Gripe Suína ou Influenza A (H1N1) Perguntas e respostas 1. O que é Gripe Suína ou Influenza A (H1N1)? 2. A gripe causada pelo Influenza A (H1N1) é contagiosa? 3. Quem pode adoecer pela nova gripe causada pelo Influenza A (H1N1)? 4. Há risco em ingerir carne suína? 5. Qual o quadro clínico ou quais são os sintomas da gripe por Influenza A (H1N1)? 6. Quais são as principais diferenças entre gripe e resfriado? 7. Existe diferença entre o tratamento da gripe e do resfriado comum? 8. A doença é curável e existe tratamento para a gripe pelo vírus Influenza A (H1N1)? 9. Existe vacina para esse novo tipo de vírus Influenza A (H1N1)? 10. A gripe pelo Influenza A (H1N1) pode ser transmitida por ar-condicionado? 11. Como se prevenir da contaminação pelo vírus Influenza A (H1N1)? 12. Que medidas adotar para não contagiar alguém em caso de adquirir a gripe? 13. Como proceder em caso de suspeita da gripe? 14. É possível a confirmação diagnóstica dessa gripe por Influenza A (H1N1) por meio de exames? 15. O uso de antibióticos é efetivo contra a gripe por Influenza A? 16. A nova gripe provocada pelo Influenza A (H1N1) pode ser letal? 17. Como proceder em caso de viagem para áreas afetadas por casos confirmados da gripe? 18. As máscaras são eficientes na prevenção de contaminação? 1. O que é Gripe Suína ou Influenza A (H1N1) É uma doença aguda, com manifestações predominantemente respiratórias, causada pelo vírus Influenza A. Os vírus Influenza subdividem-se em três tipos: A, B e C, de acordo com a diversidade moléculas de formação. Os vírus podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura). Geralmente as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão associadas ao vírus influenza A. As principais características do processo de transmissão da Influenza A são: alta transmissibilidade; maior gravidade entre os idosos, as crianças, os imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas; rápida variação nas moléculas de formação do vírus, o que favorece a rápida reposição do estoque de portadores da doença na população; são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, tais como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. O vírus pode estar ativo até 48 ou 72 horas em superfícies lisas, como torneiras, maçanetas, corrimãos, assim como em superfícies porosas, tecidos, ou lenços, mantendo, por esse período, a capacidade de contagiar. Alguns casos de epidemias do vírus Influenza foram: Gripe Espanhola, em 1918; a Gripe Asiática, em 1957; a Gripe de Hong Kong, em 1968; e, por último, a Gripe Aviária, em 2003. Esse novo vírus Influenza A (H1N1) foi classificado como (A/CALIFORNIA/04/2009). 2. A gripe causada pelo Influenza A (H1N1) é contagiosa? Sim. Pode ser transmitida de pessoa a pessoa, através de gotículas expelidas, pelo indivíduo doente, que não cobriu a boca e o nariz com lenços descartáveis, ao falar, espirrar e tossir. A transmissão também pode ser feita quando utensílios ou alimentos do indivíduo doente forem compartilhados ou ao apertar a mão ou beijar uma pessoa portadora do vírus. Um indivíduo infectado pode transmitir o vírus desde dois dias antes até cinco dias após o início dos sintomas. 3. Quem pode adoecer pela nova gripe causada pelo Influenza A (H1N1)? Todos são suscetíveis de contágio, mas os maiores índices de mortalidade, pela gripe causada pelo Influenza A (H1N1), são de pessoas entre 20 e 50 anos. Pertencem ao grupo de risco da doença: idosos acima de 60 anos; crianças menores de dois anos; gestantes; pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica; deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento para AIDS); pessoas com obesidade mórbida e também pessoas com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme. 4. Há risco em ingerir carne suína? Não. A ingestão de carne suína não oferece risco para contágio da Influenza A (H1N1) e pode ser consumida normalmente. 5. Qual o quadro clínico ou quais são os sintomas da gripe por Influenza A (H1N1)? Após curto prazo de incubação (entre 1 – 4 dias), podem ser observados: Febre repentina e elevada (superior a 38ºC); Tosse seca; Dor de garganta; Prostração; Calafrios; Dor de cabeça; Dores musculares; Dor nas articulações; Crianças, além dos sintomas acima descritos, podem apresentar dores abdominais, vômitos, diarréia e quadros de bronquite ou bronquiolite. É importante destacar que as características clínicas da gripe não são específicas e podem ser similares àquelas causadas por outros vírus respiratórios, apesar de os sintomas serem mais intensos que nas demais infecções que cursam com quadro clínico semelhante. 6. Quais são as principais diferenças entre a gripe e o resfriado? Os resfriados são causados por rinovírus, principal agente (70%), ou outros vírus, tais como coxsackievírus, echovírus, vírus respiratório sincicial, parainfluenzavírus e coronavírus. A infecção atinge a área de entrada do nariz e olhos e inicia-se nas adenóides (nasofaringe posterior). Os sintomas de obstrução nasal, rinorréia e dor de garganta ocorrem com 8 – 10 horas de infecção, com intensidade máxima em 1 – 3 dias. A eliminação do vírus pode persistir por até três semanas. Sintomas que diferenciam a gripe do resfriado comum: Sintomas Gripe Início súbito Sim Febre elevada Sim Tosse seca Sim Resfriado Tosse produtiva Sim Obstrução nasal Sim Rouquidão Sim Mialgia (dores musculares) Sim Fadiga, mal-estar Sim Cefaléia (dor de cabeça) Sim Sim Espirros Sim Sim Dor de garganta Sim Sim Dor torácica Sim Sim 7. Existe diferença entre o tratamento da gripe e do resfriado comum? Sim. O tratamento do resfriado comum, quando não há complicação, restringe-se ao alívio dos sintomas. 8. A doença é curável e existe tratamento para a gripe pelo vírus Influenza A (H1N1)? Sim. Há um medicamento antiviral Tamiflu (Oseltamivir). Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave serão medicados com o Tamiflu (Oseltamivir). Os demais terão os sintomas tratados, de acordo com indicação médica. É importante lembrar, também, que todas as pessoas que compõem o grupo de risco para complicações de influenza (idosos acima de 60 anos; crianças menores de dois anos; gestantes; pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica; deficiência imunológica; pessoas com obesidade mórbida e também pessoas com doenças provocadas por alterações da hemoglobina) requerem avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação ou não de tratamento com o Tamiflu (Oseltamivir). 9. Existe vacina para esse novo tipo de vírus Influenza A (H1N1)? O Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo, é responsável no Brasil por desenvolver as vacinas contra a gripe comum (sazonal) e estará à frente também do desenvolvimento da vacina contra a influenza A (H1N1). A vacina a ser produzida no Brasil estará disponível em 2010. Além de desenvolver a vacina, o Ministério da Saúde avaliará, junto ao Butantan, a necessidade de comprar vacinas prontas de outros fabricantes. 10. A gripe pelo Influenza A (H1N1) pode ser transmitida por ar-condicionado? Não há indícios de que possa ser transmitida por meio de condicionadores de ar. 11. Como se prevenir da contaminação pelo vírus Influenza A (H1N1)? Adotando medidas que reduzem o risco de contágio, entre elas: Lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão e/ou usar gel antibacteriano a base de álcool. Evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; Não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar; Manter limpos objetos de uso comum, tais como telefone, talheres ou outros objetos; Evitar locais com grandes aglomerações; Evitar o contato com pessoas infectadas; Ventilar e permitir a entrada do sol na casa, nas salas de aula e escritórios; Manter hábitos saudáveis que auxiliem na manutenção da imunidade adequada, tais como: alimentação e descanso adequados. Lavar as mãos: Antes de: Preparar ou comer algum alimento; Atender a algum doente; Utilizar um teclado/computador. Ao chegar: Ao trabalho; Em casa. Depois de: Ir ao banheiro; Tossir ou espirrar; Assoar o nariz; Visitar ou atender a uma pessoa doente; Usar o transporte público; Estar em contato com animais de estimação; Tocar carne crua; Manipular lixo ou lenços; Tocar objetos, tais como dinheiro, telefones ou chaves. 12. Que medidas adotar para não contagiar alguém em caso de adquirir a gripe? Ficar em casa e manter-se em repouso até que os sintomas melhorem, após orientação médica; Utilizar máscara descartável se estiver doente. Desprezar os lenços usados em um saco plástico; Cobrir nariz e boca com lenços descartáveis ao tossir ou espirrar; Lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão. 13. Como proceder em caso de suspeita da gripe? Identificando piora, após 48 horas do início dos sintomas, tais como: febre repentina (acima de 38º), tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde mais próximo. Lá, o paciente receberá o tratamento adequado. Nos casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de risco, os pacientes serão encaminhados a um Hospital de Referência (hospitais com leitos isolados, adequados para atender casos que necessitem de internação). 14. É possível a confirmação diagnóstica dessa gripe por Influenza A (H1N1) por meio de exames? Sim. A rede pública possui três Laboratórios de Referência, localizados nos Estados Pará, Rio de Janeiro e São Paulo, capazes de realizar os exames de diagnóstico da doença em menos de 72 horas. Há a possibilidade, agora, de credenciamento de Laboratórios Centrais. Mas, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), nem todos os pacientes com sintomas da gripe por Influenza A (H1N1) fazem os exames. Um percentual significativo — mais de 70% — das amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios. Com o aumento do número de casos no país, a prioridade do sistema público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar mortes. 15. O uso de antibiótico é efetivo contra a gripe por Influenza A (H1N1)? Não. Os antibióticos são remédios para combater infecções por bactérias ou fungos e não têm efeito sobre o vírus. Eles só são utilizados quando, por causa da gripe, o paciente adquire alguma infecção bacteriana. 16. A nova gripe provocada pelo Influenza A (H1N1) pode ser letal? Sim. Semelhante a outros tipos de gripe pelo Influenza A, pessoas podem falecer se desenvolverem complicações tais como pneumonia, principalmente. Pacientes portadores de doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, assim como outras doenças debilitantes, podem ser mais suscetíveis. As complicações mais freqüentes são as pneumonias causadas por bactérias, pois o vírus Influenza facilita a aderência de bactérias ao epitélio respiratório. Pode também provocar pneumonia viral, com consequente fibrose pulmonar, de difícil tratamento. 17. Como proceder em caso de viagem para áreas afetadas por casos confirmados de gripe? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), evitar o ingresso em áreas onde a gripe por Influenza A (H1N1) está confirmada, surte efeito escasso ou nulo na sua propagação. Isso porque a transmissão pode ser feita antes do aparecimento dos sintomas. Dessa forma, pessoas que forem viajar para áreas afetadas devem seguir as orientações relativas à prevenção e obedecer as regras e medidas locais adotadas para contenção de epidemias. Usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a permanência as áreas afetadas (Substituaas sempre que necessário); Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável; Evitar locais com aglomeração de pessoas; Evitar o contato direto com pessoas doentes; Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; Evitar tocar olhos, nariz e boca; Lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de tossir ou espirrar; Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar o histórico de contato com doentes e roteiro de viagens recentes. 18. As máscaras são eficientes na prevenção de contaminação? Não, mas podem auxiliar como barreira ao contato com gotículas de saliva que possam estar contaminadas, assim como prevenir a transmissão em caso de ter contraído a doença. Para informações: Disque Saúde: 0800 61 1997 Observações Adicionais As informações contidas neste material são orientações gerais, não levam em consideração particularidades de diagnóstico ou situações de seu médico. Não se automedique. Fontes 1. Ministério da Saúde – http://portal.saude.gov.br/saude/ 2. World Health Organization – http://www.who.int/en/ 3. NHS UK – National Health System of United Kingdom – http://www.nhs.uk/conditions/ pandemic-flu/Pages/Introduction.aspx 4. CDC – Center of Disease Control and Prevention – http://www.cdc.gov/h1n1flu/ 5. Atualização Terapêutica – F. Cintra do Padro, Jairo Ramos, R. Ribeiro do Valle.