Seminário Econômico Brasil-Japão COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL Brasil - Japão Promoção de Comércio e Investimentos 31 de maio de 2006 Confederação Nacional da Indústria Estrutura da Apresentação 1. Viabilidade de um Acordo Bilateral de Parceria Econômica – EPA: Elementos para Avaliação 2. Iniciativa Japão Acordos de parceria econômica: algumas características EPA: o modelo japonês para negociações regionais/preferenciais compatível com as regras da OMC. EPA = Acordo de Livre Comércio + Disciplinas + Cláusulas de Cooperação Relacionamento Bilateral e a Possibilidade de um EPA: Principais Questões 1. Cenário Econômico Atual : Longo período de estagnação nos fluxos de comércio e de investimentos. Padrão do fluxo comercial => a participação de produtos manufaturados no total das exportações é baixa Interdependência com negociações no âmbito da OMC, ALCA e Mercosul – UE. Evolução das exportações brasileiras 140.000 120.000 Br-Jap US$ milhões FOB 100.000 BR-Mundo 80.000 60.000 40.000 20.000 0 1990 Fonte: CNI 1994 1998 2002 Evolução das importações brasileiras US$ milhões FOB 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 Br-Jap 20.000 BR-Mundo 10.000 0 1990 Fonte: CNI 1994 1998 2002 Investimentos japoneses no Brasil Ano Fluxo (US$ Milhões) Part.% Ranking 1996 192,2 2.51 11° 1997 342,1 2.23 8° 1998 277,8 1.19 11° 1999 274,3 0.99 14° 2000 384,7 1.29 11° 2001 826,6 3.93 9° 2002 504,5 2.69 11° 2003 1.368,3 10.61 4° 2004 243,2 1.2 14° Fonte: Banco Central do Brasil No período 2001-2004, 4% dos investimentos foram originários do Japão contra 48% da União Européia. Relacionamento Bilateral e a Possibilidade de um EPA: Principais Questões (cont.) 2. A questão tarifária: Não é o principal problema para os produtos manufaturados É importante para os produtos intensivos em mão-deobra e agrícolas Problemas específicos: • Açúcar, álcool, carne, calçados e couros, madeira e móveis, alimentos processados, frutas e vegetais, peixe, soja processada. Relacionamento Bilateral e a Possibilidade de um EPA: Principais Questões (cont.) 3. Medidas sanitárias aplicadas às exportações brasileiras (carne bovina, carne suína, carne de frango, frutas frescas) • Medidas sanitárias e fitossanitárias (SPS) na Lei Japonesa sobre Alimentos e Medidas Sanitárias podem restringir o acesso das exportações agrícolas brasileiras. • Em alguns casos, medidas sanitárias e fitossanitárias aplicadas às importações japonesas são mais rígidas do que as medidas estabelecidas por organizações internacionais e convenções (Organização Mundial de Saúde, Organização Mundial de Saúde Animal, Convenção Internacional de Proteção de Plantas). • Alguns exemplos de medidas que podem restringir as exportações brasileiras: baixa tolerância quanto ao nível de pesticidas e resíduos veterinários nos alimentos, metodologia complexa para os testes laboratoriais e a não aceitação do princípio de regionalização. Por que deve ser examinada a idéia de um EPA bilateral Uma estrutura mais ampla para comércio, investimento e cooperação é uma importante ferramenta para incentivar o incremento contínuo das relações bilaterais. Multiplicação de acordos preferenciais envolvendo outros países ao redor do mundo. Uma pesquisa da CNI revelou que a maioria das empresas avaliam como positiva a perspectiva de um acordo de livre comércio com o Japão e os impactos de um comércio mais livre nas suas importações de matéria prima e equipamentos do Japão. Discutindo a questão de um EPA bilateral Quais seriam os incentivos para um EPA se as negociações da ALCA e Mercosul – UE falharem? Um EPA deve ser um instrumento de diversificação das exportações brasileiras para o Japão, maior acesso ao mercado para produtos agrícolas e fortalecimento de relações bilaterais intra-indústria. Programas de promoção de comércio e investimentos podem criar incentivos positivos para um EPA (Iniciativa Japão). Discutindo a questão de um EPA bilateral Perspectivas de curto prazo em relação à questão de EPA: • Implementação de programas de promoção de comércio e investimento (Iniciativa Japão). • Avaliação CNI - Keidanren. Outros fatores que afetam o comércio Falta de comércio intra-indústria Custos de logística e transporte Distribuição Barreiras não tarifárias (ex.: regulamentações técnicas) Padrão da demanda Comércio intra-indústria é reduzido Fontee: CNI Japão Brasil Brasil-Japão 39% 28% 7% Iniciativa Japão: Plano integrado de Promoção Comercial e de Investimentos Memorandum de Entendimento assinado entre o MRE, APEX e CNI em Tóquio, em 27/05/2005. Comitê de monitoramento e gestão da Iniciativa Japão composto de representantes das entidades membros. Características da Iniciativa Japão: • Coordenação inter-institucional governo-setor privado. • Horizonte de planejamento e execução: médio e longo prazos (5 a 10 anos). Iniciativa Japão: objetivos Incentivar a diversificação da pauta das exportações brasileiras para o Japão, tanto em termos de produtos quanto de empresas exportadoras: • Reverter o padrão de comércio bilateral inter-indústria para o modelo intra-indústria através do crescimento das exportações brasileiras de manufaturados para o Japão; e • Expandir as exportações brasileiras de produtos primários e semimanufaturados agrícolas. Viabilizar a redução de barreiras tarifárias e não tarifárias às exportações brasileiras. Iniciativa Japão: objetivos (cont.) Aprofundar no setor privado a avaliação do interesse e da viabilidade de um EPA. Atrair investimentos diretos principalmente de empresas japonesas ainda não presentes no Brasil, com foco em setores industriais exportadores e em setores de serviços, especialmente na área de logística e de tecnologia de informação. Implementação da Iniciativa Japão 3 grandes grupos de setores-alvo identificados: (i) moda; (ii) alimentos; e (iii) tecnologia. Etapa atual: levantamento de demandas setoriais e experiências existentes através de entrevistas com associações setoriais e Rede CIN para estruturação de projeto de implementação das ações previstas na Iniciativa Japão.