minetecnologia ROMPEDOR HIDRÁULICO UM EQUIPAMENTO AINDA QUARENTÃO Por José Alberto Moreira Ilustração Heder É verdade, este equipamento ainda é muito jovem, e não é só aqui no Brasil, mas no mundo todo. Ele ainda nem completou 40 anos de vida, o que acontecerá próximo ao final da década atual. No entanto, quando aferimos custos operacionais e também de propriedade de rompedores hidráulicos, em diversas aplicações, podemos ver que, além da melhoria dos aspectos de segurança e da maior preservação ambiental, há de fato redução desses custos, mesmo se levarmos em conta o baixo custo da mão-de-obra no País. A forma de se selecionar um rompedor pode ser análoga à escolha de um motor, ou seja, pelo seu torque e velocidade, ou o produto dessas duas unidades, que é a potência. Quanto a essa característica, um rompedor deve ser analisado no que diz respeito a sua energia em cada golpe (normalmente medida em joules ou Nm, o equivalente ao torque num motor) e sua freqüência de golpes (normalmente medida em golpes por minuto -- o equivalente a rpm num motor). O produto dessas duas unidades nos dá a sua potência. Março/Abril | inthemine 45 minetecnologia Por exemplo, um rompedor hidráulico que possui uma energia máxima em cada golpe de 4 mil joules, e freqüência máxima de golpes (junto com a energia máxima) de 600 golpes/minuto, tem uma potência máxima de 40 Kw (Kw = Energia/golpe X freqüência de golpes / 60.000). O número 60 mil serve apenas para acerto de unidades, já que a energia está indicada em Nm e a freqüência em golpes/minuto. Eu diria que este é o passo número um para seleção de um rompedor hidráulico, sem prejuízo dos demais a serem analisados, e tão ou mais importantes. Formas de transmissão de energia em função do desenho do pistão do rompedor (as áreas sob as curvas indicam a quantidade total de energias transmitidas em cada golpe) Tecnologia O estágio atual de desenvolvimento tecnológico do rompedor (gerações de rompedores) é um aspecto de enorme importância. É ele que vai indicar, por exemplo, o nível de vibração transmitido pelo rompedor para o braço de uma escavadeira. Existem rompedores com estes fatores (energia/golpe e freqüência de golpes) fixos, e outros com eles variáveis, manualmente ou automaticamente. A forma com que se transmite a energia dentro de um rompedor hidráulico (que recebe a energia através de uma potência hidráulica e a transforma em energia de movimento ou cinética) também é muito importante. Não é, por exemplo, só a potência máxima de um rompedor que indicará a sua produção. Uma análise mais profunda da forma como se transmite a energia é também necessária, e requer um artigo específico. A relação potência/peso também tem importância, e de alguma forma está relacionada com a forma de transmissão 46 inthemine | Março/Abril de energia. Um rompedor é como um motor. O que se deseja, normalmente, é a potência máxima, com o menor peso possível. Em outras palavras, quanto menor o peso do rompedor, melhor para o braço de uma escavadeira. Compatibilidade Um outro aspecto técnico muitíssimo importante é a boa adaptação do rompedor na escavadeira, tanto no que diz respeito a parte mecânica (adaptação do rompedor ao braço da escavadeira) quanto na parte hidráulica (vazão e pressão hidráulicas que irão acionar o rompedor). Faz-se necessário o uso de medidores de vazão e pressão para regulagem dessas variáveis, antes de se colocar um rompedor em operação. Para que estas medições tenham sucesso, o circuito hidráulico selecionado para o uso do rompedor na escavadeira deve ser feito dentro de aspectos técnicos autorizados pelo fabricante da escavadeira, com tubulação com diâmetro adequado etc. Por fim, o que se quer obviamente na seleção de um rompedor hidráulico é que ele alcance a produção desejada (a mais alta possível para aquele modelo de rompedor), e possua o menor custo operacional e de propriedade possíveis. (*) José ALBERTO Moreira é Engenheiro Mecânico, MBA em Administração pela FIA/USP, Diretor da Machbert Equipamentos e Serviços Ltda., distribuidor exclusivo no país dos rompedores IR-Montabert. É um dos pioneiros na introdução de rompedores hidráulicos no Brasil, com experiência de mais de 15 anos em diversas aplicações importantes de rompedores hidráulicos no país.