1 A PRODUÇÃO ACADÊMICA EM TORNO DA TEMÁTICA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL Jeanine Rodermel (Universidade do Planalto Catarinense – UNIPLAC, Lages, SC. Apoio Financeiro: Bolsa de Pesquisa Funda de Manutenção do Desenvolvimento do Ensino Superior - FMUDES – Secretaria de Estado de Educação – Santa Catarina RESUMO: O presente artigo apresenta o resultado da pesquisa realizada junto ao Programa de PósGraduação em Educação, Stricto-Sensu, da Universidade do Planalto Catarinense, da cidade de Lages - SC. De cunho bibliográfico, esse trabalho priorizou as fontes de dados e informações dos sites da Capes, Domínio Público e Anped. O objetivo do presente estudo é mapear e discutir o que vem sendo produzido na área da Educação, notadamente sobre a temática da Educação em Tempo Integral, nos últimos dez anos, de 2000 a 2009, com o propósito de esboçar o "estado da arte" neste campo de investigação. Entre outros aspectos, compreender as categorias privilegiadas, a organização regional dessa produção e, ao final, apresentar e discutir as tendências atuais e contribuir para Estados da Arte realizados anteriormente. PALAVRAS CHAVES: Educação; Tempo Integral; Estado da Arte. Desde o início do século XX, presencia-se no Brasil iniciativas de ampliação do tempo diário da educação escolarizada, e no momento atual no país pode-se encontrar uma diversidade de programas de ampliação da jornada escolar, seja por meio de atividades complementares no contraturno, realizadas por instituições de educação nãoformal, bem como escolas regulares que possuem um currículo de tempo integral. Inicialmente para conhecer um pouco mais sobre a temática Educação em Tempo Integral, resolveu-se realizar o Estado da Arte da produção acadêmica em torno desse campo. Embora tendo consciência de que esse não é o primeiro trabalho com essas características a respeito da temática, viu-se nele a oportunidade de complementar trabalho anterior, realizado por MAURÍCIO e RIBETTO (2009), para documento Em Aberto, publicado pelo Inep, em 2009, no qual foi possível identificar a ausência de uma pesquisa realizada no Estado de Santa Catarina, e que não constava no referido artigo publicado. 2 Sabe-se que realizar um mapeamento de pesquisas, não é uma tarefa simples, pois nem sempre revela o número exato de trabalhos realizados na área, e que por vezes não são contabilizados, é com o intuito de somar, e apresentar novos dados para o Estado da Arte anterior que me dediquei a realizar essa tarefa concentrando atenção na produção acadêmica na área de Educação, com o foco em trabalhos que tratassem da ampliação do tempo escolar. Além de mapear e discutir o conhecimento produzido na área da Educação em Tempo Integral, nos últimos dez anos, de 2000 a 2009, com o propósito de refletir a ciência a respeito deste campo de investigação, procurei compreender as categorias privilegiadas, a organização regional dessa produção e, ao final, apresentar e discutir as tendências atuais da temática. A metodologia utilizada para realizar esse levantamento de dados, foi bibliográfica, priorizando as teses, as dissertações e os trabalhos apresentados nos eventos da Anped Nacional, para tanto se definiu como campo de pesquisa os sites da CAPES, Domínio Público e o site da Anped, por considerar esse evento um dos maiores em âmbito nacional, voltado para pesquisa na área de educação e nele estão diversos trabalhos apresentados sobre a temática. Em um de seus artigos Ferreira (2002), traz esse tipo de trabalho como um desafio de caráter bibliográfico, trazendo o reconhecimento do campo para qualquer pesquisa: definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários (FERREIRA, disponível in: Educação & Sociedade, ano XXIII, no 79, Agosto/2002) Para uma melhor compreensão do que estava pesquisando e organizando desenvolvi essa pesquisa em etapas: a) busca de títulos de teses e dissertações, no caso o Banco de dados da Capes e o site Domínio Público; b) Organização dos dados em tabelas-quadro, para uma melhor análise e entendimento do todo; c) Tabulação dos dados; d) Leitura dos dados mediante o enquadramento das informações; e) Construção de gráficos e; f) Análise dos resultados. Assim para desenvolver melhor esse trabalho privilegiei como principais palavras-chaves: Educação em Tempo Integral, Escola em Tempo Integral e as várias 3 combinações entre essas palavras. Em todas as buscas foram utilizados como filtro o país da publicação (Brasil) e o idioma (português). A definição da metodologia para o levantamento dos dados mostrou-se um processo bastante complexo, pois a busca através do site da CAPES e Domínio Público e Anped nem sempre foi frutífera e expôs esse tipo de trabalho a um problema, que pode ser importante e relevante a qualquer pesquisador, a fragilidade em que se encontram as bases de dados e as formas de acesso a esse tipo de documento. Foram várias situações em que tive dificuldade de acessar os textos solicitados em função das instituições depositárias não disporem do material. Nesse sentido pude constatar que mesmo com o avanço tecnológico ainda existem pendências em relação aos informes colocados na rede, dificultando o acesso a um veículo que tem canalizado boa parte da produção científica de todas as áreas e, dentro da política da pós-graduação, é elemento primordial de avaliação da produção do pesquisador e dos próprios programas de pós-graduação. Após localizar os resumos ou trabalhos completos estes foram salvos em pastas separadas e organizadas por datas para facilitar o acesso. A construção de planilhas foi preponderante para obter uma melhor visualização do todo da pesquisa, para tanto estas foram separadas com títulos diferentes, uma sobre as teses e dissertações, outra sobre os trabalhos apresentados na Anped. Teses e Dissertações Nessa investigação foram encontradas num total de 43 pesquisas, dentre elas 37 dissertações e 06 teses, entre essas merecem destaque MAURÍCIO (2001); AZEVEDO (2002); FERREIRA (2002); ARCO-VERDE (2003); LUCAS (2008) e; BRANCO (2009). Das teses encontradas, duas foram defendidas no Estado do Rio de Janeiro no ano em 2001 e 2002, duas foram defendidas no Estado de São Paulo, em 2002 e 2003, uma no estado do Rio Grande do Sul, em 2008 e uma no estado do Paraná em 2009. Já as dissertações, em sua maioria foram desenvolvidas nos estados das regiões do Sul, Sudeste e apenas duas no Estado de Goiás, juntamente com o Distrito Federal. Na tabela abaixo demonstra a quantidade de pesquisas realizadas, separadas nos sete estados, no período de 2000 a 2009. Tabela 1. Teses e Dissertações – Ano/Estado ANO 2000 GO MG PR RJ RS SC SP TOTAL 4 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 TOTAL 1 2 1 1 2 1 3 3 1 1 1 1 1 2 1 2 1 3 2 6 2 1 3 1 10 2 1 4 2 4 1 13 1 5 5 2 5 5 1 4 9 6 6 43 A seguir, para obter uma melhor compressão sobre o quantitativo entre os estados, procurei demonstrar o percentual de pesquisas realizadas através de um gráfico, o qual apontou o estado de São Paulo com maior quantidade de pesquisas e Rio de Janeiro, em segundo lugar, seguido dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás. GRÁFICO 1 No próximo gráfico as informações foram organizadas para verificar o índice de pesquisas realizadas no decorrer do período investigado, sendo que o resultado apontou o ano de 2007 o mais produtivo para esse campo de pesquisa. GRÁFICO 2. 5 Entre as categorias investigadas todas giraram em torno das concepções de Educação Integral e a ampliação do Tempo de escola, resgatando o movimento escolanovista, citando as concepções pragmatistas de Dewey e a anarquista, além do pensamento e ações de Anísio Teixeira e Darci Ribeiro, destacando as experiências de Educação de Tempo Integral realizadas em todo país, incluídas as experiências dos CIEPs no estado do Rio de Janeiro, os CEIs no Estado do Paraná, os CAICs e os Brizoletas, no Rio Grande do Sul, as EPIs em Santa Catarina e outras experiências de Educação de Tempo Integral em alguns municípios dos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal, além de experiências em escolas particulares. Essas pesquisas, em sua maioria, são pesquisa de campo, que contam com observações, entrevistas, relatos de experiências e análise de documentos, mais especificamente os documentos oficiais que organizam esses modelos de escola. Também se verifica uma predominância dessas pesquisas nos Estados do Sul e do Sudeste, concentrando-se um número maior nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Outra característica importante que convém apontar é em relação às universidades que pesquisam sobre a Temática, dentre as universidades públicas a Universidade Federal do Rio de Janeiro é onde se concentra a maior parte das pesquisas, e as demais estão distribuídas entre universidades estaduais e particulares. Esse aspecto chama atenção, haja vista o pouco interesse que as universidades federais de outros estados possuem em relação à temática, dentre elas, a Universidade Federal de Santa 6 Catarina, na qual não se conhece pesquisas referentes à Escola de Tempo Integral, embora o estado já tenha implantado esse modelo de escola desde o ano de 2003. Considerando o número de instituições de ensino superior nas diversas regiões e o período de criação dos seus programas de pós-graduação, pode-se afirmar que a produção realizada no Sudeste é mais expressiva, principalmente no Rio de Janeiro, embora o quantitativo demonstre São Paulo com um número maior de pesquisa e isso pode estar relacionado a importância dessa política para essa região, em decorrência disso, a formação de grupos de pesquisa dedicados ao tema, com autores importantes para o campo como MAURICIO (2001); MONTEIRO (2002); CAVALIERE (2002); PARO (1988); GUARÁ (2006); COELHO (2008). Os trabalhos desenvolvidos na Anped Nos encontros de pesquisa em Educação Nacional, Anped, houve 07 produções, como demonstra a tabela abaixo: Tabela 2. Comunicações Anped. ANO EDIÇÃO 2000 23 a. 2001 2002 24 a. 25 a. 2003 2003 26 a. 26 a. 2004 27 a. 2005 2006 28 a. 29 a. 2007 30 a. FORMA DE APRESENTAÇÃO POSTER TRABALHO TRABALHO TRABALHO TRABALHO GT TÍTULO AUTORIA 13 A PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO DOS CENTROS INTEGRADOS DE EDUCAÇÃO PÚBLICA -CIEP RJ SILVA, Yrlla Ribeiro de UNESA Oliveira Carneiro da 13 13 13 13 ESCOLA PÚBLICA DE HORÁRIO INTEGRAL: O QUE SE LÊ E O QUE SE VÊ ESCOLA PÚBLICA, EDUCAÇÃO INTEGRAL EM TEMPO INTEGRAL E TRABALHO EDUCATIO NO ENSINO FUNDAMENTAL EDUCAÇÃO INTEGRAL: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL INSTITUIÇÃO MAURÍCIO , Lucia UNESA Velloso COELHO, Ligia Martha UNIRIO Coimbra da Costa COELHO, Ligia Martha UNIRIO Coimbra da Costa REPRESENTAÇÕES MAURÍCIO DO JORNAL O , Lucia UNESA GLOBO SOBRE OS Velloso CIEPS 7 2008 2009 31 a. 32 a. TRABALHO TRABALHO ENCOMENDADO 13 TEMPO INTEGRAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: ORDENAMENTO CONSTITUICIONA L-LEGAL EM DISCUSSÃO COELHO, Lígia Martha Coimbra da Costa; UNIRIO MENEZES, Janaina Specht da Silva 03 EDUCAÇÃO INTEGRAL / EDUCAÇÃO INTEGRADA E(M) TEMPO INTEGRAL: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA MOLL, Jacqueline; LEITE, Lúcia Helena Alvarez Leite UFRGS / UFMG No gráfico abaixo se pode perceber que do total de pesquisas apresentadas na Anped, a maioria concentra-se no GT de Ensino Fundamental: GRÁFICO 3 Em relação a tipologia dos trabalhos apresentados, de acordo com o gráfico os números apontam para trabalhos específicos que foram aceitos pela comissão avaliadora, e apenas 01 trabalho foi encomendado, o que foi apresentado no ano de 2009, na 32ª edição, no GT 3, e um único pôster que foi aceito e apresentado no ano de 2000, na 23ª edição, no GT 13, e os demais foram trabalhos aceitos e apresentados no GT 13. GRÁFICO 4 8 Verifica-se através desse levantamento que as discussões em torno da temática, concentram-se entre COELHO (2003, 2004, 2008) e MAURÍCIO (2003, 2007), bem como nas instituições que representam UNESA e UNIRIO e as categorias investigadas são voltadas as experiências do Rio de Janeiro nos CIEPs, práticas educativas dentro desses centros como alfabetização SILVA (2000); COELHO (2003); Concepções e práticas COELHO (2004), Legislação COELHO e MENEZES ( 2007); Representações sociais MAURÍCIO (2003 e 2007). Os dados comprovam o que já havia sido dito anteriormente, que o centro de pesquisa sobre a temática Educação em Tempo Integral é o estado do Rio de Janeiro, que possui um grupo consolidado e nacionalmente conhecido. Considerações finais Um dos primeiros problemas com que nos defrontamos quando se discutem e se avaliam os estudos na área de Educação em Tempo Integral, hoje é o do próprio estatuto do termo Integral. Diferentemente do que se propalavam quando a educação Integral era um projeto ligado ao desenvolvimento do ser humano na escola de forma integral, no sentido de preparar o sujeito educando, dentro de diversas áreas do conhecimento visando a emancipação e a inserção no mercado de trabalho, hoje a realidade é bastante distinta que quando se fala em Educação em Tempo Integral se reporta às semelhanças das Escolas Parque implantadas por Anísio Teixeira, na década de 50, na cidade de Salvador, as escolas parque e escolas classe implantadas no governos de Juscelino Kubistchek, em Brasília na década de 60 e os CIEPS implantados por Darci Ribeiro, no Rio de Janeiro, na década de 80, os CEUs no ano de 2000, em São Paulo. 9 O interesse pela temática surge porque esse modelo de escola faz parte das políticas públicas de âmbito federal a partir do Programa Mais Educação, lançado em 2007 pelo Ministério da Educação e de outros projetos organizados pelos governos estaduais, como é o caso de Santa Catarina. Os estudos sobre Educação em Tempo Integral desenvolvidos no período aqui enfocado caracterizam-se por uma preocupação em discutir a ampliação da jornada escolar, na perspectiva de como a escola pode se organizar para oferecer educação por oito horas diárias, haja vista que tal modelo de escola requer uma adequação desde o tempo, espaço e formação de professores. A Educação em Tempo Integral deixou de fazer parte apenas de um plano geral de desenvolvimento da educação nacional e torna-se aos poucos política pública em alguns estados da federação, como é o caso de Santa Catarina. Nesse sentido, é interessante observar que mesmo sem serem guiados pelos mesmos interesses teóricometodológicos, a maioria dos estudos produzidos na área apresenta dados que discutem propostas implantadas nos diferentes estados, cujo centro das problemáticas é compreender o processo de implantação dessas escolas, como CALEFI (2003); STOCK (2004), PORTILHO (2006); GERMANI (2006), GOMES (2007), PIRES (2007), BARROS (2008), SILVA (2009), KIRCHNER (2009), DEBASTIANI (2009). É talvez porque tal compreensão reflete uma experiência rica em exemplos sobre o que faz ou não sentido em Educação em Tempo Integral e refletem principalmente na diferença de uma experiência de cuja execução os próprios interessados participam. Em relação às tendências das pesquisas dos últimos anos, é perceptível as que estão voltadas a analisar a iniciativa do Estado (nos âmbitos federal, estadual e municipal) no que tange verificar e compreender as políticas públicas que visam atender à Constituição de 1988, e a LDB 9394/96 que determina nos seus artigos 34 e 87 sobre a perspectiva de ampliação do tempo escolar diário, tendo também outros documentos que consolidam essas tendências para toda a federação, o Plano Nacional de Educação e o Plano de Desenvolvimento da Educação. Outra tendência apontada nas pesquisas é a de verificação dessa proposta de educação, se ela realmente vem ao encontro dos anseios das comunidades que a possuem e se procuram atender o princípio da adequação do ensino aos interesses das populações, ou apenas seria uma política pública com fins politiqueiros e de reprodução do capital,conforme evidenciam os estudos de DORIGÃO (2007), SANTOS (2007), MELO (2008), BARROS (2008), GOMES (2009). 10 Realizando outras análises evidencia-se a necessidade de verificar se a Escola ou Educação em Tempo Integral está ligada aos sujeitos e aos seus propósitos em relação a educação escolar, ou está apenas vinculada a superação da má qualidade de ensino e a superação dos baixos índices de educação básica. Os estudos que se concentram em discutir a Educação em Tempo Integral oferecida hoje pelo Estado caracterizam-se, em geral, pela adoção de uma perspectiva teórico-metodológica claramente política, o que é interessante na medida em que se questiona a suposta neutralidade científica, mas, por outro lado, leva à produção de vários problemas. Por exemplo, há, de um lado, um senso crítico agudíssimo que funciona para a análise dos projetos e experiências governamentais e, de outro lado, certa condescendência em relação aos mesmos projetos e experiências escolares. Apesar dessas limitações, esses estudos são importantes porque trazem à tona aspectos da realidade nem sempre conhecidos pelos planejadores, embora se saiba que o conhecimento da realidade não oferece em si nenhuma garantia da sua transformação. Ou seja, não é por desconhecimento da realidade que as políticas sociais são precárias, mas porque os recursos públicos dirigidos ao trabalho e à sua reprodução são evidentemente limitados numa sociedade que se caracteriza pela exploração do trabalho pelo capital. Esses estudos denunciam fatos e apontam caminhos, mas não preenchem as lacunas existentes nos projetos de um conhecimento mais abrangente e mais profundo da educação em tempo integral, para tanto se faz necessário investimento público em pesquisas da área. Uma vez criadas as condições de pesquisa, haveria uma diversidade de temas cujo desenvolvimento levaria o conhecimento sobre a educação em tempo integral para outro patamar. Um primeiro aspecto a se considerar atualmente é o de que, ao contrário de outros períodos históricos, este é particularmente favorável à tarefa de se repensar o educação/tempo/espaço porque a crise da educação e a incipiente consciência da necessidade de se melhorar os índices educacionais formam um espaço propício para isto. Por outro lado, a própria organização da sociedade criou efetivamente as condições para se repensar a escola e a sua real função. Considerados esses aspectos, além dos temas mais comumentes explorados, seria de enorme utilidade a produção de estudos que incluam dados quantitativos e qualitativos que fariam diferença para um conhecimento mais profundo sobre a área. 11 Finalmente, considerando a diversidade brasileira, é fundamental a produção de pesquisa interregionais, sem haver concentração em apenas uma região ou em alguns autores, mas que possam desenvolver estudos comparativos dos quais colaborariam para o conhecimento sobre a educação em tempo integral no Brasil e, consequentemente, influenciar a realização de novas e mais adequadas políticas educacionais e de Estado, superando a cultura das políticas de governo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALMEIDA, Denise de. Escola de Tempo Integral: Uma escola diferente ou a escola que faz a diferença. Dissertação (Mestrado Educação). Universidade Metodista de São Paulo. SP. 2007. AMES, Maria Alice Canzi. A escola da vida e a vida da escola: o CIEP de Santa Rosa, RS. 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