ID:1077 APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE GEOPROCESSAMENTO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DA DISCIPLINA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA: UTILIZANDO A FERRAMENTA GOOGLE EARTH Moura, Andréa de Oliveira, Thaís; Cordeiro Lessa de, Eliana; Paula, Maria dos Santos Francisco de, Janaína; Santos, Conceição, Gardênia; Silva, Leonel da, Fernando. Brasil RESUMEN Este texto tiene como objetivo describir la experiencia adquirida por los alumnos del cuarto período de un título de curso en Reef colegio de enfermería de Estacio en la disciplina de Enseñanza Clínica Práctica I: Enfermería de Salud Pública, a través del campo de entrenamiento. La metodología utilizada fue el reconocimiento de la zona, que estaba en la clínica Dr. Luiz Wilson en el Hemetério bomba en la comunidad de Recife -PE. La práctica provino de la división de los estudiantes y profesores por equipos y micro áreas, y las etapas de la obra fueron: el registro de la familia, el cumplimiento y el Conejo escala Savassi y riesgo de construcción mapear las áreas matriculados. Como resultado, hubo una necesidad de los estudiantes aplicar el software Google Earth ®, como herramienta de geoprocesamiento en la evaluación de las familias evaluadas proceso microáreas . Así, con lo que el proceso evolutivo de enriquecimiento académico del estudiante y también la importancia de utilizar herramientas computacionales para el proceso de evaluación en materia de salud pública. Palavras chave: Enfermagem, Saúde da Família, Geoprocessamento, Territorialização, Saúde Coletivo INTRODUÇÃO A formação trabalhador da saúde está atrelada às transformações políticas e tecnológicas pelas quais o mundo vem passando e estas determinam a necessidade de formação de um profissional que exerça sua atividade com ética e exercício da cidadania (2). O ensino e a prática de enfermagem sofreram várias modificações decorrentes do significado saúdedoença, na esfera do contexto político com a incorporação da saúde como direito do cidadão e objeto das políticas públicas e no campo da formação devido ás transformações no mundo do trabalho (4). As Diretrizes Curriculares Nacionais da graduação em enfermagem dão ênfase à responsabilidade social do enfermeiro e seu compromisso com a cidadania na perspectiva de que o egresso ao se tornar um sujeito de transformação social possa contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) ao ser capaz de atuar coo promotor da saúde integral do ser humano (3). Nessa ótica a disciplina Enfermagem em Ensino clínico prático I (enfermagem em saúde coletiva) faz parte do projeto político pedagógico da Faculdade Estácio do Recife para os alunos do 4º período do curso de graduação e visa proporcionar ao aluno estagiário a experiência prática que leve ao desenvolvimento de competências e habilidades necessárias à esta formação (5, 7 8). O objetivo desta disciplina é promover a aplicabilidade dos conhecimentos teóricos à prática profissional, através de atividades desenvolvidas no âmbito da assistência de enfermagem aos clientes de acordo com o seu ciclo vital (criança, adolescente, mulher, adulto e idoso), nos diferentes níveis de atenção à saúde, mediante a adoção de estratégias pedagógicas que articulem o saber com o saber fazer. A disciplina é dividida em aulas teóricas e práticas. As aulas teóricas acontecem em sala de aula e as práticas em atividades supervisionadas diretamente nos territórios da Estratégia de Saúde da Família da cidade do Recife- PE. Antes da realização do estágio curricular da disciplina foi estabelecido o convênio para formalização da prática junto à Prefeitura da Cidade do Recife para viabilizar a inserção dos alunos com a equipe da Unidade de Saúde da Família (USF) localizada no Distrito Sanitário II. O Distrito Sanitário II é composto pelos bairros: Arruda; Campina do Barreto; Encruzilhada; Hipódromo; Peixinhos; Ponto de Parada; Rosarinho; Torreão; Água Fria; Alto Santa Terezinha; Bomba do Hemetério; Cajueiro; Fundão; Porto da Madeira; Beberibe; Dois Unidos; Linha do Tiro. Dispõe de quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), três Centros de Referência, dois Centros de Saúde, duas Policlínicas, dezessete Unidades de Saúde da Família, três Núcleos de Apoio a Saúde da Família, três polos de Academia da Cidade, um Núcleo de Práticas Integrativas, um Serviço de ProntoAtendimento e um Serviço de Atendimento Domiciliar. O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência do uso do software Google Earth nas atividades realizadas pelos acadêmicos do 4º período de enfermagem em estágio clínico supervisionado III (enfermagem em saúde coletiva), durante um trabalho de campo em uma Unidade de Saúde da Família localizada no Distrito Sanitário II da cidade do Recife- PE no período compreendido entre 21 de agosto a 30 de novembro de 2012. MÉTODO Participaram das atividades de dispersão toda a equipe técnica da USF, professores da disciplina Saúde Coletiva e acadêmicos do curso de enfermagem da Faculdade Estácio do Recife no período de realização da disciplina. Os acadêmicos foram divididos em 6 grupos de 7 componentes cada, para realizar visitas domiciliares às famílias atendidas pelas equipes, entrevistas com profissionais da equipe e com moradores e lideranças da comunidade e conhecerem os equipamentos sociais do território (escolas, projetos sociais, serviços de saúde, entre outros). Cada grupo ficou responsável por uma microárea de acordo com a divisão já estabelecida pela professora responsável pela disciplina sob a responsabilidade da Equipe de Estratégia de Saúde da Família e Agente Comunitário de Saúde que acompanharam a visita (Figura I). Figura I: Divisão dos acadêmicos em grupo para realização de visita guiada pelo Agente Comunitário de Saúde, Recife- PE, 2012. Essa visita teve os seguintes objetivos: (1) reconhecer a Unidade de Saúde da Família nos seguintes aspectos: estrutura física, serviços prestados e recursos humanos, população adscrita e a microárea na qual a equipe se estabelece; (2) descrever as limitações, potencialidades e recomendações a partir das respectivas percepções e (3) registrar imagens oriundas da atividade coletiva (1, 4, 5). Após as visitas, os grupos registraram imagens com câmeras fotográficas e telefones celulares foram utilizados para gravação das entrevistas com integrantes da USF e lideranças locais (Figura II). Figura II: Área de barreira localizada ao final da Rua Bastos Ribeiro, Recife- PE, 2012. Durante as visitas, os grupos identificaram as condições de risco familiar através da Escala de Risco de Coelho (Figura III) constante na Ficha A (1). Figura III: Escala de Risco de Coelho e escores da Ficha A, Recife- PE, 2012. Figura IV: Imagem aérea de Igreja na Rua Bastos Ribeiro, RecifePE, 2012. As imagens aéreas das residências das microáreas foram obtidas através do software GoogleEarth (Figura IV). Para plotagem dos indicadores de risco obtidos a partir da Escala de Coelho constantes na ficha A foi atribuído um sistema de cores aos agravos mais importantes. As figuras V, VI e VII mostram as imagens aéreas obtidas com o software GoogleEarth associado a um escore de cores para ocorrência de hipertensão arterial sistêmica, tuberculose pulmonar e paciente acamado (7, 4, 5, 1). Figura V: Imagem aérea da Rua Bastos Ribeiro e plotagem dos indicadores de risco a partir da Escala de Coelho, Recife- PE, 2012. Figura VI: Imagem aérea da Rua Baixa José Ribeiro e plotagem dos indicadores de risco a partir da Escala de Coelho, RecifePE, 2012. Figura VII: Imagem aérea da Rua Riolândia e plotagem dos indicadores de risco a partir da Escala de Coelho, Recife- PE, 2012. Ao término dos trabalhos os grupos foram reunidos em sala de aula para integração através da técnica de fórum no qual os grupos discutiram as necessidades e prioridades da comunidade com o intuito de construir uma proposta de ações e atividades a serem desempenhadas pela Equipe de Saúde da Família junto à comunidade com a participação dos acadêmicos de enfermagem (7, 4, 5, 1). RESULTADOS E DISCUSSÃO A aplicação da Escala de Risco de Coelho mostrou-se apropriada para direcionador as ações a serem desenvolvidas na comunidade (7, 4, 5, 1). Na microárea 07 (denominada área de Zacarias), o grupo observou a necessidade de se atuar de forma mais incisiva em questões que envolviam a saúde do idoso, o meio ambiente, e a necessidade de inclusão dessa população nas politicas de governo que viabilizassem o acesso ao mercado de trabalho. Quanto às questões ambientais, os acadêmicos de enfermagem puderam, através desta atividade, delinear as características geográficas do bairro em que estavam inseridos. Um bairro que, apesar de apresentar boas condições de moradia (casas de alvenaria com cômodos suficientes para os moradores), os riscos ambientais identificados (áreas de barreiras, com acúmulo de lixo nas encostas e erosões visíveis) exigiam ações educativas para a população no sentido de prevenir e minimizar danos à comunidade em caso de desastres naturais causados pelas chuvas e urbanização desordenada (7). CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS A inserção do software GoogleEarth aliada à metodologia ativa de aprendizagem possibilitou a compreensão da integralidade do ensino focado em novos modos de saber, fazer e ser do enfermeiro ao ampliar a capacidade de leitura da realidade e compreensão do processo saúde-doença como prática socialmente determinada (7, 4, 5, 1). Entender a dinâmica da população e vivenciar suas questões ambientais nos permite entendê-las de forma mais abrangente e propicia ao profissional de saúde um diagnóstico completo, tratando o indivíduo de maneira holística o que permite a implementação de uma terapêutica bem mais eficiente e articulada aos diferentes saberes que proporcione reflexões e discussões sobre a importância dos aspectos sociais, políticos e tecnológicos para a formação profissional. REFERÊNCIAS 1. Coelho, Flávio Lúcio G& Savassi, Leonardo CM.Aplicação de Escala de Risco Familiar como instrumento de priorização das Visitas Domiciliares. Publicado em: Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v.1, n.2 (2004). 2. Floriani, Nicolas; Ther RioS, Francisco y Floriani, Dimas. Territorialidades alternativas e hibridismos no mundo rural: resiliência e reproduçao da sociobiodiversidade em comunidades tradicionais do Brasil e Chile meridionais. Polis [online]. 2013, vol.12, n.34, pp. 73-94. ISSN 0718-6568. 3. MS, Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação de Saúde da Comunidade. SlAB: manual do sistema de informação de atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde 1998. 4. Coelho, Flavio Lucio G. Sujeitos de Abordagens - Casos e Ações em Saúde da Família. In: VI Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva. Salvador, 28 de Agosto a 01 de Setembro de 2000. Anais. Salvador: ABRASCO, 2000. 5. Coelho, Flavio Lucio G. Visita Domiciliar. In: I Congresso Mineiro de Medicina da Família e Comunidade: Qualidade e Transformação. Belo Horizonte, 23 a 25 de Maio de 2003. Palestra. 6. Brasil. Programa Saúde da Família. [www.saude.gov.br] em 20 de Marco de 2004. 7. Santana, Ana M. A propósito da Medicina de Família. Rev.Bras.Med.Familia e Comunidade. Vol. 1, número. p. 24-28. 8. De-Oliveira, Rogerio; Sampaio, Yana P; Borba, Paola C. Organização de Visitas Domiciliares. In: 6° Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade. Rio de Janeiro, 03 a 06 de Abril de 2004. Anais. Rio de Janeiro: SBMFC, 2004. p. 134.