistema em si, que tende a privilegiar escolas em determinadas áreas, de acordo com sua extração social, em detrimento de outras; que tende a reproduzir um modelo elitista de educação, onde as melhores chances de ascensão estarão próximas de que m detém mais poder. Caberia a nós, talvez, rever horizontes e expectativas. O nosso aluno de hoje não conhece duas, ou mais línguas estrangeiras, não viaja à Europa nas férias de verão, não pertence somente aos grandes centros e por vezes nem sequer a um cinema foi em 28 Diz-se geralmente em função destes “fracassos” próprios do sistema de ensino, que o aluno por ser oriundo das classes populares “não deseja estudar”, “não tem interesse”, ou em última e mais cruel instância “que ele não tem o ‘dom’ da cultura”, ou que ele “não tem o ‘dom’ do estudo”. Daí o que se convencionou chamar de teoria do “dom”. 51 algum momento de sua vida. É uma “clientela 29 ” em tudo diferente daquela que temos por ideal. Não é um aluno que tenha lido os clássicos da literatura, que tenha acesso a bens simbólicos. Culpa dele? Não. Contudo há quem ache que sim. Nosso aluno, na graduação, por exemplo, não é mais a “mocinha casamenteira” que oriunda de boa família, com bom estudo, vai dar aulas enquanto espera por um marido. Ao mesmo tempo em que houve um processo de profissionalização (e especialização) cada vez mais intenso em nossa área, o próprio mercado mudou, especialmente em função da pressão gerada pelo desemprego. Onde outrora, havia pessoas que cursavam desleixadamente Letras (era segunda opção, dizia-se), apenas para terem um diploma de nível superior (que não pretendiam exercer a profissão, no mais das vezes, querendo apenas o diploma para ascender em suas carreiras), começou a haver aqueles que viam com bons olhos os empregos em nossa área e que passaram a disputar seriamente as vagas em nosso mercado de trabalho. O crescimento da quantidade de cursos de pós-graduações e de pós-graduados, em nosso país, foi palco desta disputa. Testemunho da pressão, por mais vagas de trabalho no ensino de língua e Literatura, nos é dado pelo trecho abaixo do Parecer nº 283/62, aprovado em 19 de outubro de 1962, sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O Conselheiro Valnir Chagas, se referindo a obrigatoriedade do aprendizado de Língua Portuguesa para quem ensina Língua Estrangeira, qualifica positivamente o fato de que a lei teria possibilitado uma maior oferta de vagas de trabalho na área de Língua Portuguesa. Diga-se o que disser, esta solução já consistiu um acréscimo positivo sobre a dispersão anterior, além do que, de certo modo, antecipou o novo quadro que ora nos depara. A Lei de Diretrizes e Bases, diretamente ou através de Resoluções deste Conselho, tornou obrigatório o estudo da Língua Portuguesa em todas as séries da escola média, com isto ampliando consideravelmente a procura de professores do idioma vernáculo (CHAGAS, 1962, p. 414) E prossegue, apontando a reforma curricular como um fator de “irresistível motivação profissional” para professores de Língua Portuguesa, o que permite inferir que está-se “ajustando”, pela força da Lei, contas com as pressões que o desemprego exercia sobre o mercado então. 29 O termo “clientela” aqui obedece ironicamente a lógica da crítica que está-se fazendo. O aluno tratado como “cliente” é algo bastante coerente com uma proposta de ensino capitalista, excludente e ascensional. 52 (...) a total inconveniência de que seja alguém autorizado a lecionar uma língua estrangeira sem o completo domínio do idioma vernáculo e, de outro, a necessidade crescente de professores deste último, que funciona como irresistível motivação de ordem profissional. Em conseqüência, forçoso é que se abra caminho para uma nova concepção em que todo professor de língua estrangeira o seja também de Português. (CHAGAS, 1962, p. 415) A força econômica desta pressão também é um fator responsável pela expansão do sistema de ensino. Não se trata, portanto, de favor, ou caridade. Há, sob muitos aspectos, uma pressão muito forte no sentido de empregar a mão-de-obra ociosa, outrora formada no seio das elites, em novas posições no mercado de trabalho. É por isso que não é exatamente uma “crise” que enfrentamos, mas uma situação que é fruto também da dura realidade de um processo de expansão mercadológica que se utilizou da diferença cultural entre as classes socia is, para a qual muitos de nós fizeram questão de fechar os olhos, durante anos. Outros a utilizariam ainda como uma espécie de estandarte ideológico (determinista) da exclusão, para ocultar uma expansão, cujo investimento não correspondia a realidade. Isso não pode ser chamado, quando visto a partir de uma perspectiva diacrônica, de crise, mas sim de processo de expansão do mercado de ensino. Caberia, quando muito, perguntarmos se os valores e o nível que defendemos, ou buscamos são, diante desta “nova” realidade, os ideais. Se concordarmos que este é o nosso ideal, devemos então investir na “recuperação” (seja lá o que isso for) da cultura e na “restauração” de nossos alunos ao patamar desejado. Caso contrário cabe discutir se é ideologicamente importante desejarmos que as classes populares, que, de modo geral, hoje freqüentam a escola pública, assimilem o padrão e o modelo da cultura das elites, apagando o seu, ou se este padrão não lhes é prejudicial, em função da cooptação/formatação ideológica que se opera em seu meio. Este, contudo, não é o papel deste trabalho. E a reflexão que desenvolvemos até aqui nos serve no sentido de indicar nossa descrença na existência de uma “crise”, e de quebra, nos aproximar da idéia de que o aluno que nos chega não é mais apenas aquele das elites, educado segundo o modelo da elite, mas, eventualmente, um misto de alunos oriundos de escolas públicas e cursos pré- vestibulares, especialmente se nos situarmos em cursos de Letras pertencentes a universidades mais periféricas, como a UFRR. Para alguns que acreditaram na idéia de uma “crise”, como Afrânio Coutinho, ela é apenas decorrência direta do aumento das vagas no ensino público e da popularização da educação como um todo: “ O que somos é incompetentes, 53 malformados, superficiais. Que se pode esperar de tal estado? E o pior é quanto mais o tempo escorre pior é a situação. Com o aumento da população escolar caiu o nível do ensino. E agravou o faz-de-conta nacional.” (COUTINHO, 1983, p. 244). Para ele (Afrânio) o processo da popularização do ensino (que ele reconhece existir, mas renega enquanto benesse social) representou somente um “nivelamento por baixo” da educação, um grande “faz-de-conta”. No entanto, esta é uma posição em tudo desfavorável às camadas mais pobres da população, pois está calcada na provável premissa de que somente uma pequena elite é capaz de manter o nível ideal. Conforme aponta abaixo Osman Lins, já na década de 60: Justamente aí, parece-me, está o ponto mais grave do problema. Apesar das insuficiências dos alunos, altamente imaturos e despreparados, continuam os professores a organizar e ministrar seus cursos de graduação como se tivessem diante de si alunos ideais, ou, ao menos, com alguma leitura, quando não são raros os que chegam à faculdade sem nunca terem lido uma obra literária sequer. (LINS, 1977, p.82) Para ele parece óbvio que os alunos que nos chegam, já não detêm o mesmo conhecimento de outra época. Mas, longe de atribuir a culpa a uma possível e impessoal “crise”, aponta para a desatenção dos professores, instituições de ensino e sua inércia diante de currículos e programas, repartindo o ônus do fracasso entre docentes e discentes, como prováveis co-responsáveis pela situação de impasse e falta de leitura. É preciso que se olhe o outro lado da questão e se perceba o quanto a popularização do ensino, um processo já muito longo, bem como a popularização, ainda no século XVIII (bem como ao longo de todo o processo Romântico), da Literatura detonaram transformações sociais e mercadológicas importantes no mundo. O quanto esta expansão é parte programática da própria necessidade de sobrevivência do sistema capitalista em si. Cyana Leahy-Dios, citando Romanelli, afirma que: Segundo explica Romanelli, era do interesse de empresas nacionais e internacionais que o trabalho braçal no Brasil fosse equipado com um certo grau de educação e treinamento técnico, visando ao aumento da produtividade, enquanto ainda permanecendo muito barato (Romanelli in LEAHY-DIOS, 2000, p.68) É, de uns tempos para cá, necessário cada vez mais formar mão de obra especializada, educada para o sistema. Por outro lado é bom que se perceba o quanto estas transformações, tanto no campo literário, quanto no escolar, viram surgir escalões intermediários, entre a “miséria ” intelectual absoluta e as elites, e funcionaram como motor da própria modernidade. Se a escola pública no Brasil, teve uma “queda” de 54 qualidade na mesma proporção em que se expandiu, assimilando as camadas mais pobres da população, a despeito do que temiam aqueles que concordam com o que pensa Afrânio na citação anterior, concomitantemente, neste mesmo período, o cânone se abriu e foi mais intensamente questionado. Assim, a cultura popular tende a ser incluída, à revelia de setores mais conservadores da elite, na mesma medida em que a escola dela necessita como referência didática válida, para a inserção dos mais excluídos. Trata-se de um processo de auto-identificação, bem como de “fixação” das camadas populares no sistema de ensino, conforme salientam Paulo Freire (1980) e a professora Vera Teixeira de Aguiar: “A escola, como instituição voltada para a educação formal, é a responsável pela alfabetização e ensino contínuo da leitura, mas ela não pode levar adiante seu projeto sem considerar a diversidade sócio-cultural de seus alunos” (AGUIAR, 2004, p.47). Deste modo, o cânone também se renova, pela pressão social e necessidade de referências reconhecíveis, que a ascensão ao sistema de ensino dos menos favorecidos provoca. Mas esta inserção, como já dissemos antes, não é nenhum favor. Em Roraima, por exemplo, se tratou de uma necessidade da própria sociedade de formar (formatar?) novos professores que dessem conta da crescente demanda pelo ensino público naquele estado em expansão 30 . Tratava-se de um território da União isolado política e geograficamente, que, para integrar-se ao sistema da União, para ser reconhecido como um novo Estado “viável”, precisava adequar-se ao padrão nacional. Precisava-se, naquele momento, de um ensino que, ao menos, espelhasse o modelo de ensino nacional, pois o ensino em Roraima contava com pouquíssimos professores certificados, ou seja, com poucos profissionais formados em nível superior. Se o cânone muda através dos tempos, ali podemos verificar sua mudança (e conseqüentes resistências dos seus cultores a isso) bem como, entender um pouco do processo de inclusão de determinadas obras, de extração mais popular, em suas fileiras. É sintomático que em 1977, reunindo textos da década de 70 e alguns do final da década de 60, Osman Lins, analisando e criticando com veemência uma série de livros didáticos (50 para ser mais preciso), estranhe a presença (em 1965) de figuras da cultura 30 Nesse sentido talvez seja interessante olharmos para o quadro de evolução demográfica do IBGE (tabela I desta tese) da Região Norte com destaque especial para o Estado de Roraima nas décadas de oitenta e noventa. 55 popular como o Sr. Catullo (da Paixão) Cearense entre os elencados nos livros didáticos, em detrimento de outros autores canônicos que considera mais importantes: Em segundo lugar, os autores citados nem sempre são os mais conspícuos dentre os “consagrados pela morte”. Transcrevem-se, com insistência, páginas de Afrânio Peixoto, Taunay e outros ainda mais inexpressivos. Qual a presença, hoje, desses homens, nas letras do país? Como insistir em mencionar Fruta do Mato, Maria Bonita e Inocência entre as grandes obras da literatura nacional, quando todos esses livros estão mais mortos do que seus autores e nada transmitem de nossa realidade, da situação do homem perante o mundo e, aspecto ainda mais grave, nem mesmo chegam a ser bem escritos? Acrescente-se ainda o vezo de alguns gramáticos de abrirem espaço (é de estarrecer!) para um cantor de modinhas como o Sr. Catullo Cearense. Citam o conhecido seresteiro, como exemplo, pelo menos três gramáticos em seus livros de ensino: Nestor Delvaux (Português , Curso Colegial, edição F.T.D.), Raul Moreira Lellis (Português no Ginásio, Cia. Editora Nacional) e Silveira Bueno (Estilística Brasileira, Ed. Saraiva). Em compensação, nenhuma referência é feita, nestes com em quaisquer outros da quase meia centena de compêndios examinados, a mortos como Domingos Olímpio, ou Amadeu de Queiroz, ou Manoel de Oliveira Paiva, autênticos escritores e legítimos intérpretes da realidade brasileira. (LINS, 1977, p.17) Embora faça ele, naquele mesmo momento, a mais lúcida crítica sobre o ensino de Literatura em nossas Universidades e cursos de Letras, também se percebe seu estranhamento com a presença de um autor popular entre os eruditos do cânone, vistos a partir de livros didáticos. Tal qual Márcia Abreu descreve, nos séculos XVIII e XIX, o pavor de determinados escritores com a expansão da leitura e a proliferação dos escritos e escritores é um desses momentos em que se pode perceber com mais nitidez o quanto o cânone pode ser exclusivo (e o quanto, em determinadas circunstâncias, apesar de seu “exclusivismo”, o processo de inclusão da cultura popular, ou de “menor erudição”, é inexorável). Voltaire era um dos que pretendia distinguir-se daqueles a quem acusava de “serem incapazes de qualquer obra proveitosa” (ABREU, 2003, p. 25). Para a autora “simultaneamente ao escalonamento dos escritores, produziu-se uma hierarquização dos escritos” (ABREU, op. cit., p..25). Desta hierarquização, provavelmente, herdamos o cânone. E com ele herdamos a exclusão que ele proporciona. Para a Professora Márcia Abreu esta exclusão está implícita na própria forma como esta hierarquização se deu: “Toda sua preocupação consistia em não macular a produção erudita pelo contato com escritos de circulação ampla, lidos privadamente, sem a intermediação de professores, padres ou pastores, sem a necessidade de conhecimento de obras e preceptivas clássicas.” (ABREU, op. cit, p.25). 56 O que nem sempre parece tão óbvio, mas que acaba redundando em fato é a participação da escola (por escola entenda-se também a academia) na defesa deste modelo de elitização, tornando-se ela também um “feudo” das elites. Veja-se na citação acima que a reação no século XVIII se dá contra a leitura privada, não contra a que é praticada na escola, por exemplo. Trata-se muito mais da defesa do espaço, do poder e do prestígio dos mestres-escola, dos padres e dos pastores do que da leitura em si. E esse poder lhe é franqueado não só por deter o conhecimento (veiculo ideológico das elites) mas por ter a licença de ministrá- lo 31 . Nesta perspectiva, cânone, leitura e (ensino de) Literatura, geralmente conceitos que costumam tomar diferentes rumos em nossos dias, acabam se fundindo e trilhando um caminho de exclusão semelhante entre si. Ademais, o discurso sobre o “como ensinar” que era objeto quase que privativo do campo pedagógico, ou de professores que, tendo feito o curso de Letras 32 , não estavam militando diretamente em questões mais técnicas do campo da Literatura, de algumas décadas pra cá passa a fazer parte do nosso dia a dia. Estas questões, tidas, então, como mais da alçada da pedagogia, acabavam sendo muito parcamente visitadas pelos professores mais “técnicos” da Literatura, muito mais preocupados com as próprias tensões teóricas, do campo em si, do que com o desenvolvimento de métodos, técnicas e/ou discussões sobre o “como” e o “porque” ensinar Literatura. Não é à toa, que no desfecho de seu discurso sobre o Ensino da Literatura no Brasil em 1974, Afrânio Coutinho advirta, possivelmente pensando num modelo elitista de curso, que: O dever de todos os que temos responsabilidade no ensino em nosso país é procurar aperfeiçoar cada vez mais as técnicas de abordagem docente no sentido de aprofundar o ensino literário para que ele venha a desempenhar um papel produtivo como instrumento humanístico na formação do homem comum, e como estímulo à formação do homem de letras, que, assim espero, deverá sair cada vez mais do ensino superior de letras. (COUTINHO, 1983 [1974], p. 190) 31 Não estaremos errados se pensarmos que esta “licença” (não é à toa que os cursos que formam professores são chamados “licenciaturas”, daí a idéia de “licença”) das elites para ministrá-lo é uma forma de tornar refém a escola (e conseqüentemente o professor) do conhecimento que ela mesma produz (através da pesquisa acadêmica), criando-se assim um círculo vicioso, que para alguns passa por virtuoso. Esta licença é uma forma de controle que as elites exercem no imaginário. Há uma espécie de “censura escolar” que determina, via programas e ementas o âmbito da “licença” de cada disciplina. O professor, por sua vez na busca do conhecimento amplo, torna-se refém de uma “rede” da qual ele não pode libertarse. Este é o seu poder e seu “ópio” (quanto mais conhecimento, mais poder ele detém, mais “dopado” pelo próprio conhecimento ele fica) mas é tamb ém o grilhão que o ata à sociedade. O conhecimento que for considerado impróprio pode ser banido, assim como quem quiser defendê-lo contra os padrões estabelecidos. Assim (grosso modo), a elite (e o mercado) opera indiretamente até o cânone em suas inclusões e exclusões. 32 Ligia Chiappini Moraes Leite, Richard Bamberger, Mary Kato, Magda Becker Soares e até lingüistas como Eni Orlandi, dentre outros. 57 Para ele, já na década de 80, a própria Universidade era uma “forja de elites” e sendo esta ainda incipiente, também era a culpada pelo seu próprio fracasso na promoção da formação de “uma massa de homens médios produtivos.” Não se pode negar que o ensino literário tenha mudado ao longo dos últimos anos. Não se pode negar também que haja problemas no ensino de Literatura em nosso país desde sempre. Os mais atentos à questão histórica vão apresentar razões para este impassse que se originam ainda no Brasil colônia, quando era proibido importar, comercializar e/ou produzir livros em terras tupiniquins. Os mais afoitos, buscando a redenção prometida pelo modelo de economia globalizada da pós- modernidade, dirão ser tudo fruto de nossa resistência a valores e a produtos externos. Haverá quem diga que nossa problemática é conseqüência da ausência de um projeto educativo próprio, ou que seja culpa de modelos educativos que por ventura tenhamos (criticamente ou não) adotado. É o caso do professor Alberto Gonçalves da Cruz (UFRRJ) que ao se referir ao modelo universitário brasileiro considerará “como causa desta crise, o fato de termos saído de um modelo europeu para o modelo americano sem os cuidados para adaptação, que seriam necessários.” (CRUZ in SLEUTJES, 1999, p.31) O mais estranho é que independentemente da questão da adoção (acrítica) ou não de um modelo, de termos, ou não, um problema histórico em relação ao mercado e ao ensino de Literatura, de sermos, ou não, uma “literatura menor”, um ramo da “Literatura Portuguesa”, independentemente de tudo isso, cabe ao professor, segundo a fala na citação anterior de Afrânio Coutinho, a tarefa de modificar os rumos da educação literária através de um “método”. Mas seria um método capaz de reverter este quadro? 3.3 – Ensino de Literatura e cânone: questão de método ou de ideologia? Achamos que não é bem através da adoção ou criação de um método, que se resolverá a questão. Inicialmente porque, mesmo através da cortina de preconceito estendida sobre o discurso de quem trata a popularização do ensino, como culpada pela crise, se pode perceber que a questão é mais social do que um problema de modelo, ou 58 metodologia. E se é um processo social em curso, cabe tentar entender (ou pelo menos vislumbrar possibilidades) a questão do ensino de Literatura (bem como da educação em geral - o que não é o nosso caso, mas entendemos ser possível) através desta lente. Se nos pusermos a refletir sobre o cânone, em sua relação direta com o que, na maioria das vezes, veiculamos como verdade sobre os benefícios oriundos de sua leitura, veremos que nem sempre esta verdade é coerente. Dizer, por exemplo, que a leitura dos clássicos liberta, pode ser, dependendo do ponto de vista, uma inverdade. A leitura também gera uma prisão, um aprisionamento do leitor ao seu universo. Uma “formatação” social do indivíduo ao seu modelo. Ela pode implicar num modo de conformidade muitas vezes menos visível que a própria violência social em si. Deste modo, o instrumento que pode libertar o indivíduo do jugo das classes favorecidas, armando-o para o convívio com a elite, também pode torná- lo um defensor “espontâneo” do sistema, um outro opressor, em menor escala, diante de seus semelhantes menos “esclarecidos”, ou como queria Afrânio, na citação anterior, “um homem médio produtivo”. O texto literário, por sua vez, não foge à regra. Tanto para quem produz o material a ser lido (a Literatura) quanto para quem a lê, existem regras, cujo viés ideológico favorece, quase sempre, a reprodução de modelos e hierarquias excludentes. O cânone é uma delas. O amor incondicional aos livros que, para a maioria de nós, parece condição sine qua non do intelectual das letras, ou do professor de Literatura, também pode funcionar como possante droga, que pela sua inquestionabilidade, obnubila exclusões e conflitos existentes em seu íntimo. Ler, assimilar, interpretar, entender um texto literário, podem ser sinônimos de alinhamento com um regime, com o sistema, com o método, com a vontade de um professor, com a ideologia de um livro didático, etc., ou até com a exclusão que o próprio cânone, que reverenciamos, patrocina. Esta exclusão, por sua vez, significa a adoção de um modelo de beleza também ditado, em sua maioria, pela tradição elitista, significa adesão ao sistema de valores que sustentam a sociedade. E dependendo da forma como isto é feito em, menor ou maior grau de compromisso com o texto, com um método, com a própria literatura (ou o que se crê que seja ela), este efeito “nebuloso" pode, ou não, se agravar. Nosso intuito, não é (como já dissemos antes) tentar, ao longo deste trabalho, resolver o problema da miséria humana, nem da exploração do homem pelo homem. Apenas tentamos demonstrar paulatinamente que não se trata de adotar esse ou aquele 59 modelo canônico, ou de pensar na “integração” da educação em Roraima ao modelo nacional acriticamente. Entendemos, sim, que a educação pela Literatura também possa ser libertária, mas somente quando feita de modo crítico e não-reprodutivo. Entendemos ainda, que para deixar clara uma posição crítica, devemos avançar um pouco mais na desnaturalização de algumas idéias, como a de que a leitura é sempre algo bom, ou a que atualmente tem andado em voga, de que o aluno se auto-educa pela Literatura. Não discordamos da possibilidade do “auto-didatismo”, mas fazemos a ressalva de que apenas estimular a leitura pode não ser o ideal, mesmo (ou especialmente) num curso de Letras. Tentamos também, até aqui, buscar responsabilidades, para que a discussão avance sem o subterfúgio de um sujeito indeterminado, a “crise”, que não só impede soluções, como ideologicamente nos torna a todos acríticos, credores que somos de um “fantasma” da “falta de leitura” que nos assola. Não só apenas no capitalismo, nas sociedades suposta e/ou ideologicamente comprometidas com a exploração do homem pelo homem, a Literatura assume papel didático relevante na organização da cultura letrada. Tão pouco será apenas nessas sociedades que o cânone assumirá um papel nacionalista, ideológico, ou mesmo excludente. Nos trechos retirados de discursos e artigos de Lênin, abaixo, veremos que a preocupação para com o papel ideológico da leitura também esteve presente nos primeiros anos da revolução russa, como uma questão, que embora vista de um modo “romântico”33 , deveria ser, para ele, atribuição primeira do estado revolucionário: Debemos utilizar los libros que tenemos y acometer la creación de una red organizada de bibliotecas que ayuden al pueblo a utilizar todos los libros que tengamos, sin montar organizaciones paralelas, creando una sola organización metódica. En esta pequeña obra se refleja la tarea principal de nuestra revolución. Si no se cumple esta tarea, si no pone rumbo a la creación de una sola organización metódica de verdad, que acabe con el estúpido caos y los absurdos existentes en Rusia, esa revolución no pasará de revolución burguesa, pues la peculiaridad fundamental de la revolución proletaria, que marcha hacia el comunismo, consiste precisamente en eso (...) (LÊNIN, 1979 p.256) Para Lênin, um ano e meio depois da revolução soviética de outubro, em maio de 1919, é de primordial importância a leitura e, portanto, a organização “metódica” e “centralizada” nas mãos do estado de uma rede de bibliotecas em que o proletariado 33 O termo “romântico” aqui diz respeito à fase épica da revolução russa, um primeiro momento desta, em que o estado ainda não se tinha transformado na máquina burocrática e ineficiente que acabou se tornando. O uso do termo “romântico” se deve mais ao sonho idealista de uma construção igualitária e às reais perspectivas e discussões, nesse sentido, que se abriam para a recente revolução, bem como para os revolucionários utópicos em geral. Tomemo -lo, portanto como sinônimo de “idealista”. 60 possa se educar pela e para a leitura. Para ele, esse seria o fator distintivo entre uma “revolução proletária que marcha rumo ao comunismo” e mais uma “revolução burguesa”. Também para ele, ainda na segunda década do século XX, a “barbárie”, a “falta de cultura” e a “ignorância” são frutos da ausência de consciência (tomada aqui talvez como leitura) e organização que sempre acometeu a classe operária, frente à burguesia. Conforme se pode ver neste outro trecho extraído de seu discurso “tareas de las organizaciones juveniles” (fragmento do discurso pronunciado no III congresso da união das juventudes comunistas da Rússia em 2 de outubro de 1920): “De ese modo no se puede edificar el comunismo. Sólo se puede llega r a ser comunista cuando se enriquece la memoria con todo el tesoro de conocimientos acumulado por la humanidad” (LÊNIN, 1979, p.268) Este é, talvez, o argumento e a crença que sempre o levaram a aprofundar-se no estudo de Tolstoi, por quem, além de tudo, nutria imensa admiração pessoal. Vejamos o que diz, num artigo datado de 1910, sobre a Literatura de Tolstoi e dos benefícios da leitura desta pela classe operária russa: Estudiando las obras literarias de Leon Tolstói, la classe obrera rusa conoce mejor a sus enemigos, y viendo claro en la doctrina de Tolstói, todo el pueblo ruso debe comprender en qué consistió su propria debilidad, que no le permitió llevar hasta el fins su liberación. Eso hay que comprenderlo para marchar adelante. (LÊNIN, 1979, p.120) Fazendo referência, em uma conversa com Bonch-Bruevich, por volta de 1906, a pequenos escritores populares e não canônicos da Rússia, Lênin aponta a necessidade de um outro cânone que sirva aos interesses da revolução: A esos escritores debemos sacarlos del olvido, reunir sus obras y publicarlas en libros aparte. Porque son documentos de aquella época y los escritores populistas, hay que reconocerlo, sabían reunir copioso material. No permanecían sentados en sus casas, sino iban a las clases bajas de la sociedad, estudiaban la vida de los obreros, campesinos y artesanos y describían muy bien, detalladamente, su léxico y sus condiciones de existencia. (LÊNIN, 1979, p. 350) Parece haver uma consciência, mesmo que velada, sobre a importância da construção de um cânone próprio, com funções didáticas específicas, entre os marxistas. Pelo menos é o que leva a crer a leitura deste trecho em especial, no qual Lênin, dando seqüência ao comentário anterior sobre a importância dos escritores populares, é especialmente enfático: 61 Se presta atención preferente a los grandes escritores que alcanzaron fama con sus magníficas obras. Hacen bien en reeditarlos, ya que existe una gran demanda de sus obras, pero repito, tambiém los pequeños escritores deben ser sacados del olvido y deben entrar en las bibliotecas de nuestros lectores. (LÊNIN, 1979, p. 350) Aliada a esta insistente idéia da construção de um cânone operário paralelo ao cânone burguês, parece haver também, pelo que se pode depreender dos trechos anteriores, uma consciência, ainda que tênue, de que a leitura (tida aqui em alguns trechos como integrante da “memória”, e talvez da tradição) possa significar a libertação de um povo, possa vir a ser um elemento de conscientização políticoideológica (como se vê na citação em que ele faz a análise dos benefícios da leitura de Tolstoi para a classe proletária). Assim pode-se afirmar que, embora Lênin não teorize diretamente sobre o cânone, o faça de modo indireto trazendo em sua fala, inclusive, uma consciência mínima e relativa da exclusão de certos autores e obras do círculo dos clássicos, mas, e também, da função didático- ideológica da Literatura e, por conseguinte, do próprio cânone. Apostando na prática da leitura como libertadora do indivíduo Sônia Kramer parece incorrer num paradoxo ao fazer a seguinte crítica aos que supõem a leitura como fruto arbitrário da escola e sugerem a liberdade de escolha para que o aluno realize ou não determinadas leituras: (...) ao criticar tão radicalmente a obrigatoriedade de ler, a imposição de prazos de leitura, autores e títulos, não me parece que a "livre escolha" seja por si só mobilizadora de leitura. Trata-se, ao contrário, da possibilidade de escolher no interior e como parte de uma prática viva de leitura que pode se dar também na escola, mas que jamais é da escola. O tema da escolha é aqui resgatado, pois, naquilo que ele oferece para a conquista da liberdade (Sartre, 1989). Ler e escrever não como constrangimento, mas caminho de libertação: educação, alfabetização, leitura e escrita – como bem nos ensinava o mestre Paulo Freire, ainda nos anos 60 – como prática da liberdade. (KRAMER, 1995, p.149) Jorge Larrosa, por exemplo, combate o “ensino” de Literatura por acreditar que a leitura de um indivíduo em formação é sua experiência: "Para que la lectura se resuelva en formación es necesario que haya una relación íntima entre el texto y la subjetividad. Y esa relación podría pensarse como experiencia, aunque entendiendo experiencia de un modo particular. La experiencia sería lo que nos pasa. No lo que pasa, sino lo que nos pasa." (LARROSA, 1996, p.18). Ao sugerir que o “ensino” de Literatura não é possível, por acreditar que a Literatura seja fruto da experiência, como o faz novamente no trecho abaixo, desta vez citando Gadamer, Larrosa cria um interessante impasse: 62 (...) dos personas, aunque enfrenten el mismo acontecimiento, no hacen la misma experiencia. Y dice también que la experiencia no puede ahorrársela nadie, es decir, que nadie puede aprender de la experiencia de otro a menos que esa experiencia sea de algún modo revivida. (...) El saber de experiencia no está, como el conocimiento científico, fuera de nosotros, sino que sólo tiene sentido en el modo como configura una personalidad, un carácter, una sensibilidad o, en definitiva, una forma humana singular que es a la vez una ética y una estética. (LARROSA, 1996, p.24) Ao situar a leitura no âmbito da experiência, Larrosa parece demonstrar uma crença maior no indivíduo, que no sistema de ensino, mas não parece disposto a explicar como o indivíduo poderia apreender o cânone apenas através da experienciação. Sem discordarmos de Larrosa, no que sua tese tem de fundamental (que a experiência de diferentes indivíduos diante do mesmo fato é sempre apreendida de modos diversos), gostaríamos de argumentar que o convívio com a Literatura demanda esforço maior por parte de um indivíduo, nos dias de hoje, que o convívio com outros meios de difusão cultural como a mídia eletrônica, o cinema, a informática, etc. Neste caso, não fosse por uma certa dose de obrigatoriedade e por um projeto escolar ainda calcado no ensino da Literatura, provavelmente estaríamos avançando muito mais rapidamente para a extinção do modelo literário como o conhecemos em nossa era. Não há nada de vaticínio no que afirmamos, apenas a lógica do menor esforço: diante da dificuldade de concentração que a Literatura impõe, do esforço necessário para enfrentá- la e ignorando por falta de orientação mais efetiva, as possibilidades (de ascensão social inclusive) que o convívio com o literário pode proporcionar, a maioria de nossos jovens optaria por outros meios de difusão cultural. A Literatura, podendo ser “vilã” e “libertadora” no mesmo processo, é também a única forma de ensino realmente interdisciplinar que conhecemos há muito tempo. Por este motivo pode causar impacto a idéia de que ela possa ser instrumento de exclusão social. Note-se que o movimento de exclusão/inclusão não se dá somente no sentido ascensional das classes sociais. Também existe entre centro e periferia. Está primordialmente mais visível, para nós, no seio do estudantado, porém, também existe do ponto de vista da produção literária. Quanto mais periférica for a circulação de uma obra, menos chances terá de se tornar um clássico, especialmente se levar em conta características locais como: linguagem, tema, etc. 63 Renunciando ao desejo de universalidade, para atender a demandas locais, o texto literário poucas chances terá de integrar o cânone escolar, ainda que seja dentro de seu próprio país. No caso de Roraima esta pode ser uma questão primordial para a literatura local, uma vez que, em se tratando de um estado Amazônico, quase totalmente isolado do restante do país, trata-se de um lugar duplamente periférico por pertencer à uma região marginal de um país não-central34 . As escolhas lógicas mais radicais para o sistema escolar Roraimense (mesmo no nível superior) parecem oscilar, neste caso, entre a adoção (ainda que parcial) de um modelo central e “integrador” e a propagação, veiculação e adoção de uma “incipiente”35 produção local. Falar de crise, ou mesmo defender sua existência, conhecendo estas realidades, é, sobretudo, assumir como ideais os valores da elite de outrora, de certo preconceito para com a periferia, quer em termos de cânone, quer em termos de ensino. Assumi- la, propugnar a idéia de que algo não está funcionando corretamente, nestes termos, é um pouco eximir-se da responsabilidade de olhar com olhos críticos para o nosso público estudantil, para a extensão territorial de nosso país; é permanecer voltado para um público ideal, buscando uma educação ideal, cuja matriz mais provável é a européia; é optar por um sistema opressor e centralizador; é também subestimar a ascensão da cultura popular, as possibilidades de renovação do próprio cânone; é temer, como temeu Voltaire (ABREU, 2003, p.25), no século XVIII, a chegada de “novos” valores; é não perceber que há um fosso social que separa as classes, inclusive no que tange à bagagem cultural/capital simbólico com os qua is aportam em nossas cadeiras escolares/universitárias; é fazer crer, em suma, que os únicos valores positivos são aqueles que emanam de uma posição central de poder, condenando ao limbo as regiões periféricas e, impedindo um crescimento do todo social que respeite as diferenças; contudo, também é o que temos visto existir e subsistir em muitos discursos. Por outro lado, o sentimento de frustração (que se manifesta na maioria de nossos colegas professores) que acompanha o sentimento de crise, é um indício do quanto defendemos acriticamente, quando lidamos com o ensino em geral e, mais especificamente, com o ensino de Literatura, valores e padrões que nos foram legados pela nossa educação. 34 Tanto Cândido (1981) , Coutinho (1983), como Lima (2002) parecem concordar com a idéia de que somos uma cultura periférica, ao menos em termos literários. 35 Sem querer ofender a ninguém, colocamos aqui uma ressalva de que talvez a literatura local seja considerada pela maioria como “incipiente” quando comparada ao modelo canônico da Universidade e, certamente por não haver ainda pesquisa acadêmica suficiente na área de literatura que comprove o contrário. Este termo, portanto, pode não corresponder à realidade. 64 3.4 – Ler, escrever e avaliar o cânone em Roraima Por uma questão de hierarquia de valores em nossa cultura ocidental pode-se dizer, grosso modo, que determinados rincões, considerados economicamente como periféricos, quando confrontados com modelos mais centrais, tendem a reproduzí- los. No caso de Roraima, assim como de outras periferias, ditas regionais, a criação de um cânone local/regionalista além de garantir a preservação de determinados valores da localidade, pretende também “rivalizar” a título de “justiça” com o cânone mais central (o qual, por sua vez, reflete a Literatura dos grandes centros, neste caso, da região sudeste do país). Trata-se de uma imagem (que para alguns é “bairrista”) formada a partir da produção literária local, frente aos modelos “universal” e “nacional”. É uma forma de se auto-contemplar partindo da aceitação parcial de sua condição de periferia, percebendo que o modelo central não favorece a inclusão de culturas outras, que não espelhem seu próprio modo de se manifestar. Talvez seja desta percepção que nasça o desejo de um cânone local, de algo que faça “justiça” ao que não é incluído num cânone mais central. Esses rincões, quase sempre, organizam sua produção local, nos cursos de Letras, em disciplinas de Literatura Local, ou Regional. Note-se que nos grandes centros cosmopolitas, onde estão concentradas as grandes editoras e onde o mercado editorial é mais amplo, não há este tipo de ocorrência. Muito dificilmente há quem, pelo menos recentemente, tenha ouvido falar de uma Literatura Carioca na UERJ, na UFF ou na UFRJ. Tão pouco dificilmente ouviu-se falar em época recente de uma Literatura Paulista no curso de Letras da USP, ou da UNICAMP. No entanto, houve até há pouco tempo uma Literatura Catarinense na UFSC, assim como há uma Literatura Amazonense na UFPA e na UA, como também há uma Literatura Cearense na UFC. Tal processo pode ter se espelhado no processo de organização dos Departamentos de Literatura Nacional nas grandes universidades, fator que ajudou na consolidação de uma identidade nacional em alguns países, em vias de unificação, ou de consolidação do Estado Nacional. Trata-se talvez de um modo de resistência institucional e reafirmação dos valores locais frente a valores estranhos à cultura local. Há, todavia, neste modo de hierarquização, aqueles que nem chegaram ainda ao estágio de criar seus Departamentos de Literatura local, por descrerem que haja uma produção regional digna de tal, ou por considerarem não haver conflito entre o local e o 65 central, ou ainda por outros motivos que não nos caberia levantar neste espaço. O caso de Roraima parece figurar entre estes últimos. Concorrem para a não inclusão de uma disciplina de Literatura local os seguintes fatores: - a novidade da criação da UFRR na década de noventa; - a falta de professores pesquisadores no seu corpo docente; - a inexistência de mão-de-obra local qualificada que pudesse ter especial interesse em preservar aspectos culturais locais; - o modelo de grade curricular, bem como o tempo para sua conclusão, que não permitiu incluir mais carga horária neste sentido. Dos vários problemas que, no seu conjunto, costumamos denominar de “crise” da leitura, o mais comum é o fato de, com a popularização e expansão crescente do sistema de ensino público, termos nos deparado com a realidade de outros Brasis. A implicação mais óbvia desta expansão é que se na “casa grande” havia livros, na “senzala” eles eram raros, senão inexistentes. E continuam sendo em rincões como o Estado de Roraima e boa parte do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país (salvo as grandes capitais e cidades-sede das regiões citadas). Mas como ler num estado como Roraima, por exemplo, em que as bibliotecas são raríssimas e não há senão duas, ou três, livrarias em todo o Estado? Em decorrência das condições locais, época, disponibilidade de livros, pessoal especializado, ocorre ali uma forma anômala de conceber o cânone. Roraima é, neste aspecto, um Estado sui generis. A falta de bibliotecas, livros e de “pessoas especializadas”, acabou gerando uma seleção local que pode incluir textos considerados “não-canônicos” como “romances de papelaria” no melhor estilo Júlia, Sabrina, Bárbara Cartland, Perry Rhodan, Tex Milller, etc..., sem, contudo, atribuir- lhes características regionais. Ou seja, ali estavam, para uma grande parcela da população leitora daquele Estado, os legítimos representantes da literatura dita “ocidental”. Ou pelo menos o que poderia, dadas as condições de distribuição e aquisição de livros, ser conhecido do público leitor da região. Aliás, este fenômeno não é somente típico de Roraima, ele pode ocorrer também entre leitores cons iderados “especializados”, da região Sudeste, conforme aponta Batista (1998): (...) é grande a presença, na biblioteca docente, de títulos e autores com baixo grau de legitimidade cultural: se Paulo Coelho e o seu "O alquimista" se destacam, as listas de preferências dos professores contam ainda com a presença de Sidney 66 Sheldon, James Caldwell e Adelaide Carraro, de romances espíritas e de livros de auto-ajuda (de Joseph Murphy a Lair Ribeiro). (BATISTA, 1998, p.52) Daí acharmos que nossos alunos não lêem; daí acharmos que há uma crise; daí nos perguntarmos se é possível ensinar Literatura sem conhecimento do acervo local, da produção literária do lugar e do universal da/na Literatura. Como exigir uma leitura prévia do cânone dos alunos egressos destas realidades? Não seria absurda uma exigência desta natureza? Sim e não. Sim porque não é possível aos alunos cumpri- la por “osmose”. Não porque ao refletirmos sobre quem são os professores que se frustram diante deste quadro, ao exigirem e esperarem um patamar de conhecimento diferente do capital simbólico que alunos destas regiões detêm, verificamos que foram educados segundo um modelo central, cosmopolita (ainda que deformado/adaptado pelas realidades locais de cada um) e que não admitia a diversidade cultural/social. Em Roraima este conjunto de especificidades torna-se ainda mais babélico, haja vista que o coeficiente de migração para o Estado, nas últimas três décadas do século vinte, suplanta em duas ou três vezes a população local. Este fluxo migratório e colonizador nada teve de homogêneo, contemplando grupos de todas as regiões e Estados do país. A dificuldade de se vislumbrar uma realidade local, dada a diversidade de culturas envolvidas, a novidade do Estado e a ausência de infra-estrutura básica é típica de ex-territórios em sua trajetória rumo à consolidação enquanto Estado autônomo da União. Deve-se levar em conta o fato de que, mesmo entre os professores (responsáveis em grande parte por este sentimento de crise), não houve, em momento nenhum, uma mínima homogeneidade de práticas e conhecimento, típica de sistemas locais, que fosse capaz de gerar um norte, um paradigma para a educação literária em Roraima. Ao contrário, o que se tentou, ao longo do tempo de existência de nosso curso de Letras foi adequá- lo ao modelo nacional, tanto em termos de currículo mínimo, quanto em termos de avaliações como o ENADE e o “provão”. Essa última questão, em si, abre uma discussão sobre o papel e a pressão exercida pelas avaliações na mudança de estrutura de cursos de graduação. No caso da avaliação institucional "das condições de oferta" e do "Provão", por exemplo, há inúmeras questões que podem ser suscitadas tanto "contra" a forma de avaliação em si, os valores e conteúdos, a pretensão à universalidade das questões da 67 prova, em detrimento da identidade regional36 destes e do conhecimento ali construído; quanto "a favor", como, por exemplo, os argumentos de que: uma avaliação é necessária, de que esta alegada "universalização" promovida, é capaz de homogeneizar (sob pena de má qualificação da instituição/curso avaliado) conteúdos e comportamentos pelo país afora. Deste modo o que parece um argumento favorável àqueles que destacam do modelo "integracionista" um projeto de homogeneização das formas de propagação do conhecimento ocidental, sentir-se-iam muito à vontade com a idéia de que "... é muito provável que os administradores dos cursos de graduação optem por formatar seus currículos tendo em vista, basicamente, os parâmetros para o provão. (JOBIM, 2000, p.130)". Esta "homogeneidade" é na verdade pânico que se expressa justamente pelo medo de que o seu projeto institucional não vá de encontro ao projeto/ideologia institucional maior, ocasionando a falta de recursos e até o fechamento de cursos. Não uma opção regional de busca de um modelo integrado. Jobim alerta justamente nesta direção quando diz que: (...) na prática, o que pode acontecer é que os cursos de Letras, diante do fato de que serão efetivamente avaliados em função do que pede a Comissão Nacional de Letras, de alguma forma tomem como parâmetros para seu quadro disciplinar e seus conteúdos programáticos o que foi proposto pela comissão, já que uma seqüência de avaliações negativas pode colocar em risco a sua própria continuidade como cursos reconhecidos. (JOBIM, 2000, p.129) Teríamos em decorrência disso "(...) uma situação esquizofrênica..." (JOBIM, 2000, p.129), em que cursos, como o nosso da UFRR, buscassem a todo custo seguir à risca as determinações do relatório da comissão de avaliação, sem refletir criticamente sobre o seu conteúdo, sobre as características da realidade regional, sobre as origens de nossa clientela, enfim, sobre uma série de especificidades tão caras ao ser amazônico. Por outro lado, propostas que atribuiriam uma maior mobilidade ao curso, facultando ao aluno o direito também à pesquisa, estariam fadadas a dúvidas, não pertinentes à sua natureza didático-pedagógica (essas sim, cabíveis e passíveis de uma discussão salutar), mas a sua pertinência institucional, em função de uma possível avaliação que não reconheça os méritos de uma proposta diferenciada. Pode-se ponderar, a partir desta premissa de que há uma necessidade real de mudança, proveniente tanto da avaliação externa, quanto da interna, que essas 36 Segundo o Prof. Jobim: "(...) na prática, há uma certa contradição entre a abertura para decisões locais (concedidas pelas linhas gerais das diretrizes aos que desejarem implantar novos currículos) e o fechamento de parâmetros nacionais para o exame dos egressos dos cursos." (JOBIM, 2000, p.130) 68 modificações têm características bem diferenciadas, e que são, em grande parte inerentes às pressões e tensões existentes no âmbito da educação, principalmente se for levada em conta a questão da origem de cada demanda. Socialmente, temos percebido que a idéia de homem educado tem variado no tempo e no espaço. Esta questão traz profundas contradições para a escola e para a universidade que, ao seu tempo, têm tido dificuldades para tratar com ela. Percebe -se que diferentes projetos passam a coexistir na pressão dos grupos sociais dominantes e dos emergentes, no relacionamento das instituições educativas e o Estado e no interior das próprias instituições. (CUNHA, 1999, p. 151) Há, geralmente, três ou quatro forças em constante conflito, que em grande parte, em menor ou maior grau, são responsáveis pelas tensões criadoras (possibilitadoras talvez fosse mais apropriado) do ato educativo em si. Situemo- las em categorias: a primeira vem a ser o poder público, institucionalizado em comissões de avaliação das condições de oferta, "provão" e outros mecanismos das Secretarias e/ou Ministério da Educação; a segunda os discentes (e suas organizações de classe); a terceira os docentes (ou o "conhecimento" por excelência); e, por último, “correndo por fora”, por nem sempre estar cotado entre os demais, a comunidade extra-acadêmica, o público leigo e, principalmente, os profissionais, já formados pela instituição e que enfrentaram a dura realidade do mercado de trabalho e uma vez constatada a disparidade entre teoria e mercado, fazem duras críticas aos modelos dos quais são oriundos. Deste quarto grupo fazem parte parentes, observadores, fornecedores, imprensa, enfim, a comunidade em geral, a quem, supõe-se, deve-se prestar conta da "res" pública. Como foi dito antes, podem ser três ou quatro forças em constante conflito, porque nem sempre esta quarta força se faz presente na maioria das (outras) Universidades. Às vezes é possível ouvi- la via Práticas de Ensino, na figura do professor da Escola que acompanha o estagiário em sua sala, ou quando um ex-aluno retorna para as fileiras da Instituição quer como discente (na modalidade de reingresso em outro curso), quer como docente substituto, ou efetivo. Ou ainda podem ser encontrados na figura do empregador (que cursou a graduação), ou da empresa que fornece e avalia estágios. Mas há uma característica sui generis do mercado amazônico de trabalho nesta área (responsável parcial inclusive pela criação do curso) que permite que possamos contar com a participação desta quarta "força" no processo de discussão da realidade de 69 Letras. É devido à carência de mão-de-obra qualificada no Estado de Roraima – ainda nos dias de hoje, empregam-se como professores do Estado, discentes não habilitados e, dentre estes, muitos ingressam, ingressaram, ou ingressarão na UFRR – que existe a possibilidade deste contato ainda enquanto o discente se encontra na instituição. Ou melhor, quando ele já cursou a maioria das disciplinas teóricas e se apresenta para as práticas, vivenciando aí um conflito com sua própria prática "profissiona l" do dia a dia. Cada uma destas "forças" tem sua própria forma de avaliar e suas propostas de mudança, correção, ou permanência. Cada uma delas tem também sua forma e/ou como conseqüência de sua avaliação, seu meio de modificar, de interferir na realidade avaliada. É possível identificar, hoje, pelo menos quatro modos diferenciados de olhar para a questão de uma possível reforma, de forma geral (abrangendo todo o curso) e de forma específica (apenas no campo que nos interessa no momento, que é a literatura). Há as propostas dos alunos, as dos professores, os depoimentos nos relatórios de estágio, as sugestões dos professores das escolas em que os estágios se deram e o relatório das "condições de oferta" da SESu/MEC. É sempre bom lembrar que o surgimento do curso de Letras da UFRR com o fim específico de suprir uma demanda local não é um fenômeno exclusivo da Região, conforme afirma o Professor Jobim: "Os cursos de Letras nas universidades brasileiras surgiram com o intuito de formar docentes, vindo, as mais das vezes, acoplados à licenciatura, como habilitação pedagógica para o magistério". (JOBIM, 2000, p.127), Aqui, no entanto, a forma de propor, criar o curso e selecionar seu público adquiriu características sui generis, pois já existia uma demanda de púb lico empregado nas escolas do Estado, que não poderia, em função do grande contingente, ser atendida nos próximos dez anos, a partir da criação. Outra questão que se coloca é que dado o nível pressuposto de conhecimento deste público, já atuante, as primeiras turmas do interior a ingressarem não puderam ser submetidas a um concurso vestibular. Isso porque os "fundadores" da UFRR não viam possibilidade de haver, com a qualidade de conhecimentos apresentada pelo público existente, um mínimo de aprovação necessário para se formar uma turma. Assim sendo, as primeiras seleções ocorreram por análise curricular e, a partir do critério de experiência profissional, só teria chance de ser aprovado quem já estivesse atuando como professor pelo Estado. Por isso se afirma que o curso de Letras da UFRR, apesar de Federal, surgiu para atender a uma demanda específica do Estado de Roraima, recém saído da categoria de Território Federal. 70 Em 2000, segundo o Departamento de Recursos Humanos da Secretaria Estadual de Educação, eram 208 os docentes sem graduação, de um universo de 343 contratados para ministrar aulas de Língua Portuguesa e Literatura. Em 2002, têm-se 255 professores habilitados em Letras, sendo que destes apenas 184 estão em sala de aula, enquanto que, ainda há 351 professores sem habilitação em Letras ministrando aulas de Português e Literatura e destes 264 cursaram magistério; 50, licenciatura em outras áreas; 6, habilitação em espanhol (na Venezuela); 2, apenas o ensino fundamental; 19, ensino médio e 8, outros cursos superiores. Estima-se que em 1990, quando a UFRR e o curso de Letras foram criados, o número de docentes estaduais sem graduação era superior a 95% dos contratados para esta função. Em função destas características locais, cada vez mais, na área de Literatura e Teoria Literária, aqui, representadas por disciplinas firmemente ancoradas na História da Literatura, tem se sentido (entre os professores) um constante desejo de transformação destas, em disciplinas temáticas, de análise literária e com a exigência de trabalhos monográficos, ou artigos científicos para sua conclusão (respeitando-se o nível concernente). É claro que uma proposta desta natureza parece apontar rumo a um direcionamento muito mais pertinente ao bacharelado do que à licenciatura. Isto, graças a uma falsa idéia de que a produção de conhecimento crítico, via trabalhos monográficos e/ou artigos científicos, fatalmente leva a um nível de especialização típico dos bacharéis. Nada impede, no entanto, que sejam feitas oficinas de criação de materiais didáticos próprios para a Literatura, ou pesquisas referentes à questão da qualidade de ensino, ou de novos (e antigos) procedimentos didáticos. Conforme propõe Jobim (...) o conceito de atuação didática se estenderia além dos horizontes limitados da sala de aula, para englobar interações em seminários, em orientação individual e em pequenos grupos de estudo, debate e pesquisa. Por outro lado, não só cada docente, isoladamente, mas o conjunto de docentes encarregados de determinado curso ou área de conhecimento teria maior liberdade de escolha de tópicos de ensino. Exercendo sua atividade além do sistema de créditos e de avaliação atomizada por disciplina, além do próprio conceito de disciplina, com código e carga horária pré-determinados, os docentes atuariam tematicamente dentro da área do saber, conciliando uma cobertura adequada – mas não necessariamente integral da área do conhecimento – pois do aluno seriam também cobrados, na avaliação, os frutos de seu trabalho individual de leituras, pesquisas, reflexões – com suas preferências e motivações individuais, assegurando um engajamento e desempenho mais ativos. (JOBIM, 2000, p.128) 71 Este anseio é fruto direto, em nosso entender, da situação amazônica da UFRR enquanto Instituição Federal de Ensino Superior, em parte devido ao isolamento geográfico que é pertinente à Amazônia em si, em parte graças ao fato de que a UFRR é uma Universidade relativamente nova, com um corpo docente muito reduzido e cuja capacitação, em nível de doutorado, não é a ideal ainda. Quem sabe se o fato de ter sido criada para suprir uma carência profissional imediata, na área de licenciaturas no Estado, tendo que reunir e concursar um corpo docente às pressas, numa região em que havia poucos pós- graduados na área de Letras, justifique a ausência de grupos de pesquisa e de material de pesquisa próprio da UFRR? Pode ser que uma parte deste contingente não tenha percebido ainda que o seu papel não mais pode ser o de mero repassador de informações, que urge que se façam mudanças de postura rumo à pesquisa e ao trabalho acadêmico diferenciado do mero "dar aulinhas", para que nosso curso avance significativamente na efetivação da tríade (Ensino, pesquisa e extensão) da qual supostamente é fruto. É neste sentido que fazemos coro a Cunha: Não terá mais espaço a figura do professor repassador de informações pois as mesmas avolumam-se nos arquivos, disquetes, CDROMs, internet, home pages etc. Ou os papéis do professor e da universidade se redimensionam ou ficarão cada vez mais obsoletos e dispensáveis. (CUNHA, 1999, p.161) Talvez por isso também este curso tenha tido a preocupação com pesquisas acadêmicas só despertada, institucionalmente há pouco mais de dois anos 37 . O desejo de voltar o curso para a pesquisa e para a produção de textos científicos (dentro do nível pertinente à graduação) tem sido uma das principais soluções apontadas, tanto por alunos, quanto por professores, para que se acabe com uma parte da insatisfação gerada pela atual proposta do Curso de Letras da UFRR, especialmente nas áreas de Literatura e de Lingüística, seus pontos fortes. Isto se deve, em parte, à necessidade de se criar núcleos de pesquisa que suscitem a produção intelectual local. Há uma carência neste sentido que deve ser ultrapassada a todo custo. Dadas as condições de isolamento da região em si, não é muito se pensar que a comunidade acadêmica, como um todo, ache importante começar a produzir pesquisa, "ainda que seja na graduação". Especialmente se pensarmos que o curso de pós-graduação 37 Sobre este fato é preciso salientar que, individualmente, os professores têm buscado sua própria capacitação desde que o curso foi criado; no entanto, os planos de capacitação anteriores existiam pró forma, não eram articulados, nem havia grupos de professores desenvolvendo projetos coletivos. 72 (mestrado) mais próximo é o da Universidade do Amazonas, situado em Manaus, que dista 750 Km de Boa Vista e que o advento de especializações aqui, vindas de outras unidades da Federação, ou de instituições particulares, especialmente nesta área, têm custo elevadíssimo e pouca pertinência no estudo de questões locais ou regionais. Para parte dos professores, falta- nos algo que suscite o "espírito acadêmico", faltam congressos, seminários, mesas redondas, etc. E ainda que as tivéssemos, faltariam a produção local (restrita aos professores que desenvolvem pesquisas) e "treino", know-how, para que houvesse esta produção. 73 CAPITULO IV – A UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA E O CURSO DE LETRAS: DA GÊNESE À ATUALIDADE Para a grande maioria dos universitários, a universidade é apenas uma escola, de um nível superior ao do curso primário e secundário, com a finalidade de ensinar uma profissão. E o papel do universitário é dedicar-se a cumprir o roteiro dos seus cursos e virar um profissional. Ao pensar assim, deixam de ver que a universidade é mais que a continuação dos estudos, é uma ruptura na maneira de criar e transmitir conhecimento usada nos demais setores educacionais. A universidade não surge apenas para aprofundar nos jovens os estudos que faziam quando crianças, ela surge como produto de uma revolução na maneira medieval de conhecer o mundo. Cristovam Buarque 4.1 Nasce uma UFRR para o “nascente” Estado de Roraima Em Setembro de 1989, já quase nos idos de 1990, nasce a UFRR, que por extenso vem a ser Universidade Federal de Roraima. Seu nascimento efetivo data, mais precisamente, do dia 08; e sua certidão de nascimento é o decreto de ? 90.127, assinado pelo então Presidente da República o Exmo. Sr. José Sarney e pelo seu 74 Ministro da Educação o Sr. Carlos Sant’Anna. Mas a autorização para sua concepção (permissão para sua criação) data de qua se exatos quatro anos antes, a Lei ? 7364 de 12 de setembro de 1985, de autoria do então Deputado Federal pelo Território Federal de Roraima, Mozarildo Cavalcante, homologada pelo mesmo Sr. José Sarney e pelo então Ministro da Educação Marco Maciel. (UFRR, 1995, p. 5/10) No período compreendido entre a publicação da Lei que autorizava o seu funcionamento (12/09/1985) e o ato simbólico de sua fundação (Decreto de 08/09/1989) o Território Federal de Roraima tornou-se Estado da Federação (um dos mais jove ns e mais pobres, na época). A existência real da Universidade, com campus e salas de aula, é uma saga que tem muitos capítulos posteriores a sua atribulada fundação. Dentre estes, devemos, inicialmente destacar a invasão de prédios públicos, pertencentes então ao governo do Estado (conforme relatos, colhidos aqui no Rio de Janeiro de professores fundadores). Sem campus próprio e sem quase nenhum apoio na comunidade para a qual foi instituída, a UFRR teve que recorrer ao governo do Estado que, embora contrário a sua fundação 38 , teve que ceder à pressão e às barganhas políticas em Brasília. Deste modo o Estado de Roraima entregou parte das antigas (e já quase abandonadas) instalações da Secretaria do Trabalho e Ação Social para que ali se instalasse a Universidade. A área, hoje denominada bloco I do Campus do Paricarana, já não tinha água, nem luz, e a estrutura ali erguida não comportava, pela função que tinha anteriormente, salas de aula (segundo entrevista com a professora Maria Helena Valentin Oyama), ou mesmo de trabalho. Com esta parca estrutura, todos os professores já contratados, das mais diversas áreas e cursos, se viram forçados a, num primeiro momento, dividir um espaço (sala) de aproximadamente 30m2 entre si (dados fornecidos pelo professor Odilon R. Correa em entrevista). Os salários – que também fazem parte de um outro capítulo, que aponta para o nível de desorganização, “politicagem” e de atabalhoamento, com que a UFRR foi construída - não foram pagos, de modo regular, por, aproximadamente, seis meses (para alguns menos, para outros mais tempo). Um outro fator que julgamos ser preponderante na questão da criação da UFRR é o fato de que Roraima só foi transformado em Estado da Federação a partir do final da 38 Diz-se que o Governo do Estado estava nas mãos de uma corrente contrária à do Senador que assinou a permissão de funcionamento da UFRR e se colocou como seu “patrono”, por este motivo havia forte resistência a sua criação na esfera oficial do Estado. 75 década de 80, quando a “instalação” da Universidade já estava encaminhada. A tranformação do então Território Federal de Roraima em Estado da Federação pouca influência teria na criação desta Instituição Federal de Ensino Superior (IFES), não fosse este mais um “casuísmo” político-eleitoral. Ocorre, que o Estado de Roraima não tinha (e não tem) estrutura financeira, nem demográfica, para arcar com o ônus de se tornar um Estado. Sem parque industrial condizente, sem comércio próprio, isolado geograficamente entre a fronteira Norte do Brasil com a Venezuela e a Guiana, com parca comunicação terrestre (apenas com Manaus e cidades circunvizinhas), sem arrecadação própria e com uma folha de pagamento (da esfera pública) monumental, Roraima viria a ser um Estado “fictício”, uma espécie de Estado eternamente subsidiado pela União, em quase todas as suas atividades econômicas. Sob muitos aspectos este seria um fator de agravamento do quadro de clientelismo político-eleitoral já existente. Dados do IBGE, demonstram que a “taxa média geométrica de crescimento anual da população” de Roraima, quase triplicou entre as décadas de 70 e de 90. Devido à abertura e posterior fechamento dos garimpos em territórios indígenas, os índices de crescimento populacional, neste período, sofreram uma variação muito maior que os demais Estados e Territórios Federais circunvizinhos, conforme se pode verificar na tabela abaixo: TABELA I: Contagem da População – 1996 Taxa média geométrica de crescimento anual - 1970/1996 REGIÃO NORTE E RESPECTIVAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO ANOS 1970/1980 1981/1991 1991/1996 Brasil 2,49 1,89 1,38 Norte 5,03 3,96 2,43 Roraima 6,86 9,55 2,62 16,00 7,87 1,68 Acre 3,46 3,01 3,02 Amazonas 4,10 3,50 2,63 Pará 4,64 3,72 2,21 Amapá 4,37 4,65 5,67 ... 2,01 2,70 Rondônia Tocantins 76 Note-se, na tabela I, que os dados referentes a Roraima contrariam os índices de crescimento da Região Norte. Enquanto a maioria dos estados da Região experimenta crescimentos com índices maiores na década de 70/80 (período do milagre econômico da ditadura militar e das obras faraônicas de “integração nacional”, como a rodovia transamazônica), sofrendo decréscimos consideráveis nas décadas seguintes, Roraima faz o movimento contrário, crescendo mais, em, termos de população na década que está compreendida entre os anos de 81 a 91. Fazendo-se uma comparação com os demais Estados/Territórios da União, Roraima apresenta, na década de 80 (que se inicia em 81), uma taxa em muito superior aos aproximadamente 2,5 pontos de média do geral. Pode-se dizer, que este crescimento populacional extraordinário, ou explosão demográfica, tem como principais motivos a transformação do ex-território em Estado da Federação e, principalmente, a abertura de inúmeras frentes do garimpo em terras indígenas. Embora houvesse também um estímulo à migração, inclusive com doação de terras da União para agricultura (especialmente na década anterior, na Amazônia como um todo), não se pode afirmar que esta tenha sido a principal causa do fluxo migratório que quase triplicou a população do Estado na década de 80. O Estado de Roraima foi, durante alguns anos, até a decretação pelo governo Collor do fim da exploração mineral em terras indígenas, em meados de 1989, um dos maiores pólos mineiros de metais/minerais preciosos do Brasil, o que contribuiu grandemente para a explosão demográfica de que falamos acima. Embora anedótico, o fato que narramos a seguir não poderia deixar de ser mencionado, pois dá a exata proporção do que isto representou em termos de mazelas e modificações para o recém criado Estado, bem como para o Brasil: nos últimos anos da década de 80, o tráfego aéreo no aeroporto internacional de Boa Vista (levando-se em conta aeronaves pequenas, médias e de grande porte), que hoje recebe apenas um único vôo diário da Varig, era equivalente ao tráfego aéreo de Garulhos na Grande São Paulo. Haver atividade econômica (um parque industrial/comercial) apropriada para o sustento de um Estado também seria importante, a nosso ver, na demanda por uma Universidade, em que houvesse cursos tradicionalmente voltados para o desenvolvimento deste tipo de atividade, tais como engenharia (de diversos tipos), direito, administração, contabilidade e outros. Alguns dos professores “fundadores” da UFRR relatam ainda que, “por ser uma terra a desbravar”, uma espécie de “El Dorado” brasileiro, Roraima teria tido um crescimento demográfico tão “caudaloso” (explosão) e de tais proporções, que a 77 população local original se viu repentinamente reduzida a menos de um décimo do total de habitantes (não indígenas) do Estado. Embora possamos identificar algum aparente exagero neste tipo de depoimento, é possível constatar que a população nascida propriamente no Estado existe em quantidade praticamente idêntica a da proporção acima citada. Mas este fato não se deve unicamente ao fluxo migratório da década de 80, mas ao constante afluxo que o Estado tem recebido ao longo dos tempos desde que ainda era território da União. Fato que, por sua vez, irá explicar o porquê de não haver muitos professores, ou servidores (técnico-administrativos) naturais de Roraima, no quadro de funcionários da Universidade. Tanto o fluxo migratório ao garimpo quanto o conseqüente inchaço, de que se viu vítima o Estado, segundo argumentam alguns professores que viveram o período, teria concorrido para que Roraima se tornasse uma “Babel” de culturas, idéias, modos de vida, modos de realizar e histórias diversas. Essa heterogeneidade de fazeres e práticas, por um lado atraente para qualquer antropólogo, do ponto de vista da diversidade cultural, por outro, na opinião destes professores, gerava mais impasses que acordos, na hora de se tentar pôr em prática qualquer proposta. Cada qual trazia de suas origens, diferentes fazeres, diferentes modos de propor e de praticar a vida acadêmica. Ainda assim, toda esta diversidade quase nunca pôde ser aproveitada, na hora de se apontar os rumos da educação superior em Roraima, em função da forma arbitrária como foram criados/implementados alguns cursos. Além disso, por conta da explosão demográfica, causada pelo garimpo, o défic it e a inflação habitacional em Boa Vista, no início da década de 80, faziam com que o aluguel de um imóvel de quarto e sala tivesse valor equivalente, se não maior, ao de um similar nos locais mais nobres da região Sudeste. O ítem alimentação não ficava atrás, e era comum ver outras atividades econômicas serem fixadas, ou levadas a cabo, com valores expressos em gramas de ouro. A conseqüência imediata desta inflação (especialmente a habitacional) foi que os primeiros professores recém-contratados pela UFRR, sem salário e sem possibilidades reais de alugar qualquer espaço (em função dos baixos salários), tiveram que compartilhar durante meses, como moradia, de um abrigo, montado num ginásio de esportes do governo Estadual. Em tudo indigentes e por todos os motivos acima elencados, não faltou quem desistisse da empreitada e regressasse, tão logo fosse possível, aos seus Estados de origem. Os que ficaram ainda tiveram que amargar outros dissabores, alguns referentes à forma política como o processo estava sendo conduzido, outros à forma como, sem 78 um projeto que desse as diretrizes para contratações de professores, por exemplo, ou sem uma pesquisa, que indicasse as reais necessidades, em termos de criação de novos cursos/educação em nível superior em Roraima, os cursos foram sendo constituídos. Há ainda um outro fator que contribuiu, em tempos posteriores a esses primeiros momentos, para a evasão de parte do corpo docente concursado para a UFRR: com o fim do garimpo no governo Collor, a atividade econômica foi gr adualmente minguando 39 , tornando a permanência de outras companhias aéreas, que davam acesso a Roraima, impraticável do ponto de vista econômico. Com uma única empresa de porte operando no Estado, portanto sem concorrência, o preço das passagens aéreas disparou, especialmente porque, não havendo outro meio de acesso praticável40 , era imperioso que se pagasse o preço exigido pela empresa. Este fato concorreu para que o número de idas e vindas de professores entre Roraima e suas localidades de origem diminuísse, gerando o desconforto da saudade, para aqueles que tinham parentes distantes. Tendo que optar, alguns desses desistiram de permanecer lá. Some-se aos itens anteriormente apresentados, o fato de que a grande maioria das vagas oferecidas (especialmente para alguns cursos, dentre eles o de Letras), para concurso, eram para preenchimento do cargo de professor auxiliar (exigência de titulo de graduado somente), fator que, com o passar dos primeiros anos, motivou (e ainda motiva) uma enxurrada de pedidos de afastamento para cursar pós-graduação (especialmente em nível de mestrado). Tomada, inicialmente, como moeda de troca por “bom comportamento”, na falta de planos efetivos de capacitação docente, esta modalidade de afastamento serviu de elemento de barganha política da Reitoria, quando não ocasionou uma série de processos/pedidos, na justiça comum, de afastamento para cursar pós-graduação. Em alguns casos também esta foi uma forma de estimular a demissão de professores (nos últimos quinze anos, onze professores do Departamento de Língua 39 Ver na tabela I, dados referentes ao crescimento da população no Estado na década de 90, comparativamente aos das décadas de 70 e, principalmente, de 80. 40 Havia ligação rodoviária entre Boa Vista e Manaus, mas a estrada, na época não era pavimentada, ficando em função das chuvas amazônicas intransitável por dias a fio. O que fazia com que o resultado de uma viagem pela via terrestre fosse imprevisível até que se chegasse ao destino, podendo ocorrer em vinte horas, ou demorar dias a fio (como relata a professora Raquel Rauh, do departamento de história da UFRR em sua primeira viagem a Manaus, que teria levado três dias para percorrer os 750 quilômetros que separam Boa Vista de Manaus). Nesta época há inúmeros relatos de casos de desabastecimento (ou abastecimento emergencial via aeronáutica) de produtos e bens de primeira necessidade, em função do fechamento da estrada, quer pela quebra de pontes, quer pelo tombamento de caminhões, quer pela ação impeditivo-reivindicatória dos indígenas da tribo Waimiri-Atroari (cujas terras-reserva são cortadas pela estrada), ou até mesmo pelo mero transbordamento de algum rio ou igarapé da região. 79 Vernácula – DLV tiveram que pedir demissão). Note-se que dos onze elencados somente três já detinham o título de mestre. Destes onze, cinco pediram demissão, ou tiveram problemas judiciais quando saíam para cursar pós-graduação (dois doutorandos, três mestrandos). Há também, dentre aqueles que permanecem no departamento, os que conseguiram sair mediante liminar da justiça e que continuaram ligados à UFRR, não constam desta tabela. Dos onze demissionários é possível identificar pelo menos quatro que sofreram, em maior, ou menor grau, perseguições políticas, que resultaram no seu pedido de transferência e/ou demissão pura e simples. É importante ressaltar que hoje o DLV conta com 16 professores efetivos e poderia estar contando (não fossem as 11 demissões) com algo entre o total de 27 e 16. Esta carência de professores, especialmente de professores com qualificação em nível de mestrado, ou doutorado, é um dos motivos pelos quais o curso de Letras tem tido, ao longo de sua existência, tão pouca efetividade no que diz respeito à pesquisa própria (de fundo coletivo) e índices tão baixos nas avaliações das condições de oferta do MEC. Mas, pode-se argumentar em favor da UFRR, que durante muitos anos, praticamente todo o período do governo de Fernando Henrique Cardoso (8 anos), quase não foram permitidas novas contratações. No caso do Curso de Letras da UFRR, houve três novas contratações (uma a cada dois anos), cujas vagas, insuficientes para suprir as carências do Departamento, apenas funcionavam como reposição de algumas das vagas cedidas, conforme se pode verificar na tabela II, adiante. Embora não houvesse quase nenhuma contratação de professores para a Universidade, ainda que houvesse, poucos seriam os que, com o fim do garimpo, se aventurariam por estas terras tão ao Norte e tão isoladas (ver tabela 1, sobre o crescimento populacional em Roraima no início da década de 90). Por um lado porque, embora não houvesse vagas disponíveis na Universidade, as havia no sistema estadual de ensino. Este sistema, cuja carência de profissionais gabaritados impedia que se preenchessem todas as vagas, também sofria da falta de profissionais interessados em ingressar em suas fileiras. Salta aos olhos, na tabela II, adiante, que, no período compreendido entre 1993 (ano de maior número de contratações) e 2004, o número total de contratados pouco varia, havendo o acréscimo de apenas um professor, apesar do grande número de contratações. Entre 1994 e 2003, por um período de dez anos, portanto, a situação do quantitativo de professores do DLV pouco variou. Esta variação, no entanto não foi 80 capaz de alterar o número final de efetivos que sempre girou em torno de 13, sendo o pior momento do período o ano de 1996, quando éramos apenas 11. TABELA II: Número de Professores Efetivos do DLV, ano a ano, desde a fundação do curso de Letras da UFRR: Ano Contratações * Pedidos de demissão Total ** 1989 2 - 2 1990 2 - 4 1991 2 1 5 1992 3 - 8 1993 7 3 12 1994 4 3 13 1995 - - 13 1996 - 2 11 1997 1 - 12 1998 - - 12 1999 1 - 13 2000 - - 13 2001 1 - 14 2002 - 1 13 2003 1 1 13 2004 3 - 16(***) (*) Só estão considerados aqui os professores efetivamente contratados por via de concurso público. Os professores substitutos, apesar de se constituírem num exército de indivíduos, não foram levados em conta. 81 (**) As saídas não levam em conta afastamentos para cursar pós-graduação e licenças maternidade/ capacitação (sabática), ou licença prêmio, ou ainda afastamento por ordem médica (licença por motivos de saúde). Tamb ém não estão consideradas possíveis aposentadorias em função de ser a UFRR uma Universidade “jovem”. (***) Para efeito de contratação em 2004 foi considerado como válido o último concurso para Literatura Brasileira, cuja posse ainda não foi efetivada (nov/2004). Por outro lado, o sistema estadual de ensino, não contava na época (1990) sequer com 5% dos docentes com nível superior. Esta cifra, alarmante por si só, ganha significado ainda mais expressivo quando se percebe que este número também diz respeito ao incipiente ensino secundário, que havia no Estado, então. A grande maioria ignorava até mesmo a necessidade de uma Universidade. Os filhos da elite agrária local, tal qual no início do Século XX, período do surgimento das primeiras universidades no Brasil, estudavam fora do Estado e não viam a iniciativa com bons olhos. Provavelmente por verem na criação da universidade a certeza de concorrência pelas poucas oportunidades de trabalho e clientela, no acanhado mercado existente. Talvez daí tenha advindo o discurso que gerou o sentimento de que a instrução em nível superior não fosse um bem de primeira necessidade em Roraima. O artigo 3º da Lei 7364 de 1985, que dispunha sobre a composição inicial da UFRR, foi redigido da seguinte forma: “Art. 3º - A Universidade referida no artigo anterior funcionará inicialmente com os cursos de Agronomia, Geologia, Economia, Administração, Pedagogia e Serviço Social ”. Acreditamos que estes seis cursos fossem o que as camadas da elite política roraimense supunham ser necessários ao desenvolvimento do Estado. Mas tal preocupação, de criar cursos especialmente voltados para o que se acreditava serem as demandas “naturais” do então Território Federal de Roraima, acabou, na data de sua fundação efetiva, se mostrando equivocada por não estar apoiada em qualquer estudo prévio, apenas no senso comum, razão pela qual este decreto foi apenas parcialmente cumprido. Dos cursos acima indicados, Geologia e Serviço Social não viriam a ser implementados (até 2004, pelo menos), embora houvessem sido concursados professores nessas áreas. Também um possível curso de Psicologia (até hoje inexistente, mas uma ambição do Reitor de então), nunca se tornou uma realidade, embora para o curso de Pedagogia houvessem sido concursadas cinco psicólogas e apenas três pedagogos (as). Ou eram prova cabal da absoluta falta de critério (e de conhecimento do funcionamento dos cursos que se estava criando), nas contratações. 82 O fato de a lei de 1985 apontar na direção da criação de um curso de Geologia, que depois foi descartado, é sintoma do contexto que descrevemos anteriormente: proposto para dar vazão às demandas oriundas da vocação “natural” do Estado para o garimpo, só não foi implantado em função da pressão internacional sobre o governo Collor, para que demarcasse as terras indígenas e cessasse com a exploração mineral na região. O curso de Serviço Social, também proposto na esteira do garimpo, (talvez se imaginasse ser função dos egressos deste curso lidar com uma parte desta demanda), ou o “Serviço Social” ainda fosse encarado como forma “assistencialista” de intervenção social , tampouco vingou. Apesar de ter sido feita por via de decretos a criação da UFRR nada teve de pacífica; muito pelo contrário, desde o seu surgimento esta IFES foi objeto de disputas políticas, tanto por parte daqueles que queriam sua fundação, como por parte daqueles que, não tendo participado da proposta inicial, acreditavam que ela não seria necessária. Contudo, embora, não houvesse concordância sobre sua criação, tampouco houve debate real no processo que antecedeu o seu surgimento. Não é, no entanto, fato isolado a existência de alguma resistência política ao surgimento de uma Universidade Federal no Brasil. No Rio de Janeiro, na década de 30, quando da criação da Universidade do Brasil, também houve quem se pronunciasse de modo contrário ao seu surgimento. A professora Maria de Lourdes Fávero faz a este respeito uma observação que vale a pena ressaltar: Mas, se havia aqueles que defendiam o projeto ministerial, havia também outros que lhe faziam objeções contundentes, sobretudo pela forma como se procedeu a tramitação do projeto no Legislativo. Vejamos, por exemplo, o que registra o Correio da Manhã de 13 de setembro de 1936, na matéria intitulada “o obstinado”: “o Ministério da Educação acaba de consubstanciar, num anteprojeto, o seu plano de Cidade Universitária” e “um ministro elabora, artigo por artigo, um grande projeto de lei instituindo a UB” ( Correio da Manhã, 13 set. 1936). O matutino tece severas críticas, por considerar que essa atitude do ministro é uma forma de manipular a Câmara dos Deputados. Assinala que a história do Legislativo apresenta capitulações deste diante da vontade do Executivo. Mas um Ministro de Estado fabricar “a lei que o Legislativo deverá integralmente votar, e publicá-la antes na imprensa, constitui certamente um fato inédito” (ibid). (FÁVERO, 2000, p.51) Via de regra estas reclamações se davam em função de disputas políticas. Quando não entre facções, entre os poderes legalmente constituídos da República, fato que, embora em esferas de poder bem mais modestas, também será notório na criação da UFRR. Mas haverá um diferencial importante entre as duas instituições irmãs: a 83 Universidade do Brasil (depois UFRJ) já era uma realidade acadêmica antes de sua criação, pois já havia, em pleno funcionamento, no Rio de Janeiro instituições como a Escola Nacional de Música, e as faculdades que viriam a compor sua espinha dorsal. Além disso, embora a tradição do ensino de Letras tenha se desenvolvido ao longo do século XIX principalmente no ensino secundário (Colégio Pedro II), já havia pesquisadores e trabalhos publicados na área, o que permite concluir que o “campo” já estava preparado e que o surgimento de uma Instituição desta natureza, neste contexto, era só uma questão de tempo, dado o grau de maturidade da discussão existente em torno de um projeto desta natureza. Fruto da vontade de promoção política de um dos grupos que dominavam a cena no Estado, dadas nas tensões e reviravoltas próprias da cena política brasileira destes rincões, a UFRR demorou muito para sair do papel (quase quatro anos) e, demorou ainda mais, depois de sua efetiva implantação, em 1989 (quase dez anos, numa Instituição que conta com pouco mais de quinze), para assumir um rumo e uma vocação efetivamente acadêmicos. A demora, em si, nada significaria se, por detrás dela, houvesse a construção de um projeto político-pedagógico amplamente discutido com a comunidade roraimense. Não é essa, no entanto, a impressão que temos ao abrirmos a folha de rosto do primeiro Estatuto e Regimento Geral da UFRR (1994). Consta, ali, uma espécie de dedicatória, em tom de agradecimento, cujo fim parece ser o de alardear os feitos políticos de determinado grupo. Nesta dedicatória, nos dias de hoje nem sempre tão comum no ambiente acadêmico, está dito: A Universidade Federal de Roraima é fruto da visão de largo prazo de três grandes homens: MOZARILDO CAVALCANTE, Deputado Federal, autor da Lei no. 7364, de 12 de setembro de 1985, que autorizou o Poder Executivo a criar a UFRR. JOSÉ SARNEY, Presidente de República Federativa do Brasil, que baixou o decreto no. 90127/89, de 08 de setembro de 1989, instituindo a UFRR. ROMERO JUCÁ FILHO, Governador do Estado de Roraima, que viabilizou em curto espaço de tempo a implantação real da UFRR. Pelo teor do que está ali expresso poder-se-ia pensar (como de fato foi, posteriormente) que ela seria utilizada para angariar créditos eleitorais, para dois dos “homenageados” acima. O fato de se ver a Universidade envolvida diretamente em questões políticas locais a tornava refém da vontade de alguns e da desconfiança do público em geral; em 84 parte porque, não tendo sido gerada a partir de um grupo de pesquisadores, ou da demanda de amadurecimento de um projeto político-pedagógico nas bases comunitárias ou de setores interessados (educadores em geral/comércio e indústria) e prováveis usuários (alunos em geral e clientela da extensão), teve que ser quase toda “importada” de outros Estados da Federação. É importante ressaltar que não opomos questões à participação política da universidade na comunidade na qual está inserida defendemos antes, tal qual Cristovam Buarque (BUARQUE, 2003, p.50), a idéia de que uma Universidade deve ter raízes fortes no meio comunitário que a circunda, e que portanto deve estar envolvida cotidianamente nas questões políticas e na rotina locais, bem como de outras esferas mais amplas, e que deve mesmo ser fruto destas tensões. Entendemos, também, que a UFRR herdou grande parte das seqüelas, que apresenta hoje da forma como se deu a sua gênese. Seu envolvimento em questões políticas meramente eleitorais, não implicava envolvimento comunitário do tipo acadêmico/engajado, tão pouco a credenciava a funcionar como fórum político local (o que seria ideal). Apenas questionamos o tipo de política que tem como horizonte o período eleitoral e que uma vez terminado descarta os objetos de seu interesse deixando que mingüem. Não se trata, portanto, de defender a idéia da Universidade como um campo neutro, pois nela tampouco cremos. Pelo contrário, acreditamos que uma Universidade deve sempre se caracterizar pela fatia de participação e poder político que dispõe na comunidade na qual está inserida. Deve também ser um centro de formação de opiniões, assim como um local de manifestações filosóficas, ideológicas das mais variadas correntes do pensamento. Não deve haver um lado de “dentro” e um lado de “fora” da Universidade, pelo menos no que diz respeito aos problemas comunitários, a sua integração ao meio em que foi criada: (...) a universidade não deve, no futuro, se isolar dos problemas locais, não apenas no estudo, mas também na ação. É inaceitável que uma universidade ignore o analfabetismo ao seu redor, que seus médicos ignorem as doenças e os doentes que estão por perto. A universidade deve se incorporar à campanha pela erradicação da pobreza, pela luta contra doenças endêmicas, pela implantação de condições de higiene nas cidades onde ela está. (BUARQUE, 2003, p.50) Mas, no caso da Universidade Federal de Roraima, tomada por uns como moeda de barganha eleitoral e por outros como “obra política do adversário a ser ignorada e, se possível, destruída”, logo foi abandonada a sua própria sorte, até mesmo por aqueles a quem serviu de palanque, sendo inclusive excluída da pauta parlamentar de emendas 85 orçamentárias da União (apresentadas pelos parlamentares, ou bancadas estaduais no Congresso, com o fito de suprir os interesses pecuniários de instituições situadas nos Estados de origem destes) por anos a fio (até 1999). Quanto àqueles que queriam o seu fim, deles obteve o desprezo, ficando relegada ao esquecimento nas esferas do poder público, sujeita apenas às brigas internas pelo poder acadêmico. Talvez por este motivo (assim como pela constante alternância no comando da política local), salvo por meio de negociações em separado de determinados setores da Universidade, a UFRR não tenha logrado, até recentemente conseguir alianças e/ou convênios duráveis, tanto com o Executivo Estadual, quanto com o Executivo Municipal (de Boa Vista no caso do seu principal campus “Paricarana” e demais cidades e/ou comunidades onde houvesse outros campi). A conjunção desses três fatores, anteriormente apontados – o coronelismo/clientelismo político de oligarquias que não viam a necessidade (salvo como factóide político-eleitoral) de uma Universidade; a falta de uma demanda pública pelo ensino superior; a inexistência de atividade economico-empresarial na região – poderia m explicar, em parte, a falta de uma tensão geradora capaz de, até aquele momento, torná- la uma reivindicação/ demanda mais popular, bem como, posteriormente, apontar alguns dos motivos que fizeram com que o corpo discente desta Universidade tivessem-na como última de suas preocupações cotidianas, impedindo assim a criação de um hábito de convívio em torno da UFRR. Não usufruindo do necessário respaldo comunitário que uma Instituição desta natureza precisa ter, nem do prestígio que o conhecimento ali gerado (ou reproduzido) deveria ter, este seria um investimento (na verdade empreendimento Federal) “de papel”, seria uma fábrica de diplomas (ou “canudos” como são popularmente conhecidos entre os estudantes). Ou seja: seria um local onde se vai para se formar em nível superior e assegurar uma aposentadoria um pouco melhor. Isto, independentemente do conhecimento implicado, seja ele de aprimoramento da prática, seja em termos de novos conhecimentos/tecnologias. É sintomático, neste sentido, o comportamento, em relação à instituição acadêmica, da grande maioria dos estudantes que ingressaram nos cursos pedagógicos (licenciaturas), bem como, a elevada média etária da população discente nos primeiros anos de funcionamento da UFRR. No artigo terceiro de seu Estatuto (título 1º, “Da Universidade e seus fins”) na alínea II, diz-se o seguinte: “preparar profissionais para o exercício das atividades técnico-científicas e artísticas, segundo as peculiaridades da região;” Ora, essas 86 “peculiaridades”, de que fala o texto, não foram profundamente pesquisadas, ou mesmo amadurecidas no seio da comunidade circundante. Surgiram da cabeça dos poucos que estavam à frente do projeto de implantação da UFRR. O Curso de Letras, por exemplo, nunca privilegiou concursos para professores de Língua e Literatura Hispânicas. O que é um absurdo se pensarmos que Roraima faz fronteira com a Guiana (de língua inglesa) e com a Venezuela (de língua espanhola) e não com algum país de língua francesa (o curso de francês conta com a invejável cifra de 4 professoras concursadas). Nada temos contra o ensino de língua francesa, que também fez parte de nossa formação, mas se pensarmos em termos de recursos que a Região demandaria, esta, certamente não seria uma prioridade, especialmente se o fato da criação se desse em detrimento um curso mais voltado para as línguas mais presentes no dia-a-dia da Região. Poder-se-á argumentar, em favor da iniciativa, que o planejamento para a contratação de professores (substitutos) para o Curso de Língua Espanhola previa convênios com Universidades da vizinha Venezuela. O grande problema é que este tipo de “planejamento”, apoiado nas características de oferta de mão de obra e nas “peculiaridades” regionais, dadas as circunstâncias com que foi concebido não pode funcionar a longo prazo. Era preciso que se tivesse pensado à época, que a variação cambial entre os países envolvidos pode, ou não, favorecer a contratação de mão de obra, uma vez que o valor fixado para o salário de substitutos, no Brasil, é irrisório. A criação de cursos de línguas indígenas, uma das maiores “peculiaridades” que a região tinha a oferecer, fo i convenientemente esquecida por um longo tempo, até a criação do Núcleo Insikiran de Educação Indígena (2001). Dizemos “convenientemente esquecida” porque a população indígena de Roraima, sempre em conflito pela posse da terra com os interesses econômicos do garimpo e de fazendeiros, não representava parcela política forte o bastante para fazer frente à facção que dominava a UFRR então. À parte questões de política partidária pura e simplesmente, a UFRR enfrentou anos de absoluto divórcio com a bancada roraimense no Congresso Nacional e com o poder público local, em função das circunstâncias de sua criação. Na prática isso não apenas representou uma considerável evasão de recursos (maior que a que houve para instituições de mesmo porte neste período), mas também a completa alienação por parte dos membros desta(s) bancada(s) de todo e qualquer assunto que dissesse respeito a votações sobre o ensino superior no Brasil. 87 Isso novamente se explica se pensarmos que mais de 90% da mão de obra docente e técnica empregada nesta IFES provêm de outros Estados da Federação, não se envolvendo muito em questões de política local. Além disso, pode se dizer que grande parte nunca tenha transferido seus títulos eleitorais, justificando seu voto a cada eleição. Também conta neste sentido o fato de que, não havendo um sentido corporativo de instituição muito arraigado ainda, nem um espírito acadêmico na comunidade, pouca pressão foi feita sobre os parlamentares, no sentido de fazer valer os interesses da instituição, quer pelos servidores/corpo docente/discente da Instituição (comunidade acadêmica), quer pelo povo em geral. Há ainda um outro fator, um tanto anedótico, que pode se juntar aos demais na tentativa de justificarmos este isolamento inicial da UFRR, no contexto de sua gênese: O primeiro Reitor da UFRR, o Professor Hamilton Gondim, além de já ter sido Prefeito de Boa Vista (o que o credencia, já de saída, como membro de uma corrente política local muito específica), tinha uma forma de dirigir a Universidade sui generis, um tanto brusca e potencialmente arbitrária, segundo a maioria dos professores que conviveram de perto com este período. Esta forma sui generis de “governar” a UFRR acabou gerando desacordos com boa parte da comunidade discente e docente, especialmente com os membros da SESDUF-RR (Seção Sindical dos Docentes da UFRR) e os estudantes das agremiações estudantis, tais como Diretório Central dos Estudantes (DCE) e dos Diretórios e Centros Acadêmicos (DAs e CAs). O que resultou num longo período de repressão aos movimentos organizados dentro da Instituição, fator que também colaborou para que não houvesse pressão organizada desses setores sobre a bancada parlamentar do Estado. A série de desacordos, por sua vez, gerou uma tensão interna muito grande na UFRR41 , que por anos a fio, não pode voltar seu olhar institucional para longe das fronteiras de seus próprios campi. Tais desacordos vieram a culminar, na ocasião da sucessão do acima referido Reitor, quando a Universidade se viu assaltada por seus discípulos em guerra aberta pelo poder. O resultado imediato, após alguns meses de reitorado da gestão seguinte e uma longa troca de acusações mútuas, de desmandos e corrupção, via imprensa, entre Reitor e Vice, foi a cassação de ambos e a intervenção direta do MEC, nomeando um Reitor- interventor para a UFRR. 41 É possível ainda nos dias de hoje acompanhar tanto nos arquivos da extinta Procuradoria Jurídica da Instituição, quanto na Procuradoria Geral da União, processos de reintegração ao serviço público ou em que se denuncia perseguição política, que correm na justiça comum. São seqüelas deste período, que ainda despontam ora aqui, ora ali. 88 Consideramos, para efeito deste trabalho de tese, marco no desenvolvimento de uma mentalidade acadêmica mais própria o fim da intervenção Federal na Reitoria e as eleições gerais de 1999 (consulta eleitoral com lista tríplice para reitor e eleições gerais para Diretores de Unidades Acadêmicas e Centros). É preciso olhar para o que pudermos resgatar daquele período e pensar que em outras comunidades talvez o processo não tenha diferido tanto; que talvez nem todas as Universidades Estatais do Brasil tenham surgido como a UFRJ, ou a USP, de demandas “reais” de uma sociedade já em estado de maturidade bastante razoável. Mas se nos reportarmos ao sentido histórico de Universidade veremos que: Desde o fim do academicismo grego e do império romano, a Europa se fechou por mil anos em mitos, na idéia de que o pensamento vinha de revelações espirituais e deveria ser dedicado à interpretação dos textos religiosos. Houve avanços científicos, houve contatos com o Oriente, houve uma arte sacra, mas a população era prisioneira dos mitos. Foi a luta intelectual entre o iluminismo que se iniciava com o renascimento e o misticismo que se mantinha, que levou à criação da universidade. (BUARQUE, 2003, p.34-5) A Universidade é fruto de uma demanda maior, de demandas históricas em torno da democratização do conhecimento, e a priori em torno do sentido mesmo de ciência, como o oposto de misticismo. Sendo assim, pode-se dizer que houve sempre um “pé” da universidade na comunidade, tanto no sentido de transformá- la – pois segundo Cristovam Buarque durante muitos anos (até as duas últimas décadas do século XX) a Universidade foi o principal pólo de criação e divulgação científica – quanto no de informá-la. (BUARQUE, 2003, p. 36-7) Como vimos anteriormente, com a UFRR se deu o oposto, pois esta instituição teve sua gênese marcada por dois fatores preponderantes: a alienação em relação à comunidade que lhe deveria servir de suporte/aporte e ter sido criada sem que ho uvesse uma demanda “real” por sua existência. Estes dois fatores também foram de fundamental importância na criação do Curso de Letras, ponto de partida de nosso trabalho. O sentimento de que a Universidade, de certo modo, era uma intrusa, pode ser observado no Curso de Letras, a partir do baixíssimo nível de comprometimento dos alunos para com a Universidade e para com o curso em si. O que nos faz pensar que talvez não se tivesse desenvolvido ainda o sentido de universidade, de “espírito acadêmico” (tão comum neste mesmo período em outras Instituições de Ensino 89 Superior do mesmo porte), ou pelo menos o de convívio acadêmico. Grande parte do corpo discente só comparecia ao Campus do Paricarana para assistir, quando muito, às aulas. Exigindo que o conteúdo e os afazeres acadêmicos se restringissem ao período de permanência em sala de aula. Na maioria das vezes, solicitar a leitura de um livro, ou pretender que houvesse algum outro tipo de atividade complementar extra-classe era esforço vão. Assinale-se também o baixíssimo nível de participação política do segmento discente da comunidade acadêmica, especialmente no que diz respeito a criação/extinção de disciplinas, mudanças programáticas em geral, fato que provavelmente diferencia a UFRR, em especial o seu curso de Letras, de outras instituições similares. Não eram poucos os alunos que trabalhavam como profissionais da área há muitos anos e, nesses, portanto, havia ainda um sentimento adicional de contrariedade por se verem “obrigados por lei” a cursar a graduação, se quisessem se aposentar com um salário um pouco melhor. Conquanto fossem já profissionais de ensino, não fazia parte de sua prática cotidiana questionar o ensino, bem como conteúdos que lhes fossem oferecidos. Não é de se estranhar, portanto, que os alunos do Curso de Letras em seus primórdios fossem tão “fracos” sob uma série de aspectos (acadêmicos), em especial no quesito “espírito acadêmico” 42 . Mas o fato é que, além disso, liam mal, tinham uma cultura literária abaixo do “sofrível”, escreviam muito mal e não tinham (a maioria, não todos) interesse real nenhum em ampliar seus horizontes43 . Tratava-se, portanto, de um grande faz-de-contas. Talvez o que chamamos tão carinhosamente de “espírito acadêmico”, cuja falta sentimos nos primórdios do nosso curso de Letras e da própria UFRR, seja apenas a manifestação dos reflexos que vivenciamos na vida acadêmica, em outras Instituições: o modus vivendi e modus operandi de certa parte da elite intelectual. Nestas Instituições era comum que houvesse uma atividade cultural diversificada, encontros estudantis, diretórios acadêmicos, companhias amadoras de teatro, saraus, festas, shows, performances e uma gama tão diversa de atividades extra-acadêmicas que seria difícil 42 Cristovam Buarque identifica este “espírito acadêmico” com a própria história da universidade, mas prefere chamá -lo de “espírito universitário”. Ver citação-epígrafe do cap. I – “O conhecimento conceitual coloca o aluno em sintonia com o espírito universitário, o conhecimento específico da história de sua universalidade que lhe dá o sentimento de coleguismo com os demais alunos e ex-alunos, faz dele um grupo, uma família intelectual.” 43 Os resultados do Provão - Exame Nacional de Cursos - demonstram que, exceto por uma pequena melhora nos últimos anos, o curso de Letras da UFRR tem tido conceito “E” ao longo de todo este processo avaliativo. 90 descrever aqui. O fato é que os alunos “viviam”, ou melhor, “vivenciavam” suas universidades, e esta vivência, embora não fizesse parte de nenhum currículo de curso, fazia parte da formação de cada um como parte de um currículo alternativo e “oficialmente” oculto. Fatores como a existência, ou não, de uma estrutura acadêmica compatível, aliado ao sistema de créditos, são primordiais, no desenvolvimento deste “espírito”. A ausência de um Restaurante Universitário, por exemplo, ou o fato de que a Biblioteca Central da UFRR nunca tenha oferecido condições reais de consulta, por não haver sequer um parco acervo catalogado e organizado em estantes temáticas, são, sem sombra de dúvidas, elementos capazes de inibir qualquer convívio acadêmico além daquele mínimo exigido em sala de aula. É bastante prová vel que, ao tentarmos balizar o surgimento da UFRR (já em plena década de 90, com toda política neoliberal a pleno vapor) pelo modelo que conhecemos de universidade pública, deixemos a impressão, em alguns momentos, de estarmos externando apenas nosso estranhamento, em relação ao modelo de universidade ali implementado, e uma certa dose de nostalgia. É claro que a UFRR, assim como o seu curso de Letras, têm um ônus considerável para com o período em que foram criados, fator este que não pode deixar de ser aqui considerado. Porém, como fizemos parte da história de sua criação e não nos cremos personagens isentos44 , fazendo uma “investigação” isenta. Consideramos aceitável que nossas expectativas transpareçam na narrativa de reconstrução da gênese da UFRR, sem que com isso nos sintamos “culpados” de estarmos deturpando nossa análise dos “fatos”. Ademais, falamos da formação de alunos e se falamos disso, a ausência/presença de determinados fatores neste processo será, de fato, um diferencial desta formação. Por outro lado, longe de inviabilizar a análise que fazemos do contexto de sua gênese, o fato da UFRR ter surgido no final da década de 80, com todas as implicações de ordem diversa que este fato possa ter (desde ideológicas a históricas, passando necessariamente pela questão econômica), proporciona um contraste entre o significado (e as formas de realizar) de universidade neste período e o significado de universidade 44 Como indivíduos socialmente constituídos, não podemos deixar de apontar que estas expectativas correspondem não apenas a nossa idéia de universidade, mas a uma parcela da sociedade que vivenciou o mesmo período/contexto, ou seja, a maioria dos professores (dada a coincidência de faixa etária/geração) da UFRR/Letras. Talvez seja preciso ressaltar que este “sentimento” (de ausência de vida acadêmica e das influências negativas que esta falta traz para o ensino-aprendizagem do dia-a-dia) tem sido, também, objeto de queixas e comentários dos professores ao longo dos últimos dez anos, especialmente em reuniões de caráter pedagógico, e/ou em reuniões do Colegiado do Departamento de Língua Vernácula (ao qual pertence o campo da Literatura na UFFR). 91 no período anterior, intensificando a impressão de estranhamento que advém desta realidade. 4.2 - O Curso de Letras da UFRR: uma breve descrição O curso de Letras da UFRR está organizado em disciplinas que seguem o sistema de créditos e está dividido em quatro habilitações básicas: Português-Literatura Brasileira, Francês-Português, Inglês-Português e Espanhol-Português. Diferentemente de outros cursos de Letras de Universidades tradicionais do Sudeste (USP, UFF, UERJ e UNICAMP), no curso de Letras da UFRR, não há nenhum bacharelado. Nossas quatro habilitações são licenciaturas. Não existe uma opção (prévia como no caso da UFRJ, ou não) pelo bacharelado (até porque, não havendo uma comunidade de pesquisadores préexistindo à Universidade, não há pesquisa e, em não havendo pesquisa, nem perspectiva que aponte nesta direção, não há muito sentido num bacharelado em Letras). Além disso, como dissemos antes, as licenciaturas da UFRR surgiram de demandas específicas do Estado, sendo essa sua “vocação” central. Existem dois Departamentos, que, juntos, compõem o Curso de Letras da UFRR, o Departamento de Língua Vernácula (DLV) e o de Línguas Estrangeiras e Indígenas (DLEI). O DLV abriga a habilitação em Língua Portuguesa e Literatura, assim como as disciplinas referentes à Lingüística, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa, Filologias, Latim, Teoria da Literatura, Práticas de Ensino (em língua, texto e literatura), bem como as disciplinas de Língua Portuguesa Instrumental, para os demais cursos da UFRR. O Departamento de Línguas Estrangeiras e Indígenas, que nunca atuou na área de educação ou de pesquisa indígena, deve o indigenismo de seu nome a um provável equívoco, decorrente da ausência de um projeto inicial para o curso de Letras, ou ao preconceito local, que se pudesse, qualificaria os idiomas indígenas não apenas de estrangeiros, mas de “alienígenas”45 . Este Departamento é responsável pelas três habilitações em Língua Estrangeira existentes, a saber: Francês, Inglês e Espanhol, bem como por todas as suas respectivas disciplinas, incluindo-se aí as Línguas Estrangeiras Instrumentais. 45 Aliás os únicos professores de Letras a atuar efetivamente nesta área, fazem pesquisa Lingüística e em Literatura pertencem ao DLV. 92 Por uma questão de recorte, nos reportaremos com mais vagar a questões referentes ao DLV, pois ao colegiado dele pertencemos, e a ele dizem respeito as disciplinas de Literatura e de Teoria Literária. Embora nas habilitações em Língua Estrangeira, se trabalhe também com disciplinas atinentes ao ensino da respectiva Literatura da língua para a qual existe a habilitação, nos escusamos de analisá- las ou descrevê- las em função, em primeiro lugar, de nosso recorte e em segundo lugar de questões procedimentais e de método ali existentes, no ensino de Literatura, com as quais não estamos familiarizados. No total, contando o número de professores concursados de ambos os Departamentos, são aproximadamente 30 professores efetivos e outros tantos substitutos (não há como precisar a quantidade de substitutos, uma vez que o número destes varia a cada semestre de acordo com a autorização para contratação do MEC), lidando com duas grades em vigor (a nova e a antiga). No caso específico do Curso de Letras da UFRR, se considerarmos apenas as inserções tradicionais no mercado de trabalho estabeleceremos uma subdivisão entre as habilitações duplas (Francês-Português, Inglês-Português e Espanhol-Português) e a habilitação única (Português-Literatura Brasileira). Há, contudo, um diferencial na região, que, embora não oficial, acaba fazendo com que o curso de Letras PortuguêsLiteratura Brasileira se transforme informalmente também numa dupla habilitação. É o fato de que em Roraima há 46 , na maioria das escolas, a disciplina de Literatura, desde o ensino fundamental, independente da disciplina de Língua Portuguesa, ou das disciplinas de língua estrangeira. Esta realidade tem permitido a abertura de novas vagas para professores, e feito com que o aluno, com vocação para o ensino de Literatura, uma vez formado, possa, a exemplo das demais habilitações duplas, optar por exercer apenas a função de professor na área de seu maior interesse (em Língua Portuguesa, ou em Literatura). Há uma diferença fundamental, entre as habilitações, no que se refere ao desenho de suas respectivas grades curriculares. A diferença se faz notar especialmente no que diz respeito à utilização das disciplinas de Literatura Brasileira e Portuguesa existentes. É visível nas duplas habilitações uma maior preocupação para com o ensino 46 Desde o ano de 2000 as escolas estaduais de Roraima adotaram a disciplina de Literatura no seu desenho curricular, em parte por demanda do próprio curso de Letras da UFRR (que criou uma disciplina de estágio da área de Literatura e por esse motivo precisava de espaço para realizar os estágios), em parte por demanda de alguns egressos de suas fileiras, cujo projeto de vida dizia respeito ao ensino de Literatura (alunos e ex-alunos ligados à Secretaria de Educação do Estado que apresentaram um projeto propondo a criação desta disciplina). 93 da língua estrangeira, fator que acaba por reduzir, no todo da carga horária do curso, o espaço reservado para as demais áreas do conhecimento implicadas, chegando-se mesmo a mutilá- las de tal modo ao ponto de tornarem-se inúteis. Embora as demais habilitações tenham oficialmente um caráter duplo (o que implicaria também no acréscimo de carga horária e na duração, do curso de pelo menos um ano, a exemplo da UFF e da UFC), a diferença entre o número total de horas aula destas, em relação à habilitação em língua Portuguesa e Literatura Brasileira, é mínima e se resume a apenas 140h/a a mais para as duplas habilitações. Avalia-se, todavia, que uma diferença maior inviabilizaria qualquer das habilitações que tivessem sua carga ampliada ou reduzida. Deste modo, fez-se necessário que as habilitações duplas, com o fito de não descuidar de conteúdos fundamentais ao ensino das línguas estrangeiras, estabelecessem um critério, segundo o qual tanto disciplinas do campo da linguagem, quanto da Literatura fossem recortadas de suas respectivas grades para dar lugar, no seu desenho curricular, às disciplinas pertinentes ao ensino de língua estrangeira. Desta forma, embora haja disciplinas específicas para o ensino de Literatura dos países falantes da(s) língua(s) a ser(em) estudada(s), optou-se por frisar aí também o ensino de língua. O que tornou a parca Literatura específica, que deveria ser estudada ali, apenas pretexto para o conhecimento da “cultura da comunidade enfocada”, da vida e da cronologia de alguns autores e da língua em questão. Ao todo, o curso, com habilitação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, exige do aluno que ele curse 149 créditos, de uma carga horária total de 2400 (duas mil e quatrocentas horas). Ainda hoje (2004) é possível observar, conforme quadro adiante, a coexistência de duas grades no curso: a grade antiga, válida para os alunos que ingressaram no curso até dezembro de 2000, e a grade nova, válida para os calouros de 2001 e demais alunos optantes por cursá- la, por julgarem- na mais interessante. No quadro adiante, resultante das mudanças exigidas pela LDB 9394/96 (exigência de um mínimo 300h/aula para disciplinas de Prática de Ensino), podemos notar diferenças no que tange ao número de créditos (totais e parciais) e, na distribuição interna da carga horária, especialmente no que diz respeito aos itens referentes às Disciplinas Obrigatórias. Mas no quesito carga horária total é perceptível a permanência da mesma quantidade de horas-aula. Cabe ressaltar que esta diferença no número de 94 créditos e na carga horária das disciplinas se deve à extinção e posterior absorção 47 do conteúdo de três disciplinas de sessenta horas, a saber: Literatura Infanto-Juvenil, Técnica de Leitura, Lingüística II, à ampliação da carga horária, em trinta horas, de uma disciplina de sessenta horas (Prática de Ensino em Língua Portuguesa I) e à criação de uma disciplina de noventa horas (Prática de Ensino em Literatura), outra de sessenta (Prática de Ensino em Leitura e Produção Textual). TABELA III: Quadro de grades antiga e nova (quantitativo de horas/aula) da habilitação de Língua Portuguesa-Literatura CURSO: LETRAS – HABILITAÇÃO LITERATURA (GRADE ANTIGA) NÍVEL: LICENCIATURA PLENA PRAZOS: a) MÍNIMO: TRÊS ANOS b) MÁXIMO: SETE ANOS CRÉDITOS: a) TOTAIS: 154 b) OBRIGATÓRIOS: 138 c) OPTATIVOS: 16 d) POR SEMESTRE: MÍNIMO: 04; MÁXIMO: não há CARGA HORÁRIA: a) TOTAL: 2400h b) OBRIGATÓRIA: 2160 c) OPTATIVA:240 CURSO: LETRAS – HABILITAÇÃO LITERATURA (NOVA GRADE) NÍVEL: LICENCIATURA PLENA PRAZOS: a) MÍNIMO: TRÊS ANOS b) MÁXIMO: SETE ANOS CRÉDITOS: a) TOTAIS: 149 b) OBRIGATÓRIOS: 133 c) OPTATIVOS: 16 d) POR SEMESTRE: MÍNIMO: 04; MÁXIMO: não há CARGA HORÁRIA: a) TOTAL: 2400h b) OBRIGATÓRIA: 2160 c) OPTATIVA:240 Note-se na tabela III acima que o número total de horas/aula (2400) do curso não se alterou de uma grade para a outra, porém o número de créditos sofreu, em função a transformação de disciplinas que ostentavam créditos antes teóricos em práticos, uma redução de 5 pontos (154 – 149 = 5; 138 – 133 = 5). Isto se deve ao fato de que o MEC considera cada crédito teórico como equivalente a 15h/aula, enquanto os créditos práticos têm sua equivalência fixada em 30h/aula por crédito. Pouco mudou nos campos de conhecimento, em decorrência dessas pequenas alterações efetivadas em 2000 (com efeitos retroativos a 1998). No caso específico do campo das Literaturas Lusófonas (englobando-se aí as disciplinas referentes à Teoria da Literatura, Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e Literatura Infantil & Juvenil) ganhou-se o equivalente à 30h/a em créditos práticos, embora a quantidade total de horas/aula da habilitação em literatura (2400h/a) não tenha se modificado. 47 Esta absorção se deu nos programas das Práticas de Ensino criadas a partir da exigência da LDB. No caso específico de Literatura Infanto-Juvenil, por exemplo, o conteúdo foi absorvido e passou a ser veiculado de modo compacto na disciplina Prática de Ensino em Literatura (90h/a) criada em seu lugar. A prática de Ensino de Leitura e Produção Textual deve o cerne de seu programa à fusão entre itens dos programas da extinta Lingüística II e Técnica de leitura, que nada mais era m que disciplinas de prática de analise lingüística. 95 Com respeito aos “campos do conhecimento” é preciso que se faça um esclarecimento sobre a realidade do contexto de Roraima: nas Letras da UFRR, somos poucos e muito menos ainda naquilo que cismamos em alcunhar “área” da Literatura, por este motivo não será incomum se deparar com um mesmo professor ministrando disciplinas tão distintas como Teoria da Literatura, Literatura Portuguesa e/ou Brasileira, ou Prática de Ensino em Literatura. A isso, para efeitos de estudo do ensino da Literatura na UFRR, convencionamos chamar de campo literário, ou área de Literatura. É preciso que se registre, ainda, que embora esta prática pareça um exercício/intenção algo interdisciplinar, portanto racional e planejado, ela nada tem de intencional, faz parte da dura realidade de convívio com o caos das IES (principalmente estatais), com os escassos recursos humanos especializados da região e, de quebra, com a falta de investimentos e concursos na área da educação, que tivemos que suportar ao longo dessa última década. Não se pode, no entanto, descontados os prováveis problemas oriundos do ecletismo da fórmula encontrada, negar que a experiência tenha alguns aspectos positivos. Dentre eles a possibilidade de constante aperfeiçoamento (em serviço) do conhecimento do professor. Isto, no entanto, não isenta, não autoriza, nem justifica a permanência do caos em nossas Universidades Públicas. Como já vimos, o curso de Letras da UFRR (como a própria Universidade) é talvez um dos mais jovens das Universidades Federais brasileiras. Tem, aproximadamente, 15 anos. Não obstante essa juventude, já passou por duas reformas de seus programas, ementas e disciplinas, alguns remendos e correções em suas grades48 e, ainda assim, permanece em seu corpo docente o sentimento por vezes de impotência, diante do que há, por vezes de insatisfação parcial, diante da falta de expectativas ou soluções possíveis. Historicamente o DLV tem liberado de três a quatro 49 professores por vez (média que tem variado entre, aproximadamente, 22% e 28% dos docentes efetivos do Departamento), num sistema de saída, à medida que o anterior retorna, para que cursem 48 As reformas a que nos referimos vão desde quebra de pré-requisitos de disciplinas, ampliação da carga horária das práticas de ensino de 120 para 300h/aula conforme a última LDB, criação de novas disciplinas, até a extinção de disciplinas com conteúdo duplicado, etc. 49 Estas saídas costumam variar de acordo com o resultado da seleção a que se submetem os pretendentes à vaga de qualificação. Nem sempre o índice que está previsto (a saída do professora “A” ou “B”) ocorre no prazo estabelecido, fator que acaba reduzindo, pelo intervalo de tempo de um ano, o número dos que estão afastados para cursar Pós-graduação. 96 a Pós-graduação, fator que onera, em termos de trabalho, os demais membros do Departamento. TABELA IV: Da qualificação dos professores do DLV, em 2004 (por ordem de ingresso no Departamento). Nome Ingresso Área de Qualificação Área da qualificação Concurso Maria O. de S. Cruz 1989 Lingüística Doutora Lingüística/Lingüíst. Manoel S. Gomes* 1990 Língua Portug. Doutorando Lingüística/Lingüíst. Odilon Rosa Corrêa* 1992 Literatura Bras. Mestrando Literatura Comparada Ma Socorro P. Leal* 1993 Língua Portug. Mestranda Língua Port/Lingüíst. Ma Goreti Almeida 1993 Língua Portug. Especialista Prática de Ensino Gláubio A. Batista 1993 Latim Graduado - Cátia Wankler 1993 Literatura Port. Doutora Lit. Port./Teoria Lit. Paulo de S. Gomes 1994 Língua Portug. Graduado - Roberto Mibielli* 1994 Literatura Port. Doutorando Educação/ Lit. Comp. Deborah Cavalcanti 1994 Lingüística Doutor Lingüística/Lingüíst. Neide V. de Siqueira 1998 Latim Mestrando Comunicação Social Paulina L.Carneiro 2001 Língua Portug. Mestre Lingüística Aloízio Dantas 2003 Língua Portug. Doutor Lingüística Sônia da S. Purceno 2004 Teoria da Lit. Mestre História Ana L. de S. Cavalcanti 2004 Língua Portug. Mestre Língua Portuguesa Mirella M. de B. Silva Literatura Bras. Mestre 2004 * Afastados para cursarem mestrado/doutorado Literatura Brasileira 97 Analisando dados da tabela IV (segunda coluna, últimas quatro inserções), perceberemos que uma nova política de contratações do DLV, auxiliada pelo excesso de oferta de mão de obra, ocasionada pela falta de concursos para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), no Governo Fernando Henrique Cardoso, têm permitido, com a abertura de novas vagas para concurso, desde 2001, a contratação de profissionais com, no mínimo, mestrado como qualificação, fator que cremos, será fundamental no desenvolvimento do curso de Letras nos anos vindouros. Existem, há pouco mais de um ano, cinco comissões, nomeadas no âmbito do Departamento de Língua Vernácula, divididas nas cinco principais áreas de conhecimento deste Departamento 50 , e que pretendem, mais uma vez, reformular toda a grade, a estrutura, a orientação e a identidade do curso em função, inclusive da falta de efetivo docente. Ainda assim, a última comissão de avaliação das condições de oferta para cursos de Letras, qualificou nosso projeto pedagógico, de modo geral, como muito bom. Apesar disso, recomendações foram feitas, na conclusão do relatório de 1999, que apontam na direção de maior adequação do curso às diretrizes curriculares nacionais de Letras. Talvez não no mesmo sentido, mas procurando soluções para problemas detectados internamente, nossos professores, alunos e parte da comunidade de profissionais já formados, que têm contato com nosso curso via estágio, têm apontado a necessidade de mudanças, não só na estrutura do curso, como em sua proposta. Essa constante insatisfação com a situação atual não se expressa somente nos foros institucionais competentes. Têm ha vido muitas manifestações pessoais, tanto do segmento discente, quanto do segmento docente, no que tange às práticas e formas de lidar com conteúdos e com o conhecimento, que revelam, em última instância, um desejo de mudança, uma necessidade de reflexão sobre o que ensinamos, como ensinamos, para quem ensinamos, o porquê ensinamos e porquê estruturamos institucionalmente o curso de Letras assim. 50 Essas áreas são: Língua latina e Filologias, Lingüística, Literatura, Língua Portuguesa e Práticas de Ensino (e demais disciplinas de cunho pedagógico). 98 4.3 – Análise de problemas pontuais da grade curricular do curso de Letras da UFRR Um problema, já detectado nas discussões primordiais para a reforma da grade do curso de Letras da UFRR, tem sido o das disciplinas optativas. Existem, por exemplo, no papel, disciplinas optativas na área de Literatura. Mas estas disciplinas, (que saibamos) nunca foram implementadas. São elas a Literatura Latina (existente tanto na grade da UFF, como na grade da UFC, como disciplina obrigatória) e a Literatura Regional (inexistente, na UFF, mas presente na grade da UFC). Atualmente na UFRR, para efeitos de duplicidade, apesar da equivalência de conteúdo existente entre a Literatura Infanto-Juvenil e a parte teórica do conteúdo da Prática de Ensino de Literatura, também a Literatura Infanto-Juvenil figura entre as disciplinas optativas existentes. Contudo, esta última só poderá ser ofertada, caso ainda haja algum aluno remanescente da grade curricular de Letras da UFRR (tabela II), anterior a reforma da LDB de 1996 (podendo ser freqüentada pelos demais como optativa, dada a escassez de disciplinas optativas do curso a serem ofertadas). O principal fator de impedimento para oferta de optativas tem sido o pequeno número de professores contratados, tanto no campo literário, quanto fora dele. Na prática, este fato tem gerado acúmulo de funções e disciplinas dentre os professores remanescentes. Em função disto, praticamente inexistem disciplinas puramente optativas no curso de Letras. Algumas das soluções apontadas para este problema têm sido: a transformação destas disciplinas em cursos do tipo “atividades orientadas” (que permitiria a participação do aluno em eventos externos à UFRR e, mesmo em eventos internos tais como: seminários, grupos de trabalho, etc...), ou ainda, a transformação delas em disciplinas “eletivas”, tornando-as um pouco menos optativas e mais “optatórias” (conforme Jobim, 2000). As disciplinas “eletivas” são aquelas que podem ser escolhidas (eleitas) pelo aluno a partir de uma lista limitada de disciplinas afins ao curso que estão freqüentando. Exemplo disso seriam as disciplinas do Campo Pedagógico (para aqueles que pretendem se especializar no ensino de Letras), ou disciplinas de Comunicação Social (para, por exemplo, quem pretende se especializar na área de redação e revisão de textos), ou ainda de Sociologia ( principalmente para quem pretende trabalhar com Teoria da Literatura e Lingüística) , Antropologia (também para algumas áreas da Lingüística e do ensino de línguas, especialmente no que tange ao ensino de línguas 99 indígenas), História (para quem lida com História da Literatura ou com línguas mortas, tais como Latim e Grego Clássico), Ciências Sociais (também para o ensino de línguas, Lingüística e Literatura), Geografia (especialmente para quem lida com Lingüística), Filosofia (para todas as áreas teóricas de Letras), etc... A primeira opção, mais aberta e, mais de acordo com as diretrizes mais recentes para o ensino superior, conferindo mais liberdade ao aluno, em suas escolhas, encerra um porém: há ainda uma quantidade incipiente de oferta de eventos que possam servir exclusivamente ao curso de Letras no Estado de Roraima. E, em se tratando de Região Amazônica, na qual as distâncias geográficas são praticamente intransponíveis, ao bolso dos alunos de graduação, tal proposta fica prejudicada. Na contramão dos PCN e de todos os movimentos de “autonomização” dos estudantes de graduação em geral, a proposta de transformação destas disciplinas em “eletivas”, acaba ganhando “contornos regionais” (justificados pela geografia e economia local), o que explicaria, em parte, sua adoção. O caminho atual, que permite ao aluno cursar a optativa de sua escolha, no mais das vezes, tem levado um grande contingente de alunos a cursarem Letras como um “trampolim” para outros cursos como o de Direito, cujos índices referentes ao número de candidatos por vagas, quase sempre é astronômico diante dos índices do vestibular para Letras. O esquema funciona da seguinte forma: enquanto o aluno, interessado em outro curso, faz Letras, vai eliminando todas as optativas de sua área de preferência e fazendo sucessivos vestibulares e solicitações de transferência interna. Deste modo acaba tomando a vaga de quem pretendia estudar Letras e, depois de sucessivos fracassos, nos sucessivos exames vestibulares e requerimentos (é o que ocorre com a grande maioria), além de ficar totalmente “atravessado” em relação ao fluxograma do curso, solicitando vaga em disciplinas iniciais, tenta não ser jubilado por decurso de prazo, causando inúmeros transtornos a todos. Outra das questões polêmicas quando se trata de questionar o ensino de Literatura na UFRR, a partir de sua funcionalidade prática, é a existência de um curso inteiro 51 (melhor dizendo, na maioria das vezes disciplinas inteiras) de Literatura Portuguesa, como se pode ver na figura 1 adiante (LT-121, LT-122 e LT-152). 51 Quando nos referimos aqui a “curso inteiro” estamos indicando a existência diferenciada, pelo menos na grade curricular da UFRR na habilitação em língua portuguesa e literaturas correspondentes do Curso de Letras, de um curso de Literatura Portuguesa em sua totalidade, o que implica uma cronologia que abranja o período que vai “das origens da literatura portuguesa e do povo português” à “atualidade”. No 100 FIGURA 01. Disciplinas que compõe o curso de Letras divididas por área de conhecimento (Literatura - grade nova), com indicação de pré-requisitos. PERÍODOS LT-117 TEORIA DA LITERATURA I 1º LT-173 TEORIA DA LITERATURA II 2º LT-118 LITERATURA BRASILEIRA I 3º LT-121 LITERATURA PORTUGUESA I LT-119 LITERATURA BRASILEIRA II LT-122 LITERATURA PORTUGUESA II LT-120 LITERATURA BRASILEIRA III LT-152 LITERATURA PORTUGUESA III 4º 5º 6º LT-175 PRÁT. DE ENSINO EM LITERATURA 7º 8º Muitos alunos, em diferentes situações de ensino, pesquisa e participação em eventos de debate referentes a reforma curricular têm, seguidas vezes questionado: de que (nos) serve o ensino de Literatura Portuguesa? Caso específico da UFRR este “curso”, subjacente e integrado à grade maior do curso de Letras (habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas correspondentes), tem duração de três semestres. 101 É provável que em alguns casos, como nas grades do curso de Letras em que há dupla habilitação (Língua Portuguesa e Línguas Estrangeiras, seguidas das respectivas Literaturas), esta pergunta faça mais sentido que na habilitação “simples” do curso. O fato é que na UFRR, pelo menos, o “curso” de Literatura Portuguesa tem, desde sua fundação, um caráter periódico, e obedece a uma seqüência histórica determinada quase sempre pelos livros de História da Literatura, em especial, mais recentemente, o escrito por Saraiva & Lopes (1996) e, mais na origem do curso, em meados da década de 90, os escritos por Massaud Moisés e Soares Amora. Problema nenhum decorreria deste fato, não fora a falta de espaço (na verdade tempo) “curricular”, ocasionada pela presença das disciplinas de Literatura Portuguesa, nas habilitações de caráter duplo. Optou-se, desde que o início da UFRR, para que pudesse haver a implementação de outras disciplinas consideradas mais “técnicas”, sem que houvesse um brutal aumento da carga horária, pelo corte de algumas disciplinas da grade simples (habilitação única). Deste modo a inclusão no currículo de disciplinas específicas da área ou língua estrangeira da segunda habilitação não causaria um acréscimo muito grande, pois seria conseqüência da substituição de disciplinas consideradas como nãoessenciais a estes cursos. Vejamos na figura 01 anterior, como esta substituição se processa no campo da literatura – neste caso específico na grade nova de Letras, que equivale dizer a grade vigente desde 2000, com efeitos de equivalência entre grades retroativas a 1998. Note-se, no fluxograma (figura 01), pertencente à habilitação simples em Letras (Português e literaturas correspondentes), a existência, nos primeiros dois períodos da grade, de duas disciplinas de Teoria da Literatura (seqüenciais entre si, sendo a primeira, pré-requisito de todo o campo literário, de caráter mais teórico e a segunda de caráter mais prático, como veremos mais adiante), seguidas de três disciplinas de Literatura Brasileira (também seqüenciais entre si), três disciplinas de Literatura Portuguesa (idem) e uma Prática de Ensino em Literatura (estágio curricular, no ensino de Literaturas, nas últimas séries do Ensino Fundamental, antigo ginasial, e do Ensino Médio). Podemos vislumbrar na próxima tabela (V), um exemplo da problemática que envolve o ensino de Literatura Portuguesa na UFRR. Não se trata da análise do programa da disciplina propriamente dita, mas das oscilações de seu conteúdo, bem 102 como da grande abrangência pretendida. A análise do conteúdo desta disciplina em si, será efetuada na Tabela VI do item 4.3.1 adiante. Tabela V: Quadro do ementário de disciplinas de Literatura Portuguesa (cronologia de modificaçoes): DISCIPLINAS de Literatura Portuguesa: Período Literatura Portuguesa I Literatura Portuguesa II Literatura Portuguesa III Vigência LT 121 “Estudo da Literatura no século XII, considerando-se a posição do povo português e, especialmente, o desenvolvimento dos diversos estilos até o Romantismo.” (1990.2) NÃO HÁ PROGRAMA DISPONÍVEL (mas pode-se inferir que se trate do surgimento de Portugal até o Romantismo, inclusive) “Estudo da Literatura Portuguesa da época medieval a partir das origens da língua e da cultura portuguesas e sua evolução para o Humanismo, Renascimento, Barroco e Arcadismo, observando os aspectos sociais, políticos econômicos e morais, assim como a evolução da mentalidade do povo lusitano dentro do contexto europeu da época.” “Estudo da Literatura Portuguesa no contexto europeu, da Idade Média ao Barroco, considerando os aspectos culturais, sociais políticos e econômicos em suas relações com a expressão artística e a formação e evolução da nação Portugal.” LT 122 NÃO HÁ PROGRAMA DISPONÍVEL (mas pode-se inferir pela “seqüência” de ementas que se trate “somente” do Romantismo português) “Visão global do RealismoNaturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época.” (1993.2) “Visão geral do Romantismo europeu, mais especialmente em Portugal, e as tendências estéticas da segunda metade do século XIX que culminaram na formação do RealismoNaturalismo, observando suas etapas evolutivas e respectivos contextos sócio-culturais.” “Estudo das tendências estéticas surgidas a partir do final do século XVIII na Europa e em Portugal, priorizando os movimentos de ruptura do Romantismo e as evoluções subseqüentes, chegando até o Realismo e o Naturalismo.” LT 152 “Visão global do RealismoNaturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época.”(1990.2) De 1990 a 1992 Entre NÃO HÁ PROGRAMA DISPONÍVEL (mas pode-se inferir que se trate das tendências surgidas após o Realismo -Naturalismo e Simbolismo, até nossos dias, ou apenas até o “Modernismo”, inclusive) “Visão global do RealismoNaturalismo e do Simbolismo Português, especificando suas características, contexto histórico, gêneros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época.” “Estudo das renovações artísticas observáveis na Literatura Portuguesa do século XIX, que tiveram como expressão primordial o movimento Simbolista e passaram por uma revisão através das diferentes tendências estéticas modernas e manifestações literárias da primeira metade do século XX.” Adiante apresentamos a seqüência cronológica inversa (do mais recente para o mais antigo) dos programas de Literatura Portuguesa de 1990 a 2000, destacando suas diferenças (conforme tabela V): UFRR 1993 e 1994 De 1995 a 1999 De 2000 pra cá 103 Literatura Portuguesa I – LT 121 (carga horária 60 horas, 4 créditos: 2000) Ementa: “Estudo da Literatura Portuguesa no contexto europeu, da Idade Média ao Barroco, considerando os aspectos culturais, sociais políticos e econômicos em suas relações com a expressão artística e a formação e evolução da nação Portugal.” A ementa acima é posterior a 2000 e pertence ao conjunto da proposta de reformulação e atualização dos programas do Curso de Letras da UFRR deste mesmo ano. Esta proposta pretendia apenas modificar, atualizando, o conteúdo das disciplinas, sem contudo modificar o desenho curricular do curso. Doravante quando nos referirmos a disciplinas posteriores a 2000, estaremos fazendo referência às disciplinas, ou recortes oriundos desta “reforma”. Para efeito de comparação, transcrevemos adiante a ementa de uma disciplina cuja data, não consta no programa, mas que avaliamos ser do período imediatamente posterior a nossa chegada na UFRR (1995 a 1999). Literatura Portuguesa I – LT 121 (carga horária 60 horas, 4 créditos: s/d – 1995 a 1999) Ementa: “Estudo da Literatura Portuguesa da época medieval a partir das origens da língua e da cultura portuguesas e sua evolução para o Humanismo, Renascimento, Barroco e Arcadismo, observando os aspectos sociais, políticos econômicos e morais, assim como a evolução da mentalidade do povo lusitano dentro do contexto europeu da época.”(tabela V) Note-se que entre ambas as propostas vigentes em diferentes períodos, há algumas diferenças. Além da já mencionada acima em que a Literatura Portuguesa I era ensinada a partir do surgimento da Língua Portuguesa e passa a ser ensinada a partir do conceito (e da formação) da nação portuguesa, há ainda o fato de que, embora o modelo da periodicidade histórica de movimentos seja uma constante em todos os programas, existe uma grande diferença na abrangência do conteúdo, pois enquanto a Literatura Portuguesa I vigente de 1995 a 1999 propunha o estudo “(...) das origens da língua e da cultura portuguesas e sua evolução para o Humanismo, Renascimento, Barroco e Arcadismo(...)” a mesma disciplina (ou módulo disciplinar) no período posterior a 2000 propõe “Estudo da Literatura Portuguesa no contexto europeu, da Idade Média ao Barroco(...)”. A abrangência do conteúdo programático, dentro de uma escala histórica, parece diminuir na mesma proporção em que avançamos no tempo. A cada nova “reforma” parece se buscar dar mais ênfase à qualidade e menos à quantidade do conteúdo. 104 Nas origens da UFRR e do seu curso de Letras, a proposta era ainda menos exeqüível, pois ao que tudo indica supunha que o professor e os alunos pudessem estudar a Literatura Portuguesa do século XII ao XIX em apenas uma disciplina de sessenta horas aula. Neste pacote, como podemos ver na ementa abaixo, está incluída uma curiosa acepção de cultura, traduzida na expressão “posição do povo português”: Literatura Portuguesa I – LT 121 (carga horária 60 horas, 4 créditos: até 1993) Ementa: “Estudo da Literatura no século XII, considerando-se a posição do povo português e, especialmente, o desenvolvimento dos diversos estilos até o Romantismo.”(tabela V) Não se pode dizer, contudo, que a “evolução” (termo muito em voga nestas ementas de Literatura Portuguesa da tabela V) rumo a uma diminuição paulatina da quantidade de conteúdo programático, tenha se dado em uma linha constante e reta. Podemos supor, embora nos falte a comprovação definitiva, pela falta de programas nos arquivos da UFRR referentes a este período, que, entre 1993 e 1994, houve uma modificação no sentido de “piorar” o conteúdo desta disciplina. Neste período, pelo que se pode supor do programa de Literatura Portuguesa II (coetâneo - ver tabela V, item entre 1993 e 1994), acresceu-se à Literatura Portuguesa I o “Romantismo”. Embora não tenhamos em mãos o programa de Literatura Portuguesa I de 1993, podemos atestar as dificuldades em sua aplicação, pois foi pouco depois deste período que chegamos na UFRR (1995.1), tentando ministrar esta disciplina. É fato que nenhum professor que se deparou, neste período de tempo (1990 a 1994), com esta disciplina tenha deixado de reclamar de sua abrangência e inexequibilidade. Fato que faz com que se suspeite de que de duas uma: Ou o conteúdo não era integralizado como previa o programa (fosse na ausência de leituras suficientes para a elucidação do conteúdo, fosse na interrupção “cronológica” do programa antes do fim previsto e na conseqüente perda de conteúdo pelo aluno), ou esta disciplina era ministrada com um enfoque mais secundário (no nível do segundo grau, ou melhor do ensino médio), com uma bibliografia menos específica, mais ligeira, mais nome, datas e mais conteúdo decorado; menos problematização, menos leitura literária e teórica. Fosse como fosse, o fato é que o período de 1993 a 1994, na área de Literatura Portuguesa na UFRR, reflete a falta de uma discussão maior em torno do nível de ensino que esta disciplina deveria ter para o curso de Letras. O pior é que sendo uma disciplina organizada de modo a se dar ênfase aos períodos literários (historicamente seqüenciais), a ausência de conteúdo na fase seguinte 105 implicava em péssimo rendimento do aluno, no acompanhamento da disciplina. Isto quando a habilitação do aluno permitia que ele desse seqüência à Literatura Portuguesa. Conforme podemos observar na figura II abaixo. FIGURA 02. Disciplinas que compõe o curso de Letras habilitação dupla: Português – Língua Estrangeira Moderna/ Literatura Estrangeira Moderna divididas por área de conhecimento (Literatura - grade nova), com indicação de pré -requisitos. PERÍODOS LT-117 TEORIA DA LITERATURA I 1º 2º LT-118 LITERATURA BRASILEIRA I 3º LT-121 LITERATURA PORTUGUESA I LT-119 LITERATURA BRASILEIRA II LT-122 LITERATURA PORTUGUESA II LT-120 LITERATURA BRASILEIRA III 5º LITERATURA ESTRANGEIRA I 6º LITERATURA ESTRANGEIRA II 4º 7º 8º 106 Note-se no quadro esquemático do fluxograma parcial (figura 02), pertencente às licenciaturas duplas, que ao invés da Literatura Portuguesa III – LT-152 (Fig. 01) (que estaria na seqüência imediata da Literatura Portuguesa II) e a Teoria da Literatura II – LT-173 (Fig. 01) (que estaria na seqüência imediata da Teoria da Literatura I), aparecem no fluxograma, mais ao fim do curso, as disciplinas de Literatura Estrangeira I e II referentes à Língua estrangeira ali ensinada. Faz-se, assim, a substituição de um conteúdo considerado como “menos” importante por outro mais “pertinente” para o currículo das habilitações duplas. Em geral, para os alunos de habilitações duplas (Português-Inglês, PortuguêsFrancês, Português-Espanhol), a Literatura Portuguesa era considerada mais um empecilho do que uma disciplina “produtiva”. Forçados a fazê- la de modo atabalhoado no quarto período (e em certo momento da história do nosso curso, condenados a não completá-la), os alunos chegavam ao segundo período da disciplina (provavelmente, pelo fluxograma, o quinto período real do curso), a Literatura Portuguesa II sem ter tido conteúdo suficiente no período/fase anterior. Alguns sequer tinham contato com o Romantismo Português (um dos períodos mais férteis daquela Literatura) e já se viam frente a frente com outras escolas, tais como o “Realismo” e o “Naturalismo”. Além deste mal estar, tinham consciência de que sua grade não permitiria, salvo como disciplina optativa, o contato com a Literatura Portuguesa III, fato que os desestimulava profundamente. O roteiro era, via de regra, o mesmo: o aluno começava mal, não entendia direito a seqüência (confundindo muitas vezes valores da Literatura Portuguesa com os da Brasileira) e não concluía a seqüência disciplinar, chegando a se perguntar inúmeras vezes, o motivo da existência desta. 4.3.1 - A Literatura Portuguesa É preciso que se destaque o fato de que tanto a Literatura Portuguesa como a Brasileira, enquanto campos do conhecimento, foram pensadas desde a fundação da UFRR, em 1990, na forma de cursos seqüenciais (cursos que abrangem as respectivas três disciplinas de 60 horas aula de cada campo) de cunho histórico- literário. São, portanto, disciplinas que assumem o caráter de “história da literatura” destes países/ culturas e que pela característica de linearidade de conteúdo que apresentam, são 107 interdependentes entre si, não podendo ser interrompidas, sem claros prejuízos ao conhecimento do aluno. Por outro lado a ausência de um “mercado” para a Literatura Portuguesa também ajudou a torná-la “inútil” aos olhos do estudante de Letras. Não havendo mais este conteúdo no exame vestibular, ao menos em Roraima, que justificasse, mercadologicamente, a existência/permanência desta cadeira nos cursos de Letras, não haveria o porquê de ensiná- la no Ensino Médio. E se não a achássemos sendo ensinada neste nível secundário de ensino, para que então, sustentamos a permanência da Literatura Portuguesa no Curso de Letras? Muitas vezes a argumentação por parte daqueles que pretendiam, ora mais espaço para seus respectivos “campos”/disciplinas (professores de outras áreas), ora menor carga horária (extra-classe) de Literatura e consequentemente de leituras (alunos em geral), apontou na direção da extinção da disciplina. Era comum ouvir argumentos do tipo: “- É uma literatura acessória à nossa? Não. É a literatura fundadora de nosso cânone? Pode ser, mas e daí?” Ou algo mais agressivo, mais politicamente identificado com uma causa anti-colonialista: Será tão difícil assimilar a Literatura Portuguesa que esta necessite de atenção especial? Terá sido alguma reserva nacionalista de “mercado lingüístico”? Ou terá vindo de antes, num ato de preservação ideológica da Metrópole frente à província? Algum mecanismo similar ao da proibição da circulação de jornais e da criação de escolas na colônia, anterior à vinda da família real ao Brasil? Um tácito acordo que, oriundo da tradição imperialista portuguesa, reze que devamos ensinar/aprender eternamente tal disciplina em detrimento de outras. Um movimento de política lingüística, de defesa da cultura lusófona? Talvez seja fruto da suposição de domínio da língua por parte dos alunos? Do outro lado do Atlântico, como a nos fazer eco, o professor Carlos Ceia indaga va-nos a todos: As perguntas culturais que sufocam hoje todo profissional de literatura podiam ser enunciadas desta forma: Será que o cânone português consegue dar aos Portugueses o sentido exacto da sua história nacional? Até que ponto o cânone responde às necessidades culturais das novas gerações? Até que ponto toda uma geração de professores formada há mais de vinte anos está hoje identificada com os interesses das novas gerações? E até que ponto o silêncio cultural existente nas salas de aula não é menos resultante da indiferença dos alunos de hoje como dos professores de ontem? (CEIA, 1999, p.32) 108 Se, como ele diz, mesmo entre os “patrícios” não há um consenso em torno do que há de “interessante” (até mesmo em termos de “história nacional”) no que se está ensinando, em termos de Literatura Portuguesa lá, imagine-se aqui. Estes argumentos, quando confrontados com o que diz A. Cândido no prefácio da Formação: “A nossa literatura é galho secundário da portuguesa, por sua vez arbusto de segunda ordem no jardim das Musas... Os que se nutrem apenas delas são reconhecíveis à primeira vista, mesmo quando eruditos e inteligentes, pelo gosto provinciano e falta de senso de proporções. (CANDIDO, 1981, p.09).” Fazem com que ousemos pensar: Talvez a estrutura do curso de Letras como um todo tenha se acomodado (ou tenha sido concebida de modo viciado) e não tenhamos percebido que, ao longo dos tempos o professor de Literatura Portuguesa perdeu grande parte de seu status, de sua “funcionalidade”. Talvez estes Departamentos/setores tenham permanecido ocupando um espaço que poderia ser útil para outras atividades. O que nos faz pensar, também, que quase tudo em nossos cursos obedece a uma lógica “funcionalista”, mas essa, infelizmente, não é nossa discussão no momento. Então, segundo o trecho citado acima, de uma das maiores autoridades em Literatura em nosso país, estaríamos formando lides e mais lides de “provincianos sem senso de proporções”, ao trabalharmos apenas com Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa (respectivamente “galho secundário” e “arbusto de segunda do jardim das musas”) em nossas graduações em Letras, especialmente naqueles cursos com habilitação apenas em Português-Literaturas correspondentes? Dever-se-ia, neste caso, abrir espaço para as outras Literaturas, nos nossos cursos de Letras? A partir da lógica de funcionamento destas disciplinas nos cursos de Letras, destacando-se aí a UFRR, poder-se- ia afirmar que é fundamental que haja uma ou mais disciplinas de Literatura Portuguesa. No curso de Letras da UFF, por exemplo, são apenas duas as disciplinas de Introdução a Literatura Portuguesa, já na UFC, mesmo nas grades das licenciaturas duplas, são três, não havendo variação de quantidade no caso da grade de licenciatura simples. Além disso, na UFC adotou-se um sistema diverso do nosso, pois foram criadas disciplinas específicas de História da Literatura que, cremos, pudessem ser utilizadas antes pelos alunos como optativas introdutórias à Literatura Portuguesa. Ademais, do ponto de vista historiográfico há que haver precedentes para a formação de nossa Literatura nacional muito embora grande parte de nossos escritores 109 não tenha tido como modelo apenas a Literatura Portuguesa. Talvez seja contra um argumento desta natureza que é dirigida a fala (que citamos acima) de Antônio Cândido. Será que acreditamos que nossos alunos já cheguem à Universidade conhecedores do cânone universal e que o leiam regularmente enquanto, por gosto, ou desgosto, ignorem o cânone português? Não sabemos a resposta, nem é no ssa intenção tentar responder às questões acima, que temos coletados de nossos alunos de Literatura Portuguesa, ao longo da última década. Achamos que não se deve, no entanto, negar a importância desta Literatura no cenário mundial. Não se trata disso. Talvez, no momento em que a percebermos, como uma importante instância da Literatura Universal, ela possa contribuir mais para a formação de nossas novas gerações de alunos de Letras, a exemplo do que diz Calvino (2001, p.40) sobre a Literatura Italiana. Talvez aí, encontremos uma forma de fazer com que nosso aluno leia mais e mais variadamente a Literatura de outros países. É importante notarmos, logo de saída na tabela VI, adiante, que a quantidade de textos que constam da bibliografia tende a aumentar na mesma medida em que a capacitação e o “treinamento em serviço” de nossos professores aumentam. Não apenas nas Literaturas Portuguesas, como também nas demais disciplinas do campo literário. Ousamos acreditar que esta seja uma constante universal de todo o curso de Letras. Quanto à qualidade, teríamos que observar a disciplina, para podermos verificar e afirmar se há um ganho real de qualidade, com o aumento bibliográfico. Em tese haveria, mas outras variáveis, como a quantidade de livros, dividida pelo tempo hábil para concluí- la, ou a criação de um coeficiente que revelasse a média de todas as leituras de um período, por aluno, teriam que ser levados em conta. Como já apontamos no início deste capítulo (item 4.3), esta sempre foi uma disciplina problemática (tabela VI). Tanto no que se refere à distribuição do conteúdo em termos de exequibilidade, quanto no que tange à possibilidade de abrangência (leitura) de todos os textos literários a serem estudados. A parcela do cânone literário e, principalmente, do cânone disciplinar português a ser mobilizada em termos de uma provável leitura que respeitasse condignamente o programa proposto, implicaria numa tamanha quantidade de textos que esta se tornaria duplamente inviável. Talvez por este motivo não houvesse no programa (nem haja, na tabela VI) de Literatura Portuguesa I (de 1990 a 1995) uma “bibliografia literária”. 110 Tabela VI: Disciplina Literatura Portuguesa I – UFRR (quadro histórico de alterações) Vigência 1990 – 1994 (1995 – 1999) (2000 – 2003) Estudo da literatura do Estudo da Literatura Estudo da Ementa século XII, considerandose a posição do povo português e, especialmente, o desenvolvimento dos diversos estilos até o romantismo (1990.2) Portuguesa. da época medieval a partir das origens da língua e da cultura portuguesas e sua evolução para o Humanismo, Renascimento, Barroco e Arcadismo, observando os aspectos sociais, políticos, econômicos e morais, assim como a evolução da mentalidade do povo lusitano dentro do contexto europeu da época. Bibliografia Não consta do Programa. 43, 44, 137, 172, 372, 374.. literária * Bibliografia crítica * Linha de estudos proposta 157, 228, 229, 310, 359. História da literat. Port. (e de Portugal) das origens de Portugal ao final do séc. XVIII e início do séc. XIX. Programa organizado em 9 itens, até a poesia pré-romântica de Bocage Aplicabilida 2º a 4º período do curso: o aluno a de/objetivo Levar compreender o processo de nascimento e evolução da Literatura Portuguesa, desde a sua origem ao séc. XIX, conhecer as causas que o determinaram e quais as propostas dos diversos estilos surgidos. Levar o aluno a conhecer os diversos estilos de época deste período 2, 15, 87, 148, 228, 229, 310, 336. Nove unidades organizadas em tópicos cronologicamente progressivos que abrangem desde a situação geográfica de Portugal na Europa até a poesia Árcade em Portugal (9.4 - Manuel Maria du Bocage) 1° e 2° períodos: Nenhuma palavra sobre os objetivos da disciplina que é eminentemente historicista Literatura Portuguesa no contexto europeu, da Idade Média ao Barroco, considerando os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos em suas relações com a expressão artística e a formação e evolução da nação Portugal. 8, 43, 44, 372, 375. 115, 116, 117, 148, 196, 211, 230, 310, 337, 338. Cinco unidades organizadas em torno da História da Literatura Portuguesa: da formação de Portugal ao renascimento europeu e português (incluindo a literatura de viagens e descobrimentos) 1° e 2° períodos: Nenhuma palavra sobre os objetivos da disciplina * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa 52 . Bibliografia “D”. 52 Para facilitar a diminuição do tamanho das tabelas, optou-se por atribuir uma seqüência alfa-numérica correspondente às subáreas que encontramos na organização dos programas de literatura dos três cursos de Letras das instituições pesquisadas. Assim sendo, todos os textos compreendidos numa tabela, estarão identificados por uma seqüência numérica e a bibliografia correspondente à tabela será identificada, ao final desta, por uma Letra. Quando se estiver citando algum dos autores e obras correspondentes às tabelas, no corpo do texto de análise destas, o código virá completo, como, por exemplo, em: Saraiva (310D). 111 Ou seja, a leitura do texto literário seria feita a partir da análise de outrem (da análise historiográfica, ou crítica), de excertos constantes nas coletâneas, de resumos comentados, apresentados via obra crítica. Em parte, este problema havido nos primeiros anos de funcionamento do curso de Letras da UFRR, tanto pode denotar a ausência de livros literários, disponíveis na biblioteca da Universidade (ou no incipiente mercado livreiro de Roraima), quanto pode denotar uma tendência comum à época (em termos didático-pedagógicos), de se falar sobre a Literatura a partir de análises prontas, de autores consagrados e não a partir do texto literário. Indicando um trato muito mais historiográfico, muito mais próprio para tecer panoramas de “elenco” e datas da literatura, que, propriamente, de valorizar a leitura e interpretação do texto literário. Em 1995, essa já era uma questão superada, pois além do conteúdo da disciplina ter mudado (conforme já vimos antes em “problemas da grade de Letras da UFRR” no item 4.3 desta tese, tabela V), foram nele introduzidos, na bibliografia deste programa, os primeiros títulos de obras do cânone literário, retirando dos ombros de historiadores como Lopes & Saraiva (310D) 53 , Spina (359D) e Massaud Moisés (228D e 229D) a responsabilidade de apresentá- las “superficialmente” aos nossos alunos. Mesmo assim ainda havia pressão, pois a mudança de atitude, em relação ao modo como ensinar a Literatura, acabou ocasionando a necessidade da leitura completa de determinados textos literários (ainda poucos, dado o volume de conteúdo da disciplina) e não mais exertos como os encontrados em Massaud Moisés (229D). Fato que fez com que a maioria dos alunos se queixasse. Nos parcos cinco livros recomendados na bibliografia de 1990 desta disciplina, encontramos, não sem alguma surpresa, o clássico texto de W. Kaiser (Análise da Obra literária – 157D). Este talvez seja um precioso testemunho de que havia, no instante em que a disciplina foi criada, uma forte tensão no campo literário, no sentido de que o professor não mais trabalhasse com uma leitura apenas historiográfica da Literatura, mas introduzisse algum “suporte” teórico de análise literária. Por outro lado, este fato vai, também, indicar que a noção que se tinha da Teoria era exatamente a de “acessória” da História da Literatura. Ou seja, um “instrumento” de análise a ser aplicado a qualquer 53 O conjunto de números e letras entre parêntesis ao lado do nome de um autor/crítico refere-se aos números adotados, para efeito de melhor aproveitamento espacial e diminuição do tamanho das tabelas, na nossa bibliografia dos programas de Literatura. Assim, a letra indica a que bibliografia este autor está filiado (ver legenda no início da bibliografia dos programas nos anexos) e o número à posição da obra nesta bibliografia em especial. 112 texto literário indistintamente. No momento seguinte, em meados dos anos noventa, apesar da melhoria bibliográfica, pois já estão listados seis textos literários (Camões 43D e 44D, Fernão Lopes 172D, Padre Antônio Vieira 374D, Gil Vicente 372D, A.C. Gomes - poemas escolhidos de Bocage 137D – todos extremamente canônicos, em termos de Literatura Portuguesa) e oito teóricos – ABDALA JR., Benjamin; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História Social da Literatura Portuguesa. (2D), AMORA, A. S. et al. Presença da Literatura Portuguesa. (15D), CUNHA, M. H. R.da; PIVA, L. Lirismo e Epopéia em Luís de Camões (87D), HAUSER, Arnold. História social da arte e da literature (148D), Moisés, M. A 1iteratura portuguesa (228D) e A literatura portuguesa através de textos (229D), SARAIVA, Antônio José & LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa (310D), SILVA, Victor Manuel Pires de Aguiar e. Teoria da Literatura (336D) – aparece um outro texto de Teoria da Literatura, desta vez o (336D) de Aguiar e Silva, que embora também trabalhe com história da Literatura Portuguesa em outros textos, foi posto aqui, provavelmente, para cumprir o mesmo papel de Kaiser no programa anterior. Se, neste momento, há um movimento no sentido da inclusão do texto literário na bibliografia dos programas (embora em menor número que os teóricos), ainda há uma tentativa de abarcar todo o cânone português do período e “narrar” o surgimento de Portugal, no âmbito da mesma disciplina, o que a torna inviável. Mesmo com a entrada do texto literário e a obrigação de que ele seja lido, ainda há grande quantidade de textos híbridos (roteiros de leitura, literatura comentada, etc.) e de coletâneas de exertos como o de Moisés (229D). A partir da reformulação da grade em 2000, embora esta tenha permanecido como uma das disciplinas mais extensas do campo literário, houve significativas mudanças no sentido de encurtá- la. Em contrapartida a bibliografia aumentou na proporção inversa à diminuição do conteúdo. Ao todo, entre literárias (8D, 43D, 44D, 372D, 375D) e críticas (115D, 116D, 117D, 148D, 196D, 211D, 230D, 310D, 337D, 338D) exigia-se a leitura de 15 textos. Foram excluídos da bibliografia os textos de F. Lopes e A. C. Gomes e acrescentado M. Alcoforado (Cartas de amor) e, nos críticos, excluídos dois de Moisés (incluído em meados de 90) assim como Hauser. E acrescidos de M.E Tarracha Ferreira (Literatura do descobrimento e da expansão Portuguesa, Crônicas de Fernão Lopes e Poesia e Prosa Medievais), A.H.Oliveira Marques (História de Portugal), José Mattoso et al (História de Portugal), Lênia Mongelli et al (A literatura Portuguesa em perspectiva: trovadorismo e humanismo), Francisco Silveira et al (A Literatura Portuguesa em perspectiva: Classic ismo, Barroco e 113 Arcadismo) e Francisco Silveira (Poesia clássica: Literatura Portuguesa). É bom ressaltar a falta de objetividade de parte da bibliografia para com os itens descritos nas unidades do programa. Tabela VII Disciplina Literatura Portuguesa II – UFRR (quadro histórico de alterações) Vigência (1990 – 1994) (1995 – 1999) (2000 – 2003) Visão global do Realismo- Visão geral do Romantismo Estudo das tendências Ementa Naturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época (1993.2) Bibliogr. literária * Não consta do Programa Europeu, mais especificamente em Portugal, e as tendências estéticas da segunda metade do século XIX que culminaram na formação do RealismoNaturalismo, observando suas etapas evolutivas e respectivos contextos sócioculturais. Não consta do Programa Bibliogr. crítica * 122, 228, 229, 310. 66, 196, 228, 310, 369, 378. Linha de estudos proposta História da literatura portuguesa (final do século XIX). Programa organizado em seis itens: de uma (re)visão geral do Romantismo português até a ficção realista de Eça. Aplicabilid ade/objetiv o estéticas surgidas a partir do final do século XVIII na Europa e em Portugal, priorizando os movimentos de ruptura do Romantismo e as evoluções subseqüentes, chegando até o Realismo e o Naturalismo. 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 100, 133, 134, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 242, 275, 276, 277, 278. 121, 122, 132, 135, 148, 211, 250, 310, 323, 356, 368, 371, 378. Três unidades organizadas em torno da História da Literatura Portuguesa: do Arcadismo de Portugal ao Romantismo, Realismo e Simbolismo europeu e português Duas unidades organizadas em: I) caracterização do estilo romântico; 1.1) análise do contexto sócio-político econômico em que nasceu o romantismo europeu 1.2) Estética 1.2) Estética romântica 1.3) O romantismo em Portugal II) A poesia Romântica 2.1) O ultra-romantismo de Antônio Feliciano de Castilho 2.2) Outros poetas da época. 3º a 6º período: levar o aluno a 3°a 6º período: 3º a 6º período conhecer as correntes literárias Nenhuma palavra sobre os surgidas no final do século XIX, objetivos da discip lina. o contexto histórico em que surgiram as causas que as determinaram e seu legado para as correntes subseqüentes. Distinguir as características formais, estilos e gêneros que mais se destacaram, seus representantes e respectivas obras. * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 114 A Literatura Portuguesa II (tabela VII), por sua vez, apresentava em 1990 uma ementa que “fiscalizava” as etapas “evolutivas” do Realismo, Naturalismo e Simbolismo Português, sempre ancorada em autores canônicos ou, nos termos da ementa, “mais representativos da época”. Como a anterior, esta também não apresentava bibliografia literária, buscando propor a leitura do texto literário a partir do livro de M. Moisés: A Literatura Portuguesa através dos textos (229D). Em função dos inúmeros problemas ocasinados pela extensão do programa de Literatura Portuguesa I, nesta Literatura Portuguesa II, era obrigatório que o professor fizesse uma “revisão” do Romantismo português. Por este motivo, já em meados da década de noventa, embora não se tivesse feito nenhuma mudança significativa no programa da disciplina, esta passou a ter entre seus itens, principalmente, o Romantismo, relegando-se à Literatura Portuguesa III (tabela VIII) todos os movimentos literários surgidos desde então. Embora tenha havido significativo aumento na bibliografia, esta não foi uma disciplina contemplada com a redução de conteúdo em proporção inversa. O programa que vigorou no período entre 2000 e 2003, por sua vez, embora mantenha um viés historicista, investe mais em obras literárias. Elas chegam a ser 21 no total (contra apenas 13 teóricas), gerando, agora um “problema” de quantidade de leitura a se efetivar fora da sala de aula. Este passa a ser um “problema” ao qual os alunos não estavam acostumados. Mesmo havendo a gradual renovação do corpo discente, através de subsequentes gerações de vestibulandos, que alcançam o objetivo de entrar no curso de Letras da UFRR, culturalmente permanecem as marcas das gerações anteriores de estudantes que, percebendo essas mudanças no espírito acadêmico, as foram rejeitando. É que quase tudo se fazia no âmbito da sala de aula da UFRR antes, sendo quase impossível fazer com que o aluno levasse algo para fazer em casa. Coincidentemente, ou não, com o que demonstramos antes, na tabela VI, também aqui, há, na bibliografia crítica dos períodos que vão de 1995 a 1999 e depois de 2000 a 2003 da tabela VII, um texto de Teoria da Literatura de uso improvável (Wellek, R. Conceitos de Crítica - 378D), mas de presença constante em cursos de Teoria da Literatura durante as décadas de setenta, oitenta e parte da de noventa. No programa de Literatura Portuguesa II da tabela VII há uma pequena disparidade entre ementa, conteúdo e bibliografia. Enquanto a ementa e objetivo propõem para o aluno uma: “Visão global do Realismo-Naturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários 115 fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época” e a: “levar o aluno a conhecer as correntes literárias surgidas no final do século XIX, o contexto histórico em que surgiram as causas que as determinaram e seu legado para as correntes subseqüentes. Distinguir as características formais, estilos e gêneros que mais se destacaram, seus representantes e respectivas obras.”, o conteúdo versa sobre: “uma (re)visão geral do Romantismo português até a ficção realista de Eça” e a bibliografia além de Moisés (228D e 229D), tem Saraiva & Lopes (310D) e Fidelino de Figueiredo (122D). Esta pequena confusão, provavelmente era fruto de uma confusão maior, como veremos a seguir na tabela VIII. Embora o segundo programa de Literatura Portuguesa II (1995 a 1999), da tabela VII, assim como os da Literatura Portuguesa III (tabela VIII) não indicassem nenhuma obra literária, estas estavam subentendidas, quando não citadas diretamente, no conteúdo das disciplinas. Este também é um outro mistério: porque não fornecer a bibliografia das obras literárias ao aluno, se os autores e obras eram citados no programa? Sobre esta questão levantamos duas hipóteses que, não necessariamente, se excluem. A primeira hipótese seria a de que determinados títulos e obras não estariam à disposição dos alunos por inexistirem na biblioteca central da UFRR, ou nas escassas livrarias da cidade. Sendo assim, também o professor da disciplina, na ausência da obra, em seu acervo pessoal, evitaria fornecer a bibliografia, para evitar maiores transtornos. A segunda hipótese é que os professores preferiam trabalhar mais com trechos e retalhos de textos literários, que com os textos na íntegra, por saber que os alunos não leriam as obras completas. Na seqüência do fluxograma das disciplinas de Literatura, fechando o campo dos estudos lusitanos, a subseqüente será a Literatura Portuguesa III (na tabela VIII abaixo), que, embora historicamente seja complementar às demais, não é obrigatoriamente cursada pelos alunos das licenciaturas duplas. Ao observarmos as ementas da Literatura Portuguesa II (tabela VII) e da Literatura Portuguesa III (tabela VIII) verificamos uma semelhança absurda, entre ambas, em termos de conteúdo, o que se confirma quando manipulamos o programa. Há aí, na Literatura Portuguesa III (tabela VIII) um descompasso entre conteúdo programático e ementa difícil de compreender. 116 Vig. Ementa Bibl. Liter. * Bibliog rafia crítica * Linha de estudos propost a Tabela VIII - Disciplina Literatura Portuguesa III – UFRR (quadro histórico de alterações) (1990 – 1994) (1995 – 1999) (2000 – 2003) Visão global do RealismoNaturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época (1990.2) Não consta do Programa Visão global do RealismoNaturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época. Não consta do Programa 223, 228, 239, 310. 223, 228, 239, 310. Programa organizado em quatro itens: visão geral do Simbolismo e o movimento em Portugal (geração de 90) e o Modernismo e o movimento em Portugal, com ênfase em “Orpheu”, Mario de Sá Carneiro, Pessoa, Movimento de Presença, Miguel Torga e José Régio. Programa organizado em quatro itens: visão geral do Simbolismo e o movimento em Portugal (geração de 90) e o modernismo e o movimento em Portugal, com ênfase em “Orpheu”, Mario de Sá Carneiro, Pessoa, Movimento de Presença, Miguel Torga e José Régio. Aplicab 4ºa 7º período: levar o aluno a 4ºa 7º período: ilidade / conhecer as correntes literárias Conhecer as correntes literárias objetivo surgidas no final do século surgidas a partir do final do séc. XIX, o contexto histórico em que surgiram as causas que as determinaram e seu legado para as correntes subseqüentes. Analisar texto e obras dos principais representantes da época buscando reconhecer as características formais de cada um. XIX, suas origens, características, causas que a determinaram e panorama histórico em que surgiram. Analisar o texto e obras dos principais representantes da época buscando reconhecer as características formais de cada um. Estudo das renovações artísticas observáveis na Lit. Portuguesa a partir das últimas décadas do séc. XIX, que tiveram como expressão primordial o movimento Simbolista e passaram por uma revisão através das diferentes tendências estéticas modernas e manifestações literárias da primeira metade do séc. XX. 29, 55, 108, 251, 252, 296 30, 36, 40, 59, 67, 85, 107, 127, 138, 144, 148, 227, 240, 245, 258, 259, 282, 310, 380. Três unidades organizadas em: Simbolismo e Simbolismo Português Antônio Nobre, Eugênio de Castro, Camilo Pessanha, Raul Brandão e Antonio Patrício); Modernismo em Portugal ( Saudosismo de Teixeira de Pascoaes, futurismo e orfismo, movimento presencista, Florbela Espanca, Mário de SáCidade e o homem da cidade, Fernando Pessoa, a prosa modernista) e breve reflexões sobre a contemporaneidade literária portuguesa. 4ºa 7º período (apenas obrigatória para a Licenciatura em PortuguêsLiteratura Brasileira; para as licenciaturas duplas, optativa) Nada sobre os objetivos da disciplina * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Da ementa: “Visão global do Realismo-Naturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêne ros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época” 117 para um conteúdo que prevê: “[uma]visão geral do simbolismo e o movimento em Portugal (geração de 90) e o modernismo e o movimento em Portugal, com ênfase em “Orpheu”, Mario de Sá Carneiro, Pessoa, Movimento de Presença, Miguel Torga e José Régio.”, aos objetivos, que se propõem a: “levar o aluno a conhecer as correntes literárias surgidas no final do século XIX, o contexto histórico em que surgiram as causas que as determinaram e seu legado para as correntes subseqüentes. Analisar texto e obras dos principais representantes da época buscando reconhecer as características formais de cada um”, há um longo caminho a ser percorrido. Tudo faz crer que tenha havido uma troca da folha de rosto da qual constam nome da disciplina, ementa, objetivos (quando há), créditos, duração, período e outros detalhes. Mas como justificar que o nome da disciplina estivesse errado? Pode ser que tenha ocorrido uma transposição da matriz mal feita, que permitiu sobrepor dados de ambas as disciplinas, mas se foi esse o caso, porque este programa regulou o ensino de Literatura Portuguesa por cinco anos (esta é uma cópia válida, pois era a única disponível nos arquivos do DLV) no período de 1990 a 1995? Das três disciplinas do campo a Literatura Portuguesa III (tabela VIII) foi a que menos mudou, ao menos em suas duas primeiras versões (1990 a 1994 e 1995 a 1999). Elas são praticamente idênticas em tudo. A bibliografia é rigo rosamente a mesma e consiste de : MENDONÇA, Fernando. A Literatura Portuguesa no Século XX (223D), MOISÉS, Massaud (228D) NEVES, João Alves das. Contistas portugueses modernos (239D) e SARAIVA & LOPES. História da Literatura Portuguesa (310D). Sua versão mais recente (2000 a 2003) (tab. VIII), porém, sofreu um considerável acréscimo bibliográfico, trazendo consigo dentre seus 19 títulos teóricos e seis literários os seguintes textos: 29D- Charles Baudelaire (as Flores do Mal), 55DEugênio Castro (Obras Poéticas), 108D- Florbela Espanca (Poemas), 251D- Camilo Pessanha (Clepsidra), 252D- Fernando Pessoa (O Eu profundo e outros eus), e 296DMario Sá-Carneiro (Poesia) nos críticos exclusão de todos os textos das bibliografias anteriores, exceto 310D-Saraiva e Lopes e acréscimo de 30D- Charles Baudelaire (O pintor da vida moderna em Chiampi Fundadores da Modernidade), 36D- Marshall Berman (Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade), 40D - M. Bradbury e J. McFarlane (Modernismo: guia geral), 59D - I. Chiampi (Fundadores da modernidade), 67D- E. P. Coelho (A noite do mundo), 85D - G. Cruz (A poesia portuguesa hoje), 107D - T.S. Eliot (A essência da poesia), 127D - Hugo Friedrich (Estrutura da lírica moderna: da metade do século XIX a meados do século XX), 138D 118 - A.C. Gomes (A metáfora cósmica em Camilo Pessanha), 144D - Fernando Guimarães (Simbolismo, Modernismo e Vanguarda), 148D - Hauser (História Social da literatura e da arte.), 227D - M. Moisés (O conto português), 240D- Antônio Nobre (Só), 245DOctavio Paz (Os filhos do barro - do Romantismo à vanguarda), 258D- Edgar Allan Poe (A arte da poesia) 259D- Ezra Pound (A arte da poesia), 282D- José Régio (Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa) e 380D - J.M.Wisnick (Iluminações profanas: poetas, profetas, drogados). Além de tentar abranger muito mais autores e obras do moderno câno ne português, esta disciplina (Literatura Portuguesa III – tabela VIII), também inova, no sentido de buscar trazer o aluno para que fique mais em contato com autores portugueses recentes ou contemporâneos. Embora já tenhamos, no capítulo II e também no ínicio do capítulo IV, nos referido a questão da quantidade mínima de professores a atuarem no campo literário da UFRR, não custa ressaltar, mais uma vez, o fato de que, por sermos poucos (cinco professores ao todo para as nove disciplinas do campo literário ) e por alguns de nós, eventualmente, estarmos em processo de afastamento para cursarmos pós-graduação, geralmente essas disciplinas são distribuídas entre os remanescentes, sem que haja uma preocupação com a área efetiva de atuação de cada um. Isto equivale dizer que um mesmo professor tanto poderá atuar na Teoria da Literatura, quanto em Literatura Portuguesa, ou Brasileira, ou ainda, na Prática de Ensino de Literatura. Este também é o motivo pelo qual o modelo disciplinar da UFRR não parece padecer de disputas internas (apenas entre as disciplinas do próprio campo literário) por mais espaço. Em função ainda deste aspecto, poder-se-á notar algumas semelhanças entre as disciplinas do campo vindouro (Literatura Brasileira) e as deste campo, uma vez que os programas são discutidos (desde a fundação da UFRR) em conjunto entre os professores de Literatura indistintamente. 4.3.2 - A Literatura Brasileira O campo de Literatura Brasileira, também composto de três disciplinas, sofreu as mesmas reformas (em termos de época) que a Literatura Portuguesa, mas apesar desta e de outras similitudes, manteve sua identidade e independência em relação às outras Literaturas. 119 Tabela IX: Disciplina Literatura Brasileira I – UFRR (quadro histórico de alterações) Vigência (1990 – 1994) (1995 – 1999) (2000 – 2003) Estudo da Literatura Estudo da Literatura Estudo do processo Ementa Brasileira, de suas origens até o Romantismo, com ênfase nos autores mais representativos das diversas escolas. (1993.2) Nenhuma (apenas uma Bibliografia antologia de poesia) o conteúdo literária * literário, provavelmente, será extraído dos textos “teóricos”. Bibliografia 17, 45, 63, 65, 67, 77, 169, 173, 175, 215, 244. crítica * Linha de estudos proposta Aplicabilida de/objetivo Brasileira, de suas origens até o Romantismo, com ênfase nos autores mais representativos das diversas escolas. Idem Idem Historiográfica, canônica, Idem com reconhecimento de características de época.; Quatro itens divididos respectivamente em: Literatura de Informação, Barroco, Arcadismo e Romantismo. De 2º período Sem objetivos Capacitar o aluno a proposta pedagógica compreender os diversos movimentos literários nascidos a partir do século XVI, através da análise dos fatores que os determinaram e suas influências para os movimentos subseqüentes. (reconhecer características através da análise de textos dos autores mais representativos) de formação da Literatura Brasileira: em busca de uma identidade. 26, 37, 79, 111, 258. 1, 8, 45, 47, 63, 65, 67, 68 (Dialética da Malandragem), 80, 81, 108, 126, 174, 175, 176, 224, 247. Quatro itens divididos em: 1) Informação e nativismo; 2) Sátira: a construção da identidade pelo avesso; 3) Épica: da poesia ao romance e; 4) Lirismo em três momentos: do Barroco ao Romantismo. nem Os objetivos são: Capacitar o aluno a compreender os diversos movimentos literários nascidos a partir do século XVI, os fatores que os determinaram e suas influências nos movimentos subseqüentes. * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Como se pode notar na tabela IX a Literatura Brasileira I, cujo pré-requisito único é a Teoria da Literatura I, também é uma disciplina que teve o seu início marcado por um forte viés historiográfico em que os períodos literários eram o principal objeto e paradigma de estudo. Observando a tabela IX, notamos que esta também é uma disciplina que se preocupa em fazer um estudo e reconhecimento de características de época a partir do cânone literário, estabelecido por uma parcela restrita do cânone disciplinar. A própria ementa da disciplina procura frisar o modelo, com o qual se pretende trabalhar, 120 indicando que este será um: “Estudo da Literatura Brasileira, de suas origens até o Romantismo, com ênfase nos autores mais representativos das diversas escolas”. Por “mais representativos”, e pela ausência de uma bibliografia literária própria do programa, entenda-se que serão estudados aqueles autores que figurarem entre as obras de: 45E- Bosi (História Concisa da Literatura Brasileira), 175 e 173E- M. Moisés (História da Literatura Brasileira e A Literatura Brasileira Através dos textos), 215ESílvio Romero (História da Literatura Brasileira), 244E- N.W. Sodré (História da Literatura Brasileira: Seus fundamentos Econômicos), 169E- J. G. Merquior (De Anchieta a Euclides: Breve História da Literatura Brsileira), 63, 65 e 67E- A. Cândido (Vários Escritos, A Formação da Literatura Brasileira: Momentos Decisivos e Na sala de aula), 77E- A. Citelli (Romantismo e Antologia de Poesia Brasileira-Romantismo). Embora faça falta uma bibliografia de textos literários, em Literatura Brasileira, desde o primeiro programa da tabela IX, consta da descrição do conteúdo o nome de cada um dos autores a serem “lidos” durante o semestre letivo. No caso desta Literatura, serão exigidos para a primeira parte do programa : os textos dos viajantes, dos colonos, dos jesuítas; para a segunda parte do programa: Bento Teixeira, Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Padre Antônio Vieira e as academias; para a terceira parte: Basílio da Gama, Santa Rita Durão, Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Silva Alvarenga; para a quarta: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Castro Alves, Sousândrade, Joaquim Manoel de Macedo (a Moreninha), José de Alencar (O Guarani, Iracema, Senhora), Manoel Antônio de Almeida (Memórias de um sargento de milícias), Visconde de Taunay (Inocência). As únicas diferenças (tabela IX) para o programa do início da década (19901994) estão na ordem da apresentação dos textos na bibliografia e na ausência de objetivos no segundo (1995-1999), o que faz crer que o programa, de algum modo, tenha sido considerado satisfatório, na revisão entre os dois períodos, e mantido até o ano 2000 quando foi revisto mais uma vez e modificado. A diferença de conteúdo entre as fases 1990-1999 e 2000-2003 é bastante significativa. Enquanto o primeiro programa da tabela IX era mais apegado à seqüência histórica linear e à classificação da literatura em movimentos e escolas (conforme aponta sua bibliografia crítica no texto acima), tendo como conteúdo: “Quatro itens divididos respectivamente em: Literatura de Informação, Barroco, Arcadismo e Romantismo” o programa mais recente de Literatura Brasileira I propunha: “Quatro 121 itens divididos em: 1) Informação e nativismo; 2) Sátira: a construção da identidade pelo avesso; 3) Épica: da poesia ao romance e; 4) Lirismo em três momentos: do Barroco ao Romantismo ”, amenizando, um pouco, a carga historiográfica com a qual era tratado o conteúdo desta disciplina. Fundamentalmente esta é a diferença, em termos de Roraima, entre o modelo escolhido para a Literatura Portuguesa (que embora tenha mudado substancialmente, permaneceu conectada ao viés histórico) e as disciplinas de Literatura Brasileira. A ementa deste programa prevê: “Estudo do processo de formação da literatura brasileira: em busca de uma identidade” o que parece remeter ao texto de Antônio Cândido (65E). No texto do programa mais recente, que aparece no item “objetivos” da tabela IX, não há mudança significativa, em relação aos seus “ancestrais”, desde que a disciplina foi criada. Muito embora ela tenha sofrido acréscimos bibliográficos consideráveis (como também sofreu reduções), os textos: 45E - Bosi, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 63E, 65E e 67E - CÂNDIDO, A. Vários Escritos, Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos e Na Sala de Aula e 175E – Moisés, M. História da Literatura Brasileira, permaneceram entre os elencados pela disciplina em sua versão mais recente. Os demais (17E, 77E, 169E, 173E, 215E e 244E) foram destacados do programa. No seu lugar foram adotados os seguintes autores e obras: 1E - ABDALA JUNIOR, B.; CAMPEDELLI, S. Y. Tempos da Literatura Brasileira, 8E – Andrade, Mário de. Aspectos da Literatura Brasileira, 47E – BOSI, A.. Céu, inferno, 68E – CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A. Presença da Literatura Brasileira: das origens ao Romantismo (Dialética da Malandragem), 80E e 81E COUTINHO, A. A Literatura no Brasil e Introdução à Literatura no Brasi, 108E GOLDSTEIN, N. Versos, sons, ritmos, 126E - HOLANDA, S. B. de. Capítulos de literatura colonial, 174E e 176E - MOISÉS, Massaud A análise literária e A criação literária, 224E - SANT'ANNA, A. R. de. O canibalismo amoroso. O desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia e 247E - SPINA, S.; CROLL, M. W. Introdução ao maneirismo e à prosa barroca. Além destes, ainda foram acrescidos os textos literários: 26E - AZEVEDO, A. de. Poesias completas de Álvares de Azevedo, 37E - BERALDO, J. L. José de Alencar. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e critico e exercícios, 79E - COSTA, C. M. da. Poemas escolhidos de Cláudio Manuel da Costa, 111E - GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu, 258E - VARELA, F. Poemas de Fagundes Varela. 122 Tabela X: Disciplina Literatura Brasileira II – UFRR (quadro histórico de alterações) Vigência (1990 – 1994) (1995 – 1999) (2000 – 2003) Realismo / Naturalismo, Realismo / Naturalismo, O século XIX e o Ementa Bibliografi a literária * Bibliografi a crítica * Linha de estudos proposta Aplicabilid ade/objetiv o Simbolismo/ Parnasianismo – estudo dos estilos, situando-os no contexto históricosociológico, com análise das principais obras de cada escola. (1992.2) Apenas uma antologia de textos comentados Simbolismo/ Parnasianismo – estudo dos estilos, situando-os no contexto histórico-sociológico, com análise das principais obras de cada escola. início do Século XX, seus artifícios formais, suas temáticas filosóficoideológicas na Literatura no Brasil. Idem ao anterior (1990-1994) Não consta programa 45, 65, 81, 202 44, 45, 173, 175. 44, 45, 67, 173, 175, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277, 244, 255. Historiográfica, canônica, com reconhecimento de características de época.; cinco itens divididos respectivamente em: Realismo Histórico, Realismo: um estado de espírito, O Naturalismo, O Parnasianismo e O Simbolismo (alguns representantes. Historiográfica, canônica, com reconhecimento de características de época.; cinco itens divididos respectivamente em: Fatores que contribuíram para o surgimento de novas estéticas na segunda metade do século XIX; A década de 70 no Brasil: a poesia científica e os ideais anti-escravagistas e antimonárquicos; Parnasianismo; Simbolismo e Realismo/ Naturalismo do Também cinco itens divididos em: 1)As novas estéticas e as ideologias do século XIX; 2) Real e imaginário: perspectivas finisseculares; 3) Forma e conteúdo; 4) Perspectivas da prosa do realismo e do Naturalismo; 5) as vanguardas no mundo (o século XX). De 3º período De 3º período De 3º período Sem objetivos nem Levar o aluno a conhecer as Sem objetivos nem proposta pedagógica propostas dos movimentos proposta pedagógica Realismo/ Naturalismo, Parnasianismo e simbolismo, a estética e os artifícios formais utilizados em cada movimento, bem como fatores que os determinaram; estudo das idéias caracterizadoras dos movimentos Realismo/ Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo, bem como os fatores que os determinaram. * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Na Literatura Brasileira II (tabela X), a bibliografia referente aos primórdios desta disciplina na UFRR constou de, ao todo, nove textos de autores canônicos. São eles: (de 1990 a 1994) 45E - BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 65E CÂNDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos, 81E - 123 COUTINHO, A. Introdução à Literatura no Brasil e 202E - PROENÇA FILHO, D. Estilos de época na Literatura: através de textos comentados, sendo que apenas o 45E se repete no programa seguinte (1995-1999). Além deste, figuraram da bibliografia: 44E - BOSI, A. et al. Machado de Assis- antologia e escritos , 173E e 175E - MOISÉS, M. A Literatura Brasileira Através dos Textos e História da Literatura Brasileira. Estranhamente no programa de 1990 a 1994, contrariando o que ocorre na Literatura Brasileira I e na Brasileira III, apenas são indicados no conteúdo, os nomes de Machado de Assis, Aluísio Azevedo e, para nossa surpresa, alguns estrangeiros, H. Balzac, Gustave Flaubert (Mme. Bovary), E. Zola e Antero de Quental. No programa seguinte (1995-1999) entre as alterações que pudemos encontrar no conteúdo, estão: o acréscimo de C. Baudelaire (As Flores do Mal) e a retirada de Antero de Quental, que passa a ser substituído por Eça de Queiroz ( O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio). Zola cuja obra passa a ser específica (Thérèse Raquin), continua vigorando, lado a lado com Flaubert. Dentre os nacionais ocorre o acréscimo de Alberto Oliveira, Raimundo Corrêa, Olavo Bilac, Vicente Carvalho (como poetas parnasianos); de: Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimarães, Mário Pederneiras e Emiliano Perneta (como Simbolistas) e de Raul Pompéia (O Ateneu), que passa a ladear-se com Machado (Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro) e Aluísio Azevedo (O mulato e O cortiço). Seguindo a tendência de sua irmã menor (a Literatura Brasileira I – tabela IX) e mais recente esta é uma disciplina que tende a buscar outras opções de base conteudística que não a historiográfica, na mesma medida em que é reelaborada. Não há objetivos no programa vigente entre 1990 e 1994 (tabela X), o que é estranho para esta época. Em compensação o programa vigente no período seguinte (1995-1999) trará objetivos claros, embora pareça em tudo semelhante ao anterior. Pode-se dizer que as diferenças para o programa do início da década, residem na presença neste, de objetivos claros, na disposição dos itens, bem como nos elementos constitutivos do conteúdo (embora o número de itens permaneça o mesmo) e na bibliografia, ainda mais empobrecida (como vimos há pouco). Na terceira geração (2000 - 2003) de programas da tabela X (Literatura Brasileira II) subentende-se que haja o acréscimo do movimento ao qual se convencionou chamar de “Pré- modernismo”, embora a descrição de conteúdo avance até as vanguardas, este avanço se dá somente no sentido de uma descrição das vanguardas européias, sem que, contudo, haja tempo para que se estude as nacionais. 124 É nesta terceira geração de programas (tabela X) que a discussão fica polarizada em torno de “real e imaginário”. Busca-se, assim muito mais a tematização como linha de estudo dos textos literários, que atribuir “rótulos” à obra literária como integrante deste ou daquele movimento. Na terceira versão/geração do programa da Literatura Brasileira II (tabela X) o conteúdo bibliográfico sofre considerável acréscimo (67E CÂNDIDO, Antônio. Na Sala de Aula, 244E - SODRÉ, Nélson Werneck. História da Literatura Brasileira. Seus Fundamentos Econômicos, 255E - TELLES, Gilberto Mendonça. Européia e Modernismo Brasileiro: apresentação dos principais poemas, manifestos, prefácios e conferências vanguardistas, de 1857 até hoje , 270E - BOPP, Raul. Seleta em prosa e verso, 271E - BOSI, Alfredo Machado de Assis- O enigma do olhar, 272E - CÂNDIDO, Antônio. O discurso e a cidade , 273E - CÂNDIDO, Antônio. Recortes, 274E - COUTINHO, Afrânio. Machado de Assis na Literatura Brasileira, 275E - FURST, Lílian; PETER, Skrine. O Naturalismo - A linguagem crítica , 276E - GOMES, Álvaro Cardoso. O Simbolismo , 277E - SCHWARZ, Roberto. Duas meninas.) tendo sido, além desses, mantidos todos os quatro textos de sua versão intermediária ( 44E, 45E, 173E, 175E). O fato de não haver (salvo pelo texto 45E) nenhuma outra coincidência entre a primeira versão desta disciplina na UFRR e sua versão mais recente (tabela X) implica numa reformulação progressiva da Literatura Brasileira no curso de Letras da UFRR, no sentido de buscar um horizonte menos historiográfico e mais voltado para o estudo do texto literário em si. Embora não haja em nenhuma das três versões uma bibliografia literária (exceto talvez pelo 270E que listado como teórico, no programa mais recente, deve figurar entre os textos literários), pelas folhas de registro dos diários de classe que dispomos, dada a diferença de enfoque de cada professor que ministrou a disciplina, pode-se afirmar que : na UFRR não havia bibliografia literária porque os autores a serem estudados eram indicados no programa, ficando a critério do professor aprofundar mais num, ou noutro, sua análise. Já na tabela XI referente à Literatura Brasileira III, com exceção do primeiro programa de que dispomos, os demais trarão textos literários em sua bibliografia. 125 Tabela XI: Disciplina Literatura Brasileira III – UFRR (quadro histórico de alterações) Vigência Ementa (1990 – 1994) Modernismo – estética e autores; fatos políticos, sociais, econômicos e literários determinantes do Modernismo; autores e obras relevantes (1993.2) Nenhuma (apenas uma Bibliografi antologia de textos a literária comentados * Bibliografi 45, 63, 175, 187. a crítica * Linha de estudos proposta Historiográfica, canônica, com reconhecimento de características de época.; dois itens divididos respectivamente em: Prémodernismo e Modernismo, com seis subitens para o primeiro e sete para o segundo. Aplicabilid De 4º período ade/objetiv Levar o alu no a conhecer as propostas do movimento o Modernista, sua estética e os artifícios formais utilizados, bem como fatores que o determinaram; estudo das idéias caracterizadoras do movim. Modernista brasileiro e de seus representantes mais notáveis. (1995 – 1999) (2000 – 2003) Modernismo – estética e autores; fatos políticos, sociais, econômicos e literários determinantes do Modernismo; autores e obras. 32, 49, 56, 164, 261. Estudo tópico do movimento Modernista e da Contemporaneidade brasileiros 32, 49, 56, 232, 261. 1, 11 (Macunaíma pra lá de Brasil por Telê P.Ancona Lopes), 16 (Serafim: um grande não livro por Haroldo de Campos), 20, 27, 45, 67, 74, 80, 81, 88, 89, 91, 129, 174, 175. Historiográfica, canônica, com reconhecimento de características de época.; dois itens divididos respectivamente em: Prémodernismo (mesmos autores e tópicos do programa anterior) e Modernismo(seis subitens) 1, 11 (Macunaíma pra lá de Brasil por Telê P.Ancona Lopes), 16 (Serafim: um grande não livro por Haroldo de Campos), 20, 27, 45, 58, 74, 75, 80, 81, 88, 89, 91, 104, 114, 129, 166, 174, 175, 200, 202, 241, 245, 255. Três itens divididos em: 1) A abertura dos campos no Brasil, 1.1) a semana de arte moderna, 1.2) Fragmentação da narrativa: Mario e Oswald de Andrade e 1.3 ) A renovação estética da poesia brasileira: Mário e Oswald de Andrade além de Manuel Bandeira; 2) Diálogos Intertextuais 2.1) Política e representação literária na literatura brasileira, 2.2) literatura Intimista; 3) Contemporaneidade na Prosa e na poesia, 3.1) primeiras manifestações: poesia concreta, 3.2) Narrativas Pós-modernas, 3.3) subversão da poesia pós 1960. De 4º período De 4º período Levar o aluno a conhecer as Estudo da estética e de autores do propostas do movimento Modernismo e da Modernista, sua estética e Contemporaneidade no Brasil. os artifícios formais utilizados, bem como fatores que o determinaram; estudo das idéias caracterizadoras do movimento Modernista brasileiro e da obra de seus representantes mais notáveis. * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 126 Em compensação, a Literatura Brasileira III mais recente (tabela XI), já não será, em sua ementa – “Estudo tópico do movimento Modernista e da Contemporaneidade brasileiros” – tão evidente na busca de uma mudança de rumos em relação às suas irmãs menores de mesma “geração”. Entre o último programa e seus dois antecessores, pouco mudará, exceto pelo fato de admitir-se, apenas recentemente, apesar da UFRR ser uma universidade relativamente nova, que se estude a Contemporaneidade. Pode-se dizer que esta disciplina era, em termos departamentais “a menina dos olhos dos professores”. Todos a disputavam com especial ênfase. Talvez este desejo fosse conseqüência de uma menor qualificação do corpo docente (em termos de haver pesquisas pessoais dos professores cujos objetos pertencessem a outras épocas que não a modernidade) e implicasse no fato de se considerar que ministrar esta disciplina era estar próximo de uma linguagem mais atual, mais acessível ao aluno, talvez apenas por afinidade estética. De qualquer modo a Literatura Brasileira III, contrariando as demais disciplinas do sub-campo (de Brasileiras) é uma disciplina cuja bibliografia literária, já existia, em termos de programa desde a sua segunda geração (1995-1999). Eram propostos os seguintes textos literários: 32E - BARBOSA, R. de C. Carlos Drummond de Andrade. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico, 49E BRAIT, B. Guimarães Rosa. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico, 56E - CAMPEDELLI, S. Y.; AMÂNCIO, M. (org). José J. Veiga. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e critico e exercícios., 164E - MEGALE, H.; MATSUOKA, M. (org.) Contos: João Guimarães Rosa, 261E - VIANA, V. de A. Graciliano Ramos. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico. É certo que os textos “literários” propostos, na sua maioria do tipo “Literatura Comentada” (com exceção do 164E) eram cunhados muito mais para estudantes de Ensino Médio que para alunos de graduação em Letras. Ainda assim, num Estado cuja carência em termos de livros e de leitura é tão grande, esta era a medida do possível e indicava um carinho especial para com esta disciplina. Além de distingüí- la em sua época, das demais. Trata-se de um programa cuja bibliografia é pobre (4 textos). No entanto, desde sua primeira versão, é também bastante referente em termos de autores literários a serem estudados (embora nada conste da 1ª bibliografia), no conteúdo eram citados, inicialmente: Euclides da Cunha (Os Sertões), Graça Aranha (Canaã) e Lima Barreto (Triste Fim de Policarpo Quaresma); depois: Valdomiro Silveira, Simões Lopes Neto 127 (regionalistas); e mais: Augusto dos Anjos separado dos dema is (poesia de decomposição), Monteiro Lobato (Urupês) e Vanguarda européia. No item dois o modernismo está separado em três fases históricas. Na primeira aparecem: Mário de Andrade (Macunaíma, Paulicéia desvairada), Oswald de Andrade (Memórias sentimentais de João Miramar, Serafim Ponte Grande), Manuel Bandeira (poesia), Cecília Meireles e Jorge de Lima; Na segunda fase do modernismo: Graciliano Ramos (Vidas secas), Carlos Drummond de Andrade (poesia e crônica), Vinícius de Morais (poesia); e, Na terceira Fase do modernismo: Ferreira Gullar, Tiago de Melo, João Cabral de Mello Neto, a poesia concreta, Clarice Lispector (Perto do coração selvagem, Laços de família), João Guimarães Rosa (Primeiras estórias), José J. Veiga (Sombras de reis barbudos) A segunda versão deste programa (1995-1999), cuja primeira parte é igualmente composta de autores do Pré-modernismo brasileiro, é idêntica à do programa anterior. A segunda parte apresenta modificações significativas e embora haja a perda de um subitem em relação ao programa anterior, há o acréscimo de autores contemporâneos e recentes (“pós- modernos”). São eles, no primeiro momento do Modernismo: Mario de Andrade (Macunaíma - apenas), Oswald de Andrade (Serafim Ponte Grande - apenas), Poesia (Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles); no segundo momento do Modernismo: Prosa: Graciliano Ramos (Vidas Secas), Poesia: Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Mário Quintana; No terceiro momento do modernismo: Prosa: Clarice Lispector (A Hora da Estrela – apenas), João Guimarães Rosa (Sagarana) J.J. Veiga (Sombras de reis barbudos), Poesia: a geração de 45, Lêdo Ivo, João Cabral de Melo Neto e a poesia concreta e seus desdobramentos. O item 2.5 vem a ser prosa contemporânea: Valêncio Xavier (O mez da Grippe) e José Roberto Torero (Galantes memórias e Admiráveis aventuras do virtuoso conselheiro Gomes, O Chalaça) e o item 2.6 Poesia contemporânea com: Paulo Leminski, Sérgio Rubem Sossela, Adélia Prado, Paulo Henriques Brito. Claro está, que diante da verdadeira “avalanche ” de textos e autores, o aluno muitas vezes nos perguntava se era “tudo isso” que devia ser lido. Querendo, ou não, nós professores tínhamos que fazer uma opção: ou acreditávamos que o aluno já devia saber e dominar aqueles textos antes de entrar no Curso de Letras e trabalhávamos com fragmentos, aconselhando os que não tinham lido a lerem os textos (o que alguns faziam, via- de-regra) ou, diante das dificuldades e da evidente falta de leitura de nossos 128 alunos, optávamos por cinco, seis diferentes títulos a serem lidos (se é que eram!) e analisados ao longo do semestre. No programa intermediário (1995-1999) de Literatura Brasileira III, por sua vez, há uma pequena alteração na ementa que perdeu a palavra “relevantes”, bem como no objetivo específico que teve a expressão “da obra” acrescentado ao texto de 1993 e, assim como na geração subseqüente (2000) não há, neste programa, o Movimento Prémodernista, que foi incorporado pela Literatura Brasileira II (tabela X). 4.3.3 - O estranho caso do lugar da disciplina de Teoria da Literatura nos currículos e grades dos cursos de Letras: “instrumentalização”? Enquanto para Lígia Chiappini Leite, o problema do ensino de literatura nas nossas escolas não reside nas elites (embora elas possam ser responsabilizadas parcialmente), nem numa suposta carência teórica de nossos professores, o motivo de sua queixa, na década de 1980, não diz respeito a uma querela entre teóricos e historiadores, diz respeito fundamentalmente ao excesso de Teoria e de História da Literatura (LEITE, 1983). É a troca da leitura do próprio texto literário em si, pela leitura de textos sobre o texto. É a falta de leitura fruitiva que falta nas escolas. O lugar da Teoria da Literatura, segundo a autora, ao menos destas teorias já prontas, não deveria ser este. A associação indiscriminada de Teorias pouco compreensíveis no âmbito escolar, fragmentadas, descontextualizadas, instrumentalizadas, a leitura obrigatória e forçada de determinados textos literários, tornando-os ainda menos compreensíveis, pode, aos poucos, decretar o desinteresse pela leitura de um clássico, por parte de toda uma geração. É o que também denuncia Marisa Lajolo no trecho que se segue: A assimetria entre as experiências de leitura da clientela escolar e as expectativas de leitura da instituição escolar talvez explique porque os reflexos das teorias da literatura que se manifestam na esfera escolar são diluições e generalidades cristalizadas em roteiros de leitura e similares que desfiguram a teoria, tornando a prática de leitura, comandada por este figurino, atividade sem significado (além do cumprimento de um programa) e quase sempre tão mecânica quanto o ensino dos rios que constituem a bacia amazônica. (LAJOLO, 1995, p.96) 129 Costa Lima, por exemplo, é um dos que, neste momento, aponta para esta “confusão” do campo teórico inchado de tantas teorias que ao serem transportadas acriticamente para a realidade escolar acabam gerando o caos e o medo dos professores, ao invés de compreensão: (...) mais recentemente como que os professores passaram a temer a complexificação com que se defrontavam. Por ela, o objeto literário não recuperava seu prestígio – como alguns talvez tenham pensado que sucederia – e, agora, ainda por cima, os departamentos de literatura corriam o risco de perder alunos! Daí que a tônica passou para assuntos mais leves ou de interesse mais imediato – a expressão das minorias, a questão do cânone, a inter-relação mais ampla da literatura com o que tradicionalmente fora objeto da antropologia, a volta à pesquisa histórica de movimentos, que haviam sido relegados a segundo plano 54 . (LIMA, 2002 [1999] p.8) Sugere, o autor, que o movimento no sentido de privilegiar aspectos da cultura e das micro-relações sociais serviriam como forma de escape do que realmente importa, ou seja, a teorização da/na Literatura. Talvez por isso, Luiz Costa Lima, na introdução da segunda edição do “Teorias da Literatura em Suas Fontes” (LIMA, 2002 [1981]), tenha feito duras advertências que parecem apontar como vilões o fato de se estudar Teoria apenas em língua portuguesa e a ausência de uma prática da crítica em si. Este [livro] se torna imprescindível, dada a situação calamitosa do ensino de teoria da literatura em nossos cursos de letras. Sua inclusão facultativa, sem dúvida positiva e extremamente necessária, praticamente coincidiu com uma reforma dos cursos de literatura que, possibilitando ao aluno formar-se tendo contato apenas com as literaturas de língua portuguesa, impede um ensino eficiente da teoria .Como é possível teorizar-se sobre algo de que não se tem experiência ou experiência bastante limitada? Nesta conjuntura, os cursos de teoria tornam-se no máximo propedêuticas à literatura, que, na prática, apenas visariam cobrir as lacunas de informação, anteriormente preenchidas pelas histórias gerais da literatura. (LIMA, 2002, p.9) Para este último, a crítica embora voltada mais contra o recente período de ditadura militar, do qual vínhamos saindo, também apontava para uma elite intelectual 54 Essa, no entanto não é a opinião de Leyla Perrone-Moisés, que atribui a causa do surgimento desses “assuntos mais leves e de interesse imediato”, não a uma falha pedagógica na estrutura dos cursos de letras, ou a um saturamento do campo teórico, mas à crise da própria história e da narratividade histórica: “Na segunda metade de nosso século, os teóricos da pós-modernidade viriam a dar um golpe mortal na narratividade baseada na cronologia, ao decretarem o fim das “grandes narrativas”. A fragmentação de nossa percepção do tempo, correlata da fragmentação da experiência em geral, tem feito com que a historiografia prefira ultimamente as narrativas parciais, centradas em agentes particulares que não eram levados em conta nos metarrelatos, e que interessam aos agentes de hoje, grupos ou indivíduos.” (PERRONE-MOISÉS, 1998, p. 29) 130 acrítica. Principalmente no momento em que aponta “nossa organização social”, como culpada pelo processo acrítico com que forma nossos alunos: Não é novidade dizer-se que não temos formação teórica e que nossa organização social não estimula nenhum espírito crítico. Não será então por uma reforma dos currículos dos cursos destinados a futuros professores de língua e literatura que serão sanados os problemas que apontamos. (LIMA, 2002 [1981] p. 09-10) E segue apontando os males que o ensino de Teoria da Literatura tem enfrentado. Dentre eles o mais contundente, em nossa opinião, também destacado por Jobim, vem a ser o fato de que a Teoria da Literatura muito comumente tem sido confundida com “caixa de ferramentas” para a interpretação e entendimento de textos literários. Ociosos porque, para que se ponham no nível do entendimento geral, não podem passar de uma coletânea de dados, fatos e nomes a serem preguiçosamente repetidos pelos alunos; incompreensíveis quando, reconhecido o perigo anterior, supõem o contato com suas fontes efetivas, a que os alunos terão pouco acesso – ou nenhum – por se encontrarem em línguas que eles não dominam; deformadores, e este tem sido o caso mais comum, porque, não tendo tido os próprios professores uma formação teórica efetiva, a apresentação das teorias passa a se confudir com a apresentação de caixas de ferramentas a serem “aplicadas” ao texto! Não é ocasional ser este o entendimento mais comum do que seja uma teoria. (LIMA, 2002 [1981] p. 9-10) Segundo o autor, a teoria da literatura não pode servir como mera fórmula, aplicável na resolução, ou na interpretação textual. Deve haver uma compreensão do que é o teórico e de como teoria e prática se articulam no ensino de Literatura. Por outro lado, tem sido, desde há muito tempo, uma constante a argumentação, por parte de setores, inclusive de dentro de nossos cursos de Letras, de que a Teoria deva servir de ferramenta de trabalho do texto literário, como forma de instituir um modo “oficial” (e contextual, a depender da teoria em voga) de interpretação. Outros professores propunham que o objetivo da teoria seria fornecer instrumental para leitura crítica. (...) Este tipo de opinião parece coincidir com uma concepção estreita que grassa em nossas universidades, de que a disciplina Teoria da Literatura deve dedicar-se a prover o aluno de técnicas para resolver problemas de interpretação de textos singulares. Provavelmente esta presunção ganhou força em nosso meio através de uma leitura estreita dos chamados "estruturalistas franceses" na década de 70, apesar de não ser compartilhada por um dos mais respeitados estudiosos do próprio Estruturalismo, Jonathan Culler (...) (JOBIM, 1996, p.62) Em função deste fato muitos alunos e mesmo professores, ao se depararem com o modo como a Teoria está inserida no currículo de Letras, costumam questionar àqueles que a instituiram. A este respeito José Luis Jobim tece o seguinte comentário: 131 (...) questões mais genéricas acabam muitas vezes fazendo parte do repertório da Teoria da Literatura, o que não impede alguns alunos e professores de expressarem a opinião de que esta disciplina deveria ser mais "prática". Com freqüência, esta opinião significa reivindicar que o professor desta disciplina se dedique apenas à interpretação de textos em sala, ou que ele "ensine" formas ou fórmulas de interpretação textual ao aluno.(...)É difícil explicar a quem possui esta visão simplista, para não dizer simplória, que esta concepção de "prática" pressupõe modelos teórico-interpretativos a priori, que serão aplicados ao texto literário que se escolher. Pode-se imaginar que a interpretação de textos é "prática", não é "teoria", quando o senso comum transforma determinados modos de interpretação em normas, erigindo em valor geral o que antes era procedimento particula r. Neste caso, o intérprete pode não perceber que sua "prática" possui determinados pressupostos "teóricos", ou seja, ela é o resultado de um a priori a partir do qual o próprio ato interpretativo se concretizou como experiência, ainda que não se esteja consciente disto. (JOBIM, 1996, p.61) Conforme o autor não adianta clamar por uma prática, por um modo “instrumental” de lidar com a Literatura desconhecendo- lhe os bastidores, ou seja, achando que não há, por detrás da maquiagem, ou da máscara, do ato interpretativo, uma teoria válida, social e historicamente aceita. Ou seja, há que entender e interpretar o próprio método em sua forma teórica de expressão, para poder usá- lo ainda que ele seja um método do tipo “escaninho” (onde autores e obras são colocados de acordo com características – critérios metodológicos – gerais) A Teoria da Literatura I (tabela XII) concebida, mais recentemente, como disciplina cuja função é a de “apresentar” ao aluno uma “panorâmica” das teorias que abordam o texto literário, foi, originalmente, pensada mais como uma “história” da Teoria da Literatura (e do próprio campo literário), que propriamente como disciplina em que o exercício teórico deva se fazer presente. Embora a intenção, na ementa, fosse tratar da “Natureza e função da literatura.”, o que prevaleceu foi sua segunda parte: “Estudo dos métodos críticos procurando demonstrar a evolução do pensamento e das atitudes críticas. Os gêneros literários e sua fundamentação”. O que equivale dizer, estudar as “ferramentas” de trabalho teórico com a Literatura, incluindo-se aí a própria História da Literatura. Também a posição das Teorias, no fluxograma do curso (Figura 01, pág. 100), ajuda e ajudou a reforçar esta condição. Sendo a primeira disciplina do campo literário, ministrada ainda no primeiro período do curso para os alunos recém- ingressados e, tendo sido projetada como pré-requisito das demais, ela acaba funcionando como uma espécie de disciplina introdutória dos estudos literários, ou seja, um grande “sumário” do que há para se ver. 132 Nesse aspecto, a Teoria da Literatura I (tabela XII a seguir) na UFRR é, certamente, um capítulo à parte em nossa discussão. Tabela XII: disciplina Teoria da Literatura I – UFRR (quadro histórico de alterações) Vigência Ementa (1990 – 1994) Bibliografi a literária * Bibliografi a crítica * Nenhuma. Linha de estudos proposta Teoria como instrumento de análise literária; Sete itens divididos respectivamente em: Estética, Literatura, Teoria da Literatura, A obra literária – características essenciais, A obra literária – elementos fundamentais, características do discurso Literário – especialidade e, estudo de contos. De 1° período Sem objetivos nem proposta pedagógica Aplicabilid ade/objetiv o (1995 – 1999) Natureza e função da Idem literatura. Estudo dos programa métodos críticos procurando 1990 – 1994 demonstrar a evolução do pensamento e das atitudes críticas. Os gêneros literários e sua fundamentação. (1993.2) Idem programa 1990-1994 2, 59, 63, 67, 68, 92, 95, 109, Idem 112, 117, 125, 141, 142, 146, programa 152. 1990-1994 Idem programa 1990-1994 Idem programa 1990-1994 (2000 – 2003) ao Propiciar instrumentos teóricos que de possibilitem ao aluno discutir os conceitos de “literatura’ e a questão dos gêneros literários; visa também a discutir as relações que a literatura mantém com as disciplinas que investigam o campo literário: a Retórica, a Poética, a Estética, a História da Literatura, a Crítica Literária e a teoria da Literatura. O objetivo último é o de, tendo o texto teórico como suporte, habilitar o aluno para o exercício da prática de leitura crítica de textos literários. ao Não há. de ao 5, 25, 33, 34, 35, 38, 45, 48, 55, 62, 72, de (Um crítico a frente do teatro brasileiro por Sábato Magaldi; Literatura em cena por Lucrécia Ferrara e capítulos de João Roberto Faria e Wilma Areas), 105, 106, 107, 112, 113, 114, 115, 118, 125, 127, 128, 129, 136, 141, 143, 144, 168. ao Três itens (unidades): 1.A evolução do de conceito de Literatura; as origens e alguns conceitos gerais da T. da Literatura (Platão x Aristóteles); 3. As disciplinas que investigam o campo literário: poética, retóric a, historia da literatura, critica literária e teoria da literatura. ao Ainda de 1° período. de Falta, no item II do programa, a segunda unidade (impressão falhada) Sem objetivos * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 133 Da primeira para a segunda geração de programas (da tabela XII), não há modificações em termos de ementa, bibliografia, objetivos e conteúdo. Mas a terceira geração já traz consigo uma pequena mudança de concepção da disciplina. Sua ementa propõe: Propiciar instrumentos teóricos que possibilitem ao aluno discutir os conceitos de ‘literatura’ e a questão dos gêneros literários; visa também a discutir as relações que a literatura mantém com as disciplinas que investigam o campo literário: a Retórica, a Poética, a Estética, a História da Literatura, a Crítica Literária e a teoria da Literatura. O objetivo último é o de, tendo o texto teórico como suporte, habilitar o aluno para o exercício da prática de leitura crítica de textos literários. (Tabela XII) Embora a segunda parte da ementa, ou seu “objetivo último”, seja instrumentalista, a primeira parte busca resgatar o antigo papel da teoria, de “panorama” e “história”, tendendo mesmo a ter uma visada crítico-dialógica. De qualquer modo, não parece que tenha havido uma mudança tão significativa, ao ponto de se evitar que a disciplina propusesse se tornar um “instrumento de análise”. Esta impressão se confirma ao verificarmos a configuração da disciplina de Teoria da Literatura II (tabela XIII adiante) que, embora não obrigatória para todo o curso de Letras, é continuação desta da tabela XII. Quanto à bibliografia é bom pensar sempre que o que existia na biblioteca da UFRR era o que, geralmente, se propunha como tal. Assim, de 1990 a 1999 (abarcando duas gerações) teremos: 2A- AMORA, A. S. Introdução à Teoria da Literatura, 59AFOSTER, E. M. Aspectos do Romance, 63A- FRIEDRICH, H. Estrutura da Lírica moderna, 67A- GOLDSTEIN, N. Versos, sons e ritmos, 68A- GOMES, A.C. e VECCHI, C. A. Introdução ao estudo da Literatura, 92A- KOTH, F. A alegoria, 95ALAJOLO, M. O que é literatura, 109A- MESQUITA, S. N. O enredo, 112A- MOISÉS, M. A criação literária (poesia), 117A- NUNES, B. O tempo da narrativa, 125AProença Filho, D. Estilos de época na literatura, 141A- SILVA, Victor. M. e A e. Teoria da Literatura, 142A- SILVA, D. C. da. Uma teoria do poema, 146A- SOUZA, R. A. de. Teoria da Literatura, 152A- TAVARES, E. Teoria Literária. Destes, alguns podem ser considerados hoje mais próprios ao ensino médio do que à graduação. É o caso de 68A. Salta aos olhos, no entanto, o fato de não haver referência nem a Wolfgang Kaiser - Análise da Obra literária – 157D, nem a Wellek, R. Conceitos de Crítica - 378D, ambos teóricos da Literatura, apenas presentes nos programas de Literatura Portuguesa I, II e III (respectivamente, tabelas: VI, VII e VIII), nos faz pressupor que teriam vindo de “empréstimo” dos programas nos quais os professores 134 fundadores do curso de letras da UFRR se basearam para produzir os nossos. Outro fator interessante sobre a bibliografia literária, desta vez, é que embora o ítem 7 do conteúdo proponha o estudo de contos, não há bibliografia literária específica disponível. Com exceção de cinco textos (2A, 68A, 141A, 146A, 152A), que procuram se referir mais especificamente a um certo panorama histórico e metodológico da Teoria da Literatura, os demais são, ou obras voltadas para aspectos estruturais da narrativa e da poesia, ou textos voltados para um entendimento do que seja a Literatura. Há ainda um texto, 125A, cujo papel é o de reforçar a teoria dos estilos de época, o que de certo modo, não condiz muito com a idéia que se fazia na época de uma disciplina de Teoria da Literatura. Já a bibliografia presente no programa mais recente de Teoria I (tabela anterior XII), apresenta modificações significativas em relação a suas versões mais antigas. São elas: a exclusão de todos, exceto de 125A- FILHO, D. P. Estilos de época na literatura, 141A- SILVA, V. M. e A e. Teoria da Literatura e 112A- MOISÉS, M. A criação literária (poesia). E o acréscimo de 5A-ARISTÓTELES. Arte poética, 25A- BOSI, A. O ser e o tempo da poesia, 33, 34 e 35A- CÂNDIDO A. et al. A personagem de ficção, Na sala de aula e A crônica), 38A- CARLSON, M. Teorias do teatro: estudo históricocrítico dos gregos à atualidade, 45A- COELHO, E.P. Os universos da Crítica, 48ACORTAZAR, J. Valise de cronópio, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, , 72AGUINSBURG, J; NETTO T.C. e CARDOSO,R.C. (org). Semiologia do teatro – capítulos de MAGALDI,S. Um crítico à frente do teatro brasileiro; FARIA, J.R., e FERRARA, L. Literatura em cena, 62A- FREADMAN, R. ; MILLER, S. Re-pensando a teoria, 105, 106 e 107A- MAINGUENEAU, D. O contexto da obra literária; Elementos de lingüística para o texto literário e Pragmática do discurso literário, 113 e 114A - MOISÉS, M. A criação literária (prosa I) e A criação literária (prosa II), 115A- NASCIMENTO, F.S. Teoria da versificação moderna, 118A- PALOTTINI, R. Dramaturgia: construção da personagem, 127A- REIS, C. & LOPES, A. C. Dicionário de teoria da narrativa, 128A- REIS, C. Técnicas de análise textual, 129A- REUTER, Y. Introdução à análise do romance, 136A- SÁ, J. A crônica, 143A- SOARES, A. Gêneros Literários, 144A- SOURIAU,E. As duzentas mil situações dramáticas, 168AWRIGHT, E. Para compreender el teatro actual. Não apenas é de se ressaltar o aumento considerável de textos na bibliografia, mas é perceptível um acréscimo de qualidade em determinadas áreas. Aristóteles, que 135 antes devia figurar apenas como citação, no texto de outrem, passa a ser uma leitura mais efetiva. Do ponto de vista de um contato com o texto aristotélico, este pode ser considerado um ponto favorável. O grande problema é verificar em que medida isso tenha, ou não, sido importante para a formação do aluno. Outro destaque que fazemos é a introdução de textos referentes ao teatro (38A, 72A,118A, 144A E 168A), talvez porque o professor que ministrava a disciplina, então, tivesse sua dissertação de mestrado baseada na dramaturgia de Nelson Rodrigues. Pela primeira vez se percebe a introdução de textos de semiótica na Teoria da Literatura, o que significa que, embora houvesse a predominância de uma concepção de ensino nesta disciplina, havia também o desejo de atualizá- la, de modificá-la. Para Osman Lins (1977), grande parte do problema do ensino de Teoria da Literatura advém do fato de que os alunos não tendo uma bagagem de leitura ideal, serem considerados leitores ideais e sujeitados a todo tipo de teoria complexa e desnecessária nestas circunstâncias (p. 82-87). E segue apontando as “vantagens” desse tipo de ensino de teoria: (...) o aluno pode esmiuçar determinado texto, e geralmente o faz, concentrando-se exclusivamente nele, sem necessidade de recorrer a uma bagagem literária. (...) A instituição induz o estudioso a concentrar-se, exclusivamente, na obra examinada, e, por uma questão de disciplina, de rigor científico, até o impede de referir-se a outras, de tumultuar o seu estudo permitindo que lembranças de leituras ocasionais sejam aí admitidas. (LINS, 1977, p.86) Na UFRR, seria preciso realizar, ao menos em termos de Teoria, um grande mea culpa no sentido de tentarmos reverter este quadro caótico de “teorismos” a que sujeitamos nosso aluno. Talvez seja o caso de nos perguntarmos, como sugere, adiante, Jobim (1996) de que nos serve a teoria. "Quais são os pressupostos da atividade cognoscitiva que investiga os discursos historicamente designados como literários ?"; "Qual a relação entre as representações sociais presentes nos textos literários e as representações sociais vigentes na cultura que interpreta estas mesmas representações?"; "O que significa gênero literário: trata-se apenas de um rótulo ou é uma categoria teórica produzida de acordo com fundamentos racionalmente discutíveis?"; "Qual é, se existe, a condição existencial da obra de arte como criação, como linguagem, como produto?"; "Como se situam as diversas correntes dos estudos literários em função das respectivas tomadas de posição a favor ou contra determinados modos de conhecer?"; e muitas outras, que seria ocioso enumerar. (JOBIM, 1996, p.60-1) A nossa função, neste imbróglio talvez seja a mesma a que ele (Jobim) se propõe: questionar nossa prática e as teorias de que nos termos servido para torná- la 136 efetiva em sala de aula. Nesse sentido, talvez devamos voltar nossas disciplinas teóricas para o exercício teórico, não para o panorâmico da Teoria. As carências, os problemas de falta de bagagem, deverão, aí, ser encarados como algo que se deve resolver de outro modo, ou em outro espaço que não o destinado à reflexão teórica. Certamente há de se argumentar que sem conhecimento das diversas teorias o aluno não poderá refletir, nem criar nada de novo. Em primeiro lugar queremos salientar que não se está defendendo a “originalidade” de conceitos. Não se pretende criar gênios (ao gosto romântico do termo), mas impedir a reprodução inconsciente de conceitos, regras, escaninhos. Em segundo lugar, uma vez “ensinada” uma teoria, como fazer para que ela não se torne “o” parâmetro de análise daquele aluno? Esta é uma questão difícil que não será resolvida aqui neste espaço. O que provavelmente concluiremos é que as disciplinas de Teoria da Literatura da UFRR, estão no lugar errado, na hora errada, de modo errado, ao menos no nosso atual fluxograma. Essa avaliação, tanto vale para a Teoria I, quanto para a II, cujo desprestígio é ainda maior, pois não é cursada por todos os alunos da graduação em Letras. A rigor, existe apenas para 80% dos alunos de Letras uma única disciplina, a de Teoria I (tabela XII). Somente com a Teoria II (tabela XIII), podemos notar com mais precisão o quanto a visão que temos de Teoria é instrumentalizadora. Basta olhar para o quarto item do que se propõe no programa de 1990-1994 como linha de estudos, ou como conteúdo: “(...) de análise “prática” (cada unidade “será ilustrada com textos de autores nacionais e estrangeiros. Para a epopéia serão escolhidos trechos de os Lusíadas e para a poesia lírica, poemas de vários autores, dando-se preferência aos brasileiros”), o que por sua vez não se diferencia ao longo da década de 90 e muda muito pouco, tornando-se mais panorâmico, mais histórico (supostamente mais teórico), e menos prático no ano 2000. De 2000 em diante esta será uma disciplina (tabela XIII), cuja ementa fará juz ao ensino panorâmico que se queria buscar na Teoria I (tabela XII) de 1990. Vejamos o que diz sua ementa: (Tabela XIII- Programa de 2000 a 2003) “Propiciar ao aluno de Letras o aprofundamento da discussão e da compreensão dos conceitos de “literatura” e de “literariedade”, bem como, promover a leitura de textos literários, de gêneros e de épocas diversas, à luz dos principais modelos de explicação forjados no campo da teorização literária ” (tabela XIII). Trata-se de uma tentativa de, 137 através dos modelos mais conhecidos de análise literária, fazer com que o aluno opte por um e se especialize. Tabela XIII: Disciplina Teoria da Literatura II – UFRR (quadro histórico de alterações) Vigência (1990 – 1994) (1995 – 1999) (2000 – 2003) A poesia e a Poética. A ficção Idem ao Propiciar ao aluno de Letras o Ementa narrativa: o conto, o romance programa de e a novela. A crítica literária e 1990-1994 as disciplinas afins (1994) Bibliografi a literária * Bibliografi a crítica * Nenhuma: o conteúdo literário (contos), provavelmente, será extraído dos textos “teóricos” Idem a 19901994 2, 141, 148, 165. 2, 3, 141, 148, 165. Linha de estudos proposta Teoria como instrumento de análise literária; três itens teóricos divididos em poesia (e subitens), ficção ( e subitens) e crítica (idem) e Um quarto item (ou observação) de análise “prática” (cada unidade “será ilustrada com textos de autores nacionais e estrangeiros. Para a epopéia serão escolhidos trechos de os Lusíadas e para a poesia lírica, poemas de vários autores, dando-se preferência aos brasileiros. De 2° período (embora ela seja apenas optativa para as licenciaturas duplas) Sem objetivos nem proposta pedagógica Idem ao programa de 1990-1994 (com ligeira alteração, ou seja, inexistência do item 4) Aplicabilid ade/objetiv o Idem ao programa de 1990-1995 aprofundamento da discussão e da compreensão dos conceitos de “literatura” e de “literariedade”, bem como promover a leitura de textos literários, de gêneros e de épocas diversas, à luz dos principais modelos de explicação forjados no campo da teorização literária. Não há. 4, 5, 22, 25, 33, 34, 38, 40, 55, 62, 72 (Literatura em cena por Lucrecia Ferrara), 105, 106, 107, 112, 113, 114, 118, 124, 125, 127, 129, 135, 141, 143, 168. Dois itens (unidades): 1. (...) e a noção de estilo; e as sociedades. 2. Algumas correntes da critica literária: a critica genética, A critica estruturalista, A critica psicanalítica, a critica temática, A sócio-critica, A critica textual, A teoria da recepção, A semiótica, A literatura comparada, detnre outros... Ainda de 2° período (optativa para licenciaturas duplas). Falta algo, no item II do programa, na primeira unidade (impressão falhada) Sem objetivos * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Em princípio, esta seria uma idéia até coerente, não fosse ela de todo desastrosa. O que fazer, em sala de aula (supondo-se que o aluno fizesse esta opção corretamente, sem embaralhar os modelos) com alunos de orientações metodológicas e ideológicas 138 diferentes? Seria, muito provavelmente, uma situação plural, mas, dentro do modelo com o qual trabalhamos atualmente, caótica. Por outro lado, nos primórdios da Teoria II na UFRR, a bibliografia, por ser esta uma disciplina de caráter iminentemente prático, contava apenas com quatro textos que eram: 2A- AMORA, A. S. Introdução à Teoria da Literatura, 141A- SILVA, V. M. de A e. Teoria da Literatura, 148A- STAIGER, E. Conceitos fundamentais de Poética, 165A- WELLEK,R. & WARREN, A. Teoria da literatura. Não havia, naquela época, uma tentativa de traçar, ao menos, um panorama das opções existentes no campo teórico, era a aceitação plena de um modelo que, em décadas anteriores, fora hegemônico no campo literário. Também aqui não há maiores indicações de quais textos literários serão empregados, apenas seu tipo Poesia Lírica, Epopéia, etc... Com o avançar da década de 90, as coisas pouco se modificam; há o acréscimo de um texto na bibliografia 3A- Amora, A. S. Dicionário de Narratologia, e a observação sobre a necessidade de uma prática não consta mais do programa. Em 2000 quando foi reformulada a grade do curso de Letras, não se atentou para o fato de que o programa de Teoria da Literatura II (tabela XIII) não difere muito do programa da Teoria da Literatura I (tabela XII), em especial, nota-se tal semelhança na bibliografia: 21 dos 26 itens da bibliografia da Teoria II (Tabela XIII) são idênticos aos da I (Tabela XII). Os cinco textos que destoam de uma para a outra são: 4A, 22A, 40A, 124A e 135A e apenas 7 textos da Teoria 1 não constam da bibliografia da II. São eles: 35A, 45A, 48A, 115A, 128A, 136A e 144A. Isto pode significar, entre outras coisas, uma tentativa de forçar a impressão de que seriam disciplinas contíguas e contínuas e tentar passar ao DLEI (Departamento de Língua s Estrangeiras e Indígenas), responsável pelas grades de licenciatura dupla, a idéia de que esta também seria uma disciplina de seu interesse. Por outro lado, pode-se ter recaído no velho problema da falta de livros para indicar na Biblioteca Central da UFRR, o que limitaria as escolhas ao parco acervo dos professores, que forneceriam fotocópias “apostiladas”. 4.3.4 - A Literatura Afro-Brasileira Enquanto universidades mais centrais como a UFRJ, a UFF, a USP e a UNICAMP (para ficar apenas nessas) tinham (em alguns casos) já em nível de pós- 139 graduação, bem como (em alguns casos) de graduação, disciplinas/áreas/linhas de pesquisa voltadas para o estudo da(s) cultura(s) e da(s) Literatura(s) Africanas e universidades mais periféricas como a UFC 55 (e outras) procuravam introduzir em seus currículos de Letras questões atinentes a este tema, na UFRR nada era feito. Pode-se justificar a ausência de preocupação com a(s) cultura(s) e a(s) Literatura(s) Africanas, pelo fato de em Roraima não ter havido um período escravista tão intenso, nem atividade econômica que justificasse, ou pelo contrário, pelo fato – como tem sido argumento corrente no âmbito da UFRR – de, mesmo que haja algo a estudar, não haver professores de Literatura suficientes (e, principalmente, interessados) para desenvolverem tais pesquisas. O grande problema é que a partir da publicação da Lei 10.639 de 09/01/2003 que modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 (LDB) de 20/12/96 nos seus artigos 26 e 79, agora acrescidos de 26-A, 79-A e 79-B, os ensinos fundamental e médio passaram a demandar, em todo o território Nacional, quem tivesse competência para ministrar disciplinas com este conteúdo. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: “Art. 26 – A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura 56 e História Brasileiras. Destacamos a passagem referente à Literatura para que se perceba que a questão também nos diz respeito, não sendo apenas um dos componentes da “cultura” afrobrasileira, mas, conforme o texto da lei, um componente que merece “especial” atenção dos estabelecimentos de ensino, o que na prática equivale dizer, ou sugerir, que dali 55 56 O programa desta disciplina na UFC e na UFF, consta da Tabela XIV adiante. Grifos nossos. 140 possa derivar, pelo menos, uma disciplina (como de sorte tem ocorrido no entendimento de muitos estabelecimentos de ensino fundamental e médio do país). Sem orientação acadêmica atinente à questão, os professores da rede particular e pública de Roraima dos ensinos médio e fundamental tiveram de recorrer aos livros didáticos disponíveis no mercado e a UFRR, mais uma vez, se viu na situação de coadjuvante no processo de pesquisa e intervenção social, bem como na abertura de vagas no mercado de trabalho. Além de colaborar para que a situação do ensino “piore” ou pouco se modifique – desta vez por falta de informação e por permitir que editoras, ainda que assessoradas por professores da área, ditem o conteúdo destas disciplinas – nossa Universidade deixa de cumprir um duplo papel no tripé pesquisa, ensino e extensão, pois de um lado não se propõe à pesquisa de possíveis comunidades de afrodescendentes ao seu derredor, como talvez devesse, para poder participar da discussão; e, por outro lado, descumpre seu papel de extensão para com a comunidade que a circunda, deixando de se integrar e de suprí- la em alguns dos itens que ela necessita e espera receber, ou seja: informações históricas sobre a constituição de sua população e mão de obra qualificada para esta área específica do conhecimento. Por outro lado uma questão prática se coloca: como fazer para formar ou atrair um (a) professor (a) especializado neste campo do conhecimento para Roraima, quando parece ser tão evidente haver uma carência deste tipo de profissional, também em centros urbanos maiores? Não seria o caso de buscarmos outras soluções para o problema em si? Talvez cursos interdisciplinares com o Departamento de História, talvez com a Sociologia, ou a Antropologia? O caso da UFRR deve ser refletido em função de nossas próprias carências e possibilidades. Por outro lado, o modelo da UFC (tabela XIV) parece suprir boa parte da carência referente ao ensino da cultura africana naquele Estado. Na tabela XIV, verificamos que a questão do ensino de Literaturas de Expressão Africana passa, quase sempre, pela alça de mira dos professores de Literatura Portuguesa (na UFF especialmente), ou pelo menos pelas editoras portuguesas (a maioria dos textos é editada em Portugal), o que, certamente, implicaria em maiores custos para a aquisição de material, uma vez que se trata de livros importados. 141 Tabela XIV: Literaturas Africanas de Língua PortuguesaIES UFC– HG056 Vigência atual C.H. 60 Estudo das literaturas dos cinco países Ementa Bibliografia literária * Bibliografia crítica * Linha de estudos proposta UFF – GLC04154 Atual 60 Literatura e construção da africanos de língua portuguesa, suas origens, nacionalidade africana. O projeto movimentos, tendências e obras dos principais estético e ideológico das autores. Literaturas Africanas e a questão da busca e desejo de reconstrução de uma identidade nacional. 2, 3, 5. Não consta 1, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20. 4 itens: as questões preliminares (descobertas e expansão, Literatura colonial e Literaturas Africanas, a questão da taxinomia, a Literatura de Língua Portuguesa e os falares nativos); século XIX: sentimento nacional (a formação das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa; Séc. XX: consciência nacional (a Casa dos Estudantes do Império, o surgimento das elites intelectuais, negritude, africanidade, busca da identidade e luta pela independência, a relação da Literatura Brasileira com a africana de Língua Portuguesa); Perspectivas: o caminho do Séc. XXI (após as lutas de libertação, novas direções na poesia, ficção, teatro, Literatura infantil e demais gêneros, a hora da História, da crítica, do memorialismo). 4, 8, 13, 21, 48, 58 3 itens: Os conceitos operativos (alteridade cultural e identidade nacional; nação, nacionalidade e literatura nacional); condições de produção do discurso africano (Portugal em África: notícias históricas; As afirmaçoes nacionais); Emergência das literaturas africanas de Lingua Portuguesa (O séc. XIX: um discurso africano (?); a literatura de língua portuguesa de Angola, de Moçambique, de Cabo Verde, de S. Tomé e Príncipe, de GuinéBissau. * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Sua bibliografia (tabela XIV), ao menos na UFC, é ampla e procura traçar um panorama da produção literária no continente africano: 1H - ANDRADE, Costa. Literatura angolana (opiniões),2H - ANDRADE, Mário de. Antologia temática de poesia africana 1 - Na noite grávidade punhais,3H – Mario de Andrade. Antologia temática de poesia africana 2 - O canto armado, 4H - FERREIRA, Manuel. Literatura africana de expressão portuguesa. 5H MANUEL Ferreira. 50 poetas africanos: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, SãoTomé e Príncipe, 6H HAMILTON, Russel G. Literatura africana literatura necessária I, 7H – HAMILTON, Russel. Literatura africana literatura necessária 11: Moçambique, Cabo Verde,GuinéBissau, São Tomé e Príncipe, 8H -MARGARIDO, Alfredo. Estudos sobre literaturas das nações africanas de LínguaPortuguesa. 9H - MOSER, Geraldo; FERREIRA, Manuel. Bibliografia das literaturas africanas de expressão portuguesa, 10H. NEVES, 142 João Alves das. Poetas e contistas africanos, 11H - PONTES, Roberto. Poesia insubmissa afrobrasilusa, 12H – PONTES, Roberto. A poesia de Agostinho Neto como expressão de um processo de combate: A junção do estético ao real; africanidade e angolanidade 13H - SANTILLI, Maria Aparecida. Africanidade.14H – SANTILLI, Maria Aparecida. Estórias qfricanas, 15H - SARTRE, Jean Paul. "Introductión" à Anthologie de Ia nouvel/e poésie negre et malgache, de Léopold Sedar Senghor. 16H – SARTRE, Jean Paul. Reflexões sobre o racismo.17H - SEABRA, Manuel de. Poesia africana de hoje. 18H. TENREIRO, Francisco; ANDRADE, Mário Pinto de. Poesia negra de expressãoportuguesa. 19H - TRIGO, Salvato. Introdução à literatura angolana de expressão portuguesa,20H – TRIGO, Salvato. A poética da "Geração Mensagem ". O programa de Literaturas Africanas de expressão Portuguesa da UFC propõe o estudo da rique za da produção literária de cinco países da seguinte forma : (...) questões preliminares (descobertas e expansão, literatura colonial e literaturas africanas, a questão da taxinomia, a literatura de língua portuguesa e os falares nativos); século XIX: sentimento nacional (a formação das literaturas africanas de língua portuguesa; século. XX: consciência nacional (a Casa dos Estudantes do Império, o surgimento das elites intelectuais, negritude, africanidade, busca da identidade e luta pela independência, a relação da literatura brasileira com a africana de Língua Portuguesa); Perspectivas: o caminho do século XXI (após as lutas de libertação, novas direções na poesia, ficção, teatro, literatura infantil e demais gêneros, a hora da História, da crítica, do memorialismo). (Tabela XIV) Talvez por sofrer influências do modelo oriundo das Literaturas Brasileira e Portuguesa, talvez em função das singularidades da disciplina em si, este tenha sido o modelo encontrado pela UFC para resolver a amplitude desta disciplina. Talvez este deva ser também o caminho que devamos tomar na UFRR, ou não. Já na UFF no currículo antigo, existia uma disciplina optativa de Literatura Portuguesa (Literatura Portuguesa VII - Tradição e transformação na prosa ficcional angolana do século XX), cuja ementa dizia: “O curso dará uma visão da prosa ficcional angolana do século XX privilegiando pela intertextualidade, a tensão entre a tradição e a transformação, marcas expressivas daqueles textos. Tal tensão será buscada, de um lado, no nível imagético, sobretudo pelo recorte das figuras de velhos e crianças, obsessivamente reiteradas no tecido textual. De outro, ela será perquirida no nível da produção discursiva que, hibrida, cria um entrelugar onde se entrelaçam procedimentos estéticos da oralidade e da escrita.” Constava uma pequena lista bibliográfica: 25HBALOGUN, O. et al. Introdução a cultura africana; 29H- BORNHEIM, G. et al. 143 Tradição/contradição; 37H- ERVEDOSA, C. Roteiro da literatura angolana; 39HFANON, F. Os condenados da terra, cujo teor não coincidia com o da UFC. No currículo atual, as Literaturas de Expressão Africana passam a ter uma disciplina obrigatória, denominada “Literatura e Construção da Nacionalidade” apresentada na tabela XIV. Ampla, ideológica, histórica, esta disciplina firmemente ancorada no campo de Literatura Portuguesa parece propor uma leitura das Literaturas africanas a partir da colonização portuguesa. Sua ementa propõe: “Literatura e construção da nacionalidade africana. O projeto estético e ideológico das Literaturas Africanas e a questão da busca e desejo de reconstrução de uma identidade nacional” (Tabela XIV) e seu conteúdo programático complementa: Os conceitos operativos (alteridade cultural e identidade nacional; nação, nacionalidade e literatura nacional); condições de produção do discurso africano (Portugal em África: notícias históricas; As afirmaçoes nacionais); Emergência das literaturas africanas de Lingua Portuguesa (O séc. XIX: um discurso africano (?); a literatura de língua portuguesa de Angola, de Moçambique, de Cabo Verde, de S. Tomé e Príncipe, de Guiné-Bissau. (Tabela XIV) Note-se que o conteúdo da disciplina da UFF, assim como sua ementa, tentam propor a Literatura africana a partir da constituição de um discurso “africano”, de Língua Portuguesa, especialmente em Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau, mas ressalta-se ainda a presença de “Portugal em África” e o processo das “afirmações nacionais” africanas frente ao domínio português. A bibliografia desta disciplina na UFF traz: 4H- FERREIRA, M. Literatura africana de expressão portuguesa., 8H-MARGARIDO, A. Estudos sobre literaturas das nações africanas de Língua Portuguesa, 13H- SANTILLI, M. A. Africanidade., 21H- ABDALA, B. Literatura, historia e política: literaturas de língua portuguesa no século XX, 48H- LARANJEIRA, J.L.P. Literaturas africanas de expressão portuguesa, 58H- TRIGO, S. Ensaios de Literatura comparada afro-luso-brasileira. E trazem como obras comuns aos dois programas (UFF-UFC) as seguintes obras: 4H- FERREIRA, M. Literatura africana de expressão portuguesa., 8H-MARGARIDO, A. Estudos sobre literaturas das nações africanas de Língua Portuguesa, 13H-SANTILLI, M. A. Africanidade. Além desta, existem dois outros programas aplicados em 1996 (A) e sem data de aplicação (B), cuja bibliografia, bem mais ampla, consta de: (A) - 4 e 5H- FERREIRA, M. Literatura africana de expressão portuguesa e 50 poetas africanos: Angola, 144 Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, 8H-MARGARIDO, A. Estudos sobre literaturas das nações africanas de Língua Portuguesa, 14HSANTILLI, M. A. Estórias qfricanas, 19H- TRIGO, S. Introdução à literatura angolana de expressão portuguesa. 21H- ABDALA, B. Literatura, historia e política: literaturas de língua portuguesa no século XX, 22H- ACTES du colloque international: Lês littératures africaines de langue portugaise: a la recherche de l’identité individuelle et nationale; 23H- ANAIS do I Encontro de professores de literaturas africanas de língua portuguesa: Repensando a africanidade; 27H- BENJAMIN, W. Obras escolhidas(O narrador [consideraçoes sobre a obra de Nicolai Leskov]); 28H- BERND, Z. O que é negritude; 30H- BOSI, A. O ser e o tempo(capitulo: Poesia resistência); 31H- BOSI, A. Historia concisa da literatura brasileira; 34H- CANDIDO, A. A educação pela noite e outros ensaios (Literatura e subdesenvolvimento), 35HCHAVES, R.de C. N. “A ficção angolana dos anos 60: imagens da voz coletiva” ; 36HCORTEZ, M. de L. “José Craveirinha; rumor de fundo em Karingana ua Karingana”; 43H- GOMES, S. C. Uma recuperação de raiz: Cabo Verde na obra de Daniel Filipe; 45H- HOBSBAWN, E. A era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991;46HLARANJEIRA, J.L. P. “Luandino Vieira: apresentação da vida verdadeira”; 48HLARANJEIRA, J.L.P. Literaturas africanas de expressão portuguesa, 50HLUGARINHO, M. C. Entre lira e tambor: Mnemosyne e a poesia angolana; 53HPADILHA, L. C. “A vez e a voz da margem”; 54H- PADILHA, L.C. “O arco tenso de uma literatura”; 55H- PADILHA, L.C. Entre Voz e Letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolano do séc. XX.; 58H- TRIGO, S. Ensaios de Literatura comparada afroluso-brasileira e (B) - 1H- ANDRADE, C. Literatura angolana (opiniões); 2HANDRADE, M. de. Antologia temática de poesia africana:- Na noite grávida de punhais; 4 e 5H- FERREIRA, M. Literatura africana de expressão portuguesa e 50 poetas africanos: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, 8H-MARGARIDO, A. Estudos sobre literaturas das nações africanas de Língua Portuguesa, 13H- SANTILLI, M. A. Africanidade, 21H- ABDALA, B. Literatura, historia e política: literaturas de língua portuguesa no século XX, 24HANDERSON, B. Nação e consciência nacional, 26H- BARBOSA, R. A. No ritmo dos tantãs: antologia poética dos paises africanos de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guine-Bissau, Moçambique, São Tome e Príncipe; 32H- BROOKSHAW, D. “Da oralidade a literatura e da literatura a oralidade”; 33H- CANDIDO, A. Literatura e sociedade: estudos de teoria e historia; 37H- ERVEDOSA, C. Roteiro da literatura 145 angolana; 38H- FANON, F. Pele negra, máscaras brancas; 40H- FERREIRA, M. No reino de Caliban: antologia panorâmica da poesia africana de expressão portuguesa; 41H- FINLEY, M. Uso y abuso de la historia; 42H- FREUDENTHAL, A. et al. Antologia de poesia da CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO; 43H- GOMES, S. C. Uma recuperação de raiz: Cabo Verde na obra de Daniel Filipe; 44H- HALBWACHS, M. A memória coletiva; 47H- LARANJEIRA, J.L.P. De letra em riste: identidade, autonomia e outras questões na literatura de Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tome e Príncipe; 49H- LEPECKI, M. L. Sobreimpressoes: estudos de literatura portuguesa e africana; 50H- LUGARINHO, M. C. Entre lira e tambor: Mnemosyne e a poesia angolana; 51H- MEMMI, A. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador; 52H- MOURALIS, B. As contraliteraturas; 55H- PADILHA, L.C. Entre Voz e Letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolano do séc. XX.; 56H- SAID, E. W. Cultura e imperialismo; 57H- TINHORÃO, J. R. Os negros em Portugal: uma presença silenciosa; 58H- TRIGO, S. Ensaios de Literatura comparada afro-lusobrasileira, com coincidência com a UFC em : (A) - 4 e 5H- FERREIRA, M. Literatura africana de expressão portuguesa e 50 poetas africanos: Angola, Moçambique, GuinéBissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, 8H-MARGARIDO, A. Estudos sobre literaturas das nações africanas de Língua Portuguesa, 14H- SANTILLI, M. A. Estórias qfricanas, 19H- TRIGO, S. Introdução à literatura angolana de expressão portuguesa; e (B) - 1H- ANDRADE, C. Literatura angolana (opiniões); 2HANDRADE, M. de. Antologia temática de poesia africana 1 - Na noite grávida de punhais; 4 e 5H- FERREIRA, M. Literatura africana de expressão portuguesa e 50 poetas africanos: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, 8H-MARGARIDO, A. Estudos sobre literaturas das nações africanas de Língua Portuguesa, 13H- SANTILLI, M. A. Africanidade. Além desta disciplina obrigatória, existem algumas optativas, como por exemplo, A Poesia de Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe cuja ementa diz: “A Poesia de Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Busca da alteridade africana nas manifestações poéticas de Cabo Verde, Guiné- Bissau e São Tomé e Príncipe: a tensão entre a literatura e a história” e a bibliografia consta de: 4HFERREIRA, M. Literatura africana de expressão portuguesa; 8H-MARGARIDO, A. Estudos sobre literaturas das nações africanas de Língua Portuguesa; 13HSANTILLI, M. A. Africanidade; 21H- ABDALA, B. Literatura, historia e política: literaturas de língua portuguesa no século XX, 40H- FERREIRA, M. No reino de 146 Caliban: antologia panorâmica da poesia africana de expressão portuguesa; 48HLARANJEIRA, J.L.P. Literaturas africanas de expressão portuguesa. 4.3.5 – A Literatura Infantil e a Prática de Ensino e m Literatura Em função da Lei 9394/96 no que tange à formação docente, artigo 65 cuja redação é: “A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas”, criou-se, em nosso curso de Letras, em 1998, uma nova grade. Disciplinas, como o ensino de Literatura Infanto-juvenil e outras como Lingüística II, deixaram de existir para dar lugar a diversas práticas de ensino que atendessem a letra da Lei sem que o aluno, tivesse sua carga horária aumentada e se sentisse prejudicado por esse motivo. Na área de Literatura, optou-se por tornar a Literatura Infanto-Juvenil parte integrante do módulo teórico do programa da disciplina de Prática de Ensino em Literatura, espremendo-a ali, em menos de 30 horas/aula e , conseqüentemente, extinguíndo-a da nova grade. Com isso avançamos num quesito que se fazia necessário – discutir o ensino de Literatura no âmbito do curso – sem abrirmos mão de estarmos no centro dela, ou melhor, sem torná-la infrutífera, em função de barreiras político- ideológicas e departamentais. Na UFF, não pudemos deixar de notar uma tentativa de operar nesse mesmo sentido, num período anterior ao ocorrido na UFRR. Trata-se da presença, entre os programas das Teorias da Literatura, de uma disciplina de Teoria totalmente voltada para o ensino de Literatura. Podemos supor que esta tivesse sido uma proposta no sentido de evitar que, a exemplo do que ocorre hoje, questões pertinentes ao ensino e à discussão sobre as formas de ensinar a Literatura tivessem seu domínio transferido para a área de pedagogia, como as disciplinas ditas pedagógicas, que não podem ser ministradas pelos departamentos que compõem o curso de Letras. Em compensação, em nossos dias, ensina-se na área de Teoria a “pensar” e conceber teorias sobre e da Literatura. Esta é, pensamos nós, uma conseqüência direta da discussão ocorrida na década de 80 a propósito do ensino de Literatura. Alguns autores, como José Luis Jobim e Ligia Chiappini Moraes Leite, entre outros, concluíam 147 que o ensino de Teoria não deveria passar pelo adestramento, nessa, ou naquela metodologia crítica em voga, mas na reflexão sobre como trabalhar as teorias e a partir delas propor uma teorização mais pertinente para o texto literário com o qual se estive sse trabalhando. Não há como fazer-se uma comparação direta entre o conteúdo de Literatura Infanto-Juvenil nas grades antigas e a Prática de Ensino em Literatura (ambas na tabela XV). O que se pode é, quando muito, fazer determinadas ilações quanto a possíveis questões semelhantes entre ambas. O pensamento consensual, na época da transformação de uma disciplina em outra, foi o de que a Literatura Infanto-Juvenil era a disciplina mais próxima da Prática de Ensino que as outras. E tal fato talvez não fosse inverídico, haja vista que sua metodologia propunha então: “aulas expositivas, encenações, trabalhos em grupo, seminários e oficinas”, e mais: “A poesia na Literatura Infantil, A ficção, O teatro, A Literatura Infantil e a arte, O texto de Literatura e os personagens, as histórias em quadrinhos, traduções e adaptações”. Tratava-se de uma disciplina (a Literatura Infanto-Juvenil – tabela XV) cujo conteúdo era menos engessado, por teóricos e propostas metodológicas ou pela gravidade do protocolo acadêmico. Era a disciplina mais próxima dos alunos e também, no dizer de muitos a mais divertida. Tão divertida que a maioria não a levava muito a sério. Por isso talvez tenha sido a “sacrificada”, ou talvez por ser a que mais se aproximava da realidade de nossos alunos, tenha sido ela a vítima. O fato é que embora o título carregasse a idéia de uma Literatura Infantil e outra Juvenil, só havia espaço para a Infantil. Dos itens bibliográficos que constavam inicialmente da disciplina de Literatura Infantil, nenhum foi absorvido pela Prática de Ensino. A Prática de Ensino em Literatura, apesar de ser uma disciplina de “aplicação de conteúdo” em sala de aula (ou seja, uma disciplina “prática” – estágio) uma extensiva quantidade de textos teóricos em sua bibliografia que supostamente, só poderiam ser trabalhados no “módulo teórico” da disciplina (30 horas/aula das 90h/aulas existentes). Provavelmente este fato não tenha passado desapercebido daqueles que a propuseram (e que prova velmente preferiam que ela fosse mais teórica), mas, na tentativa de atender as às exigências da LDB 9394/96 e as necessidades do curso em termos de carga horária apenas puderam dispor deste tempo. Não é portanto, uma bibliografia que possa ser 148 trabalhada em apenas 30h/aula. Trata-se mais de uma sugestão de leitura, provavelmente trate da pesquisa de algum dos professores do DLV. Tabela XV: Disciplinas – Literatura Infanto-Juvenil e Prática de Ensino e m Literatura - UFRR Vigência (1990 – 1994) (1995 – 1999) (2000 – 2003) Ementa Estudo da Literatura Infantil em Idem (embora não Aplicação dos procedimentos técnico- Bibliogr. literária * Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta todas as suas manifestações e de suas relações com a literat. universal e as demais artes (1993.2) Nenhuma: o conteúdo literário, provavelmente, será extraído dos textos “teóricos”, ou sugerido pelos professores. 3, 5, 6, 11, 14, 21, 23. haja um programa pedagógicos do ensino da literatura no desta época para ensino fundamental e/ou médio. (Prática comprovar) de Ensino em Literatura) idem idem Dez itens: História da Literatura idem Infantil, funções da Literatura Infantil, a Literatura Infantil no Brasil, A poesia na Literatura Infantil, A ficção, O teatro, A literatura Infantil e a arte, O texto de Literatura e os personagens, as histórias em quadrinhos, traduções e adaptações. Metodologia: aulas expositivas, encenações, trabalhos em grupo, seminários e oficinas. Aplicabil Desenvolver no discente a idem idade/obj capacidade de apreciar, avaliar e discernir o texto da literatura etivo Nenhuma 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 20, 21, 22, 23, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 45, 47, 50, 52, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 63, 65, 66, 68, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 77, 78, 79, 80, 81, 83, 85, 88, 89, 90, 92, 96. 90h/a sendo 60h/a prát. e 30h/a teóricas Parte teórica: 1.1) literat.: o papel da literat. e do texto literário enquanto objetos de estudo; 1.2) literat. e intertexto: formas de educação para a literat.; 1.3) Literat. Infantil e Infanto-Juvenil; 1.4) O lúdico no ensino de literat. (dramatização); 1.5) literat. de expressão portuguesa (periodicidade, estilos e transgressões); 1.6) Processo evolutivos: mitos e revoluções: o canônico e o não canônico em literat.; (técnicas de exploração visual e a chamada sub literatura (gibis, fanzines, etc...) Parte II: prática (projeto, assistência, regência em sala de aula/estágio, relatório) Não consta infantil no contexto da Literatura Universal e da Literatura Brasileira; Desenvolver no discente a capacidade de reconhecer a importância da literatura no processo de ensinoaprendizagem. * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. A numeração dos programas de literatura infanto-juvenil pertencem a um bloco (B) e a do programa de prática de ensino, a outro grupo, o de Ensino de Literatura (C). 149 CAPÍTULO V - DIFERENÇAS E IGUALDADES “(...) a obra literária é um objeto social. Para que ela exista, é preciso que alguém a escreva e que outro alguém a leia. Ela só existe enquanto obra neste intercâmbio social”. Marisa Lajolo – O que é Literatura? Com o intuito de evitar dispersões desnecessárias, tomamos como eixo-base da comparação o currículo de letras da Universidade Federal de Roraima. Não queremos com isso indicar que ela – justamente, das implicadas no processo de comparação, a última a ter surgido – seja nosso “fiel da balança”. Na verdade, se tivéssemos que optar por uma leitura hierarquizante entre as instituições, os critérios para tanto seriam pautados pelo tamanho, pela produção intelectual, pela tradição no ensino e pela antiguidade institucional. A UFF, decerto a maior das três, em que o trabalho buscou raízes mais profundas, e a mais produtiva em termos intelectuais, viria em primeiro lugar, ficando a UFC, como precursora da UFRR e sua “matriz”, entre ambas. Como o modelo a ser analisado com mais vagar, tende a ser o da UFRR, todas as tabelas, a seguir, virão centralizadas nas disciplinas que lá existem/ existiram, ficando as demais disciplinas, que não encontrem equivalência neste modelo (apesar de mais significativas, em termos de importância, para um suposto cenário nacional do ensino 150 de Literatura), relegadas a um subitem deste capítulo (o 5.5 – Questões específicas e outras disciplinas do campo literário) onde serão discutidas mais apropriadamente. Cada um dos itens abaixo será subdividido em duas tabelas: a primeira será a que discute o currículo antigo, até 1999, e a segunda o “atual”, ou o que se aproxima de 2000 (até 2003). Estão previstos ao todo cinco subitens, sendo o primeiro sobre Literatura Brasileira, o segundo sobre Literatura Portuguesa, o terceiro sobre Teoria da Literatura, o quarto sobre Ensino de Literatura e o quinto e último, a que já nos referimos acima: “questões específicas e outras disciplinas do campo literário”, no qual trabalharemos aquelas disciplinas que não existem na UFRR, mas que consideramos importantes nesta tese, por refletirem determinadas práticas que, ou gostaríamos de ver implantadas na UFRR, ou nos dão pistas de como funciona o ensino de Literatura nestas Universidades. 5.1 - A Literatura Brasileira Nos currículos antigos havia seis disciplinas de Literatura Brasileira na Grade do curso de Letras da UFF para todas as habilitações referentes à licenciatura; enquanto na UFRR (a partir de sua fundação em 1990) e na UFC, havia três sendo que a Literatura Brasileira III era de cunho Regional. Em 1993 na UFC este número é ampliado pra quatro. Para cada disciplina de Literatura Brasileira ministrada na UFRR, em seus primórdios, houve duas literaturas Brasileiras na UFF (sendo que para a UFC, a partir de 1993, o índice resultará em torno de 1,5 por Literatura Brasileira a ser ministrada na UFRR em quantidade de horas/aula). Se considerarmos que a UFF só modificou sua grade em 1995 (assim como a UFRR o fez parcialmente nesta mesma época), e que a UFC alterou as suas em 1993, veremos que desde o surgimento da UFRR em 1990, por cinco anos, pelo menos (no caso de uma comparação direta com a grade da UFF), esta realidade se manteve. No fluxograma do curso de Letras da UFF antigo havia seis disciplinas de Literatura Brasileira obrigatórias. Pelo critério de equivalência com a UFRR que escolhemos utilizar, a antiga Literatura Brasileira I da UFF (tabela XVI), de apenas 30h/aula, foi comparada, em função de seu conteúdo, com as disciplinas de Literatura Brasileira I da UFRR e da UFC (tabela XVI). A disciplina de Literatura Brasileira II da UFF (30h/aula) e de Literatura Brasileira III (60h/aula), ambas constantes da tabela XVIII, correspondem, também em função de seus conteúdos, à antiga disciplina de 151 Literatura Brasileira II da UFC e da UFRR. À disciplina de Literatura Brasileira III da UFRR, correspondem (em função de seu conteúdo) às disciplinas de Literatura Brasileira IV, V e VI da UFF (tabela XX), perfazendo um total de 180h/aula. A Literatura Brasileira III da UFC, por se tratar de conteúdo regionalista, não corresponderá nem às da UFF nem às da UFRR. Na reformulação curricular cada instituição agiu de modo diverso. A UFRR manteve suas três disciplinas com o mesmo numero de horas/aula; a UFC ampliou a quantidade de três para quatro, mas obteve um ganho real de 120 horas/aula por ter transferido o conteúdo de sua antiga Literatura Brasileira III e ampliado sua abrangência para mais uma disciplina; e a UFF minguou, passando de seis disciplinas para quatro. Talvez a redução do número de cadeiras dedicadas à Literatura Brasileira na UFF dê testemunho da perda de prestígio por parte da Literatura nos currículos de Letras; ou talvez seja apenas uma questão de racionalização do currículo ; pode ser, no entanto que isso implique na falta de professores da qual todas as IFES foram vítimas durante o Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Na tabela XVI fazemos uma comparação entre os programas antigos das disciplinas de Literatura Brasileira que, pela sua posição na grade do curso de Letras a que pertencem, equivaleriam a Literatura Brasileira I da UFRR. Nesta e nas demais tabelas a seguir, nem sempre será possível uma equivalência eqüitativa de conteúdo e disciplinas, em função do número destas últimas variar de acordo com o curso. Tanto a UFRR, quanto a UFC, quanto a UFF, devem à herança do “currículo mínimo” algumas das características de que são formadas. Como vimos no capítulo IV desta tese, a UFRR trabalha quase que exclusivamente com esta matriz. Na tabela XVI, poderemos verificar o quanto diferem, entre si, as disciplinas que atendem pelo nome de Literatura Brasileira (geralmente I) que ocupam o lugar de primeira disciplina deste campo a ser oferecida para os alunos da graduação em Letras (tanto as licenciaturas duplas, quanto a simples) Na tabela XVI, não parece haver semelhança nenhuma entre o programa antigo da UFC, da UFF e o da UFRR, embora se trate de uma ementa que se baseia no estudo historiográfico “linear”, ou “horizontal” da Literatura Brasileira, há uma diferença fundament al na duração destes cursos, pois o da UFRR iria somente até o Romantismo, o da UFC até o Realismo-Parnasianismo e o da UFF até o Arcadismo. 152 Tabela XVI: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira I (programas antigos) IES Vigência/ C.H. Ementa UFRR (1990 -1999) Antiga (1993.2) 60 UFC (1980-1993) Antigo 60 Estudo da Liter. Brasil., de suas origens até o Romant., com ênfase nos autores mais represent. das diversas escolas. Nenhuma (apenas uma antologia de poesia) Estudo horizontal, extensivo, da literatura brasileira das origens ao realismo -parnasianismo Bibliogra fia crítica * 17, 45, 63, 65, 67, 77, 169, 173, 175, 215, 244. 5, 45, 72, 81, 83, 135, 136, 173, 189, 191 inha de estudos proposta Historiográfica, canônica, com reconhecimento de características de época.; Quatro itens divididos respectivamente em: Literatura de Informação, Barroco, Arcadismo e Romantismo. Aplicabil idade/obj etivo Capacitar o aluno a compreender os diversos movimentos literários nascidos a partir do século XVI, através da análise dos fatores que os determinaram e suas influências para os movimentos subseqüentes. (reconhecer características através da análise de textos dos autores mais representativos) 18 itens: origens da Literat. Brasil.; papel e obra dos Jesuítas; Barroco e Neoclassicismo; poetas estrangeiros ao nosso classicismo; escola mineira; origens do romantismo; as gerações românticas; poetas e prosadores estrang. em nosso romantismo; conceito de romantismo; origens do realismo; prosadores estrang. no nosso realismo; conc. de realismo; realismo e naturalismo; prosadores estrang. em nosso naturalismo; origens do parnasianismo; poetas estrang. em nosso parnasianismo; conceito de parnasianismo; contexto de obras de autores representativos como G. de Matos, T.A. Gonzaga, J. de Alencar, M. de Assis, A. de Azevedo e O. Bilac Não consta Bibl. Lit.* Não consta UFF (1970-1995) Antigo (1992.1) 30 Não consta (Literatura Brasileira da Época colonial) J. Anchieta: 289,290,291,292,293,294; G. Matos: 413, 414, 415; A. Vieira: 473, 474, 475, 476; J.B.Gama: 368, 369, 370; T.A.Gonzaga: 360, 375, 376, 377, 378, 379, 380, 381, 398. 15(A Arcádia e a inconfidência mineira), 60, 63, 65, 72, 116, 295, 296, 297, 298, 310, 311, 315, 316, 317, 324, 330, 345, 347, 349, 350, 352, 361, 364, 365, 373 (T.A.G. e o tempo; A poesia de Basílio da Gama), 374, 385, 387, 392, 398, 401, 406, 409, 416, 419, 425,429, 435, 436, 439, 448, 452, 456, 459, 469,472, 477, 4 itens subdivididos: O século XVI: colonos, missionários, viajantes (Literatura informativa dos cronistas portugueses, literatura informativa dos jesuítas, literatura informativa dos cronistas estrangeiros); A época barroca (poesia e prosa); transição Barroco/Arcadismo; Arcádia e ilustração. Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 153 Se há ou não a adoção de um mesmo modelo canônico através do cânone disciplinar entre UFRR, UFC e UFF, fica difícil determinar, apenas se pode, em termos de comparação bibliográfica, dizer que poucos são os textos em comum de uma para outra instituição de ensino. São eles: 45E – BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. e 173E – MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira Através dos Textos entre UFRR e UFC. Entre UFF e UFRR, se repetem os textos 63E – CÂNDIDO, A. Vários escritos e 65E – CÂNDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos. Entre UFC e UFF apenas o texto 72E CASTELLO, J. Aderaldo. Manifestações literárias do período colonial. se repete. Embora nos programas da UFC e da UFRR não haja uma bibliografia literária, no da UFF há textos literários elencados, contrariando uma tendência que havíamos constatado em programas mais recentes 57 . Tanto o modelo da UFF, quanto o da UFC e o da UFRR (na tabela XVI) têm um perfil historiográfico, embora sua abrangência não seja a mesma e sua bibliografia aponte maior ou menor especificidade de acordo com o conteúdo abordado. No caso da UFC temos o conteúdo mais extenso dos três, conforme aponta sua ementa: “Estudo horizontal, extensivo, da literatura brasileira das origens ao realismo-parnasianismo” (tabela XVI). Embora a diferença na quantidade de textos teóricos entre a UFC e a UFRR seja mínima (apenas um texto a mais para a UFRR - 11), nesta última há menos um tópico a ser discutido nas 60h/aula de seu programa. A ementa da UFRR contempla “Estudo da Literatura Brasileira, de suas origens até o Romantismo, com ênfase nos autores mais representativos das diversas escolas.” Não há, como na UFC, RealismoParnasianismo a ser abordado na UFRR, fato que permitiria, em relação ao programa da UFC, um acréscimo bibliográfico e a possibilidade de uma discussão mais específica sobre os textos literários, o que justificaria a presença de uma Antologia (17E) entre os elencados na bibliografia da Literatura Brasileira I da UFRR. Por outro lado a diminuição ainda maior na “extensão horizontal” e “histórica” no programa da UFF indicará (seguindo esta tendência que apontamos de que, quanto menos conteúdo histórico e panorâmico, maior a possibilidade de se lidar diretamente com o texto literário) a possibilidade de um maior trabalho com os textos literários, fato que poderia 57 Os programas mais recentes da UFF foram analisados antes em função do Departamento não ter podido entregar os programas antigos (arquivo morto) antes, conforme assinalamos em nossa Metodologia. Enquanto havíamos apenas analisados os programas atuais da UFF com as outras Universidades, notamos haver uma tendência generalizada à ausência de bibliografia literária, entre os cursos de Letras das três IFES implicadas, nos programas atuais. 154 explicar a grande quantidade de obras literárias existentes em sua bibliografia (tabela XVI). A ementa da UFF, embora não conste do programa, parece ser apenas o estudo da Literatura Brasileira do Período Colonial. Enquanto as bibliografias de UFRR e UFC apontam para a historiografia de movimentos e períodos literários de modo geral, reunindo autores cuja tônica é o comentário leve sobre autor e obra – (UFRR) 17E- Antologia de Poesia Brasileira – Romantismo, 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 63ECÂNDIDO, Antônio. Vários Escritos, 65E- CÂNDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos, 67E- CÂNDIDO, Antônio. Na Sala de Aula, 77E– CITELLI, Adilson – Romantismo, 169E– MERQUIOR, José Guilherme. Anchieta a Euclides. Breve História da Literatura Brasileira, 173E– MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira Através dos Textos, 175E– MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira, 215E– ROMERO, Silvio. História da Literatura Brasileira, 244E– SODRÉ, Nélson Werneck. História da Literatura Brasileira. Seus Fundamentos Econômicos. (e UFC) 5E– AMORA, Antônio Soares. O Romantismo, 45E– BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira, 72E– CASTELLO, J. Aderaldo. Manifestações literárias do período colonial, 81E– COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil, 83E– COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil., 135E– LIMA, Alceu Amoroso. Introdução à Literatura Brasileira, 136E– LIMA, Alceu Amoroso. Quadro sintético da Literatura Brasileira, 173E– MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira Através dos Textos, 189E– PACHECO, João. O Realismo, 191E– PAES, José Paulo & MASSAUD, Moisés. Pequeno dicionário da Literatura Brasileira. – na UFF a proposta era de um trabalho mais voltado para autores e obras, que embora não superassem a barreira histórica (nem seria de se esperar tal fato), ficavam mais enfocados por uma bibliografia específica: 15E – ANDRADE, Oswald. Do Pau Brasil à Antropofagia e às Utopias, 60E – CAMPOS, Haroldo. O seqüestro do barroco na formação da literatura brasileira, 63E – CÂNDIDO, Antônio. Vários Escritos, 65E – CÂNDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos, 72E – CASTELLO, J. Aderaldo. Manifestações literárias do período colonial, 116E – HANSEN, João Adolfo. A sátira e o engenho; Gregório de Matos e a Bahia do século XVII, 295E – ANCHIETA, S.J., J. Teatro de Anchieta, 296E – ANCHIETA, S.J., J. Lírica portuguesa e tupi, 297E – ANCHIETA, S.J., J. Lírica espanhola,, 298E – ANCHIETA, S.J., J. Cartas. (Correspondência ativa e passiva), 310E – ARARIPE JÚNIOR. Gregório de Matos, 311E – AUTOS DE DEVASSA DA INCONFIDÊNCIA 155 MINEIRA, 315E – AZEVEDO, J. L. de. História de Antônio Vieira, 316E – AZEVEDO FILHO, L. A. Anchieta, a idade média e o barroco, 317E – AZEVEDO FILHO, L. A ; ELIA, S. As poesias de Anchieta em português, 324E – BESSELAAR, J. van den. Antônio Vieira: o homem, a obra, as idéias, 330E – BRAGA, T. Filinto Elysio e os dissidentes da Arcádia, 345E – CANTEL, R. Prophétisme et messianisme dans l’oeuvre de’Antonio Vieira, 347E – CAXA, Q. Vida e morte do padre José de Anchieta, 349E – CHAVES, V. P. O Uraguay e a fundação da literatura brasileira, 350E – CIDADE, H. Padre Antônio Vieira. A obra e o homem, 352E – CRISTÓVÃO, F. Marília de Dirceu de Tomás Antônio Gonzaga ou a poesia como imitação e pintura, 361E – FERREIRA, D. G. Cartas chilenas: retratos de uma época, 364E – FRECHES, C.-H. Uruguai, oeuvre classique et pré-romantique, 365E – FRIEIRO, E. O diabo na livraria do cônego, 373E – GOMES, E. Visões e revisões, 374E – GOMES, J. C. T. Gregório de Matos, o boca de brasa, 385E – HELENA, L. A tradição antropofágica: Gregório de Matos, 387E – HESSEL, L.; RAEDERS, G. O teatro jesuítico no Brasil, 392E – KAULEN, P. L. Refutação das calumnias contra os jesuítas contidas no poema Uruguai de José Basílio da Gama, 398E – LAPA, M. R. As cartas chilenas: um problema histórico e filológico, 401E – LEITE, S.J., S. História da companhia de Jesus no Brasil, 406E – LIMA, J. de. Anchieta, 409E – LINS, I. Aspectos do padre Antônio Vieira, 416E – MAXWELL, K. A devassa da devassa. A Inconfidência Mineira: Brasil-Portugal, 1750-1808, 419E – MILLARES CARLO, A. Anchieta (José de), 425E – NUNES, A. M. Tem papagaio no pombal: leitura d’O Uraguai, 429E – OLIVEIRA, T. J.B. de. Cartas chilenas: fontes textuais, 435E – PEIXOTO, A.; ALVES, C. Vieira brasileiro, 436E – PEREIRA, P. R. D. A festa nas Cartas Chilenas de Gonzaga: sátira do Brasil setecentista?, 439E – PONTES, J. Teatro de Anchieta, 448E – RODRIGUES, P. Vida do Padre José de Anchieta da Companhia de Jesus, 452E – SALLES, F. T. de. Poesia e protesto em Gregório de Matos, 456E – SARAIVA, A. J. O discurso engenhoso, 459E – SÉRGIO, A. Salada de conjecturas a propósito de dois jesuítas, 469E – TEIXEIRA, M de L. Gregório de Matos: estudo e antologia, 472E – VASCONCELOS, S. de. Vida do venerável padre José de Anchieta, 477E – VIOTTI, S.J. Pe. H. A. Anchieta: o apóstolo do Brasil. Dos textos elencados pela UFF para esta disciplina de Literatura Brasileira I (tabela XVI), apenas o 65E pode ser considerado como historiográfico de “grande” porte (ou representantes da grande narrativa historiográfica), os demais, como : 60E, 72E e 116E, embora também historiográficos, podem ser considerados como mais episódicos. 156 Dos textos do cânone disciplinar colocados na bibliografia crítica da UFF (tabela XVI), são dedicados quase que exclusivamente ao estudo: – de José de Anchieta os seguintes textos: 295E, 296E, 297E, 298E, 316E, 317E, 347E, 387E, 406E, 419E, 439E, 448E, 472E, 477E; de Gregório de Matos Guerra: 60E, 116E, 310E, 365E, 374E, 385E, 452E, 469E; do Padre Antônio Vieira: 315E, 324E, 345E, 350E, 401E, 409E, 435E, 456E, 459E; de Basílio da Gama: 63E, 330E, 349E, 364E, 373E (A poesia de Basílio da Gama), 392E, 425E; e de Tomás Antônio Gonzaga : 15E (A arcádia e a inconfidência mineira), 65E , 72E, 311E, 352E, 361E, 365E, 373E (Tomás Antônio Gonzaga e o tempo), 398E, 416E, 429E, 436E. Dos textos elencados para o estudo de Anchieta, os de número: 295E, 296E, 297E, 298E, são edições críticas e comentadas de textos de Anchieta e tanto podem figurar como literários, como podem figurar entre os críticos. Os textos literários, escolhidos para figurar nesta bibliografia, contém quase exclusivamente referências a Anchieta, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Padre Antônio Vieira e Gregório de Matos Guerra. São eles: 289E – ANCHIETA, S.J., J. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões, 290E – ANCHIETA, S.J., J. De beata virgine (Poema da Virgem), 291E –ANCHIETA, S.J., J. Poesias,, 292E – ANCHIETA, S.J., J. De gentis Mendi de Saa (Feitos de Mem de Sá), 293E – ANCHIETA, S.J., J. Poesia, 294E – ANCHIETA, S.J., J. Poemas eucarísticos e outros. (De eucaristia et allis: poemata varia), 360E- EULÁLIO, A. Os melhores poemas: Tomás Antônio Gonzaga, 368E- GAMA, J.B. da. Obras poéticas, 369E- GAMA, J.B. da. O Uraguai, 370E- GAMA, J.B. O Uraguai, 375E - GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu e mais poesias, 376E - GONZAGA, T. A. Cartas chilenas, 377E - GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu, 378E - GONZAGA, T. A. G. Obras completas, 379E GONZAGA, T. A. Marília de Dirceu, 380E - GONZAGA, T. A. Antologia, 381EGONZAGA, T. A. Marilia de Dirceu , 413E- MATOS, G. de. Obras completas, 414EMATOS, G. de Poesias, 415E- MATOS, G. de. Poemas escolhidos, 473E- VIEIRA, A. Obras escolhidas, 474E- VIEIRA, A. Cartas, 475E- VIEIRA, A. Sermões e Trechos escolhidos, 476E- VIEIRA, A. Sermões. Já nos programas atuais, das mesmas disciplinas (tabela XVII), há um número maior de coincidências, que na tabela anterior. 157 Tabela XVII: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira I (programas recentes) IES Período C.H. Ementa UFRR Atual 60 Estudo do processo de formação da literatura brasileira: em busca de uma identidade. UFC Atual 60 Estudo da Literatura Brasileira, compreendendo as origens, o Barroco, o Neoclassicismo e o Romantismo Bibl.Lit. * Bibliogr afia crítica * 26, 37, 68, 79, 111, 258 Não consta 1, 8, 45, 47, 63, 65, 67, 68 (Dialética da Malandragem), 80, 81, 108, 126, 174, 175, 176, 224, 247 5, 45, 65, 68, 72, 73, 81, 83, 163, 169, 173, 175, 209, 215, 244, 260 Linha de estudos propost a Quatro itens resumidos em: 1) Informação e nativismo; 2) Sátira: a construção da identidade pelo avesso; 3) Épica: da poesia ao romance e; 4) Lirismo em três momentos: do Barroco ao Romantismo. Capacitar o aluno a compreender os diversos movimentos literários nascidos a partir do século XVI, os fatores que os determinaram e suas influências nos movimentos subseqüentes. 4 itens assim resumidos: origens; Barroco; Neoclassicismo/ Arcadismo e Romantismo. Aplicab ilidade/ objetivo UFF (Lit. Bras. XI) Atual58 60 Estudo de textos literários representativos dos diversos gêneros e estilos de época, bem como de textos críticos e teóricos, nacionais e estrangeiros, sobre o assunto. Estudo de textos literá rios e pára-literários do período Colonial, refletindo sobre: 1. As relações entre literatura e dependência cultural; 2. A formação do conceito de literatura brasileira durante o período colonial; 3. A compreensão dos principais gêneros e estilos de época em que textos lusobrasileiros do período colonial, considerados fundamentais para a cultura brasileira, se manifestam; 4. As perspectivas divergentes acerca do estilo de época em que se inicia a literatura brasileira: historicistas, como as de A. Candido e A. Pécora; esteticistas, como as de H. de Campos e J. A. Hansen. A critério de cada professor (de acordo com os autores propostos no conteúdo do programa) Barroco e Pré-Modernismo: 24, 47, 60, 65, 80, 81, 82, 116, 117 (“O conceito de Maneirismo”; “Renascença, Maneirismo e Barroco”), 124, 126, 160 (“Gregório de Matos: mitos e problemas), 192 (A arte de morrer segundo Vieira), 203, 207; estudos teóricos sobre gêneros e estilos de época: 33, 36 (O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov), 50, 65, 67, 69, 81, 93, 107, 118 (A tragédia grega), 131, 142 (A origem dos gêneeros), 199 (“Os gêneros literários” por Helena Cunha e “Os estilos históricos na literatura ocidental” por José Merquior) 225, 239 (Narrativa e romance), 248, 256 (A origem dos gêneros) 3 itens assim resumidos: 1) Introdução de conceitos básicos de Teoria da Literatura para o estudo de Literatura Brasileira; 2) estudo crítico da Literatura do período Colonial e do PréRomantismo (Gregório de Matos, Cláudio M. da Costa, Tomás A. Gonzaga, Basílio da Gama , dentre outros); 3) Tal estudo será sempre feito com base na articulação dos conceitos teóricos com a prática de leitura de textos literários representativos dos diversos gêneros e estilos. 1. Oferecer um repertório teórico, composto de conceitos operacionais básicos para a le itura de textos literários (em especial os conceitos de gêneros literários e de estilos de época), para habilitar o aluno a ler e analisar criticamente textos de Literatura Brasileira e a distinguir os diferentes gêneros e estilos em que, dominantemente, se situam os textos selecionados; 2. Levar o aluno a compreender o processo de formação da Literatura Brasileira, do Colonial ao Pré-Romantismo, interrelacionando aspectos históricos, estéticos e culturais que clarifiquem as tensões entre as matrizes metropolitanas lusas da literatura e da cultura brasileiras em formação, enfatizando a perspectiva diferencial com que para o Brasil se transportam as matrizes européias. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 58 É bom lembrar que segundo os limites estabelecidos em nossa metodologia, quando nos referimos a “atual” estamos nos referindo ao período que para UFF e UFC se encerra em 2002, e para UFRR, 2003. 158 O programa da UFF (tabela XVII) na sua descrição de objetivos adota um viés mais voltado para a questão dos gêneros lírico, narrativo e épico, sendo menos consistente nele a bibliografia referente a movimentos de época (embora conste referência direta a este ítem). O segundo módulo de seu conteúdo versa, explicitamente, sobre “compreender o processo de formação da Literatura Brasileira, do Colonial ao Pré-Romantismo, inter-relacionando aspectos históricos, estéticos e culturais”. Entre UFRR e UFC, no entanto, há alguma proximidade, não no que concerne à ementa, mas no quesito conteúdo programático. Na UFRR, o conteúdo está explicitado do seguinte modo: “1) Informação e nativismo; 2) Sátira: a construção da identidade pelo avesso; 3) Épica: da poesia ao romance e; 4) Lirismo em três momentos: do Barroco ao Romantismo ”. Parece haver aí (tabela XVII) um “hibridismo” entre um programa historiográfico e temático. No caso da UFC, o programa é de todos os três o mais historiográfico e consta dos seguintes itens 59 : “origens: conceito de Literatura Brasileira, hipóteses sobre seu início, periodização literária; Barroco: origens, ideologia contra-reformista, características, Barroco no Brasil, Gregório de Matos, Botelho de Oliveira e outros; Neoclassicismo/Arcadismo: origens, características, figuras principais: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e outros; Romantismo: origens, características, figuras principais: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Varela e Castro Alves(poesia), José de Alencar, J.M. de Macedo, Manuel antônio de Almeida, Taunay e Bernardo Guimarães (romance), e outros”. (tabela XVII) Há, portanto, o que parece ser uma gradação entre os três, no sentido de estarem mais ou menos implicados numa metodologia que aborde a Literatura, a partir de uma periodização histórica. O da UFF é o que menos se presta a uma leitura linear da Literatura, o da UFRR é o intermediário entre ambos, e o da UFC o mais fiel ao modelo historicista, que é, de certo modo, o mesmo modelo encontrado nos programas antigos da tabela XVI. No quesito ementas, a UFF é a que parece ser a mais abrangente (circula entre textos de teóricos e historiadores da Literatura), enquanto a UFC mantém uma tradição historicista e a UFRR parece se respaldar no livro A Formação da Literatura Brasileira de Antônio Cândido para sua “busca de identidade”. 59 O conteúdo da disciplina, por uma questão espacial , nem sempre constará na íntegra da tabela, podendo ser, caso necessário para efeito de comparação, transcrito como o fazemos neste momento. Também será possível, em função da quantidade de programas disponível para a análise discutir outros programas, ou partes destes, não incluídos anteriormente nas tabelas. 159 Se fizermos uma comparação direta entre a quantidade de textos que há em comum entre as bibliografias, teremos 65E- CÂNDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira, 81E- COUTINHO, A. Introdução à Literatura no Brasil comuns à UFF, UFRR, UFC; 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 68ECÂNDIDO, A.; CASTELLO, J.A. Presença da Literatura Brasileira, 175E- MOISÉS, M. História da Literatura Brasileira comuns entre UFRR e UFC; 47E- BOSI, A. Dialética da colonização, 67E- CÂNDIDO, A. Na sala de aula, 80E- COUTINHO, A. A Literatura no Brasil, 126E- HOLANDA, S.B. Capítulos de Literatura Colonial utilizados por UFRR e UFF; enquanto não há nenhum entre UFC e UFF, salvo os dois acima (65E e 81E) que são comuns a todos os três programas da tabela XVII. Pode-se inferir desta comparação que os programas da UFRR e da UFF têm mais semelhanças bibliográficas (06 textos) que os programas da UFRR e da UFC (05 textos) e que UFC e UFF são em tudo (exceto nos que são comuns às três) dessemelhantes deste ponto de vista. Este fato pode apontar para uma tímida tentativa da UFRR no sentido de transformar suas disciplinas em cursos menos historiográficos e mais temáticos a exemplo do que ocorre com a UFF. Por outro lado é sempre bom lembrar, que a ausência de bibliografia literária nos programas de UFF e UFC, parece vir na “contra- mão” de um movimento em torno do resgate do trabalho direto com o texto literário, frente à História da Literatura, ou os “panoramas” da Literatura e antologias, nos quais se trabalha mais com o fragmento e as características do que com o texto em si. Na tabela XVI (dos programas antigos de Literatura Brasileira I) a UFF, apesar da pequena carga horária destinada à disciplina – 30h/aula – disponibilizava cerca de 25 textos (livros/capítulos/papers) literários, sem contar com os textos literários em edição crítica. Há ainda na UFF uma outra peculiaridade: entre os programas coletados há diversas versões (com conteúdos e, por vezes, ementas diferenciadas) cujos códigos de identificação da disciplina são os mesmos. No caso da Literatura Brasileira XI o programa aplicado em 1995.2 60 , parece ser um conteúdo de transição entre o programa antigo (tabela XVI) e o atual (tabela XVII), aparentemente mais próximo do que pede o título da disciplina (Introdução à Literatura Brasileira) colocado no fluxograma. Sua ementa “Através de diferentes abordagens metodológicas de textos da Literatura 60 Eventualmente nos referiremos a programas de disciplinas que não constam de nossas tabelas, com o fim de ilustrar uma situação, ou apontar a diversidade existente. Isto ocorrerá mais amiúde com os programas da UFF, uma vez que se trata da Instituição a que tivemos mais acesso em termos de quantidade e variabilidade de programas, alguns dos quais ainda da década de 1970. 160 Brasileira, apresentação e discussão das questões referentes a periodização (estilos de época) e gêneros literários” e bibliografia dão indícios, de um lado da “evolução” do modo de pensar a Introdução à Literatura na UFF, de outro lado do decréscimo dos textos Literários em favor dos teóricos na bibliografia, até sua versão mais atual (tabela XVII). Este programa traz como bibliografia os seguintes textos literários: 302EANDRADE, M. Macunaíma, Poesias completas, O turista aprendiz, 363E- FONSECA, R. O buraco na parede, 410E- LISPECTOR, C. A hora da estrela e 411E- LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres; e críticos: 60E- CAMPOS, H. O seqüestro do barroco na formcação da literatura brasileira, 82E- COUTINHO, A. Do Barroco. Ensaios, 112E- GOTLIB, N.B. Clarice. Uma vida que se conta, 116E- HANSEN, J.A. A sátira e o engenho: Gregório de Matos e a Bahia do século XVII, 206E- QUEIROZ, V.(org.) Feminino e Literatura, 218E- SÁ, O.A escritura de Clarice Lispector, 219ESÁ, O. Clarice Lispector: a travessia do oposto, 337E- CAMPOS, H. (org.). Sousândrade , 362E- FIGUEIREDO, C. L. N. de. Lima Barreto e o fim do sonho republicano , 386EHELENA, L. (org.) Tomás Antônio Gonzaga, 393E- KHEDE, S. S. (org.). Claudio Manuel da Costa , 444E- RESENDE, B. Lima Barreto e o Rio de Janeiro em fragmentos . Na tabela (XVIII), referente à comparação entre Literatura Brasileira II da UFRR e suas equivalentes Brasileira II da UFC e brasileiras II e III da UFF, a impressão de distanciamento entre a UFRR e sua irmã nordestina só tende a aumentar, uma vez que, o conteúdo bibliográfico de ambos os programas não coincide em nada, mesmo quando são colocados no quadro da UFRR, os textos utilizados no meio da década de 1990. Também a distância em termos de abrangência de conteúdo continua a mesma, tendendo a aumentar, cada vez mais, em função do fato da UFC ter, de suas quatro disciplinas de Literatura Brasileira, apenas duas dedicadas à Literatura Brasileira no geral, ficando a terceira voltada para a Literatura Regional. Este fator acaba fazendo com que a distribuição do conteúdo, linear na UFC, se dê de modo mais alongado no interior de cada disciplina, ou seja, há a necessidade de muita condensação, diversamente da UFRR, já que há, no total, apenas 120(UFC) e não 180 horas/aula(UFRR) para distribuí- lo. No caso da UFF (na tabela XVIII), ao invés de uma disciplina de apenas 60h/aula, lidaremos com duas, cuja soma perfará 90h/aula. Na tabela XVIII (programas antigos equivalentes à Literatura Brasileira II da UFRR) poderemos observar três diferentes modos de equacionar o Ensino de Literatura Brasileira. 161 Tabela XVIII: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira II (programas antigos) IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. Liter. Bibliogr. Crítica * Linha de estudos proposta UFRR Antigo 60 UFC Antigo (1981.1) 60 UFF (Lit. Bras. II/III) Antigo (1992.2/ s.d.) 30/60 Realismo/Naturalismo, Simbolismo/Parnasianismo – estudo dos estilos, situando-os no contexto históricosociológico, com análise das principais obras de cada escola. Nenhuma (apenas uma antologia de textos comentados) o conteúdo literário, provavelmente, será extraído dos textos “teóricos”. 45, 65, 81, 202 (início); 44, 45, 173, 175 (alteração) Estudo horizontal, extensivo, da Lit. Brasileira do Simbolismo à Vanguarda. Não consta Poesia do Romantismo e do Parnasianismo A ficção do Romantismo ao Realismo 40, 42, 54, 55, 83, 162, 176, 179, 210, 255 45, 65, 80 (outros textos de apoio indicados no decorrer das aulas) 47(Um rito sacrificial: o indianismo de Alencar), 65 (Os três Alencares, A Corte na Província), 244(As razoes do Indianismo), 272 (De cortiço a cortiço), 285, 323, 341, 367(No tempo do rei), 388 (O homem cordial), 445, 430. Cinco itens divididos respectivamente em: Realismo Histórico, Realismo: um estado de espírito, O Naturalismo, O Parnasianismo e O Simbolismo (alguns representantes)-(início) cinco itens divididos respectivamente em: Fatores que contribuíram para o surgimento de novas estéticas na segunda metade do século XIX; A década de 70 no Brasil: a poesia científica e os ideais antiescravagistas e anti-monárquicos; Parnasianismo; Simbolismo e; Realismo/ Naturalismo (alteração) Dividido em 10 itens resumidos: Simbolismo; PréModernismo; Modernismo; Geração 32; Geração 30 (poesia); Geração 30 (prosa); Geração 45; Vanguarda; Estética Moderna; Revisão e debates. Dividido em 4 itens: Romantismo (origens, definições); Leitura analíticointerpretativa em G. Dias, A. Azevedo, C.Abreu, F.Varela e C.Alves; Parnasianismo (origens, definições); Leitura analítico-interpretativa em O.Bilac, A.Oliveira, V.Carvalho. Estudo da ficção brasileira do período compreendido entre o Romantismo e o Realismo, com ênfase nas questões de literatura e nacionalidade, literatura e sociedade e/ou História, literatura e cultura. Serão privilegiados alguns temas freqüentes na poesia romântica e suas incidências na poesia parnasiana. A comparação entre as duas correntes se fará na leitura das diferenças ideológicas e formais refletidas nos respectivos poemas. O curso enfatizará a relação entre os romances brasileiros desse período, mostrando como a literatura lê a si mesma e, através dessa leitura, propõem sua própria reconstrução. Aplicabil Levar o aluno a conhecer as propostas dos idade/obj movimentos Realismo/ Naturalismo, Parnasianismo e simbolismo, a estética e etivo os artifícios formais utilizados em cada movimento, bem como fatores que os determinaram; estudo das idéias caracterizadoras dos movimentos Realismo/ Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo, bem como os fatores que os determinaram. Não consta de base: 283, 288, 312, 322, 468 *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 162 O modelo (tabela XVIII) ainda é bastante historicista, canônico, mas obedece a orientações diferenciadas; a UFC na tentativa de “acelerar” o fluxo de seu aporte histórico, adota o seguinte “leque” de autores e obras: 40E - BOPP, Raul. Movimentos modernistas no Brasil, 42E - BOSI, Alfredo. O pré-modernismo, 54E - BRITO, Mário da Silva. História do Modernismo brasileiro. Antecedentes da Semana da Arte Moderna, 55E - BRITO, Mário da Silva. Poesia do Modernismo, 83E - COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil, 162E - MARTINS, Wilson. O modernismo, 176E MOISÉS, Massaud. A criação literária - prosa, 179E - MURICY, Andrade. Panorama do movimento simbolista brasileiro , 210E - RAMOS, Péricles Eugênio da Silva. Poesia Moderna, 255E- TELLES, Gilberto Mendonça. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro: apresentação dos principais poemas, manifestos, prefácios e conferências vanguardistas, de 1857 até hoje. Embora haja na UFC nomes do cânone disciplinar como Coutinho, Bosi, Muricy, Telles e outros, há também nomes de menor expressão ou menos divulgados, como Ramos e Brito. A UFRR por outro lado se utiliza dos seguintes textos (incluindo ambas as versões de programas 1990 e 1995): 44E - BOSI, Alfredo. et al. Machado de Assis- antologia e escritos, 45E - BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira , 65E - CÂNDIDO, Antônio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos. , 81E - COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil, 173E - MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira Através dos Textos, 175E - MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira, 202E - PROENÇA FILHO, Domício. Estilos de época na Literatura: através de textos comentados. O que vai diferenciar ambas as bibliografias é o fato de que a aposta do curso de Letras da UFRR esteve mais em textos de panoramas históricos e em livros que contenham análises de textos literários e/ ou fragmentos, a UFC, por seu turno, procurou buscar bibliografia mais ampla e mais apropriada a uma “aceleração” do conteúdo. Ambos parecem bastante coerentes se pensarmos que a UFC teria menos tempo disponível para discutir cada movimento, não podendo aprofundar-se mais no conteúdo. Parece haver uma inversão de expectativas em função do tempo disponível. Quanto mais tempo disponível, menos “panorâmico” se torna o conteúdo da disciplina. Já a UFF parece, em função da quantidade de disciplinas dedicadas à Literatura Brasileira e da profusão de programas existentes, fazer vários movimentos simultâneos no sentido de abranger ao máximo movimentos, gêneros, autores e obras do século XIX. Nesta tabela XVIII duas são as ementas da UFF que pretendem abordar a Literatura neste período: a primeira diz respeito a uma disciplina de apenas 30h/aula, a 163 Literatura Brasileira II: “Poesia do Romantismo e do Parnasianismo”; e a segunda diz respeito a uma disciplina de 60h/aula, a Literatura Brasileira III: “A ficção do Romantismo ao Realismo”. Entre as duas disciplinas da UFF e a da UFRR há, ao todo, apenas dois textos em comum: 45E e 65E. Entre UFC e UFF não há textos semelhantes. Aqui, na tabela XVIII, apesar do predomínio de textos críticos em quase todas as disciplinas, há também alguns textos literários num dos programas (referente à ficção – 60h/aula) da UFF. São eles: 283E - ALENCAR, J. Iracema, 288E - ALMEIDA, M. A. Memórias de um sargento de milícias, 312E - AZEVEDO, A. O cortiço, 322E - BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma, 468E - TÁVORA, F. O cabeleira. O conteúdo das disciplinas da UFF não parece se diferenciar muito dos demais programas historiográficos – “Romantismo (origens, definições); Leitura analítico-interpretativa em G. Dias, A. Azevedo, C.Abreu, F.Varela e C.Alves; Parnasianismo (origens, definições); Leitura analítico- interpretativa em O.Bilac, A.Oliveira, V.Carvalho ” (30h/aula); e “Estudo da ficção brasileira do período compreendido entre o Romantismo e o Realismo, com ênfase nas questões de literatura e nacionalidade, literatura e sociedade e/ou História, literatura e cultura” (60h/aula) – embora seus objetivos ostentem uma espécie de caráter meta- histórico. Uma reflexão em torno do papel da tradição literária, no fazer poético das gerações subseqüentes. Há ainda, em termos de UFF (não colocados na tabela), dois outros programas de Literatura Brasileira II, aplicados em 1995.1 (a este chamaremos de “A”) e 1995.2 (e a este outro “B”). A ementa de “A” é a seguinte: “Poesia do Romantismo e do Parnasianismo: Comentários de textos críticos e literários que possibilitem a compreensão do perfil do Romantismo e do Parnasianismo no Brasil e sua relação com o panorama europeu. Estudo dos grandes temas dos dois períodos, tanto literária quanto socialmente falando. Estudo das principais características dos dois estilos de época.” E a ementa de “B” é a seguinte: “A representação do desejo na poesia brasileira do século XIX. O discurso poético feminino e o masculino, afinidades e diferenças, marcando a afirmação da presença da mulher na literatura brasileira. A repressão do desejo na poesia feminina.” Ambos parecem, por pertencerem a um período de trans ição na UFF, buscar outras possíveis soluções (para a Literatura Brasileira II), que passam, no caso de “A” por uma visada comparativa da poesia brasileira Romântica e Parnasiana frente à européia e, “B” por uma visão do desejo (especialmente o feminino) na poesia do século XIX. No caso de “A” o programa está dividido em 3 itens: “O clima cultural e 164 intelectual do Romantismo e do Parnasianismo; As três grandes vertentes da lírica do Romantismo (G. Dias, A. Azevedo, C.Alves); A poesia parnasiana (O. Bilac, R. Correia)”. No plano de aula de “B” consta o seguinte: “Principais características do Romantismo e leitura de poemas; Castro Alves; Leitura do texto de A. R. Sant’Anna (“a Mulher de cor e o canibalismo erótico na sociedade escravocrata”) e do poema (“A Cachoeira de Paulo Affonso”), a literatura feminina no Brasil do séc. XIX, Narcisa Amália e o patriotismo sob a visão da mulher (com leitura e comentário de poemas), introdução teórica sobre o Parnasianismo, Olavo Bilac (Literatura e Psicanálise), O canibalismo amoroso e Francisca Julia e a visão feminina”. A bibliografia de ambos, bastante diferenciada de um semestre para outro propõe: (“A” – Literária) 313E AZEVEDO, Á. Poesias completas, 314E- AZEVEDO, Á. Poemas malditos, 326EPoesia e 327E- BILAC, O. Poesias (Panóplias, Via-Láctea, Sarças de Fogo, Alma Inquieta, As viagens, O caçador de esmeraldas, Tarde), (“A” – critica) 5E- AMORA, A. S. O Romantismo (capitulo: “Poesia”), 8E- ANDRADE, M. Aspectos da Literatura Brasileira (capítulos: “Castro Alves” e “Amor e medo – sobre a poesia de Álvares de Azevedo), 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira (capítulos: “Romantismo”, p.: 99-180 e “Parnasianismo, p.:181-289), 65E- CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira (capítulos: “O indivíduo e a pátria”, “Gonçalves Dias consolida o romantismo”, “Álvares de Azevedo, ou Ariel e Caliban”, “Poesia e oratória em Castro Alves”), 67E- CANDIDO, A. Na Sala de Aula (capitulo: “Cavalgada ambígua – análise do poema “Meu sonho”, de Álvares de Azevedo)”), 80ECOUTINHO, A. A Literatura no Brasil, 286E- ALVES, C. Obra completa (capitulo: Castro Alves e o romantismo brasileiro por Eugenio Gomes), 313E- AZEVEDO, Á. Poesias completas (Introdução por Pericles Eugenio da Silva Ramos), 314E AZEVEDO, Á. Poemas malditos (capitulo: Álvares de Azevedo: a vida dentro da lenda por Hildon Rocha), 333E- BRAYNER, S.(org.) A poesia no Brasil. 1. Das origens até 1920, 334E- BROCA, B. Românticos, pré-romanticos e ultra-românticos.Vida literária e romantismo brasileiro,335E- BUENO, A. Grandes poemas do romantismo brasileiro, 346E- CARVALHO, J. M. et al. Sobre o pré-modernismo (capitulo: Bilac, o jornalista por Antonio Dimas), 353E- CUNHA, F. O romantismo no Brasil (capitulo: Castro Alves e Alvares de Azevedo ou a contradição criadora), 357E- DIAS, M. G. Poesia completa e prosa escolhida (capitulo: A vida e a obra do poeta [Gonçalves Dias] por Manuel Bandeira), 373E- GOMES, E. Visões e revisões (capítulos: Álvares de Azevedo e o ópio da leitura, Uma fonte de Bilac, Ouvir estrelas, Outra fonte de Bilac), 165 383E- GUINSBURG, J. O romantismo (capítulos: Filosofia do romantismo por Gerd Bornheim, Imagens do romantismo no Brasil por Alfredo Bosi e Os fundamentos históricos do romantismo por Nachman Falbel), 384E- HANSEN, J. A. “Metáforas barrocas do Brasil”, 422E- NAME, D. “O Brasil é romântico”, 424E- NEEDELL, J. Belle époque tropical, 437E- PEYRE, H. Introdução ao romantismo, 446E- RICARDO, C. O indianismo de Gonçalves Dias, 450E- ROSENFELD, A. Letras e leituras (capítulos: Castro Alves e Heinrich Heine), 465E- SUSSEKIND, F. Papeis colados. Ensaios (Capitulo: Brito Broca e o tema da volta a casa no romantismo); e (“B”crítica): 8E- ANDRADE, M. Aspectos da Literatura Brasileira (capítulos: “Castro Alves” e “Amor e medo – sobre a poesia de Álvares de Azevedo), 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 65E- CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira, 66E- CANDIDO, A. A educação pela noite e outros ensaios (capitulo “Literatura e subdesenvolvimento”), 80E- COUTINHO, A. A Literatura no Brasil, 222E- SANT’ANNA, A.R. Por um novo conceito de literatura brasileira (capitulo:“Literatura e Psicanálise: Revendo Bilac), 224E- SANT’ANNA, A.R. O canibalismo amoroso.O desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia, 366E- FUNCK, S. Trocando idéias sobre a Mulher e a Literatura (artigos: Josephina Álvares de Azevedo: Uma ensaísta polemica por Constancia Lima Duarte, O outro discurso: ensaistas pernambucanas no sec. XIX por Luzilá Gonçalves Ferreira e Artimanhas nas Entrelinhas: Leitura do Paratexto de Escritoras do séc. XIX por Zahidé Muzart), 420E- MUZART, Z. (org.). Mulheres-Século XIX, 421E- MUZART, Z. Parnasianas, Sim Senhor! A Poesia das Mulheres no final do séc. XIX, 431E- PAIXÃO, S. A Fala a-menos; a repressão do desejo na poesia feminina, 455E- SANTOS, R. C. dos. Modos de Saber, Modos de Adoecer, 462E- SOMMER, D. Amor e Pátria na América Latina. O fato de pouco haver em comum em dois programas que se sucedem, na mesma disciplina (Literatura Brasileira II – tabela XVIII) pode fazer concluir que para além de prováveis reformas curriculares, a última palavra em termos de programa e prática em sala de aula é do professor da disciplina. Embora ambos os programas abordem situações de ensino e textos diferentes, não fogem muito ao proposto pela ementa geral. Talvez isto sugira que cada professor (ou algum professor em especial) “interpretava” a ementa de acordo com o material de que dispunha e preparava um programa diferenciado para si, que permitisse intervir na disciplina de acordo com seu conhecimento do assunto. Esta é, no entanto uma hipótese que levantamos sem, contudo 166 tencionarmos afirmar que assim seja, por não termos tido oportunidade de confirmar esta hipótese, via entrevista. Poder-se-ia fazer, uma rápida comparação entre a antiga Literatura Brasileira I da UFC (tabela XVI) e as disciplinas congêneres Literatura Brasileira II da UFRR e Literatura Brasileira II e III da UFF constantes da Tabela XVIII. Isto serviria para dirimir possíveis dúvidas em torno do fato de – por haver uma necessidade de “aceleração” do conteúdo extensivo da História da Literatura Brasileira na UFC, para que caiba em apenas duas disciplinas de 60h/aula cada – que parte do conteúdo (bem como da bibliografia) que poderia equivaler-se às disciplinas da UFF e da UFRR, da tabela XVIII, estivesse contido na disciplina da UFC na tabela XVI. Em termos de bibliografia, feita a comparação inter-tabelas, apenas o texto 45E é unânime. Os textos 81E e 173E são utilizados em comum por UFC (tabela XVI) e UFRR (tabela XVIII) além dessas, apenas há coincidências de conteúdo, uma vez que se trata dos seguintes movimentos literários: Realismo, Naturalismo e Parnasianismo. Na UFF a Literatura Brasileira II (ou as disciplinas que a ela se equivalem a Literatura Brasileira XII e a Literatura Brasileira XIII – tabela XIX ) tem se mostrado, até o momento, no âmbito desta tese como as mais difíceis de se comparar. Além da quantidade de programas a ela atribuídos desde seu antigo lay-out (tabela XVIII), nos programas mais recentes há o desdobramento (para atender a uma demanda em torno do ensino da Literatura Brasileira a partir dos gêneros literários) em dois diferentes programas diversos que comporão a tabela XIX. Assim sendo teremos uma grande tabela com quatro disciplinas duas da UFF, uma da UFC e outra da UFRR. T Tabela XIX: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira II (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa UFRR Atual 60 O séc. XIX e o início do Séc. XX, seus artifícios formais, suas temáticas filosóficoideológicas na Literatura no Brasil. UFC Atual 60 Estudo da Literatura Brasileira, compreendendo os autores do Realismo -Naturalismo, do Parnasianismo e do Simbolismo. Bibl. Liter.* Bibliogr . crítica * Linha Não consta do programa Não consta do programa 44, 45, 67, 173, 175, 244, 255, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277. 3, 45, 68, 81, 83, 163, 169, 172, 175, 179, 189, 209, 215, 244, 260. 5 itens divididos em: 1)As novas estéticas e as 3 itens: 1.Realismo/Naturalismo (origens; caracteristicas); 167 de estudos propost a Aplic./o bjetivo ideologias do séc. XIX; 2) Real e imaginário: perspect. finisseculares; 3) Forma e conteúdo; 4) Perspectivas da prosa do realismo e do Natural.; 5) as vanguardas no mundo (o séc. XX). Sem objetivos nem proposta pedagógica IES UFF (Lit. Bras. XII- Prosa Brasil. do séc. XIX) Atual Vig. 60 C.H. Ementa Estudo de obras bastante representativas da produção romanesca nacional, seja porque implantam padrões, seja porque os questionam, distinguindo temas, estilos e proced. narrativos do séc. XIX no Brasil, mostrando, sempre que possível, sua abertura para os processos romanescos do séc. XX, e dando relevo à leitura comparativa de romances nac. e estrangeiros. A critério do professor, solicitando-se que Bibl. literária sejam examinados ao menos 3 romances brasileiros do séc. XIX e 3 do séc. XX, tanto * intrinsecamente, quanto em perspectiva comparada. 36 (O narrador), 66, 121, 217 (Reflexões Bibl. crítica * sobre o romance moderno), 228, 231, 235, 239, 253, 265. Linha est. propost a Aplicab ilidade/ objetivo Real./Natur. no Br.; M. de Assis, Aluisio de Azevedo, R. Pompeia e outros. 2.Parnasianismo (origens, características); Parnas. no Br.; A. de Oliveira, O. Bilac, R. Correa e outros. 3. A poesia simbolista (origens; características); Simbol. no Brasil; C. e Souza e A. de Guimarães. Não consta UFF (Lit. Bras. XIII- Poesia Bras. do Séc. XIX e início do Séc. XX) Atual 60 Estudo de poemas brasileiros representativos dos movimentos romântico, parnasiano e simbolista observando suas características formais e a consonância com estéticas estrangeiras, ressaltando-se a contribuição particular de cada autor para diferençar sua produção. Análise de obras que fogem ao estilo de época em que se inserem e prenunciam traços de outros movimentos: Sousândrade e Augusto dos Anjos. Para as obras dos autores mencionados, ver Obras Completas de cada um deles. Não consta 7(Parnasianismo), 8(Castro Alves), 28(Parnasianos, Românticos, Simbolistas), 45(Romant., Simbol.), 47(Sob o signo de Can), 65, 66(A educação pela noite, Os primeiros baudelairianos), 67(Cavalgada Ambígua, No coração do silêncio), 77, 92(A época românt. da Era Moderna), 99(Arte e capitalismo), 115, 117(O romant. alemão e o do Ocidente), 128, 169(O espírito da literatura românt.), 179, 190(O falsário verdadeiro), 196, 198(A poesia românt. por Paulo Franchetti), 204, 224(Do canibalismo melancólico sobre o corpo da amada morta à eroticidade de Lúcifer, A mulher de cor e o canibalismo erótico na socied. escravocrata, Da mulher esfinge como estátua devoradora ao ‘strip-tease’ na alcova). Não consta Conduzir uma reflexão acerca da produção romanesca brasileira, durante o século XIX, com projeções para o romance do século XX, levando o aluno a conhecer as obras, os autores e os procedimentos estéticos mais representativos, sem perder de vista a articulação do romance nacional aos estrangeiros, visando a desenvolver, também uma leitura comparativista. Estudar os proced. Artíst. específicos da poesia românt., parnas. e simb., possibilitando a leitura também do estilo de época em que cada poética se insere e o reconhecim. de temas característ.: a) o conc. de nacion.; b) as diversas formas de manifest. do Eu lírico; c) pulsão de vida (Eros)& pulsão de morte (Thanatos); d) o papel da natureza e a função do exótico; e) a arte pela arte e o culto da forma; f) as questões da sensibilidade finissecular (mal du siecle e spleen); g) imagens femininas na lírica simbolista: entre o véu e a campa. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Na tabela XIX, UFC e UFRR parecem se aproximar mais em termos de conteúdo que nas anteriores de Literatura Brasileira. Embora a ementa da UFRR pareça um pouco ma is temática, o conteúdo guarda resquícios historicistas. Na UFF a opção foi 168 pelo desmembramento da disciplina em duas, sendo uma referente à prosa e outra referente à produção poética em verso. Mesmo assim, ambas não se distanciam tanto de um viés historiográfico, quanto a sua antecessora no fluxograma do curso, a Literatura Brasileira XI (tabela XVII). A bibliografia crítica na UFRR apresenta os seguintes textos: 44E - BOSI, A. et al. Machado de Assis- antologia e escritos, 45E - BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 67E - CÂNDIDO, A. Na Sala de Aula, 173E - MOISÉS, M. A Literatura Brasileira Através dos Textos, 175E - MOISÉS, M. História da Literatura Brasileira, 244E - SODRÉ, N. W. História da Literatura Brasileira. Seus Fundamentos Econômicos, 255E - TELLES, G. M. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro: apresentação dos principais poemas, manifestos, prefácios e conferências vanguardistas, de 1857 até hoje, 270E - BOPP, R. Seleta em prosa e verso , 271E BOSI, A. Machado de Assis- O enigma do olhar , 272E - CÂNDIDO, A. O discurso e a cidade, 273E - CÂNDIDO, A. Recortes, 274E - COUTINHO, A. Machado de Assis na Literatura Brasileira, 275E - FURST, L.; PETER, S. O Naturalismo, 276E - GOMES, Á. C. O Simbolismo, 277E - SCHWARZ, R. Duas meninas. Para a UFC a bibliografia é a seguinte: 3E - ALMEIDA, J. M. G. de. A tradição regionalista no romance brasileiro, 45E - BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 68E - CÂNDIDO, A. ; CASTELLO, J. A. Presença da Literatura Brasileira: das origens ao Romantismo, 81E - COUTINHO, A. Introdução à Literatura no Brasil, 83E - COUTINHO, A. A Literatura no Brasil, 163E - MARTINS, W. História da inteligência brasileira, 169E - MERQUIOR, J. G. De Anchieta a Euclides. Breve História da Literatura Brasileira, 172E - MIGUEL-PEREIRA, L. Prosa de ficção, 175E - MOISÉS, M. História da Literatura Brasileira, 179E - MURICY, A. Panorama do movimento simbolista brasileiro, 189E - PACHECO, J. O Realismo, 209E RAMOS, P. E. da S. Do Barroco ao Modernismo, 215E - ROMERO, S. História da Literatura Brasileira, 244E - SODRÉ, N. W. História da Literatura Brasileira. Seus Fundamentos Econômicos, 260E - VERÍSSIMO, J. História da literatura brasileira. E para as duas disciplinas da UFF (Literatura Brasileira XII): 36E - BENJAMIN, W. Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política (O narrador), 66E - CÂNDIDO, A. A educação pela noite e outros ensaios, 121E - HELENA, L. A narrativa de fundação: Iracema, Macunaíma e Viva o povo brasileiro, 217E - ROSENFELD, A. Texto e contexto (Reflexões sobre o romance moderno), 228E - SANTIAGO, S. Vale Quanto pesa, 231E - SCHWARZ, R. Ao vencedor as batatas. Forma literária e 169 processo social nos inícios do romance brasileiro., 235E - SCHWARZ, R. Machado de Assis: um mestre na periferia do capitalismo, 239E - SEIXO, M. A. A palavra do romance, 253E - SUSSEKIND, F. O Brasil não é longe daqui: o narrador, a viagem, 265E - WATT, I. A ascensão do romance. No caso da Literatura Brasileira XIII a bibliografia é a seguinte: 7E - ANDRADE, M. de. O empalhador de passarinho (Parnasianismo), 8E - ANDRADE, M. de. Aspectos da Literatura Brasileira (Castro Alves), 28E - BANDEIRA, M. Apresentação da poesia brasileira (Parnasianos, Românticos, Simbolistas), 45E - BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. (Romant., Simbol.), 47E - BOSI, A. Dialética da Colonização. (Sob o signo de Can), 65E – (A educação pela noite), 66E – CÂNDIDO, A. A educação pela noite e outros ensaios (Os primeiros baudelairianos), 67E – CÂNDIDO, A. Na Sala de Aula (Cavalgada Ambígua, No coração do silêncio), 77E - CITELLI, A.- Romantismo, 92E D'ONOFRIO, S. Literatura romântica (A época romântica da Era Moderna), 99E FISCHER, E. A necessidade da arte (Arte e capitalismo), 115E - GULLAR, F. "Augusto dos Anjos ou vida e morte nordestina". Estudo crítico introdutório a Toda a poesia de Augusto dos Anjos, 117E - HAUSER, A. História social da literatura e da arte (O romantismo alemão e o do Ocidente), 128E - HUGO, V. Do grotesco ao sublime, 169E - MERQUIOR, J.G. De Anchieta a Euclides. Breve História da Literatura Brasileira (O espírito da literatura romântica), 179E - MURICY, A. Panorama do movimento simbolista brasileiro, 190 - PAES, J. P. Transleituras. Ensaios de interpretação literária (O falsário verdadeiro), 196 - PEYRE, H. A literatura simbolista , 198 - PIZARRO, A. (org.). América Latina - palavra, literatura e cultura (A poesia romântica por Paulo Franchetti), 204 - PY, F. "Prefácio" às Poesias completas de Gilka Machado , 224 - SANT'ANNA, A. R. de. O canibalismo amoroso. O desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia (Do canibalismo melancólico sobre o corpo da amada morta à eroticidade de Lúcifer, A mulher de cor e o canibalismo erótico na sociedade escravocrata, Da mulher esfinge como estátua devoradora ao ‘strip-tease’ na alcova). Ao compararmos a bibliografia da UFRR com a da UFC e com o programa de Literatura Brasileira XIII da UFF da Tabela XIX, percebemos haver apenas uma coincidência: 45E – BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. Entre UFC e UFRR, além da citada acima, há 175E - MOISÉS, M. História da Literatura Brasileira e 244E - SODRÉ, N. W. História da Literatura Brasileira. Seus Fundamentos Econômicos. Com a UFF, apenas uma coincidência: 67E CÂNDIDO, Antônio. Na Sala 170 de Aula (Cavalgada Ambígua, No coração do silêncio). Entre a UFC e a UFF (Literatura Brasileira XIII) há: 169E- MERQUIOR, J.G. De Anchieta a Euclides. Breve história da Literatura Brasileira e 179E - MURICY, Andrade. Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro. Entre a disciplina de Literatura Brasileira XII e as demais elencadas na tabela não há coincidência bibliográfica, o que pode sugerir que a prosa Brasileira do século XIX não esteja coberta pelas demais disciplinas, ou que o enfoque dado a esta disciplina pela UFF não é contemplado pelas demais. Há um programa de Literatura Brasileira XII (além dos acima explicitados na tabela XIX) que parece ter o conteúdo mais próximo do título da disciplina que consta do fluxograma (Literatura Colonial) e no ementário da UFF, cujo conteúdo não se coadunaria com o da UFRR, nem com o da UFC que constam da tabela. Trata-se Literatura Brasileira XII “Do Barroco ao Arcadismo”, de conteúdo – “Dominação colonial e dominação espiritual: as imagens do universo religioso do colonizador como modelo ideal para o colonizado em Anchieta. O colonizador real como imagem ideal em Bento Teixeira e Santa Rita Durão. Os sinais da corrosão do ideário colonizador, os conflitos do homem barroco e sua projeção na poesia de Gregório de Matos. Vislumbres pré-românticos em Manuel Botelho de Oliveira. Ecos racionalistas: prenúncio de Brasil na poesia árcade em Basílio da Gama, C.M. Costa, T.A.Gonzaga.” – que não poderia ser comparada aos demais pela disparidade entre eles. Para este programa extra-tabela estão listados os seguintes textos literários: 478E - HOLANDA, S. B. Antologia dos poetas brasileiros da fase colonial (capítulos referentes a José de Anchieta: A Santa Inês, Vaidade das cousas do mundo e O moleiro; Vários de C.M. Costa; Caramuru de J. Santa Rita Durão; Vários de G. de Matos; A Ilha da Maré de Manuel Botelho Oliveira e Canto de Proteu-Prosopopeia de Bento Teixeira); 370E- GAMA, J.B. O Uraguai; 379E- GONZAGA, T. A. G. Marília de Dirceu. Os textos críticos propostos para esta disciplina são: 45E – Bosi, A. História Concisa da Literatura Brasileira (capítulos: Ecos do Barroco e Arcádia e ilustração)e 47E- BOSI, A. Dialética da Colonização (capitulo: Anchieta ou as flechas opostas do sagrado); 65E- CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira (capitulo:Transição literária), 67E - CANDIDO, A. Na Sala de Aula (capitulo: Movimento e parada e A aldeia falsa); 126E- HOLANDA, S. B. de. Capítulos de literatura colonial; 389E - HOLANDA, S. B. Tentativas de mitologia (capitulo: Gosto Arcádico). Apesar de se tratar da mesma instiuição de ensino, da mesma disciplina e de períodos diferentes, este programa não tem bibliografia em comum (salvo indicações literárias em sala de aula) com o programa da UFF (que 171 consta da tabela XIX). Em compensação há, com os programas da UFC e da UFRR (tabela XIX), em comum um texto o 45E e apenas com a UFRR o 67E. Outros programas, agora referentes à Literatura Brasileira XIII, diferentes do que está na tabela XIX, mas mais próximos do que consta do ementário da UFF 2004 e nos próprios fluxogramas do curso, apareceram em nossa pesquisa. Ao primeiro chamaremos programa “A” que foi aplicado em data desconhecida e tem como ementa: “Os procedimentos artísticos específicos da narrativa romântica, realista- naturalista e modernista”; e como programa: “1. A configuração de um narrador em Inocência. 1.1. Cinema e literatura: o romance do Visconde de Taunay e o filme de Walter Lima Jr. 1.2. Uma possível linguagem cinematográfica em Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha. 2. A dialética da malandragem nas Memórias de um sargento de milícias: 2.1. Teatro e Literatura: O romance de Manuel Antonio de Almeida, a peça teatral de Francisco Pereira da Silva e a adaptação para TV. 3. Machado de Assis e a modernidade da ficção brasileira. 4. Ficção modernista: Uma leitura do Romantismo?” Este programa “A” tem como bibliografia literária os seguintes textos: 282EABREU, C. F. Ovelhas negras; 336E- CAMINHA, A. Bom-crioulo; 405E-LIMA BARRETO, A H. de. Triste fim de Policarpo Quaresma; 460E- SILVA, F. P. Adaptação para teatro de Memórias de um sargento de Milícias; 467E- TAUNAY, V. de. Inocência. E como textos críticos os seguintes: 1E- ABDALA JUNIOR, B.; CAMPEDELLI, S. Y.; 63E- CÂNDIDO, A. Vários Escritos; 227E- SANTIAGO,S. Uma literatura nos trópicos; 253E- SUSSEKIND,F. O Brasil não é longe daqui: o narrador, a viagem; 272E- CÂNDIDO, A. O discurso e a cidade; 278E- ABDALLA Jr,, B. O romance social brasileiro; 307E- ANDREW, J. D. As principais teorias do cinema; 338E- CAMPOS, H. Metalinguagem e outras metas; 453E- SANTIAGO, S. Nas malhas da letra. Não há entre esta disciplina e a Literatura Brasileira XIII (tabela XIX) da UFF nenhuma bibliografia em comum. Também não há nada em comum com a UFC. O único texto em comum com alguma disciplina da tabela XIX é com a UFRR: 272ECÂNDIDO, A. O discurso e a cidade. O segundo programa que não consta de nossa tabela XIX, a que chamaremos programa “B” não possuía ementa e teria sido aplicado em 1997.1, mas seu conteúdo é o seguinte: 1 parte: Conceito de Literatura como sistema; O escritor e o publico na literatura do século XIX; Literatura e tradição cultural brasileira; 2 parte: elementos estruturadores da narrativa do século XIX; Jose de Alencar e o projeto romântico de 172 romance; Senhora-J. De Alencar; 3 parte: M. de Assis na literatura brasileira; Memórias Póstumas de Brás Cubas; 4 parte: O projeto naturalista de literatura; O cortiço de A. Azevedo. De sua bibliografia constam: 50E- BRAIT,B. A personagem; 399E- LEITE, L. C. M. O foco narrativo; 418E- MESQUITA, S. N. O enredo; 428E- NUNES, B. O tempo na narrativa. Não parece haver entre este programa e as demais disciplinas que constam da tabela XIX nenhuma bibliografia em comum. Um fato, no entanto, tem chamado a nossa atenção: estas disciplinas outras (que não constam de nossas tabelas) costumam ser diferentes (em quase tudo, ementa inclusive) das demais, ficando difícil, salvo pela aparência e diagramação dos programas mais recentes, determinar qual seria o “oficial” de cada disciplina. Até porque alguns programas com aparência de oficiais discordam do ementário da UFF. A tabela XX traz cinco programas antigos de disciplinas que julgamos equivalerem-se. Três delas são da UFF (Literaturas Brasileiras IV, V, VI), uma da UFRR (a Literatura Brasileira III) e, por uma questão de coerência, repetiremos a Literatura Brasileira II da UFC, uma vez que o conteúdo “Nacional” da Literatura naquela Universidade estava contido em duas disciplinas de Literatura Brasileira, ficando a terceira disciplina deste grupo reservada para o ensino da Literatura Regional. Como podemos notar, a tabela XX, é aqui, exatamente nesse ponto, que as diferenças entre os modelos adotados por UFF, UFC e UFRR, no passado (embora aparentemente em períodos distintos)61 , vai se fazer mais perceptível. Enquanto a UFC trabalhava o conteúdo de toda a Literatura Brasileira (nacional) num total de 120h/aulas, a UFRR o fazia em 180h/aulas e a UFF em 300h/aula. Esta substancial diferença de conteúdo e tempo disponibilizado para o estudo de Literatura Brasileira ficará ainda mais patente se pensarmos que o tempo dispensado pela UFF para o que equivaleria à Literatura III em termos de UFRR (Modernismo e contemporaneidade) era, no total (180h/aula), o equivalente à soma de todas as cadeiras desta disciplina na UFRR. 61 Este modelo parece ter se mantido assim deste modo, sem grandes modificações estruturais posteriores, até a data estipulada em nossa metodologia para a “atualidade” dos programas, ou seja, no caso da UFC, até 1993, no caso da UFF até 1995 e no caso da UFRR até 1999. Pelo menos é o que podemos denotar do material que temos em mãos. 173 Tabela XX: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira III (programas antigos) IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. literária * Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta UFRR Antigo (1993.2) 60 Modern. – estética e autores; fatos polít., sociais, econôm. e liter. determinantes do modern.; autores e obras relevantes Nenhuma (apenas uma antologia de textos comentados) o conteúdo literário, será extraído dos textos “teóricos”. Após alter.: 32, 49, 56, 164, 261 45, 63, 175, 187 (início); 1, 11 (Macunaíma prá lá de Brasil por Telê P.A. Lopez), 16 (Serafim:um grande não livro por Haroldo de Campos), 20, 27, 45, 67, 74, 80, 81, 88, 89, 91, 129, 174, 175 (após alteração) Historiográfica, canônica, com reconhecimento de características de época.; dois itens divididos respectivamente em: Prémodernismo e Modernismo, com seis subitens para o primeiro e sete para o segundo. UFC (Lit.Bras. II) Antigo (1981.1) 60 Estudo horizontal, extensivo, da Lit. Bras. do Simbolismo à Vanguarda. Não consta Antigo (s.d./s.d./1991.1) 60/60/60 (GLT04008/04009/ 04043) Poesia do Simbol. e do Modernismo Modernismo: narrativa e teatro Manifestações contemporâneas 12, 299, 417. 303, 304, 305, 309, 348, 403,404, 423, 432, 438 40, 42, 54, 55, 83, 162, 176, 179, 210, 255 67, 101, 141, 226, 391, 394. 15, 141, 143, 402, 407, 408. 1, 101, 250, 251, 400, 447, 453. Dividido em 10 itens: Simbolismo; PréModernismo; Modernismo; Geração 32; Geração 30 (poesia); Geração 30 (prosa); Geração 45; Vanguarda; Estética Moderna; Revisão e debates. Aplicabilid Levar o aluno a conhecer as Não consta ade/objetiv propostas dos movim. Real./ Natural., Parnasian. e simbol., a o estética e os artifícios formais utilizados em cada movim., bem como fatores que os determinaram; estudo das idéias caracterizadoras dos mov. Real./ Natural., Parnasian. e Simbol., bem como os fatores que os determinaram. UFF (Lit. Bras. IV/ V/ VI) A tradição da modernidade e a dicção coloquial- irônica da poesia de C. D. de Andrade, M. Mendes e O. de Andrade. Estudo da narrativa modern. na sua articulação com o programa das vanguardas e de outras vertentes do Modern. Os manisfestos. Discurso ficcional e disc. memorialístico. O teatro modernista. Dividido em 3 itens: A produção cultural dos anos 70; poesia: o binômio “arte/vida” e outros elementos; Narrativa: a relação (metonímica) da Literatura com a realidade. Não consta Não consta Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 174 A UFF, embora adotando um molde calcado nos gêneros literários, concentrou seus esforços (dentro da seqüência histórica) nos períodos Moderno e Contemporâneo (180h/aula), ainda assim dispensou 90h/aula para o século XIX, deixando apenas 30h/aula para o período Colonial. Este, diferentemente do modelo atual (tabela XXI) parece ser um modo de contemplar, tanto o acréscimo de conteúdo causado pela “acumulação” histórica, quanto de trabalhar os gêneros literários. Em termos bibliográficos, na tabela XX, para a UFC é repetido o da tabela XVIII e, na UFF, encontramos as seguintes obras literárias: Literatura Brasileira IV – 12E- ANDRADE, O Poesias reunidas, 299E- ANDRADE, C. D. Poesia e prosa; 417EMENDES, M. Poesias; na Literatura Brasileira V – 303E - ANDRADE, O. Memórias sentimentais de João Miramar, 304E - ANDRADE, O. O Rei da Vela, 305E ANDRADE, O. Um homem sem profissão (sob as ordens da mamãe); e na Literatura Brasileira VI – 309E- ANTUNES, A. Tudos; 348E- CESAR, A. C. Inéditos e dispersos; 403 e 404E- LEMINSKI, P. Não fosse isso e era menos não fosse tanto e era quase e Distraídos venceremos; 423E- NASSAR, R. Um copo de cólera; 432E- PAULA, J. A. de. Panamérica; 438E- POMPEU, R. Quatro-olhos. Em termos de bibliografia crítica na Literatura Brasileira IV: 67E-CANDIDO, A. Na Sala de Aula., 101E- FRIEDRICH, H. Estrutura da Lírica Moderna, 141E- LIMA, L.C. Dispersa demanda: ensaios sobre literatura e teoria; 226E- SANTIAGO, S. Carlos Drummond de Andrade; 391E- JAKOBSON, R. Lingüística, poética, cinema; 394E- KOTHE, F. (org.) Textos de Walter Benjamin; na Literatura Brasileira V: 15EANDRADE, O. Do Pau Brasil à Antropofagia e às Utopias; 141 e 143E- LIMA, L.C. Dispersa demanda: ensaios sobre literatura e teoria e O controle do imaginário. Razão e imaginação no Ocidente; 402E- LEJEUNE, P. “Le pacte autobiographique (bis)”; 407 e 408E- LIMA, L. C. “Ficção e documento” e “Mimesis, um conceito proscrito”; e na Literatura Brasileira VI: 1E- ABDALA JUNIOR, B.; CAMPEDELLI, S. Y. Tempos da literatura brasileira; 101E- FRIEDRICH, H. Estrutura da Lírica Moderna; 250 e 251E- SUSSEKIND, F. Tal Brasil, qual romance? Uma estética e sua história: o naturalismo e Literatura e Vida Literária: polêmicas, diários e retratos; 400E- LEITE, S. U. Obra em dobras; 447E- ROCCO, M. T. F. Literatura/Ensino: uma problemática; 453E- SANTIAGO, S. Nas malhas da letra. Não há coincidências bibliográficas entre UFF e UFC (no que tange à tabela XX). Como os textos para a UFC, da tabela XX, são os mesmos já apresentados na tabela XVIII, nos excusamos de especificar autor e obra uma vez que isto já foi feito, 175 apenas elencamos, para registro seus números: 40E, 42E, 54E, 55E, 83E, 162E, 176E, 179E, 210E, 255E. Entre UFC e UFRR também não há nenhum texto coincidente. Mas entre UFF e UFRR há algumas coincidências, cada qual referente a uma disciplina da UFF, quando relacionada à UFRR. Entre a Literatura Brasileira IV da UFF (tabela XX) e a UFRR, há o seguinte texto em comum: 67E-CANDIDO, A. Na Sala de Aula. Entre a Literatura Brasileira V da UFF (tabela XX) e a UFRR não há textos em comum e entre a Literatura Brasileira VI (tabela XX) da UFF e a UFRR há o texto: 1EABDALA JUNIOR, B; CAMPEDELLI, S. Tempos da Literatura Brasileira. Nossa tabela XX trará, como já dissemos, cinco disciplinas (01 – UFRR, 01 – UFC, 03 – UFF). Mas além destas teremos, só para a UFF, a análise de três programas de Literatura Brasileira IV, dois de Literatura Brasileira V, e quatro de Literatura Brasileira VI (que não constam da tabela XX). A análise comparativa dar-se-á entre os textos da bibliografia destes programas extra-tabela com os programas de UFC, UFRR e UFF que constam da tabela XX. A Literatura brasileira IV da UFF apresenta- nos, como já dissemos acima, três outros distintos programas além daquele que consta de nossa tabela. A cada qual, para tentarmos evitar confusões, atribuiremos uma letra em ordem alfabética; assim teremos programas de Literatura Brasileira IV “A”, “B” e “C”. Há entre as três disciplinas de Literatura Brasileira IV da UFF, não disponibilizadas em nossa tabela XX, uma dificuldade de leitura no sentido de distinguirmos título de ementa. Aparentemente a ementa, a exemplo do que ocorre na pós-graduação hoje, era um título mais abrangente que permitia ao professor, derivar dali um conteúdo mais condizente com sua área de atuação. Vejamos nos exemplos a seguir, respectivamente Literatura Brasileira IV “A”, “B” e “C”, os diferentes títulos dados às mesmas disciplinas em diferentes períodos: “Romantismo II: Narrativa, Teatro. Realismo, Parnasianismo. (Monografia). Titulo: Aspectos da marginalidade na literatura do período”. (“A” - 1982); “Do Simbolismo ao Modernismo ” (“B” - sem data) e “Poesia Simbolista e do Modernismo” (“C” - 1992.2). Cada um aponta numa direção diferente, indicando ter, provavelmente, havido ali, ou uma outra reformulação da grade, da qual não tivemos notícia através dos documentos e depoimentos que colhemos, ou uma grande liberdade de construção do conteúdo a partir de uma ementa única. Os programas para “A”, “B” e “C” (Literatura Brasileira IV) variam do Romantismo à poesia contemporânea, passando pelo teatro. 176 Os três programas apontam diferentes direções: Literatura Brasileira IV “A” – “1. A critica de costumes no teatro romântico: O Noviço, de Martins Pena, e O demônio familiar, de José de Alencar; o papel do drama na formação da consciência coletiva; a norma social e a interação das “classes”; 2. O cortiço, de Aluisio de Azevedo, e a malandragem carioca. As fronteiras com a criminalidade, no tratamento naturalista das “classes baixas”; 3. A realização do personagem transgressor no Romantismo e no Naturalismo: Memórias de um sargento de milícias,de Manuel Antonio de Almeida, e O missionário, de Inglês de Sousa; 4. Quincas Borba de Machado de Assis: marginalidade e conflito sócio-existencial; 5. A poesia parnasiana: o “maravilhoso patológico” como possibilidade de infração”. (“A”); Literatura brasileira IV “B” – “1. O Simbolismo; 2. Transição para o Modernismo. Simbolismo subdividido em: As vanguardas européias, manifestos; Musicalidade e poeticidade; entre Eros e Tanatos. Amor e morte na Poesia Simbolista; Em busca dos arquétipos perdidos: a reinvenção do mito.” Transição subdividida em: O pré- modernismo; A Semana de Arte Moderna; Manisfestos e Grupos; A Poesia Modernista”. (“B”); e a Literatura Brasileira IV “C” – “Presença do decadentismo europeu “fin de siecle” no Simbolismo Brasileiro. Mudança e permanência dos traços parnasianos; Cruz e Souza, Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry. A posição de Augusto dos Anjos. Temas comuns e diferenças de realização; O modernismo: Mario de Andrade: Paulicéia Desvairada; Oswald de Andrade: Poesia Pau-Brasil, Primitivismo e Verdeamarelismo: Raul Bopp e Cassiano Ricardo. A posição de Jorge Lima; Desdobramentos. Consolidação/Superação (do projeto modernista) em Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. A contribuição do Surrealismo e o trânsito para a contemporaneidade”. (C) Muitas são as diferenças existentes entre estes programas de Literatura Brasileira IV. O primeiro “A” progride do teatro Romântico para as narrativas do Próprio Romantismo, do Realismo e do Naturalismo, alcançando a poesia Parnasiana; o segundo inicia-se pelo Simbolismo poético, entra no Pré-Modernismo e depois desemboca nas vanguardas dando ênfase à poesia; e o terceiro “C” trabalhará com alguns aspectos do Decadentismo, do Simbolismo e das Vanguardas até a contemporaneidade. Não forneceremos aqui a bibliografia completa de cada uma destas disciplinas para evitar maiores delongas. Elas serão fornecidas no anexo II desta tese. Entre a Literatura Brasileira IV da UFF “A” e a UFC e UFRR (tabela XX) não há coincidências bibliográficas. Mas entre o programa “B” de Literatura Brasileira IV 177 da UFF e a UFC há os seguintes textos em comum: 179E- MURICY, A. Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro, 255E- TELLES, G.M. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro. Já com a UFRR, a coincidência deste programa “A” da UFF (extra-tabela) é a seguinte: 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. Acrescente-se 80E- COUTINHO, A. A Literatura no Brasil, (como coincidente ao programa da UFRR na tabela XX) entre os textos da lista de coincidências anterior (“B”), e nosso terceiro programa de Literatura brasileira IV da UFF (que também não consta da tabela), a que chamamos de “C”, terá sido comparado com os programas de UFRR e UFC da tabela XX. No caso da Literatura Brasileira V há também dois programas diferentes sob a mesma denominação, que não poderão constar de nossa tabela XX. A estes chamaremos, a exemplo do que foi feito anteriormente, de programas de Literatura Brasileira V “A” e “B”. Nestes programas há um pouco menos de disparidade, pois as ementas são iguais (“Modernismo: narrativa e teatro”) e o conteúdo tende a ser semelhante. O programa “A” está dividido em: “O Modernismo e o Macunaima de Mario de Andrade; A narrativa curta em Mário de Andrade e Alcântara Machado, o romance em Oswald de Andrade; Desdobramentos: o romance de 30, o romance regionalista do Nordeste: Raquel de Queiroz, José Américo de Almeida, José Lins do Rego, Graciliano Ramos; O Teatro. Perfil do teatro no Brasil. Tendências modernistas contemporâneas. Dramaturgia/ Montagem/Direção. Teatro do Estudante e seus desdobramentos. Nelson Rodrigues; Teatro do modernismo. Oswald de Andrade. Teatro de hoje”. (A); e o programa “B” está dividido em: “Introdução ao curso com leitura/apreciação dos Manifestos Antropófago e Pau-Brasil, com referências a vanguarda européia. Explicação pratica com passagens de Memórias sentimentais de João Miramar, de O. de Andrade; Leitura de Macunaíma, de M.de Andrade; Introdução a 2ª. Fase do Modernismo (depois de 1930), com a trajetória de alguns poetas, e diferenciação entre as chamadas “fase heróica” e “fase social”; Leitura de Fogo Morto, de J. Lins do Rego; Leitura de O rei da vela, de O. de Andrade. (B). Há, é claro, diferenças entre ambos, pois enquanto programa “A” privilegia o romance, a narrativa curta das vanguardas e o teatro contemporâneo, o programa “B” aponta mais para a poesia contemporânea e da segunda fase do Modernismo”. Embora a ênfase do programa “B” esteja na poesia, o teatro não é deixado pra trás, sendo visto em o Rei da vela de Oswald de Andrade. 178 Também neste caso, assim como na Literatura Brasileira VI, remeteremos ao anexo II para uma visão da bibliografia destes programas que não constam da tabela XX. Três são os textos em comum entre a Literatura Brasileira V “A” da UFF e a UFRR (tabela XX): 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 63ECÂNDIDO, A. Vários Escritos, 81E- COUTINHO, A. Introdução à Literatura no Brasil. Em comum com a UFC para este programa “A” da UFF, apenas: 162EMARTINS, W. O modernismo. O programa “B” de Literatura Brasileira V apresenta apenas uma sobreposição com o programa da UFRR (tabela XX), trata-se de: 45EBOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. Para a Literatura Brasileira VI há, curiosamente, quatro outros programas de disciplina, dos quais dois, “A” e “B”, foram aplicados concomitantemente por diferentes professores e, 1993.1. Os programas “C” e “D” por sua vez não possuem data de aplicação definida, mas sua descrição de conteúdo também se enquadra no ementário e no fluxograma das disciplinas mais antigas da UFF. A ementa para “A” e “B” é: “Manifestações contemporâneas”; a ementa de “C” é: “Romance e Sociedade a partir dos anos Trinta”; e a ementa de “D”: “Caracterização e análise da ficção produzida a partir da década de 30, observada a partir da leitura crítica de obras que representem um marco importante quanto à técnica literária e à temática no conjunto da Literatura Brasileira; apresentação de elementos fundadores da narrativa; discussão de ensaios críticos fundamentais para a compreensão das obras pospostas”. Os programas de Literatura Brasileira VI da UFF que não constam da tabela XX, estão assim divididos: “A”- “Conceitos fundamentais da pós-modernidade; a ficção de Caio Fernando Abreu; O teatro de Paulo César Coutinho”; “B” – “O Conto Contemporâneo: Laços de Família (Clarice Lispector), Romance Negro e outras histórias (Rubem Fonseca), Três mulheres de Três PPPês (Paulo Emílio Salles Gomes)”; “C” – “Leitura de São Bernardo, Fogo Morto, O amanuense Belmiro, Sagarana e A hora da Estrela, com vistas a rastrear a relação entre Literatura e sociedade e/ou História, Literatura e Cultura, enfatizando, igualmente, a relação entre tradição e renovação, normas vigentes e novos modos de construção da obra literária”; e “D” – “Serão lidas obras selecionadas no seguinte grupo de autores: G. Ramos, C. Lispector, J.G. Rosa, A. Dourado, O.Lins, R. Nassar, S.Sant´Anna, J.G. Noll, R. Fonseca, L. Luft e S. Santiago. Os objetivos são levar os alunos a conhecer obras e autores fundadores da ficção brasileira do período, trabalhar com a produção crítica 179 fundamental para a compreens ão das obras propostas e analisar os elementos constituintes do gênero – foco narrativo, personagem, enredo, tempo – com apoio de bibliografia teórica atualizada e pertinente”. As disciplinas “A” e “B” de Literatura Brasileira VI da UFF parecem pouco discordar em seu objeto. Exceto pelo fato de “A” buscar a esfera do texto teatral para trabalhar, enquanto “B” apenas parece trabalhar com a narrativa da ficção; em compensação, a disciplina “C” acrescenta às demais a relação Literatura-História e a discussão entre “renovação e tradição”, assim como a questão dos “modos vigentes e novos modos de construção” do literário; dos quatro, o que asssume um papel mais “austero” de incursão historiográfica é o programa “D” cuja proposta é a de trabalhar com textos críticos (talvez de modo “instrumental”?) para a compreensão de textos variados de nossa Literatura Nacional, além de elencar determinadas categorias de análise próprias de um determinado modelo de análise. Para a Literatura Brasileira VI, uma única coincidênc ia ocorrerá entre os programas extra-tabela e o programa “A” (dos quatro existentes a mais!), trata-se do texto 129E- HUTCHEON, L. Poética do Pós-Modernismo: história, teoria, ficção. Na tabela XXI, referente aos programas mais recentes destas mesmas disciplinas (relativas à Literatura Brasileira III da UFRR), podemos notar uma proximidade maior entre os programas, o que permite uma comparação mais apropriada. Nas disciplinas da tabela XXI, tanto a UFC, que transfere o conteúdo referente ao regionalismo da antiga Literatura Brasileira III (tabela XXXV) para um outro campo disciplinar (o das Literaturas Regional, Popular e Cearense – respectivamente tabelas XXXV, XXXVI e XXXVII/XXXVIII) inicia seu conteúdo com “Pré- modernismo” nacional, quanto a UFRR (que inicia com as Vanguardas Brasileiras), quanto a UFF (que pretende tratar de todo o século XX), procuram chegar à contemporaneidade. Mas no caso da UFC esta chegada à contemporaneidade vai se dar em duas distintas etapas. Na primeira etapa serão estudados o Pré- modernismo e as vanguardas (60 horas/aula – Literatura Brasileira III – tabela XXI), e na segunda etapa serão estudadas da geração de 45 em diante até nossos dias (60 horas/aula – Literatura Brasileira IV). Tanto UFF quanto UFC dispõem de quatro disciplinas de Literatura Brasileira. 180 Tabela XXI: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Brasileira III (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa UFRR Atual 60 Estudo tópico do movimento modernista e da contemporaneidade brasileiros Bibl. Liter.* 32, 49, 56, 232, 261 Bibliogr. 1, 11 (Macunaíma prá lá crítica * de Brasil por Telê P.A. Lopez), 16 (Serafim:um grande não livro por Haroldo de Campos), 20, 27, 45, 58, 74, 75, 80, 81, 88, 89, 91, 104, 114, 129, 166, 174, 175, 200, 202, 241, 245, 255. Linha de 1) A abertura dos campos estudos no Br., 1.1) a semana de moderna, 1.2) proposta arte Fragmentação da narrativa: Mario e Oswald de Andrade e 1.3 ) A renovação estética da poesia brasileira: Mário e Oswald de Andrade além de Manuel Bandeira; 2) Diálogos Intertextuais 2.1) Política e representação liter. na literat. Brasil., 2.2) literat. Intimista; 3) Contemporan. na Prosa e na poesia, 3.1) primeiras manifestações: poesia concreta, 3.2) Narrativas Pós-modernas, 3.3) subversão da poesia pós 1960. UFC (Lit. Bras. III/IV) UFF (Li.t Bras. XIV) Atual Atual 60/60 60 Estudo da Literat. Bras., abrangendo o Estudar e analisar as obras líricas e narrativas da Pré-Modernismo., o Modernismo e a Literat. Brasileira produzidas no século XX, geração de 30. levando-se em conta os eventos literários, culturais, Estudo crítico-analítico da literat. sociais e históricos fundamentais que se espraiam Brasileira, no período que se inicia sincrônica e diacronicamente em torno da Semana com a geração de 45 e se estende à de Arte Moderna. contemporaneidade. Não consta do programa Sugere-se que alguns dos seguintes autores tenham alguma(s) de suas obras articuladas pelos três eixos propostos, sem a excludência de outros a critério do Professor: prosa: M. de Andrade, O. de Andrade, G. Ramos, L. Barreto, G. Rosa, C. Lispector, R .Fonseca, J. Gilberto Noll; na poesia: M. de Andrade, O. de 259 Andrade, C. D. de Andrade, J. C. de Melo Neto, M. Bandeira, M . Mendes, C. Meireles, A. Prado, F. Gullar, M. de Barros. 3, 42, 45, 54, 81, 83, 162, 163, 172, Geral: 23, 25(Estética e correntes do Modernismo por 175, 209 Benedito Nunes), 34, 45, 68 (O Modernismo), 70, 80(O Modernismo), 102, 161(O Modernismo), 170(A estética do Modern. do ponto de vista da História da cultura), 181, 201, 213, 255. Específica: 4, 6 (Prefácio interessantíssimo), 7, 8(O movimento modern.), 9, 10, 12(Poesia Pau-Brasil por P.Prado), 13, 14(Uma poética da radicalidade por H. de 19, 43, 45, 59, 68, 76, 155, 173, 215, Campos), 15(Antropofagia ao alcance de todos por B. 244, 251, 255, 260 Nunes), 25(Estéticas e correntes do Modern. por B. Nunes), 39, 61(Estilíst. miramariana), 62, 119, 125, 133(Modern.-projeto estético e ideológico), 153, 154, 165, 227(O entre-lugar do discurso latino-americ.). 4 itens: Pré -modern.(conc. E caract.; Em face da abrangência, este Curso deve ser E. Cunha, G. Aranha, L.Barreto, trabalhado em tomo de 3 eixos simultâneos, que M.Lobato,A.Anjos); Modern.(Sem. privilegiem os processos estilísticos e temáticos Arte Mod.; primeira geração: M. relacionados à prosa e à poesia dos autores Bandeira, M. Andrade); a poesia de recortados no período, numa perspectiva geração de 30 (C.D.Andrade, C. comparatista em relação a outros referenciais Meireles, V. Moraes), Prosa da ger. de estético-formais. Eixos: a) Sistematização dos temas 30(urbana de O. Faria e C. Anjos; recorrentes e/ou divergentes da(s) estética(s) do regional nordest.; rom. Social de R. período; b) Problematização dos vários estilos e Queiroz, J.Amado J.A.Almeida, procedimentos narrativos que se sucedem e se J.L.Rego, G.Ramos) articulam por semelhanças ou por diferenças no 4 itens: Prosa da geração de 45 (C. diálogo com o passado estético-cultural brasileiro e Lispector, G. Rosa; poesia de J.C.Melo europeu;c) Estabelecim. das várias formas de Neto), vanguardas de 50 e 60 (poesia textualização da poesia do período, em seus concreta, Práxis, Poema Processo); aspectos autoreferenciadores e em suas múltiplas Ficção dos anos 70 (panorama estratégias de intervenção e de leitura das estéticas histórico-cultural da época; contos e antecedentes, seja através dos deslocamentos romances; ficção de vanguarda); paródicos, seja por meio das relações de imitação, paráfrase e/ou releitura crítica. Contemp. (poesia dos anos 80) *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 181 No caso da UFF, houve uma opção por incrementar o estudo do século XIX, com duas disciplinas, uma de prosa a outra de verso, enquanto na UFC o foco maior se deu no século XX, seguindo em parte a lógica da historiografica linear adotada outrora pela UFF (tabelas XVI, XVIII e XX), quando “didatizada”, de que com o passar dos anos, das décadas, o conteúdo tende a aumentar, a se acumular. Talvez na UFF esta nova opção (tabela XXI) tenha se dado em função de um maior número de especialistas na Literatura do século XIX, talvez não. Pode ter ocorrido também que lá a opção tenha sido feita em função de ser este o período de formação dos Estados Nacionais, e, portanto, um momento especial para o surgimento das “ciências” literárias. De todo modo, não será algo que poderemos afirmar neste trabalho com certeza. O que se quer aqui é, de certo modo, traçar um diferencial entre estas duas instituições, no emprego que deram ao espaço “a mais”, de que puderam dispor para a Literatura Brasileira. No caso da UFF, falar em espaço “a mais” pode vir a ser um engano, pois se tomarmos como referência a própria UFF de outrora, não podemos nos esquecer que o curso de Letras desta instituição, já teve, em sua grade antiga, seis disciplinas de Literatura Brasileira. No entanto se compararmos esta quantidade ao modelo de outras instituições, como a UFSC, por exemplo, num passado recente (currículo mínimo, desde o advento da transformação dos cursos de seriados para o sistema de créditos), veremos que a média era de três semestres de Literatura Brasileira. A própria UFC, pelo material que temos em mãos, não tinha antes senão três disciplinas de Literatura Brasileira (modelo do qual a UFRR deve ter herdado o seu, também de três). Na tabela XXI podemos perceber, quanto à UFC, que parte da bibliografia deste programa atual estava no antigo de Literatura Brasileira II. Além disso, pode-se dizer de modo geral, que os textos 45E e 175E aparecem em todos os programas da UFRR e neste da UFC; que o 81E aparece em todos os programas de todas as épocas (UFRR e UFC). Além disso, há disponível uma gama razoável de textos literários tanto na UFF, quanto na UFRR, sendo menor a incidência na bibliografia da UFC. Talvez a inespecificidade do conteúdo, de cunho panorâmico propicie este efeito, fazendo com que o aluno não se aprofunde numa obra específica. Em contrapartida há uma clara advertência, no conteúdo da disciplina da UFF, que aponta para a impossibilidade de trabalharmos mais de três eixos de leitura ao longo do curso: “Em face da abrangência, este Curso deve ser trabalhado em torno de 3 eixos simultâneos, que privilegiem os processos estilísticos e temáticos relacionados à prosa e à poesia dos autores recortados 182 no período, numa perspectiva comparatista em relação a outros referenciais estéticoformais.” Comparando as bibliografias, nota-se a unanimidade de 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira e 255E- TELLES, G. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro (na UFC, apenas na Literatura Brasileira IV). Além destas, a bibliografia de UFRR coincide com: a Literatura Brasileira III da UFC em 81ECOUTINHO, A. Introdução à Literatura no Brasil e 175E-MOISÉS, M. História da Literatura Brasileira; com a UFF em 80E-COUTINHO, A. A literatura no Brasil. A UFC e a UFF, além das 2 citadas acima, tem em comum na disciplina Literatura Brasileira IV da UFC, 68E-CÂNDIDO, A.; CASTELLO, J.A. Presença da Literatura Brasileira: das origens ao Romantismo . Na Literatura Brasileira XIV da UFF também ocorreu o mesmo fenômeno das suas antecessoras. Os programas se multiplicaram tomando diferentes rumos no mesmo período (“atual”) em tela. Para a Literatura Brasileira XIV da tabela XXI haverá três programas diferentes “A”, “B” e “C” que não poderão, por falta de espaço, figurar desta tabela. Do programa “A” não conhecemos a data de aplicação, embora saibamos pelo formato e proposta ser posterior a 1995. Os programas, “A”, “B” – trabalhado em 1996.1 e “C” – em 1997.1, adotaram os seguintes conteúdos e ementas62 : “A” (conteúdo) –“1. Estudo da poesia romântica, compreendendo: as formas do lirismo romântico e a relação entre o Eu lírico e o mundo; a natureza como componente e participante da representação romântica; a idéia de nacionalidade; a antinomia de amor e morte; 2. Estudo da poesia parnasiana, compreendendo: a arte pela arte ou o culto da forma como sensibilidade fria; as imagens marmóreas da poesia e o distanciamento entre Eu lírico e objeto”; “B” (ementa) – “O romantismo e a questão da identidade nacional; o Parnasianismo e o cientificismo; a representação do desejo na poesia brasileira do século XIX; o discurso poético feminino e masculino, afinidades e diferenças, marcando a afirmação da mulher na literatura, a repressão do desejo na poesia”; e “C” (ementa) – “Estudo dos procedimentos estético-formais das poéticas romântica, parnasiana e simbolista”. Entre os três, a diversidade é um pouco menos exacerbada que em outras disciplinas da UFF (que vimos aqui anteriormente), mas, ainda assim existe. O primeiro procura trabalhar a poesia do Romantismo e do 62 Em função de não haver, ao menos nos programas de disciplinas fornecidos pela UFF para esta pesquisa, um formato próprio de programa pré-definido, ora haverá “ementa” e “conteúdo”, ora apenas “conteúdo” e, de quando em vez, apenas a “ementa” será fornecida. 183 parnasianismo; o segundo “B” procura estabelecer relações entre Romantismo e identidade nacional, Parnasianismo e cientificismo, além de buscar a questão dos gêneros humanos na poesia destes períodos; o terceiro “C” já aponta para a questão estético- formal da poesia do Romantismo, da Parnasianismo e do Simbolismo. Todos os três parecem se enquadrar no ementário geral da UFF para esta disciplina. No geral estes programas apresentam pouca bibliografia em comum com os demais programas da tabela XXI. O programa “A”, por exemplo, não proporcionou nenhuma coincidência bibliográfica. O programa “B”, por seu turno, teve como textos coincidentes: 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira (comum a todas as presentes na tabela XXI), 80E- COUTINHO, A. A Literatura no Brasil (com UFRR e UFF – tabela XXI) e 8E- ANDRADE, M. Aspectos da Literatura Brasileira (com o programa da UFF - Literatura brasileira XIV da tabela XXI). O programa “C” de Literatura Brasileira XIV da UFF, teve como reincidências bibliográficas os seguintes pares: 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira (Romantismo, Simbolismo), comum a todas as demais; 7E- ANDRADE, M. O empalhador de passarinho e 8E- ANDRADE, M. Aspectos da Literatura Brasileira (ao programa da UFF da tabela XIV) Para uma melhor visão da bibliografia completa destes programas “A”, “B” e “C” de Literatura Brasileira XIV da UFF, remetemos ao anexo III desta tese. 5.2 – A Literatura Portuguesa A Literatura Portuguesa, não só em função da angústia que sentem os alunos de graduação (da UFRR, pelo menos) em relação a uma sua possível “aplicabilidade” prática, o que equivale dizer ao mercado de trabalho e da necessidade do seu conteúdo no dia-a-dia, tem perdido espaço em nossa IFES, ao longo dos últimos anos, uma vez que a maioria dos alunos de Letras (os das Licenciaturas duplas) não precisam cursar a disciplina de número III, ficando restritos a apenas dois semestres de Literatura Portuguesa. Na UFF, apesar do gabarito e do prestígio de seu corpo docente, a disciplina se resume, no período em tela, em termos de carga horária obrigatória, a duas disciplinas introdutórias. 184 Tabela XXII: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa I (programas antigos) IES Vigência C.H. Ementa UFRR Antiga (1990.2, s.d.) 60 Estudo da literatura do século XII, considerando-se a posição do povo português e, especialmente, o desenvolvimento dos diversos estilos até o romantismo (1990.2) Estudo da Literatura Portuguesa da época medieval a partir das origens da língua e da cultura portuguesas e sua evolução para o Humanismo, Renascimento, Barroco e Arcadismo, observando os aspectos sociais, políticos, econômicos e morais, assim como a evolução da mentalidade do povo lusitano dentro do contexto europeu da época. (alteração) Não consta do Programa: Toda a Literatura Portuguesa do período abrangida nas obras críticas. (1990) 43, 44, 137, 172, 372, 374 (alter.) 157, 228, 229, 310, 350 (1990.2) 2, 15, 87, 148, 228, 229, 310, 336 (após alteração) Bibliogr. literária * Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta História da literatura portuguesa (e de Portugal) das origens de Portugal ao final do século XVIII e início do século XIX. Programa organizado em nove itens, até a poesia pré-romântica de Bocage (1990.2) Nove unidades organizadas em tópicos cronologicamente progressivos que abrangem desde a situação geográfica de Portugal na Europa até a poesia Árcade em Portugal ( 9.4 Manuel Maria du Bocage) (após alteração) Aplicabilid ade/objetiv o Levar o aluno a conhecer os diversos estilos de época deste período (1990.2) Nenhuma palavra sobre os objetivos da disciplina (alteração) UFC Antigo (1981.1, 1982.2, 1991.2) 60 Estudo da Literatura Medieval e Clássica, com fundamento na análise dos estilos de época: trovadorismo, humanismo, classicismo, barroco e arcadismo e destaque dos autores mais representativos. (1981.1, 1982.2) Estudo da Literatura Portuguesa compreendendo o Trovadorismo, o Humanismo, o Classicismo, o Maneirismo, o Barroco e o Arcadismo. (1991.2) UFF – GLT04016 Antigo (s.d.) 60 Linhas de força da Literatura Portuguesa em diálogo com o contexto sóciocultural, das origens ao Romantismo: D. Dinis, Camões, Vieira, Bocage, Camilo Castelo Branco e outros. Não consta 44, 390, 393, 374 62, 63, 64, 69, 113, 120, 158, 217, 218, 228, 255, 310, 334, 342, 357, 360 (1982.2) 23, 68, 69, 72, 90, 164, 223, 226, 227, 228, 237, 239, 300, 310, 352, 353 (1991.2). Dividido em 5 unidades: 1. Trovadorismo (os cancioneiros e a gênese das cantigas; principais trovadores e novelas de cavalaria), Humanismo (cronistas-F. Lopes, G. Vicente), Classicismo e maneirismo (Camões, Bernardim Ribeiro, F. Mendes Pinto, literatura de viagens), Barroco(cultismo e conceptismo, Pe. Vieira, Pe. Manuel Berbardes, D. Francisco Manoel de Melo), Arcadismo (as arcadias e o seu papel critico, Bocage, J. Anastácio da Cunha e Marquesa de Alorna) Não consta 64, 148, 310, 397, 415 Não consta Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Das três apenas a UFC - cujo grau de excelência tende a ser, nesta área, o maior dos três (pela produção apresentada no conteúdo bibliográfico de suas disciplinas deste campo) - conta efetivamente com três disciplinas de Literatura Portuguesa, e além dessas institui uma quarta disciplina obrigatória de Cultura Portuguesa. Os professores 185 da UFC souberam investir em outros “campos”, propondo-se a trabalhar desde a História da Literatura, às Literaturas Africanas em optativas de Literatura Portuguesa. O corpo docente da UFF, por outro lado, aposta no leque de optativas como forma de recuperar o “terreno” (obrigatório) perdido (na grade do curso) na esperança de atrair novos adeptos e, quiçá, futuros professores-pesquisadores. Tanto a primeira versão da ementa, quanto a segunda, do programa de Literatura Portuguesa I da UFRR (tabela XXII), apresentam uma disposição, no sentido de buscar as origens e a cultura de Portugal, como pretextos iniciais para sua Literatura, conforme consta de seu conteúdo: “das origens de Portugal ao final do século XVIII e início do século XIX”. Na UFC esta disposição não fica tão clara, embora as ementas sejam muito semelhantes às da UFRR, do ponto de vista dos itens que o compõem. Ambas apresentam um conteúdo por demais extensivo, chegando mesmo, o primeiro programa da UFRR, bem como o da UFF, a querer abranger, inclusive, o movimento Romântico de Portugal (embora o segundo programa da UFF, sem ementa, traga conteúdo que vai até o Maneirismo de Camões). A bibliografia para a Literatura Portuguesa I da UFRR no início da década de 90 apresentava apenas três autores no campo da História da Literatura e um crítico – 310DSARAIVA, A. J. & LOPES, O. História da Literatura Portuguesa, 359D- SPINA, S. Presença da Literatura Portuguesa, 228 e 229D- MOISÉS, M. A Literatura Portuguesa e A Literatura Portuguesa Através dos Textos, 157- KAISER, W. Análise da Obra Literária – de 95 em diante passou a não contar mais com: 359D- SPINA e 157- KAISER, incorporando os seguintes textos literários: 43 e 44D- CAMÕES, L.V. de. Lírica e Os Lusíadas, 137D- GOMES, A. C. Poemas escolhidos de Bocage, 172DLOPES, F. Textos escolhidos, 372D- VICENTE, G. Obras-primas doTeatro Vicentino, 374D-VIEIRA, A. Pe. Os sermões e os textos críticos de: 2D-.ABDALA, B. JR.; PASCHOLIN, M.A. A História da Literatura Portuguesa,15D- AMORA, A. S. et al. Presença da Literatura Portuguesa, 87D- CUNHA, M H. R. da; PIVA, L. Lirismo e epopéia em Luis de Camões, 148D- HAUSER, A. História Social da Arte e da Literatura, 228 e 229D- MOISÉS, M. – A Literatura Portuguesa e A Literatura Portuguesa Através dos Textos, 310D- SARAIVA, A. J. ; LOPES, O. – História da Literatura Portuguesa, 336D- SILVA, V. E. A. Teoria da Literatura. A UFC, por sua vez adotava os seguintes textos em 1981 e 1982 iguais à UFRR: 310D- SARAIVA, A. J. & LOPES, O. História da Literatura Portuguesa, 228DMOISÉS, M. A Literatura Portuguesa; além dos seguintes textos: 62D- CIDADE, H. 186 Lições de Cultura e Literatura Portuguesa, 63D- CIDADE, H. Luís de Camões, O Lírico, 64D- CIDADE, H. Luís de Camões. O Épico, 69D- COELHO, J. P. Dicionário de Literatura, 113D- FERREIRA, J. História da Literatura Portuguesa, 120DFIGUEIREDO, F. História da Literatura Clássica, 158D- LAPA, R. Lições de Literatura Portuguesa, 217D- MENDES, J. Literatura Portuguesa I, 218D- MENDES, J. Literatura Portuguesa II, 255D- PIMPÃO, C. Idade Média, 334D- AGUIAR E SILVA, V.M. Maneirismo e Barroco na Poesia Lírica Portuguesa, 342D- SIMÕES, J.G. História da Poesia Portuguesa, 357D- SPINA, S. Apresentação da Lírica Trovadoresca, 360D- SPINA, S.; SANTILLI, M.A. Apresentação da Poesia Barroca Portuguesa. A estes títulos vieram ser somados, em meados da década de 90 os seguintes autores e obras: 32D - Berardinelli, C. Estudos camonianos, 21D - Azevedo Filho, L. As cantigas de Pero Meogo, 22D - Azevedo Filho, L. Lírica de Camões: história, metodologia, corpus, 165D - Linhares Filho. "O lirismo em Os Lusíadas.. Revista de I.etras,169D - Linhares Filho. O maneirismo na lírica de Camões. Revista de Letras, 306D - Saraiva, A.J. O discurso engenhoso: estudo sobre Vieira e outros autores barrocos, 358D- SPINA, S. A lírica trovadoresca. Na bibliografia da UFF constavam: 44D- CAMOES, L. Os Lusíadas; 390DBOCAGE, M.M. B. du. Sonetos; 393D- BRANCO, C. C. Amor de perdição; 374DVIEIRA Pe A. Os sermões; 64D- CIDADE, H. Luis de Camões - o épico; 148DHAUSER, A. História social da arte e da literatura; 310D- SARAIVA, A.J.; LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa; 397D- CIDADE, H. A poesia lírica cultista e conceptista; 415D- NUNES, J.J. Cantigas d’amigo dos trovadores galego-portugeses. Das bibliografias podemos destacar como textos utilizados em comum: 44DCAMOES, L. Os Lusíadas (UFRR/UFF consta como subitem do conteúdo da UFC embora não esteja na bibliografia), 374D- VIEIRA Pe A. Os sermões (UFRR/UFF); textos críticos: 64D- CIDADE, H. Luis de Camões - o épico (UFC/UFF); 148DHAUSER, A. História social da arte e da literatura (UFRR/UFF); 310D- SARAIVA, A.J.; LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa (nos três da Tabela XXII). Além do já listados na tabela XXII há um outro programa da UFF sem data e sem ementa, cujo conteúdo está dividido em três itens: “A Literatura Medieval Portuguesa; O Teatro de Gil Vicente e Camões: o apogeu literário e a decadência histórica. A literatura medieval subdividido em: a cultura medieval e a cultura peninsular; a literatura medieval e a literatura peninsular; questões de leitura e oralidade; os gêneros literários medievais. O Teatro de Gil Vicente subdividido em: O 187 teatro peninsular; a cultura dos descobrimentos; o riso, o cômico e o lúdico no teatro vicentino; a nostalgia da ordem. Camões subdividido em: O Renascimento e o maneirismo; Camões clássico; Camões maneirista; Os Lusíadas.” Este programa (extra-tabela) apresenta, no cruzamento com os demais presentes na tabela XXII, os seguintes textos em confluência 63 : 62D- CIDADE, H. Lições de cultura e literatura portuguesa (com UFC e UFF), 158D- LAPA, R. Lições de literatura portuguesa: época medieval (com UFC e UFF), 310D- SARAIVA, A.J.; LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa (com as três), 148D- HAUSER, A. História social da arte e da literatura (com UFRR e UFF), 44D- CAMOES, L. Os Lusíadas, 63D- CIDADE, H. Luis de Camões - o lírico (com UFC e UFF), 64DCIDADE, H. Luis de Camões - o épico (com UFC e UFF), 334D- SILVA, V. M. P. de A. Maneirismo e barroco na poesia lírica portuguesa (com UFC e UFF). Enquanto de modo geral UFC e UFF, em Literatura Brasileira, tiveram em comum poucas obras, em Literatura Portuguesa parecem estar mais afinadas, quer pela ausência de uma maior quantidade de textos publicados e/ou circulando no Brasil, quer por uma identidade maior nesta área entre ambas as instituições. Nos programas novos (tabela XXIII), por uma questão de diferença no modelo adotado pela UFF, para a apresentação de seu conteúdo, separado em duas disciplinas concomitantes, uma dizendo respeito à Poesia e ao Teatro e a outra dizendo respeito à Narrativa, optamos por apresentá- las juntas, na tabela XXIII, sem o que não seria possível traçar uma linha comparativa. A divisão do conteúdo, na UFF, em Teatro e Poesia numa disciplina, e Narrativa na outra disciplina, será retomada na tabela XXV de Literatura Portuguesa II (relativizado-se à UFC e à UFRR), bem como, na tabela XXVII, de Literatura Portuguesa III (relativizado-se à UFC e à UFRR), uma vez que seu conteúdo também se presta a uma comparação com os ali especificados. Para o curso de Letras da UFRR, a Literatura Portuguesa I (Tabelas XII e XIII), em função dos diversos problemas já aqui discutidos e relatados no capítulo IV desta tese, teria que sofrer reduções ou mudanças na apresentação de seu conteúdo. Ainda assim, não se pensou em nenhum momento (dada a falta de pessoal docente) em, a exemplo da UFC, criar uma disciplina de Cultura Portuguesa que, ao mesmo tempo em 63 Para uma visão mais ampla da bib liografia deste programa extra de Literatura Portuguesa I da UFF, que não consta da tabela XXII, a exemplo dos programas de Literatura Brasileira que não constavam das tabelas anteriores, melhor dirigir-se aos anexos. 188 que servisse como uma optativa, poderia aliviar o já pesado programa de ter que explicar a gênese da cultura e elementos da história de Portugal para nossos alunos. Tabela XXIII: comparativo UFRR x UFC x UFF - DISCIPLINA LITERATURA PORTUGUESA I (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa Bibl. Liter.* Bibliogr. Crítica * UFRR Atual 60 Estudo da Literatura Portuguesa no contexto europeu, da Idade Média ao Barroco, considerando os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos em suas relações com a expressão artística e a formação e evolução da nação Portugal. 8, 43, 44, 372, 375 UFC Atual 60 Estudo da Literatura Portuguesa compreendendo o Trovadorismo, o Humanismo, o Classicismo, o Maneirismo, o Barroco e o Arcadismo. Não consta UFF (Intr. à Lit. Port. I e II) Atual 60/60 Constituição do processo literário português I: Poesia e Teatro. Constituição do processo literário II: Narrativa Não consta Não consta 2, 33, 158, 178, 186, 281, 307, 310. 115, 116, 117, 148, 196, 211, 230, 21, 22, 32, 33, 34, 56, 57, 62, 63, 310, 337, 338. 64 69, 92, 94, 113, 120, 142, 158, 165, 169, 202, 208, 209, 218, 222, 228, 230, 231, 246, 255, 257, 263, 266, 267, 268, 269, 270, 295, 306, 32, 109, 174, 215, 309, 310, 350 309, 310, 334, 338, 342, 358, 360. Linha de Cinco unidades organizadas em torno da História da Literatura estudos proposta Portuguesa: da formação de Dividido em 5 unidades: 1. Trovadorismo (os cancioneiros e a gênese das cantigas; principais Portugal ao renascimento europeu e trovadores e novelas de português (incluindo a literatura de cavalaria), Humanismo viagens e descobrimentos) (cronistas-F. Lopes, G. Vicente), Classicismo e maneirismo (Camões, Bernardim Ribeiro, F. Mendes Pinto, literatura de viagens), Barroco(cultismo e conceptismo, Pe. Vieira, Pe. Manuel Berbardes, D. Francisco Manoel de Melo), Arcadismo (as arcadias e o seu papel critico, Bocage, J. Anastácio da Cunha e Marquesa de Alorna) Dividido em 5 itens: a cultura literária em Portugal:introdução; a poesia em Portugal: das origens ao Romantismo; Séc. XIX: a poesia finissecular; A lit. port. e a poesia do séc. XX; o teatro em Portugal Dividido em 6 itens: a prosa medieval e humanista: Fernão Lopes; a narrativa épica renascentista: Os Lusíadas de Camões; A ficção romântica: Camilo Castelo Branco; A prosa realista: Eça de Queiroz; Do presencismo ao neo-realismo: Miguel Torga; Tendências contemporâneas da ficção portuguesa. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. O novo programa (tabela XIII) não superou todos os problemas, por ser ainda muito extenso, ao propor o: “ Estudo da Literatura Portuguesa no contexto europeu, da Idade Média ao Barroco, considerando os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos em suas relações com a expressão artística e a formação e evolução da nação Portugal”. Talvez se se tivesse optado por uma solução semelhante à da UFF 189 (Constituição do processo literário português I: Poesia e Teatro e Constituição do processo literário II: Narrativa), ou a da própria Literatura Brasileira da UFRR, a disciplina estivesse mais enxuta e aprazível. Sua irmã, a UFC, pôde optar por uma forma menos atropelada de propor o conteúdo, uma vez que para trabalhar com a cultura Portuguesa foi criada uma disciplina específica. Assim sendo os itens de seu programa diferem da UFRR, apesar da semalhança no trato historicista da Literatura de ambas: “Trovadorismo (os cancioneiros e a gênese das cantigas; principais trovadores e novelas de cavalaria), Humanismo (cronistas- F. Lopes, G. Vicente), Classicismo e Maneirismo (Camões, Bernardim Ribeiro, F. Mendes Pinto, literatura de viagens), Barroco (cultismo e conceptismo, Pe. Vieira, Pe. Manuel Berbardes, D. Francisco Manoel de Melo), Arcadismo (as arcádias e o seu papel crítico, Bocage, J. Anastácio da Cunha e Marquesa de Alorna)”. Como se pode notar quando o conteúdo foi confeccionado não havia a preocupação de inserir neste espaço a história e fatos sobre a gênese da cultura Portuguesa. Em termos de bibliografia, a UFRR tendo adotado outros textos literários ao longo da década, deixou de utilizar as seguintes obras: 137D- GOMES, A. C. Poemas escolhidos de Bocage, 172D- LOPES, F. Textos escolhidos, e os críticos: 228 e 229DMOISÉS, M. A Literatura Portuguesa e A Literatura Portuguesa Através dos Textos e todos do programa de meados de 90, exceto 148D- HAUSER, A. História Social da Arte e da Literatura e 310D- SARAIVA, A. J. ; LOPES, O. – História da Literatura Portuguesa., adotou em seu lugar os seguintes textos: 8D- ALCOFORADO, M. Cartas de Amor, 43D- CAMÕES, L.V. de. Lírica, Redondilhas e sonetos, 44D- CAMÕES, L. V. de. Os Lusíadas, 372D- VICENTE, G. Obras-primas do Teatro Vicentino, 375DVIEIRA, A. Pe. Sermão da Sexagésima, 115D- FERREIRA, M.E. T. Literatura dos descobrimentos e da expansão portuguesa, , 116D- FERREIRA, M.E. T. Crônicas de Fernão Lopes e 117D- FERREIRA, M.E. T. Poesia e Prosa Medievais,e, além dos já citados, passou a adotar os seguintes teóricos: 196D- MARQUES, A. H. de O. História de Portugal, 211D- MATTOSO, J. et al. História de Portugal, 230D-.MONGELI, L. M. M. et al. A literatura Portuguesa em perspectiva: Classicismo, Barroco e Humanismo, SILVEIRA, F. M. et Al. Poesia Clássica: Literatura Portuguesa, 338DSILVEIRA, F. M. et al. A literatura Portuguesa em Perspectiva: Classicismo, Barroco e Arcadismo. No programa atual da UFC, repetem-se os textos de programas anteriores (diferentemente da UFRR, onde ao menos metade é retirada da bibliografia) e foram 190 acrescidos alguns outros: 21D- AZEVEDO FILHO, L. A. As cantigas de Pero Meogo: estabelecimento critico dos textos, análise literária, glossário e reprodução fac-similar dos manuscritos e 22D- AZEVEDO FILHO, L. A. Lírica de Camões: história, metodologia, corpus, 32D- BERARDINELLI, C. Estudos camonianos, 33D.BERARDINELLI, C. Estudos de literatura portuguesa e 34D-.BERARDINELLI, C. "Os Lusíadas: a epopéia de uma época de contradições", 56D- CATZ, R. A sátira social de Fernão Mendes Pinto: Análise critica da Peregrinação e 57D- CATZ, R.. Fernão Mendes Pinto - Sátira e anti-Cruzada na Peregrinação, 92D- D' ALGE, C. O sal da escrita e 94D- D' ALGE, C. O mito do paraíso terrestre em Camões, 142DGONÇALVES, E.; RAMOS, M.A. A lírica galego-portuguesa, 165D- LINHARES FILHO. "O lirismo em Os Lusíadas.. Revista de I.etras e 169D- LINHARES FILHO. O maneirismo na lírica de Camões. Revista de Letras, 202D- MARTINS, E. D. "Quem ri de quem em Romagem de Agravados. Atas do IIlEncontro Internacional de Estudos Medievais, 208D- MARTINS, E. D. Fernão Lopes: marcas de tradição e inovação e 209 D- MARTINS, E. D. Camões: alegria por trás do triste fado, 222D- MENDES, .M.V. A oratória barroca de Vieira, 230D- MONGELLI, L. M. M et al. A literatura portuguesa em perspectiva: Trovadorismo e Humanismo, 231D- MONGELLI, L.M.M. A Literatura doutrinária na corte de Avis, 246D- PÉCORA, A. Poesia seiscentista: Fênix Renascida & Postilhão de Apolo, 257D- PIRES, M. L.G. Poetas do período Barroco, 261D- PONTES, R. «Por que ler Camões hoje?", 263D- PONTES, R. "Uma desleitura de Os Lusíadas" , 266D- PONTES, R. Residualidade e mentalidade na lírica camoniana, 267D- PONTES, R. Mentira e verdade na Peregrinação, 268D- PONTES, R. Uma leitura de Romagem de Agravados, 269D- PONTES, R. Da celebração da palavra à palavra da celebração: Pe. Antônio Vieira e 270D- PONTES, R. Residualidade e mentalidade trovadorescas no Romance de Clara Menina, 295DROSSI, L. A literatura novelística na Idade Média Portuguesa, 306D- SARAIVA, A.J. O discurso engenhoso: estudo sobre Vieira e outros autores barrocos e 309D- SARAIVA, A.J.O crepúsculo da Idade Média em Portugal, 310D- SARAIVA, A. J.; LOPES, O. História da literatura portuguesa, 334D- SILVA, V.M.P.A. Maneirismo e harroco na poesia lírica portuguesa, 358D- SPINA, S. A lírica trovadoresca, Na UFF, embora as disciplinas não enfoquem as épocas literárias, alguns textos da bibliografia de poesia e teatro, são comuns à UFRR (2D- ABDALA & PASCHOALIN) e à UFC, 33D- C. Berardinelli (Estudos de Literatura Portuguesa) , Rodrigues Lapa (158D) e com ambas (310D- Saraiva & Lopes). Na disciplina 191 “Narrativa” há em comum com UFC: 32D-C. Berardinelli (Estudos Camonianos), 309D- Saraiva (o crepúsculo da Idade Média em Portugal), e com ambas 310DSaraiva & Lopes. Além destes, compõe o acervo bibliográfico da UFF, em Teatro e Poesia (Introdução à Literatura Portuguesa I): 178D- LOURENÇO, E. Poesia e metafísica- Camões, Antero e Pessoa, 186D- MACEDO, H. Nós, uma leitura de Cesário Verde, 281D- REBELLO, L.F. História do teatro português, 307DSARAIVA, A. J. Gil Vicente e o fim do teatro medieval. E em narrativa (Introdução à Literatura Portuguesa II): 109D- FERRAZ, M.L. A ironia romântica: estudo de um processo comunicativo, 215D- MEDINA, J. Eça de Queiroz e a geração de 70, 174DLOPES, O. Álbum de família: ensaios sobre autores portugueses do século XIX, 309DSARAIVA, A..J O crepúsculo da Idade Média em Portugal, 350D- SIMÕES, J.G. Perspectiva histórica da ficção portuguesa: das origens ao séculoXX. Na disciplina de Literatura Portuguesa II – programas antigos (tabela XXIV) o padrão se repete. A Literatura Portuguesa é dada a partir de um modelo canônico, com um viés histórico, linear e calcado nas escolas e movimentos literários. A Literatura Portuguesa II antiga (tabela XXIV) da UFC apresenta uma ementa inicialmente calcada “na análise dos estilos de época: Romantismo, Realismo, Naturalismo, e Simbolismo e destaque dos autores mais representativos (1981/2)” modificada para “Estudo da Literatura Portuguesa, compreendendo os autores do Romantismo, do Realismo-Naturalismo, do Parnasianismo e do Simbolismo (1991)”. Aparentemente esta mudança tornou a disciplina menos atrelada ao modelo voltado para a classificação em períodos literários, voltando-a mais para a própria obra em si. No caso da UFF o programa também será historiográfico e terá como ementa o seguinte: “Do Realismo à contemporaneidade: visão diacrônica”. Sua metodologia apontará para “O estudo da poesia será feito em sala de aula e será objeto de uma prova ao final do curso. O estudo da narrativa desdobrar-se-á em: prova sobre uma das seguintes obras: O arco de Santana (A. Garrett), Eurico, o presbítero (A. Herculano), A Doida do Candal (C.C. Branco), As Pupilas do Senhor Reitor (J.Dinis); e monografia sobre um dos seguintes temas: consciência e máscara em O crime do Padre Amaro (E.Queiroz) e O homem disfarçado (F.Namora); o adultério em O primo Basílio (E.Queiroz) e Bolor (A. Abelaira); o herói problemático em A Capital (E.Queiroz) e Cerromaior (M.Fonseca); indivíduo e grupo social em Os Maias (E.Queiroz) e Gaibéus (A.Redol); foco narrativo em A cidade e as serras (E.Queiroz) e O Delfim (C. Pires); o 192 cruzamento de discursos em A ilustre casa de Ramires (E.Queiroz) e Memorial do Convento (Saramago)”. Tabela XXIV: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa II (programas antigos) IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. literária * Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta Aplicabilid ade/objetiv o UFRR UFC Antiga Antigo 60 60 Visão global do Realismo -NaturalismoEstudo da Literatura do século e do Simbolismo Português,XIX, com fundamento na análise especificamente suas características,dos estilos de época: contexto histórico, gêneros liter.romantismo, realismo, fiscalizando suas etapas evolutivas, bem naturalismo, e simbolismo e como analisando os autores maisdestaque dos autores mais representativos da época (1993.2) representativos. (1981.1, 1982.2) Visão geral do Romant. Europeu, mais Estudo da Literatura Portuguesa, especificamente em Portugal, e ascompreendendo os autores do tendências estét. da 2ª. metade do séc.Romantismo, do Realismo XIX que culminaram na formação do Naturalismo, do Parnasianismo e Realismo - Natural., observando suasdo Simbolismo. (1991.2) etapas evolutivas e respectivos contextos sócio-culturais. (alteração) Não consta do Programa Não consta UFF- GLT05017 Antigo (s.d.) 60 Do Realismo contemporaneidade: diacrônica. a visão Não consta 122, 228, 229, 310 (1993.2) 17, 62, 65, 88, 110, 113, 122, Não consta 66, 196, 228, 310, 369, 378 (após 214, 219, 224, 235, 294, 310, alteração) 341, 342, 344, 351, 354, (1981.1, 1982.2). 17, 54, 70, 78, 93, 121, 122, 159, 166, 168, 219, 228, 234, 248, 254, 283, 303, 310, 329, 336, 347, 350 (1991.2) História da literat. portuguesa(final do Dividido em 4 unidades: 1. Dividido em 10 itens:1.O séc. XIX: séc. XIX).Programa organizado em 6 Romantismo (A. Garrett, A. literat. e sociedade; 2.O romance, itens: de uma (re)visão geral do Herculano, C.C.Branco, gênero burguês por excelência; 3. Romantismo português até a ficção Castilho e Soares de Passos), Do romance tradicional para o realista de Eça. (1993.2) 2. Realismo (Questão Coimbra romance moderno: a construção do Duas unidades organizadas em: I) e Conferencias do Cassino significado na estrutura do gênero caracterização do estilo romântico; Lisbonense, A. Quental, E. literário; 4. A crise da civilização do 1.1) análise do contexto sócio-político Queiroz, C. Verde, R. Ortigao) séc.XIX na poesia port.: Guerra econômico em que nasceu o romant. 3. Naturalismo ( F.de Almeida Junqueiro e Gomes Leal; 5. Idem: europeu 1.2) Estética 1.2) Estética e A. Botelho) 4. Simbolismo ( Cesário Verde; 6. idem: Antero de românt. 1.3) O romantismo em Portugal E. Castro, A. Nobre, C. Quental; 7. idem: Camilo Pessanha; II) A poesia Romântica 2.1) O ultra - Pessanha, R. Brandão, A. 8. idem: Mario de Sá-Carneiro; 9. romantismo de Antônio Feliciano de Patrício) idem: Fernando Pessoa; 10. A Castilho 2.2) Outros poetas da literatura portuguesa no séc. XX: época.(alter.) Orpheu, Presença e Neo-Realismo. 3º período: levar o aluno a conhecer as Não consta Estudar a evolução da liter. na correntes literárias surgidas no final do socied. burguesa, com especial século XIX, o contexto histórico em que atenção a poesia e ao romance. surgiram as causas que as determinaram Acompanhar a dissolução da visão e seu legado para as correntes de mundo burguesa, cristalizada na subseqüentes. liter. românt., através da evolução da estrut. do romance e dos desdobr. de 4 temas poét. básicos: a fratura do eu, a crise do processo do conhecim., a exaustão da cult. Ocident. e as rel. linguagem-real 193 *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Embora não haja bibliografia literária a relatar no programa da UFC e no da UFF da tabela XXIV, o conteúdo de ambas, rica em autores e obras, supõe intenso trabalho com vários escritores do cânone literário Português. Na UFF, os autores e obras que, por um motivo ou por outro, não constavam da “metodologia desta disciplina constavam do conteúdo: “1.O séc. XIX: Literatura e sociedade; 2.O romance, gênero burguês por excelência; 3. Do romance tradicional para o romance moderno: a construção do significado na estrutura do gênero literário; 4. A crise da civilização do século XIX na poesia portuguesa de Guerra Junqueiro e Gomes Leal; 5. A crise da civilização do século XIX na poesia portuguesa de Cesário Verde; 6. A crise da civilização do século XIX na poesia portuguesa de Antero de Quental; 7. A crise da civilização do século XIX na poesia portuguesa de Camilo Pessanha; 8. A crise da civilização do século XIX na poesia portuguesa de Mario de Sá-Carneiro; 9. A crise da civilização do século XIX na poesia portuguesa de Fernando Pessoa; 10. A Literatura Portuguesa no século XX: Orpheu, Presença e Neo-Realismo ”. Cesário Verde, Camilo Pessanha e outros, presentes no conteúdo, mas ausentes da metodologia, são exemplos desta alternância. Também a UFC, embora não haja bibliografia literária disponível nos programas, transpõe no conteúdo disciplinar sua intenção de trabalhar com os seguintes textos e autores: “1. Romantismo (A. Garrett, A. Herculano, C. C.Branco, Castilho e Soares de Passos), 2. Realismo (Questão Coimbrã e Conferências do Cassino Lisbonense, A. Quental, E. Queiroz, C. Verde, R. Ortigao) 3. Naturalismo ( F.de Almeida e A. Botelho) 4. Simbolismo ( E. Castro, A. Nobre, C. Pessanha, R. Brandão, A. Patrício)”. Não parecem existir semelhanças significativas entre a UFC e a UFRR que possam indicar que tenha havido um movimento de filiação de programas por parte dos profesores da UFRR para com a UFC, onde se formaram. Contudo, dos quatro textos apresentados inicialmente na bibliografia do curso de Letras da UFRR, três se repetem nos programas de 1991 da UFC (reformulação). Esta repetição pode ser indicadora de resquícios na formação dos professores da UFRR. Por outro lado, por se tratar de autores consagrados e largamente utilizados no cânone disciplinar como Historiadores da Literatura, não seria anormal encontrá- los 194 também em outros programas, pelo país afora, nesta época. São eles: 310D- SARAIVA, A. J. & LOPES, O. História da Literatura Portuguesa, 228D e MOISÉS, M. A Literatura Portuguesa Através dos Textos, 122- FIGUEIREDO, F. História da Literatura Portuguesa. O quarto livro que a UFC não utiliza nesta mesma época e que compõe o primeiro escopo de textos da UFRR é: 229D- MOISÉS, M. A Literatura Portuguesa, tendo sido, no meio da década de 90, retirados os textos de Fidelino e Moisés (A Literatura Portuguesa através dos Textos). Os demais foram substituídos por quatro outros que não se repetem no programa da UFC: 66D- CITELLI, A. Romantismo: uma palavra no tempo. Fogos de agulhas,196D- MARQUES. H. A monarquia constitucional: acontecimentos, 369D- VECCHI, C.A.; RIBEIRO, R. de S. Romantismo, 378D- WELLEK, R. Conceitos de Crítica. Na UFC permanecem Saraiva e Lopes e Fidelino Figueiredo (igualmente ao que acontece na UFRR) e é acrescentado Moisés (A Literatura Portuguesa). Do programa anterior, no comparativo entre a reformulação de 1991 e os programas da década de 1980, permanece apenas João Mendes e João Pedro de Andrade (Raul Brandão). Ao todo são 23 os textos da bibliografia da UFC: 17D- ANDRADE, J.P. Raul Brandão Coleção a obra e o homem, 54D-CASTILHO, G. Vida e obra de Raul Brandão, 69DCOELHO, J.P. Dicionário de Literatura e 70D- COELHO, J.P.Introdução à novela camiliana, 78D- CORTESÃO, J. Eça de Queiroz e a questão social, 93D- D´ALGE, C.N. As relações brasileiras de Almeida Garrett, 121D- FIGUEIREDO, F. História da literatura romântica e 122D- FIGUEIREDO, F. História da Literatura Realista, 159DLEMOS, E. “ A Clepsidra “ de Camilo Pessanha: notas e reflexões, 166D- LINHARES FILHO. Amor e misticismo em João de Deus e 168D- LINHARES FILHO.O místico e o social em “São Cristóvão” de Eça de Queiroz, 219D- MENDES, J. Literatura Portuguesa III, 228D- MOISÉS, M. A literatura portuguesa, 234D- MONTEIRO, A.C. O romance, teoria e crítica, 248D- PEREIRA, J.C.S. Decadentismo e simbolismo na poesia portuguesa, 254D- PICHIO, L.S.História do teatro português, 283D- REIS, C. Estatuto e perspectiva do narrador na ficção de Eça de Queiroz, 303D- SÁFAKI, N. O sentido humano do lirismo de João de Deus, 310D- SARAIVA, A. J.; LOPES, O. – História da Literatura Portuguesa, 329D- SERRÃO, J. Temas oitocentistas I, 336DSILVA, V.M.A Teoria da Literatura, 347 e 350D- SIMÕES, J.G. Vida e obra de Eça de Queiroz e Perspectiva Histórica da ficção portuguesa. Destes 23, somente cinco são efetivamente Histórias da Literatura. Os demais ou são ensaios, comentários e aprofundamento sobre algum período literário em especial, ou enfocam um autor 195 específico. Estranhamente neste programa da UFC também aparece um texto de Victor Manuel Aguiar e Silva - Teoria da Literatura (336D), o que acaba suscitando a idéia de que fosse prática da época (juntar “teoria” e “prática” histórica), ou trazendo à tona mais um indício de proximidade entre os programas da UFRR e da UFC. É interessante salientar, nesse sentido, que o conteúdo, tanto da primeira versão quanto da segunda versão de ambas as intituições, se equivale um pouco mais. Na UFC e na UFRR não havia o romantismo num primeiro momento. Na reformulação dos programas (UFC 1991) e UFRR (1995) – tabela XXIV – ambos passam a contar com o Romantismo além do Realismo e do Naturalismo em seu conteúdo programático. Os programas “novos” da disciplina de Literatura Portuguesa II (tabela XXV), por sua vez, apresentam a mesma configuração da tabela XXIII, na qual as disciplinas da UFF estavam divididas em Teatro e Poesia (Introdução à Literatura Portuguesa I) e Narrativa (Introdução à Literatura Portuguesa II), em função do fato de se tratar dos mesmos programas. Embora haja pouca variância entre uma ementa e outra (UFC-UFRR), na UFC (tabela XXV) aparece o mo vimento Simbolista, enquanto na UFRR ele não consta da ementa do programa. Mas na descrição do conteúdo há não só o Arcadismo (que não consta da UFC) como também o “Romantismo, Realismo e Simbolismo europeu e português”. Deste modo, na UFRR, o problema de excesso de conteúdo que antes costumava ser do programa de Literatura Portuguesa I, passa a ser do programa II. Este é um dos poucos programas com os quais nos deparamos, até então, que possui em sua bibliografia mais textos literários a indicar, que teóricos. São eles: 47D- CASTILHO, A. F. de. O outono, 48D- CASTILHO, A. F. de. A primavera, 49D- CASTILHO, A. F. de. Amor e melancolia ou A novíssima Heloísa, 50D- CASTILHO, A. F. de. Cartas de Ecco e Narciso, 51D- CASTILHO, A. F. de. Excavações Poéticas, 52D- CASTILHO, A. F. de. A noite do castelo, 53DCASTILHO, A. F. de. Os ciúmes do bardo, 100D- DEUS, J. de. Campo de flores, 133D- GARRET. A. D. Branca, 134D- GARRET. A. D. Folhas caídas e outros poemas, 151D- JUNQUEIRO, A.M. G. Horas de combate, 152D- JUNQUEIRO, A.M. G. Prometeu libertado, 153D- JUNQUEIRO, A.M. G. Antologia para a juventude, 154D- JUNQUEIRO, A.M. G. Vibrações líricas, 155D- JUNQUEIRO, A.M. G. A morte de D. João, 156D- JUNQUEIRO, A.M. G. Pátria, 242D- ORTIGÃO, R. Farpas escolhidas, 275D- QUEIRÓS, E. Uma campanha alegre, 276D- QUENTAL, A. de. Sonetos completos e poemas escolhidos, 277D- QUENTAL, A. de. Odes modernas, 196 278D- QUENTAL, A. de. Poesia e prosa, 356D- PASSOS, S. de. Poesias, 371DVERDE, C. O livro de Cesário Verde e poesias dispersas. Tabela XXV: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa II (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa Bibl. Liter.* UFRR Atual 60 Estudo das tendências estéticas surgidas a partir do final do século XVIII na Europa e em Portugal, priorizando os movimentos de ruptura do Romantismo e as evoluções subseqüentes, chegando até o Realismo e o Naturalismo. 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 100, 133, 134, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 242, 275, 276, 277, 278. UFC Atual 60 Estudo da Literatura Portuguesa compreendendo o Romantismo, o Realismo Naturalismo -Parnasianismo e o Simbolismo. Não consta UFF (Intr. à Lit. Port. I e II) Atual 60/60 Constituição do processo literário português I: Poesia e Teatro. Constituição do processo literário II: Narrativa Não consta Não consta Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta 121, 122, 132, 135, 148, 211, 250, 17, 54, 58, 69, 310, 323, 356, 368, 371, 378. 110, 121, 122, 159, 160, 166, 199, 201, 203, 234, 248, 264, 282, 310, 329, 350, 351, 368. Três unidades organizadas em torno da História da Literatura Portuguesa: do Arcadismo de Portugal ao Romantismo, Realismo e Simbolismo europeu e português (resumo) 70, 78, 93, 96, 2, 33, 158, 178, 186, 281, 307, 310. 123, 139, 140, 168, 187, 188, 219, 221, 228, 271, 272, 280, 32, 109, 174, 215, 309, 310, 350 343, 347, 348, Dividido em 3 unidades: 1. Romantismo (A. Garrett, A. Herculano, ultraromantismo, C.C. Branco, J.Dinis, J.de Deus), 2. Realismo, Naturalismo e Parnasianismo (Questão Coimb rã e Conferências do Cassino Lisbonense, A. Quental, G. Junqueiro, C. Verde, 3 fases de E. Queiroz, A Folha e a poesia de pretensão parnasiana, F.de Almeida e A. Botelho), 3. Simbolismo (o clima decadentista, E. Castro, A. Nobre, C. Pessanha, R. Brandão) Dividido em 5 itens: a cultura literária em Portugal:introdução; a poesia em Portugal: das origens ao Romantismo; Séc. XIX: a poesia finissecular; A lit. port. e a poesia do séc. XX; o teatro em Portugal Dividido em 6 itens: a prosa medieval e humanista: Fernão Lopes; a narrativa épica renascentista: Os Lusíadas de Camões; A ficção romântica: Camilo Castelo Branco; A prosa realista: Eça de Queiroz; Do presencismo ao neo-realismo: Miguel Torga; Tendências contemporâneas da ficção portuguesa. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Entre os teóricos empregados na UFRR estão: 121D- FIGUEIREDO, F. de. História da Literatura Romântica e 122D- FIGUEIREDO, F. História da literatura Realista, 132D- GARRET. A. Camões e 135D- GARRET. A. Doutrina restauradora 197 nacional, 148D- HAUSER, A. História Social da Arte e da Literatura, 211DMATTOSO, J. et al. História de Portugal, 250D- PERROT, M. et al. História de Portugal, 310D- SARAIVA, A. J; LOPES, O. História da Literatura Portuguesa,323DSCHLEGUEL, F. Conversa sobre poesia e outros fragmentos, 368D- VECCHI, C.A. et al. A Literatura Portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo, 378D- WELLEK, R. Conceitos de Crítica. O texto 368D se repete entre a UFRR e a UFC, não sendo isto nenhuma surpresa já que se trata de um texto bastante divulgado e largamente utilizado nos cursos de graduação. Na UFC a bibliografia traz os seguintes títulos: 17D- ANDRADE, J.P. Raul Brandão Coleção a obra e o homem, 54D-CASTILHO, G. Vida e obra de Raul Brandão, 58D- CHAVES, C.B. O romance histórico no Romantismo português, 69 e 70D- COELHO, J.P. Dicionário de Literatura e Introdução à novela camiliana, 78DCORTESÃO, J. Eça de Queiroz e a questão social, 93D- D´ALGE, C.N. As relações brasileiras de Almeida Garrett e 96D- D´ALGE, C.N. Almeida Garrett., 110DFERREIRA, A. Perspectiva do Romantismo português, 121D- FIGUEIREDO, F. História da literatura romântica e 122D- FIGUEIREDO, F. História da Literatura Realista, 123D- FIGUEIREDO, J.P. Cesário Verde: a obra e o homem, 139DGOMES, A.C. Poesia Simbolista: Literatura Portuguesa e 140D- A literatura portuguesa em perspectiva: Simbolismo e Modernismo,159D- LEMOS, E. “ A Clepsidra “ de Camilo Pessanha: notas e reflexões, 160. LEPECKI, M.L. Romantismo e Realismo na obra de Júlio Dinis, 166D- LINHARES FILHO. Amor e misticismo em João de Deus e 168D- LINHARES FILHO. O místico e o social em “São Cristóvão” de Eça de Queiroz, 187D- MACEDO, H. Cesário Verde: o romântico e o feroz, 188DMACHADO, A.M. As origens do Romantismo em Portugal, 199D- MARTINS, E.D. Passos da paixão em Almeida Garrett e 201D- MARTINS, E.D.Cenas de Lisboa n´O Livro de Cesário Verde, 203D- MARTINS, F.C. Poesia Simbolista Portuguesa, 219DMENDES, J. Literatura Portuguesa III, 221D- MENDES, M.V. Poesias de Cesário Verde, 228D- MOISÉS, M. – A Literatura Portuguesa, 234D- MONTEIRO, A.C. O romance, teoria e crítica, 248D- PEREIRA, J.C.S. Decadentismo e simbolismo na poesia portuguesa, 264D- PONTES, R. Três variações de Mefisto em Eça, 271DPONTES, R. A perspectiva romântica de “Amor de Perdição”e 272D- PONTES, R. Amor de salvação:um elogio da felicidade, 280D- REBELLO, L.F. O teatro romântico, 282D- RÉGIO, J. Pequena história da moderna poesia portuguesa, 310D- SARAIVA, A. J.; LOPES, O. – História da Literatura Portuguesa, 329D- SERRÃO, J. Temas 198 oitocentistas I, 343D- SIMÕES, J.G. Antero de Quental, 347D- SIMÕES, J.G. Vida e obra de Eça de Queiroz, 348D- SIMÕES, J.G. Perspectiva histórica da poesia portuguesa(dos simbolistas aos novíssimos), 350D- SIMÕES, J.G. Perspectiva histórica da ficção portuguesa: das origens ao séculoXX e 351D- SIMÕES, J.G. Júlio Dinis: a obra e o homem, 368D- VECCHI, C.A. et.al. A literatura portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo. Embora as disciplinas da UFF não enfoquem as épocas literárias diretamente, há textos em comum com ambas as outras instituições: na disciplina de Poesia e Teatro (tabela XXV) Saraiva e Lopes (310D) e, na disciplina de Narrativa, além de Saraiva e Lopes (310D), há também 350D- João Gaspar Simões (Perspectivas Históricas da ficção portuguesa: das origens ao século XX), apenas com a bibliografia da UFC. Na Literatura Portuguesa III da UFRR (tabela XXVI adiante), por outro lado, não houve variância ao longo de toda a década de 1990. A ementa permaneceu “fiscalizando” o “moderno” cânone português: “Visão global do Realismo-Naturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários, fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época.” Infelizmente esta disciplina não alcança, dentro de uma perpectiva de periodicidade dos movimentos literários, as vanguardas portuguesas, muito menos a contemporaneidade, o que significa que, eventualmente alguns professores, por sua conta e risco, davam este conteúdo. No caso da UFC, novamente ocorre o que já havia ocorrido antes (tabela XXIV) na Literatura Portuguesa II, as ementas, modificadas da década de 80 para a de noventa demonstram um movimento no sentido de buscar mais o texto literário que a periodização. Em termos bibliográficos esta disciplina, na UFRR, era também muito historiográfica e pobre de textos literários. Estavam na lista: 228D- MOISÉS, M. A Literatura Portuguesa, 223D- MENDONÇA, F. A Literatura Portuguesa no Século XX , 310D- SARAIVA, A. J. & LOPES, O. História da Literatura Portuguesa, 239DNEVES, J.A. Contistas portugueses modernos. Dos quatro apenas o 239D não era panorama histórico, mas uma coletânea comentada de contos. Esta lista não se alterou oficialmente ao longo da década de 1990. 199 Tabela XXVI: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa III (programas antigos) IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. literária * Bibliogr. Crítica * Linha de estudos proposta Aplicabilid ade/objetiv o UFRR Antigo UFC Antigo (1981.1, 1982.2, 1991.2) UFF Antigo 60 Visão global do Realismo Naturalismo e do Simbolismo Português, especificamente suas características, contexto histórico, gêneros literários fiscalizando suas etapas evolutivas, bem como analisando os autores mais representativos da época. 60 Estudo da Literatura do século XX, com fundamento na análise dos movimentos e tendências do modernismo português e destaque dos séculos mais representativos. (1981.1, 1982.2) Estudo da Literatura Portuguesa, compreendendo os autores do Saudosismo, do Modernismo (Orfismo, Neo-realismo Surrealismo.) e de tendências contemporâneas (1991.2) Não consta Não existe como disciplina obrigatória no fluxograma do curso. O Conteúdo abrangido nas disciplinas da UFRR e UFC já estava contemplado no programa da Literatura Portuguesa II. Não consta 223, 228, 239, 310 História da Literatura Portuguesa (final do século XIX). Programa organizado em seis itens: de uma (re)visão geral do Romantismo português até a ficção realista de Eça. Levar o aluno a conhecer as correntes literárias surgidas no final do século XIX, o contexto histórico em que surgiram as causas que as determinaram e seu legado para as correntes subseqüentes. 23, 68, 69, 72, 90, 164, 223, 226, 227, 228, 237, 239, 300, 310, 352, 353(1981.1, 1982.2). 4, 23, 33, 68, 69, 72, 90, 95, 136, 164, 167, 170, 171, 176, 185, 223, 226, 228, 233, 262, 273, 274, 310, 331, 352, 353, 364. (1991.2) 4 unidades: 1. Saudosismo, futurismo e orfismo; 2. Presencismo, regionalismo e romance social; 3. Neo-realismo e surrealismo; 4. narrativa de lírica contemporânea. Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Na bibliografia da disciplina de Literatura Portuguesa III antiga da UFC (tabela XXVI) estavam contidos todos os autores e textos que constavam da bibliografia da UFRR, o que não pode ser pensado, propriamente, como um indício de filiação direta, mas, talvez, como resquício da aprendizagem dos professores da UFRR, porque os textos implicados eram muito comuns à época. Faziam parte da lista da UFC inicialmente (1981) os seguintes textos: 23D- AZEVEDO FILHO, L.A. Uma visão brasileira da literatura portuguesa, 68D- COELHO, J.P. Diversidade e unidade em Fernando Pessoa e 69D- COELHO, J.P. Dicionário de literatura, 72D- COELHO, N.N. Escritores portugueses, 90D- D´ALGE, C. Aspectos da Nova Literatura 200 Portuguesa, 164D- LIND, G.R. Teoria poética de Fernando Pessoa, 223DMENDONÇA, F. A literatura portuguesa no século XX, 226D- MOISÉS, M. Literatura portuguesa moderna, 227D- MOISÉS, M. O conto português e 228D- MOISÉS, M. A Literatura Portuguesa, 237D- NAMORA, F.; TORRES, A.P. Textos para estudos:Neorealismo em Portugal, 239D- NEVES, J.A. Contistas portugueses modernos, 300D- SANTILLI, M.A. Arte e Representação da Realidade no Romance Português Contemporâneo, 310D- SARAIVA, A. J.; LOPES, O. – História da Literatura Portuguesa, 352D- SIMÕES, J.G. História do Movimento de Presença e 353D- SIMÕES, J.G. Vida e obra de Fernando Pessoa. – sendo destes, 223D, 228D, 239D e 310D os existentes na bibliografia do programa da UFRR que aqui se repetem. Em função da aceleração de conteúdo no fluxograma da UFF (uma vez que lá apenas existiam duas disciplinas de Literatura Portuguesa), frente à quantidade de horas/aulas utilizadas pela UFC na Literatura Portuguesa (4 disciplinas de 60h/a) totalizando 240h/aula, contra apenas 120h/aula da UFF), fica difícil fazer-se uma comparação direta entre conteúdos. O que se pode é pensar que dado o número de disciplinas optativas em Literatura Portuguesa existentes na UFC e a quantidade de horas dispensadas a esta disciplina, este seja um de seus campos mais fortes. De fato, se algum dos três cursos dá destaque à formação em Literatura Portuguesa, este curso é o da UFC. É ali que encontramos as disciplinas de Cultura Portuguesa. Também ali, a bibliografia é mais rica (em quantidade) neste campo que nas demais (UFRR e UFF). A tabela XXVII é um exemplo claro da disparidade, ao menos no que tange à bibliografia entre UFF, UFRR e UFC quando se trata de Literatura Portuguesa. Com a mudança da grade em 1993 (tabela XXVII) o curso de Letras da UFC deixou de usar as obras: 227D, 237D, 239D e 300D e acrescentou os seguintes textos (além dos remanescentes da antiga): 4D- ADERALDO, N.E.S. Nos caminhos da literatura, 33D- BERARDINELLI, C. Estudos de literatura portuguesa, 95DD´ALGE, C. A Experiência Futurista e a Geração de Orpheu, 136D- GODINHO, H. Estudos sobre Vergílio Ferreira, 167D- LINHARES FILHO. A outra coisa na poesia de Fernando Pessoa, 170D- LINHARES FILHO A modernidade da poesia de Fernando Pessoa e 171D- LINHARES FILHO O poético como humanização em Miguel Torga, 176D- LOPES, O. Entre Fialho e Nemésio: estudos de literatura portuguesa contemporânea, 185D- LUCAS, A.C. Críticas sobre Vitorino Nemésio, 233D- MONTEIRO, A.C. A poesia portuguesa contemporânea, 262D- PONTES, Roberto. Poesia insubmissa afrobrasilusa, 273D- QUADROS, A. Crítica e 201 verdade:introdução à atual literatura portuguesa e 274D- QUADROS, A. Fernando Pessoa: vida, personalidade e gênio, 331D- SILVA, T. C.C. José Saramago entre a história e a ficção, 364D- TORRES, A.P. et al. 21 estudos sobre Eugênio de Andrade; seguidos de antologia. Tabela XXVII: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura Portuguesa III (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa Bibl. Literária* Bibliografia crítica * Linha de estudos proposta UFRR Atual 60 Estudo das renovações artísticas observáveis na Literat. Port. a partir das últimas décadas do séc. XIX, que tiveram como expressão primordial o movimento Simbolista e passaram por uma revisão através das diferentes tendências estéticas modernas e manifestações literárias da primeira metade do séc. XX. 29, 55, 108, 251, 252, 296 UFC Atual 60 Estudo da Literatura Portuguesa, compreendendo os autores do Saudosismo, do Modernismo (Orfismo, Presencismo, NeoRealismo, Surrealismo) e de tendências contemporâneas. UFF (Intr. à Lit. Port. I e II) Atual 60/60 Constituição do processo literário português I: Poesia e Teatro. Não consta Não consta 30, 36, 40, 59, 67, 85, 107, 127, 138, 144, 148, 227, 240, 245, 258, 259, 282, 310, 380. 4, 7, 18, 23, 33, 38, 68, 69, 72, 86, 90, 95, 97, 111, 112, 129, 130, 131, 136, 140, 143, 144, 145, 146, 164, 167, 170, 171, 173, 176, 177, 178, 179, 180, 183, 184, 185, 192, 193, 198, 200, 223, 225, 226, 228, 232, 233, 238, 243, 262, 265, 273, 274, 287, 292, 298, 299, 310, 326, 345, 346, 349, 362, 363, 373. 4 unidades: 1. Saudosismo, futurismo e orfismo; 2. Presencismo, regionalismo e romance social; 3. Neo-realismo e surrealismo; 4. narrativa de lírica contemporânea. Três unidades organizadas em torno da História da Literatura Portuguesa: do Arcadismo de Portugal ao Romantismo, Realismo e Simbolismo europeu e português Constituição do processo literário II: Narrativa Não consta 2, 33, 158, 178, 186, 281, 307, 310. 32, 109, 174, 215, 309, 310, 350 Dividido em 5 itens: a cultura literária em Portugal: introdução; a poesia em Portugal: das origens ao Romantismo; Séc. XIX: a poesia finissecular; A Literat. Portuguesa e a poesia do séc. XX; o teatro em Portugal Dividido em 6 itens: a prosa medieval e humanista: Fernão Lopes; a narrativa épica renascentista: Os Lusíadas de Camões; A ficção romântica: Camilo Castelo Branco; A prosa realista: Eça de Queiroz; Do presencismo ao neorealismo: Miguel Torga; Tendências contemporâneas da ficção portuguesa. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 202 Entre a primeira e a segunda versão podemos notar uma tendência mais acentuada ao estudo crítico mais detalhado e menos panorâmico. Acreditamos que isso possa ter acontecido, em parte como fruto da própria forma de pensar do corpo docente da UFC e, em parte, em função da abertura do mercado editorial para textos mais teóricos, assim como a publicação de mais teses e dissertações menos presas à grande narrativa histórica e mais voltadas para o “detalhe” ou “microcosmo” crítico. A versão atual dos programas de ambas as instituições (tabela XXVII) vai, no entanto, apontar para os rumos autônomos de uma instituição, em relação à outra. As bibliografias do cânone disciplinar são totalmente – (com exceção de 144D GUIMARÃES, F. Simbolismo, Modernismo e Vanguarda, e SARAIVA & LOPES – 310D) – divergentes entre si. Na UFRR constam: 30D- BAUDELAIRE, C. O pintor da vida moderna in CHIAMPI, I. Fundadores da Modernidade), 36D- BERMAN, M. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade, 40D- BRADBURY, M.; MCFARLANE, J. Modernismo: guia geral, 59D- CHIAMPI, I. Fundadores da modernidade, 67D- COELHO, E.P. A noite do mundo, 85D- CRUZ, G. A poesia portuguesa hoje, 107D-ELIOT, T.S. A essência da poesia, 127D- FRIEDRICH, H. Estrutura da lírica moderna: da metade do século XIX a meados do século XX, 138DGOMES, A.C. A metáfora cósmica em Camilo Pessanha), 144D- GUIMARÃES, F. Simbolismo, Modernismo e Vanguarda, 148D- HAUSER, A. História Social da arte e da literatura, 227D- MOISÉS, M. O conto português, 245D- PAZ, O. Os filhos do barro (do Romantismo á vanguarda, 258D- POE, E.A. Poemas e ensaios, 259DPOUND, E. A arte da poesia, 282D- RÉGIO, J. Pequena História da Moderna Poesia portuguesa, 310D- SARAIVA, A. J. & LOPES, O. História da Literatura Portuguesa, 380D- WISNICK, J.M. Iluminações profanas: poetas, profetas, drogados. Da UFC constam: 4D- ADERALDO, N.E.S. Nos caminhos da literatura, 7DAIRES, E.R. A vanguarda de Almada Negreiros: presença do futurismo italiano no Modernismo português, 18D- ÁREAS, V.S. A cicatriz e o verbo: análise da obra romanesca de Augusto Abelaira, 23D- AZEVEDO FILHO, L.A. Uma visão brasileira da literatura portuguesa, 33D- BERARDINELLI, C. Estudos de literatura portuguesa, 38D- BERRINI, B. José Saramago: uma homenagem, 68 e 69D- COELHO, J.P. Diversidade e unidade em Fernando Pessoa e Dicionário de literatura, 72DCOELHO, N.N. Escritores portugueses, 86D- CRUZ, L. José Cardoso Pires, 90DD´ALGE, C. Aspectos da Nova Literatura Portuguesa e 95D- D´ALGE, C.A Experiência Futurista e a Geração de Orpheu, 97D- DAL FARRA, M.L. Florbela 203 Espanca,111D- FERREIRA, D.M. Vinte poetas contemporâneos e 112D- FERREIRA, D.M. Presença da “presença”, 129D- GARCEZ, M.H.N. A ficção portuguesa contemporânea (1960-1970), 130D- GARCIA, J.M. Vitorino Nemésio: a obra e o homem e 131D- GARCIA, J.M. David Mourão-Ferreira: a obra e o homem, 136DGODINHO, H. Estudos sobre Vergílio Ferreira, 140D- GOMES, A.C. A literatura portuguesa em perspectiva: Simbolismo e Modernismo, 143D- GUIMARÃES, F. Linguagem e ideologia, 144D- GUIMARÃES, F. Simbolismo, modernismo e vanguardas, 145D- GUIMARÃES, F. Poética do Saudosismo e 146D- GUIMARÃES, F. Os problemas da modernidade, 164D- LIND, G.R. Teoria poética de Fernando Pessoa, 167D- LINHARES FILHO. A outra coisa na poesia de Fernando Pessoa, 170D- LINHARES FILHO. A modernidade da poesia de Fernando Pessoa e 171DLINHARES FILHO. O poético como humanização em Miguel Torga, 173D- LOPES, O. Uma espécie de música (a poesia de Eugênio de Andrade) e 176D- LOPES, O.Entre Fialho e Nemésio: estudos de literatura portuguesa contemporâne, 177DLOURENÇO, E. Sentido e forma da poesia neo-realista, 178D- LOURENÇO, E. Poesia e metafísica: Camões, Antero e Pessoa, 179D- LOURENÇO, E. Fernando-rei da nossa Baviera, 180D- LOURENÇO, E. Tempo e poesia, 183D- LOURENÇO, E. Labirinto da saudade e 184D- LOURENÇO, E. Mitologia da saudade, 185D- LUCAS, A.C. Críticas sobre Vitorino Nemésio, 192D- MADRUGA, M.C. A paixão segundo José Saramago, 193D- MAGALHÃES, J.M. Os dois crepúsculos: sobre poesia portuguesa atual e outras crônicas, 198D- MARTINS, E.D. “Memorial do Convento”: a narrativa do invisível e 200D- MARTINS, E.D. Do fragmento a Unidade: a lição da gnose almadiana, 223D- MENDONÇA, F. A literatura portuguesa no século XX, 225D- MOISÉS, M. Poética da rebeldia: a trajetória militante de José Gomes Ferreira, 226D- MOISÉS, M. Literatura portuguesa moderna Literatura Portuguesa, 232D- e 228D- MOISÉS, M. A MONIZ, A. Para uma leitura de sete poetas contemporâneos,233D- MONTEIRO, A.C. A poesia portuguesa contemporânea, 238DNEVES, J.A. O movimento futurista em Portugal, 243D- PAIVA, J.R. O espaço-limite no romance de Vergílio Ferreira, 262D- PONTES, R. Poesia insubmissa afrobrasilusa e 265D- PONTES, R. O jogo de duplas na poesia de Mario de Sá-Carneiro, 273DQUADROS, A. Crítica e verdade:introdução à atual literatura portuguesa e 274DQUADROS, A. Fernando Pessoa: vida, personalidade e gênio, 287D- REMÉDIOS, M.L.R. O romance português contemporâneo, 292D- RODRIGUES, U. T. Realismo, arte de vanguarda e nova cultura, 298D- SALEMA, A. Alves Redol: a obra e o homem, 204 299D- SAPEGA, E. W. Ficções modernistas: um estudo da obra em prosa de José de Almada Negreiros, 310D- SARAIVA, A. J.; LOPES, O. – História da Literatura Portuguesa, 326D- SENA, J. Da poesia portuguesa, 345D- SIMÕES, J.G. O mistério da poesia, 346D- SIMÕES, J.G. Heteropsicografia de Fernando Pessoa e 349DSIMÕES, J.G. José Régio e a História do Movimento de Presença, 362D- TORRES, A.P. O neo-realismo literário português e 363D- TORRES, A.P.O movimento neorealista em Portugal na sua primeira fase, 373D- VIDIGAL, L. O jovem Aquilino Ribeiro. Entre a bibliografia apresentada pela UFC e a UFRR há uma distância que remete aos próprios programas. Na UFC houve uma preocupação de se buscar textos que remetessem aos movimentos e à produção de vanguarda em Portugal. Na UFRR, o conteúdo da relação bibliográfica aponta para um corpus mais teórico do que seriam os preceitos das vanguardas mundo afora (36D - BERMAN, 30D - BAUDELAIRE, 40D BRADBURY & MACFAIRLANE,. 259D - POUND, 107D- ELIOT, T.S, 258D- POE, E.A, etc. ) Na UFRR a bibliografia literária fornecida tende a ser mais Modernista que Simbolista o que acaba tornando o programa (eminentemente simbolista) um pouco confuso: 29D-BAUDELAIRE,C. As Flores do Mal, 55D- CASTRO, E. Obras Poéticas, 108D- ESPANCA, F. Poemas, 240D- NOBRE, A. Só, 251D- PESSANHA,C. Clepsidra, 252D- PESSOA, F. O Eu profundo e outros eus, 296- SÁ-CARNEIRO, M. Poesia. Na UFF, apenas os mesmos se repetem 310D- Saraiva e Lopes, e 33D- C. Berardinelli (Estudos de Literatura Portuguesa), 178D- Eduardo Lourenço (Poesia e metafísica- Camões, Antero e Pessoa) desde a primeira comparação, com as Literaturas Portuguesas I da UFRR e UFC. 5.3 – A Teoria da Literatura As disciplinas de Teoria da Literatura antigas (tabela XXVIII) apresentam ementas bastante diferentes entre si, e formam, quando vistas em conjunto, um grupo que aponta para diferentes formas de se trabalhar com a Teoria da Literatura. 205 Tabela XXVIII: Comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura I (programas antigos) UFRR IES Antigo (1993.2) Vig. 60 C.H. Natureza e função da literatura. Estudo Ementa UFF Antigo (1971) 60 Finalidade e objetivos da Teoria da Literatura. Estilo e estilo de época. Bibl. Liter. * Textos para aplicação: 171(A nova empregada), 180(Episodio de Inês de Castro), 206 (Gaetaninho), 222(O relógio do hospital), 240(Arquétipo), 242 141, 152 UFC Antigo (1979.1) 90 Estudo extrínseco da obra literária. A dos métodos críticos procurando Estilística, a Crítica Literária e a História demonstrar a evolução do pensamento e da Literatura. Problemas de criação e das atitudes críticas. Os gêneros interpretação. (1979.1) literários e sua fundamentação. Nenhuma: o conteúdo literário (contos), Não consta provavelmente, será extraído dos textos “teóricos”, ou sugerido a parte pelo professor da disciplina no período. Bibl. crítica * Linha de estudos propost a 2, 59, 63, 67, 68, 92, 95, 109, 112, 117, 27, 56, 122, 141, 161, 162, 165. 125, 141, 142, 146, 152. Teoria como instrumento de análise literária; Sete itens divididos respectivamente em: Estética, Literatura, Teoria da Literatura, A obra literária – características essenciais, A obra literária – elementos fundamentais, características do discurso Literário – especialidade e, estudo de contos. Aplicab Não consta ilidade / objetiv o Metodologia: Aulas expositivas, Leituras extensivas e intensivas, Interpretação de texto, Pequenos seminários, Estudo do grupo e Redação de pequenas monografias. 9 unidades: conceituação e história da palavra; a teoria da literatura; funções da literatura; a criação poética; gêneros literários; lírica-narrativa-drama; sociologia da literatura; história literária; crítica literária; estilística. Levar o aluno a: 1. Distinguir escritos literários e escritos não literários; 2. Distinguir os Processos retóricos em trechos literários; 3. Identificar as várias funções da Literatura como Arte; 4. Identificar os vários gêneros literários em sua forma e conteúdo; 5. Classificar corretamente as espécies dos gêneros literários; 6. Elaborar, com objetividade, sucintos textos de Crítica Literária; 7. Distinguir, em texto de crítica e história literárias, posições sociológicas marcantes. Dividido em três itens: Conceito de Teoria da Literatura; Finalidade e objetivos da Teoria da Literatura; Estilo, estilo individual e estilos de época. Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. A ementa da UFRR (na tabela XXVIII), por exemplo, propõe que se estude: “Natureza e função da literatura. Estudo dos métodos críticos, procurando demonstrar a evolução do pensamento e das atitudes críticas. Os gêneros literários e sua fundamentação”. De todas, a da UFRR é a mais genérica. A da UFC busca uma referência mais voltada para a descrição de alguns elementos da Teoria da Literatura: “Estudo extrínseco da obra literária. A Estilística, a Crítica Literária e a História da 206 Literatura. Problemas de criação e interpretação” e a da UFF na década de 1970 se propõe a estudar : “Finalidade e objetivos da Teoria da Literatura. Estilo e estilo de época.” Se Levarmos em conta o período em que esta disciplina vigiu, veremos que guarda uma certa coerência com o modelo historicista da época (trabalhando com periodicidade/ estilos de época) e que faz uma reflexão em torno de uma das perguntas mais presentes naquele período, em que correntes engajadas e não engajadas da crítica debatiam as “funções da Literatura (e da arte)”. Por outro lado é interessante verificar o quanto coincidentemente, ao discutirem, as três, em momentos diferentes – UFF (1971), UFC (1979) e UFRR (1993) – as funções e a finalidade da Literatura (no caso da UFC esta preocupação consta do conteúdo, não da ementa), a distância temporal parece se traduzir inversamente em distância física, de tal modo que os oito anos que separam a ocorrência da ementa na UFF e na UFC pareçam traduzir também a distância entre o centro (UFF) e um lugar mais ou menos periférico (UFC). Isso porque a preocupação da UFF, um ano depois da ementa da UFC que consta da tabela XVIII, em 1980 (segundo um outro programa de Teoria da Literatura I que temos em mãos) já seria outra: “Introdução à leitura literária” cujo conteúdo seria: “De forma prática, através de leitura de textos, serão levantados subsídios teóricos indispensáveis à introdução ao conhecimento da obra literária (poema, conto, novela, romance)”64 . Assim como entre UFF e UFC, a distância de 14 anos que separa UFC e UFRR, parece traduzir-se num trecho ainda maior rumo à periferia “total” que é o Estado de Roraima. Claro que esta é uma impressão cujo valor científico é questionável, mas pelo menos um dado parece permitir que se pense assim: as ementas/conteúdo pouco mudam seu foco de uma para outra instituição, quando comparadas do jeito que estão na tabela XXVIII, em épocas distintas. As três parecem apontar a mesma questão em diferentes épocas e contextos. O conteúdo de cada disciplina, porém, quando comparado apenas com os demais conteúdos, parece apontar diferentes facetas específicas dentro do panorama amplo da Teoria. Enquanto na UFRR, a proposta passa por trabalhar a: “Teoria como instrumento de análise literária (...)Estética, Literatura, Teoria da Literatura, A obra literária – características essenciais, A obra literária – elementos fundamentais, características do discurso Literário – especialidade e, estudo de contos”. Na UFC temos: “conceituação e história da palavra; a teoria da literatura; funções da literatura; a criação poética; 64 Esta disciplina de Teoria da Literatura I receberá doravante, por não ter podido figurar na tabela XXVIII a letra “A” como denominação a exemplo do que ocorreu com os programas de Literatura Brasileira que não couberam nas tabelas respectivas. Além dela há ainda uma outra, sem data, a qual chamaremos Teoria da Literatura I “B” antiga. 207 gêneros literários; lírica-narrativa-drama; socio logia da literatura; história literária; crítica literária; estilística” (tabela XXVIII). E na UFF: “Conceito de Teoria da Literatura; Finalidade e objetivos da Teoria da Literatura; Estilo, estilo individual e estilos de época.” Nas duas primeiras, UFRR e UFC, há uma tendência maior no sentido de apontar possíveis teorias e formas de lidar com o texto Literário. A descrição das “funções da literatura” (UFC), ou a descrição de métodos de análise crítica da Literatura, tais como a Sociologia da Literatura, a História Literária a Crítica Literária e a Estilística também (UFC) podem, ou não, dependendo da prática e do entendimento do professor que estiver ministrando a disciplina, apontar na mesma direção do programa da UFRR que pretende ser uma panorâmica histórica do que há em termos de crítica literária, enquanto na UFF, fica caracterizado um movimento no sentido de conceituar e apontar as finalidades da Teoria da Literatura, bem como esclarecer a questão do estilo e dos estilos de época. Esta diferença fica um pouco mais evidente na bibliografia das três, em função do elenco de textos ser quase todo dessemelhante. Na UFRR constam os seguintes: 2AAMORA, A. S. Introdução à Teoria da Literatura, 59A- FOSTER, E. M. Aspectos do Romance, 63A- FRIEDRICH, H. Estrutura da Lírica moderna, 67A- GOLDSTEIN, N. Versos, sons e ritmos, 68A- GOMES, A.C. e VECCHI, C. A. Introdução ao estudo da Literatura, 92A- KOTH, F. A alegoria, 95A- LAJOLO, M. O que é literatura, 109AMESQUITA, S. N. O enredo, 112A- MOISÉS, M. A criação literária (poesia), 117ANUNES, B. O tempo da narrativa, 125A- Proença Filho, D. Estilos de época na literatura, 141A- SILVA, V. M. e A e. Teoria da Literatura, 142A- SILVA, D. C. da. Uma teoria do poema, 146A- SOUZA, R. A. de. Teoria da Literatura, 152ATAVARES, E. Teoria Literária; Na UFC : 165A- WELLEK, R. & WARREN, A. Teoria da Literatura, 161A- WELLEK, R. Concepts of criticism, 162A- WELLEK, R. Discriminations: further concepts of criticism, 56A- EIKHENBAUM, et al. Teoria da Literatura – formalistas russos, 27A- Bousoño, C. Teoría de la expressión poética, 122A- PORTELLA, E. et al. Teoria Literária, 141A- SILVA, V.M. e A. Teoria da Literatura. Entre ambas só há em comum o texto 141A. Na UFF, por sua vez os textos estarão divididos em “para aplicação” (literários): 171A- AMADO, J. Gabriela Cravo e Canela (A nova empregada), 180A- CAMOES, L. de. Os Lusíadas (Episodio de Inês de Castro), 206A- MACHADO, J. de A. As obras primas do Conto Brasileiro (Gaetaninho), 222A- RAMOS, G. Insônia (O relógio do hospit al), 240A- VARELA, L.N. F. Obras completas (Arquétipo), 242A- VIEIRA, A. Sermão da Sexagésima; e 208 Teórico-críticos: 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura, 152ATAVARES, E. Teoria Literária. Ambos os textos teóricos da UFF estão presentes nas bibliografias de UFC e UFRR. Para o programa de Teoria da Literatura I da UFF a que chamaremos doravante “A” – GLT02001 – CH 30h, vigente em 1980 (que não entrou na tabela XXVIII) os textos literários elencados são os seguintes: 172A- AMADO, J. Os pastores da noite; 238A- TREVISAN, D. Cemitério de elefantes; 241A- VERISSIMO, E. Noite; novela; e o teóricos são: 64A- FRYE, N. Anatomia da Crítica; 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura. Dos textos críticos acima, apenas o 141A é comum às disciplinas da tabela XXVIII. O segundo texto a que chamaremos Teoria da Literatura “B”, cujo período de vigência não consta do programa, tem como ementa: “Apresentação e problematização de conceitos básicos para a compreensão do significado da reflexão teórica sobre a literatura, a partir da leitura de obras representativas de diferentes gêneros e estilos.” Parece caracteriza r, a partir desta ementa, um movimento no sentido de apontar os agentes do processo literário, e a contribuição da Teoria, através de conceitos, o que já é bem diferente de seus antecessores da UFF. Na confecção deste programa sem data (“B”) optou-se pela seguinte bibliografia: 9A- AUERBACH, E. Introdução aos estudos literários, 31A- CAMPOS, G. Pequeno dicionário de arte poética, 36A- CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira e 37A- CANDIDO, A. Literatura e sociedade, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, 121A- PAZ, O. Signos em rotação, 140A- SARTRE, J.P. O que é literatura, e 146A- SOUZA, R. A. de. Teoria da Literatura, 155A- TODOROV, T. Estruturalismo e poética, 157A- TODOROV, T. e DUCROT, O. Dicionário enciclopédico de ciências da linguagem. Desses, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, vai aparecer no currículo atual da UFRR (tabela XXIX) e 141A- SILVA, V. M. A e. Teoria da Literatura se repetirá também aqui, enquanto 146A- SOUZA, R. A. de. Teoria da Literatura, ocorrerá em comum com a UFRR e com programa da UFF da tabela XXXVIII (1971). O conteúdo desta disciplina “B” é: “ Apresentação e problematização de conceitos básicos para a compreensão do significado da reflexão teórica sobre a literatura, a partir da leitura de obras representativas de diferentes gêneros e estilos”. Se sua ementa parece remeter ao estudo da própria Teoria, numa espécie de meta-teorização, seu conteúdo, como dissemo s acima, parece se voltar para horizontes de referência mais “problematizadores”. 209 Há muita diferença entre estes programas mais antigos e os mais novos no que se refere à Teoria da Literatura. Na tabela XXIX a seguir tentaremos demonstrar o quanto a Teoria I se modificou da década de 1990 para o ano 2000. Tabela XXIX: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura I (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa UFRR atual 60 Propiciar instrumentos teóricos que possibilitem ao aluno discutir os conceitos de “literatura’ e a questão dos gêneros literários; visa também a discutir as relações que a literatura mantém com as disciplinas que investigam o campo literário: a Retórica, a Poética, a Estética, a História da Literatura, a Crítica Literária e a teoria da Literatura. O objetivo último é o de, tendo o texto teórico como suporte, habilitar o aluno para o exercício da prática de leitura crítica de textos literários. Não consta. UFC Atual 60 Introdução ao estudo da Teoria da Literatura; objetivos da disciplina; conceituações do fenômeno literário; especificidades da linguagem literária; abordagem histórica e estrutural das espécies narrativas. Bibliogr afia crítica * 5, 25, 33, 34, 35, 38, 45, 48, 55, 62, 72 (Um crítico a frente do teatro brasileiro por Sábato Magaldi; Literatura em cena por Lucrécia Ferrara e capítulos de João Roberto Faria e Wilma Areas), 105, 106, 107, 112, 113, 114, 115, 118, 125, 127, 128, 129, 136, 141, 143, 144, 168. 7, 15, 16, 26, 50, 54, 55, Bibliog. Mínima: 5, 88, 141, 165. 64, 70, 79, 111, 122, 127, 137, 140, 141, 145, 146, 149, 158, 159, 165. Linha de estudos propost a Três itens (unidades). 1º: a evolução do conceito de Literatura; origens e conceitos gerais da T.L. (PlatãoXAristóteles); 2º: não aparece; 3º as disciplinas que investigam o campo literário (poética, retórica, história de literatura, crítica literária e teoria de literatura) Falta, no item II do programa, a segunda unidade (impressão falhada) Não constam objetivos Dividido em 3 itens: conceitos de literatura e teoria da literatura; a linguagem literária; a narrativa literária. Bibl. Liter.* Aplicab ilidade/ objetivo Não consta Não consta UFF (Teoria da Li.t XII) atual (1999) 60 Apresentação e problematização de concepções sobre o caráter mimético da produção literária e sobre o conceito de gênero, situando e discutindo os sentidos da reflexão teórica sobre a literatura. Não consta Dividido em 4 itens: O conceito de mímesis e sua contextualização na Antiguidade; Interseção entre o conceito de mímesis e o de gênero literário; O conceito de mímesis e suas recepções em contextos posteriores; Gêneros literários: histórico e problemas conceituais. Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Nos programas atuais (tabela XXIX) encontramos ainda mais diferenças que nos programas anteriores (tabela XXVIII). A UFRR parece ter optado definitivamente por uma visão “instrumentalista” da Teoria, como indica sua ementa: “Propiciar instrumentos teóricos que possibilitem ao aluno discutir os conceitos de “literatura’ e a questão dos gêneros literários; visa também a discutir as relações que a literatura mantém com as disciplinas que investigam o campo literário: a Retórica, 210 a Poética, a Estética, a História da Literatura, a Crítica Literária e a teoria da Literatura. O objetivo último é o de, tendo o texto teórico como suporte, habilitar o aluno para o exercício da prática de leitura crítica de textos literários .”(tabela XXIX) Em destaque, grifado, temos a expressão “instrumentos teóricos” que parece indicar claramente que a Teoria será fornecida com esta função. Há, porém, outros rumos, aventados na mesma ementa. Um deles é o de que a Teoria “buscará discutir as relações que mantém com os campos que a investigam”. Esta idéia, no contexto em que está posta, soa como uma tentativa de fornecer um panorama da Teoria, que teria como finalidade instrumentalizar o aluno para o trato com a Literatura. Já o texto da ementa do programa de Teoria I da UFC, por sua vez, aponta quase no mesmo sentido do antigo texto da UFRR, ao propor uma: “ Introdução ao estudo da Teoria da Literatura; objetivos da disciplina; conceituações do fenômeno literário; especificidades da linguagem literária; abordagem histórica e estrutural das espécies narrativas (tabela XXIX)” A disciplina em si, em relação a sua antecessora, perdeu 30 horas/aula, mas não parece ter havido, com isso, um decréscimo na exigência de leituras. De todas as três, mais uma vez será a UFF que destoará mais propondo: “Apresentação e problematização de concepções sobre o caráter mimético da produção literária e sobre o conceito de gênero, situando e discutindo os sentidos da reflexão teórica sobre a literatura”. Na UFRR há a substituição de todos os textos listados nos programas anteriores – exceto de 141A- SILVA, V. M. e A e. Teoria da Literatura e 112A- MOISÉS, M. A criação literária (poesia) – pelos seguintes textos: 5A-ARISTÓTELES. Arte poética, 25A- BOSI, A. O ser e o tempo da poesia, 33A- CÂNDIDO A. et al. A personagem de ficção, 34A- CÂNDIDO A. Na sala de aula e 35A- CÂNDIDO A. A crônica, 38ACARLSON, M. Teorias do teatro: estudo histórico-crítico dos gregos à atualidade, 45A- COELHO, E.P. Os universos da Crítica, 48A- CORTAZAR, J. Valise de cronópio, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, 125A- FILHO, D. P. Estilos de época na literatura, 72A- GUINSBURG, J; NETTO T.C. e CARDOSO,R.C. (org). Semiologia do teatro – capítulos de MAGALDI,S. Um crítico à frente do teatro brasileiro; FARIA, J.R., e FERRARA, L. Literatura em cena, 62A- FREADMAN, R. ; MILLER, S. Re-pensando a teoria, 105A- MAINGUENEAU, D. O contexto da obra literária; 106A- MAINGUENEAU, D. Elementos de lingüística para o texto literário e 107A- MAINGUENEAU, D. Pragmática do discurso literário, 113A - MOISÉS, M. A criação literária (prosa I) e 114A - MOISÉS, M.A criação literária (prosa II), 115A- 211 NASCIMENTO, F.S. Teoria da versificação moderna, 118A- PALOTTINI, R. Dramaturgia: construção da personagem, 127A- REIS, C. & LOPES, A. C. Dicionário de teoria da narrativa, 128A- REIS, C. Técnicas de análise textual, 129A- REUTER, Y. Introdução à análise do romance, 136A- SÁ, J. A crônica, 143A- SOARES, A. Gêneros Literários, 144A- SOURIAU,E. As duzentas mil situações dramáticas, 168AWRIGHT, E. Para compreender el teatro actual. Na UFC continuam (em relação ao programa antigo) 122A- PORTELLA, E. et al. Teoria Literária, 165A- WELLEK, R. & WARREN, A. Teoria da Literatura e 141A- SILVA, V.M. e A. Teoria da Literatura. E aparece 146A- SOUZA, R. A. de. Teoria da Literatura, que existia no programa antigo da UFRR e da UFF, mas foi excluído no atual programa. Também encontramos 140A- SARTRE, J.P. O que é literatura, o qual existia na UFF em programa anterior, mas foi retirado. Aparece, como na UFRR, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, que existia na UFF antes, mas foi substituído na atual versão do programa. Aparece ainda 111A- MOISÉS, M. A criação literária, que por sua vez, também existe na UFRR, mas dividido em poesia, prosa I e prosa II, assim como 127A- REIS, C. & LOPES, A. C. Dicionário de teoria da narrativa. Os demais ocorrerão somente na UFC: 15A- BARTHES, R. Ensaios Críticos e 16A- BARTHES, R. Elementos de Semiologia, 26A- BOURNEF, R. e OUELLET, R. O universo do romance, 50A- COSTA LIMA, L. Teoria da Literatura em suas Fontes, 54A- COUTINHO, A. Crítica e Teoria Literárias, 55A-EAGLETON, T. Teoria da Literatura: uma Introdução, 64A- FRYE, N. Anatomia da Crítica, 70AGROSSMANN, J. Temas de Teoria da Literatura, 79A- Intertextualidades. Poétique n° 27, 111A- MOISÉS, Massaud. A Criação Literária, 122A- PORTELLA, E. et al. Teoria Literária, 127A- REIS, C. ; LOPES, A. C. M. Dicionário de Teoria da Narrativa, 137A- SAMUEL, R. (Org.) Manual de Teoria Literária, 140A- SARTRE, J.-P. O que é a Literatura?, 141A- SILVA, V. M. de A. Teoria da Literatura, 145A- SOUZA, R. A. Formação da Teoria da Literatura e 146A- SOUZA, R. A. Teoria da Literatura, 149ASUHAMY, H. A Poética, 158A- TOLEDO, D. O.(Org.) Teoria da Literatura. Formalistas russos, 159A- VASSALO, L. A Narrativa ontem e Hoje,165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura. Quanto à bibliografia, pode-se dizer que o texto 141A - aparece em todos os programas antigos e atuais, enquanto 5A - aparece na UFRR e UFF. Na UFC aparece Aristóteles, mas com o texto 7A. O 55A, aparece no programa da UFRR e da UFC. 212 Tabela XXX: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura II (programas antigos) IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. literária * Bibliografi a crítica * Linha de estudos proposta UFRR UFC Antigo Antigo 60 90 A poesia e a Poética. A ficção narrativa: o Estudo intrínseco de Obra conto, o romance e a novela. A crítica Literária. Os gêneros literários literária e as disciplinas afins. e a metodologia crítica. (1985) Nenhuma: o conteúdo literário (contos), Não consta provavelmente, será sugerido pelo professor. 2, 3, 141, 148, 165. Não consta UFF – DLt 402 Antigo (1971) 60 Estilos e estilos de época. Gêneros literários. Para aplicação: 178, 207, 208. Teoria como instrumento de análise 4 itens: Gêneros literários: literária; conceituação e manifestações; três itens teóricos divididos em poesia (e Problemática dos gêneros subitens), ficção ( e subitens) e crítica literários; Caracteres (idem) e Um quarto item (ou observação) fundamentais e de análise “prática” (cada unidade “será desdobramentos da Lírica, da ilustrada com textos de autores nacionais Narrativa e do Drama. A e estrangeiros. Para a epopéia serão Crítica Literária: métodos e escolhidos trechos de os Lusíadas e para a evolução. poesia lírica, poemas de vários autores, dando-se preferência aos brasileiros. Não consta Não consta Dividido em 4 itens: Estilo Individual; Estilos de época; Gêneros literários; A técnica da ficção: o conto e o romance. 141, 152, 165 Não consta Aplicabilid ade/objetiv o *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. A Teoria da Literatura II na UFRR (tabela XXX) representou uma espécie de curso prático de análise textual, segundo um modelo teórico a ser estipulado e esmiuçado pelo professor da disciplina. Embora sua ementa verse que ela deva estudar: “A poesia e a Poética. A ficção narrativa: o conto, o romance e a novela. A crítica literária e as disciplinas afins.”, a forma como o conteúdo estava expresso indicava o caminho da prática de análise. Não parece haver muita diferença entre a proposta da ementa da UFC e a prática da UFRR: “ Estudo intrínseco de Obra Literária. Os gêneros literários e a metodologia crítica.”, exceto pelo fato, de que o conteúdo da UFC não tende a indicar unicamente o caminho da análise textual. Na UFF parece haver uma concessão ao modo panorâmico de elencar os itens. Trata-se de uma ementa ampla (no sentido de permissão) cujo teor parece apontar no sentido de uma historicização dos Gêneros. Esta impressão de amplitude histórica na ementa da UFF – “Estilos e estilos de época. Gêneros literários – só se confirma, ainda mais, se nos prendermos ao conteúdo que a complementa: “Estilo Individual; Estilos de época; Gêneros literários; A técnica 213 da ficção: o conto e o romance”. Olhando esta ementa temos a impressão de se tratar de uma proposta cujo teor seja o de elencar conceitos e situá- los historicamente. Até porque, não parece haver grandes diferenças entre este conteúdo e o da UFC: “Gêneros literários: conceituação e manifestações; Problemática dos gêneros literários; Caracteres fundamentais e desdobramentos da Lírica, da Narrativa e do Drama. A Crítica Literária: métodos e evolução.” Estranhamente tanto a bibliografia da UFRR – 2A- AMORA, A. S. Introdução à Teoria da Literatura, 141A- SILVA, V. M. e A e. Teoria da Literatura, 148ASTAIGER, E. Conceitos fundamentais de Poética, 165A- WELLEK,R.;WARREN, A. Teoria da literatura – quanto a da UFF – 178A- BEYLE, H. – Stendhal- O vermelho e o negro; 207A- MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro; 208A- MACHADO DE ASSIS, J.M. Contos; 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 152ATAVARES, E. Teoria Literária; 165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura – são curtas e desproporcionais ao conteúdo. A UFC nem mesmo apresenta uma bibliografia. No quesito comparação bibliográfica há dois textos em comum entre UFF e UFRR: 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura. Por outro lado há dois textos de Teoria da Literatura II da UFF que não constam da tabela XXX, que podem reforçar a idéia de que na UFF a Teoria da Literatura em seus primórdios adotava um tom historicista. A primeira, a que chamaremos de “A” (a exemplo das demais anteriores). Trata-se da Teoria da Literatura II – GCL04120 cuja ementa é: “Gêneros Literários. Periodização da literatura” da qual não pudemos depreender o período de vigência. Seu conteúdo traz as seguintes questões: “Literatura e sistematização do seu estudo; Discurso e literatura. Base discursiva para a segmentação do estudo da literatura em gêneros literários; Bases aristotélicas para o estudo dos gêneros; Delimitação do campo conceitual e seus problemas; Conceitos básicos do gênero épico. As formas do épico; conceitos básicos do gênero lírico. Formas do lírico; conceito básico do gênero dramático. Formas do dramático; Conceitos gerais sobre periodização. A problemática histórica e o conceito dos estilos de época” (tabela XXX). Através do conteúdo podemos perceber que se trata mais de uma discussão, em torno da validade e do uso de determinadas “categorias” para o estudo da literatura, que inclue a própria historicização. Mas esta interpretação dependeria em muito da atuação do 214 professor que estivesse à frente da disciplina, tal qual nos programas da UFC e da UFRR. Sua bibliografia propõe: 6A- ARISTOTELES. Os pensadores; 74A- HAMBURGER, K. A lógica da criação literária; 75A- HAUSER. A. História Social da Literatura e da Arte; 111A- MOISÉS, M. A Criação Literária; 125A- PROENÇA FILHO, D. Estilos de época na Literatura; 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 156A- TODOROV, T; et al. Teoria da Literatura dos Formalistas Russos 165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura. Em comum com a UFRR e com a UFF da tabela XXX (ano de 1971) esta disciplina “A” tem os seguintes textos: 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura. Uma outra disciplina da UFF, aplicada em 1980.2, a que chamaremos de Teoria da Literatura II “B”, opta por rumos que parecem mais “práticos” conforme sua ementa: “Introdução a análise da narrativa ” e seu conteúdo programático: “Introdução; a narrativa enquanto história; a narrativa enquanto discurso – Introdução: a narrativa literária (estabelecimento de fronteiras para sua conceituação); o gênero narrativo e as tradições épica e dramática. A narrativa enquanto história: Ações e actantes (A noção de personagem); espaços e tempo. A narrativa enquanto discurso: o narrador e sua fala; visões do narrador; as relações entre tempo do discurso e tempo da historia.” A proposta parece apontar no sentido da aplicação “Estruturalista” dos conceitos em textos literários, fato que se confirma a partir da bibliografia adotada: 17A- BARTHES, R. et al. Análise Estrutural da narrativa; 155A- TODOROV, T. Estruturalismo e poética; 235A- SILVA, V. M. A. e. A estrutura do romance. Não há nenhum texto em comum com as demais disciplinas, inclusive com a “A”, o que não é de se estranhar em função da pequena quantidade de obras propostas nas cinco disciplinas analisadas. Em compensação os programas mais recentes de Teoria da Literatura II (tabela XXXI), apresentam uma vasta bibliografia na área. Embora apresente uma ementa redigida de uma forma um pouco diferente das anteriores, a Teoria da Literatura II da UFRR (Tabela XXXI), pouco se modificou. Pelo contrário, o modelo parece ter se arraigado mais, ganhando termo s e conceitos mais específicos de determinadas correntes teóricas. Muito embora o texto faça alusão a diversos “modelos de explicação forjados no campo da teorização literária”, e o conteúdo pareça acompanhá- lo, ao citar vários métodos de análise literária, salta aos olhos a exigência de uma “literariedade”. Na UFC, embora o texto seja mais enxuto 215 parece se caminhar no mesmo sentido: “ Estudo da gênese e evolução dos gêneros literários; métodos de abordagem do texto literário.” Quando se propõe trabalhar com “métodos de abordagem do texto literário”. Por outro lado, a UFF busca: “ Apresentação e discussão dos quadros de referência que fundamentam as diversas formas de reflexão sobre a literatura, bem como os problemas pertinentes a sua temporalidade e historicidade, de modo a avaliar, tanto características específicas atribuídas ao literário, quanto sua relação com a vida social e com o conjunto das ciências humanas.”, o que, na prática, destoa um pouco das demais, embora pareça, também, apontar no sentido de uma panorâmica de métodos de abordagem, não mais apenas da Literatura, mas a partir das “ciências humanas em geral” Tabela XXXI: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Teoria da Literatura II (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa UFRR Atual 60 Propiciar ao aluno de Letras o aprofundamento da discussão e da compreensão dos conceitos de “literatura” e de “literariedade”, bem como promover a leitura de textos literários, de gêneros e de ápocas diversas, à luz dos principais modelos de explicação forjados no campo da teorização literária. Não consta. Bibl. Liter.* Bibliogr 4, 5, 22, 25, 33, 34, 38, 40, 55, 62, 72 . crítica (Literatura em cena por Lucrecia Ferrara), 105, 106, 107, 112, 113, * UFC atual 60 Estudo da gênese e evolução dos gêneros literários; métodos de abordagem do texto literário. Não consta. UFF (Teoria da Lit XII) atual (1999) Não consta Apresentação e discussão dos quadros de referência que fundamentam as diversas formas de reflexão sobre a literatura, bem como os problemas pertinentes a sua temporalidade e historicidade, de modo a avaliar, tanto características específicas atribuídas ao literário, quanto sua relação com a vida social e com o conjunto das ciências humanas. Não consta 7, 15, 16, 26, 50, 54, 55, 64, 70, 79, 111, 122, 127, 137, 140, 141, 145, 146, 149, 158, 159, 165. 9, 18, 25, 36, 37, 41, 45, 49, 50, 52, 55, 65, 77, 78, 83, 86, 89, 97, 100, 110, 116, 117, 121, 130, 145, 146, 150, 158, 160, 165, 166, 167. Dois itens (unidades). 3 itens: Gêneros e Linha 1º não aparece; 2º algumas unidades subgêneros literários; de Crítica e História estudos correntes da crítica literária. Literárias e Métodos propost de investigação a 3 itens: focos de interesse da investigação literária; estatuto da teoria de lit. e correntes crítico-teóricas (estilística, New criticism, formalismo russo, estruturalismo, análise sociológica, estética da recepção); perspectivas interdisciplinares nos estudos literários: relações entre o dis curso literário e os discursos histórico, filosófico, psicanalítico, sociológico. Não consta 114, 118, 124, 125, 127, 129, 135, 141, 143, 168. literária. Aplicab ilidade/ objetivo Não consta Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 216 A UFRR adota, nesta versão do programa, a seguinte bibliografia: (deixa de utilizar todos, exceto 141A- SILVA, V. M. e acresce os seguintes textos:) 4AANGENOT, M. et al. Teoria Literária, 5A-ARISTÓTELES. Arte poética, 22ABERGEZ, D. et al .Métodos críticos para análise da obra de arte literária, 25A- BOSI, A. O ser e o tempo da poesia, 33A- CÂNDIDO A. et al. A personagem de ficção e 34A- CÂNDIDO A. Na sala de aula, 38A- CARLSON, M. Teorias do teatro: estudo histórico-crítico dos gregos à atualidade, 40A- CASTAGNINO, R. Tempo e expressão literária, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, 125A- FILHO, D. P. Estilos de época na literatura, 72A- GUINSBURG, J; NETTO T.C. e CARDOSO,R.C. (org). Semiologia do teatro – capítulo de FERRARA, L. Literatura em cena, 62AFREADMAN, R. ; MILLER, S. Re-pensando a teoria, 105A- MAINGUENEAU, D. O contexto da obra literária, 106A- MAINGUENEAU, D.Elementos de lingüística para o texto literário e 107A- MAINGUENEAU, D.Pragmática do discurso literário, 112A - MOISÉS, M. A criação literária (poesia), 113A - MOISÉS, M.A criação literária (prosa I) e 114A - MOISÉS, M.A criação literária (prosa II), 118A- PALOTTINI, R. Dramaturgia: construção da personagem, 124A- PRINCE, G. Pragmática narrativa, mensagem e point, 127A- REIS, C. & LOPES, A. C. Dicionário de teoria da narrativa, 129A- REUTER, Y. Introdução à análise do romance, 135A- RYNGAERT, J. P. Introdução à análise do romance, 143A- SOARES, A. Gêneros Literários, 168AWRIGHT, E. Para compreender el teatro actual. Na UFC são adotados os seguintes textos: 7A- ARISTÓTELES, HORÁCIO, LONGINO. A Poética Clássica, 15A- BARTHES, R. Ensaios Críticos e 16ABARTHES, R. Elementos de Semiologia, 26A- BOURNEF, R.; OUELLET, R. O universo do romance, 50A- COSTA LIMA, L. Teoria da Literatura em suas Fontes, 54A- COUTINHO, A. Crítica e Teoria Literárias, 55A- EAGLETON, T. Teoria da Literatura: uma Introdução, 64A- FRYE, N. Anatomia da Crítica,70A- GROSSMANN, J. Temas de Teoria da Literatura, 79A- Intertextua lidades. Poétique n° 27, 111A- MOISÉS, M. A Criação Literária, 122A- PORTELLA, E. et al. Teoria Literária,127A- REIS, C. & LOPES, A. C. M. Dicionário de Teoria da Narrativa,137A- SAMUEL, R. (Org.) Manual de Teoria Literária,140A- SARTRE, J.P. O que é a Literatura?,141A- SILVA, V. M. de A. Teoria da Literatura, 145ASOUZA, R. A. Formação da Teoria da Literatura e 146A- SOUZA, R. A.Teoria da Literatura, 149A- SUHAMY, H. A Poética, 158A- TOLEDO, D. O.(Org.) Teoria da 217 Literatura. Formalistas russos, 159A- VASSALO, L. A Narrativa ontem e Hoje, 165WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura. E na UFF trabalha-se com: 9A- AUERBACH, E. Introdução aos estudos literários, 18A- Crítica e verdade, 25A- BOSI, A. O ser e o tempo da poesia, 36ACANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira e 37A- CANDIDO, A.Literatura e sociedade, 41A- CERTEAU, M.- A escrita da história, s/n- CHAVES, F.L.- História e Literatura, 45- COELHO, E.P. Os universos da Crítica, 49A- LIMA, L.C. A literatura e o leitor, 50A- LIMA, L.C. Teoria da Literatura em suas fontes e 52A- LIMA, L.C. A aguarrás do tempo, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, 65A- GENETTE, G. Figuras, 77A- HUNT, L. A nova história cultural, 78A- HUTCHEON, L. Poética do pós-modernismo, 83A- JAUSS, H.R. A história da literatura como provocação à teoria da literatura, 86A- JOBIM, J.L. Palavras da crítica, 89A- KHEDE, S.S.(org.). Contrapontos da Literatura, 97A- LE GOFF, J.; NORA, P. (dir.) História: novos problemas, 100A- LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural, 110A- MEYERHOFF, H. O tempo na Literatura, 116A- NOVAES, A. Tempo de história, 117A- NUNES, B. O tempo na narrativa, 121A- PAZ, O. Signos em rotação,130A- REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA. América, Américas. 145A- SOUZA, R.A. Formação da teoria da literatura e 146A- SOUZA, R.A.Teoria da Literatura, 150A- TADIE, J.Y. A crítica literária no século XX, 158A- TOLEDO, D.(org.)- Teoria da literatura: formalistas russos, 160A- VEYNE, P. Como se escreve a história, 165A- WELLEK, R. & WARREN, A. Teoria da Literatura, 166A- WHITE, H. Meta-história: a imaginação histórica do século XIX e 167A- WHITE, H. O valor da narratividade na representação da realidade. Entre UFC e UFRR há os seguintes textos e autores em comum: Aristóteles (outra obra), 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, Moisés (criação literária - na UFRR dividido em poesia, prosa I e prosa II), 127A- REIS, C. & LOPES, A. C. Dicionário de teoria da narrativa. Entre UFF e UFC: 50A- LIMA, L.C. Teoria da Literatura em suas fontes, 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura, 145A- SOUZA, R.A. Formação da teoria da literatura e 146A- SOUZA, R.A.Teoria da Literatura, 158A- TOLEDO, D.(org.)- Teoria da literatura: formalistas russos e 165A- WELLEK, R. & WARREN, A. Teoria da Literatura. E entre UFF e UFRR: 25A- BOSI, A. O ser e o tempo da poesia, Cândido (Na UFRR- 33A- CÂNDIDO A. et al. A personagem de ficção e 34A- CÂNDIDO A. Na sala de aula e na UFF -36A- CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira e 37A- CANDIDO, A.Literatura e sociedade), 45- 218 COELHO, E.P. Os universos da Crítica (aparece no programa da Teoria da Literatura I), 55A- EAGLETON, T. Teoria da literatura. Nenhuma destas repetições pode ser tomada como conclusiva de uma interação entre as instituições, uma vez que se tratam de textos do cânone disciplinar muito conhecidos e apreciados, no ensino de Teoria, e que, tanto poderiam figurar na bibliografia destas instituições de ensino, quanto em quaisquer outras que pudéssemos pesquisar. 5.4 – Literatura Infanto-Juvenil e Ensino de Literatura A Literatura Infanto-Juvenil da UFRR (Tabela XXXII) é, de todos até agora, o programa que mais se assemelhou aos da UFC. Aparentemente se trata de uma relação de programa “mãe-e-filho”. As ementas Literatura Infanto-Juvenil da UFRR e Literatura Infantil II da UFC – Tabela XXXII – dizem o seguinte: “Estudo da Literatura Infantil em todas as suas manifestações e de suas relações com a literatura universal e as demais artes.” E o conteúdo, é o mesmo da disciplina Literatura Infantil I da UFC: “História da Literatura Infantil, funções da Literatura Infantil, a Literatura Infantil no Brasil, A poesia na Literatura Infantil, A ficção, O teatro, A literatura Infantil e a arte, O texto de Literatura e os personagens, as histórias em quadrinhos, traduções e adaptações. Metodologia: aulas expositivas, encenações, trabalhos em grupo, seminários e oficinas.” No entanto, a Literatura Infantil Brasileira, ou Literatura Infantil II, que também consta da tabela XXXII, cujo conteúdo vem a ser – “O contexto sócio-cultural e o panorama universal; O Brasil entre séculos; O marco- Monteiro Lobato; A Literatura Infantil nas décadas de 30 a 60; A Literatura Infantil dos anos 70 à atualidade- novas tendências; O folclore na Literatura Infantil; O processo evolutivo das ilustrações no livro infantil; a poesia infantil brasileira; o teatro infantil/juvenil; a Literatura cearense para crianças.” – não se assemelha em nada ao conteúdo da Literatura Infanto-Juvenil da UFRR. 219 Tabela XXXII: comparativo UFRR x UFC x UFF - DISCIPLINA LITERATURA INFANTO-JUVENIL (programas antigos) IES Vigência C.H. Ementa UFRR Antiga 60 Estudo da Literatura Infantil em todas as suas manifestações e de suas relações com a literatura universal e as demais artes. UFC (Lit. Inf. I e II) Antigo 60/ 60 Não consta Estudo de Literatura Infantil Brasileira em todas as suas manifestações e de suas relações com as demais artes Bibliogr. literária * Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta Não consta Não consta Não consta Aplicabilid ade/objetiv o UFF (Lit. Brasileira X /Lit. Port. VI) Antigo (sem data) Não consta/ 60h A Literatura infanto-juvenil brasileira A Literatura infanto-juvenil portuguesa contemporânea em seu diálogo com produções do gênero brasileiras e africanas. Sophia de Mello B. Andresen, Lygia Bojunga Nunes e Pepetela. Não consta 29, 30, 36, 37, 38 3, 5, 6, 11, 14, 21, 23. 4, 5, 6, 8, 10, 14, 16, 18, 19, 21, 22, 23. Inicial: 21, 33, 34, 40 12, 16 Dividido em 5 itens: 1.O que é literatura infanto-juvenil?; 2. Estudo da narrativa: a recriação da historia; 3. A formação do leitor: abordagem do texto em turmas de 1º e 2º graus; “verificação” da leitura extra-classe; adaptação teatral; oficina de criatividade; 4. Narrativa curta: a crônica; 5. Livros e autores: Ana Maria Machado (O canto da praça), Eliane Ganen (A fada desencantada), Fernanda Lopes de Almeida (A fada que tinha idéias), Rubem Braga (crônicas), Vicente de Percia (O menino da horta), etc. 10 itens: o contexto sócio-cultural e o Não consta panorama universal; O Brasil entre séculos; O marco- Monteiro Lobato; A lit. Inf. Nas décadas de 30 a 60; A lit. inf. Dos anos 70 à atualidadenovas tendências; O folclore na lit. inf.; O proc. evolutivo das ilustrações no livro infantil; a poesia infantil brasileira; o teatro infantil/juvenil; a lit. cearense para crianças. Desenvolver no discente Não consta Não consta a capacidade de apreciar, avaliar e discernir o texto da literat. infantil Desenvolver no discente a Não consta no contexto da Literat. capacidade de discernir, apreciar e Universal e da Literat. avaliar o texto de literatura infantil Brasil.; Desenvolver no brasileira. discente a capacidade de reconhecer a importância da literat. no processo de ensinoaprendizagem. Dez itens: História da Literatura Infantil, funções da Literatura Infantil, a Literatura Infantil no Brasil, A poesia na Literatura Infantil, A ficção, O teatro, A literatura Infantil e a arte, O texto de Literatura e os personagens, as histórias em quadrinhos, traduções e adaptações. Metodologia: aulas expositivas, encenações, trabalhos em grupo, seminários e oficinas. 3, 5, 6, 7, 11, 14, 16, 21, 23, 24. 10 itens: historia da Literatura Infantil; Funções da literatura Infantil A literatura Infantil No Brasil; A poesia na literatura Infantil; A ficção ; O teatro; O folclore; O fantástico na Literatura Infantil; as estórias em quadrinhos; traduções e adaptações. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 220 O fato é que o programa da Literatura Infantil da UFRR parece ser uma espécie de montagem ipsis literis do conteúdo e ementa de ambas as disciplinas da UFC. Até mesmo parte dos objetivos da UFRR já estava expresso no programa de Literatura Infantil II da UFC: “Desenvolver no discente a capacidade de discernir, apreciar e avaliar o texto de Literatura Infantil Brasileira.” A Bibliografia da Literatura Infantil Brasileira, ou Literatura Infantil II da UFC é a seguinte: 3B-ALBERTON,C.R. et al. Uma dieta para crianças: Livros. Orientação a pais e professores 5B- AMARAL, M.L. Criança é criança, 6F- ARROYO, L. Literatura Infantil Brasileira, 7B- BETTELHEIN, B. A Psicanálise dos contos de fada, 11B-COELHO, N.N. A literatura Infantil. História, teoria e análise (das orientais ao Brasil), 14B-CUNHA, M.A.A. Como ensinar Literatura Infantil, 16B- JESUALDO. A literatura infantil, 21B- MEIRELES, C. Problemas da Literatura Infantil, , 23BSALEN, N. História da Literatura Infantil, 24B- ZILBERMAN, R. A literatura infantil da escola? A bibliografia da UFRR é exatamente a mesma com exceção de 7B, 16B e 24B, que provavelmente não existiam na UFRR, nem no acervo dos professores que ministravam a disciplina, por esse motivo foram retirados. Mas, o mais incrível é que a cópia da bibliografia (da UFC) feita pela UFRR estava totalmente fora da apresentação bibliográfica padrão, exatamente como a original. Na disciplina de Literatura Infanto-Juvenil I (1981) da UFC estão elencados os seguintes textos: 4B- ALMEIDA, R. Literatura Infantil in COUTINHO, A.(dir.) A literatura no Brasil, 5B- AMARAL, M.L. Criança é criança, 6B- ARROYO, L. Literatura Infantil Brasileira, 8B- CARDOSO, O.B. Fantasia, Violência e medo na literatura infantil, 10B- COELHO, N.N. O ensino da literatura infantil, 14B-CUNHA, M.A.A. Como ensinar Literatura Infantil, 16B- JESUALDO. A literatura infantil,18B LISBOA, H. Antologia poética para a infância e juventude, 19B- LISBOA, H. Literatura oral para a infância e juventude, 21B- MEIRELES, C. Problemas da Literatura Infantil, 22B- NUNES, C; BRITO, M.S. Poesia brasileira para a infância, 23B-SALEN, N. História da Literatura Infantil. Alguns dos quais vão se repetir no programa de Literatura Infantil Brasileira II já referido e esmiuçado acima. São textos recorrentes entre os programas da UFC (de diferentes gerações): 5B, 6B, 14B, 16B, 21B e 23B. Já a UFF apresentava no seu currículo antigo, duas disciplinas distintas para este segmento do ensino literário: a Literatura Infanto-Juvenil Brasileira (conhecida na grade do curso como Literatura Brasileira X - optativa) e a Literatura Infanto-Juvenil 221 Portuguesa Contemporânea (Literatura Portuguesa VI – também optativa). Ambas aparecem atreladas aos respectivos campos de Literatura Brasileira e de Literatura Portuguesa. A ementa da primeira, a Infanto-Juvenil Brasileira é seu próprio título. Assim sua amplitude ficaria limitada ao que rezava o seu conteúdo: “1. O que é literatura infanto-juvenil?; 2. Estudo da narrativa: a recriação da historia; 3. A formação do leitor: abordagem do texto em turmas de 1º e 2º graus; “verificação” da leitura extraclasse; adaptação teatral; oficina de criatividade; 4. Narrativa curta: a crônica; 5. Livros e autores: Ana Maria Machado (O canto da praça), Eliane Ganen (A fada desencantada), Fernanda Lopes de Almeida (A fada que tinha idéias), Rubem Braga (crônicas), Vicente de Percia (O menino da horta), etc”. Na prática este não é um conteúdo que difira muito do proposto por UFC e UFRR. Trata-se de uma disciplina com um viés sempre prático, basicamente uma oficina de criação e de ensino de Literatura nas classes mais jovens. A Literatura Infanto-Juvenil Portuguesa Contemporânea, por sua vez, trará como ementa a seguinte proposta: “A Literatura Infanto-Juvenil Portuguesa Contemporânea em seu diálogo com produções do gênero brasileiras e africanas. Sophia de Mello B. Andresen, Lygia Bojunga Nunes e Pepetela”. Apesar de não apresentar um conteúdo programático, para esta disciplina parece ficar claro que se trata de um estudo inter-cultural (BrasilPortugal) contemporâneo e, diferentemente da Infanto-Juvenil Brasileira voltado mais para a leitura e interpretação textuais de autores consagrados que para a confecção de material, ou outra tarefas práticas do ensino de Literatura. A Literatura Infanto-Juvenil Brasileira (Literatura Brasileira X – tabela XXXII), apresentava como textos: 21BMEIRELES, C. Problemas da Literatura Infantil; 33B- LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. Literatura infantil brasileira; 34B- Literatura infanto-juvenil brasileira; 40B- SÁ, J. A crônica. A Literatura Portuguesa VI, ou Literatura Infanto-Juvenil Contemporânea, trabalhava com os seguintes autores e obras: 29B- ANDRESEN, S. de M. B. A noite de Natal; 30B- ANDRESEN, S. M.B. A fada Oriana; 36B- NUNES, L. B. A bolsa amarela;37B- NUNES, L.B. A casa da madrinha;38B- PEPETELA. As abenturas de Ngunga; 12B- COELHO, N.N. A Literatura Infantil; 16B- JESUALDO. A literatura Infantil. Entre ambas (da UFF – tabela XXXII) não havia coincidências bibliográficas, mas com as demais (UFC e UFRR) a optativa de Literatura Brasileira da UFF apresentava o texto 21B- MEIRELES, C. Problemas da Literatura Infantil, e a optativa 222 de Literatura Portuguesa apresentava em comum com as duas disciplinas da UFC o texto: 16B- JESUALDO. A literatura Infantil. Tabela XXXIII: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Literatura InfantoJuvenil (programas recentes) IES UFRR Atual Vig. _ C.H. Ementa Foi extinta e parte do conteúdo é trabalhada em prática de ensino em literatura. Não há Bibl. Liter.* Bibliogr Não há . crítica * Não há Linha de estudos propost a UFC (Literatura Infantil Brasileira/Literatura Infantil Universal) Atual 60/60 Estudo da Literatura Infantil em todas as suas manifestações e de suas relações com a Literatura Brasileira. Desenvolver no discente a capacidade de discernir, apreciar e avaliar o texto literário infantil, bem como suas manifestações nas demais artes. Não há Não há 2, 6, 20, 25, 26, 27 UFF Atual _ No fluxograma atual, há uma disciplina optativa Literatura Brasileira e em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, mas não tivemos acesso ao programa da mesma. Não há Não há 1, 7, 9, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 21, 24. 10 itens: O Brasil entre os séculos; O marco- Monteiro Não há Lobato; A lit. Inf. Nas décadas de 30 a 60; A lit. inf. Dos anos 70 à atualidade- nvoas tendências; O folclore na lit. inf.; O processo evolutivo das ilustrações no livro infantil; a poesia infantil brasileira; o teatro infantil/juvenil; as histórias em quadrinhos no Br; A Lit. Cearense para crianças. 10 itens: conceituação; funções da Lit. inf., O processo histórico; valores tradicionais e atuais da Lit. Inf.; estágios psicológicos do leitor; o gênero “maravilhoso”; a poesia na Lit. inf.; O teatro na Lit. Inf.; as histórias em quadrinhos; traduções e adaptações *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. No caso atual da UFF não parece haver material para análise em Literatura Infantil ou Infanto-Juvenil, embora conste no fluxograma as disciplinas optativas Literatura Brasileira XXII “A Literatura Infanto-Juvenil” e “A Literatura InfantoJuvenil Africana”, talvez não tenham sido ministradas com este formato ainda. Assim como não existe mais na UFRR tal disciplina. Por este motivo não foi possível apresentar outros programas que não o da UFC para a tabela XXXIII. Apenas utilizaremos o programa da UFC atual para uma eventual comparação com a Prática de Ensino de Literatura (tabela XXXIV) e um breve comentário sobre as modificações sofridas por esta disciplina e a perda de espaço desta área nos nossos cursos de Letras. Embora a UFC tenha mantido suas disciplinas de Literatura Infantil, outras instituições, 223 quer por não darem a devida importância a Literatura Infanto-Juvenil, quer por falta de espaço, ou corpo docente especializado na área, foram pouco a pouco desativando essas cadeiras. No caso da UFRR, conforme já dissemos antes, a extinção se deveu a uma contingência legal. Esta situação de abandono serve também para recolocar as questões que levantamos sobre o ensino de Literatura Universal nos nossos cursos de Letras. A Literatura Infanto-Juvenil era uma das portas por onde se podia trazer textos adaptados, traduzidos, ou ambos, para um trabalho sério, com os alunos da graduação. Infelizmente esta área aos poucos será (ou já foi, em alguns casos) transferida para os cursos de Pedagogia. Talvez o professor de Letras acreditando tratar-se de uma área inglória em termos de pesquisa e mais que isso, própria de cursos de “normalistas”, tenha dela se distanciado, permitindo que outros a tomassem como seu domínio. Felizmente iniciativas como as da UFC permitem que, ainda em nossos dias, esta disciplina sobreviva. Os mais recentes programas de Literatura Infanto Juvenil, trazem mais claramente a divisão com a qual foram consagrados na UFC: Infantil Universal e Infantil Brasileira. Em relação ao antigo programa da UFRR, pouco, ou quase nada permaneceu das ementas, conteúdo e bibliografia que deram origem àquela disciplina. A bibliografia de Infantil Brasileira passou a ser: 2B- ABRAMOVICH, F. Literatura infantil, gostosuras e bobices, 6B- ARROYO, L. Literatura Infantil Brasileira, 20B- MARTINS, M.H. Crônicas de utopia, leitura e literatura infantil em trânsito, 25B- ZILBERMAN, R; LAJOLO, M. Um Brasil para crianças, 26BZILBERMAN, R. Literatura infantil brasileira, história e histórias, 27B- ZILBERMAN, R. A literatura rarefeita, livro e literatura no Brasil. E a da Infantil Universal passou a ser: 1B- ABRAMOVICH, F. O estranho mundo que se mostra as crianças, 7B- BETTELHEIN, B. A Psicanálise dos contos de fada, 9B- CARVALHO, B.V. A literatura infantil, 12F-COELHO, N.N. A literatura infantil, 13B- CUNHA, M.A.A. Literatura infantil (teoria e prática), 14B-CUNHA, M.A.A. Como ensinar Literatura Infantil, 15B- FROMM, E. A linguagem esquecida, , 16B- JESUALDO. A literatura infantil, 17B- LAJOLO, M. Usos e abusos da literatura na escola, 21BMEIRELES, C. Problemas da Literatura Infantil, 24B- ZILBERMAN, R. A literatura infantil da escola? Dos textos elencados acima, apenas permaneceram em comum com a antiga Literatura Infanto-juvenil da UFRR, os seguintes: 6B, 14B e 21B. E apenas alguns autores, mas não com as obras listadas aqui fazem parte do que se tornou a Prática de Ensino em Literatura da UFRR (tabela XXXIV). Entendemos, no entanto que 224 esses autores tanto poderiam figurar num quanto noutro programa com as mesmas obras. Os autores em comum são: 20B- MARTINS, M.H. Crônicas de utopia, leitura e literatura infantil em trânsito (UFC) e 66C- MARTINS, M.H. O que é leitura (UFRR); 17B- LAJOLO, M. Usos e abusos da literatura na escola(UFC) e 57C- LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo (UFRR); 25B- ZILBERMAN, R; LAJOLO, M. Um Brasil para crianças (UFC) e 56C. LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. A formação da leitura no Brasil (UFRR). A disciplina de Prática de Ensino em Literatura, por sua vez, tem sido no cenário das demais universidades suas co-irmãs, ora no domínio dos Departamentos do curso, ora na esfera da Pedagogia. No caso da UFF, encontramo s uma tentativa ímpar (justificada por uma pesquisa, talvez?) de trazer para o domínio da Teoria da Literatura a discussão sobre o ensino de Literatura. Esta é evidentemente uma tentativa importante, pois uma das áreas que aparentemente mais sofre de intolerância ao discurso sobre o ensino de Literatura é da Teoria. E é justamente ali que deveria estar o grosso da discussão sobre essa questão, por se tratar de uma discussão sobre o ensino de Literatura. Na iniciativa da UFF esta disciplina tomou a feição de optativa com 30 horas/aula. Uma vez que UFRR e UFC têm em seus respectivos currículos disciplinas voltadas para o ensino de Literatura, resolvemos utilizar a Teoria da Literatura V da UFF para comparação, muito embora também haja, no curso de Letras da UFF uma disciplina ofertada pela Pedagogia (Didática VII – Literaturas de Língua Portuguesa) a qual não tivemos acesso a tempo. As três disciplinas da tabela XXXIV não guardam muita semelhança entre si. São, pois, diferentes modos de resolver a mesma questão do ensino de Literatura. Na UFC seria injusto afirmar que esta é a única forma que encontraram para resolver a questão. Na verdade, lá existem nada mais nada menos que quatro (contando com esta que está na tabela XXXIV) disciplinas sobre o assunto. As outras três figuram da tabela XXXIX mais adiante. 225 Tabela XXXIV: comparativo UFRR x UFC x UFF - Disciplina Prática de Ensino em Literatura (programas recentes) IES UFRR UFC (Estágio em Ensino de Literatura Vernácula) Vig. C.H. Atual 90 Atual 90 Ementa Aplicação dos procedimentos técnico-pedagógicos do ensino da literatura no ensino fundamental e/ou médio. Não consta. Prática de magistério vernácula, através supervisionado. Bibl. Liter.* Não consta em de literatura estágio UFF (Teoria da Lit. V/ Didática VII Literaturas de língua Portuguesa ) Atual 30 (**) / não consta programa A teoria da literatura e o ensino da literatura. Não consta programa Não consta/idem Bibliogr 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, Básica: 9, 17, 24, 25, 26, 42, 49, 51, 61, 46, 84, 85, 94, 96, 131, 133. (***) . crítica 14, 15, 16, 18, 20, 21, 22, 23, 30, 31, 62, 76, 82, 92, 94, 95. 32, 33, 34, 35, 38, 39, 40, 41, 42, 43, Complementar: 2, 28, 29, 44, 53, 64, * 45, 60, 74, 89, Linha de estudos propost a 47, 50, 52, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 61, 63, 65, 66, 68, 70, 71, 72, 73, 75, 77, 78, 79, 80, 81, 83, 85, 88, 90, 92, 96. 90h/a sendo 60, práticas e 30, teóricas Parte teórica: 1.1) literatura: o papel da literat. e do texto literário enquanto objetos de estudo; 1.2) literat. e intertexto: formas de educação para a literat.; 1.3) Literat. Infantil e Infanto-Juvenil; 1.4) O lúdico no ensino de literat. (dramatização); 1.5) literat. de expressão portuguesa (periodicidade, estilos e transgressões); 1.6) Processo evolutivos: mitos e revoluções: o canônico e o não canônico em literatura; (técnicas de exploração visual e a chamada sub literatura (gibis, fanzines, etc...) Parte II: prática (projeto, assistência, regência em sala de aula/estágio, relatório) 86,87. Outros materiais: discos, revistas, jornais, Não consta programa transparências, filmes, vídeos, CD-Rom; manuais didáticos e livros paradidáticos usados na rede de ensino e publicações relativas ao PCN. A disciplina Estágio em Literatura Dividido em 4 itens: Vernácula desenvolve-se através da 1 - A iniciação à literatura prática do magistério em situação real no primeiro grau: indução abrangendo: ao "gosto pela leitura"; 2 1. as fases de preparação, atuação e O ensino de literatura no avaliação de atividades didáticas; segundo grau: indução ao 2 a abordagem do texto literário em "gosto pela leitura" e língua portuguesa (no nível fundamental e sistematização de médio); conhecimentos; 3 3. o ensino específico da literatura Recursos didáticovernácula; pedagógicos no ensino de 4 a abordagem do texto literário e/ou o literatura; 4 - Critérios ensino específico de literatura vernácula em situações diferenciadas: alunos para indicação de livros apoio teóricoespeciais, deficientes visuais e auditivos, de historiográfico e de textos "cursinhos" para vestibular, ensino literários stricto sensu supletivo; * - a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. ** - disciplina optativa *** numeração corresponde ao bloco das referências das disciplinas de teoria da literatura (A) nº 46A, equivale ao 24 deste bloco; 96A, equivale a 56 deste bloco; as demais, sem equivalente. Das disciplinas elencadas acima podemos depreender uma gradação: A mais teórica, no sentido de aplicação do conteúdo em salas de aula na forma de estágio, vem a ser a da UFF (locada inclusive na área de Teoria da Literatura), a mais prática (estágio somente) vem a ser a da UFC. A da UFRR pretende ser uma disciplina mista de teoria e 226 prática. Das 90 horas de que é composta esta disciplina, na UFRR, 30h são voltadas para conceitos teóricos e leitura de textos e 60 h/aula para a prática de estágio em salas de ensino fundamental e médio, além da inevitável confecção de um “projeto-relatório”. A bibliografia da UFRR, por demais extensa para as 30 horas aula de que dispõe, certamente é fruto de pesquisa de pós-graduação: 1C- ABREU, M. (org) Leituras no Brasil: antologia comemorativa pelo 10º COLE, 3C- AQUINO, J. G. Confrontos na sala de aula: uma leitura institucional da relação professor- aluno, 4CASSOCIAÇAO DE LEITURA DO BRASIL. Em dia: Leitura & Crítica, 5CBAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem, 6C- BAKHTIN, M. Estética da criação verbal, 7C- BAKHTIN, M. Questões de Literatura e de Estética. A teoria do romance e 8C- BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. O contexto de François Rabelais, 9C- BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito da leitura, 10C- BARTHES, R O rumor da língua, 11C- BARTHES, R Elementos de semiologia e 12C- BARTHES, R O prazer do texto,13C- BENJAMIN, W. Obras escolhidas I, 14C- BERNSTEIN, A. A estruturação do discurso pedagógico. Classe, códigos e controle, 15C- BOURDIEU, P. As regras da arte. Gênese e estrutura do campo literário, 16C- CALDWELL, H. The Brazilian Othello of Machado de Assis,18C- CANDIDO, A. A formação da literatura brasileira, 20C- CAVALLO, G.; CHARTIER, R. Historia de la lectura em el mundo occidental, 21C- CHARTIER, R. (org.). Práticas da Leitura, 22C- CHARTIER, R. Introdução e 23C- CHARTIER, R. A aventura do livro. Do leitor ao navegador, Conversações com Jean Lebrun, 30C- ECO, U. Lector in fabula. A cooperação interpretativa nos textos narrativos, 31C- ECO, U.Apocalípticos e integrados, , 32C- ECO, U.O signo, 33C- ECO, U.Obra Aberta e 34C- ECO, U.Os limites da interpretação, 35C- FARIA, A. L. G Ideologia no livro didático, 38C- FOUCAULT, M. A ordem do discurso e 39C- FOUCAULT, M. A verdade e as formas jurídicas, 40C- FRANCHI, C. Criatividade e gramática e 41CFRANCHI, C. Linguagem - Atividade Constitutiva, 42C- FREIRE, P. A importância do ato de ler, 43C- FREITAS, M. T. de A. (org.) Narrativas de professoras: pesquisando leitura e escrita numa perspectiva sócio-histórica, 45C- GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula, 47C- GOFFMAN, E A representação do eu na vida cotidiana, 50C- ISER, W O ato da leitura, 52C- KATO, M. Alfabetização, Leitura e Escrita – formação de professores em curso, 54C- KRAMER, S. Alfabetização, Leitura e Escrita – formação de professores em curso e 56C- KRAMER, S. Por entre as pedras: armas e sonho na escola, 56C- LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. A formação da leitura no 227 Brasil, 57 e 58C- LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo e O que é literatura, 59 e 60C- LARROSA, J. Lenguaje y educación. Em: AA.VV. Filosofia de la Educación hoy: temas e Literatura, experiência y formación (entrevista a Jorge Larrosa por Alfredo J. da Veiga Neto). In: COSTA, M.V. Caminhos investigativos. Novos olhares na pesquisa em educação, 61C- LEITE, L. C. M. Invasão da Catedral:literatura e ensino em debate, 63C- MAINGUENEAU, D. Pragmática para o discurso literário, 65C- MARINHO, M.; SILVA, C.S.R. da (org.). Leituras do professor, 66C- MARTINS, M.H. O que é leitura, 68C- NOGUEIRA, M.A.; CATANI, A. (org.) Pierre Bourdieu- escritos de educação, 70C- ORLANDI, E. P. As formas do silêncio. No movimento dos sentidos, 71C- ORLANDI, E. P. Discurso e leitura, 72CORLANDI, E. P. Interpretação. Autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico e 73CORLANDI, E. P. Leitura e discurso científico, 74C-OSWALD, M.L.M.B. Aprender com a leitura. Uma leitura benjaminiana de Lima Barreto, 75C- PAULINO, G. Leitores sem texto, 77C- PECHEUX, M. O Discurso - Estrutura ou acontecimento, 78C- PERRONE- MOISES, L. Texto, Crítica, Escritura, 79C- PIMENTA, S. G O estágio na formação de professores. Unidade Teoria e Prática?, 80 e 81C- POSSENTI, S. A leitura errada existe. In: BARZOTTO, V.H. (org.) Estado de Leitura, e Discurso, estilo e subjetividade, 83C- REGO, M.F. O aprendizado da ordem. A ideologia nos textos escolares, 85C- SILVA, E. T.Elementos de pedagogia da leitura, 88C- SOARES, M. B. Linguagem e escola. Uma perspectiva social, 89C- SOBRINO, E. Ideologia e educação. Reflexões teóricas e propostas metodológicas, 90C- SOUZA, M.S.D. A conquista do jovem leitor: uma proposta alternativa, 92C- WERTSCH, J. Voces de la mente: um enfoque sociocultural para el estúdio de la acción mediada, 96CZILBERMAN, R.; SILVA, E. T. (org.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. Textos como 16C e 77C parecem destoar dos demais e dos objetivos desta disciplina. A da UFF, por sua vez, apresenta menor quantidade de textos, mas é uma quantidade razoável, o que significa dizer que são legíveis no período da disciplina (30horas/aula): 46A- COELHO, N.N. O ensino de literatura, 84A- JOBIM, J.L. O livro didático e o ensino da literatura no segundo grau, 85A- JOBIM, J.L.; SOUZA, R.A. Iniciação à literatura brasileira, 94A- LACERDA, V.C. Das unidades didáticas à unidade da vida, 96A- LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. A formação da leitura no Brasil, 131A- RIEDEL, D.C. Bricolage, 133A- ROCCO, M.T.F. Literatura/ensino: uma problemática.(como são textos do campo da Teoria, apresentam a letra “A” acompanhando o número. Para o caso de equivalência le r nota da tabela XXXIV). 228 Na UFC teremos: Básica: 9C- BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito da leitura, 17C- CANDIDO, A. Na sala de aula, 24C- COELHO, N.N. O ensino da literatura infantil e 25C- COELHO, N.N. A literatura Infantil, 26C-CUNHA, M.A.A. Literatura infantil (teoria e prática), 42C- FREIRE, P. A importância do ato de ler, 49C- GUTIERREZ, A. M. R. M. de. O caráter reprodutor do ensino de literatura brasileira nos cursos de graduação em letras, 51C- - JESUALDO. A literatura infantil, 61C- LEITE, L. C. M. Invasão da Catedral: literatura e ensino em debate, 62CMACARO, L. Ensino e Literatura no 2º grau: problemas e perspectivas, 76CPAULINO, G.; WALTY, I. (Org.) Teoria da Literatura na escola.Atualização para professores de 1º e 2º graus, 82C- PROENÇA FILHO, D. Estilos de época na literatura, 92C- ZILBERMAN, R. A Leitura e o ensino da Literatura e 94CZILBERMAN, R. A Literatura Infantil na escola, 95C- ZILBERMAN, R.; SILVA, E. T. Literatura e Pedagogia: ponto e contraponto.Complementar:2C- ALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar, 28C- DENBY, D. Grandes livros, minhas aventuras com Homero, Rousseau, Shakespeare, Marx e outros escritores brilhantes, 29C- DINORAH, M. O livro infantil e a formação do leitor, 44C- GARCIA, C. A escola como personagem da Literatura Brasileira, 53C- KLEIMAN, A. B.; MORAES, S. E. Leitura e Interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola, 64CMANGUEL, A. Uma história da leitura, 86C- SILVA, L.L.M. da. A escolarização do leitor; a didática da destruição da leitura na escola, 87C- SILVA, V.M.T. Literatura Infanto-Juvenil: seis autores, seis estudos. Entre UFF e UFRR ocorrem as seguintes coincidências bibliográficas: 96A (UFF) a 56C (UFRR)- LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R. A formação da leitura no Brasil, 46A (UFF) e 24C (UFC) - COELHO, N.N. O ensino de literatura. E entre UFC e UFRR: 9C- BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito da leitura, 42C- FREIRE, P. A importância do ato de ler e 61C- LEITE, L. C. M. Invasão da Catedral:literatura e ensino em debate. Além disso vários autores se repetem, mas com outras obras. 5.5 – Questões específicas e outras disciplinas do campo literário 5.5.1 – Literatura Regional Um dos grupos disciplinares que realmente faz falta na grade de Letras da UFRR é aquele em que constam as disciplinas de caráter Regionalista, Popular, ou Local. Nos 229 capítulos I (1.3, 1.4) e II (2.4) desta tese já tivemos oportunidade de apontar questões neste sentido. Aqui faremos em relação às tabelas XXXV, XXXVI, XXXVII e XXXVIII, alguns comentários sobre a pertinência e o modelo de uma disciplina desta natureza para a UFRR. Tabela XXXV: Disciplina Literatura Regionalista Brasileira – UFC Antiga (Literatura Brasileira III) atual Vigência 60h 60h C.H. Aspectos gerais do Regionalismo Nordestino Estudo da Literatura Brasileira, com Ementa Bibliografia literária * Bibliografia crítica * 2, 86, 159, 208.(**) Linha de estudos proposta 9 itens: Análise das características gerais da Literatura Brasileira; Regionalismo nordestino; Romance das secas; Tema do cangaço; Poesia do Nordeste; Sobrevivências medievais na lit. pop. do Nordeste; Obra de E. da Cunha e G. Freyre; Situação atual das letras nordestinas; revisão, estudos, debates. 35, 83, 95, 197, 211 ênfase nas produções ficcionais do regionalismo nordestino. 24, 29 2, 12, 16, 17, 23, 27, 28, , 31, 32, 39, 43, 46, 47, 56, 58, 59, 60, 62, 67, 68, 72. 5 itens: A Literatura Brasileira: vertente regionalista; O Regionalismo nordestino; Modernismo na década de 30; Tema do Cangaço; Sobrevivências medievais na lit. pop. do Nordeste. A literatura de Cordel. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. **- a numeração de literatura brasileira III se refere ao bloco de literatura brasileira (E) e de lit, regionalista, à literaturas regionais (G). A “vocação” da UFC para o regionalismo literário parece auto-evidente se considerarmos apenas o número de disciplinas criadas desde a década de 1980. A importância de um tal empreendimento era tão grande, que uma das disciplinas criadas para este fim ocupava o lugar da Literatura Brasileira III. Todo o conteúdo de Literatura Brasileira (que como já vimos antes), em universidades como a UFF era dado em seis disciplinas, na UFC tinha que ser dado em apenas duas, contrariando a lógica (perversa) de que o campo de Literatura Brasileira tendia a crescer e ser maior que o de Literatura Portuguesa, por exemplo. Aqui, com sua redução a dois períodos disciplinares na grade do curso forçada, para dar espaço ao Regionalismo, a Literatura Brasileira, durante um certo período de afirmação do Regional, minguou. Mas, certamente não houve perda sem ganhos. A discussão sobre determinados aspectos do Regionalismo deve ter impulsionado toda uma geração acadêmica de críticos e escritores. E este impulso em meio à polêmica que o Regional traz diante do Nacional e do Universal devem ter servido para ajudar a firmar a necessidade de um estudo mais acurado sobre valores, 230 modelos e formas da produção local, o que certamente motivou uma maior produção intelectual. Conjecturas? Talvez. Em todo o caso é sempre bom verificarmos que estas conjecturas se apóiam na própria bibliografia dos programas, que ao demonstrarem haver produção científica calcada nas obras do cânone literário local, aponta para este aumento da produção intelectual a que nos referimos. Ademais, nunca é muito lembrar de uma frase de Antônio Cândido no prefácio d’A Formação da Literatura Brasileira que pode muito bem ser aplicada também a esta situação: Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela e não outra, que nos exprime. Se não for amada, não revelará a sua mensagem; e se não a amarmos, ninguém o fará por nós. Se não lermos as obras que a compõe, ninguém as tomará do esquecimento, descaso ou incompreensão. Ninguém, além de nós, poderá dar vida a essas tentativas muitas vezes débeis, outras vezes fortes, sempre tocantes, em que os homens do passado, no fundo de uma terra inculta(...) (CÂNDIDO, 1981, p. 10) Embora o autor esteja se referindo à Literatura Brasileira, este trecho em especial, nos serve também quando nos referimos ao local, pois se não formos nós a buscarmos entender nossas particularidades, peculiaridades, “exotismos”, quem o fará? Entre o programa da Literatura Regional mais recente e o mais antigo (tabela XXXV), há duas bibliografias equivalentes: 83(E) equivale a 23 (G) e 86 (E) equivale a 24 (G). Estão elencados na primeira versão do programa (Literatura Brasileira III): 2E. ALMEIDA, J.A.de. A Bagaceira; 35E- BENEVIDES, A. E. Evolução da poesia e do romance cearense 83E- COUTINHO, A. A Literatura no Brasil, 86E- CUNHA, E. Os Sertões, 95E- FACÓ, R. Cangaceiros e Fanáticos, 159E- MARTINS, F. Dois de Ouro, 197E- PINTO, L. Influência do Nordeste nas Letras do Brasil, 208E- RAMOS, G. Vidas Secas, 211E- REGO, J.L. do. Presença do Nordeste na Literatura Brasileira. Destes a maioria se refere ao Nordeste de uma ótica externa. É o caso de 211E, 83E e possivelmente 197E. Isso demonstra uma suave transição entre o conteúdo Nacional (de uma Literatura que deveria ser Brasileira III) e o local, por ser apresentado a partir de uma ótica bibliográfica externa. Também denota a ausência inicial de uma produção local mais efetiva de textos sobre a Literatura Regional, que tende a crescer à medida em que esta disciplina se firma como subárea da Literatura e cria seu próprio referencial em pesquisa e produção textual. A distribuição do conteúdo também, embora a disciplina tenha sido retirada da esfera das Literaturas Brasileiras, para o seu próprio campo, parece ter permanecido 231 semelhante, mesmo tendo sido reduzida de nove para cinco itens. O fato é que antes, quando a disciplina pertencia ao campo das Literaturas Brasileiras ainda se fazia uma ponte entre o Nacional e o local, gerando itens tais como: “Análise das características gerais da Literatura Brasileira” e “Situação atual das letras nordestinas”, este último provavelmente visto por uma ótica externa ao Nordeste. Tabela XXXVI: Disciplina Literatura Popular em Verso - UFC Vigência atual 45 C.H. Estudo das manifestações poéticas da Ementa Bibliografia literária * Bibliografia crítica * Linha de estudos proposta Literatura de Cordel, através da determinação de suas fontes e da análise de suas produções. 36 10, 18, 19, 25, 34, 42, 61, 69, 73, 75, 76. 6 itens: literatura popular; literatura do cordel nordestino; ciclos temáticos; ideologia e cordel; o folheto; cantorias e pelejas. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. É interessante testemunhar a existência de uma disciplina que propõe: “Estudo das manifestações poéticas da Literatura de Cordel (tabela XXXVI), através da determinação de suas fontes e da análise de suas produções”, complementada pela seguinte linha de estudos: “literatura popular; literatura do cordel nordestino; ciclos temáticos; ideologia e cordel; o folheto; cantorias e pelejas”. Trata-se de uma disciplina cujo foco repropõe não só a literatura local em verso, como uma releitura do cânone a partir do popular, situando-a num nicho canônico específico da Literatura Popular em Verso, distante dos demais “gêneros” graves da cultura das elites, mas, ainda assim, trazendo-a, definitivamente para a interlocução com o meio acadêmico. Na tabela XXXVII encontramos um modelo mais próximo das formas mais “graves” da cultura canônica. Ou seja, um modelo que se enquadra e se filia mais fortemente na tradição literária acadêmica que é de ond e a Universidade retira seus critérios para classificar e organizar a Literatura. Há uma tendência, desde a primeira versão, datada de 1982 (tabela XXXVII), de se estudar diacronicamente a História da Literatura Cearense, assim como é feito com a Literatura Portuguesa e a Brasileira. 232 Tabela XXXVII: Disciplina Literatura Cearense I - UFC Vigência antiga (1982.2) atual 90 C.H. 60 Estudo das correntes literárias no Ementa Estudo Ceará, através da obra de seus autores principais, (do Neoclassicismo ao Modernismo), bem como dos escritores independentes e ainda das agremiações literárias de maior relevo. (1982.2) Bibl. Lit. * Bibliografia crítica * Linha de estudos proposta 3, 4, 5, 7, 11, 14, 20, 21, 22, 37, 38, 44, 45, 53, 54, 55, 74. 11 itens: Neoclassicismo (os oite iros); Romantismo (Indianismo, Regionalismo, Byronismo, Condeirismo); Academia Francesa e o Positivismo; Realismo (Clube Lit. e a Quinzena, Poesia, Romance, Padaria Espiritual e o Pão, centro lit. e Iracema); Academia Cearense de Letras (3 fases); Simbolismo; Várias tendências; Parnasianismo; Prémodernismo; Modernismo (Maracajá e Cipó de Fogo, Grupo Clã); Panorama atual da Literatura Cearense, compreendendo os autores principais do Neoclassicismo ao PréModernismo, os escritores independentes e as agremiações de maior relevo. 1, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 14, 15, 20, 30, 35, 37, 44, 52, 53, 54, 55, 66, 70. 8 itens: Neoclassicismo; Romantismo; Reação: Academia Francesa; Realismo (O Clube Literário, A Padaria Espiritual, Academia Cearense de Letras), Simbolismo; Parnasianismo; Ainda o Realismo; Pré-Modernismo. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Neste sentido a ementa de 1982 é categórica: “Estudo das correntes literárias no Ceará, através da obra de seus autores principais, (do Neoclassicismo ao Modernismo), bem como dos escritores independentes e ainda das agremiações literárias de maior relevo ” (tabela XXXVII). O conteúdo programá tico por sua vez, não desmente nem modifica em nada à ementa: “Neoclassicismo (os oiteiros); Romantismo (Indianismo, Regionalismo, Byronismo, Condeirismo); Academia Francesa e o Positivismo; Realismo (Clube Literário e a Quinzena, Poesia, Romance, Padaria Espiritual e o Pão, centro lit. e Iracema); Academia Cearense de Letras (3 fases); Simbolismo; Várias tendências; Parnasianismo; Pré- modernismo; Modernismo (Maracajá e Cipó de Fogo, Grupo Clã); Panorama atual”. Se pensarmos que se trata de uma disciplina de 90 horas/aula, sucedida de outra de 60horas/aula (Literatura Cearense II – tabela XXXVIII), veremos a importância atribuída ao estudo desta disciplina no currículo cearense. Embora a disciplina tenha sofrido uma perda de carga horária de 30 horas/aula de sua versão anterior para a atual, sua ementa mudou muito pouco e o conteúdo perdeu 233 apenas três itens. A bibliografia, no entanto, variou consideravelmente. São 17 os textos na versão mais antiga – 3G- AZEVEDO, S. A Academia Francesa do Ceará, 4GAZEVEDO, S. O Centro Literário, 5G- AZEVEDO, S. Literatura Cearense e 7GAZEVEDO, S. A Padaria Espiritual, 11G- BARREIRA, D. História da Literatura Cearense, 14- BEZERRA, J.C. Juvenal Galeno, 20G- COLARES, O. Lembrados e Esquecidos, 21G- COLARES, O. Lembrados e Esquecidos II e 22G- COLARES, O. Lembrados e Esquecidos III, 37G- LINHARES, M. História Literária do Ceará, 38GLIRA, P. Poesia Cearense e Realidade Atual, 44G- MARTINS FILHO, A & GIRÃO, R. O Ceará, 45G- MENDES, O. José de Alencar, 53G- MONTENEGRO, B. José Albano (Nossos Clássicos), 54G- MONTENEGRO, B. Correio Retardado e 55GMONTENEGRO, B. Correio Retardado II, 74G- STUDART, G. Dicionário Bibliográfico Cearense – E 20 textos na versão mais recente – 1G- ALENCAR, E. Variações em tom menor, 5G- AZEVEDO, S. A Literatura Cearense, 6G- AZEVEDO, S. Aspectos da Literatura Cearense, 7G- AZEVEDO, S. A Padaria Espiritual e o simbolismo no Ceará, 8G- AZEVEDO, S. Dez ensaios de Literatura Cearense e 9GAZEVEDO, S. Adolfo Caminha. Vida e Obra, 11G- BARREIRA, D. História da Literatura Cearense, 14- BEZERRA, J.C. Juvenal Galeno, 15G- BÓIA, W. Antônio Sales e sua época, 20G- COLARES, O. Lembrados e Esquecidos, 35G- LIMA, H. Domingos Olímpio, 37G- LINHARES, M. História Literária do Ceará, 44GMARTINS FILHO, A & GIRÃO, R. O Ceará, 52G- MONTENEGRO, A. F. O Romance Cearense, 53, 54 e 55G- MONTENEGRO, B. José Albano (Nossos Clássicos), Correio Retardado e Correio Retardado II, 66G- PINTO, R.M. Experiência e ficção de Oliveira Paiva,70G- RIBEIRO, S. O romancista Adolfo Caminha. – sendo que destes, apenas dez se repetiram: 5G, 7G, 11G, 14G, 20G, 37G, 44G, 53G, 54G e 55G. Diferentemente da literatura Brasileira III (Regionalismo) não se discute neste programa a permanência de elementos da Literatura Medieval na Literatura Re gional. A Literatura Cearense II (tabela XXXVIII), embora atenda ao mesmo critério diacrônico de historiografia literária, tende a ser mais sincrônica, na medida em que tenta discutir a produção atual, desde as vanguardas, na Literatura Cearense. Na prática, entre uma versão e outra (tabelas XXXVII e XXXVIII), a ementa permanece quase a mesma. Trata-se de: “Estudo da Literatura Cearense, abrangendo os autores principais do Modernismo à Contemporaneidade, os escritores independentes e as agremiações de maior relevo ”. Na versão anterior havia a mais apenas a frase 234 “Estudo dos movimentos literários no Ceará”, o que dá indicações de uma proposta que ainda busca um viés diacrônico. Tabela XXXVIII: Disciplina Literatura Cearense II - UFC Vigência antiga Atual 60 C.H. 60 Estudo dos movimentos literárias no Ceará, Estudo da Literatura Cearense, Ementa Bibliografia crítica * Linha de estudos proposta Aplicabilida de/objetivo através da obra de seus autores principais, (do advento do Modernismo à contemporaneidade), bem como dos escritores independentes e ainda das agremiações literárias de maior relevo. (1989.1) 1, 5, 6, 8, 13, 21, 26, 33, 40, 41, 44, 48, 49, 50, 51, 52, 54, 55, 57, 63, 64, 65, 71. O curso será ministrado através de aulas expositivas, apresentação de seminários, trabalho de grupo, tarefas escritas e orais. Será tratado o Modernismo, subdividido em 7: primeiros momentos, O Grupo Clã, Outros Nomes, Grupo SIN, Grupo Siriará, Fora de Grupos, Outros nomes. Desenvolver exercitar a reflexão crítica do aluno, analisando o inter-relacionamento de forma/conteúdo na linguagem literária. E também fazer que o discente conheça bem os textos do Modernismo cearense. abrangendo os autores principais do Modernismo à Contemporaneidade, os escritores independentes e as agremiações de maior relevo. 1, 5, 13, 21, 26, 33, 40, 41, 44, 48, 49, 50, 51, 52, 54, 55. 7 itens: primeiros momentos, O Grupo Clã, Outros Nomes, Grupo SIN, Grupo Siriará, Fora de Grupos, Outros nomes. Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. A versão mais recente dos programas (tabela XXXVIII) apresenta somente alterações significativas no que tange à bibliografia. Entre as duas há a perda dos seguintes textos: 6G, 8G, 57G, 63G, 64G, 65G e 71G, o que aponta para um enxugamento da disciplina. 5.5.2 – Questões na UFC À medida que avançamos na leitura dos programas da UFC, por exemplo, percebemos gradual aumento do acervo bib liográfico exigido para integralização das disciplinas. Pode-se datar este aumento da quantidade de textos técnicos a serem lidos pelos alunos, do início dos anos noventa, no caso da UFRR de meados da década de 1990. Deste modo, disciplinas como Literatura Portuguesa I, cuja quantidade de 235 conteúdo pouco variou neste período, sofrem acréscimo significativo na bibliografia a ser utilizada. Uma das hipóteses que se pode aventar a respeito, é a de que os professores, na medida em que vão se especializando, vão trazendo para a sala de aula da graduação esta parcela nova, ou deles ainda desconhecida, do cânone disciplinar que apreenderam em seus cursos de pós-graduação. As tabelas XXXIX e XL do currículo recente da UFC podem representar exemplos claros desta questão Tabela XXXIX: comparativo UFC - Disciplinas Ligadas à Prática de Ensino e m Literatura (programas recentes) IES Vig. C.H. Ementa UFC (Fundamentos Teóricos do Ensino de Literatura) Atual 30 Fundamentos históricos, culturais, estéticos e pedagógicos para a metodologia do ensino de literatura (níveis fundamental e médio) Bibliogr Básica: 9, 17, 24, 25, 26, 42, 49, . crítica 51, 61, 62, 76, 82, 93, 94, 95. Complementar: 2, 28, 29, 44, 45, * 48, 53, 64, 86, 87. Outros materiais: discos, revistas, jornais, transparências, filmes, vídeos, CD-Rom; gravuras, etc. Linha de estudos propost a 4 itens: 1.História do Ensino de Literatura no Brasil; Literatura e pedagogia: perspectivas atuais e futuras; 2. O texto literário infantojuvenil na escola; o texto literário na sala de aula; 3. A intertextualidade na metodologia do ensino de literatura (Cultura, História, Artes, etc.); 4. O ensino de literatura brasileira através da periodização estético-literária: Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo -Naturalismo, Parnasianismo, Pré-Modernismo, Modernismo e Contemporaneidade: discussão e adequação. UFC (Seminários de Pesquisa Aplicada ao ensino) Atual 15 Preparação, aplicação e análise de resultados de pesquisas sobre o ensino de literatura vernácula. UFC (Teoria e Prática de Ensino de Literatura Vernáculas) Atual 60 Metodologia do ensino de Literatura em seus vários aspectos (histórico cultural estético) para aplicação a alunos de 1º e 2º graus. Básica: 9, 17, 24, 25, 26, 27, 36, 37, 42, 9, 17, 24, 25, 26, 51, 61, 76, 82, 49, 51, 61, 62, 76, 82, 93, 94, 95. 93. Complementar: 2, 19, 28, 29, 44, 45, 46, 48, 53, 64, 67, 69, 84, 86, 87, 91. Outros materiais: discos, revistas, jornais, transparências, filmes, vídeos, CD-Rom; manuais didáticos e livros paradidáticos usados na rede de ensino e publicações relativas ao PCN. Temas das pesquisas: 4 itens: 1. A experiência 1. A leitura suplementar e as atividades literária: motivações e interesses; relacionadas ao texto literário no nível 2. O texto infanto-juvenil: fundamental; espécies e estrutura; 3. 2. O texto na sala de aula no ensino Singularidades dos textos médio; barroco, arcádico e romântico na 3. A literatura em situações literatura brasileira; 4. As diferenciadas de ensino-aprendizagem experiências literárias brasileiras (alunos especiais, deficientes visuais e no Parnasianismo, Realismo, auditivos, “cursinho” pré-vestibular, Naturalismo e Simbolismo. “unviersidade da 3ª idade”, ensino à distância, supletivo, internet, outros); 4. O ensino de literatura, no nível médio, através de periodização literária; 5. Os manuais, as apostilas e outros materiais didáticos utilizados na rede de ensino para o estudo da literatura vernácula. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 236 Na tabela XXXIX verificamos resquícios da criação concomitante de três disciplinas, que, juntamente com o Estágio em Literatura (tabela XXXIV) formam um conjunto de disciplinas voltadas para o ensino de Literatura na UFC. A indicação mais clara de que estas disciplinas foram criadas ao mesmo tempo (talvez simultaneamente ao Estágio Em Ensino e Literatura na UFC e à Pratica de Ensino de Literatura na UFRR) é sua bibliografia que parece se repetir exaustivamente. Explicitaremos a seguir a bibliografia da disciplina “Seminários de Pesquisa Aplicada ao Ensino” da UFC, que possui o maior acervo das três constantes da tabela XXXIX, para, a partir dela, comentarmos as demais: 9C- BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito da leitura, 17C- CANDIDO, A. Na sala de aula, 24C- COELHO, N.N. O ensino da literatura infantil e 25C- COELHO, N.N. A literatura Infantil, 26C-CUNHA, M.A.A. Literatura infantil (teoria e prática), 27C- DANTAS, J. M. Didática da literatura: proposta de trabalho e soluções possíveis, 36C- FARIA, M. A. Parâmetros Curriculares; as personagens de que os alunos realmente gostam, 37C- FERREIRA, N. S. de A. Literatura infanto-juvenil: arte ou pedagogia moral?, 42C- FREIRE, P. A importância do ato de ler, 49C- GUTIERREZ, A. M. R. M. de. O caráter reprodutor do ensino de literatura brasileira nos cursos de graduação em letras, 51C- - JESUALDO. A literatura infantil, 61C- LEITE, L. C. M. Invasão da Catedral: literatura e ensino em debate, 62C- MACARO, L. Ensino e Literatura no 2º grau: problemas e perspectivas, 76CPAULINO, G.; WALTY, I. (Org.) Teoria da Literatura na escola.Atualização para professores de 1º e 2º graus, 82C- PROENÇA FILHO, D. Estilos de época na literatura, 93C- ZILBERMAN, R. A Leitura e o ensino da Literatura e 94CZILBERMAN, R. A Literatura Infantil na escola, 95C- ZILBERMAN, R.; SILVA, E. T. Literatura e Pedagogia: ponto e contraponto. Complementar: 2C- ALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar, 19. CASASANTA, T. Criança e literatura, 28C- DENBY, D. Grandes livros, minhas aventuras com Homero, Rousseau, Shakespeare, Marx e outros escritores brilhantes, 29C- DINORAH, M. O livro infantil e a formação do leitor, 44C- GARCIA, C. A escola como personagem da Literatura Brasileira, 45C- GERALDI, J. W. (org.). O texto na sala de aula, 46C- GOÉS, L.P. Introdução à literatura infantil, 48C- GUTIÉRREZ, A. M. R. M. de. O caráter reprodutor do ensino de literatura brasileira nos cursos de graduação em letras 53CKLEIMAN, A. B.; MORAES, S. E. Leitura e Interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola, 64C- MANGUEL, A. Uma história da leitura, 67C- MEIRELES, C. Problemas da Literatura Infantil, 69C- NOSELLA, M. de L. C. D. As belas mentiras: a 237 ideologia subjacente aos textos didáticos, 84C- ROSEMBERG, F. Literatura infantil e ideologia, 86C- SILVA, L.L.M. da. A escolarização do leitor; a didática da destruição da leitura na escola, 87C- SILVA, V.M.T. Literatura Infanto-Juvenil: seis autores, seis estudos, 91C- VIDAL, L. F. Al pie de Ia letra; reflexiones acerca de la enseñanza de la literatura. Das escolhidas para figurarem na disciplina “Teoria e Prática de Ensino de Literatura Vernáculas” (tabela XXXIX), todas pertencem à bibliografia acima. São elas: 9C, 17C, 24C, 25C, 26C, 51C, 61C, 76C, 82C, 93C. Dos textos selecionados na disciplina “Fundamentos Teóricos do Ensino de Literatura”, todos pertencem à bibliografia de “Seminários de pesquisa aplicada ao ensino”. São elas 9C, 17C, 24C, 25C, 26C, 42C, 49C, 51C, 61C, 62C, 76C, 82C, 93C, 94C, 95C e as complementares: 2C, 28C, 29C, 44C, 45C, 48C, 53C, 64C, 86C e 87C. Não havendo em ambas as disciplinas “Teoria e Prática de Ensino de Literatura Vernáculas” e “Fundamentos Teóricos do Ensino de Literatura”, bibliografia divergente da discip lina “Seminários de Pesquisa Aplicada ao Ensino”, nem entre si, é de se pensar, se não são as três frutos da mesma mente, ou, pelo menos, do mesmo tempo/contexto (a exigência de 300 horas/aula práticas nas Licenciaturas pela LDB 9394/96, por exemplo). Nas tabelas XL e XLI, há outros dois exemplos diversos do modo como a UFC procura abordar, tanto a Teoria Literária, quanto a História da Literatura. Tabela XL Outras disciplinas do campo Teoria da Literatura – UFC Fundamentos de Literatura Comparada Tópicos de Teoria da Literatura Disciplina Atual atual Vigência 60h 30h C.H. Estudo introdutório da literatura Comparada. Estudo específico de temas ligados à Ementa Bibliografia literária * Bibliografia crítica * (autor/obra) Linha de estudos proposta Destaque dos estudos da intertextualidade. Pontos Teoria da Composição Literária. de convergência e divergência na Literatura. Não consta Não consta 8, 11, 12, 13, 15, 29, 32, 39, 42, 49, 60, 79, 103, 7, 11, 13, 14, 15, 20, 21, 23, 24, 28, 138, 139, 154, 163. 30, 32, 33, 42, 43, 47, 48, 50, 51, 52, 58, 69, 73, 75, 76, 79, 89, 98, 99. 5 itens: 1. Histórico da Literatura Comparada; 2. 5 itens: 1. Métodos críticos de Conceito de originalidade, genialidade nos abordagem da obra literária; 2. A diversos períodos literários; 3. Articulação entre Poética Clássica; 3. Poéticas da Literatura e História; 4. A produção do texto Modernidade; 4. A Criação Literária; moderno; 5. Recursos de composição do texto 5. Teoria da Tragédia. contemporâneo: metalinguagem, paródia, apropriação. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 238 No caso da Tabela XL está-se procurando ampliar o horizonte da Teoria Literária do aluno, com vistas a uma futura especialização neste campo. Trata-se, pois, de uma disciplina optativa em que o professor procura, no caso de “Fundamentos da Literatura Comparada”, abrir espaço para a pesquisa neste campo na UFC. No caso da disciplina “Tópicos de Teoria da Literatura”, outra optativa, o que se vê, apesar da menor carga horária em relação à disciplina anterior, é um brutal aumento de bibliografia a ser trabalhada, o que pode ser indício de uma disciplina preparada para “justificar” a pesquisa de algum professor, ou para “criar” futuros pesquisadores. Há, no entanto entre ambas, algumas coincidências no que tange à bibliografia. São elas: 11A BARTHES, Roland. O Prazer do Texto, 13A -BARTHES, Roland. Ensaios Críticos, 15A - BARTHES, Roland et al. Análise Estrutural da narrativa, 32A - CAMPOS, Haroldo de. Metalinguagem., 42A - CHALUB, Samira. Metalinguagem. e 79A - GUINSBURG, J. & NETTO, T.C.;CARDOSO, R. C. (org.). Semiologia do teatro. Este último texto, lembra um pouco a bibliografia da UFRR em Teoria da Literatura II (tabela XIII) por se preocupar especificamente com o Teatro. Tabela XLI: Disciplina História da Literatura História da Literatura I Disciplina Antiga Vigência 45 h C.H. Visão quando possível abrangente da Ementa Bibl. crítica * Linha de estudos proposta – UFC História da Literatura II antiga 45h Um panorama geral da Literatura Portuguesa, Literat. Universal, a partir do séc. IX a.C. e das origens, século XVIII, procurando, a partir chegando ao Medieval, com os prenúncios de seiscentismo, mostrar as influências dessa da formação das diversas literaturas e literatura na formação da Literatura Brasileira. línguas, na Europa. Noções gerais. 1, 2, 3, 4, 5. Não consta 8 itens: O século IX a.C. como ponto de partida da lit. grega: Ilíada e Odisséia ; Autores e obras representativas dos Séc. VIII e VI a.C.; O séc. V a.C. ponto mais alto da cultura grega; Séc. IV a.C.; Declínio político e econômico da Grécia e expansão geográfica da cultura helênica. Ascensão da cultura latina, embasada na grega. Os primeiros clássicos latinos; Os séc.I a.C. e 1ª era cristã e o épico da cultura latina; “Doutores da Igreja”, na Grécia e em Roma; Os rudimentos das lit. nascentes européias: germânica, inglesa, francesa, italiana e espanhola -lusitana. 8 itens: Portugal: síntese histórica. A lit. Port. no contexto das letras universais. Língua e lit. port. em suas fases cronológicas: arcaica, clássica e moderna; Período Medieval (arcaico): escola dos Trovadores ou Provençal; A História e sua contribuição na formação da Lit. Port.; Período Clássico: o Quinhentismo, o Renascimento em Portugal, a poesia épica e a poesia dramática; O surgimento no Br., de uma literatura de informação, de origem e inspiração portuguesas; Período Clássico: Seiscentismo, o cultismo, o gongorismo, as Academias; Per. Clássico: Arcadismo e o regresso ao espírito da Renascença; O Arcadismo no Brasil: “poetas da inconfidência”, nativismo no Brasil. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 239 Na tabela XLI, acima, um exemplo de duas antigas disciplinas optativas, que denotam o interesse de parte da UFC pela historiografia literária: “História da Literatura I” e “História da Literatura II”, ambas com carga horária de 45 horas/aula cada. A História da Literatura I, aparentemente, tenta solucionar a angústia que sentimos na UFRR em relação à necessidade de um trabalho com o cânone universal na graduação. Esta, no entanto, não seria, em nossa opinião, na UFRR, a melhor opção para resolver este problema, apenas seria um indicativo de que a necessidade já existia, também no Ceará, antes mesmo do surgimento da UFRR. Note-se que o curso de Letras da UFC trilhou o mesmo caminho de angústias que, hoje, na UFRR, temos trilhado. Trata-se de tentar abranger a Literatura desde o local ao Universal, fator que não parece preocupar a UFF. Talvez a posição central, numa região de grande cidade, com a proximidade e as vantagens culturais da vida cosmopolita, faça com que na UFF a percepção do problema da falta de leitura não passe pelas esferas do local, nem, em função de seu caráter cosmopolita, pela esfera do universal, uma vez que já se espera que os alunos conheçam a Literatura Universal desde antes de prestar o vestibular. Na UFC (tabela XLI), no entanto, fez-se necessário abranger a História da Literatura Universal desde o século IX antes de Cristo. A tentativa talvez fosse a de contextualizar para os alunos o surgimento de Portugal, tarefa tão cara aos programas de Literatura Portuguesa I da UFRR através dos tempos. No caso da ementa de História da Literatura II a idéia é atingir o ápice de ambas as disciplinas, fornecendo ao aluno: “Um panorama geral da Literatura Portuguesa, das origens, século XVIII, procurando, a partir de seiscentismo, mostrar as influências dessa literatura na formação da Literatura Brasileira”. 5.5.3 – Questões na UFF Por outro lado, na UFF, das três universidades onde há o maior número de pesquisas e linhas de pesquisa em andamento, a quantidade de disciplinas cuja bibliografia aponta para um conhecimento por demais específico e particular, é razoável. Via de regra, este fato é mais evidente nas chamadas disciplinas “optativas de ênfase”. Na sua maioria são disciplinas optativas, mas que parecem funcionar como pretexto para a aplicação de conhecimentos oriundos de pesquisas dos professores, conforme sugerimos no Capítulo II. São algumas delas: Literatura Brasileira XV (Machado de Assis), Literatura Brasileira XVI (Carlos Drummond de Andrade), 240 Literatura Brasileira XVII (Guimarães Rosa), Literatura Brasileira XVIII (João Cabral de Melo Neto), Literatura Brasileira XIX (Clarice Lispector), Literatura Brasileira XX (Poesia e Modernidade), entre outras, tais como a Literatura Portuguesa XVI, cujo tema é a narrativa do século XX em Portugal e que apresenta mais de setenta textos teóricos, a maioria, sobre obras de José Saramago, além dos próprios textos literários do autor. Caso diverso, mas que também parece operar nessa linha de justificativa da própria pesquisa, é o da Teoria da Literatura V, que elencamos entre as disciplinas da grade da UFF, na nossa tabela comparativa, referente ao ensino de Literatura (tabela XXXIV). Não se trata apenas de justificar um investimento em pesquisa, mas de tentar pôr em prática uma visão diferenciada do ensino de Literatura. A disciplina traz, conforme vimos antes, tanto bibliografia, quanto conteúdo, referentes à discussão sobre o ensino de Literatura. E o faz num espaço, dentro de nossos currículos de Teoria da Literatura, onde este tipo de questão (conforme vimos antes no Capítulo I desta tese) deveria ter sido, desde sempre, discutido. Na tabela XLII encontraremos disciplinas obrigatórias da UFF, no campo de Teoria da Literatura, que não encontraram equivalência com o modelo existente na UFRR e que, por esse motivo, não puderam ser comparadas naquele momento. Como existiam muitos e diferentes programas desta disciplina (cuja movimentação teórica tem sido intensa há anos) faremos aqui, em separado a aná lise destes programas/disciplinas. Tabela XLII: Outras disciplinas obrigatórias do campo de Teoria da Literatura no currículo antigo - UFF IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. Liter. * Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta UFF (Teoria da Literatura III) Antigo (1971.2) UFF (Teor. Lit. IV) Antigo (1971.2) 30 Não consta Textos para aplicação: 186, 230(Cara de bronze), 231 30 Não consta Textos para aplicação: 186, 231, 247 17, 141, 155, 165, 190 17, 156, 174, 190 Dividido em quatro itens: o discurso narrativo (enunciado e enunciação); relações dos personagens; técnicas de “ponto de vista”; contribuição da estilística e da teoria dos formalistas russos para a teoria da literatura. Dividido em 5 itens: O discurso narrative e o romance polifonico; relaçao dos personagens; estrutura verbal da narrative; mimesis e o realismo artistico; analise critica das teorias dos formalistas e estruturalistas. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 241 Houve um tempo na UFF em que o curso de Letras possuía um número considerável de professores de Literatura. Este fato contribuiu para que o campo tivesse muito mais disciplinas literárias espalhadas ao longo da grade curricular do Curso de Letras. Na Literatura Brasileira eram seis, na Teoria da Literatura quatro e a Literatura Portuguesa podia se dar ao luxo de ofertar uma disciplina de Literatura Infanto-Juvenil e outra de Literaturas Africanas entre suas diversas optativas. As disciplinas de Teoria da Literatura III e IV respectivamente na tabela XLII são deste farto período. Ambas pertencem à “safra” de 1971 (embora adiante possamos ver outros exemplos de diferentes “safras”), não possuem ementa, têm 30h/aula cada e possuem semelhanças também no que tange ao conteúdo disciplinar que propõem. A Teoria da Literatura III trará como conteúdo: “O discurso narrativo (enunciado e enunciação); relações dos personagens; técnicas de “ponto de vista”; contribuição da estilística e da teoria dos formalistas russos para a teoria da literatura”. E a Teoria IV terá como conteúdo o seguinte: “O discurso narrativo e o romance polifônico; relação dos personagens; estrutura verbal da narrativa; mimesis e o realismo artístico; analise crítica das teorias dos formalistas e estruturalistas”. Como se pode ver são programas que contemplam análises e categorias das teorias do Estruturalismo e do Formalismo. Sua bibliografia também não difere muito. No caso da Teoria III (tabela XLII) os textos propostos são os seguintes: (para aplicação) 186A- DOURADO, A. Ópera dos Mortos; 230A- ROSA, J. G. Urubuquaquá no Pinhém (Cara de bronze); 231A- ROSA, J.G. Primeiras estórias;(Críticos) 17A- BARTHES,R. et al. Análise Estrutural da narrativa; 141ASILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 155A- TODOROV, T. Estruturalismo e poética; 165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura; 190A- DUBOIS, J. “Enoncé et enontiation”; E para a Teoria IV serão: (aplicação) 186A- DOURADO, A. Ópera dos Mortos; 231A- ROSA, J.G. Primeiras estórias; 247A- LISPECTOR, C. Laços de família; (críticos) 17A- BARTHES,R. et al. Análise Estrutural da narrativa; 156A- TODOROV, T.; et al. Teoria da Literatura dos Formalistas Russos; 174ABAKHTINE, M. La poétique de Dostoievski ; 190A- DUBOIS, J. “Enoncé et enontiation”. Entre os dois programas há ao todo três textos coincidentes: 186A- DOURADO, A. Ópera dos Mortos; 231A- ROSA, J.G. Primeiras estórias; 17A- BARTHES,R. et al. Análise Estrutural da narrativa. 242 Além da Teoria da Literatura III de 1971, que consta desta tabela XLII, há ainda quatro outras disciplinas que também atendem pelo nome de Teoria da Literatura III que não constam da tabela. À teoria III de 1977 denominaremos “A”, à de 1980 “B”, a de 1988 “C” e à ultima das teorias III, que não apresenta data e não pôde constar da tabela, “D”. A disciplina “A” (de 1977) não apresenta ementa, mas tem como programa dois itens: “O conceito de narrativa e sua discussão; a análise da narrativa: alguns elementos”. Trata-se de uma disciplina quase que inteiramente voltada para a análise da narrativa e seus conceitos. Sua curta bibliografia prevê: 17A- BARTHES,R. et al. Análise Estrutural da narrativa; 179A- BUTUR, M. Repertorio; 217A- PANDOLFO, M. do C. Teoria Literária. Ainda assim, há em comum o texto de Barthes com os da tabela XLII. A disciplina “B” (de 1980 GLT02003) um pouco mais elaborada, em termos de conteúdo, que sua antecessora, traz a seguinte ementa: “Periodização e gêneros literários” e como programa, três itens assim divididos: “1- Introdução, o percurso histórico da literatura e a periodização literária; a questão dos gêneros em literatura. 2Introdução: A obra literária num espaço intertextual: colocação de questões relativas ao estudo da periodização e dos gêneros em literatura. 3- Percurso histórico: O enfoque formalista; o enfoque da Estilística. A questão dos gêneros: a classificação tripartida dos gêneros, segundo Staiger; o lírico, o épico, o dramático”. Aqui a discussão parece se situar na questão da intertextualidade, embora a discussão em torno do periodismo histórico também mereça destaque. A bibliografia desta disciplina traz: 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 148A- STAIGER, E. Conceitos Fundamentais da Poética; 156A- TODOROV, T.; et al. Teoria da Literatura dos Formalistas Russos. Esta bibliografia, quando comparada aos textos da tabela revela as seguintes sobreposições: 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura (com a Teoria III da tabela) e 156A- TODOROV, T.; et al. Teoria da Literatura dos Formalistas Russos (com a Teoria IV). Com o código GLT02003 e período de vigência em 1988.2, a disciplina “C” tinha como ementa: “A questão da mimesis na Historia da Literatura” e como conteúdo: “O curso tem por objetivo estudar a questão da representação do real na Literatura, ao longo de sua história. Para isto, pretende colocar os alunos em contato com as configurações simbólicas a que se dá o nome de “estilos de época”, no desenvolvimento das literaturas portuguesas e brasileira. A apresentação de tais configurações simbólicas 243 pressupõe, ao mesmo tempo, uma crítica a seus fundamentos teóricos, bem como dos aparatos descritivos de que se utilizaram até aqui. Tudo isto centrado na questão de como se produziu a representação do real, na que stão da mimesis.” A Teoria “C” já dá mostras de um direcionamento mais crítico em relação ao trato com a historiografia literária, especialmente no que tange aos chamados “estilos de época” e procura discutir a questão frente ao modo como se “produziu a representação do real”. A bibliografia para este programa é: 75A- HAUSER, A. História Social da Literatura e da Arte; 125A- PROENÇA FILHO, D. Estilos de época na Literatura; 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 154A- TYANIOV, Y. et al. Teoria da Literatura(Da evolução literária); 165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura; 185ACOUTINHO, A. Introdução a literatura no Brasil; 236A- SODRÉ, N. W. Historia da Literatura Brasileira: seus fundamentos econômicos. Em termos de sobreposição bibliográfica com outras disciplinas este programa apresenta os textos: 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura (com a Teoria da Literatura III da tabela e com a Literatura III “B”) e 165A- WELLEK, R.; WARREN, A. Teoria da Literatura (com a Teoria III da tabela XLII). O último programa de Teoria da Literatura III (“D”) não tem data de vigência, nem carga horária especificada (todos os demais anteriores tinham 30h/aula), mas é, de todos, o mais amplo. Sua ementa propõe: “Apresentação e discussão dos problemas pertinentes às relações entre o discurso literário e o discurso histórico, de modo a evidenciar a diversidade das concepções de tempo e de história e a reavaliar tanto as características específicas do literário quanto a sua relação com a vida social e com o conjunto das ciências humanas” e seu conteúdo indica: “Temporalidade e historicidade: 1.1 As concepções de tempo e as de história: cronologia, linearidade, continuidade; duração, simultaneidade; descontinuidade; objetividade e subjetividade; memória e imaginação. 1.2 O sentido social do tempo e o discurso histórico; 2. Discurso histórico e discurso literário: 2.1 As representações históricas no discurso literário; 2.2 A compreensão histórica do discurso literário : alcance e limites dos critérios de periodização; sistematização e diferenciação; estrutura e acontecimento; 3. As relações entre história literária e história social: 3.1 Autonomia e condicionamento da produção literária”. Também este programa parece refletir questões sobre a produção e os critérios de sistematização da Literatura frente à sociedade e à História. A bibliografia desta disciplina, a mais ampla das quatro traz: “1A-ADORNO, T. Lírica e Sociedade; 9A- AUERBACH, E. Introdução aos estudos literários(capítulos: A história da lit., 244 Doutrina geral das épocas lit.); 14A- BARTHES, R. O Rumor da Língua(capitulo: O discurso da hist.); 19A- BARTHES, R. Racine(História ou Lit.?); 25A- BOSI, A. O ser e o tempo da poesia(O encontro dos tempos); 36A- CANDIDO, A. Formação da literatura brasileira(Introdução); 37A- CANDIDO. Literatura e sociedade (capitulo: Literatura e vida social); 53A- COSTA LIMA, L. O controle do imaginário (Os destinos da subjetividade: história e natureza no Romantismo); 57A- ELIOT, T.S. Ensaios (Tradição e talento indiviual); 61A- FOUCAULT, M. Uma aula inédita; 71AGUINSBURG, J. (org.) O romantismo (Romantismo, historicismo e história); 82AJAUSS, H.R. Pour une esthétique de la réception(Hist. e hist.da arte); 81A- JAUSS, H.R. La actual ciência literária alemana(La historia literaria como desafio a la ciência lit.); 108A- MATOS, C. N. de. Singular e/ou plural: o estudo das literaturas menores e sua possível contribuição para uma nova historiografia; 110A- MEYERHOFF, H. O tempo na literatura; 117A- NUNES, B. O Tempo na Narrativa; 132A- RIEDEL, D.C. Narrativa: ficção e história; 151A- TAINE, H. Histoire de la littérature anglaise(Introduction); 156A- TODOROV, T.; et al. Teoria da Literatura dos Formalistas Russos(Da evolução lit.); 164A- WELLEK,R. Teoria da história literária”. Dos textos selecionados para esta disciplina, apenas: 156A- TODOROV, T.; et al. Teoria da Literatura dos Formalistas Russos, aparece na bibliografia da disciplina “B” e no programa de Teoria da Literatura IV (da tabela XLII). A Teoria da Literatura IV tem, a exemplo da III (tabela XLII) duas “irmãs”, que também não couberam na tabela e, que serão respectivamente nomeadas de “A” e “B”. Nosso primeiro programa data de 1980.2 e leva o código GLT02004 com 30h/aula, não possui ementa e tem como conteúdo: “A retórica: o percurso critico da relação da arte com a realidade mimesis, verossímil e simulacro. Da retórica à nova retórica: questionamento sobre a natureza e o significado do ato criador do poeta. O imaginário na arte – mimesis. O descentrameto do signo – o verossímil. A “outra cena” – o simulacro” A preocupação com o “verossímil”, com a “nova retórica” e com a “mimesis” indica uma mudança em relação ao conteúdo Formalista/Estruturalista da disciplina na década de 1970. A bibliografia também esboça uma pequena mudança nos rumos desta disciplina: 18A- BARTHES, R. Crítica e verdade; 50A- COSTA LIMA, L. Teoria da Literatura em suas Fontes; 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura; 194A- FORTUNA, E. et al. Linguagem;195A- GENETTE, G. et al. Literatura e semiologia; 221A- PORTELLA, E. Fundamento da investigação literária. 245 Entre os textos anteriores, apenas 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura se repete em Teoria da literatura III da tabela XLII e nas Teorias III “B” e “C”. O outro programa de Teoria da Literatura IV, o “B”, tem como código GLT0204 e carga horária de 30h/aula e vigência em 1989, não traz ementa, mas seu programa é o seguinte: “1. Lit eratura e narrativa: conceitos básicos; 2. As teorias da narrativa: esboço histórico; 3. O formalismo russo e Vladimir Propp; 4. O estruturalismo e a análise do relato; 5. O romance e as teorias do romance; 6. Conceitos fundamentais: enunciação/ enunciado; narrador/ narrativa/ narratório; tempo; espaço; personagem; conflito; desenlace; 7. As ideologias da narrativa e na narrativa; 8. Narrativa e modelização da realidade social”. Neste caso o programa se volta para uma teoria da narrativa e para sua relação com o literário. Este programa traz como bibliografia: 10A- BAKTHIN, Mikhail. Esthetique et Théorie du Roman; 17A- BARTHES,R. et al. Análise Estrutural da narrativa; 33A- CANDIDO, A. et al. A personagem de ficção; 66A- GOLDMANN, L. Sociologia do Romance; 102A- LUBBOCK, P . A técnica da ficção; 104ALUKÁCKS, G. Théorie du Roman; 111A- MOISÉS, M. A Criação Literária; 123APOUILLON, J. Tempo e Romance; 126A- PROPP, V. Morfologia do Conto; 141ASILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura. E apresenta as seguintes obras em comum com outros programas: 141A- SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura (Teoria III da tabela XLII e com os programas também de Teoria III “B” e “C”) e 17ABARTHES,R. et al. Análise Estrutural da narrativa (com a Teoria III da tabela XLII e com os programas de Teoria III “A” e de Teoria IV da tabela) Mas a UFF não produziu apenas estas disciplinas de Teoria da Literatura. Outras, de um tempo em que havia mais professores, ocuparam lugar de destaque entre as optativas em Letras. As tabelas XLIII e XLIV buscam demostrar o quanto foi e é ampla a gama de disciplinas e orientações no campo da Teoria da Literatura na UFF. Há de tudo. Da discussão entre Literatura e História, largamente difundida em nossas universidades na década de 1980 – (ao menos foi o que presenciamos na UFSC): “Apresentação e discussão dos problemas pertinentes às relações entre o discurso literário e o discurso histórico, de modo a evidenciar a diversidade das concepções de tempo e de história e a reavaliar tanto as características específicas do literário quanto sua relação com a vida social e com o conjunto das ciências humanas” (Teoria da Literatura III “D” extra-tabela XLII) – à disciplinas que, como a Teoria IV “B” (extra-tabela XLII), buscam aproximar e familiarizar o aluno com “as teorias da narrativa, o Formalismo Russo, o Estruturalismo e as ideologias da narrativa”. Há ainda, ao redor da tabela XLIII (nos programas extra- 246 tabela), a Teoria VII (extra-tabela XLIII) que tenta traçar um panorama das “Correntes da Teoria da Literatura contemporânea”, ou a Teoria da Literatura VIII que se propõe a estudar “A teoria da literatura e suas relações interdisciplinares.” Tabela XLIII : Disciplinas optativas do campo de Teoria da Literatura - UFF IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. Liter. * Bibliogr. Crítica * Linha de estudos proposta UFF (Teor. Lit. V) GLT 295 Antigo (1972.1) Não consta Linguagem poética UFF (Teor. Lit. VI) GLT 296 Antigo (1973) Não consta Estruturas da narrativa II UFF (Teoria da Lit. VIII) GLT0299 Antigo (1974) Não consta Visão diacrônica do formalismo, do newcriticism, da estilística, e do estruturalismo a teoria da literatura. 188, 189, 219 UFF (teor. Lit. VII) GLT 4098 Antigo (1981) 60h Visão critica da contribuição da estilística, da fenomenologia e dos estruturalismos a Teoria da Literatura. Não consta Não consta 80, 155, 158, 177 155, 187, 237 56, 122, 196, 225, 233. 170, 191, 202, 228, 243. Dividido em 5 itens: As funções da linguagem. A função poética; denotação e conotação; novas perspectivas para a retórica; poética, teoria literária e critica literária; a problemática do realismo na literatura. Dividido em 3 itens: enunciado/ enunciação (o prosseguimento do estudo, partindo de uma revisão dos registros de fala e das visões da narrativa); metafora: conceito e sua funcionalidade na narrativa; monólogos interiores: características e funcionalidade. Dividido em 4 itens: o alargamento interdisciplinar da T. Literária; Critica e estruturalismo(s) em questão (oposição formalismo/estruturalism o, visão sintagmática, visao paradigmatica, a semântica estrutural); a síntese estilística; a fenomenologia (o problema ontológico, as camadas da obra literária e o erro da fenomenologia pura) Dividido em 6 itens: As contribuições do formalismo russo a critica literária; a autonomia e a especificidade do fato literario asseguradas pelo new-criticism; as conexões da estilística com a lingüística; o estruturalismo e as estruturas imanentes da obra; a gramática transformacional e o desenvolvimento do estruturalismo; o sentido da pesquisa semiológica. Não consta *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. A Teoria da Literatura V (tabela XLIII), optativa de 1972, propunha-se a trabalhar com “A imagem poética” e para tanto trazia como conteúdo: “As funções da linguagem. A função poética; denotação e conotação; novas perspectivas para a retórica; poética, teoria literária e critica literária; a problemática do realismo na literatura”. Sua bibliografia constava de: Critica: 80A- JAKOBSON, R. Lingüística e poética; 155ATODOROV, T. Estruturalismo e poética; 158A- TOLEDO, D. O.(Org.) Teoria da Literatura.Formalistas russos; 177A- BARTHES, R. et al. Literatura e semiologia. Era uma disciplina cuja preocupação parecia ser a de discutir as funções da poética e da Teoria Literária frente à Crítica vigente. 247 O programa referente à Teoria da Literatura VI de 1973 (tabela XLIII) tinha como ementa: “Estruturas da narrativa II” e como programa: “enunciado/ enunciação (o prosseguimento do estudo, partindo de uma revisão dos registros de fala e das visões da narrativa); metáfora: conceito e sua funcionalidade na narrativa; monólogos interiores: características e funcionalidade” Parece ser a continuação de um outro programa de Teoria da tabela XLII, cujo objeto seria a narrativa. Sua bibliografia seria (Literária): 188A- DOURADO, A. A vida em segredo;189A- DOURADO, A. A Barca dos Homens; 219A- PINON, N. Fundador. (Critica): 155A- TODOROV, T. Estruturalismo e poética; 187A- DOURADO, A.Uma poética de romance; 237A- TEXTOS traduzidos pelos alunos. A Teoria da Literatura VII (tabela XLIII) de 1981 teve como ementa: “Visão critica da contribuição da estilística, da fenomenologia e dos estruturalismos à Teoria da Literatura” e como programa: “o alargamento interdisciplinar da Teoria Literária; Crítica e estruturalismo(s) em questão (oposição formalismo/estruturalismo, visão sintagmática, visão paradigmática, a semântica estrutural); a síntese estilística; a fenomenologia (o problema ontológico, as camadas da obra literária e o erro da fenomenologia pura)” que parece querer discutir, dentre outras coisas, a ampliação dos horizontes da Teoria e promover uma diálogo em torno de alguns elementos deste “alargamento”. Este programa teve como bibliografia: Critica: 122. PORTELLA, E., et al. Teoria Literária; 158A- TOLEDO, D. O.(Org.) Teoria da Literatura.Formalistas russos; 196A- GUIRAUD, P. A estilística; 225A- RECTOR, M. Semântica estrutural; 233A- ROSENFELD, A. Estrutura e problemas da obra literária. Para a Teoria da Literatura VIII de 1974 (tabela XLIII) a ementa: “Visão diacrônica do formalismo, do new-criticism, da estilística, e do estruturalismo à teoria da literatura”, cujo programa era: “As contribuições do formalismo russo à crítica literária; a autonomia e a especificidade do fato literário asseguradas pelo new-criticism; as conexões da estilística com a lingüística; o estruturalismo e as estruturas imanentes da obra; a gramática transformacional e o desenvolvimento do estruturalismo; o sentido da pesquisa semiológica”, parece haver um quê de tentativa de resgatar elementos das teorias listadas e proporcionar ao aluno uma visão destas teorias. A bibliografia utilizada para dar curso a este programa é a seguinte: 170A-. ALONSO, A. Materia y forma em poesia; 191A- ECO, U. A estrutura ausente; 202A- LEVI-STRAUSS et al. Estruturalismo; 228A- RICHARDS, I.A. Princípios da critica literária; 243A- VIET, J. Métodos estruturalistas nas ciências sociais. 248 Há diversos outros programas devotados a estas disciplinas. Em nossa pesquisa registramos: um para a Teoria V (já utilizado na tabela XXXIV como programa de Prática de Ensino em Literatura da UFF), um para a VI, três para a VII e um para a VIII. O programa de Teoria VI “A” teve como código: GLT 02096, carga horária de 60h/aula e vigiu em 1981.1. sua ementa trabalhava com: “Estrutura da narrativa” e seu programa propunha: “Do monologismo ao dialogismo. Discurso romanesco e discurso carnavalesco. Intertextualidade crítica e intertextualidade poética. Paródia clássica e paródia moderna”. Aparentemente apesar da mudança de itens do programa, trata-se quase do mesmo conteúdo de seu antecessor, com a diferença de que aquele (da tabela XLIII) era o segundo numa seqüência. Não há coincidências bibliográficas deste com seus antecessores. Os programas extra-tabela de Teoria VII serão alcunhados respectivamente de “A”, “B” e “C”. O programa “A”, de 1973, teve como ementa: “A linguagem poética” e como programa: “a imagem e o ritmo: elementos constitutivos da linguagem poética; a metáfora e a ‘metáfora fillée’; monólogos interiores e monologo com ‘fluxo de consciência’. A imagem e o ritmo: A imagem no conceito de O. Paz; o ritmo e a estrutura do lírico. A metáfora: revisão do conceito de metáfora; estrutura da ‘metáfora fillée’; metáfora como elemento estruturador de personagens e condutor da narrativa. Monólogos: revisão do estudo dos monólogos interiores; estudo das técnicas de construção do discurso “com fluxo de consciência” e sua funcionalidade no discurso narrativo” Este programa parece inteiramente dedicado aos elementos constitutivos da linguagem poética e suas categorias estruturadoras. O único texto em comum na bibliografia dele com seu homônimo na tabela XLIII é o: 158A- TOLEDO, D. O.(Org.) Teoria da Literatura.Formalistas russos 65 . O programa “B” de Teoria VII, cujo código era 02099, vigiu em 1989.1 e tinha como ementa: “A poesia de João Cabral de Melo Neto e as modernas correntes da critica literária”. Seu programa apontava: “Este curso se propõe à leitura e a interpretação de diferentes características do discurso poético de João Cabral de Melo Neto, tentando apontar suas articulações com alguns eixos básicos na constituição da tradição literária brasileira. A discussão crítica dos valores consolidados por essa tradição deverá conduzir, ainda, uma revisão dos principais conceitos veiculados pela 65 A exemplo de alguns outros programas extra-tabela sugerimos, para uma melhor visão do conteúdo bibliográfico destas disciplinas, uma visita aos anexos da tese. 249 critica e pela teoria da literatura a partir de meados do século XIX” E parece ser um programa em que através da interpretação do discurso poético de João Cabral se possa apontar alguns eixos da tradição literária brasileira. Embora não seja um programa meramente de “aplicação” de conteúdo teórico à poesia, poderia ser interpretado como tal, dependendo de quem o desse em sala de aula. Este programa não apresenta semelhanças pontuais, nem bibliografia em comum, com seu homônimo na tabela XLIII. O terceiro programa de Teoria VII, alcunhado de “C”, não tem data de vigência evidente, nem código e sua ementa é: “Correntes da teoria da literatura contemporânea” e seu programa traz: “1. Unidade da disciplina e fragmentação em correntes; 2. Uma classificação esquemática das correntes: 2.1. Correntes textualistas; 2.2. Correntes sociológicas; 2.3. Correntes fenomenológicas”. Conforme sua ementa trata-se de uma discussão em torno das Teorias da Literatura mais recentes, um bosquejo crítico. Não apresenta nenhuma paridade em termos de bibliografia. Estranhamente o programa de Teoria da Literatura VIII “A” (da tabela XLIII) foi o único que sobreviveu às mudanças da UFF em 1995 (podendo, portanto, ser chamado de “atual” segundo o critério que escolhemos para construir nossas tabelas e nossa análise) e foi aplicado em 1999. Sua ementa é a seguinte: “A Teoria da Literatura e suas relações interdisciplinares”, e seu conteúdo propõe: “1. Conceitos de inter-, multi-, pluri- e transdisciplinaridade; 2. Relações da teoria da literatura com outras disciplinas do campo de estudos literários; 3. Relações da Teoria da Literatura com outras disciplinas do campo das humanidades e das ciências sociais” Este é um programa que procura buscar e entender as relações interdisciplinares da Teoria da Literatura ou que operam em seu interior. Não há correspondência bibliográfica com a mesma disciplina que consta na tabela XLIII. A Teoria da Literatura X (tabela XLIV), uma optativa, busca trabalhar as “Poéticas do Lirismo moderno: a palavra dos poetas” e tem como programa: “Serão estudadas concepções e perspectivas de criação poética relativas ao lirismo ocidental e tematizadas em obras da modernidade. A bibliografia do curso será constituída principalmente por (a) textos de caráter crítico-teórico produzidos por poetas e (b) poemas de autores brasileiros e europeus dos séculos XIX e XX.”, sua irmã, a Teoria da Literatura XI, é, de todas, a mais liberta de questões teóricas fechadas em métodos teóricos. Trata-se simplesmente de uma “Oficina de criação literária” na qual também há método, mas há espaço para a “criação poética”. 250 A Teoria da Literatura XIV volta-se novamente para uma panorâmica dos movimentos teóricos no século XX, desta vez com um enfoque mais historiográfico, menos “engajado”. Diz sua ementa: “Apresentação e discussão dos pressupostos teóricos e metodológicos que fundamentam as diferentes formas de reflexão sobre a literatura, no séc. XX.” A sua última irmã Teoria da Literatura XV se propõe a: “Apresentação e problematização de conceitos básicos para a compreensão do significado da reflexão teórica sobre a literatura, a partir da leitura de obras representativas de diferentes gêneros e estilos.” Ou seja, a partir do cânone literário. Tabela XLIV: Disciplinas Optativas do campo de Teoria da Literatura - UFF IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. literária * Bibliogr. Crítica * Linha de estudos proposta UFF (Teoria da Literatura Xopt.) Poéticas do Lirismo moderno: a palavra dos poetas atual Não consta Não consta UFF (Teoria da Literatura XI) UFF (Teoria da Literatura XIV) UFF (Teor. Lit.. XV) Introdução à leitura analítica e crítica do texto literário atual 1999 60 Oficina de criação literária. Atual Não consta Apresentação e problematização de conceitos básicos para a compreensão do significado da reflexão teórica sobre a literatura, a partir da leitura de obras representativas de diferentes gêneros e estilos. Poemas selecionados de: A. de Azevedo, C. Alves, O. Bilac, C. e Souza, C. Pessanha, F. Pessoa, M. Bandeira, C.D. de Andrade, J.C. de Melo Neto, etc. W. Blake, V. Hugo, C.Baudelaire, P.Verlaine, J.L.Borges, etc. Sumária: 44, 76, 101, 119, 120, 153. Nao consta atual 1999 60 Apresentação e discussão dos pressupostos teóricos e metodológicos que fundamentam as diferentes formas de reflexão sobre a literatura, no séc. XX. Nao consta 74, 87, 93, 134. 86, 141, 145, 146, 165. 9, 31, 36, 37, 55, 121, 140, 141, 146, 155, 157. Serão estudadas concepções e perspectivas de criação poética relativas ao lirismo ocidental e tematizadas em obras da modernidade. A bibliografia do curso será constituída principalmente por (a) textos de caráter crítico-teórico produzidos por poetas e (b) poemas de autores brasileiros e europeus dos séculos XIX e XX. Dois itens: 1. A produção textual e a leitura: uma visão histórica; 2. Exercícios de produção textual. Dois itens: 1. Os estudos literários no século XX; 2. As diferentes vertentes teóricas na abordagem da literatura. Quatro itens: 1. O processo literário e seus intervenientes: o escritor, o leitor, o analista e o teórico; 2. A recepção do texto literário: senso comum e construção intelectual; 3 A reflexão teórica e a construção de conceitos sobre a literatura; 4. Alguns conceitos e sua crítica: texto e contexto; discurso literário; gêneros literários. Seleção de textos líricos, narrativos e dramáticos escolhidos dentre os mais representativos da produção literária universal. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 251 Fica a impressão, ao olharmos as tabelas a seguir (XLVe XLVI), de Literatura Brasileira e (XLVII e XLVIII) de Literatura Portuguesa, de ter sido criada uma disciplina para cada professor, de acordo com sua especialidade, ou de acordo com sua filiação em termos teóricos, ou ainda que algumas destas disciplinas foram criadas ao mesmo tempo, com textos quase idênticos. Tabela XLV: Disciplinas optativas de Literatura Brasileira - UFF IES Vig. C.H. Ement a UFF (Literatura Brasileira XVIII- João Cabral de Melo Neto) Atual 60 Não consta Biblio gr. literári a* Pedra Do Sono; Os Três Mal-Amados; O Engenheiro; Psicologia Da Composição; O Cão Sem Plumas; O Rio; Paisagens Com Figuras; Morte E Vida Severina; Uma Faca Só Lâmina; Quaderna; Dois Parlamentos; Serial; A Educação Pela Pedra; Museu de tudo; A Escola das Facas; Auto do Frade; Crime na Calle Redentor; Sevilha Andando; Andando Sevilha. Biblio gr. crítica * 29, 61(O Geômetra engajado), 127(Sobre J.C.M.Neto), 134 (Máquina sem mistério: a poesia de J.C.M.Neto), 144(A traição conseqüente ou a poesia de Cabral), 152, 156, 167, 183, 184, 237, 238(João Cabral:marcas), 240, 268) Linha de estudo s propos ta 1.1. Estudo da obra de J. C. DE MELO NETO com enfoque nos temas, processos estilísticos e temáticos que fundam a originalidade de sua produção, a partir da leitura e análise de um conjunto expressivo de poemas, escolhidos de modo a situar: a) a import. dos textos selecionadas em relação ao conjunto da obra e a relação das obras entre si; b) construtivismo e plasticidade como elementos formais de sua poética; c) os procedimentos estilísticos e temáticos inovadores responsáveis pela inscrição da obra em paradigma original no cânone da poesia bras. contemp.; 1.2. Leitura e comentários de alguns ensaios e estudos significativos da fortuna crítica cabralina. UFF (Literatura Brasileira XX) Atual 60 Não consta Capítulo dos Chapéus, Machado de Assis; Um e outro, Lima Barreto; Emparedado, Cruz e Souza; Poemas diversos de Augusto dos Anjos e Pedro Kilkerry (unidade I); Recordações do escrivão Isaías Caminha, Lima Barreto; Angústia , Graciliano Ramos ( unidade II) 38(Petersburgo: o modernismo do subdesenvolvimento), 71(O Rio de Janeiro e a República), 101(Lírica: perspectiva e retrospecto), 117 (O Impressionismo) para unidade I; 23(A meia marrom), 48(O romance de introversão), 64(Os bichos do subterrâneo), 66(A nova narrativa) para unidade II. Dividido em duas unidades: I. Poesia e Modernidade; II. Ficção e Modernidade. UFF (Lit. Bras. XXI) Atual 60 Constituição e estrutura do texto literário Não consta 25, 48, 101, 140, 194, 252. Representações da cidade no Modernismo de Mário e Drummond. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 252 O programa Literatura Brasileira XVIII- João Cabral de Melo Neto (na tabela XLV) propõe: “1.1. Estudo da obra de J. C. DE MELO NETO com enfoque nos temas, processos estilísticos e temáticos que fundam a originalidade de sua produção, a partir da leitura e análise de um conjunto expressivo de poemas, escolhidos de modo a situar: a) a importância dos textos selecionadas em relação ao conjunto da obra e a relação das obras entre si; b) construtivismo e plasticidade como elementos formais de sua poética; c) os procedimentos estilísticos e temáticos inovadores responsáveis pela inscrição da obra em paradigma original no cânone da poesia brasileira contemporânea; 1.2. Leitura e comentários de alguns dos ensaios e estudos mais significativos da fortuna crítica cabralina.” (tabela XLV) Trata-se de uma disciplina por demais específica, própria de quem estuda a fundo um determinado autor e obra. Parece ter relação direta com uma outra, também optativa em Teoria da Literatura em que se estudava o mesmo autor o programa “B” de Teoria VII (extra-tabela XLIII). São disciplinas que se propõem mais à interlocução com determinados autores literários canônicos, sem que haja uma preocupação muito grande com a vinculação a um movimento, ou periodicidade histórica de movimentos, escolas, etc. As disciplinas Literatura Brasileira XX e XXI (tabela XLV) podem ser, por oposição, consideradas menos especiais, pelo fato de serem, aparentemente, redigidas de um modo mais genérico e adotarem um tema mais plural que abrange, na disciplina Literatura Brasileira XX – “Poesia e Modernidade; Ficção e Modernidade” – e Literatura Brasileira XXI – “Representações da Cidade no Modernismo de Mário e Drummond” – autores variados ou temporalidades e gêneros diversos. Ambas (Brasileira XX e XXI) parecem ter um viés menos “padronizado”, mais livre em sua ementa, o que leva a crer que tenham sido criadas em momentos diferentes das demais optativas aqui analisadas e para um fim específico, embora sua descrição de conteúdo seja mais abrangente e menos centrada na pessoa de um só autor. 253 Tabela XLVI: Disciplinas optativas de Literatura Brasileira - UFF IES Vig. C.H. Ementa Bibliog r. Literári a* Bibliog r. crítica * Linha de estudos propost a UFF (Lit. Bras.XV- Machado de Assis) Atual 60 UFF (Lit. Bras. XVI-) Carlos Drummond de Andrade) Atual 60 Não consta Não consta Ressurreição, A Mão e a Luva,Alguma Poesia, B. das Almas, Sent. Helena, I. Garcia, Mem. Póst. de B.do Mundo, Jose, A Rosa do Povo, Cubas. Q. Borba, D.Casmurro,Claro Enigma, Fazend. do ar, A Vida Esaú e Jacó, Mem. de Aires,Passada a Limpo, Lição de Coisas, A Contos Fluminenses, Hist. daFalta que Ama (Bo1tempo), As Meia-Noite. P. Avulsos, Hist. Sem Impur. do Branco, Menino Ant. Data, Várias Hist,., Paginas(Eoitempo Ii),Esquecer p/ Lembrar Recolhidas, Rel.da Casa Velha,(Eoitempo III), A Paixão Medida, Outros Contos. Corpo, Amar se aprende Amando, Poes. Errante, O Amor Nat., Farewell.. 21(Notas e orient. Didát por Dirce 31, 63 (Inquietudes na poesia de C. Riedel), 22 (Notas e orien. Did. Drummond), 127, 141(C. D. por Flávio L. Chaves), 44 (Instinto Andrade: memória e ficção), 168, e consciência da nacionalidade por 177, 223, 226, 242, 243, 254, 267. A. Pereira), 46 (Uma figura mach.), 63 (Esquema de M. de Assis), 94 (Machado, as mais das vezes), 96, 98, 105, 106, 109, 121, 141 (Sob a face de um bruxo), 143 (Mach. e a inversão do veto), 145 (O palimpsesto de Itaguaí), 160 (Relendo Machado: Ressureição e A mão e a luva), 171, 178, 193, 212, 214, 221(Esaú e Jacó por A. Sant’Anna), 227( Retór. da verossim.), 231, 233(A velha pobre e o retratista), 234(Duas notas sobre M.de A.), 235, 249, 250, 266. 1.1. Estudo da obra de M. de 1.1. Estudo da obra lírica de C. D. Assis com enfoque nos temas e ANDRADE enfatizando os temas processos estilísticos e narrativos e processos estilísticos recorrentes recorrentes de sua produção, a de sua produção, a partir da leitura partir da leitura e análise de um e análise de um conj. expressivo conjunto expressivo de romances de poemas de modo a situar: a) a e/ou contos, escolhidos de modo a sua import. no contexto da situar: a) o diálogo empreendido tradição lírica bras.; b) os cortes pela obra machadiana com as sincrônicos e diacrônicos estéticas precedentes do cânone efetuados pelos procedim. estilíst. literário bras.; b) os cortes e formais do autor em relação às sincrônicos e diacrônicos estét. precedentes; c) o caráter efetuados pelos proced. narrativos fundacional da estét. do autor; c) a tematização e a drummondiana no cânone do problematização inovadoras que lirismo bras.; d) as obras e os aut. sua obra empreende quanto às Contemp. mais significativos que questões de nacionalidade na dialogam com as vertentes abertas tradição lit. brasileira; d) os veios por sua poesia; 1.2. Leitura e fundadores abertos pelas análise de ensaios e estudos estratégias de text ualização da significativos da fortuna crít. literatura de Machado. drummondiana. UFF (Lit. Bras. Guimarães Rosa) Atual 60 XVII- Não consta Sagarana; Corpo de Baile [Manuelzão e Miguilim,no Urubuquaquá,, No Pinhém, Noites do Sertão]; Primeiras Estórias; Tutaméia [Terceiras Estórias]; Estas Estórias; Ave. Palavra. 45 (J. G. Rosa), 46(Céu, Inferno), 51(Linguagem e fabulação), 61 (A linguagem de Iauaretê), 63(Jagunços mineiros de Cláudio a G. Rosa), 84(O sentido trágico de A terceira margem do rio por Consuelo Albergaria, Sagarana por A. Candido, O ritmo em O burrinho pedrês por Ângela Leão), 100(O problema do gênero em Sagarana), 103(O impossível retorno, Do lado de cá, Matraga, sua marca), 182, 184(G. Rosa), 195(Nenhures: considerações psicanalíticas à margem de um conto de G. Rosa), 246. 1.1. Estudo da obra de G. ROSA com enfoque nos temas, processos estilísticos e narrativos que fundam a originalidade de sua produção, a partir da leitura e análise de um conjunto expressivo de contos de modo a situar: a) a importância dos textos selecionadas em relação ao conjunto da obra; b) a relação das obras entre si; c) os procedimentos estilísticos e narrativos inovadores responsáveis pela inscrição da obra em paradigma ímpar no cânone da Liter. Brasileira contemporânea; d) o universo mítico universal e regional como um dos solos sob os quais se assenta o discurso literário do autor. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 254 Em contrapartida, tanto a Literatura Brasileira XVIII (tabela XLV), quanto a Literatura Brasileira XV (tabela XLVI) propõe em ementas semelhantes: Estudo da obra de M. de Assis com enfoque nos temas e processos estilísticos e narrativos recorrentes de sua produção, a partir da leitura e análise de um conjunto expressivo de romances e/ou contos, escolhidos de modo a situar: a) o diálogo empreendido pela obra machadiana com as estéticas precedentes do cânone literário brasileiro; b) os corte sincrônicos e diacrônicos efetuados pelos procedimentos narrativos do autor; c) a tematização e a problematização inovadoras que sua obra empreende quanto às questões de nacionalidade na tradição literária brasileira; d) os veios fundadores abertos pelas estratégias de textualização da literatura de Machado. (tabela XLVI) Esta é uma disciplina cujo conteúdo quando comparado às demais semelhantes (Literaturas Brasileiras VIII, XV, XVI e XVII) parece apontar um procedimento de análise padronizado, uma espécie de modelo com o qual estas disciplinas foram confeccionadas. A disciplina de Literatura Brsileira XVI - Carlos Drummond de Andrade (tabela XLVI), por seu turno não tem uma redação muito diferenciada das demais: 1.1. Estudo da obra lírica de C. D. ANDRADE enfatizando os temas e processos estilísticos recorrentes de sua produção, a partir da leitura e análise de um conjunto expressivo de poemas de modo a situar: a) a sua importância no contexto da tradição lírica brasileira; b) os cortes sincrônicos e diacrônicos efetuados pelos procedimentos estilísticos e formais do autor em relação às estéticas precedentes; c) o caráter fundacional da estética drummondiana no cânone do lirismo brasileiro; d) as obras e os autores Contemporâneos mais significativos que dialogam com as vertentes abertas por sua poesia; 1.2. Leitura e análise de alguns dos ensaios e estudos mais signif icativos da fortuna crítica drummondiana. (tabela XLVI) Embora pareçam, em tudo, semelhantes os conteúdos programáticos acima apresentam algumas diferenças. Enquanto o relativo à Drummond (Literatura Brasileira XVI) propõe uma leitura da importância do autor frente “à tradição lírica brasileira” o anterior, Literatura Brasileira XV, propõe uma análise do diálogo empreendido pela obra machadiana com a tradição e as estéticas presentes no cânone brasileiro. E ainda há a Literatura XVII – Guimarães Rosa (tabela XLVI), cujo texto parece obedecer ao mesmo formato das demais, o que leva a crer que tenham sido todas criadas em conjunto, ou espelhadas umas nas outras: Estudo da obra de G. ROSA com enfoque nos temas, processos estilísticos e narrativos que fundam a originalidade de sua produção, a partir da leitura e análise de um conjunto expressivo de contos de modo a situar: a) a importância dos textos selecionadas em relação ao conjunto da obra; b) a relação das obras entre si; c) os procedimentos estilísticos e narrativos inovadores responsáveis pela inscrição da obra em paradigma ímpar no cânone da Literatura Brasileira contemporânea; d) o 255 universo mítico universal e regional como um dos solos sob os quais se assenta o discurso literário do autor. (tabela XLVI) O estudo de alguns autores, mais que de outros, parece indicar também uma tendência à especialização, tanto de professores, como de alunos, além de reafirmar a crença na necessidade de uma constante releitura e investigação do cânone literário. Autores como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Netto, são modernos e maioria entre os eleitos para figurarem nestas disciplinas optativas da UFF, o que parece corroborar a idéia de que a Literatura Modernista tende (ao menos, quando formulamos a hipótese, para a Literatura Brasileira III de Roraima) a ser mais interessante e “atraente” para alunos e professores que as demais disciplinas. A Literatura Portuguesa parece proceder diferentemente em relação às optativas. Tabela XLVII: Disciplinas optativas de Literatura Portuguesa - UFF UFF (Lit. Port. XII) UFF (Lit. Port. XIII) UFF (Lit. Port. XIV) IES atual Atual Atual Vigência 60 60 60 C.H. A produção literária A poesia clássica A poesia portuguesa dos séculos Ementa Bibliogr. literária * Bibliogr. crítica * 1. Pri Linha de estudos proposta UFF (Lit. Port. XV Atual 60 A narrativa do século XIX Não há medieval. Não há Não há XIX e XX. Não há 2, 106, 210, 309, 310. 1, 33, 101, 102, 205. 2, 33, 67, 85, 150, 216, 289, 310. 2, 37, 70, 182, 183, 283, 285, 286, 310. 2 itens: 1. Primeira época: o trovadorismo (1.1 A poesia dos trovadores: o lírico e o satírico, 1.2 As novelas de cavalaria,,1.3 A historiografia medieval: os livros de linhagens e as primeiras crônicas); 2. Segunda época: o humanismo (2.1 A poesia palaciana - o Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, 2.2 As crônicas de Fernão Lopes e seus sucessores, 2.3 O teatro vicentino) 6 itens: 1. Classicismo, Renascimento, Maneirismo, Barroco e Neoclassicismo: introdução à problemática conceitual e metodológica; 2. A introdução do Classicismo em Portugal: Sá de Miranda, António Ferreira, Cristóvão Falcão e Bemardim Ribeiro; 3. A poesia camoniana; 4. O Maneirismo e o Barroco em Portugal; 5. O Neoclassicismo ; 6. A poesia de Bocage 2 itens: 1. Perfil da poesia portuguesa no século XIX (l.l Romantismo e Realismo na poesia - Garrett, Antero de Quental e Guerra Junqueiro; 1.2 A poesia finessecular -Camilo Pessanha e Cesário Verde; 2. Percursos na poesia portuguesa no século XX (2.1 Orpheu: Fernando Pessoa, Mário Sá-Carneiro e A1mada Negreiros, 2.2 Presença: José Régio, 2.3 Neo-Realismo: Carlos de Oliveira, 2.4 Surrealismo: Mário Cesariny e Alexandre O'Neill, 2.5 Alguns poetas fundamentais: Jorge de Sena, Eugênio de Andrade, Sophia de Mello Breyner Andresen, António Ramos Rosa, Herberto Helder e Ruy Belo. 2.6 Poesia 61: Gastão Cruz, Fiama Hasse e Luíza Neto Jorge, 2.7 Poesia Experimental: Ana Hatherly e E.M. de Meio e Castro,2.8 Poesia das décadas de 70,80 e.90 - avaliação global. 2 itens: I- O Romantismo em Portugal ( Almeida Garret e Alexandre Herculano, Júlio Dinis e Camilo Castelo Branco); II- O Realismo em Portugal (Eça de Queiroz). *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 256 Na tabela XLVII teremos como disciplinas optativas em Literatura Portuguesa na UFF: A produção literária medieval (Literatura Portuguesa XII), A poesia clássica (Literatura Portuguesa XIII), A poesia portuguesa dos séculos XIX e XX. (Literatura Portuguesa XIV) e A narrativa do século XIX (Literatura Portuguesa XV). Estas são disciplinas da grade atual. Que de certo modo reinserem de forma mais amiudada o conteúdo que supostamente foi (deveria ter sido?) ensinado nas disciplinas obrigatórias da graduação. Além de não seguirem o padrão das optativas em Literatura Brasileira, com um formato que privilegia um estudo aprofundado de um ou dois autores de cada vez, estas não são disciplinas tão “atraentes” por não tratarem diretamente apenas com autores do Modernismo. Provavelmente, ao elegerem estes temas para suas optativas, os professores da Literatura Portuguesa tentavam sanar a deficiência que podem crer existir em termos de carga horária para o trabalho com a Literatura e a cultura Portuguesas. É que na UFF, como já dissemos antes, o fluxograma, em termos de Literatura Portuguesa, só apresenta como obrigatórias 120h/aula distribuídas em duas disciplinas de 60h/aula cada uma. Enquanto na UFRR elas são três (num total de 180h/aula) e na UFC o dobro da UFF. Como conseqüência, têm-se uma diferença de caráter nas disciplinas optativas de Literatura Portuguesa, que tendem a buscar recuperar o conteúdo que não é possível ministrar na pequena quantidade de horas/aula de que dipõem para as disciplinas obrigatórias de seu campo, através de disciplinas optativas que cubram toda, ou grande parte da História Literária de Portugal. Deste modo, enquanto a Literatura Brasileira parece se preocupar em ofertar disciplinas optativas pontuais sobre determinados autores e obras, a área de Literatura Portuguesa parece se fechar mais em torno de uma linha historicista, porém, visando uma “recuperação” do tempo perdido. Na UFF de outrora havia cursos optativos que tinham um caráter monográfico – as Literaturas Portuguesas III, IV, V. A Literatura Portuguesa III: GLT04018- 60h – tinha como proposta (a exemplo de suas “descendentes atuais”) o estudo da “Idade Média, Renascimento e Barroco”. A Literatura Portuguesa IV (GLT04019- 60h) tinha como título de “c urso” “A impulsão lírica camoniana ” e como título-ementa “Arcadismo, Romantismo e Realismo”. E a Literatura Portuguesa V (GLT-04020- 60h) trazia como título de curso: “Lendas, mitos e narrativas, em sistema de revitalizações” e como ementa: “Simbolismo e Modernismo”. O que se pode depreender destes cursos monográficos é que pareciam ter a mesma preocupação que parece haver ainda nos dias de hoje no campo de Literaturas Portuguesas, de recuperar o tempo, mas adicionavam a 257 isso a esperança de com as disciplinas monográficas sensibilizar alunos para a pesquisa em Literatura Portuguesa a exemplo do que se quer na UFRR de hoje. Tabela XLVIII: Disciplinas optativas de Literatura Portuguesa - UFF UFF (Lit. Portug. XVI) UFF (Lit. Port. XVII) UFF (Lit. Port. XVIII) UFF (Lit. Port. XX) IES Atual Atual Atual Vigência Atual Não consta 60 60 60 C.H. A narrativa do século XX. O teatro Perspectivas Literatura e formas de Ementa Bibliogr. Liter.* Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta Aplicabil idade/obj etivo interdisciplinares: Literatura, História e Mito n´Os Lusíadas e na Mensagem. Não consta representação do “outro”: grupos e tradições marginais na cultura portuguesa. Não consta 126, 256, 314,,315, 316, 317, 318, 319, 320, 321, 322. Não consta Sobre obra lit. 314 (Lev. Chão): 14, 26, 141, 161, 331, 332, 333, 340; sobre obra 315 (Mem. Conv.): 6, 24, 42, 89, 191, 220, 290, 331; sobre 317 (O ano da morte de J.R.R.): 16, 27, 42, 45, 195, 365, 291, 331; sobre 319 (a jang. de ped.): 11, 13, 206, 212, 247, 377,; sobre 320 (Hist. C. Lisb.): 19, 20, 42, 79, 81, 82, 125, 194, 288, 370; sobre 321 (Ev. Seg. J.C.): 73, 74, 75, 77, 83, 163, 190, 204, 260; sobre a obra em geral: 3, 12, 46, 80, 104, 163, 175, 190, 213, 241, 279, 302, 325, 339, 355, 366, 376; obras teóricas: 76, 147, 179, 284, 335, 361, 362. Análise em sala (exposição e discussão) de capítulos (no mínimo dois) dos romances citados acima; seminários orais sobre os romances (em sua integralidade) sob a responsabilidade dos alunos; aulas expositivas (apresentação do autor e sua obra, fortuna crítica de J.S.; neo-realismo português- teoria e estudos de fragmentos dos romances Seara de vento de Manuel da Fonseca e O Delfim de José Cardoso Pires; pósmodernismo (textos teóricos); J.S., poeta, cronista (estudo de textos). 31, 84, 254, 281, 307. 32, 33, 71, 118, 178, 183, 274, 304, 310, 324. 67, 105, 149, 182, 297, 301. 3 itens: 1. Das Origens a Gil Vicente: Formas 4 itens: 1. O séc. XVI em Portugal: história, cultura e arte; 2. Luís de Camões e Os Lusíadas; 3. O modernismo em Portugal: história, cultura e arte; 4. Fernando Pessoa e a Mensagem. Formas de represent. do outro, divididos em 3 itens: 1. Lit. e ident. cultural em Portugal (lit. e expansionismo e paradigma cultural do homem português), a representação do outro (primeiras referêncais literárias: origens ao séc. XX e imagem do outro na lit. do séc. XX), a autoreferencialidade e a noção de diferença (o trabalho estético como busca da diferença e discurso, poder e ideologia). Não consta Oferecer uma leitura da ficção romanesca de José Saramago, buscando situa-lo na prosa contemporânea portuguesa. de teatro medieval; O teat. popular; O teatro cortesão; A alegoria e o teatro vicentino; Os autos; 2. O teatro pós-vicentino: Camões e Antônio Ferreira; Antônio José da Silva, O Judeu; O teatro de Garrett e o melodrama romântico; 3. O século XX: o teatro e as vanguardas; o teatro épico; Bernardo Santareno. Não consta Não consta 258 *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. É claro que se prestarmos atenção às ementas da tabela XLVIII, veremos que há casos “particulares” como o da narrativa do século XX que tem sua extensa bibliografia quase que inteiramente centrada em José Saramago, embora haja em seu conteúdo uma tímida menção aos “romances Seara de vento de Manuel da Fonseca e O Delfim de José Cardoso Pires; pós- modernismo (textos teóricos); J.S., poeta, cronista (estudo de textos)”. Por outro lado, das quatro disciplinas que compõem a tabela XLIII, três apresentam multiplicidade de objetos, temas e autores a serem enfocados além de um certo “sotaque” historicista. A Literatura Portuguesa XVII, cuja ementa é simplesmente “o teatro”, Literatura Portuguesa XVIII que tem como ementa “Perspectivas interdisciplinares: Literatura, História e Mito n´Os Lusíadas e na Mensagem” e a Literatura Portuguesa XX : “Literatura e formas de representação do “outro”: grupos e tradições marginais na cultura portuguesa” são também exemplos claros desta “forma de ser” das optativas em Literatura Portuguesa. Tantas opções podem apontar também para um efetivo de professores suficiente para suprir as disciplinas obrigatórias da graduação e alguma sobra semestral para que ao menos uma disciplina optativa possa ser ofertada. Caso bem diverso da UFRR, em que tais disciplinas sequer foram, até hoje, pensadas, em função da falta de efetivo necessário até mesmo para fazer funcionar a grade de disciplinas obrigatórias. Também na UFC encontramos algumas optativas em franco funcionamento, o que faz com que pensemos que estas instituições, bem maiores que a UFRR, possam dispor de profissinais para este fim. Embora saibamos que não necessariamente ter o programa da disciplina, signifique ofertá- la, também entendemos que, em algum momento, houve tempo e disponibilidade para que alguém se dispusesse a confeccionar estes programas, bibliografias, etc. Na UFRR, dada a proporção da relação entre o número de alunos e professores, não é possível contratar muitos docentes mais, o que torna esta situação (de não podermos ofertar nem criar disciplinas optativas) crônica. Por outro lado, grande parte das disciplinas do campo de Literatura Brasileira da UFF parece atender a um número muito restrito de alunos que tenham, naquele momento em que são ofertadas, interesse especial pelo autor específico enfocado. O modelo mais genérico (e temático, mas de temática calcada em intervalos históricos), utilizado mais pela Literatura Portuguesa, parece um pouco mais abrangente. 259 O modelo adotado por ambas as universidades (UFC e UFF) também possui semelhanças, e disciplinas monotemáticas parecidas, conforme veremos adiante no cotejo direto entre alguns programas destas instituições. 5.5.4 Entre UFC e UFF Na tabela XLIX a seguir ambas as instituições propõem o estudo da Cultura Portuguesa, mas o fazem de modo diferenciado, com bibliografia totalmente diferente. Tabela XLIX: Disciplina História da Cultura Portuguesa – UFC x UFF IES Vigênc ia C.H. Ementa UFC Antiga 60 Estudo de alguns aspectos da Cultura Portuguesa (antecedentes e formação histórica, correntes culturais religiosas, as ciências as artes e as letras, a expansão ultramarina). (1981.1) Bibliografi a literária Bibliogr. crítica * Não há Linha de estudos proposta 5 itens: gênese (situação geográfica, pré-história ao período remano, grandes invasões, reino dos suevos e visigodos, invasão e domínio mulçumano), fundação do reino de Portugal (a reconquista e a terra portucalense e a vida religiosa); época dos descobrimentos (a crise de 1383 e a consolidação da nacionalidade e as artes nas grandes descobertas); a restauração (revolução de 1640, o barroco), da monarquia constitucional à república (a guerra civil, os movimentos artísticos e literários do séc. XIX. 196, 197, 311, 328. UFC Atual 30 Estudo das principais diretrizes da cultura portuguesa, através de um elenco de idéias fundantes que facilitam a compreensão do processo de identidade e de unidade do povo português, relacionado-as com o modo de ser lusitano expresso em obras canônicas. Não há UFF Atual - optativa 60 Literatura Portuguesa e a História da Cultura em Portugal Básica: 5, 35, 91, 207, 305, 313. Complementar: 9, 10, 25, 41, 60, 61, 103, 119, 124, 128, 143, 183, 189, 236, 244, 249, 253, 293, 301, 312, 327, 330, 367, 379. 10 itens: pátria (território, povo, nação, Estado), conquistas (internas e externas), fé (religião, expansão do Cristianismo, V Império), tradição (culto ao passado, saudade, saudosismo), mito (Ulisses, mar, Oriente, sebastianismo, Inês de Castro, heróis), Portugalidade (Nacionalismo e integração), Atualidade (Idade Moderna, modernidade, modernismo), música (as tunas, o fado, o Madredeus), política (centralismo imperial, ditadura, liberalismo, socialismo, 25 de Abril), Prospecção (a releitura da História, da cultura e da ação portuguesa no mundo). 28, 39, 181, 183, 211, 305, 308. Não há 2 itens: a lógica da cultura portuguesa (cultura e civilização portuguesa, origem e evolução dos fenômenos culturais portugueses); a literatura portuguesa e a cultura portuguesa (a literatura como representação da História, O lugar da literatura portuguesa na história da cultura portugesa e literatura e tempo português). *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. 260 A UFC, que antes se dispunha a estudar a Cultura Portuguesa em 60 horas/aula, atualmente o faz em apenas 30 horas/aula. Aqui também, a primeira e mais antiga disciplina aponta para um estudo historiográfico da cultura portuguesa, enquanto sua versão mais recente encaminha o aluno para o “Estudo das principais diretrizes da cultura portuguesa, através de um elenco de idéias fundantes, que facilitam a compreensão do processo de identidade e de unidade do povo português, relacionado-as com o modo de ser lusitano expresso em obras canônicas”. A disciplina da UFF, por sua vez, aborda a “Literatura Portuguesa e a História da Cultura em Portugal” a partir da “lógica da cultura portuguesa (cultura e civilização portuguesa, origem e evolução dos fenômenos culturais portugueses); a Literatura Portuguesa e a cultura portuguesa (a literatura como representação da História, O lugar da Literatura Portuguesa na história da cultura portugesa e literatura e tempo português)”. Embora se trate de uma disciplina também marcada pela historiografia, como nos primórdios da disciplina na UFC, em alguns momentos parece haver a inversão desta lógica para se captar na Literatura, questões históricas pertinentes ao povo Português. No caso das disciplinas sobre Clarice Lispector (tabela L), ambas optativas, tanto UFF, quanto UFC, a bibliografia será parcialmente semelhante, pois serão comuns a ambas as universidades: 18E- AREAS, V.; WALDMAN, B. Remate de males, nº 9, 110E- GOMES, R. C.(org.) Seleta de Clarice Lispector, 112E- GOTLIB, N. B. Clarice. Uma vida que se conta, 137 G- LIMA, L. C. Por que literatura (capítulo: A mística ao revés de Clarice Lispector) , 149E- LISPECTOR, C. A descoberta do mundo,184ENUNES, B. O dorso do tigre (capítulo: A mística ao revés de Clarice Lispector), 185ENUNES, B. (Coord.). Edição critica de A paixão segundo G. H. Paris: Association Archives de la littérature latino-americaine, des Caralbes et africaines du XXe. Siecle e 186E- NUNES, B. O drama da linguagem. Uma leitura de Clarice Lispector, 205EQUEIROZ, V. (org.). Feminino e literatura.(Tempo Brasileiro, nº101) e 206EQUEIROZ, V. (org.). Clarice Lispector (Tempo Brasileiro, nº104), 218E- SÁ, O. de. A escritura de Clarice Lispector, 221E- SANT'ANNA, A. R. de. Análise estrutural de romances brasileiros (capítulo: Laços de família e Legião estrangeira), 229ESANTOS, R. C. dos. Lendo Clarice Lispector. No caso da UFC, entre bibliografia básica e complementar, há quarenta e três textos elencados para uma disciplina de apenas 30 horas (embora alguns não passem de capítulos dos textos apontados), o que pode sugerir que esta também seja uma disciplina de um professor e uma pesquisa em particular. 261 Tabela L: Disciplinas de Literatura Brasileira com ênfase em Clarice Lispector – UFC X UFF IES Vigência C.H. Ementa Bibliogr. literária * Bibliogr. crítica * Linha de estudos proposta UFC- Lit. Bras.(O romance de UFF (Lit. Bras. XIX) C. Lispector) Atual Atual 30 60 Estudo da obra romanesca de Não consta Clarice Lispector, abrangendo diferentes fases de sua escritura e tomando por base três obras para discussão e pesquisa: Perto do coração selvagem (1943), A paixão segundo G.H.(1964) e A hora da estrela (1977) Perto do Coração Selvagem, O Lustre, A Cidade Sitiada, Laços de Família, A Maçã no escuro, A Legião Estrangeira, A Paixão Segundo G.H., Uma Aprendizagem Ou O Livro dos Prazeres,Felicidade Clandestina, Água Viva, A Via Crucis do corpo, Onde estivestes de noite, A Hora Da Estrela, Um sopro de vida, A Bela e a Fera, A Descoberta Do Mundo. Básica: 41, 52, 57, 78, 97, 110, 18, 63(No raiar de C. Lispector), 110(Que mistérios tem 112, 114, 149, 150, 151, 158, Clarice?), 112, 118(Clarice Lispector: a função desalienante 184(O mundo imaginário de C. de sua criação lit.), 120, 122, 123, 137(A mística ao revés de Lispector), 185, 186, 218, 219, C.Lispector), 139, 146(No território da paixão: a vida em mim 220, 263; Complementar: 18, por N.B. Gotlib), 147(A paixão do corpo entre os fantasmas e 30, 53, 85, 87, 90, 113, 130, as fantasias do desejo por I. Lucchesi), 148(De gênese e de 132, 137(A mística ao revés de gente: a luminosidade no escuro por L.Helena), 149(A arte Clarice Lispector), 138, 157, imprevisível de Clarice por V.Queiroz), 184(O mundo 180, 188, 205, 206, 216, imaginário de C.Lispector), 185, 186, 205(O desejo não mora 221(Laços de família e Legião em casa por N.B.Gotlib; O espelho do silêncio por L.Helena estrangeira), 229, 236, 257, Vianna), 206 (A literat. Segundo Lispector por L. Helena; 262, 264(Por linhas tortas), 269 Tríptico para Clarice por V.Queiroz; Discurso feminino, corpo, arte gestual, as margens recentes por R.Santos), 218, 221(Laços de família e a Legião estrangeira), 222(C. Lispector:linguagem), 229, 230(A leitura de Clarice). Seis itens: introdução geral (C. 1.1. Estudo da obra de C. Lispector enfatizando os temas e Lispector, a escritora e a processos estilísticos recorrentes de sua narrativa, a partir da diversidade de sua obra), leitura e análise de um conj. expressivo de romances e/ou Clarice Lispector na história da contos, escolhidos de modo a situar: a) a importância dos literatura brasileira; Uma textos selecionadas em relação ao conjunto da obra; b) a escritura inaugural: Perto do relação das obras entre si; c) os procedimentos narrativos coração selvagem; O exercício inovadores que inscrevem a obra da autora em paradigma de uma prosa amadurecida: A original no cânone da Lit. Bras. contemp.; d) a paixão segundo G.H.; A hora problematização da escritura e do processo ficcional na obra da estrela: Perspectivas de clariceana; e) a questão da linguagem e a problematização dos estudo; A escritura no centro da gêneros na obra da autora; 1.2. Leitura e coment. de alguns torre de babel: Clarice Lispector dos ensaios e estudos mais signif. da fortuna crítica e sua fortuna crítica. clariceana. *a referência das obras numeradas está no final da tese. Entre parêntesis aparece o capítulo específico da obra citado na bibliografia do programa. Não há como negar, no entanto, que estas disciplinas monotemáticas exercem um grande fascínio sobre alguns bons alunos, mas não parecem servir muito para os medianos. São boas para aqueles que pretendem seguir carreira e ajudam a despertar o 262 interesse pela pesquisa, mas quase sempre acabam apontando um caminho por demais específico. Seria talvez mais interessante, do ponto de vista da abrangência, conseguir o mesmo efeito com material que suscitasse outros caminhos. Em Roraima, provavelmente seriam instituciona lmente inócuas, uma vez que não há grupos de pesquisa estabelecidos, e abrangeriam a um pequeno grupo de alunos, o que faria alguns pensarem na relação custo-benefício de se ofertar uma disciplina nesses moldes. 263 CONCLUSÕES Creio que, se nos dirigirmos ao cânon, não para buscar respostas, mas para fazer perguntas, de certa maneira desestabilizamos a própria idéia de "uma seqüência sacralizada de obras definidas pela história literária", que se constituiria desde sempre e para sempre no nosso universo de docência e pesquisa. José Luis Jobim (A crítica da teoria, uma análise Institucional) Não seria justo que iniciássemos estas “conclusões”, sem antes apontarmos algumas “possibilidades”. Em primeiro lugar, ao tentarmos entender o modelo de ensino literário praticado na UFRR a partir de outros modelos, nos deparamos com uma imagem do literário, da literatura, do canônico, de ensino em geral, um pouco diferente daquilo que vivenciamos em nosso dia-a-dia. Em função da própria orientação, do local escolhido para freqüentarmos a pós-graduação, das leituras que fizemos, esta imagem foi, mais e mais se consolidando. E independentemente do que pensemos sobre a questão “centro” x “periferia” e, a despeito mesmo de haver na UFC mais disciplinas voltadas para o ensino de Literatura que nas demais do grupo, suspeitamos que o local onde esta discussão mais tem avançado (das três que figuraram nas tabelas comparativas) é a 264 UFF. Mas, vítima de sua própria estrutura e política interna, desgraçadamente tem sido ali também, onde, na prática, houve menos ganho curricular efetivo e obrigatório para o aluno de graduação, em relação ao que se tem discutido em termos de Literatura e ensino de Literatura. Já a UFC, por outro lado, tem sido das três a que mais investe no domínio espacial do campo literário na grade de seu curso. À UFRR, universidade em tudo nova e de tudo carente, cabe dar um passo no sentido de modificar seu modo de pensar e na tentativa de modificar o espaço no qual está inserida. Se disto advirá algo de bom, ou de ruim para os roraimenses... quem sabe? Esta pesquisa, no entanto, neste momento, aponta e crê em soluções neste sentido. Já sugerimos, antes, que dizer que a Literatura e a leitura libertam pode ser uma ilusão. No caso de Roraima é preciso que se leia e se produza Literatura (e que reconheçamos esta produção) em nível local, para que o Estado possa “integrar-se” do ponto de vista da “alta” cultura, ao restante do país. Ou seja, é preciso participar do sistema para que não se fique ainda mais à margem. Para as pessoas que migraram para lá como a maioria dos professores da UFRR é preciso que se leia e é preciso fazer ler para espantar a impressão de barbárie que se tem, com um local onde as manifestações culturais são tão diversas das que estavam acostumadas em seus locais de origem. Mas a leitura não liberta realmente. Ela torna o indivíduo mais consciente, é certo; mais “fluído” em termos de relações sociais, ou mais fluente, em termos de linguagem. Mas não liberta. Apenas aprofunda o conhecimento que se tem do todo, ao ponto de tornar- nos mais críticos, mais ricos num determinado parâmetro, e aprofunda nossa relação com o sistema. Eleva nossa posição na “pirâmide cultural”, o que possibilita “uma visão mais ao largo”, mas ao mesmo tempo, isola-nos mais daqueles que precisam de “liberdade”, aumentando o abismo e o preconceito social. Fica assim, a título de conclusão, a impressão de que escolhemos gostar de um mecanismo que é tão “maquiavélico” que fornece entretenimento, torna-se base estética de nossas vidas, dá a impressão de liberdade, ao mesmo tempo em que nos torna mais e mais dependentes de seus produtos e ideologias, e que funciona como um dos mecanismos de segregação mais eficientes que nossa sociedade já produziu, pois suas barreiras são simbólicas e seu capital somente visível pela linguagem. Ainda assim, não há desilusão quando constatamos esses fatos. Há mais ilusão (reforçada por uma nostalgia de um tempo em que só os mais favorecidos estudavam) de que através de uma educação mais “eficiente”, conseguiremos mudar os rumos da 265 sociedade, quando o que almejamos utopicamente é, talvez, a uniformização social, ironicamente, através de um dos mecanismos que propõem o “mérito”, ou o “dom” como forma de avaliação e a posse de bens simbólicos como valor hierárquico maior. Apostamos no homogêneo, sem perceber que a homogeneidade, dentro deste sistema, não pode existir, assim como não pode existir um “cânone universal”, sem que se desconsiderem todas as singularidades locais (linguagem inclusive). Se, por um disparate maniqueísta, formos levados a concluir que a literatura (e principalmente os seus cânones) é de todo má para as classes populares, por patrocinar a exclusão, aumentar a distância entre as classes e cooptar mentes para o “sistema ”, seremos também forçados a admitir que este é o único “sistema ” que conhecemos. Quando falamos em “sistema”, não estamos nos referindo apenas ao econômico, ou político, mas ao “todo” de uma “civilização ocidental”. É claro que se fossemos explicar o inexplicável “todo” do “sistema” e “civilização ocidental”, seria esta uma outra tese, ou talvez, muitas outras teses. Fiquemos, pois, com a impressão que as palavras causam, ou com seu sentido mais ao gosto do senso comum. O que realmente queremos concluir, é que bem, ou mal, o magistério em Literatura é a profissão que escolhemos e pela qual temos lutado toda uma vida, para quem sabe fazer valer a utopia de que todos, um dia, possam ser incluídos pela leitura/Literatura. O fato é que nos encontramos, neste momento, numa espécie de “beco sem saída” o que provavelmente suscitará muita discussão ainda. Fazemos “mal”, ou “bem” em acreditar na “redenção” ao “sistema ” pela leitura/Literatura? Como o cânone literário é uma invenção que se crê universal e única, não é possível, a partir dele, vislumbrar diferenças entre uma instituição e outra. Coube, pois, buscar no cânone disciplinar que cada qual emprega, uma forma, um instrumento capaz de diferenciar as práticas dos Cursos de Letras analisados. Estas conclusões, no entanto, não apontam para um “caráter geral”, mas para peculiaridades de cada instituição. Entre uma observação e outra, cabe fazer uma conclusão. Em quase todos os programas das três principais Instituições Federais de Ensino Superior, com os quais lidamos ao longo de nossa pesquisa, a quantidade de textos literários selecionados nas bibliografias era mínima. Muito menor que a proporção referente aos textos críticos. Este fato pode ser fruto da flutuabilidade da quantidade de textos integrais com os quais se pode trabalhar ao longo de um semestre; pode ser fruto de uma prática que se propõe a trabalhar apenas com os fragmentos contidos nas Histórias da Literatura e livros no estilo antológico ou “Literatura Comentada”; ou como em Roraima, pode ser fruto da 266 ausência do que indicar, tudo depende da época e do lugar. Lá no Norte, ao longo da década de 1990 presenciamos as três possibilidades concomitantemente. Por outro lado é preciso que notemos o fato de que grande parte destes programas também trazia “dicas” literárias, sugerindo em seu próprio conteúdo com quais autores dever-se- ia lidar para levar a contento aquele conteúdo. No caso da UFRR esta prática, segundo um dos antigos professores da instituição teria sido adotada a fim de se evitar “desvios maiores”, uma vez que dada a carência de profissionais no Estado, como um todo, e na UFRR em particular, não se podia saber quem assumiria as disciplinas futuramente. Este não parece ser o caso da UFC e da UFF. Mas nestas instituições não pudemos ter acesso ao material humano que nos esclarecesse mais a fundo a questão. No caso das Literaturas Regionais é certo que a UFRR, enquanto instituição também responsável pela esfera da cultura, precisa buscar um foco na própria região em que se encontra, sob o risco de se isolar e de condenar a produção local ao ostracismo, ou o que é pior, a ser considerada “exótica”, pelos demais. Assim também estará ajudando a preservar, a discutir, a repropor, a modificar, a realidade cultural em que está inserida. O principal é que se valorize a Literatura, que a coloque mos em destaque no dia-a-dia da população para que lhe seja dada a devida importância, como também para que a produção aumente, se diversifique e melhore em quantidade e qua lidade, não por que ela possa libertar alguém, mas por que ela também poderá funcionar como uma espécie de “passaporte” da “barbárie” à “sociedade”. Por outro lado há, no Estado de Roraima, uma carência em torno do cânone ocidental a ser suprida. Há que se recuperar o tempo perdido. Neste caso talvez a UFRR deva “inovar” (como no Colúmbia College, em 1932), propondo cursos de nivelamento pós-vestibular, ou mesmo aceitando trabalhar com a Literatura Universal em disciplinas específicas dentro da grade do curso (o que talvez nem adiantasse tanto, mas seria uma possibilidade a mais). Quanto à suspeita inicial que alimentávamos de que os programas do curso de Letras da UFRR tivessem sido apropriados pelos nossos professores fundadores, do curso de Letras da UFC, devemos dizer que com exceção do programa da disciplina de Literatura Infanto-Juvenil, os demais apenas revelam reminiscências (especialmente no que tange aos programas da UFC datados de 1991) da formação de alguns dos que trabalharam pela existência do curso da UFRR, que estudaram no Curso de Letras da Universidade Federal do Ceará. 267 O viés adotado pelas três instiuições, no que concerne à organização das disciplinas de Literatura também difere bastante. Como vimos ao longo de nossa análise, e temos frequentemente sugerido ao longo da tese, os programas da UFC tendem para um padrão mais chegado à História enquanto fio norteador dos estudos literários, o que talvez justifique o caráter adotado pelo curso de Letras da UFRR quando fundado. Dificilmente, conhecendo esta instituição apenas pelos documentos que recebemos e temos em mãos, poderemos lhe fazer justiça quanto ao seu “verdadeiro” perfil. Em todo o caso, apenas pela quantidade de programas de disciplinas com os quais trabalhamos, é possível concluir que a área de Literatura Portuguesa é a mais forte das Literaturas no seu curso de Letras, pelo muito que vimos de produção própria e por ser o “nascedouro” de outro campo bastante produtivo, o das Literaturas Africanas. Por outro lado a Literatura Brasileira, apesar de ter sido pequena (em termos de quantidade de disciplinas obrigatórias ofertadas) cumpriu a missão a que se propôs, dando à luz disciplinas únicas (e muito produtivas, do pontode vista da produção acadêmica) de Literatura Cearense, através da gestação do “campo” de Literatura Regional e Popular em sua disciplina de Literatura Brasileira III. Na UFRR, hoje, há a pretensão do prevalecimento (quanto aos programas de disciplinas literárias) de uma posição intermediária entre o fio histórico e o temático (especialmente no que toca aos gêneros da Literatura). Mas esta pretensão nem sempre é atingida, uma vez que ainda há muitas disciplinas panorâmicas, cuja proposta passa por uma leitura e interpretação menos acurada dos textos Literários. A Literatura Portuguesa, por exemplo, se comparada à Brasileria em termos de modo de organização, aparenta ser mais historicista, menos aprofundada. A Teoria da Literatura, por sua vez, parece estar no lugar “errado” (início do curso) , na hora “errada” (os alunos ainda estão muito verdes para acompanha-la, pois são “calouros” e na sua maioria não a compreendem) e de modo “errado” (pretendendo ser um “instrumento” de análise para o texto literário) Na UFF a questão parece resolvida pela adoção de um modelo disciplinar mais temático, embora ali, especialmente nas disciplinas optativas de Literatura Portuguesa, ainda persista um modelo que pretende resgatar um espaço para o trabalho com o cânone Português. A teoria da Literatura é a disciplina que destacamos pela gama de opções que apresenta e pelos percursos amplamente diferentes que percorreu ao longo dos últimos quase 40 anos. 268 O cânone literário difundido em Roraima, a partir do Curso de Letras da UFRR, em qualquer das disciplinas do campo literário pode ser considerado ainda incipiente em quantidade e aponta para um problema, que, naquele Estado, é estrutural, ou seja, a falta de bibliotecas e de serviços ligados à cultura nacional de modo geral. A ausência de um parque editorial na UFRR, e de publicações locais, de certo modo influem e contribuem para que as coisas permaneçam deste modo. A ausência de um curso de pós-graduação em Letras na UFRR, com uma linha específica de investigação e estudo da cultura e Literatura local, também ajuda a manter vivo o mito de que no Estado de Roraima não há produção literária. Por outro lado uma boa parte do que há foi introduzido através de retalhos, excertos e livros didáticos de qualidade duvidosa em termos de estudos literários em nível de graduação em Letras. Há um cânone literário em Roraima também formado a partir da UFRR. Mas o alcance dele na população do Estado só pode ser verificado em outra pesquisa, desta vez in loco. Por outro lado embora saibamos da influência da UFC na formação do curso de Letras da UFRR e, consequentemente na imagem do canônico, entendemos haver tantos textos críticos na UFRR em comum com a UFF, quanto os há em relação à UFC. Outra questão importante é termos percebido o quanto o Estado avançou em termos de qualificação de seus profissionais de ensino com a instalação da UFRR. Mesmo sob precárias condições de qualificação, houve ganho considerável se compararmos o que há hoje, com o que houve no início da década de 1990. Acreditamos que o nosso curso de letras, nestes seus primeiros 15 anos, trouxe- nos, em termos de Literatura, a um ponto quase comum com outros Estados da Federação, agora cabe pensar adiante, pensar no que deve ser feito em termos de, cada vez mais, proporcionar ao aluno acesso a bens culturais globais, nacionais e locais. 269 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Márcia (org.). Leitura, História e História da Leitura. Campinas: Mercado de Letras/ Associação de Leitura do Brasil; São Paulo: Fapesp, 2002. ______. Letras, Belas- letras, Boas- letras. In: BOLOGNINI, Carmem Z.(org.) História da Literatura e Discurso Fundador. Campinas: Mercado de Letras/ Associação de Leitura do Brasil , 2003: 11-70 AGUIAR, Vera Teixeira. Renoir na periferia: o acesso aos bens simbólicos da cultura letrada. In: PAULINO, Graça; COSSON, Rildo. Leitura literária, a mediação escolar. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2004: 47-52. BAKHTIN, Mikhail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. 5ª ed. 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Dialética da Malandragem, 359E- ESSLIN, M. Uma anatomia do drama, 412E- MATA, R. “Pedro Malazartes e os Paradoxos da Malandragem”, 440E- PRADO, D. de A. “Os Demônios Familiares de Alencar”. (A) Literatura Brasileira IV “B”: 12E- ANDRADE, O. Poesias reunidas; 301E- ANDRADE, M. Poesias completas; 319E- BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira; 179E- MURICY, A. Panorama do movimento simbolista brasileiro; 202E- PROENÇA FILHO, D. Estilos de época na Literatura: através de textos comentados; 224E- SANT’ANNA, A. O canibalismo amoroso.O desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia ( Do canibalismo melancólico sobre o corpo da amada morta a eroticidade de Lúcifer), 255E- TELLES, G.M. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro; 318E- BALAKIAN, A. “As Convenções do Simbolismo na Literatura Européia”. In: O simbolismo; 397E- LAFETÁ, J.L. Figuração da intimidade. Imagens na poesia de Mario de Andrade. (B) Literatura Brasileira IV “C”: 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 80E- COUTINHO, A. A Literatura no Brasil; 179E- MURICY, A. Panorama do movimento simbolista brasileiro, 255E- TELLES, G.M. Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro; Textos de apoio: 133E- LAFETÁ, J. L. 1930: a crítica e o Modernismo (Modernismo: projeto estético e ideológico), 339E- CANDIDO, A. Literatura e sociedade (Literatura e cultura de 1900 a 1945), 433E- PAZ, O. Signos em rotação (Verso e prosa), 457ESARTRE, J.-P. O que é literatura? (Que é escrever). (C) Literatura Brasileira V “A”: 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 81E- COUTINHO, A. Introdução à Literatura no Brasil, 162E- MARTINS, W. O modernismo; 14E- 343 ANDRADE, O. Memórias sentimentais de João Miramar. Serafim Ponte Grande; 300E- ANDRADE, M. Macunaíma; 304E- ANDRADE, O. O Rei da Vela; 441ERAMOS, G. São Bernardo; 62E- CAMPOS, H. Morfologia do Macunaíma; 63ECÂNDIDO, A. Vários Escritos; 245. SOUSA, Gilda e Mello e. O Tupi e o Alaúde: uma interpretação de Macunaíma. (A) Literatura Brasileira V “B”: 25E- AVILA, A. O Modernismo; 45E- BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira; 68E- CANDIDO, A.; CASTELLO, J. Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira; 329E- BORNHEIM, G. O sentido e a máscara; 461E- SILVA RAMOS, I.; CAVALIERI, R. V. Apostila (B) Literatura Brasileira VI “A”: Básica literária (a ser complementada): 279E- ABREU, C. F. Morangos mofados, 280EABREU, C. F. Onde andará Dulce Veiga?, 281E- ABREU, C. F. Um romance B, O ovo apunhalado. Bibliografia Critica: 129E- HUTCHEON, L. Poética do Pós-Modernismo: história, teoria, ficção, 251E- SUSSEKIND, F. Literatura e Vida Literária: polêmicas, diários e retratos, 351E- COUTINHO, P. C. A Lira dos Vinte Anos, 434E- PAZ, O. Discurso em Estocolmo, 451E- SÁ, J. de. A crônica, 454E- SANTOS, J. F. dos. O que é PósModerno. Literatura Brasileira VI “B”: 18E- AREAS, V.; WALDMAN, B. Remate de males (“o Búfalo. Clarice Lispector e a Herança Judaica” por Gilda Salem Szklo e “Os laços de família ou a Enunciação do Humor” por Diva Vasconcelos da Rocha), 66E- CANDIDO, A. A educação pela noite e outros ensaios(A nova narrativa), 141E- LIMA, L.C. Dispersa demanda: ensaios sobre literatura e teoria (O cão pop e a alegoria cobradora), 186E- NUNES, B. O drama da linguagem. Uma leitura de Clarice Lispector, 206E- QUEIROZ,V.(org.). Clarice Lispector (Triptico para Clarice), 217E- ROSENFELD, A. Texto e contexto (Reflexões sobre o romance moderno), 382E- GOTLIB, N. B. Teoria do conto Literatura Brasileira VI “C”: 344 308E- ANJOS, C. dos. O amanuense Belmiro, 410E- LISPECTOR, C. A hora da estrela, 441E- RAMOS, G. São Bernardo; 442E- REGO, J. L. do. Fogo morto, 449EROSA, G. Sagarana; 66E- CANDIDO, A. A educação pela noite e outros ensaios (Literatura e subdesenvolvimento), 84E- COUTINHO, E. de F. (org.). Guimarães Rosa (Sagarana por Antonio Candido, Uma Grande Estréia por Álvaro Lins e Revolução Roseana por Franklin de Oliveira), 218E- SÁ, O. de. A escritura de Clarice Lispector, 308E- ANJOS, C. dos. O amanuense Belmiro(A estratégia por Antonio Candido), 343E- CANDIDO, A. Ficção e confissão; 344E- CANDIDO, A. “Um romancista da decadência”; 426E- NUNES, B. Clarice Lispector; 441E- RAMOS, G. São Bernardo (O Mundo a Revelia por J.L.Lafetá), 442E- REGO, J. L. do. Fogo morto(Introdução por Alfredo Bosi e Um novo romance dos engenhos por Álvaro Lins), 470E- THOMPSON, F. M. “José Lins do Rego”; 471E- TOLLER GOMES, H. “O senhor de terras e o poder”. Literatura Brasileira VI “D”: 25E- AVILA, A. O Modernismo, 36E- BENJAMIN, W. Obras escolhidas. (O narrador. Considerações sobre a obra de nikolai Leskov), 46E- BOSI, A. Céu, inferno. Ensaios de crítica literária e ideológica, 48E- BRADBURY, M.; MacFARLANE, J. Modernismo: guia geral, 50E- BRAIT, B. A personagem, 66E- CANDIDO, A. A educação pela noite e outros ensaios (A nova narrativa), 84E- COUTINHO, E. de F. (org.). Guimarães Rosa, 120E- HELENA, L. A problematização da narrativa em Clarice Lispector, 141ELIMA, L.C. Dispersa demanda: ensaios sobre literatura e teoria, 145E- LIMA, L.C..Pensando nos trópicos (dispersa demanda II), 185E- NUNES, B. (Coordenador). Edição critica de A paixão segundo G. H., 186E- NUNES, B. O drama da linguagem. Uma leitura de Clarice Lispector, 206E- QUEIROZ,V.(org.). Clarice Lispector (Triptico para Clarice), 213E- RIEDEL, D.C. Narrativa - ficção & história, 217EROSENFELD, A. Texto e contexto (Reflexões sobre o romance moderno), 221ESANT'ANNA, A. R. de. Análise estrutural de romances brasileiros., 233ESCHWARTZ,R. Os pobres na literatura brasileira, 250 e 251E- SUSSEKIND, F. Tal Brasil, qual romance? Uma estética e sua história: o naturalismo e Literatura e Vida Literária: polêmicas, diários e retratos, 321E- BARBOSA, J. A. “A modernidade no romance”, 328E- BOURNEUF, R.; OUELLET, R. O universo do romance, 332EBRAYNER, S.(org.). Graciliano Ramos, 340E- CANDIDO, A. A personagem de ficção (A personagem do romance), 371E- GARBUGLIO, J.C. et al. (org.). Graciliano 345 Ramos, 372E- GOLDMAN, L. Sociologia do romance, 395E- KOTHE, F. O herói, 396E- LAFETÁ, J. L. “O mundo a revelia”, 399E- LEITE, L. C. M. O foco narrativo, 418E- MESQUITA, S. N. O enredo, 427E- NUNES, B. “Reflexões sobre o romance moderno”, 428E- NUNES, B. O tempo na narrativa, 443E- REIS, C.; LOPES, A.C. M. Dicionário de narratologia, 453E- SANTIAGO, S. Nas malhas da letra, 458ESCHULLER, D. Teoria do romance, 466E- SUSSEKIND, F. “Ficção 80: dobradiças e vitrines”. 346 ANEXO III – LEITURA DA BIBLIOGRAFIA DAS DISCIPLINAS DE LITERATURA BRASILEIRA XIV DA UFF QUE NÃO APARECEM NA TABELA XXI: Bibliografia de Literatura Brasileira XIV “A” 320E- BANDEIRA, M. Antologia dos poetas românticos (Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela), 287E- ALVES,C. Poesias completas, 26. AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas de Álvares de Azevedo, 325E- BILAC, O. Poesias, 390E- IVO, L.(org.). Raimundo Correa, 356E- DIAS, G. Ainda uma vez adeus. 47E- BOSI,A. Dialética da Colonização(Sob o signo de Can), 65 e 67E- CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos (O Nacionalismo literário e o Romantismo como posição do espírito e da sensibilidade) e Na Sala de Aula (Cavalgada ambígua e No coração do silencio), 389E- HOLANDA, S. B. Tentativas de mitologia (Árcades & Românticos), 383E- GUINSBURG, J. O romantismo (A visão romântica por Nunes Benedito), 108E- GOMES, Á. C.; VECCHI, C. A. A Estética Romântica. Bibliografia de Literatura Brasileira XIV “B”: 8E- ANDRADE,M. Aspectos da Literatura Brasileira (Amor e medo e Castro Alves), 45E- BOSI,A. História Concisa da Literatura Brasileira, 65E- CANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos, 80E- COUTINHO, A. A Literatura no Brasil, 358E- DUARTE, C. L. Nísia Floresta: vida e obra, 431EPAIXÃO, S. A Fala a-menos; a repressão do desejo na poesia feminina, 224E- SANT’ANNA,A.R. O canibalismo amoroso.O desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia., 222E- SANT’ANNA,A.R Por um novo conceito de literatura brasileira (Literatura e psic análise: revendo Bilac). Bibliografia de Literatura Brasileira XIV “C”: 7E- ANDRADE, M. O empalhador de passarinho (Parnasianismo), 8E- ANDRADE, M. Aspectos da Literatura Brasileira (Castro Alves e Amor e medo), 28EBANDEIRA, M. Apresentação da poesia brasileira (Parnasianos, Românticos, Simbolistas), 45E- BOSI,A. História Concisa da Literatura Brasileira (Romantismo, Simbolismo), 47E- BOSI,A. Dialética da Colonização (Sob o signo de Can), 65 e 67ECANDIDO, A. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos e Na Sala de Aula (Cavalgada Ambígua, No coração do silêncio), 77E- CITELLI, A. Romantismo, 347 99E- FISCHER, E. A necessidade da arte (Arte e capitalismo), 117E- HAUSER, A. História social da literatura e da arte (O romantismo alemão e o do Ocidente), 128EHUGO, V. Do grotesco ao sublime, 179E- MURICY, A. Panorama do movimento simbolista brasileiro, 196E- PEYRE, H. A literatura simbolista, 224E- SANT’ANNA,A.R. O canibalismo amoroso.O desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia (Do canibalismo melancólico sobre o corpo da amada morta à eroticidade de Lúcifer, A mulher de cor e o canibalismo erótico na sociedade escravocrata, Da mulher esfinge como estátua devoradora ao ‘strip-tease’ na alcova). 348 ANEXO IV – LEITURA DA BIBLIOGRAFIA DA DISCIPLINA DE LITERATURA PORTUGUESA I DA UFF QUE NÃO APARECE NA TABELA XXII: Obras originais (e/ou traduzidas), antologias e coletâneas: 21D- AZEVEDO FILHO. L A. de. As cantigas de Pero Meogo, 114 e 116D- FERREIRA, M. E. T. Poesia e prosa medievais e Crônicas de Fernão Lopes, 142D- GONÇALVES, E. e RAMOS, M. A. A lírica galego-portuguesa, 359D- SPINA, S. Presença da literatura portuguesa, 385DBEDIER, J. O romance de Tristão e Isolda, 396D- CANÇÃO DE ROLANDO, A, 400DCORREIA, N. (org.) Cantares dos trovadores galego-portugueses, 411D- LOBEIRA, J. (?). Amadis de Gaula, 413D- MALORY, Sir T. A morte de Arthur, 420D- POEMA DO CID Estudos críticos e ensaios teóricos:62D- CIDADE, H. Lições de cultura e literatura portuguesa, 158D- LAPA, R. Lições de literatura portuguesa: época medieval, 230DMONGELLI, L.M.de M. et al. A literatura portuguesa em perspectiva: Trovadorismo e Humanismo, 310D- SARAIVA, A.J.; LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa, 383D- ARMAND, A. Moyan Age et XVI siecle, 384D- AZEVEDO Filho, L A. A história da Literatura portuguesa: a poesia dos trovadores galeo-portugueses, 409DLAGARDE, A.; MICHARD, L. Moyen Age, 414D- MELO E CASTRO, E.M. O fim visual do século XX (A palavra erótica do português), 416D- NUNES, J.J. Crestomatia Arcaica: excertos de Literatura portuguesa, 424D- ROUGEMONT, D. O amor e o Ocidente, 432D- ZUMTHOR, P. A letra e a voz: a “literatura” medieval. Historia de Portugal e Historia da Cultura:60D- CIDADE, H. Portugal Histórico Cultural, 197D- MARQUES, A.H.O. A Sociedade Medieval Portuguesa, 382DARIES, P.; DUBY, G. Historia da vida privada, 401D- DUBY, G. Idade Média,Idade dos Homens: do Amor e outros ensaios, 410D- LE GOFF, J. Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no Ocidente, 417D- PASTOREAU, M. No tempo dos cavaleiros da Távola Redonda, 427D- SARAIVA, J. H. Historia concisa de Portugal O Teatro de Gil Vicente: 349 Obras de G. Vicente: 430D- VICENTE, G. Obras completas; 431D- VICENTE, G. Sátiras sociais: Auto da Índia, Quem tem farelos?, Farsa de Inês Pereira, O Juiz da Beira, Farso dos Almocreves, Romagem dos Agravados Sobre G. Vicente: 305D- SARAIVA, A.J. Para a História da Cultura em Portugal (Gil Vicente), 307.D- SARAIVA, A.J. Gil Vicente e o fim do teatro medieval, 386D- BELL, A. F.G.. Estudos Vicentinos, 392D- BRAGA, T. Historia do theatro portuguez. Vida de Gil Vicente e sua eschola: século XVI, 422D- RECKERT, S. Gil Vicente: espírito e letra- estudos; 423D- RIBEIRO, M. A. Gil Vicente e a nostalgia da Ordem. Sobre o teatro português: 84D- CRUZ, D. I. da. Introdução à história do teatro português, 281D- REBELLO, L.F. História do teatro português Outras obras: 31D- BENJAMIN, W. A origem do drama barroco alemão, 148DHAUSER, A. História social da arte e da literatura, 310D- SARAIVA, A.J.; LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa, 387D- BENJAMIN, W. Documentos de Cultura/Documentos de Barbárie;388D- BERGSON, H. Le rire: essai sur la signification du comique, 403D- FOUCALT, M As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas, 408D- HUIZINGA, J. Homo ludens. Camões: Recomendada: 28D- BARRETO, L. F.. Caminhos do saber no Renascimento português: estudos de história e teoria da cultura, 32D- BERARDINELLI, C. Estudos camonianos, 44D- CAMOES, L. Os Lusíadas, 60D- CIDADE, H. Portugal Histórico Cultural, 63D- CIDADE, H. Luis de Camões - o lírico, 64D- CIDADE, H. Luis de Camões - o épico, 178D- LOURENÇO, E. Poesia e metafísica: Camões, Antero e Pessoa, 148D- HAUSER, A. História social da arte e da literatura (Renacimiento), 304D- SARAIVA, A. J. Luis de Camões, 334D- SILVA, V. M. P. de A. Maneirismo e barroco na poesia lírica portuguesa, 381D- ALBUQUERQUE, L Ciência e experiência nos Descobrimentos Portugueses, 389D- BISMUT, R. La lyrique de Camões, 395D-CAMOES, L. de Lírica Completa, 398D- COELHO, J. de P. Problemática da Historia literária (Camões: poeta do desengano), 402D- FERREIRA, A. M. P. O essencial sobre Portugal e a origem da liberdade dos mares, 405D- 350 HAUSER, A. Maneirismo, 407D- HOCKE, G. Maneirismo: o mundo como labirinto, 412D- LOPES, O. Ler e depois (Camões), 414D- MELO E CASTRO, E.M. O fim visual do século XX (As transgressoes de Camões, A palavra erótica em Português, As Fontes, as Nuvens e o Caos(Notas sobre Barroco, Neobarroco e Metabarroco na Poesia Portuguesa). 351 ANEXO V – LEITURA DA BIBLIOGRAFIA DOS PROGRAMAS DE TEORIA DA LITERATURA VI, VII e VIII (UFF) QUE NÃO ENTRARAM NA TABELA XLIII Teoria da Literatura VI “A” 141A- SILVA, V. M. de A.e. Teoria da Literatura; 175A- BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoievski; 199A- KRISTEVA, J. Introdução a semanálise; 203ALOTMAN, L. A estrutura do texto artístico; 239A- VALLE, E. F. B. do. A palavra poética Teoria da Literatura VII “A” Textos literários: 189A- DOURADO, A. A Barca dos Homens, 219A- PINON, N. Fundador, 220A- PINON, N. Sala de armas, 230A- ROSA, J. G. Urubuquaquá no Pinhém (O Cara-de-Bronze). Textos teóricos:, 121A- PAZ, O. Signos em rotação, 148A- STAIGER, E. Conceitos Fundamentais da Poética, 158A- TOLEDO, D. O.(Org.) Teoria da Literatura.Formalistas russos 229A- RIFATERRE. “ A metáfora filée” Teoria da Literatura VII “B” Literária: 211A- MELO NETO, J. C. de. Poesias completas (1940-1965) (poesias: Pedra do Sono, O Engenheiro, Os três mal-amados, Psicologia da composição com a Fabula de Anfion e Antiode, O cão sem plumas, O Rio, Morte e vida Severina, Paisagens com figuras, Uma faca só lamina, Quaderna, Dois parlamentos, Serial, A educação pela pedra, Museu de tudo), 249A- MELO NETO, J.C. Museu de tudo e depois (poesias: A escola das facas, Auto do frade), 212A- MELO NETO, J.C. Antologia poética. Criticos: 32A- CAMPOS, H de. Metalinguagem (capitulo: O geometra engajado), 153A- TELES, G. M. (org.). Vanguarda européia e Modernismo brasileiro (capitulo: Poesia e composição; a inspiração e o trabalho de arte), 176A- BARBOSA, J. A. A imitação da forma; uma leitura de João Cabral de Melo Neto, 181A- CARONE NETO, M. A poética do silencio; João Cabral de Melo Neto e Paul Celan, 182A- COSTA 352 LIMA, L. Lira e antilira (capitulo: A traição consequente ou a poesia de Cabral), 183ACOSTA LIMA, L. A metamorfose do silencio (capitulo: A lamina assimétrica ou a ilusão de simetria), 184A- COSTA LIMA, L. Dispersa demanda (capitulo: Pernambuco e o mapa- mundi), 192A- FERREIRA GULLAR. Cultura posta em questão (capitulo: Situação da poesia brasileira), 193A- FERREIRA GULLAR. Vanguarda e subdesenvolvimento, 197A- HOLANDA, S. B. Cobra de vidro (capitulo: Branco sobre o branco), 201A- LEITE, S. U. Participação da palavra poética (capítulos: O pósmodernismo, a geração de 45, Cabral, os novos poetas), 204A- LUCAS, F. Temas literários e juízos críticos (capitulo: Estetica de Descartes), 209A- MAMEDE, Z. Civil geometria, 213A- MERQUIOR, J. G. A astúcia da mimese (capitulo: Nuvem civil sonhada), 214A- MOISES, M. A literatura brasileira através dos textos (capitulo: João Cabral de Melo Neto), 215A- NUNES, B. João Cabral de Melo Neto (capítulos: Da função moderna da poesia e João Miró), 216A- NUNES, B. O dorso do tigre (capitulo: A máquina do poema), 218A- PIGNATARI, D. Contracomunicação (capitulo: Situação atual da poesia no Brasil), 223A- RAMOS, M. L. Fenomenologia da obra literária (capitulo: Um conceito de poesia), 224A- RAMOS, P. E. da S. “O Modernismo na poesia: Joao Cabral de Melo Neto”, 226A- RENOVACAO (capítulos: Considerações sobre o poeta dormindo, Pratica de Mallarmé), 227A- REVISTA BRASILEIRA DE POESIA (Introdução a Quinze poetas catalães), 234A- SANTIAGO, S. Vale quanto pesa (capitulo: As incertezas do sim), 244A- ARAUJO, L. C. de (comp.) Murilo Mendes (Carta a Murilo Mendes), 245A- CHAMIE, M. Casa da época (entrevista: Desleitura da poesia de João Cabral de Melo Neto), 246A- COSTA, M. I. C. da. “Memórias de uma entrevista”, 248A- STEEN, E. van. Viver e escrever (Uma boa prosa com João Cabral). Teoria da Literatura VII “C” Bibliografia: 86A- JOBIM, J.L.(org) Palavras da crítica: tendências e conceitos no estudo da literatura, 141A- SILVA, V. M. de A.e. Teoria da Literatura, 145ASOUZA, R.A. de. Formação da Teoria da Literatura, 146A- SOUZA, R.A. de. Teoria da Literatura, 147A- SOUZA, R.A. de. Teoria literária: opções científicas e alternativa poética. 353 Teoria da Literatura VIII “A” 80A- JAKOBSON, R. Lingüística e poética, 86A- JOBIM, J.L.(org) Palavras da crítica: tendências e conceitos no estudo da literatura, 89A- KHÉDE, S. S. Os Contrapontos da Literatura, 90A- KHÉDE, S. S. Formação da teoria da literatura, 91A- KHÉDE, S. S. Teoria da literatura.